O documento descreve a teoria behaviorista de John Watson. Ele defendia que (1) apenas o comportamento observável deveria ser estudado pela psicologia, (2) o ser humano é produto de sua educação e meio ambiente, e (3) os processos mentais internos não causam o comportamento.
1. Psicologia
–
B
Watson
e
o
Behaviorismo
John
Watson
e
o
Behaviorismo
Segundo
Watson,
a
psicologia
é
uma
parte
da
ciência
natural
cujo
objecto
é
a
conduta
humana;
a
vida
psíquica
ou
a
consciência
não
necessitam
de
menção.
A
linguagem
é
só
“um
tipo
de
conduta
tão
objectiva
como
o
basebol”
e
pensar
não
é
mais
do
que
falar
de
nós
próprios.
Portanto,
segundo
Watson,
os
processos
mentais
ou
da
consciência,
se
existem,
não
podem
ser
estudados
cientificamente.
CONCLUSÕES
OBJECTO
DE
ESTUDO
DA
PSICOLOGIA
PARA
WATSON
§ Para
Watson
apenas
o
comportamento
(actividade
observável
e
verificável)
pode
ser
objecto
de
estudo
da
psicologia.
O
comportamento
é
a
resposta
observável
a
estímulos
igualmente
observáveis,
dependentes
destes,
isto
é,
varia
em
função
da
situação
ou
do
meio.
§ O
comportamento
é
uma
relação
causal
entre
situações
e
respostas
a
essas
situações
ou
conjuntos
de
estímulos
(ordens,
recompensas,
castigos,
etc.).
toda
a
resposta
se
deve
algum
estímulo
e
a
todo
o
estímulo
se
segue
uma
resposta;
assim,
existe
um
determinismo
comportamental
de
causa
e
efeito
(leis).
§
A
psicologia
não
deve
centrar-‐se
na
análise
da
estrutura
dos
processos
mentais,
mas
na
explicação
e
controlo
do
comportamento.
CONCEPÇÃO
DE
SER
HUMANO
PRESENTE
NESTA
TEORIA
§ O
ser
humano
é
o
resultado
de
diversos
processos
de
aprendizagem
(somos
o
modo
como
fomos
educados
e
a
forma
como
crescemos
num
certo
meio,
respondendo
às
situações).
Homem
=
produto
social.
POSIÇÃO
ACERCA
DOS
SEGUINTES
CONCEITO
DICOTÓMICOS
INATO/ADQUIRIDO
§ Se
somos
produtos
do
meio,
se
somos
o
que
a
socialização
e
a
educação
fazem
de
nós,
então
o
factor
hereditário
ou
inato
é
irrelevante.
Os
teóricos
em
parte
influenciados
pela
perspectiva
behaviorista
tendem
a
apontar
as
variações
culturais
no
comportamento
dos
indivíduos
como
evidência
de
que
este
é
o
fundamentalmente
condicionado
pelo
ambiente
social.
CONTINUIDADE
/
DESCONTINUIDADE
§ Watson
defende
que
os
princípios
de
aprendizagem
que
se
aplicam
ao
desenvolvimento
humano
na
infância
são
praticamente
os
mesmos
que
se
aplicam
aos
adolescentes.
Muitos
partidários
do
behaviorismo
pensam
que
não
faz
sentido
falar
de
adolescência
ou
estádios
do
desenvolvimento
sobrevalorizam
a
descontinuidade
entre
infância
e
idade
adulta.
§ Watson
entende
que
o
desenvolvimento
individual
é
gradual,
cumulativo,
contínuo,
sem
alterações
bruscas
de
ritmo
(mudança
quantitativa),
uniforme.
2. Psicologia
–
B
Watson
e
o
Behaviorismo
EXTERNO
/
INTERNO
§ Segundo
Watson,
as
causas
de
um
comportamento
não
estão
no
interior
da
personalidade
do
indivíduo.
A
ideia
de
que
o
comportamento
seria
causado
por
factores
que
atuariam
no
interior
do
sujeito
(temperamento,
pensamentos,
intenções,
necessidades
e
motivações)
era
para
Watson
cientificamente
prejudicial
e
devia
ser
abandonada.
§ O
progresso
científico
na
psicologia
exigia
o
abandono
do
mentalismo.
Não
é
cientificamente
correto,
nesta
perspectiva,
dizer
que
“Manuel
bate
nas
pessoas
porque
é
agressivo”.
As
causas
do
comportamento
de
um
indivíduo
estão
fora
dele,
nos
condicionamentos
a
que
foi
submetido.
§ Neste
sentido,
e
porque
aquilo
que
somos
é
inferido
do
que
fazemos,
devemos
dizer
que
“Manuel
é
agressivo
porque
bate
nas
pessoas”.
A
vida
interna
ou
mental
(sentimentos,
pensamentos)
não
devia
ser
considerada
condutora
do
comportamento
ou
da
actividade
observável.
§ Pensamentos
e
sentimentos
são
simples
produtos
derivados
de
factores
ambientais
que
condicionaram
ou
causaram
a
atividade
manifesta
ou
observável
(a
agressividade).
Por
exemplo,
escutar
uma
música
que
marcou
um
jantar
memorável
com
a
namorada
pode
levar-‐nos
a
pensar
nela
ou
mesmo
a
telefonar-‐lhe.
A
causa
real
é
externa
–
música
–
e
não
interna
–
pensar
nela.
§ A
sobrevalorização
do
externo
face
ao
interno
relaciona-‐se
com
o
facto
de
os
estados
mentais
não
estarem
disponíveis
para
observação
alheia
e
de
os
próprios
indivíduos
que
os
vivem
não
conhecerem
com
precisão
esses
estados.
INDIVIDUAL
/
SOCIAL
§ O
comportamento
difere
de
indivíduo
para
indivíduo
devido
a
diferentes
condicionamentos
ou
influências
ambientais.
A
sociedade
dá
aos
indivíduos
as
condições
de
aprendizagem
e,
por
isso,
molda
os
comportamentos
ou
os
modos
de
ser
observáveis.
§ Todo
o
nosso
comportamento
é
influenciado
pela
experiência,
ou
seja,
somos
produtos
do
meio
e
por
ele
somos
modelados.
Somos
“organismos
em
situação”
e
a
observação
do
que
fazemos
permite,
com
uma
certa
segurança,
prever
o
que
faremos.
§ PROJECTO
DE
MELHORAMENTO:
É
possível
uma
sociedade
com
pessoas
mais
felizes,
saudáveis
e
produtivas,
se
alteramos
as
condições
em
que
os
indivíduos
vivem.
Somos
o
resultado
da
influência,
seja
boa
ou
má,
dos
agentes
socializadores.
§ Como
o
comportamento
humano
é
determinado
pelo
meio,
alterando
as
situações,
poderemos
modificar
os
comportamentos
dos
indivíduos:
o
que
cada
indivíduo
é,
ou
mostra
ser,
depende
ou
é
determinado
pelo
modo
como
foi
socializado.
Rodrigues,
L.
(2009),
Psicologia
B.
Lisboa:
Platano,
p.
58-‐59.
Professora
Joana
Inês
Pontes