O documento resume as principais informações sobre neoplasias do fígado, incluindo tumores benignos e malignos. Aborda adenoma de células hepáticas, hepatocarcinoma e colangiocarcinoma intra-hepático, descrevendo suas características epidemiológicas, clínicas e patológicas.
1. Universidade Federal do Vale do São Francisco
Curso: Medicina
Disciplina: Fisiopatologia
Neoplasias do Fígado
Equipe: Adam Trancoso
Carlos Fábio
Juliana Benevides
Lino Martins
Petrolina – PE, 17 de Setembro de 2013
2. INTRODUÇÃO
– Massas hepáticas podem gerar plenitude e
desconforto epigástrico;
– Podem ser detectados por exame físico de rotina ou
outros estudos radiográficos
PS: hiperplasias nodulares não são neoplasias
Nódulos e Tumores
3. Epidemiologia
Tumores Benignos
• O câncer de fígado não está entre os 10 mais
prevalentes no Brasil;
– Prevalência de 1 a 10 por 100.000 habitantes
• Em locais de baixa prevalência, a doença aparece por
volta dos 60-70 anos
4. TUMORES BENIGNOS
• Raras complicações
– Risco de tratamento pode ser maior que o risco do
tumor.
• Podem ser divididos em:
– Epiteliais
– Hiperplasia Nodular Focal;
– adenoma hepatocelular
– Hiperplasia Nodular Regenerativa
– Peliosis Hepatis
– Nódulos Microrregenerativos
– Transformação Nodular Parcial
– Cistos
– Cistoadenoma Biliar
– Mesodérmicos
– Hemangiomas
5. TUMORES MALIGNOS
• Dividido em duas categorias:
– Tumores primários do fígado – Originados no fígado. Ex.:
hepatocarcinoma, colangiocarcinoma, angiossarcoma e
hepatoblasoma (este, apenas em crianças);
– Tumores secundários ou metastásicos
• O câncer de fígado e vias biliares ocupava a sétima posição
em causa de mortes por câncer no Brasil em 1999.
6. TUMORES METASTÁSICOS
• Mais comum que neoplasias hepáticas primárias.
• 35% dos pacientes com câncer apresenta algumas
metástase para o fígado durante o curso da doença.
• Os tipos de câncer que estão mais comumente relacionados
a metástases para o fígado são:
– carcinoma do pâncreas;
– carcinoma colo-retal;
– carcinoma de estômago;
– carcinoma da mama;
– carcinoma do esôfago;
– carcinoma do pulmão;
– e tumor carcinóide.
• 23% dos casos novos de câncer colo-retal já apresentam-se com
metástase hepática isolada
7. TUMORES METASTÁSICOS
• Tipicamente encontram-se metástases nodulares múltiplas.
– Podem substituir 80% do parênquima hepático.
• Pode aparecer como nódulo único.
– Pode ser ressecado cirurgicamente
• Possuem tendência a crescer mais que seu suprimento sanguíneo.
• Frequentemente apresentam apenas hepatomegalia como único
sinal clínico revelador
– Icterícia e elevações anormais das enzimas hepáticas também
podem ocorrer.
Características
9. ADENOMA DE CÉLULAS HEPÁTICAS
• Tumor benigno;
• Predomínio em mulheres:
– 90% dos casos;
– Faixa etária de 20 a 40 anos;
• Tamanho variado;
• Pode se transformar em hepatocarcinoma;
– < 10%;
• 1960 - descrição de vários casos;
– Introdução dos anticoncepcionais orais;
Introdução
10. ADENOMA DE CÉLULAS HEPÁTICAS
• Relacionado com a ingestão de hormônios;
– Anticoncepcionais
– Androgênios
• Condições de metabolismo anormal de carboidratos
– Diabetes Melito familiar;
– Doença de Acúmulo de Glicogênio tipo I e III
– Galactosemia
• Podem ser confundidos com os carcinomas hepatocelulares
mais ameaçadores
– Indivíduos com Doença de Acúmulo de
Glicogênio
– Adenomas com mutação no gene beta-
catenina.
11. ADENOMA DE CÉLULAS HEPÁTICAS
• Mulheres que nunca utilizaram anticoncepcionais hormonais
– 1:100.000
• Mulheres em uso prolongado de anticoncepcionais hormonais
– 30 a 40:100.000
• Pacientes com Doença de Acúmulo de Glicogênio tipo I
– 50%
– Homens com menos de 30 anos
• Pacientes com Doença de Acúmulo de Glicogênio tipo III
– 25%
– Homens com menos de 30 anos
Incidência
12. ADENOMA DE CÉLULAS HEPÁTICAS
• Eventos causais desconhecidos
• Mutação em HFN1-alfa
– 50%
• Mutação em beta-catenina
– 15%
• Adenomatose pode ocorrer em indivíduos com diabetes
juvenil
– Mutação em HFN1
Patogênese
13. HEPATOCARCINOMA
• Nódulos pálidos, amarelo-bronze
– Bile
• Qualquer local na substância hepática
– Risco de sangramento quando subcapsular
• Diâmetro variável
• Bem demarcados
– Encapsulação + ou –
• Ao microscópio
– Lâminas e cordões de células
– Semelhantes a hepatócitos normais
– Variações de tamanho
– Glicogênio abundante
– Tratos portais ausentes
– Vasos arterias e veias drenantes
Morfologia
14.
15. ADENOMA DE CÉLULAS HEPÁTICAS
• Dor abdominal
• Hipotensão arterial
– Secundária à hemorragia intrabdominal
– Rotura do adenoma
• Maior risco
– Gravidez
– Uso prolongado de anticoncepcionais orais
– Adenomas múltiplos
– Lesões subcapsulares
• Fígado Palpável
Manifestações Clínicas
16. ADENOMA DE CÉLULAS HEPÁTICAS
• Achado incidental
• Exames laboratoriais sem alteração
– Alfa-fetoproteína aumentada em casos de malignidade
• Tomografia e Ressonância Magnética
– Rápida impregnação do contraste (fase arterial)
– Rápida lavagem do conraste
(fase portal e equilibrio)
– Achados similares à hiperplasia
nodular
– Pode apresentar sinal aumentado
de gordura (RM)
Diagnóstico
17. ADENOMA DE CÉLULAS HEPÁTICAS
• Suspensão dos anticoncepcionais hormonais
• Observação e acompanhamento com exames de imagem
– Menores que 4cm
• Eviar uso de hormônios sexuais
• Evitar gravidez
• Resseção dos tumores
– Maiores que 4cm
– Risco de malignidade
– Sangramento
Tratamento
18. ADENOMA DE CÉLULAS HEPÁTICAS
• Tratamento cirúrgico
– De acordo com tamanho e localização
– Enucleação x Resseção hepática segmentar ou
anatômica
• Resseção = melhor opção
• Sem necessidade de margem de segurança
extensa
• Transplante hepático
– Doença de Acúmulo de Glicogênio;
– Adenomatose hepática
Tratamento
19. HEPATOCARCINOMA
• É o tumor hepático primário maligno mais comum e a
terceira causa de morte por neoplasias no mundo.
• Ocupa o oitavo lugar no ranking dos tumores mais frequentes
no âmbito mundial.
• No Brasil, a incidência é baixa, sendo mais alta em alguns
estados com Espírito Santo e Bahia.
Em São Paulo é o quinto em frequência entre os tumores do
aparelho digestivo.
Introdução
20. HEPATOCARCINOMA
• Morbidade hospitalar 2,07/100.000 habitantes em São Paulo.
• Ocorre em uma frequência de 2 a 8 vezes maior em homens
do que em mulheres
• A faixa etária, com maior predomínio nos Estados Unidos e
Europa, está localizada entre a 6ª e 7ª década, enquanto
que, nas áreas de grande incidência, o tumor ocorre em
pacientes mais jovens, entre a 3ª e 5ª década.
.
21. HEPATOCARCINOMA
• Hepatite crônica por vírus tipo B (fator de maior importância -
75% a 90% dos casos);
• Hepatite por vírus tipo C
• Aflatoxina (toxina produzida por fungo que cresce em cereais
e outros alimentos em áreas quentes e úmidas);
• Álcool (promovendo a cirrose hepática);
Fatores de Risco
25. HEPATOCARCINOMA
• Célula tumoral é menor que o hepatócito normal
• Núcleos das células tumorais são hipercromáticos
• Citoplasma se torna basófilo.
• Hepatócitos assumem padrão trabecular ou laminar
• Formação de sinusóides , que podem estar dilatados.
• Arranjos pseudo‐glandulares são observados.
• ƒ Presença de Gotículas de glicogênio, gordura, glóbulos
hialinos, corpúsculos de Mallory e produção de bile.
Histopatologia
27. HEPATOCARCINOMA
• Unifocal, Multifocal ou Difusamente infiltrante
• Mais pálidos do que as substâncias hepáticas circundante
• Variam de bem diferenciados a lesões indiferenciadas
anaplásticas
• Tonalidade verde quando compostos de hepatócitos bem
diferenciados capazes de secretar bile.
Morfopatologia
28. HEPATOCARCINOMA
Morfopatologia
Unifocal
• Uma massa grande
• Aumento do fígado
Multifocal
• Múltiplos nódulos
• Amplamente
distribuídos
• Tamanhos
diferentes
• Aumento do fígado
Difusamente
Infiltrante
• Comprometimento
do fígado inteiro
• Pode fundir-se para
o fundo de um
fígado cirrótico
29. HEPATOCARCINOMA
Figura 1: Fígado cortado mostrando
Hepatocarcinoma cortado ao meio.
Figura 2:Hepatocarcinoma desenvolvido
fígado cirrótico e com HCV
30. HEPATOCARCINOMA
• Formação de novos vasos tumorais (neoangiogênese) conduz a
uma mudança gradual no suprimento sanguíneo dos vários nódulos
no fígado com cirrose.
• ƒ Há um decréscimo do aporte sanguíneo portal e um aumento da
irrigação arterial hepática a medida que se progride do nódulo
regenerativo para o Hepatocarcinoma (HC)
• Todos os padrões de Hepatocarcinomas têm uma forte propensão a
invadir canais vasculares.
• ƒ As características hipervasculares do HC são úteis para sua
detecção precoce e caracterização nos estudos de imagem.
Fisiopatologia
31. HEPATOCARCINOMA
1. Tríade clássica: dor em quadrante superior direito do
abdome(QSDA) + Aumento do volume abdominal+ perda de
peso.
2. Identificação incidental por método de imagem em paciente
assintomático, com ou sem massa palpável em QSDA.
3. Piora do estado clínico ou trombose de veia porta em
pacientes cirrótico previamente compensado.
4. Manifestações paraneoplásicas :
febre, leucocitose, caquexia, eritrocitose
, hipercalcemia, síndrome carcinoide, hipoglicemia, porfiria
cutânea tarda.
Manifestações Clínicas
34. HEPATOCARCINOMA
ƒ Diagnóstico
Ultrassonografia
é o método mais usado
como exame inicial
Pode detectar nódulos de
até 0,5 cm
tem limitações :
dependendo da localização,
caracterização de
malignidade ou não,
vascularização,
Tomografia
Computadorizada
a helicoidal tem capacidade
de detecção 30 % mais que
a convencional.
Útil para obtenção de
imagens em dois
momentos na fase arterial,
Pode diferenciar do
parênquima normal
Ressonância
Magnética
Atualmente é o exame de
escolha
Tem acurácia superior à TC.
No entanto, diminui a
capacidade de diagnosticar
lesões menores que 2 cm
36. HEPATOCARCINOMA
• Escore CLIP (Cancer of the Liver Italian Program)
• Sem tratamento ,a sobrevida média é de 6-20 meses
• Existem várias alternativas terapêuticas ,entretanto a cura só
pode ser obtida pela ressecção do tumor ou pelo transplante
hepático ortotópico.
Prognóstico e Tratamento
37. HEPATOCARCINOMA
Escore de CLIP para prognóstico de Hepatocarcinoma :
Parâmetro Pontos de corte Peso no escore
Classificação de
Child-Pugh
A 0
B 1
C 2
Morfologia tumoral Uninodular 0
Multinodular 1
Infiltração maciça 2
Alfafetoproteína <400 0
>400 1
Trombose de veia
porta
Não 0
Sim 1
Valores entre 0 e 3 indicam bom prognóstico
Valores entre 4 e 6 indicam doença muito avançada.
38. Colangiocarcinoma intra-hepático
• Carcinomas de vias biliares.
• O colangiocarcinoma intrahepático é o 2º tumor
maligno primário mais comum do fígado.
• 60-80% se localizam ao nível da bifurcação dos
ductos hepáticos
• Tumores agressivos.
• Incidencia crescente.
Introdução
Fatores
predisponentes
Patogenese Patogenia
Apresentação
Macroscópica
Apresentação
Microscopica
Apresentação
clínica
Diagnostico Tratamento
47. Colangiocarcinoma intra-hepático
Tratamento cirugico
• Único tratamento que oferece esperança de
sobrevida a longo prazo
• Agressivo
Apresentação
Microscopica
Apresentação
clínica
Diagnostico Tratamento
Introdução
Fatores
predisponentes
Patogenese Patogenia
Apresentação
Macroscópica
48. Referências:
1. <http://anatpat.unicamp.br/lamfig12.html> Acessado em 16 de setembro de 2013.
2. Figura 1 e Figura 2: <http://www.medscape.com/viewarticle/458150 Acessado em 16 de setembro de 2013.
3. Cotran, R.S; Kumar V; Collins, T. Robbins: Bases patológicas das doenças- Patologia. Sétima edição. Editora
Guanabara Koogan, 2005
4. Sherlock, Sheila.Doenças do fígado e do sistema biliar.11ªed. Editora Guanabara Koogan, 2004.
5. Brasileiro, G. Bogliolio. Patologia. 6 ediçào. Editora: Guanabara Koogan, 2000
6. Stevens, A; Lowe, J. Patologia. 2 edição. Editora Manole, 2002.
7. <http://www.e-gastroped.com.br/jun11/Nodulos_Hepaticos.pdf> Acesso em 16 de setembro de 2013.
8. COELHO, Júlio Cezar Uili et al . Indicação e tratamento dos tumores benignos do fígado. ABCD, arq. bras. cir.
dig., São Paulo , v. 24, n. 4, Dec. 2011 .
9. <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-67202011000400013&lng=en&nrm=iso>.
Acesso em 17 Set. 2013.
10. <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-67202011000400013 >Acessado em 16 de setembro de 2013.