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Rumo à “Sociedade do Conhecimento”: As Trajetórias do Brasil
e da Coréia do Sul
Tema: Políticas públicas, organização industrial e desenvolvimento tecnológico.
Categoria: artigo científico

José Cláudio Cyrineu Terra
E-mail: jcterra@yahoo.com

James Manoel Guimarães Weiss
Instituto de Pesquisas Tecnológicas/ Divisão de Economia e Eng. de Sistemas
E-mail: jmgweiss@ipt.br

Resumo

O trabalho compara as trajetórias de Brasil e Coréia do Sul rumo à construção de
economias mais desenvolvidas, inovadoras e intensivas em conhecimento. Reconhecendo a
dificuldade em se quantificar ou medir o recurso conhecimento, a comparação se
fundamenta em indicadores econômicos normalmente adotados pela OCDE. Através de
extensa pesquisa baseada em diversas fontes e bancos de dados, este artigo traz uma
perspectiva de longo prazo que raramente é encontrada na literatura, no grau de detalhe
apresentado. A análise comparativa do desempenho e da trajetória deste dois países é
altamente relevante, pois, nos últimos 50 anos, eles atravessaram transições econômicas
estruturais bastante semelhantes. Para efeito de análise, os indicadores foram classificados
em quatro grupos: (1) perfil demográfico básico; (2) investimentos em educação, ciência e
tecnologia, informática e telecomunicações; (3) desempenho e competitividade do
comércio exterior e (4) resultados macro-econômicos. A análise comparativa, com base
nesses indicadores, permite desenvolver uma avaliação crítica da trajetória econômica e
tecnológica do Brasil nos últimos anos. Algumas das implicações dessa análise, em termos
de políticas nacionais direcionadas à aceleração da construção da “Sociedade do
Conhecimento” no Brasil, são também apresentadas e discutidas.

Palavras-chave: Coréia do Sul Capacitação Tecnológica Sociedade do Conhecimento
Educação Inovação Tecnologia Competitividade
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Rumo à “Sociedade do Conhecimento”: As Trajetórias do Brasil
                     e da Coréia do Sul
1. Introdução e objetivos
São muitos os sinais de que o “Conhecimento”, em suas várias formas, se tornou
determinante para a competitividade tanto das empresas, como dos países. É crescente a
parcela da população, principalmente nos países desenvolvidos, trabalhando
exclusivamente com símbolos e com diversas formas de “Conhecimento”. Vive-se um
momento de importante transição do ambiente econômico, onde são crescentes os esforços
de proteção da propriedade intelectual1 e a gestão pró-ativa do conhecimento adquire um
papel central. Isto, entretanto, nem sempre foi assim, pois, no passado, vantagens de
localização, assim como o acesso à mão-de-obra barata, recursos naturais e ao capital
financeiro tinham papéis muito mais determinantes.
Durante a maior parte do século XX, a tecnologia foi considerada, nos modelos macro-
ecônomicos, como um fator exógeno às funções de produção ou embutida nos fatores
tradicionais: capital e trabalho. Com a contribuição de Solow - o cálculo do “resíduo” -
passou-se a considerar a tecnologia como um fator explícito de produção, que explicaria
entre 0,1% e 0,5% do crescimento econômico. Estudos mais recentes de Kuznet e Solow
mostram, entretanto, que, nos anos 90, a inovação tecnológica tem sido responsável por
cerca de 70% do crescimento econômico e, talvez, por entre 80% e 90% dos ganhos de
produtividade (Quinn et alii, 1997). Outros estudos mais focados na ligação direta entre
investimentos em conhecimento e desempenho econômico vem reforçando tais
argumentos:
     Em um estudo econométrico envolvendo 29 países, mostrou-se que investimentos
        em educação são responsáveis por cerca de 25% do crescimento econômico
        (Psacharaopoulos, 1984);
     Vários estudos apontam para taxas privadas de retorno sobre investimentos em
        PD entre 20% e 30% e para taxas sociais destes mesmos investimentos superiores
        a 50% (OECD, 1996);
     Verificou-se que cada ano adicional de estudo implica em um aumento de
        produtividade de 8,5% no setor industrial e 13% no setor de serviços (The
        Economist, setembro, 1996, pag. 12).
Reconhecendo mudanças estruturais, principalmente nas economias mais avançadas, a
OECD vem, desde meados da década de 90, aprimorando indicadores destinados a medir o
progresso dos países rumo à “Sociedade do Conhecimento” (OECD, 1996 e 1999). Apesar
de reconhecer a dificuldade intrínseca de se medir algo que, em muitos casos, é tácito e de
difícil codificação eportanto, de difícil mensuração e valorização (precificação), a OECD
vem se esforçando em desenvolver indicadores das “knowledge-based economies”, ou seja,
indicadores que meçam a produção, distribuição e uso do recursos conhecimento. É
evidente, ademais, que os vários indicadores precisam ser avaliados em seu conjunto e que
relações de causalidade, entre resultados de investimentos em “conhecimento” e resultados

1
 O número de pedidos de patente no mundo saltou de cerca de pouco mais de 1 milhão/ano em meados dos anos oitenta
para mais de 7 milhões/ano no final da década de 90 (World Intellectual Property Organization).


                                                                                                                    2
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econômicos, devem ser analisadas com grande cautela. Apesar dos níveis de correlação
entre intensidade de conhecimento e desenvolvimento econômico serem bastante visíveis,
sólidos modelos econômicos (“the new growth theory”), ainda se encontram em estágios
incipientes de desenvolvimento (em comparação aos tradicionais modelos
macroeconômicos neoclássicos).
Considerando que para uma economia se tornar avançada é necessário se trilhar os caminho
que levem a construção de uma “Sociedade do Conhecimento”, este artigo tem o objetivo
de comparar as trajetórias de Brasil e Coréia do Sul rumo à construção de economias mais
intensivas em conhecimento (utilizando os indicadores normalmente utilizados pela OECD
e pelo Banco Mundial). A nosso ver, a comparação do desempenho da trajetória deste dois
países é altamente relevante, pois, nos últimos 50 anos, ambos países atravessaram
transições estruturais semelhantes nas suas economias e instituições (com relativa pouca
defasagem de tempo e clara vantagem para a Coréia em todas as transições):
        - De sociedades rurais para sociedades industriais;
        - Da substituição de importações para uma grande ênfase nas exportações;
        - De ênfase nas exportações para uma integração na economia mundial;
        - Do recebimento de investimentos produtivos internacionais para o investimento
           de empresas nacionais em países estrangeiros;
        - Da total dependência tecnológica para níveis crescentes de produção tecnológica
           própria e original;
        - De ditaduras para democracias;
Como veremos, embora, semelhantes nas etapas percorridas, a intensidade do grau de
transformação econômica, institucional e sociais dos dois países foram bem distintos. Neste
sentido, dividimos os indicadores, em quatro grupos:
        - Grupo 1: perfil demográfico básico;
        - Grupo 2: investimentos em educação, ciência e tecnologia, informática e
            telecomunicações;
        - Grupo 3: desempenho e competitividade do comércio exterior
        - Grupo 4: resultados macro-econômicos.
À luz dos indicadores apresentados, realizamos uma síntese comparativa da trajetória dos
dois países à luz de suas respectivas políticas industrias e uma avaliação crítica final da
situação nacional e discutimos algumas das implicações em termos de políticas nacionais
direcionadas à aceleração da construção da “Sociedade do Conhecimento” no Brasil.


2. Dados Comparativos das trajetórias do Brasil e da Coréia do Sul

Os dados apresentados a seguir seguem metodologia desenvolvida pelo Banco Mundial sob
a liderança de Carl Dahlman2 para se comparar a trajetória de países rumo a Sociedade do
Conhecimento. Para este artigo selecionamos, pois, os mesmos grupos de indicadores
utilizados pelo Banco Mundial em suas análises. Em alguns casos, no entanto, quando


2
 Carl Dahlman vem realizando uma série de estudos para o Banco Mundial sobre as trajetórias de vários países rumo a
“Knowledge-Based Economy”. Estes estudos têm gerado relatórios com uma série de indicadores e análises focadas em
países específicos. O Brasil ainda não foi objeto de análise. A Coréia do Sul foi o primeiro país analisado.


                                                                                                                      3
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possível, procuramos realizar análises que transcorrem períodos mais longos do que aqueles
normalmente medidos pelo Banco Mundial.

2.1 Dados Demográficos Básicos
Quadro 1: Perfil Demográfico e Indicadores Sociais
                                   INDICADOR                                         ANO               Brasil         Coréia
 (a) População (milhões)                                                          1960                   70             25
                                                                                  1980                  119             38
                                                                                  1999                  168             47
 (b) População Urbana (% do total)                                                1999                 81 %            81 %
 (b) Expectativa de Vida no Nascimento                                            1999                   67             73
 (c) Expectativa de Vida Saudável                                                 2000                 59.1             65
 (b) Mortalidade Infantil (a cada 1000 nascimentos                                1992                   45            N/D
 com vida)                                                                      2000/1999              29,6              9
 (b) Índice de Corrupção*                                                         1997                  4.0             4.2
* Medido pela agência Transparency International (World Bank), onde o valor 0 denota um país cujas transações comerciais
estão totalmente envolvidas em corrupção e o valor 10 denota um país de práticas perfeitamente não corruptas. Fontes: (a) IBGE;
(b) Banco Mundial; (c) Nações Unidas

2.2 Investimentos em educação, ciência, tecnologia e telecomunicações

Figura 1: Evolução da Taxa de Analfabetismo
                             90

                             80
    % d a P o p u la ç ã o




                             70
                             60

                             50

                             40

                             30
                                                                                                     B r a s il
                             20

                             10
                                                           C o r é ia
                              0
                                  1953                1960                        1970                       1999

Fonte: (a) Banco Mundial; (d) Kim, Linsu., 1997; (e) MEC




                                                                                                                                  4
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Figura 2: Evolução das Matrículas do Segundo Grau - Colegial
                                         120
     % d a P o p u la ç ã o n a id a d
                                                                                                        C o r é ia
                                         100

                                           80
                                                                                                           B r a s il
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                                           20

                                                0
                                                    1960   1980                    1990                        1997

Fonte: National Center for Education Statistics, Digest of Education Statistics 2000,; dados de 1960: Kim, Linsu., 1997; Serviço de
Estatística da Educação e Cultura – MEC; IBGE

Figura 3: Evolução das Matrículas no Terceiro Grau - Universidade
                                         80
    % d a P o p u la ç ã o n a Id a




                                         70                                                             C o r é ia
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                                         50

                                         40

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                                          0
                                                    1960   1980                    1990                       1997

Fonte: National Center for Education Statistics, Digest of Education Statistics 2000,; dados de 1960: Kim, Linsu., 1997


Figura 4: Evolução dos Investimentos em PD
                                         3 ,5
                                                                                                           C o r é ia
                                           3

                                         2 ,5
        % do P




                                           2

                                         1 ,5
                                                                                                         B r a s il
                                           1

                                         0 ,5

                                           0
                                                    1973   1978                    1985                        1998

Fontes: (a) CNPq/Ministério da Ciência e Tecnologia; (b) Branscomb, L.  Ergas, H., 1996



                                                                                                                                      5
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  • 1. Rumo à “Sociedade do Conhecimento”: As Trajetórias do Brasil e da Coréia do Sul Tema: Políticas públicas, organização industrial e desenvolvimento tecnológico. Categoria: artigo científico José Cláudio Cyrineu Terra E-mail: jcterra@yahoo.com James Manoel Guimarães Weiss Instituto de Pesquisas Tecnológicas/ Divisão de Economia e Eng. de Sistemas E-mail: jmgweiss@ipt.br Resumo O trabalho compara as trajetórias de Brasil e Coréia do Sul rumo à construção de economias mais desenvolvidas, inovadoras e intensivas em conhecimento. Reconhecendo a dificuldade em se quantificar ou medir o recurso conhecimento, a comparação se fundamenta em indicadores econômicos normalmente adotados pela OCDE. Através de extensa pesquisa baseada em diversas fontes e bancos de dados, este artigo traz uma perspectiva de longo prazo que raramente é encontrada na literatura, no grau de detalhe apresentado. A análise comparativa do desempenho e da trajetória deste dois países é altamente relevante, pois, nos últimos 50 anos, eles atravessaram transições econômicas estruturais bastante semelhantes. Para efeito de análise, os indicadores foram classificados em quatro grupos: (1) perfil demográfico básico; (2) investimentos em educação, ciência e tecnologia, informática e telecomunicações; (3) desempenho e competitividade do comércio exterior e (4) resultados macro-econômicos. A análise comparativa, com base nesses indicadores, permite desenvolver uma avaliação crítica da trajetória econômica e tecnológica do Brasil nos últimos anos. Algumas das implicações dessa análise, em termos de políticas nacionais direcionadas à aceleração da construção da “Sociedade do Conhecimento” no Brasil, são também apresentadas e discutidas. Palavras-chave: Coréia do Sul Capacitação Tecnológica Sociedade do Conhecimento Educação Inovação Tecnologia Competitividade
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  • 5. !$ Rumo à “Sociedade do Conhecimento”: As Trajetórias do Brasil e da Coréia do Sul 1. Introdução e objetivos São muitos os sinais de que o “Conhecimento”, em suas várias formas, se tornou determinante para a competitividade tanto das empresas, como dos países. É crescente a parcela da população, principalmente nos países desenvolvidos, trabalhando exclusivamente com símbolos e com diversas formas de “Conhecimento”. Vive-se um momento de importante transição do ambiente econômico, onde são crescentes os esforços de proteção da propriedade intelectual1 e a gestão pró-ativa do conhecimento adquire um papel central. Isto, entretanto, nem sempre foi assim, pois, no passado, vantagens de localização, assim como o acesso à mão-de-obra barata, recursos naturais e ao capital financeiro tinham papéis muito mais determinantes. Durante a maior parte do século XX, a tecnologia foi considerada, nos modelos macro- ecônomicos, como um fator exógeno às funções de produção ou embutida nos fatores tradicionais: capital e trabalho. Com a contribuição de Solow - o cálculo do “resíduo” - passou-se a considerar a tecnologia como um fator explícito de produção, que explicaria entre 0,1% e 0,5% do crescimento econômico. Estudos mais recentes de Kuznet e Solow mostram, entretanto, que, nos anos 90, a inovação tecnológica tem sido responsável por cerca de 70% do crescimento econômico e, talvez, por entre 80% e 90% dos ganhos de produtividade (Quinn et alii, 1997). Outros estudos mais focados na ligação direta entre investimentos em conhecimento e desempenho econômico vem reforçando tais argumentos: Em um estudo econométrico envolvendo 29 países, mostrou-se que investimentos em educação são responsáveis por cerca de 25% do crescimento econômico (Psacharaopoulos, 1984); Vários estudos apontam para taxas privadas de retorno sobre investimentos em PD entre 20% e 30% e para taxas sociais destes mesmos investimentos superiores a 50% (OECD, 1996); Verificou-se que cada ano adicional de estudo implica em um aumento de produtividade de 8,5% no setor industrial e 13% no setor de serviços (The Economist, setembro, 1996, pag. 12). Reconhecendo mudanças estruturais, principalmente nas economias mais avançadas, a OECD vem, desde meados da década de 90, aprimorando indicadores destinados a medir o progresso dos países rumo à “Sociedade do Conhecimento” (OECD, 1996 e 1999). Apesar de reconhecer a dificuldade intrínseca de se medir algo que, em muitos casos, é tácito e de difícil codificação eportanto, de difícil mensuração e valorização (precificação), a OECD vem se esforçando em desenvolver indicadores das “knowledge-based economies”, ou seja, indicadores que meçam a produção, distribuição e uso do recursos conhecimento. É evidente, ademais, que os vários indicadores precisam ser avaliados em seu conjunto e que relações de causalidade, entre resultados de investimentos em “conhecimento” e resultados 1 O número de pedidos de patente no mundo saltou de cerca de pouco mais de 1 milhão/ano em meados dos anos oitenta para mais de 7 milhões/ano no final da década de 90 (World Intellectual Property Organization). 2
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  • 9. !$ econômicos, devem ser analisadas com grande cautela. Apesar dos níveis de correlação entre intensidade de conhecimento e desenvolvimento econômico serem bastante visíveis, sólidos modelos econômicos (“the new growth theory”), ainda se encontram em estágios incipientes de desenvolvimento (em comparação aos tradicionais modelos macroeconômicos neoclássicos). Considerando que para uma economia se tornar avançada é necessário se trilhar os caminho que levem a construção de uma “Sociedade do Conhecimento”, este artigo tem o objetivo de comparar as trajetórias de Brasil e Coréia do Sul rumo à construção de economias mais intensivas em conhecimento (utilizando os indicadores normalmente utilizados pela OECD e pelo Banco Mundial). A nosso ver, a comparação do desempenho da trajetória deste dois países é altamente relevante, pois, nos últimos 50 anos, ambos países atravessaram transições estruturais semelhantes nas suas economias e instituições (com relativa pouca defasagem de tempo e clara vantagem para a Coréia em todas as transições): - De sociedades rurais para sociedades industriais; - Da substituição de importações para uma grande ênfase nas exportações; - De ênfase nas exportações para uma integração na economia mundial; - Do recebimento de investimentos produtivos internacionais para o investimento de empresas nacionais em países estrangeiros; - Da total dependência tecnológica para níveis crescentes de produção tecnológica própria e original; - De ditaduras para democracias; Como veremos, embora, semelhantes nas etapas percorridas, a intensidade do grau de transformação econômica, institucional e sociais dos dois países foram bem distintos. Neste sentido, dividimos os indicadores, em quatro grupos: - Grupo 1: perfil demográfico básico; - Grupo 2: investimentos em educação, ciência e tecnologia, informática e telecomunicações; - Grupo 3: desempenho e competitividade do comércio exterior - Grupo 4: resultados macro-econômicos. À luz dos indicadores apresentados, realizamos uma síntese comparativa da trajetória dos dois países à luz de suas respectivas políticas industrias e uma avaliação crítica final da situação nacional e discutimos algumas das implicações em termos de políticas nacionais direcionadas à aceleração da construção da “Sociedade do Conhecimento” no Brasil. 2. Dados Comparativos das trajetórias do Brasil e da Coréia do Sul Os dados apresentados a seguir seguem metodologia desenvolvida pelo Banco Mundial sob a liderança de Carl Dahlman2 para se comparar a trajetória de países rumo a Sociedade do Conhecimento. Para este artigo selecionamos, pois, os mesmos grupos de indicadores utilizados pelo Banco Mundial em suas análises. Em alguns casos, no entanto, quando 2 Carl Dahlman vem realizando uma série de estudos para o Banco Mundial sobre as trajetórias de vários países rumo a “Knowledge-Based Economy”. Estes estudos têm gerado relatórios com uma série de indicadores e análises focadas em países específicos. O Brasil ainda não foi objeto de análise. A Coréia do Sul foi o primeiro país analisado. 3
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  • 13. !$ possível, procuramos realizar análises que transcorrem períodos mais longos do que aqueles normalmente medidos pelo Banco Mundial. 2.1 Dados Demográficos Básicos Quadro 1: Perfil Demográfico e Indicadores Sociais INDICADOR ANO Brasil Coréia (a) População (milhões) 1960 70 25 1980 119 38 1999 168 47 (b) População Urbana (% do total) 1999 81 % 81 % (b) Expectativa de Vida no Nascimento 1999 67 73 (c) Expectativa de Vida Saudável 2000 59.1 65 (b) Mortalidade Infantil (a cada 1000 nascimentos 1992 45 N/D com vida) 2000/1999 29,6 9 (b) Índice de Corrupção* 1997 4.0 4.2 * Medido pela agência Transparency International (World Bank), onde o valor 0 denota um país cujas transações comerciais estão totalmente envolvidas em corrupção e o valor 10 denota um país de práticas perfeitamente não corruptas. Fontes: (a) IBGE; (b) Banco Mundial; (c) Nações Unidas 2.2 Investimentos em educação, ciência, tecnologia e telecomunicações Figura 1: Evolução da Taxa de Analfabetismo 90 80 % d a P o p u la ç ã o 70 60 50 40 30 B r a s il 20 10 C o r é ia 0 1953 1960 1970 1999 Fonte: (a) Banco Mundial; (d) Kim, Linsu., 1997; (e) MEC 4
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  • 17. !$ Figura 2: Evolução das Matrículas do Segundo Grau - Colegial 120 % d a P o p u la ç ã o n a id a d C o r é ia 100 80 B r a s il 60 40 20 0 1960 1980 1990 1997 Fonte: National Center for Education Statistics, Digest of Education Statistics 2000,; dados de 1960: Kim, Linsu., 1997; Serviço de Estatística da Educação e Cultura – MEC; IBGE Figura 3: Evolução das Matrículas no Terceiro Grau - Universidade 80 % d a P o p u la ç ã o n a Id a 70 C o r é ia 60 50 40 30 20 B r a s il 10 0 1960 1980 1990 1997 Fonte: National Center for Education Statistics, Digest of Education Statistics 2000,; dados de 1960: Kim, Linsu., 1997 Figura 4: Evolução dos Investimentos em PD 3 ,5 C o r é ia 3 2 ,5 % do P 2 1 ,5 B r a s il 1 0 ,5 0 1973 1978 1985 1998 Fontes: (a) CNPq/Ministério da Ciência e Tecnologia; (b) Branscomb, L. Ergas, H., 1996 5
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  • 21. !$ Figura 5: Número de Publicações Científicas 16000 14000 C o r é ia 12000 10000 B r a s il 8000 6000 4000 2000 0 1980 1990 1996 2000 Fonte: Science Citation Index, Institute for Scientific Information Quadro 2: Indicadores da evolução dos investimentos em ciência e tecnologia INDICADOR ANO Brasil Coréia Participação do setor privado nos investimentos em 82 / 81 33 % 59 % PD 98 N/D 77 % (b) para os anos 82/81 (c) para os anos 88/87 e 98 (d) Cientistas e Engenheiros/ 1.000 pessoas Final 60’ 5.6 6.9 Final 70’ 5.9 22.0 (a), (e) Número de pesquisadores 1970 N/D 5.628 ** 1980 N/D 18.434** 1990 N/D 70.503 ** 95/94 41.107 * 117.446 ** (a), (e) Pesquisadores / 10.000 trabalhadores 1998 5 a 10 * 48 * CNPq: Estimativa Considerando número total de pesquisadores igual 48.781 em 2000 ** Inclui governo (13,2%), universidades (36,3%) e setor privado (50.5%) e não inclui assitentes de pesquisa, técnicos e pessoal de apoio. Número em parenteses representa distribuição em 1994. Fontes: (a) CNPq/Ministério da Ciência e Tecnologia (site: www.mct.gov.br); (b) Freeman, C Soete, L., 1997; (c) Kim, H.Y., 1996; (d) Dahlman, C. Andersson, T., 2000; (e) Kim, Linsu, 1999; (f) Kim, Linsu., 1997. 6
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  • 25. !$ Figura 6: Outorgas de Patentes nos Estados Unidos 4000 3500 C o r é ia 3000 2500 2000 1500 1000 500 B r a s il 0 6 3 -7 9 1983 1985 1993 1998 Fonte: U.S. Patent and Trademark Office Quadro 3: Evolução do número de patentes pedidas e outorgadas INDICADOR ANO Brasil Coréia Pedidos de Patentes no próprio país – Empresas 1990 2.430 9.083 Locais 1996 2.655 68.446 Pedidos de Patentes Internacionais – WIPO 1995 25.797 (24)* 96.557 (5)* Outorgas de Patentes Internacionais - WIPO 1995 2.659 (24)* 12.512 (14)* Receitas Internacionais com Royalties e Licenças 1990 $ 12 $ 37 (US$ milhões) 1996 $ 29 $ 168 * Número em parênteses denota o ranking mundial com relação ao número de pedido e obtenção de patentes. Em primeiro lugar se encontra o Japão com 388.957 pedidos e 109.100 outorgas de patentes. Fonte: Maskus, K. (1995) 7
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  • 29. !$ Quadro 4: Investimento (penetração) em informática e telecomunicações INDICADOR ANO Brasil Coréia do Sul (a), (b), (c) e (d) Penetração de PCs (% da 1993/1994 1% 10 % população) 1996 2% 13 % 2001/2000 7% 19 % (a) Exportações de Computadores (US$ milhões) 1983 N/D 112 1987 163 1.140 1992 175 2.722 (a) Importações de Computadores (US$ milhões) 1981/1983 304 204 1987 322 469 1992 629 1.638 (e) Penetração da Internet (% da população) Dez, 1999 4% 12 % Fev, 2001 6% 41 % (j) Internet hosts (por 1000 habitantes) 1996 5 39 2000 39 101 (f), (i) Penetração da Internet Banda Larga (% da Jan, 2001 0.1% 14%* população) (g), (h) Penetração de telefones fixos (% da Dez, 1999 15 % 46 % população) Dez, 2000 23 % N/D (g), (i) Penetração de telefones celulares (% da Dez, 1999 8% 53 % população total) Dez, 2000 13 % N/D * A Coréia apresenta a maior penetração mundial de Internet Banda Larga e a participação da indústria de informática no PIB coreano saltou de 9% em 1997 para 14% em 2002 (Business week, 10/06/02, pág. 27) Fontes: (a) Kim, H.Y., 1996; (b) Dahlman, C. Andersson, T., 2000; (c) Morgan Stanley, 2000; (d) CNPq/Ministério da Ciência e Tecnologia (site: www.mct.gov.br); (e) Computer Industry Almanac, 1999-2000; (f) OECD; (g) ANATEL; (h) International Telecommunications Union; (i) www.emarketer.com; (j) http://devdata.worldbank.org/data-query/ 2.3 Desempenho e Competitividade do Comércio Exterior Figura 7: Evolução das Exportações 200 180 C o r é ia 160 140 U S $ B ilh õ 120 100 80 60 B r a s il 40 20 0 1962 1973 1982 1993 1999 Fontes: (a) Kim, H.Y., 1996; (b)Viotti, E., May 1997; (c) Banco Mundial, (d) IPEA 8
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  • 33. !$ Figura 8: Evolução das Importações 140 C o r é ia 120 100 U S $ B ilh 80 60 B r a s il 40 20 0 1962 1973 1979 1993 1999 Fontes: (a) Kim, H.Y., 1996; (b)Viotti, E., May 1997; (c) Banco Mundial, (d) IPEA Quadro 5: Resultados do Comércio Exterior – outros dados INDICADOR ANO Brasil Coréia (b) Exportações (% do comércio internacional) 1994 0.8% 1.9% 2000 0.9% 2.7% (b) Exportação de produtos de alta tecnologia (% do total das 1995 5.2% 26.1% export. de manufaturados de cada país) 1999 13.4% 32.2% (c) Participação nas exportações mundiais de produtos 1984 0,7% 1,4% manufaturados 2001 0,7% 2,9% (b) Dívida Externa (US$ bilhões) 1979 $ 61.3 $ 22.9 1989 $ 114.5 $ 32.8 1999 $ 221.8 $ 136.1 (a) e (b) Dívida Externa como % das Exportações 1979 403 % 153 % 1989 333 % 53 % 1999 427 % 79 % Fontes: (a) Kim, H.Y., 1996; (b) Banco Mundial; (c) Estado de São Paulo, 12/05/2002, página B11 9
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  • 37. !$ Quadro 6. Exportações - principais produtos - Brasil e Coréia - (emU$ 1000) Pauta de Exportações BRASIL CORÉIA 1999 2000 1999 2000 Café 2.463 1.784 15 21 Polpa e Papel 1.243 1.602 1.835 1.656 Minério de ferro 2.746 3.048 - 0 Petróleo 377 702 5.452 9.011 Derivados de Petróleo 261 375 1.572 2.424 Tecidos de tricô/crochê 21 30 2.169 2.522 Equip. de computador 304 329 7.156 9.290 Equipamentos de escritório 145 143 3.203 10.021 Equipamentos Telecom 407 1.233 7.523 10.500 Válvulas, Transistores, etc. 148 234 21.843 24.688 Automóveis 1.138 1.768 9.968 11.896 Autopeças 1.446 1.572 1.708 1.792 Aviões e Aeroespacial 1.899 3.574 442 631 Navios/Barcos 12 8 7.490 8.229 Calçados 1.342 1.625 798 798 Fonte: ITC Databases, 2002 10
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  • 41. !$ Resultados econômicos Figura 9: Evolução do PIB per capita 9000 8000 Coréia 7000 6000 5000 Brasil U S$ 4000 3000 2000 1000 0 1973 1980 1993 1999 Fontes: (a) Banco Mundial ; (b) Viotti, E., May 1997 Figura 10: Taxa de “Catch-Up”* do PIB per capita em relação aos E.U.A. 1913-1950 1950-1989 4,0 % com relação aos E.U.A 3,0 2,0 1,0 0,0 -1,0 -2,0 Brasil Coréia Fonte: Angus Maddison , 1994 * Mede o quão rapidamente as rendas per capita de Brasil e Coréia se aproximam, em media, duranto o período, com a dos EUA. Um valor positivo significa que o “gap” está sendo diminuído e um valor negativo, significa que o “gap” está aumentando. 11
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  • 45. !$ Quadro 7: Resultados macro-econômicos – outros dados INDICADOR ANO Brasil Coréia do Sul (a) PIB (US$ billhões) 1979 $225 $64.4 1999 $ 791.4 $ 406.9 Agricultura (% do PIB) 1973 10.6 % 25.2 % (c) para os anos 1973, 1980 e 1988 1980 9.2 % 14.0 % (a) para o ano 1999 1988* 10.1 % 9.9 % 1999 8.4% 5.0% (b) Produção manufatureira / capita (US$) 1955 $ 50 $8 Razão entre valor da produção manufatureira e agrícola 1955 0.7 0.2 (b) para o ano 1955 1999 2.7 6.4 (a) para o ano 1999 (c) Participação do setor manufatureiro na economia (% do 1973 33.2 % 14.7 % PIB) 1988** 31.0 % 32.1 % 1992 25.9 % 31.4 % Fontes: (a) Banco Mundial ; (b) Freeman, C Soete, L., “The Economics of Industrial Innovation”, 1997; (c) Viotti, E., Passive and Active Learning Systems: A Framework to Understand Change in Late Industrializing Economies and Some Evidences from a Comparative Study of Brazil and South Korea, Tese de Doutorado, The Graduate Faculty of Political Science of The New School for Social Research, May 1997; 3. Síntese Comparativa entre as trajetórias do Brasil e Coréia do Sul Até meados dos anos 80 e, principalmente, na primeira metade do século XX, o Brasil apresentava um grau (e velocidade) de desenvolvimento superior ao da Coréia do Sul: De 1913 a 1950 o PIB/capita brasileiro cresceu a taxas superiores ao coreano (figura 10); Até 1980 o PIB/capita brasileiro era superior ao coreano. Atualmente o coreano é, aproximadamente, o dobro do brasileiro (figura 9); Apenas em 1988, a agricultura passou a ter uma participação na economia coreana inferior à participação da agricultura na economia brasileira (quadro 7); Apenas em 1988, o setor manufatureiro passou a ter uma participação na economia coreana superior à participação do setor manufatureiro na economia brasileira (quadro 7); Até início dos anos 80, a Coréia exportava e importava menos do que o Brasil. Atualmente, a participação coreana no comércio internacional é cerca de 3 vezes maior do que a participação brasileira (figuras 7 e 8 e quadro 5); Até início da década de 60, a Coréia do Sul apresentava índices de analfabetismo superiores ao Brasileiro e índices semelhantes de matrícula no segundo grau (figuras 1 e 2); Até início da década de 80, Coréia e Brasil apresentam índices semelhantes de matrícula no nível universitário (figura 3); Até o final da década de 70, o Brasil e Coréia investiam percentuais semelhantes de seus respectivos PIBs em PD (figura 4); Apenas no ano de 1996, a Coréia passou a produzir mais artigos científicos que o Brasil (figura 5); 12
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  • 49. !$ Até o final da década de 60, Coréia e Brasil apresentavam índices semelhantes de números de cientistas e engenheiros/capitã (quadro 2); Até meados dos anos 80, o Brasil conseguia mais patentes nos EUA do que a Coréia (figura 6); Em um curto espaço de tempo (cerca de 5 anos), no final da década de 80, a Coréia passou a ter uma participação muito mais significativa que o Brasil no comércio mundial de produtos de informática, tanto do ponto de vista de importações, como exportações (quadro 4). Atualmente, a pauta de exportações da Coréia é composta por um percentual muito maior de produtos de alta tecnologia e de alto valor agregado (quadros 5 e 6) ; O quadro 8, abaixo, apresenta, de maneira esquemática, a evolução das estratégias de industrialização de Brasil e Coréia do Sul ao longo do século 20. A análise destas macro- políticas dos dois países ajuda a explicar e, de certa maneira, a justificar as políticas nas áreas de educação, ciência e tecnologia que foram refletidas nos indicadores da seção anterior. Quadro 8. Comparação das estratégias de industrialização de Brasil e Coréia do Sul. Período Brasil Coréia Período 1880-1930 Exportação de Commodities 1910-45 1930-55 Substituição de Importações Primária: bens não-duráveis 1953-60 1955-68 Substituição de Importações Industrialização Orientada às 1961-72 Secundária: bens duráveis, bens Exportações Primária: intermediários e bens de capital manufaturados intensivos em mão-de-obra 1968-90 Continuidade da política de Substituição de Importações 1973- Substituição de Importações Secundária: indústria pesada e 1990 Secundária químicos Industialização Orientada às Exportações Secundária: Promoção Diversificada de produtos de alto valor agregado Exportações 1990- hoje Abertura de Mercado Global Player em produtos de 1990-hoje alto valor agregado Fonte: Baseado em Dicken, 1998 e Gereffi, 1990 Durante a primeira metade do século XX, ambos os países passaram por longos períodos (35 a 50 anos) de políticas orientadas às exportações de commodities, basicamente minerais e produtos agrícolas não processados ou semi-processados. Esta etapa gerou a acumulação de capital necessária ao primeiro fluxo de investimentos industriais dos dois países. A seguir, os dois países implementaram políticas de substituição de importações de produtos manufaturados não-duráveis, também conhecida por Substituição de Importações Primária. 13
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  • 53. !$ O Brasil fundamentou seu desenvolvimento econômico nesta estratégia de 1930 a 1955, enquanto que a Coréia adotou essa política somente entre 1953 e 1960 (Dicken, 1998). A partir de 1960, as estratégias dos dois países passam a divergir em pontos fundamentais. Enquanto o Brasil iniciava a segunda etapa de Substituição de Importações, visando a produção interna de bens de consumo duráveis, bens intermediários e bens de capital (1955-1968), a Coréia optou por uma política deliberada de Industrialização Orientada à Exportações de produtos manufaturados intensivos em mão-de-obra (1961- 1972). Em seguida, as trajetórias estratégicas dos dois países tomaram rumos ainda mais diferentes. O Brasil persistiu na estratégia de Substituição Secundária de Importações, ao mesmo tempo em que praticava políticas de promoção de exportações diversificadas, sem priorizar setores ou tipos de produtos (1968-1990). A Coréia, por sua vez, avançou para a Substituição Secundária de Importações enquanto completava a segunda etapa de sua estratégia de Industrialização Orientada ás Exportações: produção e exportação de manufaturados de alto valor agregado (1973-1990). Observou-se, ademais, que nestas décadas de 70 e 80, que o governo coreano passou rapidamente a desestimular a presença de empresas coreanas em setores intensivos em mão-de-obra barata (ex: têxteis) e a fomentar o desenvolvimento de empresas de capital nacional em setores intensivos em conhecimento (semicondutores, eletro-eletrônicos, automobilístico, etc). O Brasil, ao contrário, já contava, em boa medida, com a participação de multinacionais atuando, nestes setores intensivos em conhecimento, em território nacional. Neste período a Coréia estimulou, principalmente por meio de crédito barato e outros tipos de incentivos à exportação e subsídio à PD cooperativa, o desenvolvimento de grandes grupos nacionais privados (chaebols) que pudessem ter escala suficiente para competir globalmente. No Brasil, o foco continuou a ser o mercado interno e, em boa medida, as grandes empresas nacionais eram do setor público. Em 1990, quando o Brasil inicia o processo de abertura de mercado, abandonando a estratégia de substituição de importações, os dois países já se encontravam em estágios bastante diferentes de desenvolvimento industrial. A Coréia passa a aumentar substancialmente a sua participação no mercado mundial através das exportações de manufaturados de elevado conteúdo tecnológico alto valor agregado: automóveis, navios, computadores, componentes eletrônicos, equipamentos de telecomunicações, etc. Os volumes de exportações alcançados (vide quadros 5 e 6), caracterizam o país como um global player nestes setores industriais. O Brasil, por sua vez, encontra grande dificuldade em equilibrar sua balança comercial e apresenta uma pauta de exportações bastante diversificada com incidência de commodities (café, polpa e papel, minério de ferro) e de alguns produtos de alto valor agregado (aviões, equipamentos de telecomunicações, automóveis e autopeças) em volumes de transação em geral, bastante inferiores aos da Coréia. Grande parte do avanço da Coréia do Sul rumo à “Sociedade do Conhecimento” se explica por sua trajetória de desenvolvimento industrial. Ao optar por um modelo de desenvolvimento exportador, baseado em produtos de alto valor agregado produzidos por empresas privadas de capital nacional, a Coréia teve que lançar as bases para um desenvolvimento educacional, científico e tecnológico muito mais focado em algumas áreas do conhecimento e adequado aos seus propósitos de desenvolvimento. O Brasil, ao 14
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  • 57. !$ contrário, embora, passando por algumas fases de desenvolvimento semelhantes ao da Coréia, não conseguiu, a nosso ver, desenvolver uma estratégia de desenvolvimento claramente alinhada com uma estratégia de desenvolvimento de bases específicas de conhecimento. 4. Conclusões e implicações para o Brasil Atualmente a Coréia segue rumo a uma rápida inserção na economia digital e em rede. Como vimos, já é o país com a maior penetração de Internet banda larga no mundo e também apresenta altíssimos níveis de penetração de vários outros serviços de telecomunicação e de informática. Isto não quer dizer que o Brasil também não persiga objetivos semelhantes aos coreanos (têm feito isto nos últimos 30 anos). O que nos parece um problema sério é o fato de o Brasil sempre ficar no meio do caminho em um mundo globalizado e super competitivo onde “The winner takes it all”. Parece, sobretudo, nos faltar uma ambição de nos tornarmos líderes mundiais nas áreas intensivas em conhecimento que nos propomos a competir. Talvez seja a dimensão continental do país que leve nossos policy-makers e empresários a limitarem suas ambições ao mercado interno como se a política de substituição de importações ainda estivessem em pleno funcionamento. De fato, pudemos observar que na última década, o país imerso em sua luta para conseguir a tão necessária estabilidade macro-econômica, não conseguiu estabelecer uma estratégia para se tornar um player na Sociedade Globalizada do Conhecimento. É evidente que o estabelecimento de relações causais entre os investimentos em “conhecimento” e resultados econômicos obtidos pelos dois países é muito difícil do ponto de vista de modelagem matemática. Esperamos, no entanto, ter levado os leitores a importantes reflexões sobre as estratégias rumo à Sociedade do Conhecimento do Brasil e Coréia do Sul. Analisando os dados apresentados na segunda parte deste trabalho fica evidente que a Coréia do Sul realizou esforços muito mais intensivos que o Brasil no sentido de: Erradicar o analfabetismo e elevar o nível geral de educação de sua população; Elevar, de maneira geral, os investimentos em ciência e tecnologia; Desenvolver tecnologias de alto valor comercial e que compensam os esforços de obter patentes internacionais; Inserir a sociedade coreana na economia digital fomentando níveis elevadíssimos de investimento nas áreas de informática e telecomunicações; Ampliar fortemente a participação coreana nos fluxos de comércio internacional. Não há dúvidas que, em praticamente todos os indicadores relativos ao desempenho econômico, a Coréia do Sul teve um desempenho muito superior ao do Brasil neste últimos 20 anos. Este fato, analisado de maneira casual, não chega a ser surpresa. No entanto, quando verificamos que este descolamento nas trajetórias dos dois países ocorreu em um espaço de apenas uma geração, fica evidente o potencial de uma estratégia nacional focada, em boa medida, no recurso conhecimento. 15
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  • 61. !$ Ficam assim, a nosso ver, reduzidos os argumentos daqueles que tendem a ver um certo determinismo étnico e cultural associado ao desenvolvimento dos países. A predominância do confucionismo na Coréia do Sul e sua ênfase na educação e no trabalho é muitas vezes associada ao desempenho econômico coreano (Landes, 1998). No entanto, podemos argumentar que o confucionismo na Coréia existe há centenas de anos e, mesmo assim, até meados dos anos 50, a Coréia era um país muito mais atrasado (e colônia japonesa antes da segunda guerra mundial0 que o Brasil, com uma economia estagnada, rural, inerte e fechada a influências externas. Além disso, é conhecido o fato de que a Coréia tem apresentado vários problemas semelhantes ao Brasil ao longo das últimas décadas (Fukuyama, 1996), tais como: Um estilo gerencial autoritário, hierárquico e centralizado na maior parte de suas empresas; Uma sociedade com classes sociais bem distintas; Níveis relativamente elevados de disputas trabalhistas; Elevados níveis de corrupção, Pequenas e médias empresas muito frágeis, pouco inovadoras e sem acesso ao crédito. Etc. Com isto, não queremos dizer que não acreditamos que estes fatores sócio-culturais e políticos (ex: apoio norte-americano) não tenham impacto econômico relevante (Ciências Econômicas sempre farão parte das Ciências Sociais). A nosso ver, no entanto, a Era do Conhecimento torna, imprescindível a elaboração, concomitante, de estratégias para: Elevação dos patamares de educação (conhecimento) da população em todos os níveis; Aumentar a produção científica em setores estratégicos e com potencial de rápido crescimento econômico mundial (principalmente onde haja oportunidades de desenvolvimento de competência e escala de padrão mundial); Dinamizar setores onde o país já seja competitivo por meio de estratégias de geração e disseminação de conhecimentos/tecnologias estratégicas; Disseminar no mundo empresarial uma melhor apreciação das técnicas gerenciais envolvidas na criação, organização, disseminação e proteção de capital intelectual; Desenvolver a infra-estrutura e políticas públicas que permitam às empresas e população se inserirem na sociedade digital e estimulem a formação e/ou dinamização de redes econômicas e de conhecimento; Desenvolver políticas industriais que estimulem a participação das empresas nacionais no comércio internacional, principalmente, em produtos de alto valor agregado (como no caso dos planos qüinqüenais coreanos existentes desde a década de 60 – Fukuyama, 1996 e Kim, 1997 e 1999). Este artigo não teve a pretensão de discutir políticas específicas para cada uma das áreas de ação listadas acima, mas destacar, à luz de uma comparação detalhada (raramente efetuada 16
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  • 65. !$ na literatura) das trajetórias do Brasil e Coréia do Sul, que é possível realizar transformações significativas na estrutura econômica de uma nação em um relativo curto espaço de tempo. A título de exemplo bem específico, poderíamos citar o caso Embraer. Em apenas cinco anos, a empresa saiu da falência para se tornar a maior empresa exportadora brasileira (anos 1999, 2000 e 2001). Fatos como este só podem acontecer em produtos/setores intensivos em conhecimento. Infelizmente este é um dos poucos setores nacionais onde ouve uma confluência de políticas coordenadas na área de educação superior, investimentos em PD, políticas de incentivo às exportações, poder de compra do governo, infra-estrutura municipal e regional, etc. Neste artigo, procuramos, principalmente, contrastar as trajetórias rumo à Sociedade do Conhecimento do Brasil e da Coréia do Sul apenas sob o ponto de vista da evolução dos indicadores tipicamente usados pelo Banco Mundial e OECD reconhecendo que estratégias de investimento em “conhecimento”, embora muito importantes, não são suficientes para o desenvolvimento econômico e social de um país. Políticas industriais coerentes com a “estratégia de conhecimento”, bem como níveis elevados de estabilidade política, econômica e institucional e níveis adequados de juros, poupança e investimentos internos e externos, também são fundamentais. A comparação com a trajetória da Coréia do Sul é particularmente útil para aqueles responsáveis por políticas econômicas, industriais, científicas, tecnológicas e educacionais brasileiras. A Coréia do Sul é um dos poucos países de padrão populacional relativamente grande (50 milhões contra 170 milhões do Brasil) que conseguiram fazer uma rápida transição de um estágio de subdesenvolvimento para se tornar um dos países mais dinâmicos do grupo dos países desenvolvidos (a economia coreana vem crescendo a uma taxa média de 7% aa desde 1999 – Business Week, 10/10/2002). Esperamos que este artigo exploratório venha a estimular ainda mais o estudo das estratégias de inserção da economia coreana na Sociedade do Conhecimento por parte de pesquisadores e policy-makers nacionais. Acreditamos que muitas lições poderão ser transplantadas para o Brasil. 5. Bibliografia Angus Maddison, Explaining the Economic Performance of Nations, 1820-1989, in: Baumol, Nelson and Wolff (eds.), Convergence of Productivity, Oxford University Press, pág. 27, 1994 Branscomb, L. Ergas, H., Contrasting Models: Brazil and Small European Countries, 1996, in: Korea at the turning point: innovation-based strategies for development, edited by Lewis M. Brascomb and Young-Hwan Choi, Praeger Publishers, 1996 Banco Mundial, http://devdata.worldbank.org/data-query/ CNPq/Ministério da Ciência e Tecnologia (site: www.mct.gov.br) Dahlman, C. Andersson, T., Korea and the Knowledge-based Economy, World Bank Institute, 2000 Dicken, P., Global shift: transforming the world economy. 3.ed. New York: The Guiford Press, 1998. 496p. 17
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  • 69. !$ Freeman, C Soete, L., The Economics of Industrial Innovation, Pinter, London, 1997 Fukuyama, F., Trust: The Social Virtues and the Creation of Prosperity, Free Press, 1996 Gereffi, G.; Wyman, D.L., Manufacturing miracles: paths of industrialization in Latin America and East Asia. Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1990. 416 p. Institute for Scientific Information, Science Citation Index Kim, H.Y., Políticas Governamentais na Indústria de Computadores e Periféricos: Uma Análise Comparativa entre Coréia do Sul e Brasil, Dissertação de Mestrado, FEA_USP, 1996 Kim, L., The Dynamics of Samsung’s Technological Learning in Semiconductors, California Management Review, vol. 39, n. 3, Spring 1997, pages, 86-100 Kim, L., Imitation to innovation: the dyanmics of Korea’s technological learning, Harvard College Press, 1997 Kim, Linsu, Learning and innovation in economic development, Edward Publishing, Inc, 1999 Landes, D., The Wealth and Poverty of Nations: why some are so rich and some are so poor, Norton, 1998 Maddison, A., Explaining the Economic Performance of Nations, 1820-1989, in: Baumol, Nelson and Wolff (eds.), Convergence of Productivity, Oxford University Press, pág. 27, 1994 Maskus, K., Intellectual Property Rights, Institute for International Economics, 2000 MEC, Serviço de Estatística da Educação e Cultura National Center for Education Statistics, Digest of Education Statistics 2000, NCES-2001- 034, http://nces.ed.gov/pubs2001/digest/ OECD, The Knowledge-Based Economy, General Distribution, OECD/GD (96) 102 OECD, OECD Science, Technology and Industry Scoreboard, Benchmarking Knowledge- based Economies, 1999 Psacharaopoulos, G., The Contribution of Education to Economic Growth, in J.W. Kendrick (ed.), International Comparisons of Productivity and Causes of Slowdown, Ballinger Publishing Co., Cambridge, 1984 Quinn, J. B. et alii, Innovation explosion: using intellect and software to revolutionize growth strategies, The Free Press, New York, NY, 1997 The Economist, Setembro, 1996, pág. 12 UNESCO/OECD – World Education Programme, Investing in Education: Analysis of the 1999 World Education Indicators, Fev, 2000 U.S Department of Commerce, The Emerging Digital Economy II, June 1999 U.S. Department of Commerce, Falling through the net: defining the digital divide: A report on the Telecommunications and Information Technology Gap in America, July 1999 18
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  • 72. ! #!
  • 73. !$ Viotti, E., Passive and Active Learning Systems: A Framework to Understand Change in Late Industrializing Economies and Some Evidences from a Comparative Study of Brazil and South Korea, Tese de Doutorado, The Graduate Faculty of Political Science of The New School for Social Research, May 1997 19