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das Assembleias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.

Capa: Fábio Longo
Projeto gráfico e editoração: Oséas Maciel
CDD; 173-Ética Familiar
ISBN: 85-263-0324-4

As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, edição de 1995, da
Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrário.

Para maiores informações sobre livros, revistas, periódicos e os últimos lançamentos da CPAD,
visite nosso site: http://www.cpad.com.br.

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Casa Publicadora das Assembleias de Deus
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CEP 21.852-002
1" edição: Janeiro / 2013 Tiragem: 15.000
A GRADECIMENTOS




E      . m primeiro lugar, agradeço a Deus, pelo privilégio que me con-
cede de escrever mais um livro. Desta feita sobre A Família Cristã e os
Ataques do Inimigo. Agradeço a meus pais, José Martins de Lima (in
memoriaiTi) e Milza Renovato de Lima, que me encaminharam na fé em
Cristo Jesus.
      A minha esposa, íris, que, aos 47 anos de casados, é a amiga sempre
presente, em minha vida, que me ajuda em meu ministério. Ela é minha
leitora número um, e cuida da revisão dos livros e textos que escrevo.
Com sua ajuda, meu trabalho literário é aperfeiçoado. Com suas ora-
ções, apoia-me espiritualmente. Dá-me tranquilidade, ao meu lado para
servir ao Senhor com alegria.
      A meus filhos: a Ilana e seu esposo, Kennedy, a Rebeca e Bia (ne-
tas); a Ilene e seu esposo, Joel e jônatas (netinho); a Elieber e sua esposa,
Talita, e a Taminha (neta), a Elieber Filipe (netinho) e Tâmara (a
ne-tinha mais nova); a Raquel, a filha mais nova, que tem honrado o
meu ministério, ao lado de seus irmãos; agradeço-lhes pelo incentivo
que me dão com suas vidas nos caminhos do Senhor, dando-me a
alegria de dizer "eu e minha casa servimos ao Senhor".
      À Assembleia de Deus em Parnamirim, à qual sirvo, como pastor,
pela graça de Deus. Pelos irmãos e amigos, que oram por mim e pelo
meu ministério. E me estimulam a trabalhar em prol do Reino de Deus.
     A CPAD, na pessoa de Dr. Ronaldo Rodrigues, seu ilustre diretor,
que tem valorizado o autor nacional; à sua diretoria, formada de homens
que colaboram para a melhoria da Educação Cristã, e a todos os que
fazem parte da nossa Casa Publicadora.
     Aos queridos irmãos, leitores, pelo Brasil afora, que têm prestigiado
nosso trabalho literário. Que este livro seja uma bênção para edificação
de suas vidas. A Deus, toda a glória!
A   PRESENTAÇÃO




D,       eus concedeu-me a oportunidade de dedicar-me ao ensino bí-
blico sobre Família. E gratificante poder contribuir para a reflexão so-
bre a Família, como instituição criada por Deus no Éden, no princípio
de todas as coisas. Neste livro, enfocamos a Família na Sociedade
Pós--Moderna, que é o alvo preferencial das "portas do inferno".
     Analisamos as bases do casamento cristão demonstrando que o su-
cesso de qualquer relacionamento conjugal, em termos espirituais, é o
lar ser edificado sobre a Rocha, que é Cristo; mostramos que as famílias
cristãs não estão isentas de conflitos, mas estes podem ser resolvidos
com a ajuda divina.
     Enfatizamos que a família cristã está sob ataque mortal das forças
do mal. Mas que é possível pais e filhos vencerem, sob a orientação segura
e firme da Palavra de Deus. Especialmente, se a família adotar o culto
doméstico como atividade rotineira em seu lar. Ressaltamos o valor da
ED para a formação do caráter e da personalidade.
     Alertamos para "Os Perigos do Adultério" que tem se acentuado
de modo terrível, destruindo casamentos e desestruturando famílias. Da
mesma forma mostramos que o divórcio não faz parte dos planos de
Deus, ainda que em casos excepcionais o divórcio seja permitido.
     Finalmente, apontamos os perigos do consumismo, que deixa mui-
tos perdidos, num cipoal de dívidas, que perturbam a vida espiritual e o
relacionamento familiar. Concluímos, mostrando que podemos servir a
Deus com toda a família, submetendo-se à sua vontade.
     Parnamirim, RN, setembro de 2012.

                                             Elinaldo Renova/o de Lima
                                                                Pastor
Sumario




Agradecimentos ........................................................................... 3

Apresentação................................................................................................4


Capítulo 1
 A Família, Criação de Deus. .......................................................... ..
                                                                                         7

Capítulo 2 O Casamento de Acordo com a
 Bíblia................................................17

Capítulo 3
 As Bases do Casamento Cristão.................................................. .....28

Capítulo 4
 A Família sob Ataque. ................................................................. ....40

Capítulo 5
 Conflitos na Família. ................................................................... ....56

Capítulo 6 Os Perigos do
 Adultério............................................................................67

Capítulo 7 O Divórcio e suas Consequências..
 ..........................................................81

Capítulo 8 Educar, Dever da
 Família.............................................................................91

Capítulo 9
 A Educação Sexual e a Moral Relativista ....................................... 0
                                                                            . 11
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO

Capítulo 10
 O Valor do Culto Doméstico. ..................................................... .... 1
                                                                                      13

Capítulo 11
 A Família e a Escola Dominical.................................................. .....128

Capítulo 12
 A Família e a Igreja. ................................................................... ......136

Capítulo 13
 Eu e minha Casa Serviremos ao Senhor. ..................................... .....145

Capítulo 14
 Os Perigos do Consumismo....................................................... ....1 1
                                                                                      5
Bibliografia. .................................................................................. ..160
1
         FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS


                           "Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e
                        ape-gar-se-á à sua mulher e serão ambos uma carne"
                                                                 (Gn 2.24).


A      . única configuração familiar reconhecida por Deus é a que é for-
mada de pai, mãe e filho. No princípio da Criação, Deus concluiu que
não seria bom o homem viver na solidão, e criou a mulher para viver a
experiência humana ao seu lado. A família é instituição criada por Deus.
Antes de fundar a Igreja, Deus criou o casamento e, como decorrência
deste, instituiu a família. Essas instituições especiais, fruto da mente do
Criador, têm sido terrivelmente atacadas pelas forças do mal.
     O espírito do Anticristo tem dominado a mente do homem
pós--moderno, a tal ponto de promover verdadeira subversão dos
valores morais, que se fundamentam na Palavra de Deus. Uniões
abomináveis de pessoas do mesmo sexo têm sido aprovadas por lei,
como se fossem famílias, em aberta afronta contra a Lei de Deus.
      Quando Deus criou o homem e a mulher, já tinha em mente a
família (Gn 2.24). No Salmo 128, encontramos o valor da família no
plano de Deus: "Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda
nos seus caminhos! A tua mulher será como a videira frutífera aos la-
dos da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua
mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!" (SI
128.1,3,4). São promessas de Deus para a família que nele crê, teme-o
e lhe obedece.
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO

     Deus disse a Abraão: "E abençoarei os que te abençoarem e amal-
diçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias
da terra" (Gn 12.3). Deus deseja que, em cada lar, haja um ambiente
espiritual que honre e glorifique o seu nome. O amor de Deus pela hu-
manidade faz com que Ele veja todas as famílias da terra como alvo de
sua bênção, pois todos os homens a Ele pertencem (SI 24.1). Porém, só
podem desfrutar do favor de Deus as famílias que se sujeitam a obedecer
a sua palavra.
     Estudar sobre o valor da família é de muita importância para nós,
pois, de uma forma ou de outra, nascemos numa família, pobre ou rica,
desconhecida ou famosa, pequena ou grande, evangélica ou não. A fa-
mília é a base de nossa vivência. Dela nascemos e dela dependemos na
maior parte da existência. Isso é plano de Deus.

I - A FAMÍLIA HO PLANO DIVINO
1. O propósito de Deus
     O homem, na sua origem, e principalmente após a Queda, jamais
teria o poder de criar a família. Não saberia como fazê-lo. Podemos ter
certeza de que jamais buscaria criar uma organização que haveria de lhe
impor limites e regras de convivência, contrariando seus instintos peca-
minosos e egoístas. Deus criou a família com propósitos sublimes, para
o indivíduo e para toda a humanidade.

     Evitar a solidão
     Deus não fez o homem para viver na solidão (Gn 2.18); Ele tinha
em mente a constituição da família, mas esta não está completa só com
o casal. Por isso, o Senhor previu a procriação (Gn 1.27-28). Fica mais
clara a origem da família quando lemos: "Portanto, deixará o homem seu
pai e e sua mãe e se unirá à sua mulher e serão ambos uma só carne" (Gn
2.24). "O homem" aí é o filho, nascido de pai e mãe. Deus fez a família
para que o homem não vivesse na solidão (SI 68.6; 113.9).

    Bem-estar social
     O homem, diz a sociologia, é um ser gregário por natureza. Ele sente
a necessidade de viver em grupo, de socializar-se. Isso não é fruto da
evolução cega, como dizem os filósofos materialistas, que supõem que o
homem surgiu por acaso, oriundo de um organismo unicelular (ameba),
passando por diversos estágios, chegando a ser um macaco, que se trans-
FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS

formou num homem, por acaso! E que passou a viver em bandos para
melhor sobreviver. Isso faz parte do imaginário da fábula evolucionista.
A família foi projeto de Deus para a vivência do homem na terra. Pai,
mãe e filhos são palavras oriundas da mente de Deus (Gn 2.24).1
    A sociedade é formada de famílias. A igreja local é formada de
famílias. Toda sociedade que desvalorizou a família e buscou outras for-
mas de relação social substitutivas, como união de pessoas do mesmo
sexo, corrompeuse e degenerou-se, sucumbindo ao longo da História.

     Bem-estar emocional
      Marido e mulher complementam-se em suas necessidades emo-
cionais. Nos momentos alegres, compartilham seus sentimentos de
felicidade. Nos momentos tristes ou difíceis, ajudam-se mutuamente,
impulsionados pelo amor conjugal. Pais e filhos, vivendo em família,
sentem-se mais seguros do que pessoas que vivem solitárias.
      A sociedade sem Deus aprisiona muitos em estilos de vida espúrios
e depravados. São presos pelos grilhões do relativismo e do humanismo
frio e anticristão. Mas nada pode substituir a família como centro de
apoio e segurança para o ser humano (SI 68.6). E plano de Deus.

     A multiplicação da espécie
     Um ser humano pode nascer, como fruto de uma violência, de uma
gravidez forçada. Pode nascer de uma união entre um homem e uma
mulher que vivem juntos sem a bênção do casamento. Mas Deus quer
que cada pessoa nasça no mundo, em cumprimento à ordem para o
crescimento e a multiplicação da espécie humana, com base no amor e
na união entre marido e mulher; entre pais e filhos.
     O ambiente do lar faz parte do projeto de Deus para a constituição
e desenvolvimento da família. É tão forte esse desígnio que a mulher
estéril, normalmente, aspira ser mãe. E, sendo sua vontade, Deus propi-
cia essa condição. "Seja bendito o nome do Senhor, desde agora e para
sempre; que faz com que a mulher estéril habite em família e seja alegre
mãe de filhos? Louvai ao Senhor! (SI 113.2,9). Notemos a ordem do
texto. Primeiro, "habite em família"; depois, "seja alegre mãe de filhos".
Casais homossexuais jamais poderiam contribuir para a multiplicação
da raça humana. Por isso e por outras razões, tais uniões são consi-
deradas abominação aos olhos de Deus. Não podem ser consideradas
 Elinaldo Renovato de Lima. A família cristã nos dias atuais, p. 8.
A FAMILIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


famílias. Adotam crianças, sob argumentos falaciosos, sabendo que não
poderão dar o exemplo de vida que elas precisam. Crianças precisam de
pai e de mãe, e não apenas de protetores desvirtuados diante de Deus.

2. A primeira família
      Quando Adão recebeu Eva, como resultado da intervenção de Deus
em sua existência, deve ter ficado deslumbrado com sua companheira,
apresentada pelo criador. Não sabemos por quanto tempo viveram como
um casal. Mas, experimentando o relacionamento previsto pelo Criador,
geraram os primeiros filhos. Foram os únicos que não tiveram que dei-
xar "pai" e "mãe" para se unirem e terem filhos (Gn 2.24), formando a
primeira família do planeta.
      Se o acordar da anestesia e contemplar a mulher deve ter sido mo-
tivo de admiração e surpresa, imagine-se o que Adão sentiu ao perceber
que no ventre da esposa havia um novo ser em formação. E, mais ainda,
quando o primeiro filho veio à luz! Quando os dois primeiros filhos já
eram jovens ou adultos, Caim matou Abel por inveja da aceitação de
Deus para o sacrifício oferecido pelo irmão.
      Outros filhos e filhas nasceram do primeiro casal (Gn 4.25,26).
Adão viveu 930 anos e teve muitos outros filhos e filhas, cujos nomes
não são registrados no Gênesis (Gn 5.4,5). Isso porque a genealogia
bíblica só destaca nomes de personagens que, de forma positiva ou ne-
gativa, têm importância marcante para a trajetória humana e seu papel
na História.
     Por razões que só Deus pode avaliar plenamente, em sua divina
onisciência e sabedoria, a primeira família foi vítima do ataque mor-
tal do Maligno. Foi em seu seio que aconteceu o primeiro homicídio;
dos seus primeiros descendentes, que o plano de Deus para o casamen-
to e para a família foi desrespeitado, no que concerne à união familiar,
formada por um homem, uma mulher e seus filhos; primeiro, houve a
bigamia (Gn 4.18,19). Depois, o homem descambou para a poligamia.
Arranjos sociais, inventados pelo homem, em sua condição de rebeldia,
que nunca tiveram a aprovação de Deus. Ele as permitiu, consoante sua
misericórdia e longanimidade.

3. Jardim do Éden, lugar deproteção e cuidado
     O Jardim do Éden foi o primeiro "habitat" do homem. "A palavra
Jardim é a tradução da palavra hebraica gan, que designa lugar fechado.

                                     10
FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS

A Septuaginta traduz o hebraico por paraíso', paradeison, termo persa
que significa um parque. Éden não é traduzido mas transliterado para o
nosso idioma. Basicamente, significa "prazer ou delícia".2 Os críticos da
Bíblia veem no relato do Gênesis apenas uma alegoria, ou relato mítico.
Porém a Palavra de Deus se impõe como verdade, como martelo de
Deus, quebrando as bigornas da incredulidade.

      O ambiente perfeito do Eden
      O casal, constituído nos primeiros habitantes humanos do planeta, se
deÜciava nas noites calmas e amenas do Paraíso. Não havia temor ou pa-
vor da escuridão. O medo era desconhecido. O cenário noturno era tran-
quilizador. A brisa suave soprava no arvoredo, levando ao casal os odores
perfumados das plantas silvestres. O firmamento, ao longe, pontilhado de
estrelas brilhantes, nas noites escuras, oferecia um espetáculo de rara bele-
za. Nas noites de lua, diminuindo o brilho estelar, fazia-se extraordinaria-
mente belo o ambiente paradisíaco. Sem dúvida, com maior intensidade,
brilhava o astro noturno.
      As manhãs e tardes eram agradáveis. Uma temperatura média, ade-
quada ao bem-estar dos habitantes edênicos, era sentida em todo o plane-
ta. A luz solar empolgava-os. Em cada canto, se percebia a beleza da cria-
ção nos seus mínimos detalhes. O homem se sentia muito feliz. O ar era
puro na mais alta expressão. Os animais, as aves, todos os seres da natureza
nenhum mal causavam ao homem: conviviam na mais perfeita harmonia.

     O cuidado de Deus
     O cuidado de Deus para com o ser criado foi levado ao extremo
na formação do Éden. Não havia poluição ambiental; o ecossistema era
perfeito; o clima, ameno e confortável, não conhecia diferenças acentua-
das de temperatura, nem calor excessivo, nem frio perturbador, havia no
primeiro lar do ser humano. Os animais faziam parte do habitat
edêni-co. Adão tinha autoridade espiritual e moral sobre todos os seres
vivos. Ele foi criado para ser dominador e cuidador do planeta. Havia
perfeita harmonia entre os seres racionais e os irracionais.

    O trabalho no Éden
    Deus não pôs o homem no Jardim para ficar ocioso, numa atitu-
de contemplativa das belezas edênicas (Gn 2.15). É interessante notar
que o trabalho, a atividade da mente e do corpo, desde o princípio, foi
2
    Ibid.,p.36.

                                     11
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


dignificado por Deus. Havia trabalho, mas, em compensação, não havia
doenças, nem dor, nem morte. O pranto e a dor eram desconhecidos. A
tristeza não existia. Tudo era belo, agradável e bom.

      A presença de Deus no primeiro lar
      O mais importante, no entanto, acontecia todas as tardes: o Criador
visitava o Éden (Gn 3.8a), buscando passar bons momentos em agradável
diálogo e conversa com o casal, que sentia, assim, muita comunhão com
o Senhor. A presença do Criador enchia o primeiro lar de muita paz e de
                    3
alegria indizível" . Como devem ter sido maravilhosos aqueles momentos
em que Deus falava diretamente com o ser criado por Ele.
      Hoje, mais do que nunca, é necessidade vital a presença de Deus
nos lares cristãos. Aquele belíssimo lugar foi palco dos acontecimentos
que marcaram a origem dos seres humanos, fruto da criação de Deus.
Lamentavelmente, foi também o cenário, onde começou a rebelião do
homem contra o seu Criador.

II - A QUEDA E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A
FAMÍLIA
     Lúcifer, o antigo "querubim ungido", fazendo uso de sua liberda-
de, investiu contra o Criador, imaginando poder destronar o Senhor
do Universo. Seu plano foi frustrado. Expulso dos céus, Satanás, a falsa
"estrela da manhã", investiu contra o primeiro casal, no Jardim do Éden,
sugerindo uma atitude de rebelião contra Deus. E foi bem-sucedido.
     Depreende-se das Escrituras que, quando o primeiro casal caiu,
ainda não tinha procriado. Se tivessem filhos, estes não teriam comido
do fruto proibido, e até hoje estariam vivos. Mas as consequências da
Queda não só atingiram o casal, mas a todos os seus descendentes, ao
longo dos séculos, até os dias presentes. Todas as famílias são alcançadas
de uma forma ou de outra, pelas consequências da Queda.

    Antes da Queda, o homem possuía estrutura espiritualefísica excep-
cionais.
    • Tinha o conhecimento profundo de Deus, a comunhão direta
com o Criador;
    • Tinha as bênçãos da presença de Deus no Jardim; a paz, a segu
rança e a alegria de se relacionar com o Criador sem intermediários;
3
    Ibid.,p.9,10.

                                      12
FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS

     • Possuía conhecimento e bem-estar físico inigualáveis, sem doen
ças, distúrbios emocionais ou físicos; não conheciam o medo;
     • Tinha conhecimento interno e externo em relação à sua pessoa;
     • Conhecia a realidade social; conhecia o trabalho de modo útil e
satisfatório (Gn 2.15).
    A vida familiar após a Queda. Terrível transtorno total na vida dos
primeiros seres criados.

     Conheceram que estavam nus, dando a entender que antes não se
constrangiam nessa condição; o conhecimento da sexualidade exacerba-
da tem sido causa de inúmeros distúrbios e desvios de conduta que atin-
gem o ser humano, levando-o a práticas sexuais abomináveis aos olhos
de Deus; famílias inteiras são destruídas pelo adultério, pela fornicação,
pela homossexualidade e por práticas sexuais aberrantes.

     Conheceram o medo
     Foi a primeira enfermidade que o homem experimentou. Enfermi-
dade ou distúrbio de ordem emocional. As chamadas doenças nervosas
tiveram origem no rompimento da relação direta do homem rebelde e
seu Criador. Qual a família na terra que não experimenta algum tipo de
problema de ordem emocional?

    Perderam a autoridade sobre a criação
      O homem foi criado para dominar a natureza (Gn 1.26). Hoje,
porém, às vezes famílias perdem um ente querido por serem atingidos
por insetos ou agentes microscópicos.

    Conheceram a desarmonia
     Quando questionado pelo Criador sobre o seu pecado, Adão pôs
a culpa na esposa (Gn 3.12). A mulher pôs a culpa na serpente. Assim,
teve início a tão conhecida "incompatibilidade de gênio", que provoca
desavenças entre casais, com sérias consequências sobre a estabilidade
familiar. Os filhos sofrem ao verem a desunião entre seus pais.

    O homem conheceu a maldição da terra
     O trabalho passou a ser penoso e fatigante; sua missão era lavrar e
guardar a terra. Mas não havia o desgaste físico ou emocional acentu-
ados, que tantos males causa às pessoas. Além disso, toda a ecologia da
terra foi transtornada, causando, inclusive as chamadas "catástrofes na-

                                    13
A FAMILIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


turais", como secas, enchentes, altíssimas ou baixíssimas temperaturas;
o surgimento de animais violentos, provavelmente pelo cruzamento de
espécies diversas; vírus, micróbios, bactérias e outros agentes
patogêni-cos devem ter surgido por causa do desequilíbrio ecológico,
causado pela maldição da terra.

    E o pior:perdeu a vida eterna, que lhe era assegurada, na con-
dição original, e conheceu o aguilhão da morte física (Gn 2.17; Ef
2.5) e da morte espiritual, que é a separação de Deus. As famílias
da terra passaram a experimentar a dor da separação, pela morte de
entes queridos.

III - A FAMÍLIA NO NOVO TESTAMENTO

1.Jesus e a família
     Nosso Senhor Jesus Cristo valorizou a família. Veio ao mundo atra-
vés de uma família. Além de pais, teve irmãos e irmãs (Mt 13.55-57).
Teve seu crescimento físico, social, intelectual e espiritual no seio da
família (Lc 2.52). No seu ministério, não costumava a hospedar-se em
hotéis, mas desfrutava da hospitalidade de um lar, no meio de uma fa-
mília digna (Mt 8.14; Lc 10.38-42).
     Em muitos milagres, demonstrou seu cuidado para com a família
(Mt 8.14-15; Lc 7.12-16). Seu primeiro milagre foi realizado numa festa
de casamento (Jo 2.12). Ensinou-nos a orar, chamando Deus de "Pai
Nosso"(Mt 6.9). Enfatizou o quarto mandamento, mandando honrar pai
e mãe (Mt 15.3-6; Mc 7.10-13). Teve um trato especial com as crianças,
abençoando-as e acolhendo-as de maneira exemplar (Mc 10.13-16).

2. A família nas epístolas
     De certa forma, a família no Novo Testamento não diferia muito do
modelo familiar do Antigo Testamento. Algumas influências fizeram-se
sentir pelo contato com os povos estranhos que dominaram a Palestina.
Os romanos contribuíram para que comportamentos libertinos tivessem
lugar no meio da sociedade em Israel. Quando escreve aos coríntios, o
apóstolo Paulo fala de práticas condenáveis entre judeus (1 Co 5.1).
Ninguém combateu como Paulo a pretensa "família homoafetiva" (1 Co
6.10; ler 1 Tm 1.10).


                                        14
FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS

3. A monogamia declarada
     Se no Antigo Testamento a poligamia foi tolerada por Deus, no
Novo Testamento a monogamia é a regra doutrinária. Jesus em nenhum
momento avalizou outra forma de relacionamento conjugal que não
fosse a monogamia. Paulo, usado pelo Espírito Santo, doutrinou de for-
ma clara e cristalina sobre esse tema. Escrevendo à igreja de Corinto,
formada por judeus e gentios convertidos, deixou claro seu ensino a res-
peito das relações conjugais (1 Co 7.1,2). Ele não disse: "cada um tenhas
suas mulheres, ou cada uma tenha seus maridos"; ou, pior ainda: "cada
um tenha seu homem, ou cada uma tenha sua mulher".

4. A preservação da família
      O Novo Testamento declara o valor da família de tal forma que
prescreve a manutenção do relacionamento conjugal entre um cristão
e um infiel, nos chamados casamentos mistos, a fim de resguardar a
estabilidade da família. Mais uma vez, foi aos coríntios que ele minis-
trou precioso ensino acerca desse controvertido assunto, dizendo que
o marido crente não deve abandonar a esposa não-crente por causa de
sua conversão, e da mesma sorte, a mulher cristã, em relação ao marido
infiel (1 Co 7.12-14). Note-se a preocupação com os filhos, visando sua
formação espiritual, em santidade, como decorrência da união de um pai
ou mãe crente, mesmo com um descrente. Se não fosse assim, quantas
famílias seriam desestruturadas, se um cristão abandonasse seu cônjuge
por não ter aceitado a Cristo. É a misericórdia de Deus em prática.

IV - A CONSTITUIÇÃO FAMILIAR AO LONGO DOS
SÉCULOS

l. A família patriarcal
     Era o tipo de família por excelência, no princípio da humanidade,
quando esta começou a espalhar-se por muitas partes do globo, após a
Queda. Nesse tipo de família, a figura do pai (patet) tinha um papel bem
definido, como sendo o líder do grupo familiar inconteste, em todos os
sentidos. A mulher era considerada cidadã de segunda categoria. Na
família patriarcal, quase sempre não era observado o princípio da mo-
nogamia, estabelecido por Deus no Éden, quando o homem deixaria pai
e mãe e se uniria à sua mulher (Gn 2.24) para formar o lar e a família.

                                    15
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


      Em grande parte, a família patriarcal era poligâmica. O Antigo Tes-
tamento demonstra que todos os primeiros patriarcas, Abraão, Isaque,
Jacó e outros, eram polígamos. A família patriarcal era típica no contexto
histórico e cultural do Antigo Testamento. Além do pai, da mãe e dos
filhos, a família patriarcal incluía as concubinas, das quais nasciam filhos,
que eram parte do grupo familiar, causando, por vezes, muitos trans-
tornos, com o nascimento de meios-irmãos, que competiam quanto aos
direitos da prole, principalmente no que tangia às questões de herança.
      Deus tolerou a poligamia, mas nunca a aprovou, por ser prática es-
tranha ao seu projeto para a constituição da família. O pai de família
não era só o genitor. Era o líder espiritual, responsável pela prática e o
respeito dos ritos da religião que a família adotava. Abraão, Isaque e Jacó
eram líderes de sua parentela. Eram verdadeiros sacerdotes em seus lares.

2. A família nuclear
     Também chamada de "família tradicional", formada por pai, mãe e
filhos, como núcleo familiar (cf. Gn 2.24), em torno do qual se desenvol-
vem os descendentes, parentes e outros que a ela se agregam. É a família
ideal, pois tem origem na mente de Deus, o Criador, e atende a seus pro-
pósitos para o desenvolvimento, o bem-estar e estabilidade social. A biga-
mia, iniciada por Lameque (Gn 4.18,19), evoluiu e deu lugar à poligamia.

3. A família na atualidade
     Assim como o casamento, a família, na atualidade, é a instituição
mais visada pelos ataques satânicos. A família nuclear tem sido deprecia-
da pelos intelectuais, por cientistas sociais, todos adeptos do materialis-
mo. Mas os maiores influenciadores para a destruição da família são os
que detêm o poder da mídia. Sem sombra de dúvidas, a mídia secular está
a serviço do Diabo, como instrumento poderoso para a desconstrução ou
destruição dos valores tradicionais, emanados da Palavra de Deus.
     A destruição moral de uma sociedade começa pela destruição da
família, que é a sua célula-mãe. Se esta se degenera, e cresce desordena-
damente, surge um câncer moral, que a levará à morte espiritual e social,
como ocorreu com Sodoma e Gomorra.
     O justo pode ter pouca força política. Mas pode usar as armas espiri-
tuais de que dispõe (2 Co 10.4). Para tanto, precisa atender aos requisitos
que Deus exige para ouvir suas orações em prol de sua terra (2 Cr 7.14).



                                      16
2
          O CASAMENTO DE ACORDO COM
                A BÍBLIA

                          "Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e
                        apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne"
                                                                (Gn2.24).




P       ara Deus, só existe casamento pela união entre um homem e
uma mulher, união monogâmica e heterossexual. Fora desse formato
é abominação a Deus. Os propósitos do casamento transcendem à
visão hedonista e simplista, dos materialistas, que veem o ser hu-
mano no mesmo nível dos animais irracionais. Em sua percepção
divina, o Criador viu que não seria bom o homem viver na solidão.
E criou a mulher para completar o que lhe faltaria em sua existência.
Foi a segunda grande decisão de Deus. Unir o homem e a mulher,
"macho e fêmea", instituindo, assim o casamento, não só para a pro-
criação da raça humana, mas para a formação da família.
     O Diabo atacou o plano de Deus para o casamento. Ao longo dos
séculos, ele tem induzido os homens a aceitarem outras formas de união,
contrárias ao plano de Deus. O homossexualismo tem assumido propor-
ções gigantescas, com apoio de governos, legislativos e judiciários. É uma
agressão violenta à Lei de Deus, que tem trazido e vai acarretar muita
maldição para a humanidade. Se Deus quisesse o casamento entre pes-
soas do mesmo sexo, teria feito dois Adões ou duas Evas. Mas não o fez.
     A sociedade pós-moderna é educada para o materialismo. Nas es-
colas de Ensino Fundamental, as crianças são orientadas para o libe-
A FAMILIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


ralismo social, que se fundamenta no relativismo e no humanismo. O
primeiro ensina que nada é certo e nada poder ser considerado errado.
Tudo depende da subjetividade do momento. O segundo coloca o ho-
mem como o centro e a medida de todas as coisas. Com essa visão de
mundo, não há lugar para os princípios absolutos, emanados da Palavra
de Deus.
      O presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, disse em um de
seus discursos: "O mundo mudou. E temos que mudar com ele". Uma de
suas primeiras medidas foi dar total apoio ao "casamento homossexual".
Pouco tempo depois, o Brasil entrou na mesma visão. O Judiciário, in-
terpretando a Constituição sob uma ótica liberal e materialista, aprovou
que "entidade familiar" não é formada apenas de homem e mulher, como
prevê a própria Carta Magna. É também a união de dois homens ou duas
mulheres, na chamada "união homoafetiva". Em seguida, o Supremo Tri-
bunal de Justiça decretou a aprovação do "casamento homossexual". Há
um poder sobrenatural guiando a mente dos líderes das nações. E o es-
pírito do Anticristo.
     O apóstolo João, profeticamente, viu esse tempo perigoso para o
mundo (1 Jo 4.3). Esse "espírito do Anticristo", nos dias hodiernos, tem
se manifestado de modo agressivo e impertinente. Os líderes das nações
não percebem, porque, em sua maioria, não acreditam em Deus e nem
respeitam a sua Palavra. Mas é o "espírito" que governa as nações que se
esquecem de Deus (SI 9.17).

I - MONOGAMIA - A BASE DO CASAMENTO
     A palavra monogamia vem de dois vocábulos gregos: monos (único)
e gamos (casamento), ou seja um único homem para uma única mulher.
A monogamia é a forma de união prevista no plano original de Deus
para o casamento e para a formação da família. Conforme Gênesis 2.24,
esta é a síntese do pensamento de Deus acerca do casamento
monogâ-mico: Deixará "o varão" os seus pais "e apegar-se-á à sua
mulher" para se unirem sexualmente ("uma só carne").
     Ele não previu "o varão" unir-se "às suas mulheres". Assim, como a
Bíblia registra tantos casos de bigamia e poligamia? Devemos lembrar
que toda a prática de atos e fatos errôneos resultaram da rebelião con-
tra Deus, induzida pelo Diabo e levada a efeito pelo primeiro casal. A
Queda foi o princípio de todas as distorções, tanto no plano espiritual,

                                     18
O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA


como na esfera moral, matrimonial, sexual, social e de toda a ordem
estabelecida pelo Criador.

1. O início da distorção do matrimônio —A bigamia
      Depois que Caim matou Abel, dando início aos ciclos de violência
que prejudicam a vida e a sociedade, outros desvios de conduta se fize-
ram sentir, pouco a pouco, com o aumento da população na terra. Além
da violência, causada pelo transtorno espiritual, psicológico, emocional e
físico, consequentes do pecado, o homem foi adotando comportamentos
estranhos ao plano de Deus. Um deles foi o de ter mais de uma mulher.
O primeiro registro da bigamia está em Gênesis.
      Deus fez o primeiro casal, Adão e Eva. Seus descendentes podiam
realizar o casamento consanguíneo, entre irmãos, primos, sobrinhos, etc.
Era a forma de cumprir o que Deus determinara: "E Deus os abençoou
e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra...." (Gn
1.28). Mas tais uniões tinham que ser monogâmicas: um único homem
e uma única mulher e vice-versa. Na quinta geração edênica, um descen-
dente de Adão deu início à distorção em termos de união matrimonial.
      Lameque, filho de Metusael (Gn 4.18), ou Matusalém (Gn 5.25),
por razões não explicadas, resolveu ter mais de uma esposa: "E tomou
Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da
outra, Zilá" (Gn 4.19). Já havia milhares e milhares de pessoas na Terra.
Para ser da quinta geração, Lameque já encontrou pessoas que viviam
há mais de 200 anos. E resolveu adotar mais uma esposa. Interessante é
que não há registro de estranheza para com esse comportamento. Talvez
alguém ficou admirado, e achou até interessante um homem ter duas
mulheres ao mesmo tempo. E muitos homens começaram a invejar La-
meque e possuir mais de uma esposa.
     Tempos depois, Esaú, filho de Isaque desobedeceu a Deus e casou
com duas mulheres heteias. O resultado não foi nada bom para a família
(Gn 26.34,35), gerando amargura de espírito para a mãe de Esaú. Há
casamentos que são motivo de tristeza, decepção e amargura para os
pais. As duas esposas, filhas de povos estranhos, só trouxeram transtorno
para a família de Isaque.
     No livro de 1 Samuel, temos outro exemplo negativo dos resultados
da bigamia. Elcana, efrateu, filho de Jeroão, era homem de bem. Mas, as-
similando o costume comum de sua época, casou-se com duas mulheres
(1 Sm 1.2,3). Ana era a sua preferida. Ele a amava mais do que à Penina.

                                    19
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


Esse é um primeiro problema: não é possível um marido amar por igual
a duas mulheres. Penina tinha filhos. Ana não os tinha, por ser estéril.
      Penina percebia que Elcana demonstrava mais amor a Ana do que
a ela. E se tornou uma desafeta para Ana (1 Sm 1.6). Em consequência,
Ana era uma mulher deprimida, vivia chorando, não tinha prazer sequer
em se alimentar; seu marido procurava consolá-la, mas ela sofria muito,
tanto pelo fato de não ter filhos, como, mais ainda, pelas provocações
da outra esposa. Ela só descansou o seu espírito quando Deus ouviu
sua oração e lhe deu um filho homem, Samuel, a quem entregou, ainda
criança, para servir a Deus no templo, sob os cuidados do sacerdote Eli
(cf. 1 Sm 1.26-29).

2. A poligamia torna-se comum
     A lógica do pecado é sempre a mesma: nunca parar; sempre au-
mentar. A bigamia tornou-se prática comum. Afastando-se cada vez
mais do plano de Deus, os homens incrementaram seus desvios. Ter
duas mulheres já não fazia tanta diferença. E foram multiplicando o nú-
mero de esposas. Com que finalidade? Ter mais filhos? Para quê? Dizem
os sociólogos que o homem sentiu a necessidade de ter mais riquezas,
e precisava de mão-de-obra. Por isso, passou a ter mais mulheres para
aumentar sua prole utilitária. Tem lógica humana. Mas fere o plano de
Deus. Filhos foram previstos para a perpetuação da espécie. A
mão--de-obra é consequência. Ao que tudo indica, a poligamia é
resultado da vaidade masculina, de exercer seu poder sobre mais
pessoas, e de ter direito a ter relação sexual variada com mulheres
diferentes. Isso não faz parte do plano de Deus para o matrimônio.
     Naturalmente, surgiram as nações, espalhadas pelo mundo, após
o episódio da Torre de Babel. Religiões de demônios apareceram e se
multiplicaram. Com total aprovação das práticas contrárias ao plano de
Deus, inclusive a da poligamia. Seja qual for a explicação, fere ao princí-
pio de Deus para o casamento. Por que Deus permitiu a poligamia? Não
há consenso no entendimento dessa questão. Mas podemos inferir que
Ele permitiu, ou tolerou, tendo em vista os primórdios da raça humana,
e a necessidade da ocupação da Terra de modo mais rápido, tendo em
vista que a mesma passava por grande deterioração ambiental, motivada
pelas alterações cósmicas e ecológicas, em consequência do pecado, que
prejudicou não só o homem, mas toda a geografia, a topografia e a eco-
logia do planeta. A povoação acelerada se fazia necessária.

                                      20
O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA


    A poligamia no Patriarcado
     A nação israelita tem início com Abraão (2.400 a.C), começando o
Período Patriarcal, em que a figura do homem manteve-se como abso-
luta, em termos de importância, em relação à mulher. Cometendo desli-
ze em sua vida, deu mau exemplo, unindo-se a uma serva, por sugestão
de sua própria mulher, que era estéril; era a bigamia e o concubinato le-
gitimado, na família do "pai da fé" (Gn 16), trazendo sérios transtornos
familiares, históricos e espirituais.
      Na época de Isaque (1860 a.C), ao que tudo indica, havia muito res-
peito, no seio da família, aos costumes adotados pelo patriarca Abraão.
Isaque, já com 40 anos, teve sua esposa escolhida pelo próprio pai, entre
os seus parentes que habitavam em Naor (Gn 24). Em Gerar, Isaque
sofre a mesma ameaça da lascívia, que seu pai sofrera e vê sua esposa
cobiçada por Abimeleque (Gn 26.1-11).
     Porém, na época de Jacó (1750 a.C), ele casou-se com Raquel, sua
amada. Mas foi forçado a ser bígamo pelo próprio sogro. Como Raquel
era estéril, Jacó, aproveitando os costumes orientais, uniu-se às suas ser-
vas, Bila e Zilpa, e teve, juntamente com sua esposa Leia, dez filhos com
elas, e mais dois filhos com Raquel, quando esta foi curada da esterilida-
de (Gn 29.32-35; 30.1-26). Jacó, o patriarca que deu origem às tribos de
Israel, foi polígamo (Gn 29.21-23; 28-31; 30.1-10).
     Noé, ao que tudo indica, não entrou na onda da poligamia. Obedeceu
ao plano de Deus para o casamento, mantendo-se casado com uma única
esposa (Gn 7.7), apesar da corrupção geral do gênero humano (Gn 6.2).
A degeneração moral era tanta, que Deus resolveu destruir a humanidade
de então (Gn 6.5-7).

    A poligamia entre os reis de Israel (1018 a 530 a. C.)
     Davi teve várias mulheres e concubinas, por permissão e até conces-
são de Deus (2 Sm 5.3), mas não se contentou. Adulterou com Bate-Seba,
mandou matar seu esposo para encobrir o pecado (2 Sm 11) e a tomou por
esposa. Um abismo chama outro (SI 42.7). No tempo dos reis, o símbolo
de grandeza e poder era a posse de mulheres e de cavalos. Salomão teve
700 mulheres e 300 concubinas, as quais "lhe perverteram o coração para
seguir outros deuses" (1 Rs 11.4). Provavelmente, por causa da influência
perniciosa de suas inúmeras mulheres, oriundas das nações cananitas, que
eram dominadas pela idolatria, o famoso filho de Davi se deixou levar pela

                                    21
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


excessiva vaidade de ter um dos maiores haréns do Oriente. Foi o seu fim!
Seus sucessores seguiram o caminho da poligamia.

3. No Novo Testamento éabolida a poligamia (4 a.C até o presente)
      No Antigo Testamento, Deus foi tolerante quanto à sexualidade,
permitindo a poligamia e o concubinato. No Novo Testamento, Ele
disciplinou o relacionamento conjugal. Tornou-se mais difícil manter a
fidelidade, admitindo-se somente a monogamia. A vida cristã restaura
o plano de Deus para o casamento, valorizando a monogamia e conde-
nando outros arranjos para a vida conjugal.

     O ensinamento de Jesus nos Evangelhos
      São diversas as passagens do Novo Testamento em que Jesus se re-
fere ao casamento ou à família. Em Mateus 19, vemos que Ele dá muito
valor à fidelidade conjugal. Certa vez, os fariseus lhe interrogaram se era
lícito ao homem repudiar "sua mulher" por qualquer coisa (Mt 19.3).
Note-se que eles não perguntaram se podiam deixar "suas mulheres".
A resposta do Senhor Jesus tem um sentido bíblico profundo, e remete
às origens do casamento: "... e disse: Portanto, deixará o homem pai e
mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são
mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o
homem" (Mt 19.5-7 — grifo nosso).
      Na resposta objetiva sobre o divórcio, Jesus diz que comete adul-
tério aquele que repudia sua mulher, exceto por causa de infidelidade.
E diz que quem casar com a repudiada também comete adultério (Mt
19.9). Ele se refere "à sua mulher", e não às suas mulheres. Assim, nos
Evangelhos, a poligamia é descartada. Alguém se refere a Mateus 25, na
parábola das dez virgens, alegando ser um casamento polígamo. Ledo
engano. Como Jesus iria comparar a sua vinda a um casamento polí-
gamo? Na verdade, o texto, parte do Sermão Profético, refere-se a um
casamento oriental, em que os noivos eram esperados para a cerimônia
matrimonial por dez virgens, ou dez damas de honra, que portavam
lamparinas acesas.

    A monogamia nas Epístolas
    Como sabemos, as Epístolas são a fonte doutrinária que se fun-
damenta nos Evangelhos de Jesus Cristo. Por elas, os apóstolos foram
usados por Deus para regulamentar, ordenar e orientar a vida dos cris-

                                      22
O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA



tãos e das igrejas, no seu tempo e a todas as igrejas, em todos os tempos
e lugares. Em todas elas há ensinos preciosos. No que diz respeito ao
matrimônio, o Novo Testamento registra ensinos fundamentais sobre o
comportamento dos casados.

     a) Uma esposa, um marido. Na Epístola de Paulo aos Coríntios, ve
mos a regulamentação da vida matrimonial, incluindo o relacionamento
sexual (1 Co 7.1,2). O apóstolo houvera sido informado, por carta, que,
naquela igreja, havia casos de sexo ilícito que ultrapassavam a conduta
ímpia dos incrédulos (5.1-5), a ponto de determinar que fosse entregue
a Satanás determinado fornicário.
     Diante dessa situação calamitosa de imoralidade, Paulo responde
aos coríntios, dizendo que, "por causa" ou, numa linguagem mais cla ra
"para evitar" a prostituição, "cada um tenha a sua própria mulher", ou seja,
só uma esposa, e não duas ou uma esposa e uma concubina. Da mesma
forma, diz ele à mulher: "e cada uma tenha o seu próprio marido". Não
há nada tão claro quanto à monogamia, nos ensinos de Paulo, que foi
o maior intérprete dos Evangelhos, e o maior teólogo do cristianismo.

      b) A harmonia conjugal. Na Epístola aos Efésios, Paulo foi tão ins
pirado pelo Espírito Santo, no que se refere ao relacionamento conjugal,
que seus ensinos são reproduzidos, praticamente, em todas as cerim ô
nias de casamento cristão. Ele doutrina sobre a submissão da mulher ao
esposo cristão, pelo fato de ser designado "cabeça da mulher", ou líder da
família, da mesma forma que a Igreja é submissa a Cristo (Ef 5.22-24;
Cl 3.18). Ao marido, ele exorta a amar a sua esposa, como Cristo amou
a Igreja, sacrificando-se por ela (Ef 5.25; Cl 3.19). Esse entendimento
leva à harmonia conjugal, de tal forma que o homem cristão e sua esposa
completam o que falta no outro, vivendo em amor, e n ão dando lugar
à infidelidade. Com isso, a monogamia é valorizada, em obediência aos
ditames de Deus para o matrimônio, conforme o seu plano original para
o casamento: um homem e uma mulher.

    c) A monogamia na liderança cristã. Para os líderes da igreja, Paulo
exorta que "Convém, pois, que o bispo seja irrepreens ível, marido de
uma mulher..." (1 Tm 3.2). Os di áconos devem ser "maridos de uma
mulher" (1 Tm 3.12). No Antigo Testamento, Deus permitiu e tolerou
que os patriarcas, os reis e até profetas tivessem mais de uma mulher.
Mas no Novo Testamento o l íder deve ser o exemplo dos fi éis (1 Tm

                                    23
A FAMÍUA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


4.12) em tudo. É inaceitável que algum pastor, evangelista ou detentor
de qualquer cargo ministerial procure ter relacionamentos com pessoas
que não sejam seus cônjuges, querendo usar o Antigo Testamento como
justificativa. O ensino sobre a monogamia entre os ministros é tão im-
portante, que o apóstolo repete essa doutrina emTito 1.7.
      O casamento, no Novo Testamento, é elevado a um nível muito alto
no que se refere à união monogâmica, com destaque para a fidelidade
conjugal (Hb 13.4). Na poligamia, não se fala em adultério, em prosti-
tuição. O homem tinha relações com várias esposas e até com concubi-
nas. Mas, no contexto do cristianismo, nos ensinos neotestamentários,
é cobrada a fidelidade incondicional e a pureza no leito conjugal. Deus
julgará os que se prostituem e os adúlteros, conforme o texto transcrito.
O matrimônio deve ser "venerado", ou seja, ter um valor espiritual de
grande importância. O primeiro sentido de "venerado" é o de "adorado".
Mas não se pode aplicar ao matrimônio, pois adoração só é devida a
Deus. Mas tem outro sentido, perfeitamente aplicado à relação conjugal.
Venerado quer dizer "Ter em grande consideração; respeitar". "O leito
sem mácula" refere-se à santidade do relacionamento sexual do casal,
sem mancha, ou seja, sem pecaminosidade. Isso porque o corpo é "tem-
plo do espírito santo" (1 Co 6.19). Só através do casamento
monogâmi-co é possível manter esses princípios para a santidade no
matrimônio.

II - O PRINCÍPIO DA HETEROSSEXUALIDADE
      O Diabo e seus simpatizantes tremem e se revoltam quando a Igre-
ja de Nosso Senhor Jesus Cristo defende os princípios bíblicos quanto à
sexualidade. Para sua própria condenação, pastores em vários lugares no
mundo têm feito concessões a Satanás no que tange ao relacionamento
matrimonial, admitindo a homossexualidade ou a chamada
"homoafe-tividade". Maior condenação terão aqueles que se dizem
cristãos e procuram justificar o homossexualismo, com base em falsas
interpretações dos textos bíblicos. Para Deus, no Antigo e no Novo
Testamento, o casamento só é legítimo e com amparo Lei divina, se
atender ao princípio inegociável da heterossexualidade.

1. "Macho efêmea os criou"
    A origem e os fundamentos do matrimônio remontam ao princípio
da Criação. Quando Deus fez o Universo, o planeta Terra, os seres vivos

                                    24
O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA



irracionais e todo o ambiente propício para a existência humana, Ele
resolveu criar um ser à sua semelhança. E criou "o homem", o ser mascu-
lino (Gn 1.26). No mesmo dia, Ele fez a mulher (Gn 1.27). Os materia-
listas, profanos e libertinos, apregoam aos quatro cantos que "ninguém
nasce homem ou mulher"; quem faz a pessoa ser "homem ou mulher é a
sociedade". Essa é uma das mais indecorosas propostas do Diabo.
      A Bíblia diz que Deus fez homem e mulher, diferenciando sua con-
dição sexual. A ciência diz que uma pessoa é homem se tiver cromosso-
mos XY, masculinos; e mulher, se tiver cromossomos XX. Diz a Bíblia:
"Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando
e sendo enganados" (2 Tm 3.13). Para Deus, homem é homem e mulher
é mulher. Um dia, os ímpios comparecerão perante o Juízo Final e rece-
berão a declaração de sua sentença, por terem se rebelado contra Deus,
distorcendo seus princípios.

2. O primeiro casamento
     Após criar o homem, Deus concluiu que não seria bom ele viver na
solidão. Poderia ter criado outro "Adão" para viver com ele na chama-
da "união homoafetiva". Estaria resolvido o problema da solidão. Mas
Deus não cogitou a homossexualidade. A solução de Deus foi criar um
ser humano, de sexo diferente, para viver ao lado do homem (Gn 2.18).
E criou a mulher, a partir de uma costela de Adão.
     Os ímpios chamam isso de fábula, de "conto de fadas"; falsos teólo-
gos chamam de "mito da Criação". Por quê? Porque para eles Deus não
"criou" o homem conforme o Gênesis. O homem surgiu de uma ameba,
evoluiu até ser macaco, tudo por acaso, e chegou a ser o 11homo sapiens'.
Mas Deus criou o homem das substâncias da terra, e a mulher, a partir
de parte do homem. Creiam ou não os materialistas.
     Após criar a mulher, Deus a apresentou ao homem, e este, extasiado
exclamou: "Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne;
esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada" (Gn 2.23).
Aí temos o relato do primeiro casamento. Deus foi o oficiante. O Pai,
o Filho e o Espírito Santo concelebraram as primeiras núpcias. Os se-
res celestes foram testemunhas. A certidão de casamento é o relato de
Gênesis 2.18-24. Nesse casamento, de origem divina, não vemos lugar
para a "união civil entre pessoas do mesmo sexo", nem espaço para a
"união estável", nem "entidade familiar" homossexual. Os legisladores,
os juristas, educadores, sociólogos, psicólogos e outros aprovam esse tipo

                                    25
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


de união, que é considerada abominável a Deus (Lv 18.22; 20.13). E o
fazem afrontando a Lei de Deus, para sua própria condenação.

3. "E se unirá à sua mulher"
     Após realizar o primeiro casamento, Deus disse: "Portanto, dei-
xará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão
ambos uma carne" (Gn 2.24). Não disse o Criador: "E o homem se
unirá ao seu homem, a mulher se unirá à sua mulher". Claro como o
cristal é o princípio da heterossexualidade. O Supremo Tribunal do
Universo (STU) já tem pronta a sentença condenatória, inapelável,
em última instância, para os que aprovam o que Deus condena. Por-
tanto, o casamento, para Deus tem que ser realizado, com base no
princípio da heterossexualidade: um homem, unido a uma mulher,
pelos laços do matrimônio.
     A homossexualidade é um dos mais infames atos da rebelião contra
Deus. A mídia divulgou entrevista com duas "pastoras", lésbicas, em que
elas usam a Palavra de Deus para justificar sua união, condenada pelo
Senhor. É a pior das decisões. Alguém pode pecar, e é compreensível,
pois, enquanto estiver no mundo, o ser humano está sujeito ao pecado.
Mas usar a Palavra de Deus, a Lei do Senhor, para justificar o que Ele
abomina é pecado imperdoável. E blasfêmia contra o Espírito Santo.

Dil -A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO

1. uma só carne
     No plano de Deus para o casamento, Ele previu a união duradoura
entre o esposo e a esposa, durante toda a vida em comum (Gn 2.24). O
Criador planejara a vida eterna para o ser humano. Em consequência, a
união matrimonial seria eterna.

2. "Até que a morte os separe"
    Na celebração do casamento cristão, os oficiantes enfatizam esse
desiderato por causa da realidade da morte física, que pode atingir um
ou o outro cônjuge. De fato, não há qualquer justificativa para o fim do
casamento, a não ser pelo falecimento de um cônjuge. Somente a falta
de amor verdadeiro pode explicar o aborrecimento de um marido por
sua mulher, e vice-versa, como causa para a dissolução do casamento.

                                      26
O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA



3. O pecado interfere na união conjugal
     Quando o casal não vigia, não ora, não procura obedecer aos princí-
pios de Deus para o casamento, o Adversário da família encontra brecha
para interferir na mente de um ou do casal, de modo que a vida a dois se
torne insuportável. Seja por causa da infidelidade, do adultério, seja pela
prostituição, a fim de que desapareça a razão para viverem juntos. Esse
não foi, nem é, o plano de Deus (Mt 19.6), mas o ser humano pode, com
permissibilidade de Deus, por fim à aliança conjugal.

4. O divórcio — remédio amargo que deixa sequela
      Em consequência da falta de união e de amor, motivados pela falta
de obediência a Deus, há situações em que a convivência torna-se de fa-
chada, aparente, por conveniência, ou até mesmo insuportável. Violência
doméstica, falta de respeito, agressões psicológicas ou físicas, além da in-
fidelidade afrontosa, levam o casal a tomar a terrível decisão de separar-se
com todas as consequências negativas para os dois e para a família.




                                    27
3
                 AS BASES DO
            CASAMENTO CRISTÃO

                          "Vos, maridos, amai vossas mulheres, como também
                        Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela
                                                                  (Ef5.25).


o
          casamento cristão deve ser construído sobre as bases do amor a
Deus e do amor conjugal verdadeiro. É a única forma de união consagrada
por Deus para a constituição da família, objetivando o bem-estar do ser
humano em todos os aspectos da vida. Foi o próprio Deus que instituiu o
matrimônio, no Éden, como já vimos. Na Bíblia, vemos o casamento eleva-
do a um nível bem alto, como observamos em Hebreus 13.4.
     Por ser uma instituição criada por Deus, para atender seus propósitos
quanto às finalidades divinas para a existência do homem na Terra, não
é de admirar que o matrimônio tem sido atacado de maneira constante,
sistemática e violenta. A exemplo do "ladrão", que só vem "a roubar, a ma-
tar e a destruir" (Jo 10.10), Satanás luta diuturnamente para prejudicar o
plano de Deus para a vivência do ser criado à sua imagem e semelhança.
     A História, e mais claramente a História Contemporânea, de-
monstra de forma inequívoca que o casamento é um dos alvos prefe-
renciais das forças satânicas. Sob o pretexto de "evolução", "progresso" e
"avanços sociais", novas formas de união têm sido inventadas e aceitas
pela sociedade sem Deus. Mas os cristãos devem preservar e cultivar o
matrimônio monogâmico e heterossexual, como uma bênção de Deus
para a humanidade.
AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO


    Todas as sociedades antigas, que destruíram o casamento e a família,
nos moldes tradicionais, conforme o projeto de Deus, tiveram seu fim,
pela corrupção de suas bases morais e espirituais. Os materialistas desde-
nham desse tipo de afirmação. Porém, a Palavra de Deus assegura que o
que o homem semeia isso também colherá, pois Deus não se deixa escar-
necer (G1 6.7). E uma questão de tempo apenas. A cada dia, o império do
mal cresce, com o apoio dos governantes, dos representantes políticos do
povo e dos representantes do poder judiciário, que aprovam leis e normas
que contrariam a Lei de Deus. Porém, um dia todos serão julgados no
plano espiritual segundo suas decisões e escolhas. O Juízo Final aguarda,
com sentença já definida, a sorte dos ímpios (SI 9.17).

I - A VONTADE DE DEUS PARA O CASAMENTO

1. A vontade permissiva
     Como expressão da vontade do Criador, Ele disse, no princípio de
todas as coisas, que o homem deveria deixar seu pai e sua mãe e unir-se à
sua mulher, a ponto de ser "uma só carne" com ela (Gn 2.24), o que ocor-
re no ato sexual. Essa vontade de Deus é para todos os homens, crentes
ou não crentes, santos ou ímpios, evangélicos ou não. Por quê? Porque
faz parte de seu plano divino que a humanidade cresça e se multiplique,
através da união legítima entre um homem e uma mulher, como vimos
no capítulo anterior. A vontade de Deus é que um homem se case com
uma mulher, para formar um lar e uma família, conforme os ditames de
sua santa Palavra.
     Face essa "vontade permissiva" de Deus, Ele não interfere nem
di-reciona um homem para uma mulher. Ele permite aos homens em
geral que ajam conforme suas vontades, até mesmo para praticarem atos
contrários à vontade do Senhor. Assim, cada pessoa tem o direito de,
usando o seu livre-arbítrio, fazer as escolhas que lhe convier para
sentir-se bem na união matrimonial. A vida nos mostra que Deus
considera e valoriza o matrimônio, tendo ele sido celebrado numa igreja
evangélica ou não, desde que subordinado à lei civil, representada
pelas autoridades que têm competência para realizar o matrimônio. A
igreja cristã não rejeita um casal, pelo fato de ter sido unido, em
cerimônia legal, num templo de outra religião. Salvo se tal religião
praticar ritos que possam ser considerados diabólicos.

                                   29
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO

2. A vontade diretiva
     Esta é diferente da vontade permissiva. É a vontade de Deus, segun-
do a qual Ele pode agir, de modo impositivo ou diretivo, para alcançar
seus objetivos divinos em relação ao universo e aos homens como agentes
livres. Com essa vontade, Deus também pode direcionar pessoas; criar
situações; promover circunstâncias, seja por sua decisão própria, ou para
atender solicitações e propósitos de pessoas, especialmente de seus servos
e servas, que procuram viver de acordo com seus princípios elevados.
     Dentro desse contexto, como Deus usa a vontade diretiva para o
casamento? Será que Ele escolhe o "irmão fulano" para ser esposo da
"irmã fulana"? E se esse irmão resolver casar com a "irmã sicrana", pode
contrariar a vontade de Deus? Essas questões parecem simples, porém
são mais comuns do que se poderia imaginar. No aconselhamento pas-
toral, ou em seminários para a juventude, é comum ser encaminhada
questão desse tipo: "Pastor, como podemos saber se uma pessoa com
quem namoramos, ou noivamos, é a pessoa escolhida por Deus para
nós?"; ou: "como podemos saber se o casamento é da vontade de Deus?".
     Notadamente os jovens querem uma resposta definida para essas
questões, que são motivo de inquietação para muitos que estão na fase
de tomar decisões importantes em suas vidas, principalmente em rela-
ção ao casamento. De tanto verem fracassos matrimoniais, nas igrejas
ou em suas famílias, há rapazes e moças que têm receio de casar. Há os
que namoram e até noivam, e terminam o relacionamento por não se
sentirem seguros quanto à vontade de Deus nesse terreno. Em nosso
aconselhamento aos jovens, procuramos dar-lhes algumas orientações
que servem de pistas para suas decisões em termos de namoro, noivado
e casamento. A seguir, alguns indicadores da vontade de Deus.

A paz de Deus no coração
     Um dos indicadores de que o que pensamos, fazemos ou pretende-
mos fazer é da vontade de Deus é o sentimento de paz interior, domi-
nando nossos sentimentos, pensamentos e emoções.
    No texto de Paulo em Colossenses 3.15-17 há lições muito preciosas.
Em primeiro lugar, nos diz que "a paz de Deus" deve dominar em nos-
sos corações, e devemos ser agradecidos. Se agradecemos é por alguma
coisa importante, que pomos diante de Deus. Em segundo lugar, diz: "A
palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria. Se a

                                      30
As BASES DO CASAMENTO CRISTÃO


paz de Deus é como um árbitro em nossos corações, conforme diz outra
tradução do texto, a palavra é o referencial para nossos pensamentos, atitudes
e ações. Mas diz que essa palavra deve habitar em nós "abundantemente,
em toda a sabedoria". Quem submete seus pensamentos, ações presentes
ou pretendidas, ao crivo da palavra de Deus, certamente terá muito mais
probabilidade de acertar, e de sentir a direção de Deus em sua vida.
      Em terceiro lugar, o texto diz que devemos louvar a Deus, admoes-
tando-nos uns aos outros, com "salmos, hinos e cânticos espirituais". Ou
seja, quando fazemos alguma coisa que é da vontade de Deus, sentimos
paz interior; tomamos como referência a Palavra do Senhor; temos mo-
tivos para louvar a Deus e, além disso, devemos fazer "tudo em nome do
Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai". Esse é um ponto de al-
tíssima importância. Se um namoro, noivado ou casamento é da vontade
de Deus, podemos agir "no nome do Senhor Jesus" e dar "por ele graças a
Deus Pai". E necessário que o crente tenha a comunhão com o Espírito
Santo para discernir a vontade divina, de maneira sábia e coerente, com
base na regra de fé e conduta, que é a Palavra de Deus.
      A Bíblia diz que o coração, ou o interior do homem, não é bom árbi-
tro (Jr 17.9). Nesse caso, para saber a vontade de Deus, não é de boa nor-
ma confiar no coração. Ele é enganoso, por causa do pecado que passou
a todos os homens. Mas a paz de Deus, dominando um coração pleno da
presença de Deus, em concordância com a sua palavra, é de grande valor.

O comportamento pessoal
     Referimo-nos ao comportamento ou ao testemunho da pessoa. Se
uma jovem namora um rapaz e quer saber se esse namoro é da vontade
de Deus; ou é noiva e quer saber se o noivado é da vontade de Deus, com
vistas a um provável casamento, deve levar em conta com muito cuidado
o testemunho do jovem. Da mesma forma, um rapaz cristão deve avaliar
o testemunho de sua namorada ou noiva, para saber se é da vontade de
Deus que se case com ela. Parece simples, mas não é. E indispensável
observar o comportamento do outro na família, no relacionamento com
os pais; o comportamento do outro para com os pastores, a igreja, o tra-
balho. Se um jovem ou uma jovem não respeita os pais, como respeitará
seu cônjuge? Como respeitará o pai ou a mãe de seus filhos?
     Um casamento não pode ser da vontade de Deus se o namoro e o
noivado são marcados pela prática de atos que ofendem à santidade de

                                     31
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO

 Deus e à santidade do corpo (1 Co 6.18,19,20). Se um rapaz ou uma
 moça quer praticar sexo no namoro ou no noivado, é um sinal evidente
 de que Deus não está aprovando tal relacionamento.
       Um casal de jovens, casados há poucos meses, chegou ao gabinete
 pastoral, procurando ajuda, pois estavam passando por sérias dificulda-
 des. Brigas constantes, desavenças, e já não sentiam mais amor um pelo
 outro. Com certa experiência no assunto, começamos a fazer algumas
 perguntas aos dois. Indagamos se eles estavam orando a Deus, diaria-
 mente; se costumavam ler a Bíblia juntos; se caminhavam para a igreja
 local; se adoravam a Deus, etc. Eles responderam que não oravam mais,
 não liam a Bíblia, e que tinham perdido o estímulo de ir à igreja.
      Dentro de poucos minutos, a jovem encarou o seu esposo e lhe in-
 dagou: "Você não acha que devemos confessar o nosso erro?". Fiquei es-
 perando a resposta do esposo, e ele disse: "Se quiser, pode dizer". Então
 a jovem voltou-se para mim e disse que, no seu noivado, já praticavam
 sexo. E que sabia que a mão de Deus estava pesando sobre eles, lem-
 brando o seu pecado não confessado, por terem fornicado, no namoro.
 Lemos em Provérbios 28.13 que "quem confessa suas transgressões e
 as deixa, alcança misericórdia; mas o que as encobre nunca prospera-
 rá". Eles sentiram-se aliviados por confessarem o seu erro, cometido na
 prática do sexo antes do casamento. Aconselhamo-lhes a procurarem
 o dirigente da congregação para confessar o pecado oculto e aceitarem
 a disciplina eclesiástica. Eles aceitaram o conselho, e depois puderam
 normalizar sua vida, diante de Deus e no seu lar.
      Se um noivo vive faltando com respeito à noiva; se é grosseiro com
ela; se demonstra um ciúme doentio, a ponto de não permitir que a
jovem converse até com pessoas da família, é um péssimo sinal de que
Deus não aprova a união para o casamento. A menos que haja arrepen-
dimento sincero e mudança de atitudes. O mesmo se aplica à jovem. Se
demonstra esse tipo de comportamento, provavelmente não será uma
boa esposa. Não é da vontade de Deus um casamento marcado para ser
palco de brigas, intrigas, competição ou carnalidade.
      De grande importância é observar a vida espiritual do noivo ou da
noiva. Quando o casamento é da vontade de Deus, os dois demonstram,
tanto no namoro, como no noivado, que amam ao Senhor de todo o
coração, de todo o entendimento e de todas as suas forças (Mt 12.30),
e se amam um ao outro como a si mesmos (Mt 12.31), é ótimo sinal de
um futuro casamento abençoado e feliz, pois o amor é o fundamento do

                                      32
AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO


verdadeiro casamento cristão. Essas observações têm muito mais valor
do que profecias sobre casamento.

As coisas se encaixam naturalmente
      Não há necessidade de um casal de noivos sair procurando a casa
 de profetas ou profetisas para saber se o casamento é da vontade de
 Deus. Aliás, na minha experiência pastoral, a maioria das profecias
 envolvendo casamento é falsa. Não se cumpre. Porque, em geral, não
 são de Deus, mas da vontade do profeta, que deseja agradar aos que
 o procuram. Ressaltamos que Deus pode, sim, usar uma serva sua ou
 um servo seu, com o dom de profecia, para orientar decisões sobre
 casamento. Mas esse não é um meio comum. É ocasional. Conheço
 um casal, muito bem casado, ele, pastor; ela, uma ótima serva de
 Deus, que trabalha ao lado do seu marido. Quando namoravam, uma
 profeta disse de alto e bom som, dizendo-se ser usada por Deus, que
 "ele" não seria "o seu", dado por Deus. E que não era a vontade de
 Deus o casamento. Felizmente, os jovens não levaram em considera-
 ção a vontade da profetisa.
      O problema é que, em muitas igrejas locais, pessoas que têm o
dom de profecia passam a ser oráculos privilegiados para dirigir a
vida das pessoas. Essa não é a finalidade da profecia no Novo Testa-
mento. Passou o tempo em que o profeta era consultado para dizer se
alguém deveria ir para a direita ou para a esquerda. Saul foi consultar
o profeta Samuel acerca das jumentas extraviadas de seu pai. O pro-
feta o tranquilizou, pois os animais já haviam sido encontrados. Esse
foi um ministério passado, em que o profeta era o vidente para toda
a nação, e para fatos envolvendo pessoas.
     No Novo Testamento, a nosso ver, é muito mais proveitoso orar
e buscar a presença de Deus reservadamente, entrando no seu quar-
to, como ensinou Jesus, para ter a orientação do Senhor (Mt 6.6).
Como resultado dessa busca, Deus fala através das circunstâncias.
Um jovem fiel, que busca a Deus, que serve a Deus em sua casa, que
se santifica, certamente terá a bênção de Deus sobre as circunstâncias
da sua vida. Ele é abençoado nos estudos. Deus abre portas de em-
prego. A família da noiva demonstra estar feliz, aprovando a amizade
dos noivos. O pastor da igreja local vê com bons olhos o noivado. A
jovem demonstra que ama o rapaz, e expressa isso com palavras e

                                   33
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


carinho. Em tudo isso, pode-se perceber Deus dando a sua aprovação
ao casamento.

Os princípios de Deus são observados
      Para que um casamento seja da vontade de Deus, é indispensável
que os aspirantes ao matrimônio, namorados ou noivos, respeitem os
princípios de Deus, consubstanciados em sua santa Palavra. Um dos
princípios fundamentais é que os pretendentes ao casamento tenham a
mesma fé, sirvam ao mesmo Deus, creiam na sua Palavra e obedeçam ao
Senhor. Se um rapaz deseja casar-se com uma jovem cristã, e não gosta
de ir à igreja local para adorar a Deus, é um sinal evidente de que não dá
valor às coisas sagradas.
     No namoro ou no noivado, Deus dá oportunidade para seus servos
demonstrarem que são verdadeiramente salvos. O casamento na von-
tade de Deus exige santidade. As tentações são muito fortes sobre os
jovens cristãos, principalmente na área da sexualidade. Frequentemen-
te, são tentados a praticar o sexo antes do casamento. Se desrespeitam
esse princípio da santidade, e se envolvem em carícias e práticas sexuais,
certamente estão fora da vontade de Deus. Colherão os frutos de sua
desobediência, logo, ou depois que se casarem (G1 6.7).
     Li um livro com o título O Divórcio Começa no Namoro.
Chamou--me a atenção. Meditando, achei que o autor tem razão. As
bases do casamento são lançadas no namoro e alicerçadas no noivado. Se
essas bases forem lançadas sobre a desobediência a Deus, na prática da
fornicação, estão correndo sério risco de não terem a bênção de Deus.
Não adiantará uma cerimônia pomposa, com dezenas de testemunhas,
vestido de noiva com véu e grinalda, com modelo personalizado, nem
uma recepção no melhor clube da cidade. Mais importante é ter a bênção
de Deus no casamento.

II - O AMOR VERDADEIRO NO CASAMENTO
1. O dever primordial do casal
     O dever de amar está acima dos outros deveres conjugais. O ma-
rido que não ama sua esposa não obedece à Palavra de Deus. Peca por
desobediência. A Bíblia diz solenemente: "Vós, maridos, amai vossas
mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou
por ela" (Ef 5.25). Esse versículo é sempre lido pelo ministro religioso

                                      34
AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO


no dia do casamento de alguém. Muitos maridos, porém, despreparados
para o matrimônio, ouvem essa recomendação por pura formalidade. As
palavras entram-lhes por um ouvido e saem pelo outro: não dão impor-
tância ao que está contido nas Escrituras.
     A nosso ver, se um jovem não está consciente do que é amar a es-
posa, não deve casar, e muito menos ter a bênção matrimonial dada na
igreja do Senhor. Casamento sem amor é como planta sem água: acaba
morrendo. O amor à esposa, recomendado pela Bíblia, é o mais elevado
possível. É semelhante ao amor de Cristo pela Igreja. Isso indica que o
amor do esposo deve ser comparado ao amor de Cristo para com a Igreja.
E maior do que qualquer amor comum: é um amor sublime.

2. O amor gera união plena
       "A união é o resultado do amor sincero. O esposo deve estar unido
à esposa de modo a formar uma unidade, "uma só carne" (Ef 5.31). Essa
união é espiritual, complementada pela união afetiva e física. O marido
é a cabeça, ou seja, o líder da esposa, mas não é superior a ela. Os dois
são "uma só carne", uma mesma unidade, como Paulo ensina (1 Co 7.3).
Isso significa igualdade, reciprocidade de deveres. As obrigações do ma-
rido perante a mulher são as mesmas da mulher perante o marido. Isso
exige união de pensamentos, de sentimentos e de propósitos.
       A união física tem papel importantíssimo nesse aspecto. Essa união
plena tem inimigos terríveis. Um deles, muito comum, é a irritação. A
vida em família sofre bastante desgaste quando o casal não se previne
acerca disso. E pequenas coisas, pequenos transtornos, chamados irrita-
ções, que são como picadas de mosquitos em noites de calor, perturbam
mais do que coisas de grande vulto. A vida conjugal exige convivência
em qualquer situação, na prosperidade ou na escassez, na saúde ou na
doença. E necessário que haja muita compreensão e muito amor para
evitar a irritação que surge com os problemas normais da vida.
        O amor, diz a Bíblia, "tudo espera, tudo suporta; não se irrita." Isso é
 difícil, mas não é impossível para o cristão que tem a ajuda direta de Deus.
 Há esposos que se irritam com tudo, dando lugar à quebra da união plena
 com a esposa. Se a comida não está do agrado do marido, ele reclama, não
 dissimula: fica aborrecido, de cara feia. A camisa está sem um botão, justa-
 mente na hora de sair para a igreja, surge uma discussão. Os chinelos não
 estão no lugar, mais reclamações. São as irritações que vão se somando,
 pequenas, mas constantes. Um dia, "a casa cai". O marido conclui que a

                                      35
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


vida está "insuportável" ao lado da esposa, Satanás fica torcendo pelo pior,
e faz com que aquelas "coisinhas" pareçam montes intransponíveis.
     O esposo cristão quer exigir da esposa o cumprimento fiel de todos
os seus deveres, sem faltar nada. Porém, muitas vezes, não cumpre os
próprios deveres para com ela, conforme a Bíblia manda. Será que, por
causa de qualquer coisa, Cristo irrita-se com a Igreja? Certamente não.
Se assim fosse, onde estaríamos nós? Do mesmo modo, é necessário o
esposo cristão evitar as irritações com a esposa. Como isso é possível?
Parece-nos que, com poucas medidas simples, torna-se viável vencer a
tentação das irritações:
     • O esposo deve orar com a esposa todos os dias.
     • O esposo deve ler a Bíblia ao lado da esposa.
     • O esposo deve manter diálogo constante com a esposa sobre as
       coisas do lar.
     • Quando algo estiver errado, o esposo deve conversar sobre o as
       sunto com compreensão. Pedir sugestões à esposa sobre a melhor
       maneira de, juntos, resolverem o problema.
     • Ambos devem dar graças a Deus pelos problemas. Eles tendem a
       desaparecer quando ações de graças sobem aos céus (1 Ts 5.18).
     • Ambos devem procurar cultivar o verdadeiro amor.

III - A FIDELIDADE CONJUGAL

1. Fator indispensável à estabilidade no casamento
     A segurança espiritual e emocional do casal depende da fidelidade
que cada um devota ao outro. Sem fidelidade, o casamento desaba. As
estruturas do casamento não são preparadas para suportar a infidelidade.
Esta tem efeito devastador no matrimônio, no lar e na família.
     O padrão de amor não é o falso amor das novelas, dos filmes e das
revistas sociais. O padrão para o amor conjugal é o amor de Cristo para
com a sua Igreja! E Cristo jamais foi ou virá a ser infiel à sua Noiva. Da
mesma forma os cônjuges cristãos devem ser fiéis uns aos outros, para
que Satanás não encontre brecha para destruir a aliança matrimonial.
No Antigo Testamento, vemos um texto, em que Deus condena a infi-
delidade entre os esposos. Em Malaquias 2.13-16, vemos a repreensão
ao povo de Israel, pelo fato de haver grande incidência de infidelidade
conjugal.

                                      36
AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO


      Deus não mais aceitava as ofertas do povo, pelo fato de haver des-
lealdade entre esposos e suas respectivas esposas. Quando os cristãos se
casam dentro da vontade divina, Deus se faz presente na cerimônia, e
se torna testemunha divina daquela união, daquele compromisso, assu-
mido perante a autoridade pastoral que Deus confere aos ministros do
evangelho. Eles representam Deus no casamento. Quando os crentes se
casam, assumem o compromisso, perante Deus, perante sua Igreja, pe-
rante as testemunhas e perante a sociedade, perante a lei civil que regula
o matrimônio. O casamento não deve ser visto como um "contrato".
      Contrato tem cláusulas, que podem sofrer modificações mediante
o instrumento de aditivo contratual. No casamento não há aditivo. Há
pacto solene, celebrado perante o criador do casamento. Os contratos
têm prazo de vigência. O casamento é uma aliança, que deve perdurar
"até que a morte os separe". E, para que isso ocorra, é indispensável a
fidelidade entre os cônjuges.
      Estatísticas oficiais demonstram que o número de divórcios entre
os evangélicos está quase equivalente ao índice de divórcios entre os
cônjuges descrentes. Esse é um fenômeno dos tempos pós-modernos.
Há algumas décadas, pouco se falava em divórcio entre cristãos. Mas,
nos últimos tempos, as separações têm ocorrido com frequência acen-
tuada nas igrejas. Por quê? Por vários motivos. Um deles, talvez o mais
terrível, seja o da infidelidade, do adultério, do homossexualismo, e de
outros pecados graves, cometidos contra a Lei de Deus.
     Ultimamente, há inúmeros casos, no seio das igrejas, de casais em
crise conjugal. Alguns não se separam por mera conveniência, mesmo
sendo vítima de infidelidade conjugal. Uns não querem divorciar-se
porque aspiram ao ministério. E precisam manter-se casados, mesmo
que haja uma união de fachada. Isso não condiz com o caráter cristão.
      Para evitar a infidelidade, é necessário que o casal se mantenha de-
baixo da orientação da Palavra de Deus. O esposo, amando sua esposa
de todo o coração, como Cristo à Igreja. A esposa, amando o esposo da
mesma forma e lhe sendo submissa pelo amor. Em termos práticos, é ne-
cessário cultivar, tratar, regar e cuidar da planta do amor, para que as ervas
daninhas da infidelidade não germinem no coração de um dos cônjuges.
     E bom que os cristãos casados saibam que a santidade do cristianismo
não faz ninguém deixar de ser humano. Nesta vida, precisamos de amor, de
alegria, de paz, de carinho, de afeto. O leito conjugal precisa ser bem apro-
veitado, e a união sexual, legítima entre os casados, deve continuar sendo

                                     37
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


fator de integração, não apenas física, afetiva, mas também espiritual. Deus
se agrada da união entre os casados, especialmente entre cristãos (Hb 13.4).
      Reconhecemos que há muita infidelidade que começa por mera
tentação, para o que o outro cônjuge, às vezes, em nada contribui. Mas
havemos de reconhecer que o casal bem unido em torno do Senhor Je-
sus terá condições de vencer o Inimigo. Paulo doutrinou bastante sobre
o assunto (1 Co 3.16,17, por exemplo).
      O homem, ou a mulher cristã, deve tomar em consideração esta ad-
vertência solene e grave da Bíblia: Se alguém destruir o seu próprio cor-
po, pelo pecado, Deus o destruirá. Mais clara ainda é a exortação quando
lemos o trecho de 1 Coríntios 6.18-20. O corpo não é nosso propria-
mente, pois somos propriedade de Deus. Não somos de nós mesmos.
Esta constatação é extraordinária. Para aceitá-la, é preciso que tenhamos
a consciência espiritual em harmonia com a mente de Deus. Diante dis-
so, o casal cristão não pode adulterar, nem usar o corpo de qualquer ma-
neira no leito conjugal, para não cometer infidelidade no uso do "templo
de Deus". A prática do sexo, fora do que é natural, como por exemplo a
sodomia e outras aberrações sexuais, é profanação do "templo de Deus".
     Um casal bem ajustado espiritual e fisicamente não necessita re-
correr a práticas eróticas desrespeitosas no leito conjugal. Havendo o
verdadeiro amor, não haverá frieza sexual. Haverá interesse, atração de
um pelo outro; haverá prazer no ato. É necessário evitar a infidelidade
sob qualquer forma ou pretexto. Quem é fiel ao seu cônjuge é fiel, acima
de tudo, a Deus, o criador do casamento.

IV - O CUIDADO COM O JUGO DESIGUAL
      Essa expressão, "jugo desigual" tem origem no texto de Paulo em
2 Coríntios 6.14-18. O apóstolo exorta quanto ao perigo do relacio-
namento íntimo do cristão com pessoas não cristãs, a quem chama de
"infiéis". Não se trata de evitar o relacionamento cordial ou social com
vizinhos, colegas de trabalho, ou da escola. Mas sim, de relacionamento
que implique em "comunhão" de ideias, pensamentos, emoções, afetos e
intimidades (v. 14 b).
      Ê o caso do namoro e do noivado, com vistas a um possível casa-
mento. Namorar ou noivar com descrente já é estabelecer uma espécie
de "comunhão". Abraços, beijos, carinho, afeto, num relacionamento
íntimo, sem dúvida alguma, já é comunhão. E o apóstolo indaga, de
maneira incisiva: "E que comunhão tem a luz com as trevas? E que con-

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As BASES DO CASAMENTO CRISTÃO


 córdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?" (v.
 14b,15). E uma forma de linguagem bíblica, em que o escritor afirma,
 interrogando. Na verdade, ele quer dizer que não pode haver comunhão
 entre "a luz", o servo de Deus e "as trevas", o descrente com seu estilo
 carnal, mundano e contrário à palavra de Deus.
      "Que concórdia há entre Cristo e Belial?", pergunta Pau-
lo. Num namoro, noivado, ou num casamento, entra em cena Cris-
to e Belial? A princípio, não parece haver tal situação. Mas se pen-
sarmos bem, entendemos que sim. O cristão, solteiro ou casado,
deve ser "templo do Espírito Santo" (1 Co 6.19), na comunhão com
Cristo. O descrente não tem o Espírito de Deus. Ele tem outro espírito,
ou outros espíritos, tipificados em "Belial". Dessa forma, o Espírito que
habita no crente fiel não pode ter "concórdia" com o espírito que habita
no descrente. Não pode haver comunhão.
      O apóstolo é mais claro, quando indaga: "Ou que parte tem o fiel
com o infiel? (v. 15 b). O fiel é aquele que aceitou a Cristo como seu
salvador, que foi lavado e remido pelo sangue de Cristo, que tem seu
nome escrito no Livro da Vida. O infiel é aquele que, mesmo sendo edu-
cado, fino, de boa família, um bom cidadão, não é um servo de Cristo. E
bom cidadão do mundo, mas não é cidadão do céu. Ele acrescenta: "E
que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o
templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles
andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo" (v. 16). Um casa-
mento, fruto de um namoro e de um noivado, de um fiel com um infiel
não pode ser da vontade Deus.
      Muitos têm pago um preço muito alto por desprezarem esse ensino
da Palavra de Deus. Entendendo que, na igreja local, não há um jovem
ou uma jovem para namorar, noivar e casar, acabam envolvendo-se com
colegas de trabalho, da escola, da faculdade; com um parente simpático;
com um amigo bonito; ou uma amiga agradável, porém não crentes.
Isso pode ter sua lógica, no aspecto humano. Mas, na visão de Deus, é
desobediência a seus princípios. Alguns, por misericórdia de Deus, es-
capam de maiores consequências. Outros, infelizmente, afundam num
casamento infeliz, sem união, sem amor, sem paz, sem a bênção de Deus.
E melhor ficar solteiro, ou solteira, do que ter um casamento sem a
presença de Deus.



                                    39
4
              A FAMÍLIA SOB ATAQUE


                     "Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as
                  pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou
                                          a sua casa sobre a rocha" (Mt 7.24).




     N        o século XXI, a família está sob ataque das forças do inferno
de maneira sistemática e insidiosa. Em todos os tempos, esse ataque tem
sido real. Mas nunca como nos dias presentes. Satanás tem conseguido
mobilizar governos, sistemas judiciários, escolas e faculdades, para mi-
nar as bases da instituição familiar. Só em Cristo a família pode resistir
às investidas satânicas.
     Formadores de opinião trabalham para a destruição da entidade fa-
miliar, tal como Deus a criou, pela união de um homem e de uma mulher,
através do casamento. A sociedade sem Deus admite outros "arranjos" de
família. O Supremo Tribunal Federal do Brasil aprovou lei que considera
a união homossexual "união estável", ou, o que é pior, "entidade familiar",
torcendo e distorcendo o sentido de família, de acordo com a Constitui-
ção do País. O que significa isso? Total desprezo à Palavra de Deus, que
considera tais uniões "abominação ao Senhor" (Lv 18.22; 20.13).
     É tão terrível o ataque à família na área da sexualidade, que um líder
gay declarou, anos atrás, que os filhos dos conservadores, nos Estados
Unidos, seriam alvo da sodomia. O Reverendo Louis Sheldon, Presi-
dente da "Coalizão dos Valores Tradicionais" naquele país, registrou o
discurso de um representante do segmento homossexual, com a desfa-
A FAMÍLIA SOB ATAQUE


çatez e a arrogância própria da maioria desse grupo social, no jornal Gay
Community News, escrito pelo ativista Michael Swift:
    Vamos sodomizar seus filhos, símbolo de sua frágil masculinidade, de
    seus sonhos superficiais e mentiras vulgares. Vamos seduzi-los em suas
    escolas, em suas repúblicas, em seus ginásios, em seus vestiários, em suas
    arenas de esportes, em seus seminários, em seus grupos de jovens, nos
    banheiros de seus cinemas, nos alojamentos de seu exército, nas paradas
    de seus caminhões, em todos os seus clubes masculinos, em todas as suas
    sessões plenárias, em todos os lugares onde homens estejam juntos com
    outros homens. Seus filhos se tornarão nossos subordinados efarão tudo o que
    dissermos. Serão remodelados à nossa imagem. Eles suplicarão por nós e nos
                              1
    adorarão" (grifo nosso).
     As declarações desse líder homossexual revelam de modo cristalino
a estratégia diabólica para dominar a sociedade. Os homossexuais não
querem apenas o respeito a seus direitos. Eles têm um projeto de poder,
de dominação, principalmente das crianças e dos jovens, para compro-
meter o futuro das nações, submetendo-as às suas ordens. Vejam bem
os leitores o que o representante do Diabo disse: "Seus filhos se tornarão
nossos subordinados efarão tudo o que dissermos". Dá para duvidar da natu-
reza maligna de uma declaração como essa?
     São as "portas do inferno", batalhando para destruir a família e os
princípios defendidos pela Igreja do Senhor Jesus. Mas essas portas sa-
tânicas não prevalecerão. É uma questão de tempo. O Supremo Juiz do
Universo não dorme nem cochila. Seu sistema divino de controle, de
acompanhamento da História e das ações de todos os homens é o mais
perfeito do universo. Nada escapa ao seu olhar. Ele a tudo vê. Mas só
age, e agirá, no seu tempo, no seu "kairós tempo que só a Ele pertence.
Aparentemente, Deus não está agindo. Mas está. A seu modo, no seu
tempo.
     A Igreja do Senhor Jesus Cristo é a porta-voz de Deus. Ela tem
uma missão proclamadora do evangelho, mas também de denúncia con-
tra a pecaminosidade que destrói a sociedade, como um câncer enga-
noso, que aparenta inofensivo, mas está causando metástase em todo o
tecido social. A família está sendo destruída. A prostituição, as drogas
e a violência são vivenciadas em todos os lugares. Antes, só nas grandes
metrópoles que esses males eram mais sentidos. Hoje, porém, com a
' Rev. Louis P. SHELDON. A estratégia (the agenda). O plano dos homossexuais para
transformar a sociedade, p. 6.


                                            41
A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO


influência dos meios de comunicação, os costumes têm mudado drasti-
camente, alcançando todos os rincões do país. Seja nas grandes capitais,
seja nos menores distritos, vilas e povoados, a influência nefanda desse
falso "progresso" tem chegado, dominando as mentes e as consciências.
     Infelizmente, os governos estão alinhados com o espírito do
Anti-cristo. Quase sem exceção, todos estão de acordo com as mudanças
perniciosas que se voltam contra a família. Até porque, com a "nova visão
de mundo", a família tradicional é considerada ultrapassada. O
casamento monogâmico e heterossexual é retrógrado e precisa dar
lugar a "novas configurações de família". Uma ministra do atual
governo declarou à imprensa que "essa família, composta de papai,
mamãe e filhos" está ultrapassada. Novos "arranjos familiares" se
imporão.
     Tal declaração identifica mais uma agente do Anticristo. Desgraça-
damente, esses agentes ocupam cargos importantes em todas as esferas
de direção do país. E eles têm poder político para aprovarem seus in-
tentos afrontosos contra a Palavra do Senhor. Assim, a igreja de Jesus,
formada de famílias cristãs, não pode ficar silente, omissa e acovardada.
Tem que demonstrar que tem poder espiritual e moral para fazer frente
à onda satânica que tomou conta da maioria dos governos e instituições
do mundo. Somente com a mensagem poderosa do evangelho de Cristo,
é possível salvar a família da destruição total, preconizada pelo Diabo e
seus agentes humanos.

I - A INGERÊNCIA DO ESTADO NA EDUCAÇÃO DOS
FILHOS

l. As crianças são o alvo mais visado
      O estado materialista e ateu sabe que "é importante controlar as
escolas. Hitler sabia o valor da educação doutrinária às crianças. Em
discurso, proferido em 6 de novembro de 1933, disse: "Quando um opo-
nente declara: 'Eu não passarei para o seu lado', eu calmamente digo: seu
filho já pertence a nós... O que é você? Você passará. Seus descenden-
tes, contudo, encontram-se agora no novo acampamento. Em breve, eles
não conhecerão outra coisa além da sua comunidade".
      "O Diabo, mais do que o ditador alemão, sabe muito mais quanto
é importante ter o controle do sistema educacional. Para tanto, procura
promover educadores materialistas, dando-lhes, através da política, ou

                                      42
A FAMÍLIA SOB ATAQUE


do sistema, diretores que não creem em Deus; professores materialistas,
que rejeitem a Bíblia, e escarneçam da fé cristã. Não raro, os professo-
res materialistas perseguem os alunos cristãos, rebaixando suas notas, e
criando dificuldades para que os mesmos sejam reprovados".2
       Nos países do antigo e fracassado "bloco socialista", o Estado tota-
litário e ateu, decretou que a educação das crianças e dos filhos em geral
ficaria a cargo do "todo-poderoso" regime socialista. Para quê? Para que
os pais não tivessem a autoridade de educá-los segundo suas crenças e
tradições. O objetivo do poder comunista era incutir, na mente das ge-
rações, as ideias e os ideais de Karl Marx, de Engels e de Stalin, os fami-
gerados líderes de uma revolução fracassada, que fazia parte da rebelião
do homem contra Deus. Stalin chegou a declarar: "Se Deus existe, eu
irei lá, e o destruirei". A História registrou que seu fim foi deprimente.
Até sua estátua, que se erguia solene na Praça Vermelha, em Moscou, foi
derrubada por um guindaste, e as pessoas pulavam sobre ela.
      Mas tudo foi feito, e com significativo êxito, para eliminar Deus da
mente das crianças. A doutrinação marxista, anos após anos, conseguiu
em grande parte seus intentos diabólicos. Nas salas de aula, os alunos
aprendiam que Deus não existe; que o homem veio de um organismo
celular, que surgiu por acaso, evoluiu, por acaso, e chegou a ser um ser
humano, por acaso. Era o materialismo endeusado nas escolas estatais.
Professores materialistas usavam seu poder para ministrar o ateísmo.
E gerações e mais gerações nunca ouviram falar de Deus, a não ser em
sentido crítico e deturpado.
      Em nosso país, está acontecendo fenômeno semelhante. O Estado
não chega, ainda, a dominar o ensino, de forma ditatorial, como no comu-
nismo. Mas está adotando medidas e práticas com o mesmo objetivo, de
eliminar as ideias cristãs, fundadas na Bíblia, a Palavra de Deus, da mente
dos alunos, com evidente interferência do Estado na educação da família.

2. Punição aos pais que aplicarem medidas corretivas
     Há projeto de lei, aprovado no Congresso Brasileiro, prevendo pu-
nição e até a perda da guarda dos filhos, para pais que aplicarem medi-
das corretivas aos filhos. A chamada "lei da palmada", o Projeto de Lei
7.672/2010, pretende incorporar ao Estatuto da Criança e do Adoles-
cente, que qualquer "castigo físico", de natureza disciplinar, aplicado pelos
2
    Elinaldo Renovato. de Lima Perigos da pós-modernidade, p. 46,47.


                                               43
A FAMÍLIA CRISTA E OS ATAQUES DO INIMIGO


 pais a filhos desobedientes ou rebeldes, devem ser passíveis de punições,
 inclusive a perda do poder sobre os filhos, que poderão ser recolhidos a
 instituições governamentais, para serem educados por agentes do governo.
       Concordamos que nenhum pai tem o direito de espancar seus filhos.
Isso é crime. Mas aplicar uma medida corretiva, sem violência, com o
ob-jetivo de inibir a prática de atos de rebeldia, é saudável e educativo.
Mas essa é uma demonstração de que o Estado brasileiro quer retirar dos
pais a autoridade de corrigir seus filhos.
       De acordo com a Palavra de Deus, os pais devem ser os edu-
cadores por excelência de seus fdhos. No Antigo Testamento, o
ensino aos filhos era determinação divina: "Instrui o menino no
caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se des-
viará dele" (Pv 22.6). Essa exortação solene tem tido seus efeitos
comprovados, ao longo dos séculos. Quando os pais educam seus
filhos, conforme os princípios sagrados da Palavra de Deus, os efei-
tos sobre sua formação espiritual, emocional e intelectual são bené-
ficos e duradouros.
       No Novo Testamento, o texto de Efésios 6.1-4 nos mostra que a
Palavra de Deus é muito mais avançada que as propostas de lei para
educação dos filhos, e do relacionamento dos pais com eles. A legisla-
ção humana, baseada nos "direitos humanos", não é clara quanto aos
deveres dos filhos para com seus pais. Mas é pródiga em explicitar os
direitos dos filhos e os deveres dos pais.
       A Bíblia incentiva o relacionamento respeitoso entre os filhos e os
pais, exortando-os a serem "obedientes a vossos pais no Senhor, porque
isto é justo", e manda honrar o pai e a mãe, por ser o "primeiro man-
damento com promessa", para que os filhos vivam bem, e vivam muito
tempo sobre a terra. Para os pais a determinação bíblica é solene: "E
vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e
admoestação do Senhor". Percebe-se que grande sentido e alcance esse
tipo de exortação tem sobre a educação familiar.
       De um lado, os pais, criando seus filhos "na doutrina e admoestação
do Senhor", ou seja, segundo os elevados princípios de Deus, de amor,
respeito, santidade, e autoridade paternal. E sem excessos, sem provocar
a ira ou a revolta nos filhos. Para tanto, os pais dispõem do ensino da
Palavra de Deus, do recurso maravilhoso da oração e do jejum por seus
filhos, do saudável costume da prática do culto doméstico, onde os pais

                                      44
A familia cristã e os ataques do inimigo
A familia cristã e os ataques do inimigo
A familia cristã e os ataques do inimigo
A familia cristã e os ataques do inimigo
A familia cristã e os ataques do inimigo
A familia cristã e os ataques do inimigo
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A familia cristã e os ataques do inimigo

  • 1.
  • 2.
  • 3. Todos os direitos reservados. Copyright © 2013 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina. Capa: Fábio Longo Projeto gráfico e editoração: Oséas Maciel CDD; 173-Ética Familiar ISBN: 85-263-0324-4 As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, edição de 1995, da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrário. Para maiores informações sobre livros, revistas, periódicos e os últimos lançamentos da CPAD, visite nosso site: http://www.cpad.com.br. SAC — Serviço de Atendimento ao Cliente: 0800-021-7373 Casa Publicadora das Assembleias de Deus Av. Brasil, 34.401 - Bangu - Rio de Janeiro - RJ CEP 21.852-002 1" edição: Janeiro / 2013 Tiragem: 15.000
  • 4. A GRADECIMENTOS E . m primeiro lugar, agradeço a Deus, pelo privilégio que me con- cede de escrever mais um livro. Desta feita sobre A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. Agradeço a meus pais, José Martins de Lima (in memoriaiTi) e Milza Renovato de Lima, que me encaminharam na fé em Cristo Jesus. A minha esposa, íris, que, aos 47 anos de casados, é a amiga sempre presente, em minha vida, que me ajuda em meu ministério. Ela é minha leitora número um, e cuida da revisão dos livros e textos que escrevo. Com sua ajuda, meu trabalho literário é aperfeiçoado. Com suas ora- ções, apoia-me espiritualmente. Dá-me tranquilidade, ao meu lado para servir ao Senhor com alegria. A meus filhos: a Ilana e seu esposo, Kennedy, a Rebeca e Bia (ne- tas); a Ilene e seu esposo, Joel e jônatas (netinho); a Elieber e sua esposa, Talita, e a Taminha (neta), a Elieber Filipe (netinho) e Tâmara (a ne-tinha mais nova); a Raquel, a filha mais nova, que tem honrado o meu ministério, ao lado de seus irmãos; agradeço-lhes pelo incentivo que me dão com suas vidas nos caminhos do Senhor, dando-me a alegria de dizer "eu e minha casa servimos ao Senhor". À Assembleia de Deus em Parnamirim, à qual sirvo, como pastor, pela graça de Deus. Pelos irmãos e amigos, que oram por mim e pelo meu ministério. E me estimulam a trabalhar em prol do Reino de Deus. A CPAD, na pessoa de Dr. Ronaldo Rodrigues, seu ilustre diretor, que tem valorizado o autor nacional; à sua diretoria, formada de homens que colaboram para a melhoria da Educação Cristã, e a todos os que fazem parte da nossa Casa Publicadora. Aos queridos irmãos, leitores, pelo Brasil afora, que têm prestigiado nosso trabalho literário. Que este livro seja uma bênção para edificação de suas vidas. A Deus, toda a glória!
  • 5. A PRESENTAÇÃO D, eus concedeu-me a oportunidade de dedicar-me ao ensino bí- blico sobre Família. E gratificante poder contribuir para a reflexão so- bre a Família, como instituição criada por Deus no Éden, no princípio de todas as coisas. Neste livro, enfocamos a Família na Sociedade Pós--Moderna, que é o alvo preferencial das "portas do inferno". Analisamos as bases do casamento cristão demonstrando que o su- cesso de qualquer relacionamento conjugal, em termos espirituais, é o lar ser edificado sobre a Rocha, que é Cristo; mostramos que as famílias cristãs não estão isentas de conflitos, mas estes podem ser resolvidos com a ajuda divina. Enfatizamos que a família cristã está sob ataque mortal das forças do mal. Mas que é possível pais e filhos vencerem, sob a orientação segura e firme da Palavra de Deus. Especialmente, se a família adotar o culto doméstico como atividade rotineira em seu lar. Ressaltamos o valor da ED para a formação do caráter e da personalidade. Alertamos para "Os Perigos do Adultério" que tem se acentuado de modo terrível, destruindo casamentos e desestruturando famílias. Da mesma forma mostramos que o divórcio não faz parte dos planos de Deus, ainda que em casos excepcionais o divórcio seja permitido. Finalmente, apontamos os perigos do consumismo, que deixa mui- tos perdidos, num cipoal de dívidas, que perturbam a vida espiritual e o relacionamento familiar. Concluímos, mostrando que podemos servir a Deus com toda a família, submetendo-se à sua vontade. Parnamirim, RN, setembro de 2012. Elinaldo Renova/o de Lima Pastor
  • 6. Sumario Agradecimentos ........................................................................... 3 Apresentação................................................................................................4 Capítulo 1 A Família, Criação de Deus. .......................................................... .. 7 Capítulo 2 O Casamento de Acordo com a Bíblia................................................17 Capítulo 3 As Bases do Casamento Cristão.................................................. .....28 Capítulo 4 A Família sob Ataque. ................................................................. ....40 Capítulo 5 Conflitos na Família. ................................................................... ....56 Capítulo 6 Os Perigos do Adultério............................................................................67 Capítulo 7 O Divórcio e suas Consequências.. ..........................................................81 Capítulo 8 Educar, Dever da Família.............................................................................91 Capítulo 9 A Educação Sexual e a Moral Relativista ....................................... 0 . 11
  • 7. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO Capítulo 10 O Valor do Culto Doméstico. ..................................................... .... 1 13 Capítulo 11 A Família e a Escola Dominical.................................................. .....128 Capítulo 12 A Família e a Igreja. ................................................................... ......136 Capítulo 13 Eu e minha Casa Serviremos ao Senhor. ..................................... .....145 Capítulo 14 Os Perigos do Consumismo....................................................... ....1 1 5 Bibliografia. .................................................................................. ..160
  • 8. 1 FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS "Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e ape-gar-se-á à sua mulher e serão ambos uma carne" (Gn 2.24). A . única configuração familiar reconhecida por Deus é a que é for- mada de pai, mãe e filho. No princípio da Criação, Deus concluiu que não seria bom o homem viver na solidão, e criou a mulher para viver a experiência humana ao seu lado. A família é instituição criada por Deus. Antes de fundar a Igreja, Deus criou o casamento e, como decorrência deste, instituiu a família. Essas instituições especiais, fruto da mente do Criador, têm sido terrivelmente atacadas pelas forças do mal. O espírito do Anticristo tem dominado a mente do homem pós--moderno, a tal ponto de promover verdadeira subversão dos valores morais, que se fundamentam na Palavra de Deus. Uniões abomináveis de pessoas do mesmo sexo têm sido aprovadas por lei, como se fossem famílias, em aberta afronta contra a Lei de Deus. Quando Deus criou o homem e a mulher, já tinha em mente a família (Gn 2.24). No Salmo 128, encontramos o valor da família no plano de Deus: "Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! A tua mulher será como a videira frutífera aos la- dos da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!" (SI 128.1,3,4). São promessas de Deus para a família que nele crê, teme-o e lhe obedece.
  • 9. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO Deus disse a Abraão: "E abençoarei os que te abençoarem e amal- diçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gn 12.3). Deus deseja que, em cada lar, haja um ambiente espiritual que honre e glorifique o seu nome. O amor de Deus pela hu- manidade faz com que Ele veja todas as famílias da terra como alvo de sua bênção, pois todos os homens a Ele pertencem (SI 24.1). Porém, só podem desfrutar do favor de Deus as famílias que se sujeitam a obedecer a sua palavra. Estudar sobre o valor da família é de muita importância para nós, pois, de uma forma ou de outra, nascemos numa família, pobre ou rica, desconhecida ou famosa, pequena ou grande, evangélica ou não. A fa- mília é a base de nossa vivência. Dela nascemos e dela dependemos na maior parte da existência. Isso é plano de Deus. I - A FAMÍLIA HO PLANO DIVINO 1. O propósito de Deus O homem, na sua origem, e principalmente após a Queda, jamais teria o poder de criar a família. Não saberia como fazê-lo. Podemos ter certeza de que jamais buscaria criar uma organização que haveria de lhe impor limites e regras de convivência, contrariando seus instintos peca- minosos e egoístas. Deus criou a família com propósitos sublimes, para o indivíduo e para toda a humanidade. Evitar a solidão Deus não fez o homem para viver na solidão (Gn 2.18); Ele tinha em mente a constituição da família, mas esta não está completa só com o casal. Por isso, o Senhor previu a procriação (Gn 1.27-28). Fica mais clara a origem da família quando lemos: "Portanto, deixará o homem seu pai e e sua mãe e se unirá à sua mulher e serão ambos uma só carne" (Gn 2.24). "O homem" aí é o filho, nascido de pai e mãe. Deus fez a família para que o homem não vivesse na solidão (SI 68.6; 113.9). Bem-estar social O homem, diz a sociologia, é um ser gregário por natureza. Ele sente a necessidade de viver em grupo, de socializar-se. Isso não é fruto da evolução cega, como dizem os filósofos materialistas, que supõem que o homem surgiu por acaso, oriundo de um organismo unicelular (ameba), passando por diversos estágios, chegando a ser um macaco, que se trans-
  • 10. FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS formou num homem, por acaso! E que passou a viver em bandos para melhor sobreviver. Isso faz parte do imaginário da fábula evolucionista. A família foi projeto de Deus para a vivência do homem na terra. Pai, mãe e filhos são palavras oriundas da mente de Deus (Gn 2.24).1 A sociedade é formada de famílias. A igreja local é formada de famílias. Toda sociedade que desvalorizou a família e buscou outras for- mas de relação social substitutivas, como união de pessoas do mesmo sexo, corrompeuse e degenerou-se, sucumbindo ao longo da História. Bem-estar emocional Marido e mulher complementam-se em suas necessidades emo- cionais. Nos momentos alegres, compartilham seus sentimentos de felicidade. Nos momentos tristes ou difíceis, ajudam-se mutuamente, impulsionados pelo amor conjugal. Pais e filhos, vivendo em família, sentem-se mais seguros do que pessoas que vivem solitárias. A sociedade sem Deus aprisiona muitos em estilos de vida espúrios e depravados. São presos pelos grilhões do relativismo e do humanismo frio e anticristão. Mas nada pode substituir a família como centro de apoio e segurança para o ser humano (SI 68.6). E plano de Deus. A multiplicação da espécie Um ser humano pode nascer, como fruto de uma violência, de uma gravidez forçada. Pode nascer de uma união entre um homem e uma mulher que vivem juntos sem a bênção do casamento. Mas Deus quer que cada pessoa nasça no mundo, em cumprimento à ordem para o crescimento e a multiplicação da espécie humana, com base no amor e na união entre marido e mulher; entre pais e filhos. O ambiente do lar faz parte do projeto de Deus para a constituição e desenvolvimento da família. É tão forte esse desígnio que a mulher estéril, normalmente, aspira ser mãe. E, sendo sua vontade, Deus propi- cia essa condição. "Seja bendito o nome do Senhor, desde agora e para sempre; que faz com que a mulher estéril habite em família e seja alegre mãe de filhos? Louvai ao Senhor! (SI 113.2,9). Notemos a ordem do texto. Primeiro, "habite em família"; depois, "seja alegre mãe de filhos". Casais homossexuais jamais poderiam contribuir para a multiplicação da raça humana. Por isso e por outras razões, tais uniões são consi- deradas abominação aos olhos de Deus. Não podem ser consideradas Elinaldo Renovato de Lima. A família cristã nos dias atuais, p. 8.
  • 11. A FAMILIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO famílias. Adotam crianças, sob argumentos falaciosos, sabendo que não poderão dar o exemplo de vida que elas precisam. Crianças precisam de pai e de mãe, e não apenas de protetores desvirtuados diante de Deus. 2. A primeira família Quando Adão recebeu Eva, como resultado da intervenção de Deus em sua existência, deve ter ficado deslumbrado com sua companheira, apresentada pelo criador. Não sabemos por quanto tempo viveram como um casal. Mas, experimentando o relacionamento previsto pelo Criador, geraram os primeiros filhos. Foram os únicos que não tiveram que dei- xar "pai" e "mãe" para se unirem e terem filhos (Gn 2.24), formando a primeira família do planeta. Se o acordar da anestesia e contemplar a mulher deve ter sido mo- tivo de admiração e surpresa, imagine-se o que Adão sentiu ao perceber que no ventre da esposa havia um novo ser em formação. E, mais ainda, quando o primeiro filho veio à luz! Quando os dois primeiros filhos já eram jovens ou adultos, Caim matou Abel por inveja da aceitação de Deus para o sacrifício oferecido pelo irmão. Outros filhos e filhas nasceram do primeiro casal (Gn 4.25,26). Adão viveu 930 anos e teve muitos outros filhos e filhas, cujos nomes não são registrados no Gênesis (Gn 5.4,5). Isso porque a genealogia bíblica só destaca nomes de personagens que, de forma positiva ou ne- gativa, têm importância marcante para a trajetória humana e seu papel na História. Por razões que só Deus pode avaliar plenamente, em sua divina onisciência e sabedoria, a primeira família foi vítima do ataque mor- tal do Maligno. Foi em seu seio que aconteceu o primeiro homicídio; dos seus primeiros descendentes, que o plano de Deus para o casamen- to e para a família foi desrespeitado, no que concerne à união familiar, formada por um homem, uma mulher e seus filhos; primeiro, houve a bigamia (Gn 4.18,19). Depois, o homem descambou para a poligamia. Arranjos sociais, inventados pelo homem, em sua condição de rebeldia, que nunca tiveram a aprovação de Deus. Ele as permitiu, consoante sua misericórdia e longanimidade. 3. Jardim do Éden, lugar deproteção e cuidado O Jardim do Éden foi o primeiro "habitat" do homem. "A palavra Jardim é a tradução da palavra hebraica gan, que designa lugar fechado. 10
  • 12. FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS A Septuaginta traduz o hebraico por paraíso', paradeison, termo persa que significa um parque. Éden não é traduzido mas transliterado para o nosso idioma. Basicamente, significa "prazer ou delícia".2 Os críticos da Bíblia veem no relato do Gênesis apenas uma alegoria, ou relato mítico. Porém a Palavra de Deus se impõe como verdade, como martelo de Deus, quebrando as bigornas da incredulidade. O ambiente perfeito do Eden O casal, constituído nos primeiros habitantes humanos do planeta, se deÜciava nas noites calmas e amenas do Paraíso. Não havia temor ou pa- vor da escuridão. O medo era desconhecido. O cenário noturno era tran- quilizador. A brisa suave soprava no arvoredo, levando ao casal os odores perfumados das plantas silvestres. O firmamento, ao longe, pontilhado de estrelas brilhantes, nas noites escuras, oferecia um espetáculo de rara bele- za. Nas noites de lua, diminuindo o brilho estelar, fazia-se extraordinaria- mente belo o ambiente paradisíaco. Sem dúvida, com maior intensidade, brilhava o astro noturno. As manhãs e tardes eram agradáveis. Uma temperatura média, ade- quada ao bem-estar dos habitantes edênicos, era sentida em todo o plane- ta. A luz solar empolgava-os. Em cada canto, se percebia a beleza da cria- ção nos seus mínimos detalhes. O homem se sentia muito feliz. O ar era puro na mais alta expressão. Os animais, as aves, todos os seres da natureza nenhum mal causavam ao homem: conviviam na mais perfeita harmonia. O cuidado de Deus O cuidado de Deus para com o ser criado foi levado ao extremo na formação do Éden. Não havia poluição ambiental; o ecossistema era perfeito; o clima, ameno e confortável, não conhecia diferenças acentua- das de temperatura, nem calor excessivo, nem frio perturbador, havia no primeiro lar do ser humano. Os animais faziam parte do habitat edêni-co. Adão tinha autoridade espiritual e moral sobre todos os seres vivos. Ele foi criado para ser dominador e cuidador do planeta. Havia perfeita harmonia entre os seres racionais e os irracionais. O trabalho no Éden Deus não pôs o homem no Jardim para ficar ocioso, numa atitu- de contemplativa das belezas edênicas (Gn 2.15). É interessante notar que o trabalho, a atividade da mente e do corpo, desde o princípio, foi 2 Ibid.,p.36. 11
  • 13. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO dignificado por Deus. Havia trabalho, mas, em compensação, não havia doenças, nem dor, nem morte. O pranto e a dor eram desconhecidos. A tristeza não existia. Tudo era belo, agradável e bom. A presença de Deus no primeiro lar O mais importante, no entanto, acontecia todas as tardes: o Criador visitava o Éden (Gn 3.8a), buscando passar bons momentos em agradável diálogo e conversa com o casal, que sentia, assim, muita comunhão com o Senhor. A presença do Criador enchia o primeiro lar de muita paz e de 3 alegria indizível" . Como devem ter sido maravilhosos aqueles momentos em que Deus falava diretamente com o ser criado por Ele. Hoje, mais do que nunca, é necessidade vital a presença de Deus nos lares cristãos. Aquele belíssimo lugar foi palco dos acontecimentos que marcaram a origem dos seres humanos, fruto da criação de Deus. Lamentavelmente, foi também o cenário, onde começou a rebelião do homem contra o seu Criador. II - A QUEDA E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A FAMÍLIA Lúcifer, o antigo "querubim ungido", fazendo uso de sua liberda- de, investiu contra o Criador, imaginando poder destronar o Senhor do Universo. Seu plano foi frustrado. Expulso dos céus, Satanás, a falsa "estrela da manhã", investiu contra o primeiro casal, no Jardim do Éden, sugerindo uma atitude de rebelião contra Deus. E foi bem-sucedido. Depreende-se das Escrituras que, quando o primeiro casal caiu, ainda não tinha procriado. Se tivessem filhos, estes não teriam comido do fruto proibido, e até hoje estariam vivos. Mas as consequências da Queda não só atingiram o casal, mas a todos os seus descendentes, ao longo dos séculos, até os dias presentes. Todas as famílias são alcançadas de uma forma ou de outra, pelas consequências da Queda. Antes da Queda, o homem possuía estrutura espiritualefísica excep- cionais. • Tinha o conhecimento profundo de Deus, a comunhão direta com o Criador; • Tinha as bênçãos da presença de Deus no Jardim; a paz, a segu rança e a alegria de se relacionar com o Criador sem intermediários; 3 Ibid.,p.9,10. 12
  • 14. FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS • Possuía conhecimento e bem-estar físico inigualáveis, sem doen ças, distúrbios emocionais ou físicos; não conheciam o medo; • Tinha conhecimento interno e externo em relação à sua pessoa; • Conhecia a realidade social; conhecia o trabalho de modo útil e satisfatório (Gn 2.15). A vida familiar após a Queda. Terrível transtorno total na vida dos primeiros seres criados. Conheceram que estavam nus, dando a entender que antes não se constrangiam nessa condição; o conhecimento da sexualidade exacerba- da tem sido causa de inúmeros distúrbios e desvios de conduta que atin- gem o ser humano, levando-o a práticas sexuais abomináveis aos olhos de Deus; famílias inteiras são destruídas pelo adultério, pela fornicação, pela homossexualidade e por práticas sexuais aberrantes. Conheceram o medo Foi a primeira enfermidade que o homem experimentou. Enfermi- dade ou distúrbio de ordem emocional. As chamadas doenças nervosas tiveram origem no rompimento da relação direta do homem rebelde e seu Criador. Qual a família na terra que não experimenta algum tipo de problema de ordem emocional? Perderam a autoridade sobre a criação O homem foi criado para dominar a natureza (Gn 1.26). Hoje, porém, às vezes famílias perdem um ente querido por serem atingidos por insetos ou agentes microscópicos. Conheceram a desarmonia Quando questionado pelo Criador sobre o seu pecado, Adão pôs a culpa na esposa (Gn 3.12). A mulher pôs a culpa na serpente. Assim, teve início a tão conhecida "incompatibilidade de gênio", que provoca desavenças entre casais, com sérias consequências sobre a estabilidade familiar. Os filhos sofrem ao verem a desunião entre seus pais. O homem conheceu a maldição da terra O trabalho passou a ser penoso e fatigante; sua missão era lavrar e guardar a terra. Mas não havia o desgaste físico ou emocional acentu- ados, que tantos males causa às pessoas. Além disso, toda a ecologia da terra foi transtornada, causando, inclusive as chamadas "catástrofes na- 13
  • 15. A FAMILIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO turais", como secas, enchentes, altíssimas ou baixíssimas temperaturas; o surgimento de animais violentos, provavelmente pelo cruzamento de espécies diversas; vírus, micróbios, bactérias e outros agentes patogêni-cos devem ter surgido por causa do desequilíbrio ecológico, causado pela maldição da terra. E o pior:perdeu a vida eterna, que lhe era assegurada, na con- dição original, e conheceu o aguilhão da morte física (Gn 2.17; Ef 2.5) e da morte espiritual, que é a separação de Deus. As famílias da terra passaram a experimentar a dor da separação, pela morte de entes queridos. III - A FAMÍLIA NO NOVO TESTAMENTO 1.Jesus e a família Nosso Senhor Jesus Cristo valorizou a família. Veio ao mundo atra- vés de uma família. Além de pais, teve irmãos e irmãs (Mt 13.55-57). Teve seu crescimento físico, social, intelectual e espiritual no seio da família (Lc 2.52). No seu ministério, não costumava a hospedar-se em hotéis, mas desfrutava da hospitalidade de um lar, no meio de uma fa- mília digna (Mt 8.14; Lc 10.38-42). Em muitos milagres, demonstrou seu cuidado para com a família (Mt 8.14-15; Lc 7.12-16). Seu primeiro milagre foi realizado numa festa de casamento (Jo 2.12). Ensinou-nos a orar, chamando Deus de "Pai Nosso"(Mt 6.9). Enfatizou o quarto mandamento, mandando honrar pai e mãe (Mt 15.3-6; Mc 7.10-13). Teve um trato especial com as crianças, abençoando-as e acolhendo-as de maneira exemplar (Mc 10.13-16). 2. A família nas epístolas De certa forma, a família no Novo Testamento não diferia muito do modelo familiar do Antigo Testamento. Algumas influências fizeram-se sentir pelo contato com os povos estranhos que dominaram a Palestina. Os romanos contribuíram para que comportamentos libertinos tivessem lugar no meio da sociedade em Israel. Quando escreve aos coríntios, o apóstolo Paulo fala de práticas condenáveis entre judeus (1 Co 5.1). Ninguém combateu como Paulo a pretensa "família homoafetiva" (1 Co 6.10; ler 1 Tm 1.10). 14
  • 16. FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS 3. A monogamia declarada Se no Antigo Testamento a poligamia foi tolerada por Deus, no Novo Testamento a monogamia é a regra doutrinária. Jesus em nenhum momento avalizou outra forma de relacionamento conjugal que não fosse a monogamia. Paulo, usado pelo Espírito Santo, doutrinou de for- ma clara e cristalina sobre esse tema. Escrevendo à igreja de Corinto, formada por judeus e gentios convertidos, deixou claro seu ensino a res- peito das relações conjugais (1 Co 7.1,2). Ele não disse: "cada um tenhas suas mulheres, ou cada uma tenha seus maridos"; ou, pior ainda: "cada um tenha seu homem, ou cada uma tenha sua mulher". 4. A preservação da família O Novo Testamento declara o valor da família de tal forma que prescreve a manutenção do relacionamento conjugal entre um cristão e um infiel, nos chamados casamentos mistos, a fim de resguardar a estabilidade da família. Mais uma vez, foi aos coríntios que ele minis- trou precioso ensino acerca desse controvertido assunto, dizendo que o marido crente não deve abandonar a esposa não-crente por causa de sua conversão, e da mesma sorte, a mulher cristã, em relação ao marido infiel (1 Co 7.12-14). Note-se a preocupação com os filhos, visando sua formação espiritual, em santidade, como decorrência da união de um pai ou mãe crente, mesmo com um descrente. Se não fosse assim, quantas famílias seriam desestruturadas, se um cristão abandonasse seu cônjuge por não ter aceitado a Cristo. É a misericórdia de Deus em prática. IV - A CONSTITUIÇÃO FAMILIAR AO LONGO DOS SÉCULOS l. A família patriarcal Era o tipo de família por excelência, no princípio da humanidade, quando esta começou a espalhar-se por muitas partes do globo, após a Queda. Nesse tipo de família, a figura do pai (patet) tinha um papel bem definido, como sendo o líder do grupo familiar inconteste, em todos os sentidos. A mulher era considerada cidadã de segunda categoria. Na família patriarcal, quase sempre não era observado o princípio da mo- nogamia, estabelecido por Deus no Éden, quando o homem deixaria pai e mãe e se uniria à sua mulher (Gn 2.24) para formar o lar e a família. 15
  • 17. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO Em grande parte, a família patriarcal era poligâmica. O Antigo Tes- tamento demonstra que todos os primeiros patriarcas, Abraão, Isaque, Jacó e outros, eram polígamos. A família patriarcal era típica no contexto histórico e cultural do Antigo Testamento. Além do pai, da mãe e dos filhos, a família patriarcal incluía as concubinas, das quais nasciam filhos, que eram parte do grupo familiar, causando, por vezes, muitos trans- tornos, com o nascimento de meios-irmãos, que competiam quanto aos direitos da prole, principalmente no que tangia às questões de herança. Deus tolerou a poligamia, mas nunca a aprovou, por ser prática es- tranha ao seu projeto para a constituição da família. O pai de família não era só o genitor. Era o líder espiritual, responsável pela prática e o respeito dos ritos da religião que a família adotava. Abraão, Isaque e Jacó eram líderes de sua parentela. Eram verdadeiros sacerdotes em seus lares. 2. A família nuclear Também chamada de "família tradicional", formada por pai, mãe e filhos, como núcleo familiar (cf. Gn 2.24), em torno do qual se desenvol- vem os descendentes, parentes e outros que a ela se agregam. É a família ideal, pois tem origem na mente de Deus, o Criador, e atende a seus pro- pósitos para o desenvolvimento, o bem-estar e estabilidade social. A biga- mia, iniciada por Lameque (Gn 4.18,19), evoluiu e deu lugar à poligamia. 3. A família na atualidade Assim como o casamento, a família, na atualidade, é a instituição mais visada pelos ataques satânicos. A família nuclear tem sido deprecia- da pelos intelectuais, por cientistas sociais, todos adeptos do materialis- mo. Mas os maiores influenciadores para a destruição da família são os que detêm o poder da mídia. Sem sombra de dúvidas, a mídia secular está a serviço do Diabo, como instrumento poderoso para a desconstrução ou destruição dos valores tradicionais, emanados da Palavra de Deus. A destruição moral de uma sociedade começa pela destruição da família, que é a sua célula-mãe. Se esta se degenera, e cresce desordena- damente, surge um câncer moral, que a levará à morte espiritual e social, como ocorreu com Sodoma e Gomorra. O justo pode ter pouca força política. Mas pode usar as armas espiri- tuais de que dispõe (2 Co 10.4). Para tanto, precisa atender aos requisitos que Deus exige para ouvir suas orações em prol de sua terra (2 Cr 7.14). 16
  • 18. 2 O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA "Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne" (Gn2.24). P ara Deus, só existe casamento pela união entre um homem e uma mulher, união monogâmica e heterossexual. Fora desse formato é abominação a Deus. Os propósitos do casamento transcendem à visão hedonista e simplista, dos materialistas, que veem o ser hu- mano no mesmo nível dos animais irracionais. Em sua percepção divina, o Criador viu que não seria bom o homem viver na solidão. E criou a mulher para completar o que lhe faltaria em sua existência. Foi a segunda grande decisão de Deus. Unir o homem e a mulher, "macho e fêmea", instituindo, assim o casamento, não só para a pro- criação da raça humana, mas para a formação da família. O Diabo atacou o plano de Deus para o casamento. Ao longo dos séculos, ele tem induzido os homens a aceitarem outras formas de união, contrárias ao plano de Deus. O homossexualismo tem assumido propor- ções gigantescas, com apoio de governos, legislativos e judiciários. É uma agressão violenta à Lei de Deus, que tem trazido e vai acarretar muita maldição para a humanidade. Se Deus quisesse o casamento entre pes- soas do mesmo sexo, teria feito dois Adões ou duas Evas. Mas não o fez. A sociedade pós-moderna é educada para o materialismo. Nas es- colas de Ensino Fundamental, as crianças são orientadas para o libe-
  • 19. A FAMILIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO ralismo social, que se fundamenta no relativismo e no humanismo. O primeiro ensina que nada é certo e nada poder ser considerado errado. Tudo depende da subjetividade do momento. O segundo coloca o ho- mem como o centro e a medida de todas as coisas. Com essa visão de mundo, não há lugar para os princípios absolutos, emanados da Palavra de Deus. O presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, disse em um de seus discursos: "O mundo mudou. E temos que mudar com ele". Uma de suas primeiras medidas foi dar total apoio ao "casamento homossexual". Pouco tempo depois, o Brasil entrou na mesma visão. O Judiciário, in- terpretando a Constituição sob uma ótica liberal e materialista, aprovou que "entidade familiar" não é formada apenas de homem e mulher, como prevê a própria Carta Magna. É também a união de dois homens ou duas mulheres, na chamada "união homoafetiva". Em seguida, o Supremo Tri- bunal de Justiça decretou a aprovação do "casamento homossexual". Há um poder sobrenatural guiando a mente dos líderes das nações. E o es- pírito do Anticristo. O apóstolo João, profeticamente, viu esse tempo perigoso para o mundo (1 Jo 4.3). Esse "espírito do Anticristo", nos dias hodiernos, tem se manifestado de modo agressivo e impertinente. Os líderes das nações não percebem, porque, em sua maioria, não acreditam em Deus e nem respeitam a sua Palavra. Mas é o "espírito" que governa as nações que se esquecem de Deus (SI 9.17). I - MONOGAMIA - A BASE DO CASAMENTO A palavra monogamia vem de dois vocábulos gregos: monos (único) e gamos (casamento), ou seja um único homem para uma única mulher. A monogamia é a forma de união prevista no plano original de Deus para o casamento e para a formação da família. Conforme Gênesis 2.24, esta é a síntese do pensamento de Deus acerca do casamento monogâ-mico: Deixará "o varão" os seus pais "e apegar-se-á à sua mulher" para se unirem sexualmente ("uma só carne"). Ele não previu "o varão" unir-se "às suas mulheres". Assim, como a Bíblia registra tantos casos de bigamia e poligamia? Devemos lembrar que toda a prática de atos e fatos errôneos resultaram da rebelião con- tra Deus, induzida pelo Diabo e levada a efeito pelo primeiro casal. A Queda foi o princípio de todas as distorções, tanto no plano espiritual, 18
  • 20. O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA como na esfera moral, matrimonial, sexual, social e de toda a ordem estabelecida pelo Criador. 1. O início da distorção do matrimônio —A bigamia Depois que Caim matou Abel, dando início aos ciclos de violência que prejudicam a vida e a sociedade, outros desvios de conduta se fize- ram sentir, pouco a pouco, com o aumento da população na terra. Além da violência, causada pelo transtorno espiritual, psicológico, emocional e físico, consequentes do pecado, o homem foi adotando comportamentos estranhos ao plano de Deus. Um deles foi o de ter mais de uma mulher. O primeiro registro da bigamia está em Gênesis. Deus fez o primeiro casal, Adão e Eva. Seus descendentes podiam realizar o casamento consanguíneo, entre irmãos, primos, sobrinhos, etc. Era a forma de cumprir o que Deus determinara: "E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra...." (Gn 1.28). Mas tais uniões tinham que ser monogâmicas: um único homem e uma única mulher e vice-versa. Na quinta geração edênica, um descen- dente de Adão deu início à distorção em termos de união matrimonial. Lameque, filho de Metusael (Gn 4.18), ou Matusalém (Gn 5.25), por razões não explicadas, resolveu ter mais de uma esposa: "E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá" (Gn 4.19). Já havia milhares e milhares de pessoas na Terra. Para ser da quinta geração, Lameque já encontrou pessoas que viviam há mais de 200 anos. E resolveu adotar mais uma esposa. Interessante é que não há registro de estranheza para com esse comportamento. Talvez alguém ficou admirado, e achou até interessante um homem ter duas mulheres ao mesmo tempo. E muitos homens começaram a invejar La- meque e possuir mais de uma esposa. Tempos depois, Esaú, filho de Isaque desobedeceu a Deus e casou com duas mulheres heteias. O resultado não foi nada bom para a família (Gn 26.34,35), gerando amargura de espírito para a mãe de Esaú. Há casamentos que são motivo de tristeza, decepção e amargura para os pais. As duas esposas, filhas de povos estranhos, só trouxeram transtorno para a família de Isaque. No livro de 1 Samuel, temos outro exemplo negativo dos resultados da bigamia. Elcana, efrateu, filho de Jeroão, era homem de bem. Mas, as- similando o costume comum de sua época, casou-se com duas mulheres (1 Sm 1.2,3). Ana era a sua preferida. Ele a amava mais do que à Penina. 19
  • 21. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO Esse é um primeiro problema: não é possível um marido amar por igual a duas mulheres. Penina tinha filhos. Ana não os tinha, por ser estéril. Penina percebia que Elcana demonstrava mais amor a Ana do que a ela. E se tornou uma desafeta para Ana (1 Sm 1.6). Em consequência, Ana era uma mulher deprimida, vivia chorando, não tinha prazer sequer em se alimentar; seu marido procurava consolá-la, mas ela sofria muito, tanto pelo fato de não ter filhos, como, mais ainda, pelas provocações da outra esposa. Ela só descansou o seu espírito quando Deus ouviu sua oração e lhe deu um filho homem, Samuel, a quem entregou, ainda criança, para servir a Deus no templo, sob os cuidados do sacerdote Eli (cf. 1 Sm 1.26-29). 2. A poligamia torna-se comum A lógica do pecado é sempre a mesma: nunca parar; sempre au- mentar. A bigamia tornou-se prática comum. Afastando-se cada vez mais do plano de Deus, os homens incrementaram seus desvios. Ter duas mulheres já não fazia tanta diferença. E foram multiplicando o nú- mero de esposas. Com que finalidade? Ter mais filhos? Para quê? Dizem os sociólogos que o homem sentiu a necessidade de ter mais riquezas, e precisava de mão-de-obra. Por isso, passou a ter mais mulheres para aumentar sua prole utilitária. Tem lógica humana. Mas fere o plano de Deus. Filhos foram previstos para a perpetuação da espécie. A mão--de-obra é consequência. Ao que tudo indica, a poligamia é resultado da vaidade masculina, de exercer seu poder sobre mais pessoas, e de ter direito a ter relação sexual variada com mulheres diferentes. Isso não faz parte do plano de Deus para o matrimônio. Naturalmente, surgiram as nações, espalhadas pelo mundo, após o episódio da Torre de Babel. Religiões de demônios apareceram e se multiplicaram. Com total aprovação das práticas contrárias ao plano de Deus, inclusive a da poligamia. Seja qual for a explicação, fere ao princí- pio de Deus para o casamento. Por que Deus permitiu a poligamia? Não há consenso no entendimento dessa questão. Mas podemos inferir que Ele permitiu, ou tolerou, tendo em vista os primórdios da raça humana, e a necessidade da ocupação da Terra de modo mais rápido, tendo em vista que a mesma passava por grande deterioração ambiental, motivada pelas alterações cósmicas e ecológicas, em consequência do pecado, que prejudicou não só o homem, mas toda a geografia, a topografia e a eco- logia do planeta. A povoação acelerada se fazia necessária. 20
  • 22. O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA A poligamia no Patriarcado A nação israelita tem início com Abraão (2.400 a.C), começando o Período Patriarcal, em que a figura do homem manteve-se como abso- luta, em termos de importância, em relação à mulher. Cometendo desli- ze em sua vida, deu mau exemplo, unindo-se a uma serva, por sugestão de sua própria mulher, que era estéril; era a bigamia e o concubinato le- gitimado, na família do "pai da fé" (Gn 16), trazendo sérios transtornos familiares, históricos e espirituais. Na época de Isaque (1860 a.C), ao que tudo indica, havia muito res- peito, no seio da família, aos costumes adotados pelo patriarca Abraão. Isaque, já com 40 anos, teve sua esposa escolhida pelo próprio pai, entre os seus parentes que habitavam em Naor (Gn 24). Em Gerar, Isaque sofre a mesma ameaça da lascívia, que seu pai sofrera e vê sua esposa cobiçada por Abimeleque (Gn 26.1-11). Porém, na época de Jacó (1750 a.C), ele casou-se com Raquel, sua amada. Mas foi forçado a ser bígamo pelo próprio sogro. Como Raquel era estéril, Jacó, aproveitando os costumes orientais, uniu-se às suas ser- vas, Bila e Zilpa, e teve, juntamente com sua esposa Leia, dez filhos com elas, e mais dois filhos com Raquel, quando esta foi curada da esterilida- de (Gn 29.32-35; 30.1-26). Jacó, o patriarca que deu origem às tribos de Israel, foi polígamo (Gn 29.21-23; 28-31; 30.1-10). Noé, ao que tudo indica, não entrou na onda da poligamia. Obedeceu ao plano de Deus para o casamento, mantendo-se casado com uma única esposa (Gn 7.7), apesar da corrupção geral do gênero humano (Gn 6.2). A degeneração moral era tanta, que Deus resolveu destruir a humanidade de então (Gn 6.5-7). A poligamia entre os reis de Israel (1018 a 530 a. C.) Davi teve várias mulheres e concubinas, por permissão e até conces- são de Deus (2 Sm 5.3), mas não se contentou. Adulterou com Bate-Seba, mandou matar seu esposo para encobrir o pecado (2 Sm 11) e a tomou por esposa. Um abismo chama outro (SI 42.7). No tempo dos reis, o símbolo de grandeza e poder era a posse de mulheres e de cavalos. Salomão teve 700 mulheres e 300 concubinas, as quais "lhe perverteram o coração para seguir outros deuses" (1 Rs 11.4). Provavelmente, por causa da influência perniciosa de suas inúmeras mulheres, oriundas das nações cananitas, que eram dominadas pela idolatria, o famoso filho de Davi se deixou levar pela 21
  • 23. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO excessiva vaidade de ter um dos maiores haréns do Oriente. Foi o seu fim! Seus sucessores seguiram o caminho da poligamia. 3. No Novo Testamento éabolida a poligamia (4 a.C até o presente) No Antigo Testamento, Deus foi tolerante quanto à sexualidade, permitindo a poligamia e o concubinato. No Novo Testamento, Ele disciplinou o relacionamento conjugal. Tornou-se mais difícil manter a fidelidade, admitindo-se somente a monogamia. A vida cristã restaura o plano de Deus para o casamento, valorizando a monogamia e conde- nando outros arranjos para a vida conjugal. O ensinamento de Jesus nos Evangelhos São diversas as passagens do Novo Testamento em que Jesus se re- fere ao casamento ou à família. Em Mateus 19, vemos que Ele dá muito valor à fidelidade conjugal. Certa vez, os fariseus lhe interrogaram se era lícito ao homem repudiar "sua mulher" por qualquer coisa (Mt 19.3). Note-se que eles não perguntaram se podiam deixar "suas mulheres". A resposta do Senhor Jesus tem um sentido bíblico profundo, e remete às origens do casamento: "... e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem" (Mt 19.5-7 — grifo nosso). Na resposta objetiva sobre o divórcio, Jesus diz que comete adul- tério aquele que repudia sua mulher, exceto por causa de infidelidade. E diz que quem casar com a repudiada também comete adultério (Mt 19.9). Ele se refere "à sua mulher", e não às suas mulheres. Assim, nos Evangelhos, a poligamia é descartada. Alguém se refere a Mateus 25, na parábola das dez virgens, alegando ser um casamento polígamo. Ledo engano. Como Jesus iria comparar a sua vinda a um casamento polí- gamo? Na verdade, o texto, parte do Sermão Profético, refere-se a um casamento oriental, em que os noivos eram esperados para a cerimônia matrimonial por dez virgens, ou dez damas de honra, que portavam lamparinas acesas. A monogamia nas Epístolas Como sabemos, as Epístolas são a fonte doutrinária que se fun- damenta nos Evangelhos de Jesus Cristo. Por elas, os apóstolos foram usados por Deus para regulamentar, ordenar e orientar a vida dos cris- 22
  • 24. O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA tãos e das igrejas, no seu tempo e a todas as igrejas, em todos os tempos e lugares. Em todas elas há ensinos preciosos. No que diz respeito ao matrimônio, o Novo Testamento registra ensinos fundamentais sobre o comportamento dos casados. a) Uma esposa, um marido. Na Epístola de Paulo aos Coríntios, ve mos a regulamentação da vida matrimonial, incluindo o relacionamento sexual (1 Co 7.1,2). O apóstolo houvera sido informado, por carta, que, naquela igreja, havia casos de sexo ilícito que ultrapassavam a conduta ímpia dos incrédulos (5.1-5), a ponto de determinar que fosse entregue a Satanás determinado fornicário. Diante dessa situação calamitosa de imoralidade, Paulo responde aos coríntios, dizendo que, "por causa" ou, numa linguagem mais cla ra "para evitar" a prostituição, "cada um tenha a sua própria mulher", ou seja, só uma esposa, e não duas ou uma esposa e uma concubina. Da mesma forma, diz ele à mulher: "e cada uma tenha o seu próprio marido". Não há nada tão claro quanto à monogamia, nos ensinos de Paulo, que foi o maior intérprete dos Evangelhos, e o maior teólogo do cristianismo. b) A harmonia conjugal. Na Epístola aos Efésios, Paulo foi tão ins pirado pelo Espírito Santo, no que se refere ao relacionamento conjugal, que seus ensinos são reproduzidos, praticamente, em todas as cerim ô nias de casamento cristão. Ele doutrina sobre a submissão da mulher ao esposo cristão, pelo fato de ser designado "cabeça da mulher", ou líder da família, da mesma forma que a Igreja é submissa a Cristo (Ef 5.22-24; Cl 3.18). Ao marido, ele exorta a amar a sua esposa, como Cristo amou a Igreja, sacrificando-se por ela (Ef 5.25; Cl 3.19). Esse entendimento leva à harmonia conjugal, de tal forma que o homem cristão e sua esposa completam o que falta no outro, vivendo em amor, e n ão dando lugar à infidelidade. Com isso, a monogamia é valorizada, em obediência aos ditames de Deus para o matrimônio, conforme o seu plano original para o casamento: um homem e uma mulher. c) A monogamia na liderança cristã. Para os líderes da igreja, Paulo exorta que "Convém, pois, que o bispo seja irrepreens ível, marido de uma mulher..." (1 Tm 3.2). Os di áconos devem ser "maridos de uma mulher" (1 Tm 3.12). No Antigo Testamento, Deus permitiu e tolerou que os patriarcas, os reis e até profetas tivessem mais de uma mulher. Mas no Novo Testamento o l íder deve ser o exemplo dos fi éis (1 Tm 23
  • 25. A FAMÍUA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO 4.12) em tudo. É inaceitável que algum pastor, evangelista ou detentor de qualquer cargo ministerial procure ter relacionamentos com pessoas que não sejam seus cônjuges, querendo usar o Antigo Testamento como justificativa. O ensino sobre a monogamia entre os ministros é tão im- portante, que o apóstolo repete essa doutrina emTito 1.7. O casamento, no Novo Testamento, é elevado a um nível muito alto no que se refere à união monogâmica, com destaque para a fidelidade conjugal (Hb 13.4). Na poligamia, não se fala em adultério, em prosti- tuição. O homem tinha relações com várias esposas e até com concubi- nas. Mas, no contexto do cristianismo, nos ensinos neotestamentários, é cobrada a fidelidade incondicional e a pureza no leito conjugal. Deus julgará os que se prostituem e os adúlteros, conforme o texto transcrito. O matrimônio deve ser "venerado", ou seja, ter um valor espiritual de grande importância. O primeiro sentido de "venerado" é o de "adorado". Mas não se pode aplicar ao matrimônio, pois adoração só é devida a Deus. Mas tem outro sentido, perfeitamente aplicado à relação conjugal. Venerado quer dizer "Ter em grande consideração; respeitar". "O leito sem mácula" refere-se à santidade do relacionamento sexual do casal, sem mancha, ou seja, sem pecaminosidade. Isso porque o corpo é "tem- plo do espírito santo" (1 Co 6.19). Só através do casamento monogâmi-co é possível manter esses princípios para a santidade no matrimônio. II - O PRINCÍPIO DA HETEROSSEXUALIDADE O Diabo e seus simpatizantes tremem e se revoltam quando a Igre- ja de Nosso Senhor Jesus Cristo defende os princípios bíblicos quanto à sexualidade. Para sua própria condenação, pastores em vários lugares no mundo têm feito concessões a Satanás no que tange ao relacionamento matrimonial, admitindo a homossexualidade ou a chamada "homoafe-tividade". Maior condenação terão aqueles que se dizem cristãos e procuram justificar o homossexualismo, com base em falsas interpretações dos textos bíblicos. Para Deus, no Antigo e no Novo Testamento, o casamento só é legítimo e com amparo Lei divina, se atender ao princípio inegociável da heterossexualidade. 1. "Macho efêmea os criou" A origem e os fundamentos do matrimônio remontam ao princípio da Criação. Quando Deus fez o Universo, o planeta Terra, os seres vivos 24
  • 26. O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA irracionais e todo o ambiente propício para a existência humana, Ele resolveu criar um ser à sua semelhança. E criou "o homem", o ser mascu- lino (Gn 1.26). No mesmo dia, Ele fez a mulher (Gn 1.27). Os materia- listas, profanos e libertinos, apregoam aos quatro cantos que "ninguém nasce homem ou mulher"; quem faz a pessoa ser "homem ou mulher é a sociedade". Essa é uma das mais indecorosas propostas do Diabo. A Bíblia diz que Deus fez homem e mulher, diferenciando sua con- dição sexual. A ciência diz que uma pessoa é homem se tiver cromosso- mos XY, masculinos; e mulher, se tiver cromossomos XX. Diz a Bíblia: "Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados" (2 Tm 3.13). Para Deus, homem é homem e mulher é mulher. Um dia, os ímpios comparecerão perante o Juízo Final e rece- berão a declaração de sua sentença, por terem se rebelado contra Deus, distorcendo seus princípios. 2. O primeiro casamento Após criar o homem, Deus concluiu que não seria bom ele viver na solidão. Poderia ter criado outro "Adão" para viver com ele na chama- da "união homoafetiva". Estaria resolvido o problema da solidão. Mas Deus não cogitou a homossexualidade. A solução de Deus foi criar um ser humano, de sexo diferente, para viver ao lado do homem (Gn 2.18). E criou a mulher, a partir de uma costela de Adão. Os ímpios chamam isso de fábula, de "conto de fadas"; falsos teólo- gos chamam de "mito da Criação". Por quê? Porque para eles Deus não "criou" o homem conforme o Gênesis. O homem surgiu de uma ameba, evoluiu até ser macaco, tudo por acaso, e chegou a ser o 11homo sapiens'. Mas Deus criou o homem das substâncias da terra, e a mulher, a partir de parte do homem. Creiam ou não os materialistas. Após criar a mulher, Deus a apresentou ao homem, e este, extasiado exclamou: "Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada" (Gn 2.23). Aí temos o relato do primeiro casamento. Deus foi o oficiante. O Pai, o Filho e o Espírito Santo concelebraram as primeiras núpcias. Os se- res celestes foram testemunhas. A certidão de casamento é o relato de Gênesis 2.18-24. Nesse casamento, de origem divina, não vemos lugar para a "união civil entre pessoas do mesmo sexo", nem espaço para a "união estável", nem "entidade familiar" homossexual. Os legisladores, os juristas, educadores, sociólogos, psicólogos e outros aprovam esse tipo 25
  • 27. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO de união, que é considerada abominável a Deus (Lv 18.22; 20.13). E o fazem afrontando a Lei de Deus, para sua própria condenação. 3. "E se unirá à sua mulher" Após realizar o primeiro casamento, Deus disse: "Portanto, dei- xará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne" (Gn 2.24). Não disse o Criador: "E o homem se unirá ao seu homem, a mulher se unirá à sua mulher". Claro como o cristal é o princípio da heterossexualidade. O Supremo Tribunal do Universo (STU) já tem pronta a sentença condenatória, inapelável, em última instância, para os que aprovam o que Deus condena. Por- tanto, o casamento, para Deus tem que ser realizado, com base no princípio da heterossexualidade: um homem, unido a uma mulher, pelos laços do matrimônio. A homossexualidade é um dos mais infames atos da rebelião contra Deus. A mídia divulgou entrevista com duas "pastoras", lésbicas, em que elas usam a Palavra de Deus para justificar sua união, condenada pelo Senhor. É a pior das decisões. Alguém pode pecar, e é compreensível, pois, enquanto estiver no mundo, o ser humano está sujeito ao pecado. Mas usar a Palavra de Deus, a Lei do Senhor, para justificar o que Ele abomina é pecado imperdoável. E blasfêmia contra o Espírito Santo. Dil -A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO 1. uma só carne No plano de Deus para o casamento, Ele previu a união duradoura entre o esposo e a esposa, durante toda a vida em comum (Gn 2.24). O Criador planejara a vida eterna para o ser humano. Em consequência, a união matrimonial seria eterna. 2. "Até que a morte os separe" Na celebração do casamento cristão, os oficiantes enfatizam esse desiderato por causa da realidade da morte física, que pode atingir um ou o outro cônjuge. De fato, não há qualquer justificativa para o fim do casamento, a não ser pelo falecimento de um cônjuge. Somente a falta de amor verdadeiro pode explicar o aborrecimento de um marido por sua mulher, e vice-versa, como causa para a dissolução do casamento. 26
  • 28. O CASAMENTO DE ACORDO COM A BÍBLIA 3. O pecado interfere na união conjugal Quando o casal não vigia, não ora, não procura obedecer aos princí- pios de Deus para o casamento, o Adversário da família encontra brecha para interferir na mente de um ou do casal, de modo que a vida a dois se torne insuportável. Seja por causa da infidelidade, do adultério, seja pela prostituição, a fim de que desapareça a razão para viverem juntos. Esse não foi, nem é, o plano de Deus (Mt 19.6), mas o ser humano pode, com permissibilidade de Deus, por fim à aliança conjugal. 4. O divórcio — remédio amargo que deixa sequela Em consequência da falta de união e de amor, motivados pela falta de obediência a Deus, há situações em que a convivência torna-se de fa- chada, aparente, por conveniência, ou até mesmo insuportável. Violência doméstica, falta de respeito, agressões psicológicas ou físicas, além da in- fidelidade afrontosa, levam o casal a tomar a terrível decisão de separar-se com todas as consequências negativas para os dois e para a família. 27
  • 29. 3 AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO "Vos, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela (Ef5.25). o casamento cristão deve ser construído sobre as bases do amor a Deus e do amor conjugal verdadeiro. É a única forma de união consagrada por Deus para a constituição da família, objetivando o bem-estar do ser humano em todos os aspectos da vida. Foi o próprio Deus que instituiu o matrimônio, no Éden, como já vimos. Na Bíblia, vemos o casamento eleva- do a um nível bem alto, como observamos em Hebreus 13.4. Por ser uma instituição criada por Deus, para atender seus propósitos quanto às finalidades divinas para a existência do homem na Terra, não é de admirar que o matrimônio tem sido atacado de maneira constante, sistemática e violenta. A exemplo do "ladrão", que só vem "a roubar, a ma- tar e a destruir" (Jo 10.10), Satanás luta diuturnamente para prejudicar o plano de Deus para a vivência do ser criado à sua imagem e semelhança. A História, e mais claramente a História Contemporânea, de- monstra de forma inequívoca que o casamento é um dos alvos prefe- renciais das forças satânicas. Sob o pretexto de "evolução", "progresso" e "avanços sociais", novas formas de união têm sido inventadas e aceitas pela sociedade sem Deus. Mas os cristãos devem preservar e cultivar o matrimônio monogâmico e heterossexual, como uma bênção de Deus para a humanidade.
  • 30. AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO Todas as sociedades antigas, que destruíram o casamento e a família, nos moldes tradicionais, conforme o projeto de Deus, tiveram seu fim, pela corrupção de suas bases morais e espirituais. Os materialistas desde- nham desse tipo de afirmação. Porém, a Palavra de Deus assegura que o que o homem semeia isso também colherá, pois Deus não se deixa escar- necer (G1 6.7). E uma questão de tempo apenas. A cada dia, o império do mal cresce, com o apoio dos governantes, dos representantes políticos do povo e dos representantes do poder judiciário, que aprovam leis e normas que contrariam a Lei de Deus. Porém, um dia todos serão julgados no plano espiritual segundo suas decisões e escolhas. O Juízo Final aguarda, com sentença já definida, a sorte dos ímpios (SI 9.17). I - A VONTADE DE DEUS PARA O CASAMENTO 1. A vontade permissiva Como expressão da vontade do Criador, Ele disse, no princípio de todas as coisas, que o homem deveria deixar seu pai e sua mãe e unir-se à sua mulher, a ponto de ser "uma só carne" com ela (Gn 2.24), o que ocor- re no ato sexual. Essa vontade de Deus é para todos os homens, crentes ou não crentes, santos ou ímpios, evangélicos ou não. Por quê? Porque faz parte de seu plano divino que a humanidade cresça e se multiplique, através da união legítima entre um homem e uma mulher, como vimos no capítulo anterior. A vontade de Deus é que um homem se case com uma mulher, para formar um lar e uma família, conforme os ditames de sua santa Palavra. Face essa "vontade permissiva" de Deus, Ele não interfere nem di-reciona um homem para uma mulher. Ele permite aos homens em geral que ajam conforme suas vontades, até mesmo para praticarem atos contrários à vontade do Senhor. Assim, cada pessoa tem o direito de, usando o seu livre-arbítrio, fazer as escolhas que lhe convier para sentir-se bem na união matrimonial. A vida nos mostra que Deus considera e valoriza o matrimônio, tendo ele sido celebrado numa igreja evangélica ou não, desde que subordinado à lei civil, representada pelas autoridades que têm competência para realizar o matrimônio. A igreja cristã não rejeita um casal, pelo fato de ter sido unido, em cerimônia legal, num templo de outra religião. Salvo se tal religião praticar ritos que possam ser considerados diabólicos. 29
  • 31. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO 2. A vontade diretiva Esta é diferente da vontade permissiva. É a vontade de Deus, segun- do a qual Ele pode agir, de modo impositivo ou diretivo, para alcançar seus objetivos divinos em relação ao universo e aos homens como agentes livres. Com essa vontade, Deus também pode direcionar pessoas; criar situações; promover circunstâncias, seja por sua decisão própria, ou para atender solicitações e propósitos de pessoas, especialmente de seus servos e servas, que procuram viver de acordo com seus princípios elevados. Dentro desse contexto, como Deus usa a vontade diretiva para o casamento? Será que Ele escolhe o "irmão fulano" para ser esposo da "irmã fulana"? E se esse irmão resolver casar com a "irmã sicrana", pode contrariar a vontade de Deus? Essas questões parecem simples, porém são mais comuns do que se poderia imaginar. No aconselhamento pas- toral, ou em seminários para a juventude, é comum ser encaminhada questão desse tipo: "Pastor, como podemos saber se uma pessoa com quem namoramos, ou noivamos, é a pessoa escolhida por Deus para nós?"; ou: "como podemos saber se o casamento é da vontade de Deus?". Notadamente os jovens querem uma resposta definida para essas questões, que são motivo de inquietação para muitos que estão na fase de tomar decisões importantes em suas vidas, principalmente em rela- ção ao casamento. De tanto verem fracassos matrimoniais, nas igrejas ou em suas famílias, há rapazes e moças que têm receio de casar. Há os que namoram e até noivam, e terminam o relacionamento por não se sentirem seguros quanto à vontade de Deus nesse terreno. Em nosso aconselhamento aos jovens, procuramos dar-lhes algumas orientações que servem de pistas para suas decisões em termos de namoro, noivado e casamento. A seguir, alguns indicadores da vontade de Deus. A paz de Deus no coração Um dos indicadores de que o que pensamos, fazemos ou pretende- mos fazer é da vontade de Deus é o sentimento de paz interior, domi- nando nossos sentimentos, pensamentos e emoções. No texto de Paulo em Colossenses 3.15-17 há lições muito preciosas. Em primeiro lugar, nos diz que "a paz de Deus" deve dominar em nos- sos corações, e devemos ser agradecidos. Se agradecemos é por alguma coisa importante, que pomos diante de Deus. Em segundo lugar, diz: "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria. Se a 30
  • 32. As BASES DO CASAMENTO CRISTÃO paz de Deus é como um árbitro em nossos corações, conforme diz outra tradução do texto, a palavra é o referencial para nossos pensamentos, atitudes e ações. Mas diz que essa palavra deve habitar em nós "abundantemente, em toda a sabedoria". Quem submete seus pensamentos, ações presentes ou pretendidas, ao crivo da palavra de Deus, certamente terá muito mais probabilidade de acertar, e de sentir a direção de Deus em sua vida. Em terceiro lugar, o texto diz que devemos louvar a Deus, admoes- tando-nos uns aos outros, com "salmos, hinos e cânticos espirituais". Ou seja, quando fazemos alguma coisa que é da vontade de Deus, sentimos paz interior; tomamos como referência a Palavra do Senhor; temos mo- tivos para louvar a Deus e, além disso, devemos fazer "tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai". Esse é um ponto de al- tíssima importância. Se um namoro, noivado ou casamento é da vontade de Deus, podemos agir "no nome do Senhor Jesus" e dar "por ele graças a Deus Pai". E necessário que o crente tenha a comunhão com o Espírito Santo para discernir a vontade divina, de maneira sábia e coerente, com base na regra de fé e conduta, que é a Palavra de Deus. A Bíblia diz que o coração, ou o interior do homem, não é bom árbi- tro (Jr 17.9). Nesse caso, para saber a vontade de Deus, não é de boa nor- ma confiar no coração. Ele é enganoso, por causa do pecado que passou a todos os homens. Mas a paz de Deus, dominando um coração pleno da presença de Deus, em concordância com a sua palavra, é de grande valor. O comportamento pessoal Referimo-nos ao comportamento ou ao testemunho da pessoa. Se uma jovem namora um rapaz e quer saber se esse namoro é da vontade de Deus; ou é noiva e quer saber se o noivado é da vontade de Deus, com vistas a um provável casamento, deve levar em conta com muito cuidado o testemunho do jovem. Da mesma forma, um rapaz cristão deve avaliar o testemunho de sua namorada ou noiva, para saber se é da vontade de Deus que se case com ela. Parece simples, mas não é. E indispensável observar o comportamento do outro na família, no relacionamento com os pais; o comportamento do outro para com os pastores, a igreja, o tra- balho. Se um jovem ou uma jovem não respeita os pais, como respeitará seu cônjuge? Como respeitará o pai ou a mãe de seus filhos? Um casamento não pode ser da vontade de Deus se o namoro e o noivado são marcados pela prática de atos que ofendem à santidade de 31
  • 33. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO Deus e à santidade do corpo (1 Co 6.18,19,20). Se um rapaz ou uma moça quer praticar sexo no namoro ou no noivado, é um sinal evidente de que Deus não está aprovando tal relacionamento. Um casal de jovens, casados há poucos meses, chegou ao gabinete pastoral, procurando ajuda, pois estavam passando por sérias dificulda- des. Brigas constantes, desavenças, e já não sentiam mais amor um pelo outro. Com certa experiência no assunto, começamos a fazer algumas perguntas aos dois. Indagamos se eles estavam orando a Deus, diaria- mente; se costumavam ler a Bíblia juntos; se caminhavam para a igreja local; se adoravam a Deus, etc. Eles responderam que não oravam mais, não liam a Bíblia, e que tinham perdido o estímulo de ir à igreja. Dentro de poucos minutos, a jovem encarou o seu esposo e lhe in- dagou: "Você não acha que devemos confessar o nosso erro?". Fiquei es- perando a resposta do esposo, e ele disse: "Se quiser, pode dizer". Então a jovem voltou-se para mim e disse que, no seu noivado, já praticavam sexo. E que sabia que a mão de Deus estava pesando sobre eles, lem- brando o seu pecado não confessado, por terem fornicado, no namoro. Lemos em Provérbios 28.13 que "quem confessa suas transgressões e as deixa, alcança misericórdia; mas o que as encobre nunca prospera- rá". Eles sentiram-se aliviados por confessarem o seu erro, cometido na prática do sexo antes do casamento. Aconselhamo-lhes a procurarem o dirigente da congregação para confessar o pecado oculto e aceitarem a disciplina eclesiástica. Eles aceitaram o conselho, e depois puderam normalizar sua vida, diante de Deus e no seu lar. Se um noivo vive faltando com respeito à noiva; se é grosseiro com ela; se demonstra um ciúme doentio, a ponto de não permitir que a jovem converse até com pessoas da família, é um péssimo sinal de que Deus não aprova a união para o casamento. A menos que haja arrepen- dimento sincero e mudança de atitudes. O mesmo se aplica à jovem. Se demonstra esse tipo de comportamento, provavelmente não será uma boa esposa. Não é da vontade de Deus um casamento marcado para ser palco de brigas, intrigas, competição ou carnalidade. De grande importância é observar a vida espiritual do noivo ou da noiva. Quando o casamento é da vontade de Deus, os dois demonstram, tanto no namoro, como no noivado, que amam ao Senhor de todo o coração, de todo o entendimento e de todas as suas forças (Mt 12.30), e se amam um ao outro como a si mesmos (Mt 12.31), é ótimo sinal de um futuro casamento abençoado e feliz, pois o amor é o fundamento do 32
  • 34. AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO verdadeiro casamento cristão. Essas observações têm muito mais valor do que profecias sobre casamento. As coisas se encaixam naturalmente Não há necessidade de um casal de noivos sair procurando a casa de profetas ou profetisas para saber se o casamento é da vontade de Deus. Aliás, na minha experiência pastoral, a maioria das profecias envolvendo casamento é falsa. Não se cumpre. Porque, em geral, não são de Deus, mas da vontade do profeta, que deseja agradar aos que o procuram. Ressaltamos que Deus pode, sim, usar uma serva sua ou um servo seu, com o dom de profecia, para orientar decisões sobre casamento. Mas esse não é um meio comum. É ocasional. Conheço um casal, muito bem casado, ele, pastor; ela, uma ótima serva de Deus, que trabalha ao lado do seu marido. Quando namoravam, uma profeta disse de alto e bom som, dizendo-se ser usada por Deus, que "ele" não seria "o seu", dado por Deus. E que não era a vontade de Deus o casamento. Felizmente, os jovens não levaram em considera- ção a vontade da profetisa. O problema é que, em muitas igrejas locais, pessoas que têm o dom de profecia passam a ser oráculos privilegiados para dirigir a vida das pessoas. Essa não é a finalidade da profecia no Novo Testa- mento. Passou o tempo em que o profeta era consultado para dizer se alguém deveria ir para a direita ou para a esquerda. Saul foi consultar o profeta Samuel acerca das jumentas extraviadas de seu pai. O pro- feta o tranquilizou, pois os animais já haviam sido encontrados. Esse foi um ministério passado, em que o profeta era o vidente para toda a nação, e para fatos envolvendo pessoas. No Novo Testamento, a nosso ver, é muito mais proveitoso orar e buscar a presença de Deus reservadamente, entrando no seu quar- to, como ensinou Jesus, para ter a orientação do Senhor (Mt 6.6). Como resultado dessa busca, Deus fala através das circunstâncias. Um jovem fiel, que busca a Deus, que serve a Deus em sua casa, que se santifica, certamente terá a bênção de Deus sobre as circunstâncias da sua vida. Ele é abençoado nos estudos. Deus abre portas de em- prego. A família da noiva demonstra estar feliz, aprovando a amizade dos noivos. O pastor da igreja local vê com bons olhos o noivado. A jovem demonstra que ama o rapaz, e expressa isso com palavras e 33
  • 35. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO carinho. Em tudo isso, pode-se perceber Deus dando a sua aprovação ao casamento. Os princípios de Deus são observados Para que um casamento seja da vontade de Deus, é indispensável que os aspirantes ao matrimônio, namorados ou noivos, respeitem os princípios de Deus, consubstanciados em sua santa Palavra. Um dos princípios fundamentais é que os pretendentes ao casamento tenham a mesma fé, sirvam ao mesmo Deus, creiam na sua Palavra e obedeçam ao Senhor. Se um rapaz deseja casar-se com uma jovem cristã, e não gosta de ir à igreja local para adorar a Deus, é um sinal evidente de que não dá valor às coisas sagradas. No namoro ou no noivado, Deus dá oportunidade para seus servos demonstrarem que são verdadeiramente salvos. O casamento na von- tade de Deus exige santidade. As tentações são muito fortes sobre os jovens cristãos, principalmente na área da sexualidade. Frequentemen- te, são tentados a praticar o sexo antes do casamento. Se desrespeitam esse princípio da santidade, e se envolvem em carícias e práticas sexuais, certamente estão fora da vontade de Deus. Colherão os frutos de sua desobediência, logo, ou depois que se casarem (G1 6.7). Li um livro com o título O Divórcio Começa no Namoro. Chamou--me a atenção. Meditando, achei que o autor tem razão. As bases do casamento são lançadas no namoro e alicerçadas no noivado. Se essas bases forem lançadas sobre a desobediência a Deus, na prática da fornicação, estão correndo sério risco de não terem a bênção de Deus. Não adiantará uma cerimônia pomposa, com dezenas de testemunhas, vestido de noiva com véu e grinalda, com modelo personalizado, nem uma recepção no melhor clube da cidade. Mais importante é ter a bênção de Deus no casamento. II - O AMOR VERDADEIRO NO CASAMENTO 1. O dever primordial do casal O dever de amar está acima dos outros deveres conjugais. O ma- rido que não ama sua esposa não obedece à Palavra de Deus. Peca por desobediência. A Bíblia diz solenemente: "Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela" (Ef 5.25). Esse versículo é sempre lido pelo ministro religioso 34
  • 36. AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO no dia do casamento de alguém. Muitos maridos, porém, despreparados para o matrimônio, ouvem essa recomendação por pura formalidade. As palavras entram-lhes por um ouvido e saem pelo outro: não dão impor- tância ao que está contido nas Escrituras. A nosso ver, se um jovem não está consciente do que é amar a es- posa, não deve casar, e muito menos ter a bênção matrimonial dada na igreja do Senhor. Casamento sem amor é como planta sem água: acaba morrendo. O amor à esposa, recomendado pela Bíblia, é o mais elevado possível. É semelhante ao amor de Cristo pela Igreja. Isso indica que o amor do esposo deve ser comparado ao amor de Cristo para com a Igreja. E maior do que qualquer amor comum: é um amor sublime. 2. O amor gera união plena "A união é o resultado do amor sincero. O esposo deve estar unido à esposa de modo a formar uma unidade, "uma só carne" (Ef 5.31). Essa união é espiritual, complementada pela união afetiva e física. O marido é a cabeça, ou seja, o líder da esposa, mas não é superior a ela. Os dois são "uma só carne", uma mesma unidade, como Paulo ensina (1 Co 7.3). Isso significa igualdade, reciprocidade de deveres. As obrigações do ma- rido perante a mulher são as mesmas da mulher perante o marido. Isso exige união de pensamentos, de sentimentos e de propósitos. A união física tem papel importantíssimo nesse aspecto. Essa união plena tem inimigos terríveis. Um deles, muito comum, é a irritação. A vida em família sofre bastante desgaste quando o casal não se previne acerca disso. E pequenas coisas, pequenos transtornos, chamados irrita- ções, que são como picadas de mosquitos em noites de calor, perturbam mais do que coisas de grande vulto. A vida conjugal exige convivência em qualquer situação, na prosperidade ou na escassez, na saúde ou na doença. E necessário que haja muita compreensão e muito amor para evitar a irritação que surge com os problemas normais da vida. O amor, diz a Bíblia, "tudo espera, tudo suporta; não se irrita." Isso é difícil, mas não é impossível para o cristão que tem a ajuda direta de Deus. Há esposos que se irritam com tudo, dando lugar à quebra da união plena com a esposa. Se a comida não está do agrado do marido, ele reclama, não dissimula: fica aborrecido, de cara feia. A camisa está sem um botão, justa- mente na hora de sair para a igreja, surge uma discussão. Os chinelos não estão no lugar, mais reclamações. São as irritações que vão se somando, pequenas, mas constantes. Um dia, "a casa cai". O marido conclui que a 35
  • 37. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO vida está "insuportável" ao lado da esposa, Satanás fica torcendo pelo pior, e faz com que aquelas "coisinhas" pareçam montes intransponíveis. O esposo cristão quer exigir da esposa o cumprimento fiel de todos os seus deveres, sem faltar nada. Porém, muitas vezes, não cumpre os próprios deveres para com ela, conforme a Bíblia manda. Será que, por causa de qualquer coisa, Cristo irrita-se com a Igreja? Certamente não. Se assim fosse, onde estaríamos nós? Do mesmo modo, é necessário o esposo cristão evitar as irritações com a esposa. Como isso é possível? Parece-nos que, com poucas medidas simples, torna-se viável vencer a tentação das irritações: • O esposo deve orar com a esposa todos os dias. • O esposo deve ler a Bíblia ao lado da esposa. • O esposo deve manter diálogo constante com a esposa sobre as coisas do lar. • Quando algo estiver errado, o esposo deve conversar sobre o as sunto com compreensão. Pedir sugestões à esposa sobre a melhor maneira de, juntos, resolverem o problema. • Ambos devem dar graças a Deus pelos problemas. Eles tendem a desaparecer quando ações de graças sobem aos céus (1 Ts 5.18). • Ambos devem procurar cultivar o verdadeiro amor. III - A FIDELIDADE CONJUGAL 1. Fator indispensável à estabilidade no casamento A segurança espiritual e emocional do casal depende da fidelidade que cada um devota ao outro. Sem fidelidade, o casamento desaba. As estruturas do casamento não são preparadas para suportar a infidelidade. Esta tem efeito devastador no matrimônio, no lar e na família. O padrão de amor não é o falso amor das novelas, dos filmes e das revistas sociais. O padrão para o amor conjugal é o amor de Cristo para com a sua Igreja! E Cristo jamais foi ou virá a ser infiel à sua Noiva. Da mesma forma os cônjuges cristãos devem ser fiéis uns aos outros, para que Satanás não encontre brecha para destruir a aliança matrimonial. No Antigo Testamento, vemos um texto, em que Deus condena a infi- delidade entre os esposos. Em Malaquias 2.13-16, vemos a repreensão ao povo de Israel, pelo fato de haver grande incidência de infidelidade conjugal. 36
  • 38. AS BASES DO CASAMENTO CRISTÃO Deus não mais aceitava as ofertas do povo, pelo fato de haver des- lealdade entre esposos e suas respectivas esposas. Quando os cristãos se casam dentro da vontade divina, Deus se faz presente na cerimônia, e se torna testemunha divina daquela união, daquele compromisso, assu- mido perante a autoridade pastoral que Deus confere aos ministros do evangelho. Eles representam Deus no casamento. Quando os crentes se casam, assumem o compromisso, perante Deus, perante sua Igreja, pe- rante as testemunhas e perante a sociedade, perante a lei civil que regula o matrimônio. O casamento não deve ser visto como um "contrato". Contrato tem cláusulas, que podem sofrer modificações mediante o instrumento de aditivo contratual. No casamento não há aditivo. Há pacto solene, celebrado perante o criador do casamento. Os contratos têm prazo de vigência. O casamento é uma aliança, que deve perdurar "até que a morte os separe". E, para que isso ocorra, é indispensável a fidelidade entre os cônjuges. Estatísticas oficiais demonstram que o número de divórcios entre os evangélicos está quase equivalente ao índice de divórcios entre os cônjuges descrentes. Esse é um fenômeno dos tempos pós-modernos. Há algumas décadas, pouco se falava em divórcio entre cristãos. Mas, nos últimos tempos, as separações têm ocorrido com frequência acen- tuada nas igrejas. Por quê? Por vários motivos. Um deles, talvez o mais terrível, seja o da infidelidade, do adultério, do homossexualismo, e de outros pecados graves, cometidos contra a Lei de Deus. Ultimamente, há inúmeros casos, no seio das igrejas, de casais em crise conjugal. Alguns não se separam por mera conveniência, mesmo sendo vítima de infidelidade conjugal. Uns não querem divorciar-se porque aspiram ao ministério. E precisam manter-se casados, mesmo que haja uma união de fachada. Isso não condiz com o caráter cristão. Para evitar a infidelidade, é necessário que o casal se mantenha de- baixo da orientação da Palavra de Deus. O esposo, amando sua esposa de todo o coração, como Cristo à Igreja. A esposa, amando o esposo da mesma forma e lhe sendo submissa pelo amor. Em termos práticos, é ne- cessário cultivar, tratar, regar e cuidar da planta do amor, para que as ervas daninhas da infidelidade não germinem no coração de um dos cônjuges. E bom que os cristãos casados saibam que a santidade do cristianismo não faz ninguém deixar de ser humano. Nesta vida, precisamos de amor, de alegria, de paz, de carinho, de afeto. O leito conjugal precisa ser bem apro- veitado, e a união sexual, legítima entre os casados, deve continuar sendo 37
  • 39. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO fator de integração, não apenas física, afetiva, mas também espiritual. Deus se agrada da união entre os casados, especialmente entre cristãos (Hb 13.4). Reconhecemos que há muita infidelidade que começa por mera tentação, para o que o outro cônjuge, às vezes, em nada contribui. Mas havemos de reconhecer que o casal bem unido em torno do Senhor Je- sus terá condições de vencer o Inimigo. Paulo doutrinou bastante sobre o assunto (1 Co 3.16,17, por exemplo). O homem, ou a mulher cristã, deve tomar em consideração esta ad- vertência solene e grave da Bíblia: Se alguém destruir o seu próprio cor- po, pelo pecado, Deus o destruirá. Mais clara ainda é a exortação quando lemos o trecho de 1 Coríntios 6.18-20. O corpo não é nosso propria- mente, pois somos propriedade de Deus. Não somos de nós mesmos. Esta constatação é extraordinária. Para aceitá-la, é preciso que tenhamos a consciência espiritual em harmonia com a mente de Deus. Diante dis- so, o casal cristão não pode adulterar, nem usar o corpo de qualquer ma- neira no leito conjugal, para não cometer infidelidade no uso do "templo de Deus". A prática do sexo, fora do que é natural, como por exemplo a sodomia e outras aberrações sexuais, é profanação do "templo de Deus". Um casal bem ajustado espiritual e fisicamente não necessita re- correr a práticas eróticas desrespeitosas no leito conjugal. Havendo o verdadeiro amor, não haverá frieza sexual. Haverá interesse, atração de um pelo outro; haverá prazer no ato. É necessário evitar a infidelidade sob qualquer forma ou pretexto. Quem é fiel ao seu cônjuge é fiel, acima de tudo, a Deus, o criador do casamento. IV - O CUIDADO COM O JUGO DESIGUAL Essa expressão, "jugo desigual" tem origem no texto de Paulo em 2 Coríntios 6.14-18. O apóstolo exorta quanto ao perigo do relacio- namento íntimo do cristão com pessoas não cristãs, a quem chama de "infiéis". Não se trata de evitar o relacionamento cordial ou social com vizinhos, colegas de trabalho, ou da escola. Mas sim, de relacionamento que implique em "comunhão" de ideias, pensamentos, emoções, afetos e intimidades (v. 14 b). Ê o caso do namoro e do noivado, com vistas a um possível casa- mento. Namorar ou noivar com descrente já é estabelecer uma espécie de "comunhão". Abraços, beijos, carinho, afeto, num relacionamento íntimo, sem dúvida alguma, já é comunhão. E o apóstolo indaga, de maneira incisiva: "E que comunhão tem a luz com as trevas? E que con- 38
  • 40. As BASES DO CASAMENTO CRISTÃO córdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?" (v. 14b,15). E uma forma de linguagem bíblica, em que o escritor afirma, interrogando. Na verdade, ele quer dizer que não pode haver comunhão entre "a luz", o servo de Deus e "as trevas", o descrente com seu estilo carnal, mundano e contrário à palavra de Deus. "Que concórdia há entre Cristo e Belial?", pergunta Pau- lo. Num namoro, noivado, ou num casamento, entra em cena Cris- to e Belial? A princípio, não parece haver tal situação. Mas se pen- sarmos bem, entendemos que sim. O cristão, solteiro ou casado, deve ser "templo do Espírito Santo" (1 Co 6.19), na comunhão com Cristo. O descrente não tem o Espírito de Deus. Ele tem outro espírito, ou outros espíritos, tipificados em "Belial". Dessa forma, o Espírito que habita no crente fiel não pode ter "concórdia" com o espírito que habita no descrente. Não pode haver comunhão. O apóstolo é mais claro, quando indaga: "Ou que parte tem o fiel com o infiel? (v. 15 b). O fiel é aquele que aceitou a Cristo como seu salvador, que foi lavado e remido pelo sangue de Cristo, que tem seu nome escrito no Livro da Vida. O infiel é aquele que, mesmo sendo edu- cado, fino, de boa família, um bom cidadão, não é um servo de Cristo. E bom cidadão do mundo, mas não é cidadão do céu. Ele acrescenta: "E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo" (v. 16). Um casa- mento, fruto de um namoro e de um noivado, de um fiel com um infiel não pode ser da vontade Deus. Muitos têm pago um preço muito alto por desprezarem esse ensino da Palavra de Deus. Entendendo que, na igreja local, não há um jovem ou uma jovem para namorar, noivar e casar, acabam envolvendo-se com colegas de trabalho, da escola, da faculdade; com um parente simpático; com um amigo bonito; ou uma amiga agradável, porém não crentes. Isso pode ter sua lógica, no aspecto humano. Mas, na visão de Deus, é desobediência a seus princípios. Alguns, por misericórdia de Deus, es- capam de maiores consequências. Outros, infelizmente, afundam num casamento infeliz, sem união, sem amor, sem paz, sem a bênção de Deus. E melhor ficar solteiro, ou solteira, do que ter um casamento sem a presença de Deus. 39
  • 41. 4 A FAMÍLIA SOB ATAQUE "Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha" (Mt 7.24). N o século XXI, a família está sob ataque das forças do inferno de maneira sistemática e insidiosa. Em todos os tempos, esse ataque tem sido real. Mas nunca como nos dias presentes. Satanás tem conseguido mobilizar governos, sistemas judiciários, escolas e faculdades, para mi- nar as bases da instituição familiar. Só em Cristo a família pode resistir às investidas satânicas. Formadores de opinião trabalham para a destruição da entidade fa- miliar, tal como Deus a criou, pela união de um homem e de uma mulher, através do casamento. A sociedade sem Deus admite outros "arranjos" de família. O Supremo Tribunal Federal do Brasil aprovou lei que considera a união homossexual "união estável", ou, o que é pior, "entidade familiar", torcendo e distorcendo o sentido de família, de acordo com a Constitui- ção do País. O que significa isso? Total desprezo à Palavra de Deus, que considera tais uniões "abominação ao Senhor" (Lv 18.22; 20.13). É tão terrível o ataque à família na área da sexualidade, que um líder gay declarou, anos atrás, que os filhos dos conservadores, nos Estados Unidos, seriam alvo da sodomia. O Reverendo Louis Sheldon, Presi- dente da "Coalizão dos Valores Tradicionais" naquele país, registrou o discurso de um representante do segmento homossexual, com a desfa-
  • 42. A FAMÍLIA SOB ATAQUE çatez e a arrogância própria da maioria desse grupo social, no jornal Gay Community News, escrito pelo ativista Michael Swift: Vamos sodomizar seus filhos, símbolo de sua frágil masculinidade, de seus sonhos superficiais e mentiras vulgares. Vamos seduzi-los em suas escolas, em suas repúblicas, em seus ginásios, em seus vestiários, em suas arenas de esportes, em seus seminários, em seus grupos de jovens, nos banheiros de seus cinemas, nos alojamentos de seu exército, nas paradas de seus caminhões, em todos os seus clubes masculinos, em todas as suas sessões plenárias, em todos os lugares onde homens estejam juntos com outros homens. Seus filhos se tornarão nossos subordinados efarão tudo o que dissermos. Serão remodelados à nossa imagem. Eles suplicarão por nós e nos 1 adorarão" (grifo nosso). As declarações desse líder homossexual revelam de modo cristalino a estratégia diabólica para dominar a sociedade. Os homossexuais não querem apenas o respeito a seus direitos. Eles têm um projeto de poder, de dominação, principalmente das crianças e dos jovens, para compro- meter o futuro das nações, submetendo-as às suas ordens. Vejam bem os leitores o que o representante do Diabo disse: "Seus filhos se tornarão nossos subordinados efarão tudo o que dissermos". Dá para duvidar da natu- reza maligna de uma declaração como essa? São as "portas do inferno", batalhando para destruir a família e os princípios defendidos pela Igreja do Senhor Jesus. Mas essas portas sa- tânicas não prevalecerão. É uma questão de tempo. O Supremo Juiz do Universo não dorme nem cochila. Seu sistema divino de controle, de acompanhamento da História e das ações de todos os homens é o mais perfeito do universo. Nada escapa ao seu olhar. Ele a tudo vê. Mas só age, e agirá, no seu tempo, no seu "kairós tempo que só a Ele pertence. Aparentemente, Deus não está agindo. Mas está. A seu modo, no seu tempo. A Igreja do Senhor Jesus Cristo é a porta-voz de Deus. Ela tem uma missão proclamadora do evangelho, mas também de denúncia con- tra a pecaminosidade que destrói a sociedade, como um câncer enga- noso, que aparenta inofensivo, mas está causando metástase em todo o tecido social. A família está sendo destruída. A prostituição, as drogas e a violência são vivenciadas em todos os lugares. Antes, só nas grandes metrópoles que esses males eram mais sentidos. Hoje, porém, com a ' Rev. Louis P. SHELDON. A estratégia (the agenda). O plano dos homossexuais para transformar a sociedade, p. 6. 41
  • 43. A FAMÍLIA CRISTÃ E OS ATAQUES DO INIMIGO influência dos meios de comunicação, os costumes têm mudado drasti- camente, alcançando todos os rincões do país. Seja nas grandes capitais, seja nos menores distritos, vilas e povoados, a influência nefanda desse falso "progresso" tem chegado, dominando as mentes e as consciências. Infelizmente, os governos estão alinhados com o espírito do Anti-cristo. Quase sem exceção, todos estão de acordo com as mudanças perniciosas que se voltam contra a família. Até porque, com a "nova visão de mundo", a família tradicional é considerada ultrapassada. O casamento monogâmico e heterossexual é retrógrado e precisa dar lugar a "novas configurações de família". Uma ministra do atual governo declarou à imprensa que "essa família, composta de papai, mamãe e filhos" está ultrapassada. Novos "arranjos familiares" se imporão. Tal declaração identifica mais uma agente do Anticristo. Desgraça- damente, esses agentes ocupam cargos importantes em todas as esferas de direção do país. E eles têm poder político para aprovarem seus in- tentos afrontosos contra a Palavra do Senhor. Assim, a igreja de Jesus, formada de famílias cristãs, não pode ficar silente, omissa e acovardada. Tem que demonstrar que tem poder espiritual e moral para fazer frente à onda satânica que tomou conta da maioria dos governos e instituições do mundo. Somente com a mensagem poderosa do evangelho de Cristo, é possível salvar a família da destruição total, preconizada pelo Diabo e seus agentes humanos. I - A INGERÊNCIA DO ESTADO NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS l. As crianças são o alvo mais visado O estado materialista e ateu sabe que "é importante controlar as escolas. Hitler sabia o valor da educação doutrinária às crianças. Em discurso, proferido em 6 de novembro de 1933, disse: "Quando um opo- nente declara: 'Eu não passarei para o seu lado', eu calmamente digo: seu filho já pertence a nós... O que é você? Você passará. Seus descenden- tes, contudo, encontram-se agora no novo acampamento. Em breve, eles não conhecerão outra coisa além da sua comunidade". "O Diabo, mais do que o ditador alemão, sabe muito mais quanto é importante ter o controle do sistema educacional. Para tanto, procura promover educadores materialistas, dando-lhes, através da política, ou 42
  • 44. A FAMÍLIA SOB ATAQUE do sistema, diretores que não creem em Deus; professores materialistas, que rejeitem a Bíblia, e escarneçam da fé cristã. Não raro, os professo- res materialistas perseguem os alunos cristãos, rebaixando suas notas, e criando dificuldades para que os mesmos sejam reprovados".2 Nos países do antigo e fracassado "bloco socialista", o Estado tota- litário e ateu, decretou que a educação das crianças e dos filhos em geral ficaria a cargo do "todo-poderoso" regime socialista. Para quê? Para que os pais não tivessem a autoridade de educá-los segundo suas crenças e tradições. O objetivo do poder comunista era incutir, na mente das ge- rações, as ideias e os ideais de Karl Marx, de Engels e de Stalin, os fami- gerados líderes de uma revolução fracassada, que fazia parte da rebelião do homem contra Deus. Stalin chegou a declarar: "Se Deus existe, eu irei lá, e o destruirei". A História registrou que seu fim foi deprimente. Até sua estátua, que se erguia solene na Praça Vermelha, em Moscou, foi derrubada por um guindaste, e as pessoas pulavam sobre ela. Mas tudo foi feito, e com significativo êxito, para eliminar Deus da mente das crianças. A doutrinação marxista, anos após anos, conseguiu em grande parte seus intentos diabólicos. Nas salas de aula, os alunos aprendiam que Deus não existe; que o homem veio de um organismo celular, que surgiu por acaso, evoluiu, por acaso, e chegou a ser um ser humano, por acaso. Era o materialismo endeusado nas escolas estatais. Professores materialistas usavam seu poder para ministrar o ateísmo. E gerações e mais gerações nunca ouviram falar de Deus, a não ser em sentido crítico e deturpado. Em nosso país, está acontecendo fenômeno semelhante. O Estado não chega, ainda, a dominar o ensino, de forma ditatorial, como no comu- nismo. Mas está adotando medidas e práticas com o mesmo objetivo, de eliminar as ideias cristãs, fundadas na Bíblia, a Palavra de Deus, da mente dos alunos, com evidente interferência do Estado na educação da família. 2. Punição aos pais que aplicarem medidas corretivas Há projeto de lei, aprovado no Congresso Brasileiro, prevendo pu- nição e até a perda da guarda dos filhos, para pais que aplicarem medi- das corretivas aos filhos. A chamada "lei da palmada", o Projeto de Lei 7.672/2010, pretende incorporar ao Estatuto da Criança e do Adoles- cente, que qualquer "castigo físico", de natureza disciplinar, aplicado pelos 2 Elinaldo Renovato. de Lima Perigos da pós-modernidade, p. 46,47. 43
  • 45. A FAMÍLIA CRISTA E OS ATAQUES DO INIMIGO pais a filhos desobedientes ou rebeldes, devem ser passíveis de punições, inclusive a perda do poder sobre os filhos, que poderão ser recolhidos a instituições governamentais, para serem educados por agentes do governo. Concordamos que nenhum pai tem o direito de espancar seus filhos. Isso é crime. Mas aplicar uma medida corretiva, sem violência, com o ob-jetivo de inibir a prática de atos de rebeldia, é saudável e educativo. Mas essa é uma demonstração de que o Estado brasileiro quer retirar dos pais a autoridade de corrigir seus filhos. De acordo com a Palavra de Deus, os pais devem ser os edu- cadores por excelência de seus fdhos. No Antigo Testamento, o ensino aos filhos era determinação divina: "Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se des- viará dele" (Pv 22.6). Essa exortação solene tem tido seus efeitos comprovados, ao longo dos séculos. Quando os pais educam seus filhos, conforme os princípios sagrados da Palavra de Deus, os efei- tos sobre sua formação espiritual, emocional e intelectual são bené- ficos e duradouros. No Novo Testamento, o texto de Efésios 6.1-4 nos mostra que a Palavra de Deus é muito mais avançada que as propostas de lei para educação dos filhos, e do relacionamento dos pais com eles. A legisla- ção humana, baseada nos "direitos humanos", não é clara quanto aos deveres dos filhos para com seus pais. Mas é pródiga em explicitar os direitos dos filhos e os deveres dos pais. A Bíblia incentiva o relacionamento respeitoso entre os filhos e os pais, exortando-os a serem "obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo", e manda honrar o pai e a mãe, por ser o "primeiro man- damento com promessa", para que os filhos vivam bem, e vivam muito tempo sobre a terra. Para os pais a determinação bíblica é solene: "E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor". Percebe-se que grande sentido e alcance esse tipo de exortação tem sobre a educação familiar. De um lado, os pais, criando seus filhos "na doutrina e admoestação do Senhor", ou seja, segundo os elevados princípios de Deus, de amor, respeito, santidade, e autoridade paternal. E sem excessos, sem provocar a ira ou a revolta nos filhos. Para tanto, os pais dispõem do ensino da Palavra de Deus, do recurso maravilhoso da oração e do jejum por seus filhos, do saudável costume da prática do culto doméstico, onde os pais 44