O documento discute as visões de filósofos da Antiguidade sobre filosofia e arte, começando com a noção pitagórica de que a música poderia ser usada para entender o universo. Sócrates via a arte como imitação e enganação, não contribuindo para a verdade. Aristóteles defendia que a arte estimula a inteligência e as emoções de forma educativa, não sendo mera imitação, mas representação do verossímil.
2. O INÍCIO DAS DISCUSSÕES
A discursão pitagórica sobre a origem do Universo remete à noção do número,
elemento material, proporção, medida, que era possível de ser compreendido por
meio da música e da notação musical.
A música era uma arte e, ao mesmo tempo, uma possibilidade de conhecimento,
de se fazer filosofia.
3. A VISÃO SOCRÁTICO-PLATÔNICA DA ARTE
Para Sócrates , de acordo com Platão, a arte não era muito bem vista, pois a
poesia era entendida como enganação, como tentativa de imitação do mundo e,
portanto, um simples jogo de aparências que não contribuía para que o homem,
de fato, atingisse a verdade.
Esse foi um dos motivos que fizeram o
filósofo ser processado pela cidade de
Atenas.
4. A SOCIEDADE GREGA
• Na mentalidade popular e de muitos
integrantes da elite ateniense, os
poetas eram veneráveis, eram uma
espécie de profetas que informavam as
tradições mais autênticas da
religiosidade e dos gestos heroicos dos
grande homens.
Os poetas eram como uma luz na escuridão
estavam na base da formação da filosofia
como campo de conhecimento.
5. A CRITICA SOCRÁTICA A ARTE
Á critica de Sócrates não remetia apenas a
falsidade, à imitação, mas também à estética e
a patética.
A estética estava vinculada ao mundo sensível,
à sedução que impedia o pensamento
dirigido a busca da verdade;
A patética dizia respeito a estimulação das
emoções desenfreadas que obscureciam a
visão humana.
Nesse sentido, o filósofo dirigia sua ironia e
crítica à dramaturgia, em especial aos gêneros
cômicos e trágico do teatro grego.
6. A CRÍTICA A POESIA, A COMÉDIA E
A TRAGÉDIA
A crítica era a crença dessas “artes” nos mitos, nas
fantasias e nos deleites.
Na cidade ideal (República X) não havia lugar para os
poetas e dramaturgos.
A sociedade ideal socrática, aceita e difundida por Platão,
assinalava que a poesia era graciosa mas, um obstáculo
para um amigo do conhecimento atingir a verdade.
Nada que remetesse a paixões, nada que desviasse a
atenção do mundo sensível era digno.
7. O problema da imitação, na concepção socrático-
platônica, está na aparência. Se a aparência não é a
essência e se o artista trabalha no universo da
aparência, como acreditar que a arte seja portadora da
verdade?
8. Na Alegoria da Caverna, os poetas podem ser considerados os
homens que desviam a atenção das pessoas através do poder e
da sedução – a estética.
9. A VISÃO ARISTOTÉLICA DA ARTE
Aristóteles, foi um dos maiores pensadores do mundo antigo. Ele escreve A
poética com a intenção de demonstrar a utilidade da poesia na vida dos seres
humanos, da arte, assumindo, mais que isso, o desafio de apresentar a
utilidade moral e política da poesia, combatendo a ideia de que ela é falsa de
que ela é desviantemente sedutora e deformadora do caráter emocional
humano.
10. A ARTE PARA ARISTÓTELES
Para o filósofo a Arte não afetava o homem
unicamente pela estética (despertar das
sensações);
Para ele, também estimulava a inteligência
(nóesis) por sua estruturação, por seu
enredo, além de ser motivo de mobilização
de emoções (patética);
A Arte cumpria um papel pedagógico, pois
favorecia uma educação intelectual e moral-
sensitiva.
Em Aristóteles, a imitação como falsidade,
na arte, é substituída pelo verossímil e
verossimilhança.
11. O VEROSSÍMIL
O verossímil pretende assinalar, na
representação artística, um sentido de
verdade pela presença da essência no
representado;
Um elefante pode ser desenhado. O
desenho do elefante não substitui o
elefante, mas, informa para muitos que
não conhece o elefante as suas formas e
características.
12. Assim, de acordo com Aristóteles, a Arte é resgatada em sua
dignidade. A mobilização da inteligência na representação das
emoções e dos valores morais faz com que a arte tenha um
lugar na vida da cidade. O poeta é restituído em condição
especial no mesmo nível dos filósofos.
13. O TEATRO PARA ARISTÓTELES
Em A Poética, o filósofo defende a
tragédia e a comédia. Afirmando que as
provocações emotivas desses gêneros
são de ordem catártica ou depurativa.