O documento discute a macaxeira, incluindo sua importância econômica para o Brasil, exigências climáticas, escolha do solo, adubação, obtenção de mudas, plantio, consórcio, rotação de culturas, doenças, pragas e colheita. A macaxeira é um importante cultivo no Brasil, responsável por 12,7% da produção mundial.
2. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
• O Brasil é o segundo maior produtor do mundo,
responsável por 12,7 % da produção Total
(Souza & Fialho, 2003);
• É cultivada em todas as regiões do país;
• Utilizada na alimentação humana e animal,
além de ser utilizada como matéria – prima para
produtos industriais (farinhas, fécula, etc);
• Produtividade média de 14 ton/ha
3. EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS
• Altitude ideal de plantio é de 600 a 800 m, sendo
tolerante até 2300 m;
• Temperatura média ideal de cultivo entre 20 e
27°C;
• Índice Pluviométrico em torno de 1000 a 1500
mm/ano;
• É importante que não ocorra deficiência de água
nos cinco primeiros meses de cultivo;
4. ESCOLHA DO SOLO PARA
O PLANTIO
• Solos profundos e friáveis (soltos);
• Solos arenosos ou de textura média;
• Terreno plano ou levemente ondulado;
• Declividade entre 5 a 10%;
•Evitar terrenos de baixada ou com possibilidades
de alagamentos;
5. • Evitar solos com compactação abaixo da
camada arável;
• Faixa ideal de pH entre 5,5 a 6,5;
• Evitar terrenos com alta pedregosidade;
• Evitar monocultivo;
ESCOLHA DO SOLO PARA
O PLANTIO
6. ADUBAÇÃO DE PLANTIO
• Os adubos orgânicos devem ser
preferencialmente utilizados como fonte de
nutrientes;
• Deve ser aplicado na cova, sulco ou a lanço;
• Adubos minerais como Uréia e Sulfato de
Amônio, na dose de 40 ton/ha (Souza & Fialho,
2003);
• Aplicação de adubos minerais nitrogenados
deve ser realizada em cobertura e ao redor da
planta;
7. ADUBAÇÃO DE PLANTIO
• Adubação com fósforo e potássio deve ser
baseada em análise de solo;
• Deve ser realizada no sulco de plantio;
• Superfosfato simples e Cloreto de Potássio são
adubos normalmente utilizados;
• Pode-se utilizar adubos formulados contendo
NPK, como 04-14-08, 08-28-16 e outros para
plantio;
8. • O composto orgânico é importante fonte de
NPK para as plantas, de fácil manejo e custo
viável;
• Realizar cobertura com 60 dias após a brotação
e com solo úmido.
ADUBAÇÃO DE PLANTIO
9. OBTENÇÃO DE MUDAS
• O plantio de Macaxeira é realizado utilizando-se
pedaços das hastes ou ramas do terço médio da
planta;
• Estes pedaços são denominados manivas,
ramas, toletes, rebolos, etc;
• Uma rama de 20 cm possui de 5 a 7 gemas;
• As ramas devem ser sadias e livres de
patógenos;
10. • A escolha da cultivar deve ser aquela que
melhor se adaptar a região;
• É sempre indicado o plantio de uma única
cultivar na área;
• No caso de se utilizar mais de uma cultivar,
deve-se dividir em quadras;
• As ramas devem estar maduras, provenientes
de plantas com mais de um ano;
OBTENÇÃO DE MUDAS
11. • Deve-se utilizar o terço médio para retirada das
mudas (ramas);
• Quando o plantio não for realizado após a
colheita, deve-se conservar as ramas;
• Devem ser conservadas próximo a área de
plantio em local sombreado e fresco;
• O período de conservação deve ser o menor
possível;
OBTENÇÃO DE MUDAS
12. • A haste da planta deve ser cortada em ramas
com aproximadamente 20 cm;
• Diâmetro de 2,5 cm aproximadamente;
• Para cortar as ramas deve-se evitar apoiá-la em
qualquer superfície;
• Um hectare de macaxeira, com 12 meses,
produz hastes para plantio de 4 a 5 ha.
OBTENÇÃO DE MUDAS
13. PLANTIO
• O plantio pode ser realizado durante o ano todo;
• O período ideal para plantio é nos primeiros
meses do período chuvoso;
• Para brotação e enraizamento é necessário que
o solo esteja úmido nos primeiros meses;
• Em solos mal drenados, pode prejudicar a
brotação e ocorrer apodrecimento;
14. PLANTIO
• Espaçamento em fileira simples: 1x 0,5 m;
• Espaçamento em fileiras duplas: 2 x 0,6 x 0,6 m;
• Em casos de colheita mecanizada o
espaçamento entre linhas deve ser de 1,20 m;
• Plantio em covas ou em sulcos, com
aproximadamente 10 cm de profundidade.
15. PLANTIO
• As ramas ou manivas, devem ser colocadas nas
covas ou sulcos na posição horizontal;
• Quando plantadas de forma horizontal, facilita a
colheita das raizes;
• Quando plantadas de forma inclinada ou na
vertical, as raízes tornam-se muito profundas;
• Em plantadeiras mecanizadas, a rama é
plantada horizontalmente;
17. PLANTADORA
• Existem plantadoras mecanizadas disponíveis
no mercado, que fazem de uma só vez as
operações de sulcamento, adubação, corte das
manivas, plantio e cobertura das manivas.
23. SISTEMAS DE PLANTIO
• FILEIRA SIMPLES • Plantio em uma única
linha;
• Alta produtividade;
• Menor espaçamento
entre linhas;
• A rotação de culturas
deve ser feita em área
total, neste sistema.
27. SISTEMAS DE PLANTIO
VANTAGENS DAS FILEIRAS DUPLAS
• Aumenta a produtividade;
• Facilita a mecanização;
• Pode-se consorciar com outras culturas;
• Reduz o consumo de ramas e de adubos;
28. • Permite a rotação de culturas em uma mesma
área;
• Reduz a pressão de cultivo sobre o solo;
• Facilita a inspeção fitossanitária;
• Facilita a aplicação de defensivos;
SISTEMAS DE PLANTIO
VANTAGENS DAS FILEIRAS DUPLAS
29. IRRIGAÇÃO
• A Macaxeira é uma cultura bastante tolerante a
seca;
• Nos primeiros cinco meses é indispensável
manter a umidade do solo;
• A falta de água neste período causa prejuízos
irrecuperáveis;
• A aplicação de uma lâmina de 30 a 40 mm a
cada 15 dias é o suficiente para o
desenvolvimento adequado para a cultura.
30. CONSÓRCIO DE CULTURAS
• Promove maior estabilidade da produção;
• Melhora a utilização da terra;
• Melhora a exploração de água e nutrientes;
• Melhora a utilização da força de trabalho;
• Aumenta a eficiência no controle de plantas
daninhas;
31. CONSÓRCIO DE CULTURAS
• Aumenta a proteção do solo contra erosão;
• Disponibiliza mais de uma fonte alimentar e
renda em uma mesma área;
• O espaçamento entre plantas deve ser feito,
buscando uma baixa competição entre culturas;
• A cultura intercalar é plantada alternada com a
fileira de Macaxeira;
32. CONSÓRCIO DE CULTURAS
• Em fileira simples recomenda-se o plantio de 1 a
2 linhas da cultura consorciada;
• Em fileiras duplas, recomenda-se o plantio de 2
a 4 linhas da cultura consorciada;
• Pode consorciar Macaxeira com culturas anuais
como milho, feijão e outros;
• Pode-se utilizar a Macaxeira como cultura
intercalar em culturas perenes ou sistemas
agrosilvipastoris.
33. ROTAÇÃO DE CULTURAS
• Deve ser realizada a cada dois cultivos
sucessivos na mesma área;
• Pode-se utilizar leguminosas para adubação
verde;
• Pode-se utilizar gramíneas para produção de
grãos;
• A rotação controla a bacteriose e evita o
desgaste do solo.
34. TRATOS CULTURAIS
• O controle de plantas daninhas é o principal trato
cultural;
• Dependendo da quantidade de mato e o tempo
de competição, as perdas chegam a 90%;
• Corresponde a cerca de 35% do custo de
produção da Macaxeira;
• Controle de plantas daninhas deve ser feito de
20 a 30 dias após a brotação.
35. TRATOS CULTURAIS
• Após a primeira capina, deve-se manter a
cultura no limpo durante 3,5 meses;
• Deve-se utilizar cobertura vegetal nas fileiras de
Macaxeira para diminuir o surgimento de plantas
daninhas;
• O período crítico de competição é nos 5
primeiros meses após brotação.
37. BACTERIOSE
•É a principal doença desta cultura;
• Pode provocar perdas totais;
• Sintomas: manchas angulares, de aparência
aquosa nos folíolos;
• Murcha das folhas, morte descendente e
esxudação de goma nas hastes;
• Necrose dos feixes vasculares e morte da
planta.
38. PODRIDÃO RADICULAR
• Pode ser causada por dois fungos diferentes;
• Quando causado pelo Phytophthora sp. pode
causar podridão “mole” nas raízes, com odor
forte, de coloração acinzentada;
• Quando causada pelo Fusarium sp. apresenta
podridão de consistência seca e sem distúrbio de
tecidos.
39. • Caracteriza-se pelo alongamento excessivo da
hastes tenra ou em desenvolvimento;
• Forma ramas finas com longos entrenós;
• Retorcimento das folhas;
• Desfolhamento e morte dos tecidos;
SUPERALONGAMENTO
40. SUPERBROTAMENTO
• Caracteriza-se pela emissão exagerada de
hastes a partir da principal;
• Provoca raquitismo e amarelecimento das
plantas afetadas;
41. VIROSES
• “Mosaico das nervuras” causa clorose entre as
nervuras da folha;
• “Couro de Sapo” pode provocar perdas totais, o
vírus reduz até 80% do amido na raiz;
• “Mosaico comum” causa clorose e retorcimento
das folhas;
42. PRAGAS
• Percevejo de renda;
• Ácaros;
• Mandarová;
• Mosca Branca;
• Broca das hastes;
• Cupins e formigas.
43. PERCEVEJO DE RENDA
• É uma praga de hábito sugador que ocorre no
início da estação seca;
• O adulto é de cor cinza e a ninfa é branca;
• Ambos são encontrados na face inferior das
folhas basais ou medianas;
• Causam pontuações amareladas, que se tornam
amarronzadas, além de pequenos pontos de cor
preta na parte inferior da folha.
44. ÁCAROS
• São encontrados em grande quantidade na face
inferior da folha, durante estação seca;
• São comuns os ácaros verde e rajado que se
alimentam da seiva de folhas brotando e folhas
mediana/basal respectivamente;
•Causam manchas cloróticas, pontuações e
bronzeamento no limbo;
• Causam morte das gemas, deformações e
queda das folhas, reduzindo a área foliar e a
fotossíntese.
45. MANDAROVÁS
• A lagarta pode causar severo desfolhamento;
• É uma praga que aparece de repente em
qualquer época do ano;
• Consome grande área foliar durante o estádio de
desenvolvimento;
• O controle deve ser realizado quando forem
encontrados de 5 a 7 lagartas por planta.
46. MOSCA BRANCA
• Os adultos geralmente são encontrados na parte
de cima da haste;
• As ninfas encontram-se na parte inferior das
folhas mais velhas;
• Sugam a seiva das folhas;
• Pode causar redução no rendimento das raízes,
quando em altas populações;
47. MOSCA BRANCA
• Causam encarquilhamento de folhas, seca da
haste de cima para baixo;
• Provoca podridão nas raízes ;
• Afeta o rendimento das raízes e a qualidade da
farinha, que adquire gosto amargo;
• Causa amarelecimento e encrespamento das
folhas.
48. BROCA DA HASTE
• As larvas da broca são encontradas no interior
das hastes;
• Pode ser detectado devido a presença de
excrementos e serragem;
• Durante o período seco, as plantas podem
perder as folhas e secar;
• Constroem galerias inutilizando as manivas para
o plantio.
49. CUPINS
• Apresentam o corpo branco cremoso e asas
maiores que o abdome;
• Ataca o material de propagação, penetrando
pela parte seca;
• Forma galerias, podendo causar a inutilização
das manivas para propagação.
50. FORMIGAS
• Podem desfolhar rapidamente;
• Fazem corte semicircular na folha, podendo
atingir também as gemas;
• O ataque deve ser monitorado durante os
primeiros meses da cultura;
• Recomenda-se utilização de inseticidas líquidos
em época chuvosa e iscas granuladas e em pó na
época seca.
51. • É inviável o uso de agrotóxicos para o controle
de pragas e doenças;
• Utilização de variedades resistentes;
• Utilização de manivas sadias e provenientes de
áreas não infestadas;
• Plantio em área corrigida e fertilizada
corretamente;
CONTROLE DE PRAGAS E
DOENÇAS
52. • Plantio consorciado;
• Rotação de culturas;
• Destruição de plantas hospedeiras de pragas;
• Inspeção periódica na cultura para localizar os
focos;
• Destruição dos restos culturais;
CONTROLE DE PRAGAS E
DOENÇAS
53. • A colheita da Macaxeira é primordialmente
manual;
• Um homem consegue colher de 600 a 800 Kg de
Macaxeira por dia;
• Para consumo in natura pode ser colhida com 10
a 14 meses;
• Para indústria deve ser colhida com 18 a 24
meses;
COLHEITA
54. COLHEITA
• Devido ao ataque de pragas ou doenças pode-
se adiantar ou atrasar a colheita;
• Deve-se observar se a área se encontra em
condições homogêneas de colheita;
• Deve-se observar se as condições do solo
favorecem o arranquio sem danificar;
• A colheita pode ser realizada em qualquer
período do ano.
55. PÓS-COLHEITA
• As raízes de macaxeira são importantes fontes
energéticas;
• No caso de Mandioca-brava, possui altos teores
de compostos cianogênicos, nocivos a saúde;
• A Mandioca-brava deve ser devidamente
processada de modo a inibir tais compostos;
• Após colhida e descascada a Macaxeira sofre
deterioração;
56. PÓS-COLHEITA
• Pode-se aplicar tratamentos anti-oxidantes para
evitar o escurecimento enzimático;
• Algumas indústrias usam um tratamento térmico
brando, denominado branqueamento;
• Os produtos derivados do processamento da
Macaxeira são farinha seca, farinha de Bijú, fécula
ou polvilhos (azedo e doce).
57. MERCADO
• A Macaxeira é um produto com mercado muito
amplo e de boa aceitação;
• A venda de Macaxeira descascada tem
garantido bons lucros a pequenos produtores;
• A venda do produto com casca geralmente
possui valor comercial inferior;
• Fábricas de ração começam a utilizar a
Macaxeira como fonte energética;
58. MERCADO
• A comercialização para restaurantes e bares,
para acompanhar porções;
• Processamento artesanal ou industrial de
farinhas e polvilho;
• Comercialização em CEASA’s, feiras e
mercearias;
• Utilização dos resíduos de Macaxeira para
compostagem;