1. O processo de auto-avaliação no contexto da escola
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O PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BIBLIOTECA ESCOLAR NO
CONTEXTO DA ESCOLA
A. A ESCOLA
A Escola Secundária Dom Manuel Martins localiza-se nas Manteigadas, na área
periférica da zona urbana da cidade de Setúbal. A população escolar é composta por
1056 alunos, distribuídos por 12 turmas de 3º Ciclo do Ensino Básico regular, 2 turmas
de Cursos de Educação Formação (CEF) e 1 turma no curso de Programa Integrado de
Educação e Formação (PIEF), 20 turmas de Cursos Científico-Humanísticos e 11
turmas de Cursos Profissionais. Existe uma percentagem significativa de alunos
provenientes de países estrangeiros, nomeadamente dos Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa, do Brasil e de vários países do Leste Europeu.
Em termos de resultados académicos, as taxas de transição/conclusão do 3º ciclo têm
vindo a melhorar. No ensino secundário, essas taxas mantêm-se abaixo da média
nacional, embora apresentem, igualmente, uma tendência de melhoria.
O nível socioeconómico dos pais e encarregados de educação de uma parte significativa
dos alunos é considerado desfavorecido.
O corpo docente é constituído por 127 professores, muitos dos quais leccionam nesta
escola pela primeira vez. Em relação ao ano lectivo anterior, verificou-se um
decréscimo significativo em termos do nível etário e dos anos de serviço do corpo
docente, o que decorre da saída de muitos professores, quer por motivos de aposentação,
quer por colocação noutras escolas.
B. AVALIAÇÃO EXTERNA
No ano lectivo 2008/09, a escola foi sujeita a avaliação externa por parte da IGE, da
qual resultou um relatório com informação detalhada sobre os diferentes domínios
sujeitos a avaliação.
Em termos globais, o relatório identifica os pontos fortes e fracos da escola, conforme
se indica.
Pontos fortes:
A eficácia dos planos de recuperação e de acompanhamento no percurso escolar
dos alunos com dificuldades de aprendizagem;
A adequada e diversificada oferta educativa, que responde às necessidades
educativas dos alunos e do meio local;
A valorização do trabalho experimental, que fomenta uma atitude positiva dos
alunos face ao método científico;
A articulação entre os documentos estruturantes da escola, o que permite maior
coerência na acção educativa;
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2. O processo de auto-avaliação no contexto da escola
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A contribuição do Plano TIC na promoção da diversificação das formas de
trabalho docente;
A imagem positiva da escola junto da comunidade educativa, que contribui para
a credibilidade do serviço que presta;
A liderança do Conselho Executivo, revelando capacidade na identificação e na
resolução dos problemas;
O bom entendimento entre os parceiros, que propicia a captação de mais
recursos, contribuindo para a melhoria da resposta educativa.
Pontos fracos:
A pouca relevância atribuída aos departamentos curriculares, enquanto
estruturas de supervisão e coordenação curriculares;
A frágil articulação inter e intradepartamental, o que compromete a supervisão
pedagógica e a gestão do currículo ao nível da sequencialidade;
A não existência de práticas conscientes e intencionais de diferenciação
pedagógica, o que dificulta a resposta educativa prestada aos alunos que dela
necessitam;
A inexistência de um processo de auto-avaliação que permita o desenvolvimento
sustentado da escola.
O facto de a escola analisar, de forma sistemática, os resultados académicos dos alunos,
de promover a sua integração e de revelar dinâmica de inovação são aspectos também
referenciados.
O relatório contém as seguintes referências à Biblioteca Escolar:
“A dimensão cultural é mobilizada, sobretudo, nas iniciativas a cargo da Biblioteca
Escolar/Centro de Recursos Educativos. /…/ A Biblioteca Escolar/Centro de Recursos
Educativos é um dos espaços privilegiados da Escola para estimular a comunicação e
despertar o gosto pela pesquisa e pela investigação. Está muito bem equipada, sendo os
alunos acompanhados por docentes e funcionários, que lhes prestam o apoio necessário.
É um espaço dinâmico, muito do agrado dos alunos.”
C. A ESCOLA E O PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BIBLIOTECA
ESCOLAR
Da análise do contexto escolar e tendo em conta o relatório de avaliação externa,
depreende-se que a escola poderá ter uma boa capacidade de resposta ao processo de
auto-avaliação, nomeadamente tendo em conta análise sistemática dos resultados
académicos, a dinâmica de inovação e a vontade de ultrapassar as suas fragilidades.
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3. O processo de auto-avaliação no contexto da escola
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Existem, contudo, fragilidades que se podem tornar factores inibidores do processo de
auto-avaliação, a saber:
A frágil articulação inter e intradepartamental, que limita a interdisciplinaridade
e o desenvolvimento de saberes transversais;
O fraco trabalho colaborativo;
A inexistência de um processo de auto-avaliação, que permita o
desenvolvimento sustentado da escola.
Face a este relatório, a escola está já a tentar encontrar respostas para ultrapassar os
pontos fracos aí referidos, encarando esta situação como uma oportunidade de melhoria.
As medidas entretanto tomadas são as seguintes:
Foi constituída uma equipa de auto-avaliação, que está a definir a sua
metodologia;
Foi constituída uma equipa de formação, que promoverá/solicitará a realização
de acções de formação que dêem resposta às necessidades decorrentes dos
pontos fracos detectados;
Foi constituída uma equipa de revisão do Projecto Educativo de Escola, que
redefinirá as áreas prioritárias de intervenção.
Neste contexto, o processo de auto-avaliação da biblioteca deverá inscrever-se nesta
lógica de mudança visando a melhoria, quer contribuindo para a auto-avaliação da
escola, quer contribuindo para uma mudança positiva nas práticas de trabalho
colaborativo:
It is vital that library evaluation is closely linked to the evaluation of other aspects of
the school and related to the overall aims of the school, in particular support for
effective teaching and learning (McNicol, 2004).
Será curioso constatar que a avaliação da biblioteca escolar que integra o relatório de
avaliação externa da Escola Secundária Dom Manuel Martins é muito superficial pois,
tal como refere Sarah McNicol, at present, the school library is rarely examined in any
depth during an inspection (McNicol, 2004).
Assim sendo, terá de ser o processo de auto-avaliação a dar visibilidade e a valorizar o
trabalho da biblioteca já que the text (of the inspection report) often gives too little
emphasis to their (libraries) role in the school’s curriculum provision and their
contribution to standards of attainment and to teaching and learning (Ofsted, 2001).
D. PLANO DE ACÇÃO
O plano de acção visando implementar o processo de auto-avaliação deverá contemplar
a informação, a formação e a colaboração com as diferentes estruturas da escola. A
manutenção da comunicação ao longo de todo o processo será de primordial
importância para que se possa promover trabalho colaborativo com a Direcção
Executiva e os diferentes departamentos e equipas pedagógicas. Não deve ser
negligenciada a colaboração dos alunos e encarregados de educação, bem como dos
assistentes operacionais.
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4. O processo de auto-avaliação no contexto da escola
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O plano de acção será concretizado com as seguintes medidas:
1. Formação da equipa
O primeiro passo será a formação da equipa da biblioteca, incluindo as assistentes
operacionais. Para além do conhecimento do documento de auto-avaliação e da sua
filosofia, deverá ser analisada a metodologia a seguir para a recolha de evidências
bem como os instrumentos a usar.
2. Escolha do domínio a avaliar
A discussão e aferição de prioridades na escolha do domínio a avaliar serão objecto
de uma primeira reunião com a directora da escola. Da mesma forma será definida a
operacionalização do processo. As equipas de formação, auto-avaliação e revisão do
PEE podem dar o seu contributo nesta matéria.
As reuniões com a directora devem ter um carácter regular, para que seja mantida a
comunicação e a colaboração.
3. Difusão da informação nas estruturas da escola
A difusão da informação deverá contemplar as diferentes estruturas da escola,
participando em ou promovendo reuniões de:
Conselho Pedagógico
Conselhos de Departamentos
Assembleias de Delegados de Turma
Associação de Pais e Encarregados de Educação
A transmissão de informação não se poderá esgotar nestes momentos específicos e
os canais de comunicação dever-se-ão manter abertos ao longo de todo o processo.
O conselho pedagógico, enquanto estrutura representativa de todos os sectores da
escola, será o veículo privilegiado de transmissão de informação. Além disso, toda a
informação pertinente deverá ser disponibilizada na plataforma Moodle e no site da
escola.
4. Recolha de evidências
O trabalho feito anteriormente deverá permitir que as diferentes estruturas
colaborem na recolha de informação, cuja gestão e interpretação caberão à equipa da
biblioteca.
5. Gestão das evidências
Os resultados constarão do relatório de auto-avaliação, a discutir e aprovar em sede
de conselho pedagógico. A síntese deste relatório integrará o relatório de auto-
avaliação da escola. A colaboração com estas estruturas manter-se-á para além da
apresentação do relatório, uma vez que dele serão deduzidas as medidas que importa
concretizar para que se produzam alterações significativas na vida da escola.
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5. O processo de auto-avaliação no contexto da escola
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E. PAPEL DA PROFESSORA BIBLIOTECÁRIA
O papel da professora bibliotecária deve ser de liderança e cooperação. Por um lado
deve liderar todo o processo de auto-avaliação, motivando a equipa e a restantes
estruturas da escola para que colaborem, não porque a isso se sentem obrigados, mas
porque compreendem que dele advirão melhorias significativas para toda a comunidade
educativa. Por outro lado, o trabalho de cooperação deve assentar na constante
comunicação e articulação com a escola, para que seja possível definir objectivos e
prioridades e encontrar estratégias para ultrapassar os problemas detectados.
O facto de a professora bibliotecária integrar o conselho pedagógico e a equipa de
revisão do PEE podem constituir factores facilitadores deste processo.
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