O documento discute as mudanças na comunicação e no ativismo digital. Aborda três processos básicos de comunicação, o amadurecimento da internet e o ciclo da informação. Também analisa o impacto das redes sociais na forma de se comunicar e reagir, além de seus efeitos na vida real. Por fim, examina casos de ativismo digital como Kony 2012 e a plataforma Catarse, concluindo que os efeitos práticos são essenciais para manter um assunto relevante.
2. AGENDA
1. Processos básicos de comunicação,
amadurecimento da internet e o ciclo da
informação
2. As redes sociais: mudança na forma, na reação
e na vida “real”
3. Ativismo digital
4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática
5. Considerações Finais
6. Bibliografia
3. 1. Processos básicos de comunicação, amadurecimento da internet e o ciclo da informação
PROCESSOS BÁSICOS DA
COMUNICAÇÃO
• Interpessoal - pessoas que se comunicam presencialmente,
interagem;
• Massa - pressupõe transmissão e recepção de produtos a
distância, com uma interatividade simulada;
• Ciberespacial - a modalidade mais avançada, mediada
pelo computador e feita através de redes interativas.
4. 1. Processos básicos de comunicação, amadurecimento da internet e o ciclo da informação
INTERNET MADURA
• Com o amadurecimento da internet, as
pessoas perceberam que lá eles tinham não só
o acesso, mas a possibilidade de discutir, criar
e divulgar novos conteúdos
• Um canal de informação passou a ser um
canal de interação
5. 1. Processos básicos de comunicação, amadurecimento da internet e o ciclo da informação
CICLO DA INFORMAÇÃO
• Cerca de 80 milhões de brasileiros tem acesso aberto a
informações variadas, não mais totalmente dependentes
dos grandes conglomerados de mídia que concentram as
informações em seus canais.
• Porém, com a informação ao alcance de todos ficamos
sobrecarregados, levando o público em geral a busca pelos
serviços de curadoria de informação.
• Desta forma retorna-se ao início do ciclo, já que os
portais de curadoria mais procurados são aqueles “confiáveis”
por sua tradição nos antigos meios de comunicação.
6. 2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”
AS REDES SOCIAISa ter
• Com a massificação das redes sociais esse ciclo passou
mais uma etapa: a curadoria pessoal.
• Agora, além dos grandes portais, você também pode ser
impactado por algum amigo, o que descentraliza e
dissemina o poder da informação, fazendo com que
seja possível uma pessoa divulgar um conteúdo a uma
grande massa sem depender de um veículo específico.
7. 2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”
MUDANÇA DA FORMA
• O reflexo de tudo isso é a mudança da forma que se
comunica hoje em dia.
• Para que se tenha atenção em meio a tantas
informações você precisa mostrar seu conteúdo de uma
forma diferente.
• Palavras e gestos dão lugar a manifestos em vídeos,
pedidos de doação em imagens e a tentativa de
conscientização em formato de infográfico.
8. 2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”
MUDANÇA DA REAÇÃO
• Se fisicamente, quando conta algo a alguém, você deseja que
essa pessoa sorria, pergunte sobre ou dissemine a
informação para as outras pessoas, no Facebook, por
exemplo, isso foi transformado em like, comments e share.
• Claro que não podemos comparar o nível das duas
interações, afinal a lembrança e a importância das interações
físicas é biologicamente maior, por todos os sentidos que
as envolve.
9. 2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”
COMPORTAMENTO NAS
REDES SOCIAIS
• As redes sociais estão nos deixando mais solitários ou mais sociáveis?
• Usuários destes canais possuem um comportamento altamente
narcisista, exibicionista, incentivados pelas próprias redes e isso
acaba fazendo o usuário muitas vezes ter uma vida digital
completamente diferente da vida real.
• Isso cria uma pressão gigantesca nas pessoas, afinal as percepção de
falha, medos e problemas não vão para as timelines, por mais
que sejam muito mais corriqueiras que qualquer viagem ou evento.
• A frase que direciona a postagem do consumidor na rede de Mark
Zuckerberg é “No que você está pensando”, mas é interpretada
como “O que você quer que as pessoas pensem de você?”.
10. 2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”
EFEITOS REAISdigital afeta talvez um
• Um bom exemplo é como sociabilidade
I
dos maiores ícones do relacionamento entre os brasileiros, os bares.
• Phone Stacking: Um movimento social tentando combater a sociabilidade
digital pode parecer, e até ser, extremo, mas o fato é que, até que consigamos
conciliar nossas duas vidas em uma só, isso se mostra como uma necessidade.
• Segundo Marche, “não é o Facebook que está nos tornando mais
solitários. Nós é que estamos”. Como qualquer ferramenta,
podemos usá-la bem ou mal.
• Baudrillard: “A pergunta que se coloca, então, é se a visão de
mundo que as redes sociais oferecerão será uma construção
coletiva pautada numa razoabilidade crítica e libertadora ou
uma nova forma de simulacro”
11. 2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”
EFEITOS REAIS II o que acontece
• Por outro lado, as pessoas conversam muito sobre
nas redes sociais. Acaba sendo um trampolim para uma conversa
física mais profunda.
• É muito mais fácil localizar alguém, ou manter contato com
alguém. Amizades antigas são reatadas.
• Acaba sendo uma forma de filtro, um tipo de preconceito
virtual. O que a pessoa curte, o que ela posta, acaba moldando-
a.
12. 3. Ativismo digital
ATIVISMO DIGITAL causas
• O Ativismo Digital é o nome dado a prática de apoiar
pelas redes sociais.
• “É ofensivo dizer que a tecnologia é que permite uma revolução,
quando temos pessoas morrendo por causa disso” - Leila Nachawati,
espanhola de ascendência síria e ativista pelos direitos de liberdade de expressão
• “Mudar o mundo é muito mais legal que ficar jogando online.
Quantas pessoas passam o tempo atirando em coisas que
simplesmente não existem”. Charles Lenchner, representante do movimento
Occupy Wall Street
• Portanto o grande diferencial não é o fato de ter se envolvido
momentaneamente e nem compartilhado o conteúdo, mas sim
as consequências práticas e o efeitos que aquele conteúdo
causaram em você.
13. 3. Ativismo digital
INÍCIO DO ATIVISMO DIGITAL
• Começo impulsionado por conteúdos de massa (séries, filmes,
games)
• A experiência de apenas consumir a informação foi expandida
buscando uma maior profundidade, gerando um conhecimento
coletivo.
• Survivor, American Idol, Matrix, Lost
14. 3. Ativismo digital
ATIVISMO cult, pode ser chato. HOJE
• Pode ser moda, pode ser
DIGITAL
• Vai desde curtir a página do Greenpeace ao compartilhamento
de fotos de cachorros maltratados com a esperança de que o
Facebook doe um centavo.
• Avaaz – o seu amigo socialista agora tem um site. Reúne causas
por todo o mundo e através de ações como petições online, envio
de emails coletivos e até organização de eventos físicos tenta usar
a força coletiva para mudar a situação atual.
15. 4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática
CASO KONY ugandense que forçou um
• Kony é o chefe de uma guerrilha
número estimado de 66 mil crianças a lutarem em massacres
visando o poder do país. As disputas começaram em 1986, mas o
caso veio à tona apenas em 2012 com um vídeo feito pela ONG
Invisible Children, denunciando os massacres.
• Com 32 milhões de visualizações em três dias, Kony 2012 tornou-se
o maior viral da história.
• O vídeo contrariou qualquer “guia” de viralização de um vídeo na
internet: ao invés da duração média de 2 minutos o vídeo tem 30
minutos, não é engraçado, não têm famosos, nem gatos.
16. 4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática
CASO KONY
17. 4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática
COMO ELEque, de maneira didática e envolvente,
• Ele é uma superprodução
CHEGOU LÁ?
te faz abraçar uma causa complexa e, principalmente,
"desconhecida".
• O fato de ser uma causa desconhecida é o potencializador da
sua divulgação nas redes sociais, afinal após se envolver com a
história você sente-se obrigado a angariar o máximo de pessoas
que compartilhem da sua opinião.
• Além disso, o vídeo o incentivava a disseminar essa
informação, seja comprando camisetas, canecas ou adesivos que
mostravam a causa; ou aderindo ao Kony Day, um dia onde
todos aqueles que aderiram à causa deveriam marcar os locais em
que vive para abrir os olhos do mundo.
18. 4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática
ELE CHEGOUumLÁ?porém não teve
• A questão é que Kony tornou-se fenômeno,
um bom timing. Foi lançado no dia 5 de março, com o objetivo
de mobilizar o mundo no dia 20 de abril, dia onde todos
chamariam a atenção para esta causa.
• Porém a ascensão meteorológica acabou prejudicial para seu
objetivo final, e já na segunda semana ele caiu no esquecimento
do público em geral. Para contribuir com a queda (ou voltar a
colocar o assunto em pauta) surgiram denúncias contra a ONG
produtora do vídeo, vindas até do próprio povo de Uganda.
• Por fim, 15 dias antes do grande dia eles fizeram outro vídeo, se
explicando das acusações e tentando reacender a chama. Não
funcionou, o assunto já tinha passado e este segundo vídeo teve
apenas 2 milhões de visualizações até hoje, pouco mais de 2% do
vídeo inicial.
19. 4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática
ELE CHEGOU LÁ? 5/mar Primeiro vídeo 20/abr Kony Day
Análise das citações de Kony na web, feita através do Google Trends
20. 4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática
PIERCE EXPLICAé a concepção de
• A principal base do método criado por Pierce
que ideias e conceitos que não tem efeitos práticos são esquecidos.
• O caso de Kony 2012 é um claro exemplo de algo que caiu no
esquecimento pois aquilo não teve um efeito prático na vida das
pessoas.
21. 4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática
A DIFERENÇA PRAGMÁTICA
DO CATARSE
• Um desdobramento diferente do ativismo social que pode
demonstrar a diferença que os efeitos fazem é a plataforma
Catarse, site onde as pessoas podem colocar projetos e pedir
doações.
• Se acabasse por aí seria algo comum, mas em troca da doação o
projeto oferece benefícios exclusivos como workshops ou
exemplares únicos.
• Ou seja, desta forma os projetos tem alguma interação maior
com as pessoas, causando assim efeitos mais duradouros.
22. 5. Considerações Finais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Em uma sociedade conectada, as pessoas tem necessidade da
troca de conteúdos tanto pela informação em si quanto pela
questão do status, é interessante mostrar aos outros que você é
uma pessoa informada e socialmente ativa.
• O pragmatismo de Pierce nos ensina a entender as características
desta sociedade, onde a volatilidade pode ser combatida pela
ação que o seu público irá tomar relativa ao seu conteúdo.
• Por fim, podemos concluir que por mais que o ciberespaço seja
importante no relacionamento interpessoal, é sempre importante
lembrar que é o mundo real que alimenta o virtual, portanto,
por mais importante que seja o papel da internet, uma
revolução não irá acontecer apenas em bytes.
23. 6. Bibliografia
BIBLIOGRAFIA
• AUSTIN, John Langshaw. Quando dizer é fazer: palavras e ação. Trad.: Danilo Marcondes de Souza filho. Porto
Alegre: Artes Médicas,1990.
• CARROL, ROY. Kony 2012 Cover the Night fails to move from the internet to the streets.
http://www.guardian.co.uk/world/2012/apr/21/kony-2012-campaign-uganda-warlord. Acessado em 06/05/2012
• IKEDA, ANA. Militantes dão dicas de ‘ativismo digital’ e diminuem papel das redes sociais em revoluções
http://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br/2012/02/10/militantes-dao-dicas-sobre-ativismo-digital-e-falam-do-
papel-das-redes-sociais-em-movimentos-como-o-ocupe-wall-street/. Acessado em 06/05/2012
• JENKINS, HENRY. Cultura da Convergência. 2 ed. São Paulo: Aleph, 2009
• MARCHE, Stephen. Is Facebook Making Us Lonely? http://www.theatlantic.com/magazine/archive/2012/05/is-
facebook-making-us-lonely/8930/# Acessado em 26/06/2012
• MARQUES, Franscisco Paula Jamil de Almeida. “Cidadania Digital: A Internet como ferramenta social”.
INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – XXV Congresso Brasileiro de
Ciências da Comunicação – Salvador/BA – Set/2002
• ROMANINI, Vinicius. Tudo azul no universo das redes. Revista USP, n. 92, 2011-2012.
• SILVEIRA, Lauro F. Barbosa. Curso de Semiótica Geral. São Paulo: Quartier Latin, 2007