Guerra e resistência indígena na Amazônia colonial
1.
2. É possível afirmar que no período colonial da Amazônia,
em nenhum momento a região esteve vivendo em
plena situação de paz. A história da colonização
européia na Amazônia confunde-se com a história das
e guerras e seus desdobramentos: rebeliões, fugas e
deserções indígenas.
Essas guerras evidenciaram a qualidade da resistência
indígenas aos mecanismos da conquista, da ocupação e
da dominação colonial no território amazônico.
3. Os índios Muras apareceram aos colonizadores
portugueses na Amazônia no início do século XVIII. A
sua expansão territorial iniciou-se entre 1723 e 1725,
não foi causada pela ação dos homens brancos, mas
por próprias características das populações indígenas.
Movimentaram-se do Madeira para o Amazonas,
Solimões e rio Negro, chocaram – se com os
colonizadores.
Índio Mura
4. Ao longo do tempo foram sendo massacrados pelas
tropas portuguesas , e também foram sendo
contaminados pelas epidemias.
Mais tarde as autoridades portuguesas chegaram a pedir
ao governo que declarasse guerra aos Muras, pois eles
seriam responsáveis pelo não desenvolvimento da
Capitania do Rio Negro.
5. No rio Madeira, o missionário
jesuíta João de Sampaio fundou
o aldeamento indígena de Santo
Antônio de Araretama. Essa
missão foi obrigada a mudar
algumas vezes de lugar, essas
mudanças de localização não
aconteceram por simples
motivos climáticos ou em busca
de prover a missão indígena, mas
a principal razão se deve aos
ataques dos índios Muras.
O projeto colonial português para
a Amazônia a essa altura, ainda
era o de Pombal, elaborado em
1750.
6. A pacificação dos Muras surpreenderam as autoridades
portuguesas, quando pediram a “paz e amizade” aos
dirigentes dos núcleos coloniais da Capitania do Rio
Negro. Este fato atribui-se as seguintes razões:
Os ataques anuais das Tropas Auxiliares;
O enfraquecimento da tribo causado pelas epidemias;
Necessidade de consumo de medicamentos e
ferramentas dos brancos;
E , a guerra que os Mundurucus faziam contra eles.
7. A cidade de Belém, na segunda
metade do século XVIII,
sofria pela falta de mão-de-
obra indígena.
A resposta prática para o
problema seria expedições
para o lado oeste da Amazônia.
Assim as expedições logo
enfrentaram, no rio Negro, a
resistência dos Manaus.
8. Devido a resistência dos Manaus, a autoridade paraense
instaurou um processo de devassa a fim de apurar os
fatos e punir os culpados.
O resultado da devassa não foi diferente: os Manaus
foram considerados culpados e acusados de
infidelidade para com a Coroa.
As autoridades declaram guerra justa aos Manaus,
mesmo sem o consentimento da metrópole, resumida
em confrontos sangrentos, na morte e no
aprisionamento de muitos índios, entre eles Ajuricaba.
9. “Altos, com peito largo, fortíssima musculatura,
frequentemente de cor muito clara, de feições largas, e,
embora afáveis, rudes, cabelos pretos luzidios,
cortados na testa e todo o corpo tatuado com linhas
finas.”
10. A fonte da fama e o foco dos interesses
dos Mundurucus era a própria guerra.
Eles faziam frequentemente guerras a
outros índios, com o fim de aprisionar
as mulheres moças e crianças, e não de
matá-las. Matam apenas os homens,
cujas cabeças conservam como troféus.
11. A presença dos Mundurucus, só começaram a aparecer a
partir de meados do século XVIII.
Após os primeiros contatos, os Mundurucus passaram a fazer
parte dos relatos que se referiam à região dos rios Madeira e
Tapajós.
Desde o início dos relatos, teve-se notícias das atividades
guerreiras dos Mundurucus. Essa nação inquietou
colonizadores e vizinhos indígenas, durante seus
movimentos expansionistas.
Partindo do alto rio Tapajós, dominaram uma vasta região do
Estado do Grão Pará e Rio Negro, entrando em choque com
a população de brancos e índios.
12. Depois de cerca de 25 anos de confronto com os
portugueses, ocorreu a pacificação dos Mundurucus.
Assim, na Capitania do Rio Negro, foi posto em prática o
projeto de Lobo D’Almada.
Através deste projeto, a paz entre os índios Mundurucus
e os colonizadores portugueses.
Depois de pacificados, os Mundurucus tornaram-se
aliados dos portugueses, que os usaram no descimento
de grupos tribais que resistiam ao domínio colonial.
13. Rebeliões do Rio Branco
As rebeliões dos índios do Rio Branco, tiveram suas
origens no próprio cotidiano dos aldeamentos: havia
os maus tratos, a exploração do trabalho; a mistura de
etnias; a violação de seus códigos culturais, que iam
tornando formas de
verdadeiros etnocídios.