SlideShare a Scribd company logo
1 of 13
É possível afirmar que no período colonial da Amazônia,
em nenhum momento a região esteve vivendo em
plena situação de paz. A história da colonização
européia na Amazônia confunde-se com a história das
e guerras e seus desdobramentos: rebeliões, fugas e
deserções indígenas.
Essas guerras evidenciaram a qualidade da resistência
indígenas aos mecanismos da conquista, da ocupação e
da dominação colonial no território amazônico.
Os índios Muras apareceram aos colonizadores
portugueses na Amazônia no início do século XVIII. A
sua expansão territorial iniciou-se entre 1723 e 1725,
não foi causada pela ação dos homens brancos, mas
por próprias características das populações indígenas.
Movimentaram-se do Madeira para o Amazonas,
Solimões e rio Negro, chocaram – se com os
colonizadores.
Índio Mura
Ao longo do tempo foram sendo massacrados pelas
tropas portuguesas , e também foram sendo
contaminados pelas epidemias.
Mais tarde as autoridades portuguesas chegaram a pedir
ao governo que declarasse guerra aos Muras, pois eles
seriam responsáveis pelo não desenvolvimento da
Capitania do Rio Negro.
No rio Madeira, o missionário
jesuíta João de Sampaio fundou
o aldeamento indígena de Santo
Antônio de Araretama. Essa
missão foi obrigada a mudar
algumas vezes de lugar, essas
mudanças de localização não
aconteceram por simples
motivos climáticos ou em busca
de prover a missão indígena, mas
a principal razão se deve aos
ataques dos índios Muras.
O projeto colonial português para
a Amazônia a essa altura, ainda
era o de Pombal, elaborado em
1750.
A pacificação dos Muras surpreenderam as autoridades
portuguesas, quando pediram a “paz e amizade” aos
dirigentes dos núcleos coloniais da Capitania do Rio
Negro. Este fato atribui-se as seguintes razões:
 Os ataques anuais das Tropas Auxiliares;
 O enfraquecimento da tribo causado pelas epidemias;
 Necessidade de consumo de medicamentos e
ferramentas dos brancos;
 E , a guerra que os Mundurucus faziam contra eles.
A cidade de Belém, na segunda
metade do século XVIII,
sofria pela falta de mão-de-
obra indígena.
A resposta prática para o
problema seria expedições
para o lado oeste da Amazônia.
Assim as expedições logo
enfrentaram, no rio Negro, a
resistência dos Manaus.
Devido a resistência dos Manaus, a autoridade paraense
instaurou um processo de devassa a fim de apurar os
fatos e punir os culpados.
O resultado da devassa não foi diferente: os Manaus
foram considerados culpados e acusados de
infidelidade para com a Coroa.
As autoridades declaram guerra justa aos Manaus,
mesmo sem o consentimento da metrópole, resumida
em confrontos sangrentos, na morte e no
aprisionamento de muitos índios, entre eles Ajuricaba.
“Altos, com peito largo, fortíssima musculatura,
frequentemente de cor muito clara, de feições largas, e,
embora afáveis, rudes, cabelos pretos luzidios,
cortados na testa e todo o corpo tatuado com linhas
finas.”
A fonte da fama e o foco dos interesses
dos Mundurucus era a própria guerra.
Eles faziam frequentemente guerras a
outros índios, com o fim de aprisionar
as mulheres moças e crianças, e não de
matá-las. Matam apenas os homens,
cujas cabeças conservam como troféus.
A presença dos Mundurucus, só começaram a aparecer a
partir de meados do século XVIII.
Após os primeiros contatos, os Mundurucus passaram a fazer
parte dos relatos que se referiam à região dos rios Madeira e
Tapajós.
Desde o início dos relatos, teve-se notícias das atividades
guerreiras dos Mundurucus. Essa nação inquietou
colonizadores e vizinhos indígenas, durante seus
movimentos expansionistas.
Partindo do alto rio Tapajós, dominaram uma vasta região do
Estado do Grão Pará e Rio Negro, entrando em choque com
a população de brancos e índios.
Depois de cerca de 25 anos de confronto com os
portugueses, ocorreu a pacificação dos Mundurucus.
Assim, na Capitania do Rio Negro, foi posto em prática o
projeto de Lobo D’Almada.
Através deste projeto, a paz entre os índios Mundurucus
e os colonizadores portugueses.
Depois de pacificados, os Mundurucus tornaram-se
aliados dos portugueses, que os usaram no descimento
de grupos tribais que resistiam ao domínio colonial.
Rebeliões do Rio Branco
As rebeliões dos índios do Rio Branco, tiveram suas
origens no próprio cotidiano dos aldeamentos: havia
os maus tratos, a exploração do trabalho; a mistura de
etnias; a violação de seus códigos culturais, que iam
tornando formas de
verdadeiros etnocídios.

More Related Content

What's hot

Do bandeirantismo à exploração aurífera.
Do bandeirantismo à exploração aurífera.Do bandeirantismo à exploração aurífera.
Do bandeirantismo à exploração aurífera.Privada
 
Colonizacao espanhola-america
Colonizacao espanhola-americaColonizacao espanhola-america
Colonizacao espanhola-americaMarcos Oliveira
 
Primeiras civilizações sociedades africanas da antiguidade
Primeiras civilizações   sociedades africanas da antiguidadePrimeiras civilizações   sociedades africanas da antiguidade
Primeiras civilizações sociedades africanas da antiguidadeseixasmarianas
 
Capitanias hereditárias
Capitanias hereditáriasCapitanias hereditárias
Capitanias hereditáriasCreusa Lima
 
Brasil colônia4 revoltas nativistas
Brasil colônia4 revoltas nativistasBrasil colônia4 revoltas nativistas
Brasil colônia4 revoltas nativistasdmflores21
 
Brasil colonial sociedade açucareira
Brasil colonial sociedade açucareiraBrasil colonial sociedade açucareira
Brasil colonial sociedade açucareiraNívia Sales
 
Escravidão moderna
Escravidão modernaEscravidão moderna
Escravidão modernaAndre Lucas
 
Escravidão no Brasil
Escravidão no BrasilEscravidão no Brasil
Escravidão no Brasilbastianbe
 
Brasil Império: Primeiro Reinado (1822-1831)
Brasil Império:   Primeiro Reinado (1822-1831)Brasil Império:   Primeiro Reinado (1822-1831)
Brasil Império: Primeiro Reinado (1822-1831)Edenilson Morais
 
íNdios do brasil aula 1º ano
íNdios do brasil   aula 1º anoíNdios do brasil   aula 1º ano
íNdios do brasil aula 1º anoseixasmarianas
 
A colonização da América portuguesa
A colonização da América portuguesaA colonização da América portuguesa
A colonização da América portuguesaEdenilson Morais
 

What's hot (20)

Do bandeirantismo à exploração aurífera.
Do bandeirantismo à exploração aurífera.Do bandeirantismo à exploração aurífera.
Do bandeirantismo à exploração aurífera.
 
Colonizacao espanhola-america
Colonizacao espanhola-americaColonizacao espanhola-america
Colonizacao espanhola-america
 
Uniao iberica slide
Uniao iberica slideUniao iberica slide
Uniao iberica slide
 
Brasil expansão territorial
Brasil expansão territorialBrasil expansão territorial
Brasil expansão territorial
 
Escravidão no brasil
Escravidão no brasilEscravidão no brasil
Escravidão no brasil
 
Primeiras civilizações sociedades africanas da antiguidade
Primeiras civilizações   sociedades africanas da antiguidadePrimeiras civilizações   sociedades africanas da antiguidade
Primeiras civilizações sociedades africanas da antiguidade
 
Crise do sistema colonial
Crise do sistema colonialCrise do sistema colonial
Crise do sistema colonial
 
Capitanias hereditárias
Capitanias hereditáriasCapitanias hereditárias
Capitanias hereditárias
 
África - sístese histórica
África - sístese históricaÁfrica - sístese histórica
África - sístese histórica
 
Brasil colônia4 revoltas nativistas
Brasil colônia4 revoltas nativistasBrasil colônia4 revoltas nativistas
Brasil colônia4 revoltas nativistas
 
Brasil colonial sociedade açucareira
Brasil colonial sociedade açucareiraBrasil colonial sociedade açucareira
Brasil colonial sociedade açucareira
 
Escravidão africana no brasil
Escravidão africana no brasilEscravidão africana no brasil
Escravidão africana no brasil
 
Escravidão moderna
Escravidão modernaEscravidão moderna
Escravidão moderna
 
Escravidão no Brasil
Escravidão no BrasilEscravidão no Brasil
Escravidão no Brasil
 
Brasil Império: Primeiro Reinado (1822-1831)
Brasil Império:   Primeiro Reinado (1822-1831)Brasil Império:   Primeiro Reinado (1822-1831)
Brasil Império: Primeiro Reinado (1822-1831)
 
Imperialismo
ImperialismoImperialismo
Imperialismo
 
íNdios do brasil aula 1º ano
íNdios do brasil   aula 1º anoíNdios do brasil   aula 1º ano
íNdios do brasil aula 1º ano
 
Sociedade Colonial Brasileira
Sociedade Colonial BrasileiraSociedade Colonial Brasileira
Sociedade Colonial Brasileira
 
A colonização da América portuguesa
A colonização da América portuguesaA colonização da América portuguesa
A colonização da América portuguesa
 
Povos indigenas no Brasil.
Povos indigenas no Brasil.Povos indigenas no Brasil.
Povos indigenas no Brasil.
 

Viewers also liked

TRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOS
TRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOSTRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOS
TRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOSarliscoimbra
 
Colonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviii
Colonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviiiColonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviii
Colonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviiiPortal do Vestibulando
 
Artesanato da amazônia
Artesanato da  amazôniaArtesanato da  amazônia
Artesanato da amazôniaCarol Almeida
 
Belém do Pará: a cidade do ver-o-peso, do urubu e tacacá
Belém do Pará: a cidade do ver-o-peso, do urubu e tacacáBelém do Pará: a cidade do ver-o-peso, do urubu e tacacá
Belém do Pará: a cidade do ver-o-peso, do urubu e tacacáBreados Online
 
Cerâmica Marajoara
Cerâmica MarajoaraCerâmica Marajoara
Cerâmica MarajoaraAna Lucia
 
Descobrimento e conquista da amazônia augusto site
Descobrimento e conquista da amazônia augusto siteDescobrimento e conquista da amazônia augusto site
Descobrimento e conquista da amazônia augusto sitePortal do Vestibulando
 
Amazônia indígena nos séculos xvi e xvii
Amazônia indígena nos séculos xvi e xviiAmazônia indígena nos séculos xvi e xvii
Amazônia indígena nos séculos xvi e xviiPortal do Vestibulando
 
Amazônia indigena nos séc. xvi e xvii
Amazônia indigena nos séc. xvi e xviiAmazônia indigena nos séc. xvi e xvii
Amazônia indigena nos séc. xvi e xviiPortal do Vestibulando
 
01 colônia - expansão da colonização
01   colônia - expansão da colonização01   colônia - expansão da colonização
01 colônia - expansão da colonizaçãoPortal do Vestibulando
 
As guerras de Reconquista e a formação do Reino de Portugal
As guerras de Reconquista e a formação do Reino de PortugalAs guerras de Reconquista e a formação do Reino de Portugal
As guerras de Reconquista e a formação do Reino de PortugalPatrícia Costa Grigório
 
O Período Entre Guerras Na Europa
O Período Entre Guerras Na EuropaO Período Entre Guerras Na Europa
O Período Entre Guerras Na Europaperiodoentreguerras
 
Período Entre Guerras & II Guerra Mundial
Período Entre Guerras & II Guerra MundialPeríodo Entre Guerras & II Guerra Mundial
Período Entre Guerras & II Guerra Mundialdayanbotelho2
 

Viewers also liked (20)

Cerâmica tapajônica
Cerâmica tapajônicaCerâmica tapajônica
Cerâmica tapajônica
 
TRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOS
TRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOSTRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOS
TRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOS
 
Capitania de são josé do rio negro
Capitania de são josé do rio negroCapitania de são josé do rio negro
Capitania de são josé do rio negro
 
Colonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviii
Colonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviiiColonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviii
Colonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviii
 
Artesanato da amazônia
Artesanato da  amazôniaArtesanato da  amazônia
Artesanato da amazônia
 
Luta Marajoara
Luta MarajoaraLuta Marajoara
Luta Marajoara
 
Tapajos ebook
Tapajos ebookTapajos ebook
Tapajos ebook
 
Urubu: Linux UAV
Urubu: Linux UAVUrubu: Linux UAV
Urubu: Linux UAV
 
Cartilha "Complexo Tapajós"
Cartilha "Complexo Tapajós"Cartilha "Complexo Tapajós"
Cartilha "Complexo Tapajós"
 
Belém do Pará: a cidade do ver-o-peso, do urubu e tacacá
Belém do Pará: a cidade do ver-o-peso, do urubu e tacacáBelém do Pará: a cidade do ver-o-peso, do urubu e tacacá
Belém do Pará: a cidade do ver-o-peso, do urubu e tacacá
 
Cerâmica Marajoara
Cerâmica MarajoaraCerâmica Marajoara
Cerâmica Marajoara
 
05 renascimento cultural e cientifico
05   renascimento cultural e cientifico05   renascimento cultural e cientifico
05 renascimento cultural e cientifico
 
Descobrimento e conquista da amazônia augusto site
Descobrimento e conquista da amazônia augusto siteDescobrimento e conquista da amazônia augusto site
Descobrimento e conquista da amazônia augusto site
 
Cabanagem
CabanagemCabanagem
Cabanagem
 
Amazônia indígena nos séculos xvi e xvii
Amazônia indígena nos séculos xvi e xviiAmazônia indígena nos séculos xvi e xvii
Amazônia indígena nos séculos xvi e xvii
 
Amazônia indigena nos séc. xvi e xvii
Amazônia indigena nos séc. xvi e xviiAmazônia indigena nos séc. xvi e xvii
Amazônia indigena nos séc. xvi e xvii
 
01 colônia - expansão da colonização
01   colônia - expansão da colonização01   colônia - expansão da colonização
01 colônia - expansão da colonização
 
As guerras de Reconquista e a formação do Reino de Portugal
As guerras de Reconquista e a formação do Reino de PortugalAs guerras de Reconquista e a formação do Reino de Portugal
As guerras de Reconquista e a formação do Reino de Portugal
 
O Período Entre Guerras Na Europa
O Período Entre Guerras Na EuropaO Período Entre Guerras Na Europa
O Período Entre Guerras Na Europa
 
Período Entre Guerras & II Guerra Mundial
Período Entre Guerras & II Guerra MundialPeríodo Entre Guerras & II Guerra Mundial
Período Entre Guerras & II Guerra Mundial
 

Similar to Guerra e resistência indígena na Amazônia colonial

Conquista lusitana na amazônia e a resistência indígena
Conquista lusitana na amazônia e a resistência indígenaConquista lusitana na amazônia e a resistência indígena
Conquista lusitana na amazônia e a resistência indígenaPortal do Vestibulando
 
Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)
Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)
Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)GERALDEIXOM
 
Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)
Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)
Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)GERALDEIXOM
 
Aula História e Geografia de Rondônia
Aula História e Geografia de RondôniaAula História e Geografia de Rondônia
Aula História e Geografia de RondôniaCEEJA VILHENA
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1nefthales
 
Guia politicamente incorreto da história do brasil
Guia politicamente incorreto da história do brasilGuia politicamente incorreto da história do brasil
Guia politicamente incorreto da história do brasilBruno Albuquerque
 
Tribos indígenas no ms atual, 8ºb
Tribos indígenas no ms atual, 8ºbTribos indígenas no ms atual, 8ºb
Tribos indígenas no ms atual, 8ºbjuzaurizio
 
Os filhos da terra os ìndios do brasil
Os filhos da terra os ìndios do brasilOs filhos da terra os ìndios do brasil
Os filhos da terra os ìndios do brasilOdairdesouza
 
Independência dos Estados Unidos
Independência dos Estados UnidosIndependência dos Estados Unidos
Independência dos Estados UnidosAulas de História
 
1 sociedades ind igenas brasileiras no seculo xvi
1 sociedades ind igenas brasileiras no seculo xvi1 sociedades ind igenas brasileiras no seculo xvi
1 sociedades ind igenas brasileiras no seculo xviPaulo Alexandre
 
Ultimo dos tarairius [artigo]
Ultimo dos tarairius [artigo]Ultimo dos tarairius [artigo]
Ultimo dos tarairius [artigo]UNAT
 
Hist Ro aula 01 - Latitude 10.pptx
Hist Ro aula 01 - Latitude 10.pptxHist Ro aula 01 - Latitude 10.pptx
Hist Ro aula 01 - Latitude 10.pptxLucianoFrana19
 
História do brasil ppt aula colonia
História do brasil ppt   aula coloniaHistória do brasil ppt   aula colonia
História do brasil ppt aula coloniaCicero Julio
 
OcupaçãO De Mato Grosso
OcupaçãO De Mato GrossoOcupaçãO De Mato Grosso
OcupaçãO De Mato GrossoPaticx
 
A guerra de canudos
A guerra de canudosA guerra de canudos
A guerra de canudoshistoriando
 

Similar to Guerra e resistência indígena na Amazônia colonial (20)

Conquista lusitana na amazônia e a resistência indígena
Conquista lusitana na amazônia e a resistência indígenaConquista lusitana na amazônia e a resistência indígena
Conquista lusitana na amazônia e a resistência indígena
 
Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)
Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)
Aspectos culturais da amazônia (Djalma batista)
 
Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)
Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)
Aspectos culturais da amazônia (DIJALMA BATISTA,AMAZONIA)
 
Aula História e Geografia de Rondônia
Aula História e Geografia de RondôniaAula História e Geografia de Rondônia
Aula História e Geografia de Rondônia
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Guia politicamente incorreto da história do brasil
Guia politicamente incorreto da história do brasilGuia politicamente incorreto da história do brasil
Guia politicamente incorreto da história do brasil
 
Os mártires de Cunhaú
Os mártires de CunhaúOs mártires de Cunhaú
Os mártires de Cunhaú
 
A_Cronica_de_Akakor.pdf
A_Cronica_de_Akakor.pdfA_Cronica_de_Akakor.pdf
A_Cronica_de_Akakor.pdf
 
Zumbi vive
Zumbi   viveZumbi   vive
Zumbi vive
 
Tribos indígenas no ms atual, 8ºb
Tribos indígenas no ms atual, 8ºbTribos indígenas no ms atual, 8ºb
Tribos indígenas no ms atual, 8ºb
 
Pc mt história e geografia
Pc mt   história e geografiaPc mt   história e geografia
Pc mt história e geografia
 
Os filhos da terra os ìndios do brasil
Os filhos da terra os ìndios do brasilOs filhos da terra os ìndios do brasil
Os filhos da terra os ìndios do brasil
 
Independência dos Estados Unidos
Independência dos Estados UnidosIndependência dos Estados Unidos
Independência dos Estados Unidos
 
1 sociedades ind igenas brasileiras no seculo xvi
1 sociedades ind igenas brasileiras no seculo xvi1 sociedades ind igenas brasileiras no seculo xvi
1 sociedades ind igenas brasileiras no seculo xvi
 
Ultimo dos tarairius [artigo]
Ultimo dos tarairius [artigo]Ultimo dos tarairius [artigo]
Ultimo dos tarairius [artigo]
 
Hist Ro aula 01 - Latitude 10.pptx
Hist Ro aula 01 - Latitude 10.pptxHist Ro aula 01 - Latitude 10.pptx
Hist Ro aula 01 - Latitude 10.pptx
 
História do brasil ppt aula colonia
História do brasil ppt   aula coloniaHistória do brasil ppt   aula colonia
História do brasil ppt aula colonia
 
OcupaçãO De Mato Grosso
OcupaçãO De Mato GrossoOcupaçãO De Mato Grosso
OcupaçãO De Mato Grosso
 
República oligárquica
República oligárquicaRepública oligárquica
República oligárquica
 
A guerra de canudos
A guerra de canudosA guerra de canudos
A guerra de canudos
 

More from Portal do Vestibulando

Idade Média - Feudalismo - Reino Franco
Idade Média - Feudalismo - Reino FrancoIdade Média - Feudalismo - Reino Franco
Idade Média - Feudalismo - Reino FrancoPortal do Vestibulando
 
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, AstecasSociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, AstecasPortal do Vestibulando
 
Ditadura militar anos de chumbo (1964-1985)
Ditadura militar   anos de chumbo (1964-1985)Ditadura militar   anos de chumbo (1964-1985)
Ditadura militar anos de chumbo (1964-1985)Portal do Vestibulando
 
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismoPeríodo entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismoPortal do Vestibulando
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoPortal do Vestibulando
 
África nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlânticoÁfrica nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlânticoPortal do Vestibulando
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoPortal do Vestibulando
 
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistasBrasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistasPortal do Vestibulando
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoPortal do Vestibulando
 
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - ManausCuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - ManausPortal do Vestibulando
 

More from Portal do Vestibulando (20)

Idade Média - Feudalismo - Reino Franco
Idade Média - Feudalismo - Reino FrancoIdade Média - Feudalismo - Reino Franco
Idade Média - Feudalismo - Reino Franco
 
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, AstecasSociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
 
Independência dos EUA
Independência dos EUAIndependência dos EUA
Independência dos EUA
 
Ditadura militar anos de chumbo (1964-1985)
Ditadura militar   anos de chumbo (1964-1985)Ditadura militar   anos de chumbo (1964-1985)
Ditadura militar anos de chumbo (1964-1985)
 
07 revolução mexicana
07   revolução mexicana07   revolução mexicana
07 revolução mexicana
 
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismoPeríodo entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
 
Guerra Fria - Atualizada
Guerra Fria - AtualizadaGuerra Fria - Atualizada
Guerra Fria - Atualizada
 
Nova República
Nova RepúblicaNova República
Nova República
 
Senhora
SenhoraSenhora
Senhora
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
 
Absolutismo
AbsolutismoAbsolutismo
Absolutismo
 
Questão Palestina
Questão PalestinaQuestão Palestina
Questão Palestina
 
Descolonização afro-asiática
Descolonização afro-asiáticaDescolonização afro-asiática
Descolonização afro-asiática
 
África nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlânticoÁfrica nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlântico
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
 
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistasBrasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
 
Brasil: Economia Colonial
Brasil: Economia ColonialBrasil: Economia Colonial
Brasil: Economia Colonial
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
 
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - ManausCuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
 
Religiões de matriz africana
Religiões de matriz africanaReligiões de matriz africana
Religiões de matriz africana
 

Guerra e resistência indígena na Amazônia colonial

  • 1.
  • 2. É possível afirmar que no período colonial da Amazônia, em nenhum momento a região esteve vivendo em plena situação de paz. A história da colonização européia na Amazônia confunde-se com a história das e guerras e seus desdobramentos: rebeliões, fugas e deserções indígenas. Essas guerras evidenciaram a qualidade da resistência indígenas aos mecanismos da conquista, da ocupação e da dominação colonial no território amazônico.
  • 3. Os índios Muras apareceram aos colonizadores portugueses na Amazônia no início do século XVIII. A sua expansão territorial iniciou-se entre 1723 e 1725, não foi causada pela ação dos homens brancos, mas por próprias características das populações indígenas. Movimentaram-se do Madeira para o Amazonas, Solimões e rio Negro, chocaram – se com os colonizadores. Índio Mura
  • 4. Ao longo do tempo foram sendo massacrados pelas tropas portuguesas , e também foram sendo contaminados pelas epidemias. Mais tarde as autoridades portuguesas chegaram a pedir ao governo que declarasse guerra aos Muras, pois eles seriam responsáveis pelo não desenvolvimento da Capitania do Rio Negro.
  • 5. No rio Madeira, o missionário jesuíta João de Sampaio fundou o aldeamento indígena de Santo Antônio de Araretama. Essa missão foi obrigada a mudar algumas vezes de lugar, essas mudanças de localização não aconteceram por simples motivos climáticos ou em busca de prover a missão indígena, mas a principal razão se deve aos ataques dos índios Muras. O projeto colonial português para a Amazônia a essa altura, ainda era o de Pombal, elaborado em 1750.
  • 6. A pacificação dos Muras surpreenderam as autoridades portuguesas, quando pediram a “paz e amizade” aos dirigentes dos núcleos coloniais da Capitania do Rio Negro. Este fato atribui-se as seguintes razões:  Os ataques anuais das Tropas Auxiliares;  O enfraquecimento da tribo causado pelas epidemias;  Necessidade de consumo de medicamentos e ferramentas dos brancos;  E , a guerra que os Mundurucus faziam contra eles.
  • 7. A cidade de Belém, na segunda metade do século XVIII, sofria pela falta de mão-de- obra indígena. A resposta prática para o problema seria expedições para o lado oeste da Amazônia. Assim as expedições logo enfrentaram, no rio Negro, a resistência dos Manaus.
  • 8. Devido a resistência dos Manaus, a autoridade paraense instaurou um processo de devassa a fim de apurar os fatos e punir os culpados. O resultado da devassa não foi diferente: os Manaus foram considerados culpados e acusados de infidelidade para com a Coroa. As autoridades declaram guerra justa aos Manaus, mesmo sem o consentimento da metrópole, resumida em confrontos sangrentos, na morte e no aprisionamento de muitos índios, entre eles Ajuricaba.
  • 9. “Altos, com peito largo, fortíssima musculatura, frequentemente de cor muito clara, de feições largas, e, embora afáveis, rudes, cabelos pretos luzidios, cortados na testa e todo o corpo tatuado com linhas finas.”
  • 10. A fonte da fama e o foco dos interesses dos Mundurucus era a própria guerra. Eles faziam frequentemente guerras a outros índios, com o fim de aprisionar as mulheres moças e crianças, e não de matá-las. Matam apenas os homens, cujas cabeças conservam como troféus.
  • 11. A presença dos Mundurucus, só começaram a aparecer a partir de meados do século XVIII. Após os primeiros contatos, os Mundurucus passaram a fazer parte dos relatos que se referiam à região dos rios Madeira e Tapajós. Desde o início dos relatos, teve-se notícias das atividades guerreiras dos Mundurucus. Essa nação inquietou colonizadores e vizinhos indígenas, durante seus movimentos expansionistas. Partindo do alto rio Tapajós, dominaram uma vasta região do Estado do Grão Pará e Rio Negro, entrando em choque com a população de brancos e índios.
  • 12. Depois de cerca de 25 anos de confronto com os portugueses, ocorreu a pacificação dos Mundurucus. Assim, na Capitania do Rio Negro, foi posto em prática o projeto de Lobo D’Almada. Através deste projeto, a paz entre os índios Mundurucus e os colonizadores portugueses. Depois de pacificados, os Mundurucus tornaram-se aliados dos portugueses, que os usaram no descimento de grupos tribais que resistiam ao domínio colonial.
  • 13. Rebeliões do Rio Branco As rebeliões dos índios do Rio Branco, tiveram suas origens no próprio cotidiano dos aldeamentos: havia os maus tratos, a exploração do trabalho; a mistura de etnias; a violação de seus códigos culturais, que iam tornando formas de verdadeiros etnocídios.