O documento descreve as visões tradicional, crítica e pós-crítica de currículo. A visão tradicional enfatiza objetivos e eficiência, comparando a escola a uma fábrica. A visão crítica questiona como o currículo reproduz desigualdades e a ideologia dominante. A visão pós-crítica analisa como o currículo trata temas como raça, gênero e sexualidade.
3. De acordo com a visão tradicional de currículo, este devia ser neutro, tendo como principal foco garantir que a escola funcionasse como uma fábrica. Visão tradicional de currículo
4. Para tal, a escola deveria identificar de forma precisa e de acordo com as necessidades da vida adulta, os resultados/objetivos que desejava obter (currículo), os métodos para o conseguir (ensino) e as formas de mensuração precisas do trabalho realizado (avaliação).
10. A concepção tradicional de currículo tem por referência a fábrica e os princípios do Taylorismo e do Fordismo. Frederick Winslow Taylor - Father Henry Ford
20. Princípios do Fordismo O norte-americano Henry Ford foi o primeiro a pôr em prática, na sua empresa “Ford Motor Company”, o Taylorismo.
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23. O currículo é caracterizado por uma divisão em disciplinas. (ZABALA, 1998) Visão tradicional de currículo
24. O currículo é visto como a especificação precisa de objetivos, procedimentos e métodos, visando a obtenção de resultados que possam ser rigorosamente mensurados. [SILVA, 2005] Silva (2005) cita Bobbitt no livro The Curriculum: escolarização da massas ” (1918) Visão tradicional de currículo
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26. Taylorismo aplicado à escola, visando a padronização dos processos pedagógicos. Os alunos são encarados enquanto um produto fabril.
27. O processo de parcialização dos conteúdos escolares em disciplinas, conduziu a saberes unitários, desconectados uns dos outros, dispersos. (ZABALA, 2002)
28. De acordo com a proposta educacional subjacente à visão de tradicional de currículo
35. As primeiras críticas à visão tradicional de currículo, surgem na década de 60, em meio aos movimentos sociais e culturais que a caracterizaram, O aparecimento da visão crítica do currículo
36. Motivos da crítica A visão tradicional de currículo apresenta-se “neutra”, científica, como um saber desvinculado das relações de poder e coloca-se como o saber legítimo, universal, do interesse da humanidade como um todo indistinto. Não tem preocupações em questionar os arranjos sociais ou educacionais vinculados à estrutura social, fomentando a aceitação, ajuste e a adaptação.
37. A visão crítica de currículo, questiona as desigualdades provocadas pela visão tradicional no sistema de ensino, já que estas não questionam o conhecimento em si, apenas valorizam o mecanismo de eficácia da reprodução desse conhecimento. Desloca a ênfase dos conceitos pedagógicos do processo ensino-aprendizagem para conceitos ideológicos. Visão crítica de currículo
38. De acordo com a visão crítica do currículo, a sociedade capitalista utiliza a educação para a reprodução de sua ideologia. É pelo currículo que veicula a sua ideologia, por meio, não propriamente do conteúdo explícito de suas disciplinas, mas ao privilegiar relações sociais nas quais, dominantes e subordinados, aprendem a praticar os seus papéis. Visão crítica de currículo
39. Assim, as escolas reproduzem os aspectos necessários para a sociedade capitalista: trabalhadores adequados a cada necessidade dos locais de trabalho; líderes para cargos de chefia e líderes obedientes e subordinados para os cargos de produção. Visão crítica de currículo
40. O currículo da escola está baseado na cultura dominante. Ele se expressa na linguagem dominante, é transmitido através do código cultural dominante. As classes dominantes podem facilmente compreender esse código, pois durante toda sua vida elas estiveram nele imersas. Para as classes dominadas, esse código é simplesmente indecifrável. Visão crítica de currículo
41. Para a visão crítica do currículo a educação tem sido um lugar de condicionamento e reprodução da cultura da classe dominante, das elites, da burguesia. Visão crítica de currículo
42. Para a visão crítica do currículo o currículo está baseado na cultura dominante, na linguagem dominante e é transmitido através do código cultural. Visão crítica de currículo
43. O currículo não é, constituído de fatos, nem mesmo de conceitos teóricos e abstratos. O currículo é um local no qual docentes e alunos têm a oportunidade de examinar, de forma renovada, aqueles significados da vida cotidiana que se acostumaram a ver como dados naturais. Visão crítica de currículo
44. Para a visão crítica do currículo o importante é compreender o que o currículo faz. Visão crítica de currículo
45. De acordo com a visão crítica do currículo é no interior da cultura , (a cultura é o conteúdo da educação, enquanto sua fonte e justificativa), que a escola faz uma seleção daquilo que da experiência humana considera adequado para transmitir às novas gerações. Visão crítica de currículo
46. Na concepção crítica, não existe uma cultura da sociedade, unitária, homogênea e universalmente aceita e praticada e, por isso, digna de ser transmitida às futuras gerações através do currículo. A cultura é vista menos como uma coisa e mais como um campo e terreno de luta. A cultura é o terreno em que se enfrentam diferentes e conflitantes concepções de vida social, é aquilo pelo qual se luta e não aquilo que recebemos. Visão crítica de currículo
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51. Um grupo tem sua origem, seu capital cultural fortalecido e reconhecido, outro sofre exatamente o contrário. Através destas reproduções estrutura social e econômica das sociedades capitalistas se mantêm, e as classes se reproduzem garantindo o processo de reprodução social. Visão crítica de currículo
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53. A seleção que constitui o currículo é o resultado de um processo que reflete os interesses particulares das classes e grupos dominantes. Visão crítica de currículo
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56. É possível uma crítica à racionalidade técnica da escola, pela proposta de uma “pedagogia da possibilidade” e da resistência. O currículo deve funcionar enquanto um instrumento de emancipação e libertação. Argumentos principais da visão crítica de currículo
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60. No limiar do século XXI surgem as teorias pós-críticas que direcionam suas bases para um currículo no qual se vincula conhecimento, identidade e poder com temas como gênero, raça, etnia, sexualidade, subjetividade, multiculturalismo, entre outros. Visão pós-crítica de currículo
61. O poder é ainda importante, mas encontra-se descentrado, “espalhando por toda a rede social”. Com as teorias pós-críticas o mapa do poder é ampliado para incluir os processos de dominação centrados na raça, na etnia, no gênero, na sexualidade. Visão pós-crítica de currículo
62. Não toma a realidade tal como ela é e sim como o que os discursos sobre elas dizem como ela deveria ser. A realidade não pode ser concebida fora dos processos lnguisticos de significação. Visão pós-crítica de currículo
63. A visão pós-crítica distingue o currículo como uma linguagem dotada de significados, imagens, falas, posições discursivas e, nesse contexto, destaca que nas margens do discurso curricular se comunicam códigos distintos, histórias esquecidas, vozes silenciadas que, por vezes, se imiscuem com o estabelecido, regulamentado e autorizado. Visão pós-crítica de currículo