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Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 1
ENRIQUECIMENTO DE ALIMENTOS COM VITAMINA B12 –
JUSTIFICATIVAS
Desenvolvimento: Sociedade Vegetariana Brasileira
Presidente: Marly Winckler
Departamento de Medicina e Nutrição
Diretor do Departamento de Medicina e Nutrição: Dr. Eric Slywitch - CRM 105.231
São Paulo 2012
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 2
1. Introdução
2. O enriquecimento de alimentos no Brasil – Iodo, Ácido Fólico e Ferro
3. VITAMINA B12
3.1 - Funções
3.2 - A deficiência de vitamina B12 é maior do que a de ferro e ácido fólico
3.3 – Idosos são mais propensos a ter deficiência de vitamina B12
3.4 - A deficiência de B12, na maioria dos estudos científicos é subdiagnosticada
3.5 - Estudos sobre deficiência de vitamina B12 no Brasil
3.6 - Fontes alimentares de vitamina B12 – por que não estimular seu consumo?
3.7 - A ingestão de maior quantidade de vitamina B12 previne a deficiência?
3.8 - Segurança no uso de vitamina B12 acrescentada aos alimentos
3.9 - Doses recomendadas de ingestão
3.10 - Qual é a dose de Vitamina B12 que deve ser utilizada no enriquecimento?
3.11 - Formas de enriquecimento com vitamina B12
4. Conclusão
5. Referências científicas
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 3
ENRIQUECIMENTO DE ALIMENTOS COM VITAMINA B12 – JUSTIFICATIVAS
1. Introdução
Algumas deficiências nutricionais encontradas em grupos da população tornam
necessárias medidas de saúde pública para sua correção.
Segundo dados do IBOPE, 9% da população brasileira seguem uma dieta vegetariana;
de acordo com essa pesquisa do IBOPE, 10% da população masculina são vegetarianos,
assim como 9% da feminina[1].
A Sociedade Vegetariana Brasileira, entidade que representa os vegetarianos
brasileiros, tem interesse especial no enriquecimento de alimentos com vitamina B12,
pois a ingestão dos vegetarianos é menor do que a dos onívoros. No entanto, a revisão
da literatura científica nos mostra a necessidade de enriquecimento com esse
nutriente inclusive para a população onívora, conforme os dados apresentados no
decorrer deste documento.
Os dados estatísticos apresentados neste documento foram encontrados na
população que come carne. Quando os dados forem sobre vegetarianos, isso será
explicitado.
A deficiência de B12 é mais comum[2] do que a de ferro e ácido fólico, que já são
acrescentados às farinhas no Brasil. Além disso, a deficiência dessa vitamina tem
impacto negativo sobre a população e o sistema público de saúde, pois está
diretamente ligada à maior ocorrência de doenças cardiovasculares, alterações
cognitivas, demência e má formação fetal, como será explicado neste documento.
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 4
2. O enriquecimento de alimentos no Brasil – Iodo, Ácido Fólico e Ferro
Os alimentos cultivados em regiões montanhosas, distantes do mar, costumam ser
pobres em iodo. A população residente nesses locais, se não receber alimentos
cultivados em solo com concentração adequada desse mineral, desenvolve alterações
da glândula tireóide (bócio, hipotireoidismo), e as crianças apresentam retardo mental
irreversível (cretinismo), surdo-mudez e anomalias congênitas. Por esse motivo, como
forma de proteger a população, a legislação brasileira determina a adição de iodo ao
sal para consumo humano. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Unicef
recomendam desde 1993 a adição de iodo ao sal em todos os países. No Brasil, de
forma pioneira, essa adição é realizada desde a década de 1950.
Desde então, a prevalência de bócio, que, em 1955, era de 20,7%, caiu para 1,4% em
2000[3].
O ácido fólico (vitamina B9) é abundante em frutas e verduras cruas. A redução do
consumo desses alimentos pode levar à carência. A deficiência de ácido fólico na
gestante causa má formação neurológica fetal, podendo ocorrer dificuldade de
formação do cérebro do feto (anencefalia) e resultando, geralmente, em abortamento
espontâneo. A deficiência dessa vitamina também pode gerar um bebê com boa
formação cerebral mas com mau fechamento da coluna vertebral, ou seja, a chamada
espinha bífida (má formação do tubo neural), que faz com que o bebê tenha graus
variados de paralisia abaixo do local em que ocorre a lesão (o mais comum é na coluna
lombossacra, mas pode ocorrer em qualquer região da coluna vertebral). Essa paralisia
pode levar à falta de controle da retenção de fezes e urina, impossibilidade de mover
as pernas e ausência de sensibilidade nessas regiões. O nascimento de bebês com
fenda palatina (lábio leporino) também aumenta com a deficiência de ácido fólico.
Quando a mulher tem bom nível sanguíneo de ácido fólico antes de engravidar e nas
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 5
primeiras semanas de gestação, o surgimento do problema se reduz bastante. Dessa
forma, os ginecologistas receitam esse nutriente para as mulheres que desejam
engravidar, assim como para as gestantes. A deficiência de ácido fólico também pode
levar a um tipo de anemia que, segundo a Anvisa, acomete 42% das gestantes
brasileiras[4].
Como medida de saúde coletiva, no Brasil as farinhas são enriquecidas com ácido
fólico (150 mcg por 100 gramas de farinha de trigo refinada e milho). A Resolução RDC
no
344, de 13 de dezembro de 2002 instituiu a obrigatoriedade de enriquecimento
desde junho de 2004[5].
Segundo a Anvisa, nos Estados Unidos e no Chile o enriquecimento reduziu em até
40% as doenças do tubo neural[4].
Outro nutriente que exige atenção é o ferro. A redução do estoque de ferritina no
organismo humano já causa sintomas de fadiga e deficiência imunológica. A falta
acentuada de ferro leva à anemia ferropriva, último estágio da deficiência de ferro.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 24,8% da população mundial
apresenta carência acentuada desse mineral e já tem anemia. Ainda segundo a OMS, a
ocorrência de anemia é maior em algumas faixas etárias e atinge 47,4% das crianças
pré-escolares, 41,8% das gestantes, 30,2% das mulheres não gestantes, 25,4% das
crianças em idade escolar, 23,9% dos idosos e 12,7% dos homens[6].
No Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a
anemia ocorre em 1/3 das gestantes e 50% das crianças com menos de 5 anos [7].
Ainda no Brasil, cerca de 30% das crianças com menos de 2 anos têm anemia[4].
Dessa forma, há uma justificativa muito boa para auxiliar a população brasileira a
melhorar a ingestão alimentar de ferro, pois a deficiência causa redução do peso do
feto, prematuridade, dificuldade de aprendizagem, depressão pós-parto e diversos
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 6
outros sintomas, como fadiga, queda de cabelos e alterações das unhas.
No Brasil, segundo a Resolução RDC no
344, de 13 de dezembro de 2002 que instituiu
a obrigatoriedade do enriquecimento desde junho de 2004, cada 100 gramas de
farinha de trigo refinada e milho recebem 4,2 mg de Ferro.
Segundo a Anvisa, o enriquecimento de farinhas com ferro reduziu a anemia em 40%
em alguns países da América Latina[5].
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 7
3. VITAMINA B12
3.1 - Funções [8-13]
A vitamina B12 tem funções bem conhecidas, principalmente no sistema nervoso e na
formação das células vermelhas do sangue.
Quando a deficiência está em estágio inicial, o sistema nervoso é o primeiro a
demonstrar carência, com comprometimento da memória, concentração e atenção.
Pode ocorrer irritabilidade emocional, formigamento nas pernas e, quando a
deficiência piora, diversas manifestações psiquiátricas como depressão, mania,
síndromes psicóticas e transtorno obsessivo-compulsivo.
Em estágios mais avançados ocorre anemia.
Na deficiência de B12, é muito importante considerar a elevação de um composto do
sangue chamado homocisteína, que aumenta a velocidade dos danos cerebrais e pode
culminar em demência e mal de Alzheimer.
Por ter efeito abrasivo (oxidante), a homocisteína causa lesões no interior dos vasos
sanguíneos e predispõe à formação de placas de gordura (aterosclerose), o que acelera
o desfecho das doenças cardiovasculares, principal causa de morte no Brasil e no
mundo. Além disso, a lesão vascular pode facilitar o aumento da pressão arterial com o
envelhecimento.
Na gestação, a deficiência de vitamina B12 causa o mesmo impacto da deficiência de
ácido fólico, pois, como a B12, em conjunto com o ácido fólico. é fundamental para a
duplicação das células (mitose), sua deficiência leva à má formação do tubo neural do
bebê e a defeitos na formação cardíaca. Sua deficiência também está relacionada ao
aumento da pressão arterial na gestação (pré-eclâmpsia), que pode trazer
conseqüências graves para a gestante e para o bebê.
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A deficiência de vitamina B12 está associada a doenças cardiovascular, demência e má
formação fetal.
As doenças crônicas não transmissíveis foram responsáveis por 80,7% das mortes no
Brasil em 2009[14]. A maior causa dessa mortalidade são as doenças cardiovasculares,
e a vitamina B12 atua diretamente na sua prevenção, ao reduzir o nível de
homocisteína[15].
O nível elevado de homocisteína pode decorrer de carência de vitamina B12 e ácido
fólico. Um estudo que compara o risco de doenças cardiovasculares (por placas de
ateroma em carótidas) ligado à deficiência de ácido fólico e vitamina B12 mostrou que,
depois do enriquecimento de farinhas e cereais com ácido fólico, o nível elevado e
bastante prevalente de homocisteína se deve à deficiência de vitamina B12[14].
Intervir na população com o enriquecimento de produtos alimentícios para aumentar
a oferta de vitamina B12 é essencial para diminuir esse risco.
3.2 - A deficiência de vitamina B12 é maior do que a de ferro e ácido fólico
Os estudos demonstram que há deficiência de vitamina B12 em diversos países do
mundo inteiro[15].
Um estudo realizado na América Latina demonstrou que 40% da população onívora
apresenta carência dessa vitamina ou a apresenta em nível marginal, como se vê na
tabela abaixo[16] :
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 9
Segundo os autores desse estudo, essas populações deveriam receber alimentos
enriquecidos com vitamina B12, pois a deficiência é mais comum do que a de ácido
fólico. Além disso, quando o ácido fólico está em nível mais elevado (principalmente
quando há alimentos enriquecidos ou uso de suplementos), o diagnóstico de
deficiência de B12 se torna mais difícil.
Quando há maior ingestão de ácido fólico, há necessidade orgânica de mais vitamina
B12, pois ambos trabalham em conjunto. Assim, quando há suplementação de ácido
fólico, o organismo necessita, naturalmente, de mais vitamina B12.
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 10
3.3 – Idosos são mais propensos a ter deficiência de vitamina B12
De forma geral, na população vegetariana (que apresenta, naturalmente, menor
ingestão dessa vitamina, por menor consumo de alimentos fontes), a deficiência
acomete 50% dos adultos[12]. A deficiência foi encontrada em 75% dos idosos
vegetarianos de Cingapura [17].
A maior prevalência da deficiência no idoso é esperada em ambos os grupos,
vegetarianos e não vegetarianos, pois, com o envelhecimento, a capacidade de
absorver essa vitamina costuma declinar com a redução da acidez do estômago (o que
também ocorre pelo consumo de medicamentos antiácidos) e a absorção dessa
vitamina se reduz.
Pelo fato de 10 a 30% dos idosos apresentarem má absorção dessa vitamina, o
Instituto de Medicina dos Estados Unidos recomenda que todos os indivíduos com
mais de 50 anos obtenham suas necessidades diárias de vitamina B12 por meio de
alimentos enriquecidos ou suplementos [18].
Como os idosos estão muito mais expostos do que os jovens à carência de B12, isso os
expõe a um risco maior de acelerar quadros de demência e doenças cardiovasculares.
Um estudo com 100 pacientes idosos dos Estados Unidos que utilizou uma faixa pouco
rígida de detecção de deficiência (vitamina B12 < 300 pg/mL) demonstrou que 37%
deles apresentava deficiência[19].
Outro estudo, que analisou dados dos Estados Unidos e da Europa, encontrou
deficiência de B12 em mais de 15% dos idosos [15].
Idosos que utilizam suplementos ou alimentos com B12 apresentam metade da
prevalência dessa deficiência comparado aos que não os utilizam[20].
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 11
3.4 - Na maioria dos estudos científicos, a deficiência de B12 é subdiagnosticada
Além da dosagem de vitamina B12, o diagnóstico preciso da deficiência exige a
dosagem de um elemento do sangue chamado ácido metilmalônico que, quando
elevada, a confirma . O custo da dosagem do ácido metilmalônico nem sempre é
acessível para as pesquisas.
Nos laboratórios, o nível de vitamina B12 considerado normal varia de 200 a 980
pg/mL.
Um estudo que avaliou a correlação entre o nível sanguíneo de vitamina B12 e de
ácido metilmalônico demonstrou que, quando a B12 está abaixo de 490 pg/mL
(lembrado-se que os valores de referência de dosagem normal ficam entre 200 e 980
pg/mL), muitas pessoas têm ácido metilmalônico elevado e, portanto, deficiência de
vitamina B12.
Assim, o nível seguro de vitamina B12 deve ficar sempre acima de 490 pg/mL[12].
Também há estudos demonstrando que, quando a vitamina B12 no sangue está abaixo
de 350 pg/mL, já há sintomas específicos da sua deficiência[9, 21].
Dessa forma, para manter um indivíduo livre da deficiência de vitamina B12 é mais
seguro que o nível sanguíneo fique acima de 490 pg/mL.
Para adotar um parâmetro menos seguro, o nível deve ficar acima de 350 pg/mL.
No entanto, a maioria dos autores de estudos científicos, por desconhecimento, utiliza
apenas os valores oferecidos como normalidade pelos laboratórios e acabam
considerando que há deficiência quando o nível de B12 está abaixo da referência
mínima do método de dosagem (geralmente abaixo de 200 pg/mL).
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 12
Assim, na realidade a deficiência de B12, é maior do que os estudos demonstram.
3.5 - Estudos sobre deficiência de vitamina B12 no Brasil
Um estudo realizado na cidade de São Paulo com mulheres não gestantes em idade
fértil, sendo 22 onívoras e 29 vegetarianas, encontrou a mesma prevalência de
deficiência nos dois grupos, sendo o valor médio de B12 de 348 ± 120,1 pg/mL nas
onívoras e 350,2 ± 183,3 pg/mL nas vegetarianas. Em mais de 50% das mulheres de
ambos os grupos, o nível estava abaixo do adequado (490 pg/mL) [22].
Um estudo brasileiro que considera deficiência de B12 o nível abaixo de 207 pg/mL
encontrou essa deficiência em 11% das 1.072 mulheres avaliadas e um nível elevado
de homocisteína em 15% das 1.085 avaliadas. O valor médio de vitamina B12
sanguínea encontrado foi de 319 pg/mL[23]. Observemos que a deficiência foi
considerada quando o nível estava abaixo de 207 pg/mL, mas sabemos que, abaixo de
490 pg/mL, já temos deficiência. Se fôssemos menos rígidos e considerássemos que
abaixo de 350 pg/mL já existe deficiência, encontraríamos, ainda assim, mais de 50%
dessas mulheres com deficiência de B12, pois nessas mulheres o valor médio da
dosagem foi de 319 pg/mL.
Estudo realizado no Acre em área urbana (a 100 km de Rio Branco) com 127 crianças
de 6 a 24 meses encontrou deficiência de vitamina B12 em 12% delas. A deficiência de
B12 foi definida quando o valor sanguíneo encontrado estava abaixo de 207
pg/mL[24]. De forma similar aos estudos anteriores, essa prevalência de deficiência é
subestimada.
Um estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo avaliou 17 gestantes (idade
gestacional média de 30,6 semanas, variando de 21 a 38 semanas) cujos fetos
apresentavam má formação do tubo neural. O nível de B12 encontrado foi de 122 a
521 pg/mL, sendo o valor médio de 301,5 ± 109 pg/mL. Como esse estudo considerou
que o nível deficiente de vitamina B12 estava abaixo de 150 pg/mL, a deficiência de
B12 só foi encontrada em 11,8% das gestantes. Se adotarmos o critério de que todo
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 13
nível sanguíneo de B12 abaixo de 490 pg/mL já mostra deficiência, esse estudo indica
deficiência em 16 das 17 gestantes, ou seja, em 94% delas. Se o critério de deficiência
for mais ameno, abaixo de 350 pg/mL, esse estudo revela deficiência de B12 em 9 das
17 gestantes, ou seja, em 53% delas [25].
No mesmo estudo citado acima (item 3.2) sobre a prevalência de deficiência de B12 na
América Latina, praticamente todas as avaliações foram feitas de acordo com o nível
de referência considerado normal pelo método laboratorial, o que não corresponde à
real prevalência de deficiência[16]. Assim, na América Latina a prevalência de
deficiência de vitamina B12 é muito superior a 40%.
3.6 - Fontes alimentares de vitamina B12: por que não estimular o consumo?
As fontes nutricionais de vitamina B12 são carnes, ovos, leite e queijos. Dentre elas, a
maior absorção é oferecida pela carne.
O Guia Alimentar do Ministério da Saúde recomenda restringir a ingestão de carnes a
uma porção diária, o que representa menos de 100 gramas de carne por dia[26].
A população brasileira já apresenta ingestão excessiva de carne e baixa ingestão de
alimentos de origem vegetal (que protegem das principais doenças crônicas
degenerativas).
O aumento dos demais alimentos de origem animal está associado à maior ingestão de
gordura saturada e colesterol, fatores que aumentam o risco de doenças
cardiovasculares, principal causa de morte no mundo e no Brasil.
Dessa forma, sendo nocivo estimular o aumento de consumo das principais fontes de
vitamina B12 e já tendo a população brasileira e mundial um consumo excessivo
desses alimentos sem que se afaste a deficiência de vitamina B12, o enriquecimento
de alimentos com B12 é a melhor forma de proteger a população.
Três estudos de alto impacto científico (metanálises) avaliaram a relação entre o maior
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 14
consumo de carne e o risco de câncer de intestino grosso (cólon e reto).
No primeiro deles, demonstrou-se que o aumento de apenas 100 g de carne (de
qualquer tipo) ingerida diariamente está associado ao aumento de 12% a 17% do risco
de câncer de cólon e reto. O aumento de 25 g de carne processada ingerida
diariamente está associado ao aumento de 49% do risco de câncer de cólon e reto
[27].
No segundo estudo, ficou demonstrado que o aumento diário de 120 g de carne
vermelha está associado ao aumento de 24% do risco de câncer de cólon e reto. O
aumento diário de 30 g de carne processada está associado ao aumento de 36% do
risco desse tipo de câncer [28].
No terceiro estudo, verificou-se que o próprio ferro heme (presente na carne) está
associado a maior risco de câncer de cólon[29].
Há estudos que relacionam o consumo de carne vermelha ao câncer de
endométrio[30] e o consumo de carne frita, churrasco, e carne salgada ao de pulmão
[31].
3.7 - A ingestão de maior quantidade de vitamina B12 previne a deficiência?
Sim, previne.
Diversos estudos demonstram que grupos populacionais que apresentam maior
ingestão de vitamina B12 têm nível sanguíneo mais alto da vitamina e nível mais baixo
de homocisteína[32-36].
A suplementação de 12 a 30 mcg/dia melhora a condição clínica dos idosos, grupo com
maior dificuldade de manter nível adequado devido à dificuldade de absorção[15]. Os
idosos que utilizam alimentos enriquecidos com B12 ou suplementos dessa vitamina
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 15
apresentam metade da prevalência de deficiência de B12[20].
Como a maioria dos problemas (doenças cardiovasculares e demência) decorrentes da
deficiência de B12 se inicia décadas antes do surgimento de sintomas, preconiza-se o
enriquecimento com B12 para todas as faixas etárias. Além disso, independentemente
do surgimento dessas doenças, manter um nível sanguíneo baixo dessa vitamina já
causa impacto negativo na concentração, na memória e na atenção.
3.8 - Segurança no uso de alimentos enriquecidos com vitamina B12
Não há toxicidade por uso excessivo de vitamina B12, seja ela proveniente de
suplementos ou alimentos enriquecidos[18].
Mesmo quando injetadas, as doses maciças de vitamina B12 não causam toxicidade.
3.9 - Doses recomendadas de ingestão
Segundo as recomendações atuais, encontramos a seguinte ingestão diária
preconizada[18]:
Crianças Quantidade de vitamina B12
0 a 6 meses 0,4 mcg/d
7 a 12 meses 0,5 mcg/d
1 a 3 anos 0,9 mcg/d
4 a 8 anos 1,2 mcg/d
Homens e mulheres
9 a 13 anos 1,8 mcg/d
14 anos até o final da vida 2,4 mcg/d
Gestantes
Qualquer idade 2,6 mcg/d
Lactação
Qualquer idade 2,8 mcg/d
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 16
Vale ressaltar que essa é a dose de manutenção para a boa saúde, o que é diferente da
doses para tratamento da deficiência, que pode ficar acima de 100 mcg/dia e,
naturalmente, exige receita médica[37].
3.10 - Qual a dose de Vitamina B12 que se deve utilizar no enriquecimento?
Teoricamente, a ingestão diária de 2,8 mcg seria suficiente para atender às
necessidades de qualquer ciclo de vida, inclusive de gestantes.
No entanto, como alguns estudos indicam que os idosos podem precisar de doses
entre 12 a 30 mcg/dia para normalizar o nível de vitamina B12 [20] ou 2 a 37,5
mcd/dia[38], sugerimos o enriquecimento com vitamina B12 para chegar à ingestão de
20 mcg por dia.
Dose preconizada para ingestão diária por meio de enriquecimento: 20 mcg
Para gestantes, a recomendação de ingestão de ácido fólico é de 600 mcg. As farinhas
recebem 150 mcg de ácido fólico por dia, portanto ¼ da recomendação. Usa-se
proporção semelhante para o ferro.
Na proporção em que os elementos são adicionados às farinhas enriquecidas, a B12
deveria ser incorporada na dose de 5 mcg para cada 100 gramas de farinha, caso seja
ela a escolhida para ser enriquecida.
3.11 - Formas de enriquecimento com vitamina B12
A vitamina B12 utilizada comercialmente tem custo acessível. É sintetizada em
laboratório por bactérias em meio de cultura.
Sua apresentação comercial é feita na forma de pó ou líquido, sendo estável à
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 17
temperatura de cozimento.
O procedimento tecnológico de enriquecimento de farinhas com ferro e ácido fólico no
Brasil foi desenvolvido pelo Centro Tecnológico de Alimentos da Embrapa, que poderia
verificar a melhor forma de veicular a vitamina B12 aos alimentos[4].
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 18
4. Conclusão
A deficiência de vitamina B12 acomete mais de 50% da população brasileira e quase a
totalidade das mulheres gestantes que geram bebês com má formação fetal.
Além do acometimento fetal, a deficiência dessa vitamina aumenta o risco de
demência e doenças cardiovasculares.
Os alimentos fontes dessa vitamina não devem ser incentivados pois a população
brasileira já os utiliza em quantidade maior do que a recomendável. Além disso, seu
consumo está ligado ao aumento das principais doenças crônicas degenerativas.
O enriquecimento é a forma mais adequada de proteger a população contra a
deficiência.
Sugerimos que, com o intuito de atingir 20 mcg/dia de vitamina B12, esse
enriquecimento seja implantado no Brasil.
Se considerarmos a proporção encontrada em 100 gramas de farinha enriquecida, as
doses de distribuição seriam:
Vitamina B12: 5 mcg; Ácido Fólico: 150 mcg; Ferro: 4,2 mg.
Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 19
5. Referências científicas
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5. ANVISA, Fortificação de Farinhas. Disponível em
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7. ANVISA, Portaria n 14, de 3 de janeiro de 2002. Disponível em:
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Enriquecimento de alimentos com vitamina B12

  • 1. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 1 ENRIQUECIMENTO DE ALIMENTOS COM VITAMINA B12 – JUSTIFICATIVAS Desenvolvimento: Sociedade Vegetariana Brasileira Presidente: Marly Winckler Departamento de Medicina e Nutrição Diretor do Departamento de Medicina e Nutrição: Dr. Eric Slywitch - CRM 105.231 São Paulo 2012
  • 2. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 2 1. Introdução 2. O enriquecimento de alimentos no Brasil – Iodo, Ácido Fólico e Ferro 3. VITAMINA B12 3.1 - Funções 3.2 - A deficiência de vitamina B12 é maior do que a de ferro e ácido fólico 3.3 – Idosos são mais propensos a ter deficiência de vitamina B12 3.4 - A deficiência de B12, na maioria dos estudos científicos é subdiagnosticada 3.5 - Estudos sobre deficiência de vitamina B12 no Brasil 3.6 - Fontes alimentares de vitamina B12 – por que não estimular seu consumo? 3.7 - A ingestão de maior quantidade de vitamina B12 previne a deficiência? 3.8 - Segurança no uso de vitamina B12 acrescentada aos alimentos 3.9 - Doses recomendadas de ingestão 3.10 - Qual é a dose de Vitamina B12 que deve ser utilizada no enriquecimento? 3.11 - Formas de enriquecimento com vitamina B12 4. Conclusão 5. Referências científicas
  • 3. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 3 ENRIQUECIMENTO DE ALIMENTOS COM VITAMINA B12 – JUSTIFICATIVAS 1. Introdução Algumas deficiências nutricionais encontradas em grupos da população tornam necessárias medidas de saúde pública para sua correção. Segundo dados do IBOPE, 9% da população brasileira seguem uma dieta vegetariana; de acordo com essa pesquisa do IBOPE, 10% da população masculina são vegetarianos, assim como 9% da feminina[1]. A Sociedade Vegetariana Brasileira, entidade que representa os vegetarianos brasileiros, tem interesse especial no enriquecimento de alimentos com vitamina B12, pois a ingestão dos vegetarianos é menor do que a dos onívoros. No entanto, a revisão da literatura científica nos mostra a necessidade de enriquecimento com esse nutriente inclusive para a população onívora, conforme os dados apresentados no decorrer deste documento. Os dados estatísticos apresentados neste documento foram encontrados na população que come carne. Quando os dados forem sobre vegetarianos, isso será explicitado. A deficiência de B12 é mais comum[2] do que a de ferro e ácido fólico, que já são acrescentados às farinhas no Brasil. Além disso, a deficiência dessa vitamina tem impacto negativo sobre a população e o sistema público de saúde, pois está diretamente ligada à maior ocorrência de doenças cardiovasculares, alterações cognitivas, demência e má formação fetal, como será explicado neste documento.
  • 4. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 4 2. O enriquecimento de alimentos no Brasil – Iodo, Ácido Fólico e Ferro Os alimentos cultivados em regiões montanhosas, distantes do mar, costumam ser pobres em iodo. A população residente nesses locais, se não receber alimentos cultivados em solo com concentração adequada desse mineral, desenvolve alterações da glândula tireóide (bócio, hipotireoidismo), e as crianças apresentam retardo mental irreversível (cretinismo), surdo-mudez e anomalias congênitas. Por esse motivo, como forma de proteger a população, a legislação brasileira determina a adição de iodo ao sal para consumo humano. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Unicef recomendam desde 1993 a adição de iodo ao sal em todos os países. No Brasil, de forma pioneira, essa adição é realizada desde a década de 1950. Desde então, a prevalência de bócio, que, em 1955, era de 20,7%, caiu para 1,4% em 2000[3]. O ácido fólico (vitamina B9) é abundante em frutas e verduras cruas. A redução do consumo desses alimentos pode levar à carência. A deficiência de ácido fólico na gestante causa má formação neurológica fetal, podendo ocorrer dificuldade de formação do cérebro do feto (anencefalia) e resultando, geralmente, em abortamento espontâneo. A deficiência dessa vitamina também pode gerar um bebê com boa formação cerebral mas com mau fechamento da coluna vertebral, ou seja, a chamada espinha bífida (má formação do tubo neural), que faz com que o bebê tenha graus variados de paralisia abaixo do local em que ocorre a lesão (o mais comum é na coluna lombossacra, mas pode ocorrer em qualquer região da coluna vertebral). Essa paralisia pode levar à falta de controle da retenção de fezes e urina, impossibilidade de mover as pernas e ausência de sensibilidade nessas regiões. O nascimento de bebês com fenda palatina (lábio leporino) também aumenta com a deficiência de ácido fólico. Quando a mulher tem bom nível sanguíneo de ácido fólico antes de engravidar e nas
  • 5. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 5 primeiras semanas de gestação, o surgimento do problema se reduz bastante. Dessa forma, os ginecologistas receitam esse nutriente para as mulheres que desejam engravidar, assim como para as gestantes. A deficiência de ácido fólico também pode levar a um tipo de anemia que, segundo a Anvisa, acomete 42% das gestantes brasileiras[4]. Como medida de saúde coletiva, no Brasil as farinhas são enriquecidas com ácido fólico (150 mcg por 100 gramas de farinha de trigo refinada e milho). A Resolução RDC no 344, de 13 de dezembro de 2002 instituiu a obrigatoriedade de enriquecimento desde junho de 2004[5]. Segundo a Anvisa, nos Estados Unidos e no Chile o enriquecimento reduziu em até 40% as doenças do tubo neural[4]. Outro nutriente que exige atenção é o ferro. A redução do estoque de ferritina no organismo humano já causa sintomas de fadiga e deficiência imunológica. A falta acentuada de ferro leva à anemia ferropriva, último estágio da deficiência de ferro. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 24,8% da população mundial apresenta carência acentuada desse mineral e já tem anemia. Ainda segundo a OMS, a ocorrência de anemia é maior em algumas faixas etárias e atinge 47,4% das crianças pré-escolares, 41,8% das gestantes, 30,2% das mulheres não gestantes, 25,4% das crianças em idade escolar, 23,9% dos idosos e 12,7% dos homens[6]. No Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a anemia ocorre em 1/3 das gestantes e 50% das crianças com menos de 5 anos [7]. Ainda no Brasil, cerca de 30% das crianças com menos de 2 anos têm anemia[4]. Dessa forma, há uma justificativa muito boa para auxiliar a população brasileira a melhorar a ingestão alimentar de ferro, pois a deficiência causa redução do peso do feto, prematuridade, dificuldade de aprendizagem, depressão pós-parto e diversos
  • 6. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 6 outros sintomas, como fadiga, queda de cabelos e alterações das unhas. No Brasil, segundo a Resolução RDC no 344, de 13 de dezembro de 2002 que instituiu a obrigatoriedade do enriquecimento desde junho de 2004, cada 100 gramas de farinha de trigo refinada e milho recebem 4,2 mg de Ferro. Segundo a Anvisa, o enriquecimento de farinhas com ferro reduziu a anemia em 40% em alguns países da América Latina[5].
  • 7. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 7 3. VITAMINA B12 3.1 - Funções [8-13] A vitamina B12 tem funções bem conhecidas, principalmente no sistema nervoso e na formação das células vermelhas do sangue. Quando a deficiência está em estágio inicial, o sistema nervoso é o primeiro a demonstrar carência, com comprometimento da memória, concentração e atenção. Pode ocorrer irritabilidade emocional, formigamento nas pernas e, quando a deficiência piora, diversas manifestações psiquiátricas como depressão, mania, síndromes psicóticas e transtorno obsessivo-compulsivo. Em estágios mais avançados ocorre anemia. Na deficiência de B12, é muito importante considerar a elevação de um composto do sangue chamado homocisteína, que aumenta a velocidade dos danos cerebrais e pode culminar em demência e mal de Alzheimer. Por ter efeito abrasivo (oxidante), a homocisteína causa lesões no interior dos vasos sanguíneos e predispõe à formação de placas de gordura (aterosclerose), o que acelera o desfecho das doenças cardiovasculares, principal causa de morte no Brasil e no mundo. Além disso, a lesão vascular pode facilitar o aumento da pressão arterial com o envelhecimento. Na gestação, a deficiência de vitamina B12 causa o mesmo impacto da deficiência de ácido fólico, pois, como a B12, em conjunto com o ácido fólico. é fundamental para a duplicação das células (mitose), sua deficiência leva à má formação do tubo neural do bebê e a defeitos na formação cardíaca. Sua deficiência também está relacionada ao aumento da pressão arterial na gestação (pré-eclâmpsia), que pode trazer conseqüências graves para a gestante e para o bebê.
  • 8. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 8 A deficiência de vitamina B12 está associada a doenças cardiovascular, demência e má formação fetal. As doenças crônicas não transmissíveis foram responsáveis por 80,7% das mortes no Brasil em 2009[14]. A maior causa dessa mortalidade são as doenças cardiovasculares, e a vitamina B12 atua diretamente na sua prevenção, ao reduzir o nível de homocisteína[15]. O nível elevado de homocisteína pode decorrer de carência de vitamina B12 e ácido fólico. Um estudo que compara o risco de doenças cardiovasculares (por placas de ateroma em carótidas) ligado à deficiência de ácido fólico e vitamina B12 mostrou que, depois do enriquecimento de farinhas e cereais com ácido fólico, o nível elevado e bastante prevalente de homocisteína se deve à deficiência de vitamina B12[14]. Intervir na população com o enriquecimento de produtos alimentícios para aumentar a oferta de vitamina B12 é essencial para diminuir esse risco. 3.2 - A deficiência de vitamina B12 é maior do que a de ferro e ácido fólico Os estudos demonstram que há deficiência de vitamina B12 em diversos países do mundo inteiro[15]. Um estudo realizado na América Latina demonstrou que 40% da população onívora apresenta carência dessa vitamina ou a apresenta em nível marginal, como se vê na tabela abaixo[16] :
  • 9. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 9 Segundo os autores desse estudo, essas populações deveriam receber alimentos enriquecidos com vitamina B12, pois a deficiência é mais comum do que a de ácido fólico. Além disso, quando o ácido fólico está em nível mais elevado (principalmente quando há alimentos enriquecidos ou uso de suplementos), o diagnóstico de deficiência de B12 se torna mais difícil. Quando há maior ingestão de ácido fólico, há necessidade orgânica de mais vitamina B12, pois ambos trabalham em conjunto. Assim, quando há suplementação de ácido fólico, o organismo necessita, naturalmente, de mais vitamina B12.
  • 10. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 10 3.3 – Idosos são mais propensos a ter deficiência de vitamina B12 De forma geral, na população vegetariana (que apresenta, naturalmente, menor ingestão dessa vitamina, por menor consumo de alimentos fontes), a deficiência acomete 50% dos adultos[12]. A deficiência foi encontrada em 75% dos idosos vegetarianos de Cingapura [17]. A maior prevalência da deficiência no idoso é esperada em ambos os grupos, vegetarianos e não vegetarianos, pois, com o envelhecimento, a capacidade de absorver essa vitamina costuma declinar com a redução da acidez do estômago (o que também ocorre pelo consumo de medicamentos antiácidos) e a absorção dessa vitamina se reduz. Pelo fato de 10 a 30% dos idosos apresentarem má absorção dessa vitamina, o Instituto de Medicina dos Estados Unidos recomenda que todos os indivíduos com mais de 50 anos obtenham suas necessidades diárias de vitamina B12 por meio de alimentos enriquecidos ou suplementos [18]. Como os idosos estão muito mais expostos do que os jovens à carência de B12, isso os expõe a um risco maior de acelerar quadros de demência e doenças cardiovasculares. Um estudo com 100 pacientes idosos dos Estados Unidos que utilizou uma faixa pouco rígida de detecção de deficiência (vitamina B12 < 300 pg/mL) demonstrou que 37% deles apresentava deficiência[19]. Outro estudo, que analisou dados dos Estados Unidos e da Europa, encontrou deficiência de B12 em mais de 15% dos idosos [15]. Idosos que utilizam suplementos ou alimentos com B12 apresentam metade da prevalência dessa deficiência comparado aos que não os utilizam[20].
  • 11. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 11 3.4 - Na maioria dos estudos científicos, a deficiência de B12 é subdiagnosticada Além da dosagem de vitamina B12, o diagnóstico preciso da deficiência exige a dosagem de um elemento do sangue chamado ácido metilmalônico que, quando elevada, a confirma . O custo da dosagem do ácido metilmalônico nem sempre é acessível para as pesquisas. Nos laboratórios, o nível de vitamina B12 considerado normal varia de 200 a 980 pg/mL. Um estudo que avaliou a correlação entre o nível sanguíneo de vitamina B12 e de ácido metilmalônico demonstrou que, quando a B12 está abaixo de 490 pg/mL (lembrado-se que os valores de referência de dosagem normal ficam entre 200 e 980 pg/mL), muitas pessoas têm ácido metilmalônico elevado e, portanto, deficiência de vitamina B12. Assim, o nível seguro de vitamina B12 deve ficar sempre acima de 490 pg/mL[12]. Também há estudos demonstrando que, quando a vitamina B12 no sangue está abaixo de 350 pg/mL, já há sintomas específicos da sua deficiência[9, 21]. Dessa forma, para manter um indivíduo livre da deficiência de vitamina B12 é mais seguro que o nível sanguíneo fique acima de 490 pg/mL. Para adotar um parâmetro menos seguro, o nível deve ficar acima de 350 pg/mL. No entanto, a maioria dos autores de estudos científicos, por desconhecimento, utiliza apenas os valores oferecidos como normalidade pelos laboratórios e acabam considerando que há deficiência quando o nível de B12 está abaixo da referência mínima do método de dosagem (geralmente abaixo de 200 pg/mL).
  • 12. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 12 Assim, na realidade a deficiência de B12, é maior do que os estudos demonstram. 3.5 - Estudos sobre deficiência de vitamina B12 no Brasil Um estudo realizado na cidade de São Paulo com mulheres não gestantes em idade fértil, sendo 22 onívoras e 29 vegetarianas, encontrou a mesma prevalência de deficiência nos dois grupos, sendo o valor médio de B12 de 348 ± 120,1 pg/mL nas onívoras e 350,2 ± 183,3 pg/mL nas vegetarianas. Em mais de 50% das mulheres de ambos os grupos, o nível estava abaixo do adequado (490 pg/mL) [22]. Um estudo brasileiro que considera deficiência de B12 o nível abaixo de 207 pg/mL encontrou essa deficiência em 11% das 1.072 mulheres avaliadas e um nível elevado de homocisteína em 15% das 1.085 avaliadas. O valor médio de vitamina B12 sanguínea encontrado foi de 319 pg/mL[23]. Observemos que a deficiência foi considerada quando o nível estava abaixo de 207 pg/mL, mas sabemos que, abaixo de 490 pg/mL, já temos deficiência. Se fôssemos menos rígidos e considerássemos que abaixo de 350 pg/mL já existe deficiência, encontraríamos, ainda assim, mais de 50% dessas mulheres com deficiência de B12, pois nessas mulheres o valor médio da dosagem foi de 319 pg/mL. Estudo realizado no Acre em área urbana (a 100 km de Rio Branco) com 127 crianças de 6 a 24 meses encontrou deficiência de vitamina B12 em 12% delas. A deficiência de B12 foi definida quando o valor sanguíneo encontrado estava abaixo de 207 pg/mL[24]. De forma similar aos estudos anteriores, essa prevalência de deficiência é subestimada. Um estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo avaliou 17 gestantes (idade gestacional média de 30,6 semanas, variando de 21 a 38 semanas) cujos fetos apresentavam má formação do tubo neural. O nível de B12 encontrado foi de 122 a 521 pg/mL, sendo o valor médio de 301,5 ± 109 pg/mL. Como esse estudo considerou que o nível deficiente de vitamina B12 estava abaixo de 150 pg/mL, a deficiência de B12 só foi encontrada em 11,8% das gestantes. Se adotarmos o critério de que todo
  • 13. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 13 nível sanguíneo de B12 abaixo de 490 pg/mL já mostra deficiência, esse estudo indica deficiência em 16 das 17 gestantes, ou seja, em 94% delas. Se o critério de deficiência for mais ameno, abaixo de 350 pg/mL, esse estudo revela deficiência de B12 em 9 das 17 gestantes, ou seja, em 53% delas [25]. No mesmo estudo citado acima (item 3.2) sobre a prevalência de deficiência de B12 na América Latina, praticamente todas as avaliações foram feitas de acordo com o nível de referência considerado normal pelo método laboratorial, o que não corresponde à real prevalência de deficiência[16]. Assim, na América Latina a prevalência de deficiência de vitamina B12 é muito superior a 40%. 3.6 - Fontes alimentares de vitamina B12: por que não estimular o consumo? As fontes nutricionais de vitamina B12 são carnes, ovos, leite e queijos. Dentre elas, a maior absorção é oferecida pela carne. O Guia Alimentar do Ministério da Saúde recomenda restringir a ingestão de carnes a uma porção diária, o que representa menos de 100 gramas de carne por dia[26]. A população brasileira já apresenta ingestão excessiva de carne e baixa ingestão de alimentos de origem vegetal (que protegem das principais doenças crônicas degenerativas). O aumento dos demais alimentos de origem animal está associado à maior ingestão de gordura saturada e colesterol, fatores que aumentam o risco de doenças cardiovasculares, principal causa de morte no mundo e no Brasil. Dessa forma, sendo nocivo estimular o aumento de consumo das principais fontes de vitamina B12 e já tendo a população brasileira e mundial um consumo excessivo desses alimentos sem que se afaste a deficiência de vitamina B12, o enriquecimento de alimentos com B12 é a melhor forma de proteger a população. Três estudos de alto impacto científico (metanálises) avaliaram a relação entre o maior
  • 14. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 14 consumo de carne e o risco de câncer de intestino grosso (cólon e reto). No primeiro deles, demonstrou-se que o aumento de apenas 100 g de carne (de qualquer tipo) ingerida diariamente está associado ao aumento de 12% a 17% do risco de câncer de cólon e reto. O aumento de 25 g de carne processada ingerida diariamente está associado ao aumento de 49% do risco de câncer de cólon e reto [27]. No segundo estudo, ficou demonstrado que o aumento diário de 120 g de carne vermelha está associado ao aumento de 24% do risco de câncer de cólon e reto. O aumento diário de 30 g de carne processada está associado ao aumento de 36% do risco desse tipo de câncer [28]. No terceiro estudo, verificou-se que o próprio ferro heme (presente na carne) está associado a maior risco de câncer de cólon[29]. Há estudos que relacionam o consumo de carne vermelha ao câncer de endométrio[30] e o consumo de carne frita, churrasco, e carne salgada ao de pulmão [31]. 3.7 - A ingestão de maior quantidade de vitamina B12 previne a deficiência? Sim, previne. Diversos estudos demonstram que grupos populacionais que apresentam maior ingestão de vitamina B12 têm nível sanguíneo mais alto da vitamina e nível mais baixo de homocisteína[32-36]. A suplementação de 12 a 30 mcg/dia melhora a condição clínica dos idosos, grupo com maior dificuldade de manter nível adequado devido à dificuldade de absorção[15]. Os idosos que utilizam alimentos enriquecidos com B12 ou suplementos dessa vitamina
  • 15. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 15 apresentam metade da prevalência de deficiência de B12[20]. Como a maioria dos problemas (doenças cardiovasculares e demência) decorrentes da deficiência de B12 se inicia décadas antes do surgimento de sintomas, preconiza-se o enriquecimento com B12 para todas as faixas etárias. Além disso, independentemente do surgimento dessas doenças, manter um nível sanguíneo baixo dessa vitamina já causa impacto negativo na concentração, na memória e na atenção. 3.8 - Segurança no uso de alimentos enriquecidos com vitamina B12 Não há toxicidade por uso excessivo de vitamina B12, seja ela proveniente de suplementos ou alimentos enriquecidos[18]. Mesmo quando injetadas, as doses maciças de vitamina B12 não causam toxicidade. 3.9 - Doses recomendadas de ingestão Segundo as recomendações atuais, encontramos a seguinte ingestão diária preconizada[18]: Crianças Quantidade de vitamina B12 0 a 6 meses 0,4 mcg/d 7 a 12 meses 0,5 mcg/d 1 a 3 anos 0,9 mcg/d 4 a 8 anos 1,2 mcg/d Homens e mulheres 9 a 13 anos 1,8 mcg/d 14 anos até o final da vida 2,4 mcg/d Gestantes Qualquer idade 2,6 mcg/d Lactação Qualquer idade 2,8 mcg/d
  • 16. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 16 Vale ressaltar que essa é a dose de manutenção para a boa saúde, o que é diferente da doses para tratamento da deficiência, que pode ficar acima de 100 mcg/dia e, naturalmente, exige receita médica[37]. 3.10 - Qual a dose de Vitamina B12 que se deve utilizar no enriquecimento? Teoricamente, a ingestão diária de 2,8 mcg seria suficiente para atender às necessidades de qualquer ciclo de vida, inclusive de gestantes. No entanto, como alguns estudos indicam que os idosos podem precisar de doses entre 12 a 30 mcg/dia para normalizar o nível de vitamina B12 [20] ou 2 a 37,5 mcd/dia[38], sugerimos o enriquecimento com vitamina B12 para chegar à ingestão de 20 mcg por dia. Dose preconizada para ingestão diária por meio de enriquecimento: 20 mcg Para gestantes, a recomendação de ingestão de ácido fólico é de 600 mcg. As farinhas recebem 150 mcg de ácido fólico por dia, portanto ¼ da recomendação. Usa-se proporção semelhante para o ferro. Na proporção em que os elementos são adicionados às farinhas enriquecidas, a B12 deveria ser incorporada na dose de 5 mcg para cada 100 gramas de farinha, caso seja ela a escolhida para ser enriquecida. 3.11 - Formas de enriquecimento com vitamina B12 A vitamina B12 utilizada comercialmente tem custo acessível. É sintetizada em laboratório por bactérias em meio de cultura. Sua apresentação comercial é feita na forma de pó ou líquido, sendo estável à
  • 17. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 17 temperatura de cozimento. O procedimento tecnológico de enriquecimento de farinhas com ferro e ácido fólico no Brasil foi desenvolvido pelo Centro Tecnológico de Alimentos da Embrapa, que poderia verificar a melhor forma de veicular a vitamina B12 aos alimentos[4].
  • 18. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 18 4. Conclusão A deficiência de vitamina B12 acomete mais de 50% da população brasileira e quase a totalidade das mulheres gestantes que geram bebês com má formação fetal. Além do acometimento fetal, a deficiência dessa vitamina aumenta o risco de demência e doenças cardiovasculares. Os alimentos fontes dessa vitamina não devem ser incentivados pois a população brasileira já os utiliza em quantidade maior do que a recomendável. Além disso, seu consumo está ligado ao aumento das principais doenças crônicas degenerativas. O enriquecimento é a forma mais adequada de proteger a população contra a deficiência. Sugerimos que, com o intuito de atingir 20 mcg/dia de vitamina B12, esse enriquecimento seja implantado no Brasil. Se considerarmos a proporção encontrada em 100 gramas de farinha enriquecida, as doses de distribuição seriam: Vitamina B12: 5 mcg; Ácido Fólico: 150 mcg; Ferro: 4,2 mg.
  • 19. Enriquecimento de Alimentos com Vitamina B12 Página 19 5. Referências científicas 1. IBOPE, IBOPE Mídia revela hábitos de saúde e de consumo da mulher brasileira, 2011. Disponível em: http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=Porta lIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=IBOPE+M%EDdia&docid=092582CC36D2FBFB832578 4800405FB8 . Acessado em 25 jan 2012. 2011. 2. McLean, E., B. de Benoist, and L.H. Allen, Review of the magnitude of folate and vitamin B12 deficiencies worldwide. Food Nutr Bull, 2008. 29(2 Suppl): p. S38-51. 3. ANVISA, Programa Nacional para Prevenção e Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/anvisa/home/alimentos/!ut/p/c5/rY_Ld qpAEEW_xQ_Qrm7eQ3kILQGCtApMWEpEAQEXyMuvv- bOk1GqhntVnX1QjN5bn4b8enrmTX26oxDFYqKZa4uXPgBAVDWgpuCKgu- BuYU3j37k4JHva9u3qAlAFI_JOlCe7SzF1rwNxuiIQuCToJgf9FW- dgXMmBn3rcPS0dEN_CxHeLId7QrVZmdndAqDY_vm5eo- xqmCDxvfWLvcMVbLxftX_Ivrf5dvDj_MGpBrNdUFRSiWkoNJZMs28bujpAI1mLXxYMP5B BD7Q-ffs8ifZm1RnJ- r1ZhWK1gpHE9kLEucIGJeFHl0ZBGZ9CuddMNNtv70dTqmZNKgy1UrSiuiBiZmgk- tDGRPi2r3OUxdlpzrnrRZ7-nap6O0Zt-JaR3eDvv- HHqFNkdHIx_ankQhZaHLsqSy70nL_Eo6l_PJoPwzXx7KUGkg77K7hgONDBe3- FD9iXZuYtcja9dXy7XV2zUS8otgZ33Afen6IBkzHxulPILtf5rpvYx54xYuOVo1ge_0o9AFSw5f Gt2aW42MiwV6VPvhYY34XXv8ByOAXK8!/dl3/d3/L2dBISEvZ0FBIS9nQSEh/?pcid=e9ddd 7004539a590b82ef82475bf1155. Acessado em 25 jan 2012. 2011. 4. ANVISA, A importância das Farinhas Fortificadas com Ferro e Ácido Fólico. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/alimentos/folder_farinha.pdf . Acessado em 25 jan 2012. 5. ANVISA, Fortificação de Farinhas. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/alimentos/farinha.htm . Acessado em 25 jan 2012. 6. WHO, Worldwide prevalence of anaemia 1993 - 2005: WHO global database on anaemia. Disponível em: http://whqlibdoc.who.int/publications/2008/9789241596657_eng.pdf . Acessado em 25 jan 2012. 7. ANVISA, Portaria n 14, de 3 de janeiro de 2002. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/14_02.htm . Acessado em 25 jan 2011. 2002. 8. Andres, E., et al., Vitamin B12 (cobalamin) deficiency in elderly patients. CMAJ, 2004. 171(3): p. 251-9. 9. Swain, R., An update of vitamin B12 metabolism and deficiency states. J Fam Pract, 1995. 41(6): p. 595-600. 10. Varela-Moreiras, G., M.M. Murphy, and J.M. Scott, Cobalamin, folic acid, and homocysteine. Nutr Rev, 2009. 67 Suppl 1: p. S69-72. 11. Desouza, C., et al., Drugs affecting homocysteine metabolism: impact on cardiovascular risk. Drugs, 2002. 62(4): p. 605-16. 12. Herrmann, W. and J. Geisel, Vegetarian lifestyle and monitoring of vitamin B-12 status. Clin Chim Acta, 2002. 326(1-2): p. 47-59.
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