Este documento apresenta uma análise da teoria da complexidade de Edgar Morin e suas contribuições para a epistemologia da educação. O trabalho discute as principais críticas de Morin sobre a concepção moderna de conhecimento, os fundamentos da teoria da complexidade proposta por ele e as consequências desta teoria no campo educacional.
1. CURSO DE FILOSOFIA
Trabalho de Conclusão de Curso
A TEORIA DA COMPLEXIDADE DE EDGAR MORIN E SUAS
CONTRIBUIÇÕES PARA A EPISTEMOLOGIA DA EDUCAÇÃO.
Simone Cristina Machado
Prof. Orientador Kleber Bez Candiotto
2. INTRODUÇÃO
Analisar a contribuição da teoria da
complexidade apresentada por Edgar Morin e
suas possíveis repercussões no campo
educacional.
– Apontar as principais críticas de Morin sobre a concepção
moderna de conhecimento;
– Identificar os fundamentos da Teoria da complexidade
proposta por Edgar Morin;
– Verificar as conseqüências da Teoria da complexidade no
campo Educacional;
3. Primeiro Capítulo
AS PRINCIPAIS CRÍTICAS DE MORIN SOBRE CONCEPÇÃO
MODERNA DE CONHECIMENTO
• CONSIDERAÇÕES EM RELAÇÃO À CONCEPÇÃO DE HOMEM E SUA
RELAÇÃO COM O CONHECIMENTO.
Segundo Morin (1973), desde Descartes o homem
pensa contra a natureza devido a certeza de que
sua tarefa no mundo é de dominá-la, subjugá-la e
conquistá-la, ignorando a realidade de que ele
próprio seja parte desta natureza.
4. Primeiro Capítulo
O projeto da modernidade separou o homem da
natureza e esta relação de divisão e fragmentação
vai interferir diretamente na forma de homem
conceber a si mesmo, a natureza e os demais
objetos existentes no mundo.
Refundou o dualismo psicofísico
já presentes em Platão e Aristóteles,
mas agora em termos científicos e não
propriamente religioso ou metafísico.
6. Francis Bacon
Apresenta a mesma dualidade cartesiana , ao
considerar a necessidade de separação entre
sujeito e objeto para que possa chegar a
verdade do mesmo.
Propõe que o caminho correto para
chegar a verdade está materializado
no método indutivo, como construção
do Saber e este por sua vez concebe
ao homem um certo Poder diante das
demais realidades.
7. O homem no conceito de Morin
É um ser complexo que não pode ser
reduzido nem a compreensão técnica
do empirismo do homo faber nem a
racionalidade do Homo Sapiens.
A antropologia de Morin está marcada
pela certeza de que a natureza humana
é resultado do processo biocultural em
que o cérebro foi formado dando
horigem ao Homo SapiensDemens.
8. Segundo Capítulo
FUNDAMENTOS DA TEORIA DA COMPLEXIDADE
PROPOSTA POR EDGAR MORIN
• DESAFIOS E AVENIDAS PARA CHEGAR À COMPLEXIDADE
- irredutibilidade do acaso e da desordem
(estão presentes no universo e se manifestam em sua evolução)
- Transgressão de limites de abstração universais que
eliminam os singulares.
-relação misteriosa e complementar existente
entre a ordem – desordem e organização.
- crises dos conceitos delimitados e claros.
9. Segundo Capítulo
Para Morin, o pensamento simplificador é incapaz de conceber
o conjunto do Uno e do múltiplo. (2007)
• REORGANIZAÇÕES GENÉTICAS
Os momentos importantes de sua vida que possibilitaram a
formação de suas ideias e marcaram o seu estilo de pensamento
• COMO A COMPLEXIDADE É
CONCEBIDA POR MORIN
“tecido de acontecimentos, ações e
interações , retroações, determinações
que constituem nosso mundo fenômenico”
10. FUNDAMENTOS DA TEORIA DA COMPLEXIDADE PROPOSTA POR EDGAR MORIN
OPERADORES DA COMPLEXIDADE
• Dialogia -
juntar coisas que aparentemente estão separadas sem que
exista uma síntese, por exemplo: razão e emoção, sensível e o inteligível, o real e o
imaginário, a razão e os mitos, a razão a ciência e a arte, as ciências humanas e as
ciências da natureza,
• Recursividade –
significa que uma causa produz o efeito que produz
a causa, é alguma coisa como se fosse um anel recursivo, um circuito recursivo ao
mesmo tempo.
• Hologramático - quando não consegue dissociar a parte do todo.
12. Terceiro Capítulo
CONSEQÜÊNCIAS DA TEORIA DA COMPLEXIDADE NO CAMPO
EDUCACIONAL
CABEÇA BEM FEITA E A REFORMA DA EDUCAÇÃO E DO ENSINO
OS SETE SABERES
• As cegueiras do conhecimento - todo conhecimento está
sujeito ao erro.
• Os princípios do conhecimento - trabalhar com o global, o
multidimensional, o complexo, mostrando que o
conhecimento dividido em disciplinas muitas vezes impede a
visualização do todo.
• Ensinar a condição humana - Fazer perceber que existe no
mundo global uma humanidade comum a todos e uma
diversidade cultural inerente a esta humanidade
13. Terceiro Capítulo
• Ensinar a Identidade terrena - É necessário compreender não
só a “condição humana do mundo, mas a condição do mundo
humano – perceber-se como sujeito agente da ação.
• Enfrentar as incertezas - Incluir na educação o ensino das
incertezas oriundas das ciências físicas, biológicas e históricas,
uma vez que o universo é constituído de incertezas desde a sua
formação.
• Ensinar a compreensão – Fazer compreender não somente
fórmulas e teorias, mas a compreensão entre as pessoas.
• A ética do gênero humano -Admitir a condição complexa do ser
humano formada pela tríade indivíduosociedadeespécie,
alcançar a humanidade na consciência pessoal e assumir a o
destino humano em suas condições e plenitude. –
Solidariedade.
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Necessidade de uma reforma de pensamento que
só é possível a partir da educação.
Exige uma educação que aceite e trabalhe com a
incerteza,
Necessita de professores atualizados e
pesquisadores que oportunizem as crianças
desde a mais tenra idade a conhecer o mundo
como um sistema complexo;
É necessário também que a educação perguntese sobre o que é o conhecimento, uma vez que
estamos em processo de mudanças significativas
em relação ao conhecimento do cérebro, das
estruturas mentais e da própria compreensão em
relação ao ato de conhecer.
15. CONSIDERAÇÕES FINAIS
POSSIBILIDADES DE PESQUISAS
As reflexões e análises levantadas na presente
pesquisa são apenas pontos que podem ser
aprofundados em paralelo a estudos realizados o
campo da filosofia da mente, em relação ao
conhecimento ou mesmo no campo da
antropologia quando se pergunta sobre quem é
este ser que conhece e que está no mundo fazendo
história ao mesmo tempo em que é moldado pela
história atual.
16. REFERÊNCIAS
• BACON, Francis. Novum organum ou Verdadeiras indicações acerca da
interpretação da natureza ; Nova Atlântida. São Paulo: Nova Cultural, 2000. (Os
pensadores)
• DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo: Nova cultural, 1999. (Os
pensadores)
• MORIN, Edgar. A inteligência da Complexidade/ Edgar Morin & Jean-Louis-le
Moigne. Trad. Nuremar Maria Falci. São Paulo: Petrópolis, 2000.
• MORIN, Edgar. Ciência com Consciência. Trad. Maria D. Alexandre e Maria Alice
Sampaio Doria. Ed. Revista e modificada pelo autor. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 1996.
• MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. 3ª Ed. Porto Alegre: Ed.
Sulina, 2007.
17. REFERÊNCIAS
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a forma,
reformar o pensamento. 10ª. ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2004a.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação
do futuro. 9ª. ed. - São Paulo - Cortez; Brasília, DF:
UNESCO, 2004b.
MORIN,Edgar. Meus Demônios. Trad. Leneide Duarte e
Clarisse Meireles. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil,
1997.
18. REFERÊNCIAS
MORIN, Edgar. O método 1. A Natureza da natureza.
Trad. Ilana Heineberg. 2ª. ed. Porto Alegre: Sulina, 2008a.
MORIN, Edgar. O método 3. O conhecimento do
conhecimento. Trad. Juremir Machado da Silva. 4ªed.
Porto Alegre: Sulina, 2008b.
MORIN, Edgar. O método 4. as idéias: habitat, vida,
costumes, organização.5ª ed. Porto Alegre: Sulina, 2011.
MORIN, Edgar. O paradigma perdido: a natureza
humana. 5ª.ed. Portugal: Europa-América, 1973.
19. Agradecimentos
A DEUS, PELOS DONS QUE NOS CONCEDE DIARIAMENTE ,
AO INSTITUTO NA PESSOA DA MADRE MARY CLARE PELAS OPORTUNIDADES
QUE NOS SÃO OFERECIDAS
A IR. MARIA DE LOURDES REPRESENTANDO A NOSSA PROVÍNCIA E O
INVESTIMENTO E O TEMPO QUE NOS É OPORTUNIZADO PARA O ESTUDO
E AS IRMÃS QUE ME ACOMPANHARAM E APOIARAM DURANTE ESTES ANOS
DE ESTUDO.