Miastenia gravis é uma doença autoimune caracterizada por fraqueza muscular causada por anticorpos que danificam os receptores de acetilcolina na junção neuromuscular. Os principais sintomas incluem ptose, diplopia, disfagia e fraqueza muscular. O diagnóstico é feito através de exames clínicos, eletromiografia e dosagem de anticorpos. O tratamento envolve medicamentos como anticolinesterásicos e corticoides, além de timectomia em alguns casos.
2. As palavras "Myasthenia gravis" têm origem grega e
latina:
"mys" = músculo
"astenia" = fraqueza
"gravis" = pesado, severo
É caracterizada como Doença Auto-imune que causa
fraqueza muscular focal ou generalizada.
Anticorpos lesionam receptores colinérgicos pós
sinápticos na junção neuromuscular. ( Idiopático)
DEFINIÇÃO E ETIOLOGIA
3. Incidência: 1-9 / milhão de habitantes
Prevalência: 25-142/ milhão de habitantes
Mulheres: 20-34 anos
Homens: 70-75 anos
Predomínio: Em mulheres
EPIDEMIOLOGIA
5. Anatomofisiologia da Junção Neuromuscular
Neurônio pré-sináptico libera a ACh com a abertura dos
canais de Cálcio, esses neurotransmissores são
recepcionados na membrana pós sináptica localizada
no músculo onde se ligam a seus receptores
específicos abrindo assim os canais de Sódio e gerando
o potencial de ação para contração.
FISIOPATOLOGIA
6. FISIOPATOLOGIA
• Alteração da Morfologia da Membrana Pós Sináptica
• Anticorpos anti ACh:
- Ativação do Complemento
- Modulação Antigênica
- Bloqueio Funcional
8. Ativação do Complemento
Danifica a membrana pós-sináptica. As pregas pós-
sinápticas perdem-se, devido à lise pelo complexo de
ataque à membrana.
FISIOPATOLOGIA
10. Modulação Antigênica
Consiste na ligação cruzada do AC com duas moléculas
antigênicas neste caso, 2 AChR, que induz uma
mudança na conformação do AChR, desencadeando uma
via de sinalização que resulta na endocitose acelerada e
degradação dos receptores.
FISIOPATOLOGIA
12. Bloqueio Funcional
O Receptor de Acetilcolina é bloqueado devido à
ligação dos AC. É um mecanismo patogênico incomum
na MG mas pode ser clinicamente importante,
causando fraqueza muscular aguda e severa em
roedores sem inflamação ou necrose da JNM.
FISIOPATOLOGIA
19. Timectomia
A maioria dos pacientes com MG anti-AChR tem
alterações patológicas do timo, como hiperplasia, em
60-70% dos casos, ou timoma, em 10-12% dos casos.
O timo possui todos os elementos necessários para
iniciar uma resposta autoimune AChR-específica.
A doença frequentemente melhora muito com a
timectomia.
TRATAMENTO
20. Corticóides
Atuam no sistema imunitário diminuindo a produção dos
anticorpos anti Ach.
Efeitos adversos
- Aumento de peso ( Metabolismo Lipídico alterado)
- Infecções ( Imunossupressão)
- Osteoporose ( ↑↑ Atividade Osteoclastos e ↓↓ Reabsorção
Intestinal de Cálcio)
- Hipertensão ( ↑↑ Sódio)
- HipoCalemia ( Eliminação de Potássio na urina)
- Edema ( Retenção de àgua)
TRATAMENTO
21. Anticolinesterásicos
- Inibidores da acetilcolinesterase
- Aumenta a disponibilidade de ACh e a probabilidade dela
se ligar aos receptores.
- Efeitos muscarínicos: hipermotilidade intestinal, sudorese,
secreções respiratórias e gastrointestinais aumentadas e
bradicardia.
- Efeitos nicotínicos: fasciculações e cãibras musculares.
TRATAMENTO
22. Plasmaférese
- Remoção rápida de AC circulantes, citocinas,
complexos imunes e outros mediadores inflamatórios
do plasma.
- São retirados proteínas e àgua
(Precisam de reposição).
- Somente em casos mais graves
TRATAMENTO
23. Legenda:
N – Título do Diagnóstico
N – Fatores relacionados
N - Características Definidoras
POSSÍVEIS DIAGNÓSTICOS DE
ENFERMAGEM
Deglutição prejudicada relacionada a lesão neuromuscular
evidenciado por dificuldade para deglutir observada e falta de
mastigação.
Deambulação prejudicada relacionado a força muscular
insuficiente evidenciado por capacidade prejudicada para
percorrer as distâncias necessárias.
24. Padrão respiratório ineficaz relacionado a disfunção
neuromuscular evidenciado por dispnéia e alterações
na profundidade respiratória.
Isolamento social. relacionado a diminuição da
capacidade de fala e aumento de secreções
evidenciado por afastamento de atividades sociais.
Fadiga relacionado estado de doença evidenciado por
relato de cansaço e letargia.
POSSÍVEIS DIAGNÓSTICOS DE
ENFERMAGEM
25. Volume de líquidos excessivo relacionado a
corticoterapia evidenciado por edema e eletrólitos
alterados.
Déficit no autocuidado para banho, vestir-se, alimentar-
se, higiene ... ( FR: estado de doença CD: dificuldade
para vestir, auxilio para banho e higiene, etc )
Risco de disfunção neurovascular periférica relacionado
a compressão mecânica e imobilidade prolongada.
Risco de síndrome do desuso relacionado a diminuição
de movimentos.
POSSÍVEIS DIAGNÓSTICOS DE
ENFERMAGEM
26. Risco de quedas relacionado a força diminuída nas
extremidades inferiores e mobilidade física
prejudicada.
Risco de função hepática prejudicada relacionado a uso
de medicamentos hepatotóxicos.
Risco de aspiração relacionado a deglutição
prejudicada.
Risco de infecção relacionado a imunossupressão.
POSSÍVEIS DIAGNÓSTICOS DE
ENFERMAGEM
27. Facilitar a Dietoterapia.
Monitorar as respostas frente a terapia medicamentosa
Prevenir a úlcera de decúbito
Prevenir aspiração
Prevenir quedas
Minimizar Fadiga
Promover a independência do paciente
Promover a interação social do paciente
Inserir os familiares no tratamento
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
28. Atentar a mastigação e deglutição do paciente para
adequação da dietoterapia.
Administrar remédios 30 minutos antes conforme
possibilidade e interação medicamentosa para
facilitar a mastigação e deglutição.
Monitorar balanço hídrico( ingestão, débito, cor,
quantidade, etc)
Monitorar evacuações ( cor, consistência, etc)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
29. Controle de Sinais Vitais
Exame Físico ( Ênfase na avaliação dos nervos
cranianos, AP→ Ruídos Adventícios e AC→ Arritmias)
Atentar a sinais de infecção ( febre, secreção
purulenta)
Manter grades do leito elevadas
Deambulação assistida e/ou com auxílio ( conforme
capacidade funcional)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
30. Ajudar paciente a desenvolver um esquema realista de
atividades que promovam segurança.
Mudança de decúbito a cada 2 horas
Massagem de conforto
Manter elevação da cabeceira em 30º
Avaliar estado respiratório ( dispnéia, fraqueza
respiratória, mrpm, AP, etc)
Ter material de aspiração em que o paciente possa
operar
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
31. Banho por aspersão ( conforme capacidade funcional)
Proporcionar um tapa olho e alternar os olhos de
fixação para o paciente com diplopia.
Incentivar as tarefas simples conforme capacidade
funcional ( higiene oral, comer sozinho, etc)
Inserir a família no cuidado dando dicas de adaptações
Esclarecer a patologia à família e ao paciente
Ser empático
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
32. PLANO DE ALTA
Mostrar ao paciente a importância de não se afastar
de eventos sociais e de lazer que estejam dentro de
sua capacidade funcional.
Auxiliar ao paciente e a família a realizar mudanças na
residência para torná-la segura.
Mostrar a importância da manutenção da terapia
medicamentosa como prevenção de crises.
Alertar para que o paciente realize apenas atividades
físicas dentro de sua capacidade funcional.
33. Encaminhar paciente ao serviço de Atenção Domiciliar (
se houver disponibilidade e for necessário) ou UBS local.
Ensinar a manobra de Heimlich.
Ensinar como prevenir as crises: não se expor a
resfriados e outras infecções, evitar calor e frio
excessivos, evitar o estresse, nutrição equilibrada.
Anticolinesterásicos devem ser administrados entre 30-
45 min das refeições.
PLANO DE ALTA
34. Demonstra um ótimo cuidado no banho, para
alimentar-se, no toalete e vestir-se sem fadiga
Respira efetivamente, tosse é efetiva
Aspira suas próprias secreções e mantém pulmões
limpos
Visita amigos, participa em atividades sociais,
utilizando métodos alternativos de comunicação.
POSSÍVEIS RESULTADOS
35. AME: Dicionário de Administração de Medicamentos na Enfermagem. 9 ed. São
Paulo: EPUB, 2013.
BRASIL. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Miastenia gravis . Portaria
SAS/MS nº 229 de 10 de maio de 2010.
CARNEIRO, Sandra C. Rodrigues. Fisiopatologia e Tratamento da Miastenia Gravis
: Atualidade e Perspectivas Futuras. Disponível em:
<https://ubithesis.ubi.pt/bitstream/10400.6/1108/1/Dissertação%20de%20me
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Diagnósticos de enfermagem da NANDA : definições e classificação 2012-
2014/[NANDA international]; tradução: Regina Machado Garcez. - Porto Alegre :
Artmed, 2013.
SMELTZER, S. C; BARE, B.G. BRUNNER & SUDDARTH: Tratado de Enfermagem
Médico- Cirúrgica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Vol. 1 e 2.
REFERÊNCIAS