3. MALÁRIA OU PALUDISMO
Doença tropical e parasitária que mais causa
problemas sociais e econômicos no mundo.
É causada por parasitas do gênero Plasmodium,
transmitida pela picada do mosquito do gênero
Anopheles infectado.
Relatos datados de 1700 a.C. na China e 1570
a.C. no Egito “febre do Nilo”
Descoberta em 1890 por Charles Louis Laveram
4. MALARIA NO BRASIL
No Brasil, no fim do século XIX, a malária estava
presente em todo o território nacional, particularmente
na costa litorânea, poupando apenas alguns segmentos
dos estados sulinos.
A Amazônia e todo o planalto central viviam imersos na
maleita, no entanto, apesar das estimativas indicarem 6
milhões de casos de malária por ano no início do século
XX no Brasil, a situação da malária era estável, sem
notórios surtos epidêmicos.
Porém, no fim do século XIX, explodiu uma grande
epidemia na Amazônia.
5. MALARIA NO BRASIL
Uma grande epidemia amazônica de malária,
testemunhada por Oswaldo Cruz e Carlos Chagas.
Fora dessas explosões epidêmicas, a malária no
Brasil seguia um curso sem intempéries no século
XX.
Ela ainda estava presente nas grandes capitais, mas
sem grandes surtos epidêmicos
6. EPIDEMIOLOGIA
A malária é reconhecida como grave problema de
saúde pública no mundo, ocorrendo em quase 50% da
população, em mais de 109 países e territórios.
Já desapareceu da Europa e da América do Norte,
onde vicejou até a metade do século XX. Na última
década, apenas cerca de 400 casos anuais de malária
foram registrados no Canadá, e 900 nos Estados
Unidos¹.
No Brasil, ocorrem anualmente 300 a 500 mil
casos por ano
7. EPIDEMIOLOGIA
Plasmodium vivax é a espécie prevalente no
Brasil (aproximadamente 80% dos casos)
Estados com maior número de casos de malária:
Pará e Amazonas. A Região da Amazônia Legal
concentra 99,7% dos casos de malária 50 casos por
1.000 habitantes.
O total de casos no Brasil passou de 610 mil, em
2005, para 290 mil, em 2011.
8. EPIDEMIOLOGIA
Em 2008 no Brasil, aproximadamente 97% dos casos de
malária se concentraram em seis estados da região
amazônica: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e
Roraima.
Os outros três estados da região amazônica Maranhão,
Mato Grosso e Tocantins foram responsáveis por menos
de 3% dos casos de malária no país.
A maioria dos casos ocorre em áreas rurais, mas há
registro da doença também em áreas urbanas (cerca de
15%).
9. EPIDEMIOLOGIA
Com relação aos elos humanos:
Não são todos os pacientes da Malária que apresentam gametócitos
circulantes e nem toda fase da doença,
Numa população com imunidade natural ou imunidade adquirida
ativa ou passivamente – variações anuais irregulares, porém
endêmicas,
Numa
-
população sem qualquer tipo de imunidade, quando
introduzido um gametóforo e existindo o Anopheles poderá haver
uma epidemia,
Transmissão doméstica – pode ocorrer fora da habitação – repouso
noturno – maioria das infecções.
10. EPIDEMIOLOGIA
Com relação ao mosquito:
Não são todas as espécies de Anopheles que são boas
transmissoras, distribuição geográfica do plasmódio está ligada
a presença do vetor, depende da geografia do ambiente, tipo de
terreno, vegetação, temperatura, umidade do ar.
Com relação ao homem suscetível:
Raças negras – mais R – sem grupos determinantes do grupo
sanguíneo Duffy – R a penetração do merozoito.
Malformações hemoglobínicas – mais R – Anemia falciforme
e Talassemia
12. VETOR
Mosquitos fêmea do gênero Anopheles conhecidos
também como mosquito prego ou carapanã
Reservatório
Humanos portadores de gametócitos
Fêmea de
Anopheles darlingi
19. Plasmodium vivax
Parasita principalmente os reticulócitos hemácias
jovens
O número de merozoítos por esquizonte varia de 1424.
Formas encontradas no sangue:
Merozoítas
Trofozoítas
Pré esquizontes
Esquizontes
Gametócitos
20. Plasmodium falciparum
Parasita hemácias jovens e maduras
Cada ciclo esquizogônico pode ser originados até 36
merozoítas
Formas aderidas nos vasos sanguíneos:
Esquizontes
Merozoítas
Gametócitos
Formas encontradas no sangue:
Trofozoítas
Esquizontes (formas graves)
Na malária causada pelo
P. falciparum é que
ocorrem os casos mais
graves, muitos deles
requerendo internação e
com evolução, às vezes
fatal.
21. Plasmodium malariae
Os merozoítas parasita hemácias maduras
Os esquizontes originam de seis a 12 merozoítas
cada ciclo
Formas encontradas no sangue:
Merozoítas
Trofozoítas
Pré esquizontes
Esquizontes
Gametócitos
22. Plasmodium ovale
Os merozoítas parasita hemácias jovens
Os esquizontes originam de seis a 12 merozoítas
cada ciclo
Formas encontradas no sangue:
Merozoítas
Trofozoítas
Pré esquizontes
Esquizontes
Gametócitos
23. CICLO BIOLÓGICO DA MALÁRIA
Dois processos distintos:
Reprodução assexuada: também denominada
de esquizogônica que se desenvolve no hospedeiro
vertebrado.
Reprodução sexuada: também chamada de
esporogônica, cuja evolução se faz no hospedeiro
invertebrado.
25. CICLO BIOLÓGICO DO PLASMÓDIO
Nas espécies de plasmódios que afetam o ser
humano, o ciclo de vida é essencialmente o mesmo.
Apresenta uma fase sexuada exógena, com a
multiplicação dos parasitos em certos mosquitos
de gênero Anopheles.
Fase assexuada endógena com a multiplicação no
hospedeiro humano.
26.
27.
28. TRANSMISSÃO
Ocorre pela inoculação das formas esporozoítas
de Plasmodium durante a picada da fêmea do
mosquito do gênero Anopheles.
No Brasil, o inseto vetor é conhecido como:
pernilongo, mosquito prego e carapanã
29. PATOGENIA
Os possíveis mecanismos determinantes das diferentes
formas clínicas da doença baseiam-se,
fundamentalmente, na interação dos seguintes
fenômenos patogênicos:
Destruição dos eritrócitos parasitados;
Toxicidade resultante da liberação de citocinas;
Seqüestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar;
Lesão capilar por deposição de imunocomplexos;
30. PATOGENIA
Recaídas – alguns anos depois
Ocorre nas infecções por P. vivax e P. ovale formas
hipnozoítas no fígado (permanecem em estado de
latência por períodos que variam de 1 mês a 1-2 anos)
Recrudescências- (cura clínica aparente) - 1 a 2
meses
Parasitemia reaparece (acompanhada de sintomatologia),
após um período de “cura aparente” resposta
inadequada ao tratamento (sobrevivência de formas
eritrocíticas em nível muito baixo), P. falciparum
31. QUADRO CLÍNICO
Período de incubação:
P. falciparum –> 9-14 dias;
P. vivax –> 12-17 dias;
P. malariae –> 18-40 dias;
P. ovale –> 16-18 dias;
32. QUADRO CLÍNICO
Fase inicial sintomática:
Mal-estar, cefaléia, cansaço, mialgia e febre
malárica;
Acesso malárico (Paroxismo):
calafrios e tremores, temperatura em elevação;
febre alta, sensação de calor e cefaléia intensa;
queda da temperatura, sudorese.
33. QUADRO CLÍNICO
Os acessos maláricos se repetem com intervalos
diferentes, de acordo com a espécie do plasmódio:
P. falciparum, P.vivax e P.ovale - com intervalos
de 48 horas (malária terçã);
P. malariae - os acessos se repetem a cada 72
horas (malária quartã)
34. MALÁRIA NÃO COMPLICADA:
Os acessos maláricos são acompanhados de
intensa debilidade física, náuseas e vômitos.
Ao exame físico o paciente apresenta-se pálido e
com baço palpável.
A anemia, apesar de frequente, apresenta-se em
graus variáveis;
Durante a fase aguda da doença é comum a
ocorrência de herpes simples labial.
35. MALÁRIA GRAVE E COMPLICADA:
Ocorre em adultos não imunes, crianças e gestantes;
Podem preceder as seguintes formas clínicas:
Malária cerebral;
Insuficiência renal aguda;
Edema pulmonar agudo;
Hipoglicemia;
Icterícia;
Hemoglobinúria.
37. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Testes rápidos de detecção de antígenos:
(imunocromatográficos):
ParaSight-F (PfHRP2), ICT Malaria (PfHRP2),
ICT Malaria Pf/Pv (pLDH), OpitMAL (pLDH),
Malar-Check Pf
Testes para detecção de anticorpos:
Imunofluorescência indireta
ELISA
PCR
38. ICT Malaria P.f. (ICT Diagnostics)
Anticorpo marcado
com ouro coloidal
39. ICT Malaria P.f./P.v.
Detecta a presença de PfHRPII e de um antígeno
gênero-específico pan-malárico presente em todas
as 4 espécies de Plasmodium humanos
Não é capaz de diferenciar entre infecções
40. OptiMAL® Rapid Malaria Test
Detecta isoformas da enzima lactato desidrogenase
(pLDH) Uma isoforma é específica para P.
falciparum e a outra ocorre
nas 4 espécies de plasmódios humanos
54. PROFILAXIA E CONTROLE
Detecção e tratamento precoce dos infectados
Medidas de proteção individual e coletiva
Telagem de janelas e portas
Inseticidas de ação residual
Impregnação de mosquiteiros com inseticida
Desenvolvimento de novos fármacos
Treinamento de Recursos Humanos
Estruturação do sistema de saúde
Desenvolvimento de Vacina
55. DTT
O DDT era supostamente a fórmula mágica contra as doenças
transmitidas por insetos como a malária.
Foi descoberto em 1873 e passou a ser muito usado em 1939,
quando o químico suiço Paul Hermann Muller notou sua
eficácia como pesticida durante a Segunda Guerra Mundial,
Depois da guerra, o seu uso explodiu: de 1942 a 1972 em torno
de 1.35 bilhões de libras de DDT foram usados nos EUA.
O que não foi levado em consideração foram as consequências
ambientais que todo esse pesticida causaria, de problemas de
fertilidade e neurológicos em humanos e envenenamento de
pássaros. O uso do pesticida caiu, e em 1972 o DDT foi banido
nos EUA
56. TRATAMENTO
Principais drogas antimaláricas
Esquizonticidas sanguíneos
Quinina, mefloquina, halofantrina, cloroquina, amodiaquina
digestão de produtos da hemoglobina
Derivados de artemisina
metabolismo das proteínas
Tetraciclina, doxiciclina e clindamicina
síntese de
Proteínas
Esquizonticidas teciduais ou hipnozoiticidas
Primaquina
inibe a respiração mitocondrial do parasita
* também é gametocitocida
57. TRATAMENTO
ESQUEMA RECOMENDADO NO BRASIL:
P. vivax – cloroquina (para as formas sangüíneas)
e primaquina (para as formas hepáticas)
P. falciparum:
Malária não grave – associação quinina/doxiciclina
ou quinina/tetraciclina
Em casos graves - artesunato/mefloquina ou
quinina/clindamicina
Resistência à Cloroquina na maioria dos isolados
de P. falciparum
59. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
Profa. Dra. Irene Soares Disciplina Parasitologia
Clínica, FCF/USP 1°semestre/2005
Manual de diagnóstico laboratorial da malária /
Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília : Ministério
da Saúde, 2005.
Disponível em: <Malaria - Patologia de Febres
Hemorrágicas – FMUSP>
www.fm.usp.br/pfh/mostrahp.php?
origem=pfh&xcod=Malaria> acesso 06 de dezembro de
2013.
Disponível em:
<www.uft.edu.br/parasitologia/pt_BR/.../mala
ria/patogenia/index.html> acesso em 06 de
dezembro de 2013