Este é o material produzido a partir do projeto Viver Diversidade, realizado no primeiro semestre de 2012 pela OSCIP Imagem da Vida em parceria com as EMEFs Capistrano de Abreu e Caucásica, na cidade de São Paulo. Para conhecer mais sobre o projeto, consulte http://www.imagemdavida.org.br
Folder do Projeto Viver Diversidade 2012 - EMEFs Caucásica e Capistrano de Abreu - OSCIP Imagem da Vida
1. COORDENAÇÃO GERAL IMAGEM DA VIDA EMEF CAUCÁSICA EMEF CAUCÁSICA EMEF CAUCÁSICA EMEF CAUCÁSICA
COORDENAÇÃO DE PROJETO REFLEXO
ASSISTENTE DE PROJETO NATÁLIA NÉRIS
Palestra e oficinas de fotografia, redação e desenho, realizadas entre fe- Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen- Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen- Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen-
ARTE-EDUCADORA SANDRA COSTA MACHADO
CONSULTORIA REBECA ÁVILA
vereiro e abril de 2012. tar sua comunidade. tar sua comunidade. tar sua comunidade.
EQUIPE DE APOIO MARIANA ROCHA OLIVEIRA, MAYRA BRITO DOS SANTOS
PAULO HENRIQUE GONÇALVES MARIA AUXILIADORA BATISTA DE JESUS CARLOS AUGUSTO DE SOUZA
ILUSTRAÇÃO DA CAPA DENISE PAIVA
EXPOSIÇÃO VISUAL FOTOGRAFIA Tem várias profissões e gosta do que cismo, principalmente na universidade. É cozinheira da escola e faz com amor filho dela de sete anos foi ofendido ver- Trabalha como auxiliar de limpeza, Pensa no futuro fazer um curso de
CARTILHA UNIQUA DESIGN faz: professor, técnico em informática, Sobre o projeto “Viver Diversidade” ele o seu trabalho; no futuro, pensa ser ins- balmente por um vizinho adulto, e o seu mas pensa em ser segurança. Fez mui- segurança, e deixou para os alunos a
faz softwares, é carpinteiro e nas horas disse que é maravilhoso, e nos falou para petora de aluno. marido teve que por fim a essa situação. tos amigos no seu tempo de escola e seguinte mensagem: “Com os ensina-
vagas é pai. Quando era jovem pretendia levar a sério e tentar Teve uma infância difícil, porque pre- Tem o sonho de tem boas lembranças das travessuras: mentos desse pro-
PARTICIPANTES DAS OFICINAS – EMEF CAPISTRANO DE ABREU
entrar no ITA para cursar engenharia. Na absorver o máximo, cisou trabalhar desde os 7 anos em uma ser inspetora de cabulava aula com os colegas para jogar jeto, que os alunos
ALESSANDRA M. C. DE ALMEIDA ALICE LORENA SILVA ARAÚJO ALICIA MA- infância brincava na rua, empinava pipa, pois é um grande casa de família cuidando de crianças, aluno, porque gosta fliperama ou ia jogar bola. tenham a aceitação
CHADO MACIEL AMANDA DE JESUS TORRES ANDRESSA DOS ANJOS BEATRIZ jogava bolinha de gude,e tem ótimas lem- aprendizado, e dei- onde ficou até os 16 anos. de estar junto das Não acha que existe racismo no Bra- da diversidade e
OLIVEIRA CHAVES BRUNO DE MOURA GOMES CAMILLA RIBEIRO ÉRIKA REIS
DA SILVA EVELYN OLIVEIRA SANTOS FLÁVIA SOUZA DE OLIVEIRA INGRID SIL-
branças. Foi a melhor fase da vida dele. xou a mensagem: Tem boas lembranças do tempo de crianças e adoles- sil, mas disse que o projeto que estamos respeitem todos os
VA DE JESUS ISABELA DE SÁ JONATAS ROBERTO FERREIRA DE JESUS MARLI Sobre preconceito no Brasil ele disse “Se amem, sejam escola, onde teve a oportunidade de ter centes, e considera fazendo é legal, importante para os alu- amigos afrodescen-
OLIVEIRA DE ARAÚJO MATHEUS DA SILVA RODRIGUES MURILO DOS SANTOS que existe sim, principalmente o “enrusti- autênticos, estudem boas amizades. fundamental o res- nos vivenciarem a experiência de entre- dentes”.
GOMES RAFAELA DA SILVA ARAÚJO RAQUEL F. AUGUSTO DOS SANTOS RAQUEL do” de brancos com negros e também de para ser pessoas Acha que existe racismo no Brasil, e peito ao próximo, vistadores e um incentivo a pensar sobre
SILVA TRINDADE OLIVEIRA RAYSSA REBECA BEZERRA DOS SANTOS REBECA negros com brancos e entre os próprios. melhores busquem o projeto “Viver Diversidade” é importan- além de sempre a diversidade.
INÁCIO DOS SANTOS THAGATA ANDRADE DA SILVA THAINA E. PAULINO Falou que por ser negro já sofreu ra- seus sonhos”. te porque permite discutir o racismo. O ajudar as pessoas.
COSTA THAYNÁ SOUZA SANTOS VITÓRIA A. COSTA WALISON SANTOS DA SILVA
PARTICIPANTES DAS OFICINAS – EMEF CAUCÁSICA MARIANI APARECIDA DE JESUS SANTOS ELIOENAI ALVES DA SILVA ANA ALICE OLIVEIRA DA SILVA
BIANCA XAVIER DE FREITAS CAMILA ELENA OLIVEIRA DE JESUS MON- É técnica de Enfermagem, e sempre Acha interessante e criativo o projeto Gosta muito e sempre quis ser pro- ficou presa na porta e não a deixaram en- É professora e tem prazer em ensinar, de professora. Disse que no Brasil o ra-
TEIRO CARLOS EDUARDO OLIVEIRA DE JESUS MONTEIRO CAUÊ CARDOSO
quis trabalhar na área da saúde. Na in- “Viver Diversidade”. fessora, nunca pensou em exercer outra trar, e ela fez um Boletim de Ocorrência. chegou a pensar em ser cabeleireira, mas cismo é grande, principalmente quando
DE SÁ DANILO RODRIGUES DOS SANTOS ELLEN SILVA EVERTON HENRIQUE
DOS SANTOS SILVA FERNANDA DOS SANTOS CARVALHO FLÁVIA SOBRAL PE- fância a escola era a segunda casa, e os Seus sonhos para o futuro são ver a profissão. Tem as melhores lembranças Vivenciou racismo com a sua família, e tem amor por dar aulas. Quase não te- se procura um emprego, os afrodescen-
REIRA FRANCISCO XAVIER DE SOUSA PEREIRA GUILHERME LIMA GUSTAVO professores segun- filha desfrutar de um mundo melhor. Um da infância, bas- já se sentiu discriminada quando buscou ve infância porque dentes enfrentam preconceito no mundo
TORRES BARBOSA HONITON FERREIRA BANDEIRA JAQUELINE PEREIRA OLI- dos pais. mundo igual antigamente, sem violência tante amigos na emprego no aeroporto e não foi aceita. teve oito irmãos, e do trabalho desde a contratação, até a
VEIRA JHONATAN GABRIEL S. RODRIGUES LETÍCIA SILVA MOREIRA LUAN Acha que no e sem preconceito. escola que mantém Do “Viver Diversidade” ela falou que é sendo a mais velha ocupação de cargos.
MARTINS MENDONÇA DE SOUSA LUCAS OLIVEIRA MARTINS LUIZ HENRIQUE Brasil existe um ra- A sua mensagem foi: “O respeito é até hoje. Disse que muito legal, que levassemos bastante a
RENATO DIAS MASCARENHAS RENAN LAERCIO MEDINA DE SOUZA SAMAN- cismo mascarado, fundamental na vida. Respeitem os pro- existe racismo no sério. Seu sonho é poder viajar bastante,
precisou ajudar a
mãe, mas tem boas
Teve uma péssima experiência quan-
do procurou tratamento médico, não lhe EMEF Capistrano de Abreu
THA CORDEIRO DE ALMEIDA STEFANY LOPES TALIA DO NASCIMENTO FER-
REIRA TALISON ALLAN S. SANTOS THAYLANE JATOBÁ OLIVEIRA THIAGO FA-
movido a base dos
interesses, mas
fessores, os colegas, os pais, as mães, e
principalmente a Direção da Escola”.
Brasil, e já sofreu
preconceito, foi uma
trabalhar, e cumprir seus objetivos.
Deixou a mensagem: “Que o projeto
lembranças dessa
época porque gos-
deram o devido respeito e atenção. So-
nha estar sempre se aperfeiçoando para
EMEF Caucásica
RIAS OLIVEIRA VITÓRIA FERREIRA DA SILVA WILLIAM RODRIGUES NEVES
pessoalmente não experiência muito não fique somente na escola e sim no dia tava de cuidar dos continuar exercendo com dignidade a
chegou a sofrer ruim. Aconteceu no a dia de vocês, carreguem essa mensa- irmãos mais novos, profissão de professora. Sua mensagem:
PATROCÍNIO VIABILIZAÇÃO
muito preconceito. Banco Itaú, quando gem a todo instante”. e brincava com eles “Que as pessoas respeitem as outras”.
2012
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2. O projeto Viver Diversidade parte da rica experiência adquirida pela OSCIP bilização da temática dos direitos humanos, a promoção da cidadania e a EMEF CAPISTRANO DE ABREU EMEF CAPISTRANO DE ABREU EMEF CAPISTRANO DE ABREU EMEF CAPISTRANO DE ABREU
Imagem da Vida durante nove anos de realização do projeto Olhares Cru- convivência saudável na escola dentro da perspectiva da diversidade.
zados, e consiste em realizar palestras, oficinas e exposições em escolas Palestra e oficinas de fotografia, redação e desenho, realizadas entre Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen- Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen- Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen-
Tendo em vista que é justamente no período da infância e da adolescência
públicas de São Paulo, tendo como objetivo discutir a origem dos precon- fevereiro e abril de 2012. tar sua comunidade. tar sua comunidade. tar sua comunidade.
que o indivíduo está formando seus valores por meio dos processos de so-
ceitos e da discriminação contra diversos grupos: os negros, as mulheres, os
cialização, vemos como fundamental trabalhar questões como essas, bus-
indígenas, os idosos, os homossexuais e os deficientes físicos. ROSA RODRIGUES LIMA REGINA APARECIDA DA CRUZ DJALMA MEDRADO
cando atingir todos os estudantes envolvidos, e em especial alunas e alunos
No primeiro semestre de 2011, com recursos próprios, a Imagem da Vida da rede pública de ensino de São Paulo. Rosa tem 81 anos, nasceu em Minas tuoso e diz que isso é muito ruim porque Paulistana, tem um casal de filhos. A ra na época certa. Também dá aula de Nasceu em São Paulo, os pais são da e por isso ele a fechou. Já sofreu
desenvolveu esta iniciativa na EMEF Astrogildo Arruda e na Fundação CRES- Gerais e veio para São Paulo em 1952. o ser humano não deve ser julgado por mãe nasceu em Minas Gerais e o pai na reforço em casa, e foi balconista e cos- nordestinos e analfabetos. Mora no discriminação, e por causa disso até
Em um estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Faz um ano que é evangélica. Estudou causa de sua cor de pele. Bahia. Mora em São Paulo há 45 anos tureira. Quando criança, na escola in- bairro há 30 anos e tem 3 filhos. Com- perdeu oportunidades de trabalho por
CER e, graças ao apoio de um edital da Coordenadoria dos Assuntos da
em parceria com o Ministério da Educação e com o Instituto Nacional de até a segunda série, mas gostaria de ter Palavras dela: e tem o ensino médio completo. Estu- ventavam apelidos pletou o colégio e tem boas lembranças ser negro. Não tem
População Negra (CONE) – Secretaria de Participação e Parceria da Pre- estudado muito mais. Como os pais dela “Sou uma pessoa dou na EMEF Capistrano de Abreu, e bobos em relação da escola, principalmente dos amigos. nenhum tipo de
Estudos e Pesquisas Educacionais no ano de 2009, demonstra que o pre-
feitura de São Paulo, conseguimos viabilizá-lo em 2012 na EMEF Capistra- eram comerciantes, precisou largar os boa e não tenho gostou muito, tem boas lembranças. ao tipo e ao tom de Tem 51 anos e é músico desde os preconceito, e não
conceito no âmbito escolar alcança números alarmantes. A pesquisa analisou
no de Abreu e na EMEF Caucásica. estudos muito cedo para ajudá-los. O preconceito algum, Já foi precnceituosa, e quando criança pele dela e ela não 18. Faz artesanato, reforma violões, já tem vergonha de
o distanciamento social entre os atores escolares e os diversos grupos so-
pai dela era branco e a mãe era negra, e sou determinada em não queria casar com um homem negro, sabia como se de- gravou dois CDs: um com a filha Dhé- ser negro, ao con-
Essas quatro primeiras edições abordaram a temática do negro, e foi voltada ciais pesquisados, a distância em relação a pessoas homossexuais foi a que ela era a mais negra da família. Ela tem 6 tudo o que faço e para que seus filhos não sofresssem o fender, mas acha bora Medrado, e um outro solo, para trário, tem muito
para a valorização da contribuição dos povos africanos na formação da iden- apresentou o maior valor para o índice percentual de distância social, com filhos, 3 adotados e 3 biológicos. O maior meus netos e filhos que ela sofreu pelo tipo de cabelo e cor. que as pessoas uma igreja evangélica. Faz shows com orgulho, por que
tidade brasileira, cujo ensino tornou-se obrigatório nos currículos escolares 72%, seguido da distância em relação a pessoas portadoras de deficiência sonho dela era trabalhar em hospital. me respeitam mui- Há 2 anos trabalha no ferro-velho, devem se valorizar a banda Versátil. Chegou a abrir uma quer que as pes-
do Brasil, pelo dispositivo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, art.1º, mental (70,9%), portadores de deficiência física (61,8%), índios (61,6%), e Apesar de não sofrer preconceito, to mesmo sem eu mas ela sonhava em ser professora. Ela e não ligar para lojinha para dar aulas de música e ven- soas olhem para
alterado pela Lei 10.639/2003. negros (55%). Quanto às analises referentes ao chamado bullying, tem como acha o Brasil um país muito preconcei- querer dominá-los”. se arrepende de não ter sido professo- isso. der instrumentos, mas a loja foi rouba- ele como ele é...
principais vítimas os alunos, especialmente negros, pobres e homossexuais, ESTELA MAR EDUARDO GALVINO E SILVA
O Viver Diversidade tem como objetivo contribuir para uma cultura de con-
com médias de 19%, 18% e 17% respectivamente para o índice percentual
vivência dentro da diversidade na escola, de forma a promover os direitos Paulistana, tem 51 anos, e é chamada Janeiro. Mora em SP desde 1989, antes É afrodescendente, sempre morou no Tem dois filhos.
de conhecimento de situações de bullying nas escolas entre os diversos
humanos, a partir do exercício da tolerância e do reconhecimento da alterida- Digina Kaiaiojare na religião Umbanda; morava em Ermelino Matarazzo. Tem 4 bairro, o pai é de Alagoas e a mãe de Acha que o preconceito no Brasil é
públicos pesquisados.
de. Por meio de uma rede de comunicação, busca-se fomentar a igualdade é professora, desenhista, contadora de filhas biológicas e 23 filhos na religião. São Paulo. Completou o ensino supe- uma coisa natural, mas já fez interven-
e a compreensão dos direitos de grupos vítimas de preconceito, bem como O projeto Viver Diversidade foi pensado tendo em vista esse cenário, e visa histórias afro e aju- Da escola lembra que tinha que fazer rior e é professor, ções, pois na profissão de docente tem
a equidade étnica, cultural, de gênero e orientação sexual, formando agentes contribuir para a promoção de uma cultura de paz, por meio da ampliação de dante de enferma- várias provas antes de ir para a 5ª série. mas já foi eletricis- que tomar uma atitude visando a cons-
gem. É formada em E que sempre repetia, mas que ensinou ta e office-boy. Não cientização, que é oral e fica na conver-
multiplicadores, e estimulando a troca de conhecimento e experiências, para horizontes culturais e do despertar da visão crítica das crianças e adolescen-
pedagogia e come- matemática pra uma menina e foi muito pensava em ser sa, mas já houve casos de precisar agir,
que assim haja um empoderamento dos jovens no combate ao preconceito. tes para o respeito às diversidades. çou a trabalhar com legal, muita gente lhe falou: “Você vai ser professor, até mes- porque tinha um menino que tinha uma
16 anos, dando au- professora ainda!” E assim foi feito. mo pela condição sexualidade diferente e haviam meninos
Trabalhando tais questões de forma lúdica com adolescentes e crianças, Dirce Carrion
las particulares. A “Já sofri muito preconceito. A primeira social, mas sonha- que queriam agredi-lo e ele foi obrigado
afastando estigmatizações e preconceitos, visamos contribuir para a nota- Presidente da OSCIP Imagem da Vida mãe mora em São vez por ser mulher, e por ser uma das pri- va em ter uma pro- a reagir fisicamente.
José do Rio Preto meiras mulheres negras a ser diretora de fissão.
e o pai no Rio de escola particular”.
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