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DALILÉIA RIBEIRO 
MATEMÁTICA APLICADA 
SÃO PAULO - SP 
2014
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 
DALILÉIA RIBEIRO RA: A32JDA-5 
MATEMÁTICA APLICADA 
Trabalho de Graduação apresentado a 
Universidade Paulista – UNIP para conclusão da 
ementa de Matemática Aplicada do 2°Semestre 
de 2014 do Curso de Administração. 
Orientador: Prof. XXXXXXX 
SÃO PAULO - SP 
2014
3 
3 
SUMÁRIO 
1 A FUNÇÃO DEMANDA.......................................................................................................................... 8 
2 A FUNÇÃO OFERTA.............................................................................................................................. 10 
3 O PONTO DE EQUILÍBRIO ............................................................................................................. 19 
4 A FUNÇÃO CUSTO TOTAL................................................................................................................ 30 
5 RECEITA TOTAL......................................................................................................................................... 33 
6 A FUNÇÃO LUCRO .......................................................................................................................... 34 
7 PONTO DE NIVELAMENTO.............................................................................................................. 33 
8 OUTRAS APLICAÇÕES............................................................................................................... 34
4 
1. A FUNÇÃO DEMANDA 
A função demanda relaciona preços e quantidades de uma mercadoria, 
estudando essa relação sob o ponto de vista dos consumidores. 
A quantidade de uma mercadoria ou de um serviço que um consumidor deseja 
ou está disposto a consumir, em um certo período de tempo, depende de vários 
fatores, tais como: o preço da mercadoria, a renda do consumidor, o preço de outras 
mercadorias ou bens substitutos, o gosto pessoal do consumidor, o preço de outras 
mercadorias ou bens complementares, etc. 
A representação gráfica da função demanda é geralmente chamada de curva 
de demanda. 
Por meio de análises empíricas do comportamento dos consumidores, os 
economistas observaram que à medida que o preço de uma mercadoria aumenta, a 
sua quantidade demandada diminui. Da mesma forma, se o preço de uma mercadoria 
diminui, a sua quantidade demandada tende a aumentar. Essa relação é o que os 
economistas chamam de Lei da Demanda. Dessa forma, observou-se que a função 
demanda é uma função estritamente decrescente. 
Para um indivíduo, a demanda por uma certa mercadoria relaciona-se com o 
preço de acordo com a tabela abaixo. 
preço 8 7 6 5 4 3 2 1 0 
quantidade 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 
Construindo o gráfico da curva de demanda referente a esses dados temos a 
seguinte representação:
5 
O gráfico revela que a curva de demanda é na verdade uma reta, ou seja, trata-se 
de uma demanda linear. Observe nesse gráfico que consideramos a quantidade (q) 
no eixo vertical e o preço (p) no eixo horizontal. Isso indica que estamos considerando 
a quantidade como variável dependente e o preço como variável independente, ou 
5 
seja, q = f(p). 
1.1. A demanda individual e a demanda de mercado 
A demanda individual indica o quanto um determinado consumidor está 
propenso a consumir de um produto a certo nível de preço. Já a demanda de mercado 
ou demanda agregada nos mostra as quantidades nas quais esse produto é procurado, 
num certo período de tempo, por todos os indivíduos que compõem o mercado. A 
demanda de mercado depende de todos os compradores da mercadoria existentes no 
mercado. 
Se todos os n consumidores forem idênticos, a demanda de mercado será um 
múltiplo da demanda individual de um consumidor: 
qm = n.q
6 
Se os consumidores tiverem funções de demanda distintas, a demanda de 
mercado será dada pela soma das funções demanda individuais de todos os n 
6 
consumidores: 
qm = q1 + q2 + ... + qn 
1.2. A função demanda linear 
Admitindo que q = f(p), podemos escrever a função demanda como: 
q = a + b.p, com b ¹ 0 
Essa função só será estudada no primeiro quadrante do gráfico, pois não faz 
sentido pensar em preço negativo ou em quantidade negativa. 
Outro detalhe importante é que, como a função demanda é sempre 
decrescente, o parâmetro b será negativo, ou seja, b < 0. 
Com objetivo de exemplificar essa função, determinamos graficamente a partir 
das seguintes premissias; A função que relaciona os preços e quantidades de um certo 
produto é dada por: 
2q + 4p = 10. 
Isolamos a variável q: 
2.q = 10 – 4p 
q = (10 – 4p)/2 
q = 5 – 2p
7 
Em uma função do 1º grau, o intercepto do eixo vertical é dado pelo 
parâmetro a, que nesse caso vale 5, o intercepto do eixo horizontal, é dado pelo valor 
7 
de x correspondente a y = 0, ou, no nosso caso, o valor de p correspondente a q = 0. 
Assim, substituindo 0 na variável q, temos: 
0 = 5 – 2p 
2p = 5 
p = 5/2 = 2,5 
Agora podemos construir o gráfico, tomando por base os interceptos do eixo 
horizontal e do eixo vertical. Observe abaixo que a linha do gráfico deve ficar tracejada 
no trecho que está fora do primeiro quadrante. Observe também o aspecto decrescente 
do gráfico. 
2. FUNÇÃO OFERTA 
2.1. Visão Geral 
Em Economia, é possível relacionar preços e quantidades de uma mercadoria 
por meio de funções matemáticas. Empiricamente, ou seja, por meio de verificações 
objetivas de dados coletados em situações práticas, podemos verificar uma forte
8 
correlação entre essas variáveis econômicas. Assim, isso pode ser observado nos 
8 
diversos níveis de preço e entre quaisquer mercadorias. 
2.2. FUNÇÃO OFERTA 
Entendemos a função oferta como a quantidade de um bem ou serviço que os 
produtores ou fabricantes (vendedores) estão dispostos a ofertar a um dado nível de 
preço, em um certo período de tempo. Assim, podemos escrever: 
q = f(p) 
Onde q representa a quantidade ofertada e p representa o preço de uma 
mercadoria, em uma análise meramente lógica ou baseada no bom senso, podemos 
afirmar que: 
(i) Um aumento dos preços irá provocar um aumento na quantidade ofertada, 
isto é, se a um preço p1 a quantidade ofertada for q1, a um preço p2 > p1 a quantidade 
ofertada será q2 > q1. Resumidamente, temos: 
p2 > p1 à q2 > q1 
(ii) Uma queda nos preços irá provocar uma diminuição na quantidade ofertada, 
isto é, se a um preço p1 a quantidade ofertada for q1, a um preço p2 < p1 a quantidade 
ofertada será q2 < q1. Resumidamente, temos: 
p2 < p1 à q2 < q1 
Uma questão a ser respondida seria porque os vendedores ofertam maior 
quantidade de um produto quando o seu preço aumenta? A resposta a esse 
questionamento pode ser melhor entendida se tomarmos um exemplo no mercado 
agrícola. Imagine que os preços do milho, por exemplo, aumentam no mercado 
internacional e, por consequência, no mercado interno também. Os produtores
9 
agrícolas ficam incentivados a produzirem mais milho, pois assim podem obter mais 
lucro, visto que os preços estão altos. Da mesma forma, se o preço de um produto 
agrícola cair, os produtores irão ficar inclinados a produzir menos, buscando plantar 
9 
outros produtos que dêem a eles melhores retornos financeiros. 
Admitindo, então, o fato de que as quantidades ofertadas aumentam quando os 
preços aumentam e, analogamente, diminuem quando os preços caem, podemos 
entender que a função oferta, que relaciona preços e quantidades, é uma função 
estritamente crescente. 
Os estudiosos de Economia não fazem distinção em relacionar preços e 
quantidades como q = f(p) ou p = f(q). Para fins didáticos, em nossos estudos vamos 
considerar apenas a primeira opção, ou seja, a quantidade (q) é a variável dependente 
(y) e o preço (p) é a variável independente (x). 
2.3. A função oferta pelo modelo linear 
Admitindo que q = f(p), podemos escrever: 
q = a + b.p, com b ¹ 0 
Devemos também chamar a atenção para o fato de que essa função só será 
estudada no primeiro quadrante do gráfico, pois não faz sentido pensar em preço 
negativo nem quantidade negativa. 
Outro detalhe importante é que, como a função oferta é sempre crescente, o 
parâmetro b será positivo, ou seja, b > 0.
10 
10 
2.4. A oferta de mercado de uma mercadoria 
A oferta de mercado, também chamada de oferta agregada de uma 
mercadoria, fornece as quantidades da mercadoria que são ofertadas, num dado 
período de tempo, aos vários preços alternativos, por todos os produtores dessa 
mercadoria que operam no mercado. A oferta de mercado depende dos mesmos 
fatores que determinam a oferta dos produtores individuais, sendo, portanto, obtida 
com base na função oferta individual dos produtores. 
Se todos os produtores forem idênticos, ou seja, se tiverem a mesma função 
oferta individual, para se obter a função oferta de mercado, basta tomar a função oferta 
individual e multiplicá-la pelo número de produtores. 
Se os produtores forem diferentes, ou seja, se tiverem funções oferta 
individuais distintas, a função oferta de mercado será dada pela soma algébrica das 
funções oferta individuais dos produtores. 
3. PONTO DE EQUILIBRIO 
3.1. Visão Geral 
Conforme demonstrado anteriormente existem duas funções que relacionam os 
preços e as quantidades de uma mercadoria: 
a) a oferta de mercado é uma função que indica a quantidade de uma 
mercadoria que os produtores estão dispostos a ofertar a um certo nível de preço; 
b) a demanda de mercado é uma função que indica a quantidade de uma 
mercadoria que os consumidores estão dispostos ou desejam consumir a um certo 
nível de preço.
11 
Uma analise passível de questionamento seria: É possível a oferta dos 
produtores ser igual à demanda de mercado dos consumidores por uma mercadoria a 
11 
um certo nível de preço? 
A função oferta é uma função estritamente crescente e a função demanda é 
uma função estritamente decrescente. Sendo assim, se colocássemos essas duas 
funções em um mesmo gráfico, haveria um ponto de interseção entre elas? Se positivo 
esse ponto de interseção, o que ele significa? 
3.2. O equilíbrio 
Na Economia, o equilíbrio se refere às condições do mercado, as quais, uma 
vez atingidas, tendem a persistir. Isso ocorre quando a quantidade ofertada de uma 
mercadoria se iguala à sua quantidade demandada num mesmo período de tempo. 
Geometricamente, o equilíbrio ocorre na interseção das curvas de demanda e oferta de 
mercado. 
Sobre essa interseção, este ponto, se existir, é único, pois a curva de demanda 
é decrescente e a curva de oferta é crescente. Assim, neste ponto a quantidade que os 
consumidores desejam comprar é exatamente igual à quantidade que os produtores 
desejam vender. Existe uma coincidência de desejos. 
No ponto de equilíbrio não existem pressões para alterações nos preços, pois 
os planos dos vendedores são consistentes com os planos dos compradores, o preço e 
a quantidade referentes ao ponto de equilíbrio são chamados de preço de equilíbrio e 
quantidade de equilíbrio, respectivamente.
12 
Um equilíbrio é considerado estável se qualquer desvio em relação a esta 
posição provocar a interferência de forças do mercado que fazem com que preços e 
12 
quantidades retornem à condição de equilíbrio inicial. 
Se houver uma tendência a preços e/ou quantidades se afastarem da condição 
de equilíbrio, então este é dito instável. 
Uma análise econômica das condições fora do ponto de equilíbrio revelam que 
há um intervalo no qual ocorre excesso de demanda e outro intervalo no qual ocorre 
excesso de oferta. Essa análise pode ser feita por meio dos preços ou das 
quantidades. 
3.3. Determinação do ponto de equilíbrio 
O ponto de equilíbrio pode ser determinado geometricamente, traçando-se os 
gráficos das funções oferta e demanda o obtendo-se o seu ponto de interseção. 
Entretanto, uma determinação algébrica pode ser mais eficiente. Para isso, basta 
igualarmos as quantidades ofertada e demandada, dadas por suas respectivas 
funções. Matematicamente, isso equivale a resolver um sistema formado por duas 
equações e duas incógnitas. 
4. FUNÇÃO CUSTO TOTAL 
4.1. Introdução 
A função custo está relacionada aos gastos efetuados por uma empresa, 
indústria ou loja, na produção ou aquisição de algum produto. Todo custo, em geral, 
possui dois componentes: um fixo e outro variável.
13 
13 
4.2. A Função Custo 
Representamos a função custo total por meio da seguinte expressão: 
Ct = Cf + Cv 
Na qual: 
Ct é o custo total 
Cf é o custo fixo 
Cv é o custo variável 
Os custos fixos independem da quantidade produzida e estão sempre 
presentes na linha de produção, como salários e aluguel. Em termos relativos, 
quanto maior for o volume de produção ou venda, menores serão os custos fixos por 
unidade. 
Cf = K (K>0) 
(Sendo K uma constante de produção) 
Como o custo fixo constante, se quisermos representá-lo graficamente, 
teremos que fazê-lo por meio do gráfico da função constante, que é uma reta paralela 
ao eixo horizontal. Veja o exemplo abaixo: 
Já o custo variável tem relação direta com o nível de produção e, quando zero 
unidades é produzida, o custo variável é zero. Os custos variáveis compreendem a 
matéria-prima e as embalagens, entre outros itens.
14 
O custo variável de um produto pode ser obtido multiplicando-se seu custo 
14 
unitário de produção pela quantidade produzida, ou seja: 
Cv = pu . q 
No qual 
pu é o preço de custo ou o custo unitário de produção 
q é a quantidade produzida, que é aqui é considerada variável 
Cv é o custo variável de produção 
Observe que a função custo total somente é definida no primeiro quadrante do 
sistema de eixos, pois não faz sentido pensarmos em custo negativo ou quantidades 
negativas. 
Podemos inferir também que a função custo depende diretamente das parcelas 
de custo fixo e custo variável nas quais incorre a produção de um determinado bem. A 
função de custo representa o custo total da empresa na produção de um item e é uma 
função estritamente crescente. 
Podemos, escrever a função custo total como: 
Ct = Cf + Cv 
Ct = Cf + pu.q
15 
15 
4.3. Custo médio 
Para melhor avaliação de custos por parte do empresário, é importante que ele 
saiba o custo médio por unidade fabricada de sua linha de produção, o custo médio 
total da produção é obtido por meio da divisão do custo total pelo número de unidades 
produzidas: 
Cm = Ct/q 
5. RECEITA TOTAL 
5.1. Função receita total (RT) 
As receitas são geradas pelas atividades-fim e que uma emprese se dedica, 
dessa fora, se uma empresa foi constituída para vender mercadorias que ela fabrica, 
essa é sua fonte de receitas. Por outro lado, se seu fim é a prestação de serviços, daí a 
advêm seus recursos. De um modo geral, as receitas vão depender das quantidades 
de mercadorias vendidas ou dos serviços prestados e dos preços dessas mercadorias 
ou serviços. Em linguagem matemática, podemos escrever: 
RT = f(q, p) 
5.2. A Função Receita Total Linear 
A função receita total representa o faturamento bruto da empresa e depende do 
número de vendas de determinado produto, sabe-se, no entanto, que as receitas de 
vendas de qualquer unidade produzida está vinculada ao preço fixado para o produto, 
bem como à quantidade vendida desse produto, logo: 
Rt = p.q 
No qual: 
Rt = receita total obtida com a venda de um produto; 
p = preço unitário de venda do produto; 
q = quantidade vendida do produto
16 
A função Receita total é linear, isto é, ela não tem o termo constante, 
independente da variável. Isso quer dizer que seu gráfico é uma linha reta que corta o 
eixo y na origem (0, 0). Isso parece bastante lógico, pois se pensarmos que a 
16 
quantidade vendida é zero, não haverá receita alguma para a empresa. 
Também devemos observar que, sendo o preço constante, a variável é a 
quantidade (x) e a receita total (y). Como o preço é obrigatoriamente um valor positivo, 
essa função é estritamente crescente, ou seja, quanto maior for a quantidade vendida, 
maior será a receita auferida pela empresa. 
Usualmente, representamos o preço no eixo das abscissas (x) e a receita ($) 
no eixo das ordenadas (y).Se quisermos nos referir à receita total auferida pela venda 
de n produtos, devemos fazer: 
Rt = R1 + R2 + ... + Rn 
Rt = p1.q1 + p2.q2 + ... + p3.q3 
Rt = Σ pi.qi 
O gráfico da função receita típica é uma reta que passa pela origem do sistema 
de eixos.
17 
17 
6. FUNÇÃO LUCRO 
6.1. Visão Geral 
A função lucro está relacionada aos valores arrecadados pela atividade-fim da 
empresa (receitas) e aos gastos efetuados (custos) por ela, seja uma indústria, uma 
loja revendedora ou uma firma de prestação de serviços, a função lucro diz respeito ao 
lucro líquido das empresas, lucro oriundo da subtração entre a função receita e a 
função custo. 
LUCRO = RECEITA TOTAL - CUSTO TOTAL 
A função custo total mais atentamente, poderemos observar que ela agrega 
dois tipos de custos: os custos explícitos e os custos implícitos, custos explícitos são os 
custos que a empresa incorre de fato, isto é, são pagos monetariamente,custos 
implícitos (ou custos de oportunidade) são os custos que a empresa incorre quando faz 
uma opção por um projeto ao invés de, por exemplo, aplicar seu capital nos 
investimentos disponíveis do mercado financeiro, essa diferenciação de custos tem 
como consequência duas diferentes abordagens quanto ao lucro da empresa: 
O Lucro Econômico refere-se à Receita Total menos Custo Total (incluindo os 
custos de oportunidade). Já o Lucro Contábil registra apenas os Custos Explícitos, 
ignorando dos custos de oportunidade. No Brasil, em geral, o lucro econômico é menor 
que o lucro contábil, devido às altas taxas de juros que prevalecem no mercado 
financeiro. Essas altas taxas geram oportunidades de ganhos excessivos em Finanças 
em detrimento da área de projetos empresariais produtivos. 
Sabemos que a Receita total é uma função crescente, pois quanto maior a 
quantidade vendida, maior será o valor arrecadado pela empresa. Da mesma forma, 
também sabemos que a função Custo total é uma função crescente, pois quanto maior
18 
a quantidade produzida, maior será o custo total de produção. De maneira análoga, a 
função Lucro total também será crescente, visto que quanto maior for a quantidade 
18 
vendida de um produto, maior será a parcela de lucro da empresa. 
Entretanto, a função Lucro total difere em um aspecto importante das funções 
Receita total e Custo total. Enquanto não faz sentido pensarmos em receita negativa ou 
em custo negativo, em relação ao lucro, é importante sabermos que existe lucro 
negativo, também chamado de prejuízo. Assim, se no gráfico representarmos o lucro 
no eixo vertical, a função lucro total poderá ser definida nos quadrantes I e IV do 
sistema de eixos, conforme esquema abaixo: 
7. PONTO DE NIVELAMENTO 
7.1. Visão geral 
Para uma empresa, é fundamental fazer uma análise criteriosa de seus custos 
e de suas receitas. Sabemos que um dos objetivos mais importantes de uma empresa 
é o de gerar lucro para seus proprietários ou acionistas. Com base nesse fato, a 
empresa deve fazer análises operacionais de modo a buscar eficiência na obtenção de
19 
resultados, o ponto de nivelamento, ou Break Even Point (BEP), representa o ponto no 
qual as receitas totais se igualam aos custos totais, tanto a função Custo total quanto a 
função Receita total são crescentes, mas elas tem um ponto em comum, que é o BEP. 
Graficamente, podemos observar o ponto de nivelamento na interseção das 
19 
curvas de receita e custo: 
Analisando o gráfico, vemos que para quantidades menores que o BEP, o 
custo é maior do que a receita, o que acarreta prejuízo. Para quantidades maiores que 
o BEP, a receita é maior do que o custo, o que resulta em lucro. No BEP, as receitas e 
os custos se igualam, o que pode ser interpretado como lucro nulo, o cálculo do ponto 
de nivelamento pode ser feito igualando as funções receita total e custo total: 
RT = CT 
Fazendo isso e resolvendo a expressão resultante, encontraremos um valor de 
q (quantidade). Para obter o valor da receita e do custo basta substituir o valor de q 
encontrado nas respectivas funções (receita total e custo total). Você irá observar que o 
valor encontrado em ambas as expressões é o mesmo. Sendo assim, o ponto de 
nivelamento corresponde a um valor de q associado a uma receita e custo iguais, que 
fazem com que o lucro da empresa seja nulo nesse nível de produção.
20 
20 
8. OUTRAS APLICAÇÕES 
8.1. Depreciação 
Depreciação é a diminuição do valor de um ativo, provocada pelo desgaste 
proveniente do uso ou utilização em processo produtivo, ou simplesmente pelo 
decorrer do tempo, que muitas vezes torna o equipamento obsoleto ou ultrapassado 
em termos tecnológicos, dessa forma, a contabilidade da empresa deve, a cada 
exercício contábil, baixar uma parcela do valor desse ativo, calculada de acordo com o 
método de desvalorização adotado. Os principais métodos são: 
a) depreciação linear 
b) soma dos dígitos 
c) estimativa do número de horas de uso 
O primeiro método, que pressupõe uma parcela de depreciação constante no 
decorrer da vida útil do ativo a ser depreciado. Com essa finalidade, vamos estabelecer 
alguns conceitos: 
 Vn: valor de aquisição do bem ou valor nominal; 
 Da: a parcela de depreciação anual, no decorrer da vida útil do bem, 
que segundo o modelo linear, é constante; 
 Vr: valor residual, alcançado pelo ativo após ser totalmente 
depreciado; 
 t: tempo de vida útil do bem, isto é, tempo durante o qual o ativo está 
sujeito a depreciação; 
 V: valor do bem em qualquer data, entre 0 e t. 
O valor de V é uma função de t. Como, com o passar do tempo, o valor do ativo 
cai, essa função é decrescente.
21 
21 
Cálculo do valor de V: 
Ao final do primeiro ano (t = 1), devemos descontar do preço original do ativo 
uma parcela de depreciação. Assim, temos: 
V = Vn – 1.Da 
Ao final do segundo ano (t = 2), devemos descontar mais uma parcela de 
depreciação, então o preço do ativo será: 
V = Vn – 1.Da – 1.Da 
V = Vn – 2.Da 
Transcorridos t anos, podemos escrever: 
V = Vn – t.Da 
Se conhecermos o valor residual do bem e o seu tempo de vida útil, podemos 
calcular, com a fórmula acima, o valor da parcela de depreciação anual, fazendo: 
Da = (Vn – Vr)/t 
Se considerarmos que o valor residual do ativo é diferente de zero, podemos 
representar graficamente a função depreciação linear assim:
22 
22 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BONORA Jr., D. et al. Matemática – complementos e aplicações nas áreas de 
Ciências Contábeis, Administração e Economia. 4ª ed. São Paulo: Ícone, 2006. 
MEDEIROS DA SILVA, S. et al. Matemática para os cursos de Economia, 
Administração e Ciências Contábeis. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
MUROLO, A. C. e BONETTO, G. Matemática Aplicada a administração, economia e 
contabilidcade. 2ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012.

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Funções econômicas de demanda, oferta e equilíbrio

  • 1. DALILÉIA RIBEIRO MATEMÁTICA APLICADA SÃO PAULO - SP 2014
  • 2. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DALILÉIA RIBEIRO RA: A32JDA-5 MATEMÁTICA APLICADA Trabalho de Graduação apresentado a Universidade Paulista – UNIP para conclusão da ementa de Matemática Aplicada do 2°Semestre de 2014 do Curso de Administração. Orientador: Prof. XXXXXXX SÃO PAULO - SP 2014
  • 3. 3 3 SUMÁRIO 1 A FUNÇÃO DEMANDA.......................................................................................................................... 8 2 A FUNÇÃO OFERTA.............................................................................................................................. 10 3 O PONTO DE EQUILÍBRIO ............................................................................................................. 19 4 A FUNÇÃO CUSTO TOTAL................................................................................................................ 30 5 RECEITA TOTAL......................................................................................................................................... 33 6 A FUNÇÃO LUCRO .......................................................................................................................... 34 7 PONTO DE NIVELAMENTO.............................................................................................................. 33 8 OUTRAS APLICAÇÕES............................................................................................................... 34
  • 4. 4 1. A FUNÇÃO DEMANDA A função demanda relaciona preços e quantidades de uma mercadoria, estudando essa relação sob o ponto de vista dos consumidores. A quantidade de uma mercadoria ou de um serviço que um consumidor deseja ou está disposto a consumir, em um certo período de tempo, depende de vários fatores, tais como: o preço da mercadoria, a renda do consumidor, o preço de outras mercadorias ou bens substitutos, o gosto pessoal do consumidor, o preço de outras mercadorias ou bens complementares, etc. A representação gráfica da função demanda é geralmente chamada de curva de demanda. Por meio de análises empíricas do comportamento dos consumidores, os economistas observaram que à medida que o preço de uma mercadoria aumenta, a sua quantidade demandada diminui. Da mesma forma, se o preço de uma mercadoria diminui, a sua quantidade demandada tende a aumentar. Essa relação é o que os economistas chamam de Lei da Demanda. Dessa forma, observou-se que a função demanda é uma função estritamente decrescente. Para um indivíduo, a demanda por uma certa mercadoria relaciona-se com o preço de acordo com a tabela abaixo. preço 8 7 6 5 4 3 2 1 0 quantidade 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 Construindo o gráfico da curva de demanda referente a esses dados temos a seguinte representação:
  • 5. 5 O gráfico revela que a curva de demanda é na verdade uma reta, ou seja, trata-se de uma demanda linear. Observe nesse gráfico que consideramos a quantidade (q) no eixo vertical e o preço (p) no eixo horizontal. Isso indica que estamos considerando a quantidade como variável dependente e o preço como variável independente, ou 5 seja, q = f(p). 1.1. A demanda individual e a demanda de mercado A demanda individual indica o quanto um determinado consumidor está propenso a consumir de um produto a certo nível de preço. Já a demanda de mercado ou demanda agregada nos mostra as quantidades nas quais esse produto é procurado, num certo período de tempo, por todos os indivíduos que compõem o mercado. A demanda de mercado depende de todos os compradores da mercadoria existentes no mercado. Se todos os n consumidores forem idênticos, a demanda de mercado será um múltiplo da demanda individual de um consumidor: qm = n.q
  • 6. 6 Se os consumidores tiverem funções de demanda distintas, a demanda de mercado será dada pela soma das funções demanda individuais de todos os n 6 consumidores: qm = q1 + q2 + ... + qn 1.2. A função demanda linear Admitindo que q = f(p), podemos escrever a função demanda como: q = a + b.p, com b ¹ 0 Essa função só será estudada no primeiro quadrante do gráfico, pois não faz sentido pensar em preço negativo ou em quantidade negativa. Outro detalhe importante é que, como a função demanda é sempre decrescente, o parâmetro b será negativo, ou seja, b < 0. Com objetivo de exemplificar essa função, determinamos graficamente a partir das seguintes premissias; A função que relaciona os preços e quantidades de um certo produto é dada por: 2q + 4p = 10. Isolamos a variável q: 2.q = 10 – 4p q = (10 – 4p)/2 q = 5 – 2p
  • 7. 7 Em uma função do 1º grau, o intercepto do eixo vertical é dado pelo parâmetro a, que nesse caso vale 5, o intercepto do eixo horizontal, é dado pelo valor 7 de x correspondente a y = 0, ou, no nosso caso, o valor de p correspondente a q = 0. Assim, substituindo 0 na variável q, temos: 0 = 5 – 2p 2p = 5 p = 5/2 = 2,5 Agora podemos construir o gráfico, tomando por base os interceptos do eixo horizontal e do eixo vertical. Observe abaixo que a linha do gráfico deve ficar tracejada no trecho que está fora do primeiro quadrante. Observe também o aspecto decrescente do gráfico. 2. FUNÇÃO OFERTA 2.1. Visão Geral Em Economia, é possível relacionar preços e quantidades de uma mercadoria por meio de funções matemáticas. Empiricamente, ou seja, por meio de verificações objetivas de dados coletados em situações práticas, podemos verificar uma forte
  • 8. 8 correlação entre essas variáveis econômicas. Assim, isso pode ser observado nos 8 diversos níveis de preço e entre quaisquer mercadorias. 2.2. FUNÇÃO OFERTA Entendemos a função oferta como a quantidade de um bem ou serviço que os produtores ou fabricantes (vendedores) estão dispostos a ofertar a um dado nível de preço, em um certo período de tempo. Assim, podemos escrever: q = f(p) Onde q representa a quantidade ofertada e p representa o preço de uma mercadoria, em uma análise meramente lógica ou baseada no bom senso, podemos afirmar que: (i) Um aumento dos preços irá provocar um aumento na quantidade ofertada, isto é, se a um preço p1 a quantidade ofertada for q1, a um preço p2 > p1 a quantidade ofertada será q2 > q1. Resumidamente, temos: p2 > p1 à q2 > q1 (ii) Uma queda nos preços irá provocar uma diminuição na quantidade ofertada, isto é, se a um preço p1 a quantidade ofertada for q1, a um preço p2 < p1 a quantidade ofertada será q2 < q1. Resumidamente, temos: p2 < p1 à q2 < q1 Uma questão a ser respondida seria porque os vendedores ofertam maior quantidade de um produto quando o seu preço aumenta? A resposta a esse questionamento pode ser melhor entendida se tomarmos um exemplo no mercado agrícola. Imagine que os preços do milho, por exemplo, aumentam no mercado internacional e, por consequência, no mercado interno também. Os produtores
  • 9. 9 agrícolas ficam incentivados a produzirem mais milho, pois assim podem obter mais lucro, visto que os preços estão altos. Da mesma forma, se o preço de um produto agrícola cair, os produtores irão ficar inclinados a produzir menos, buscando plantar 9 outros produtos que dêem a eles melhores retornos financeiros. Admitindo, então, o fato de que as quantidades ofertadas aumentam quando os preços aumentam e, analogamente, diminuem quando os preços caem, podemos entender que a função oferta, que relaciona preços e quantidades, é uma função estritamente crescente. Os estudiosos de Economia não fazem distinção em relacionar preços e quantidades como q = f(p) ou p = f(q). Para fins didáticos, em nossos estudos vamos considerar apenas a primeira opção, ou seja, a quantidade (q) é a variável dependente (y) e o preço (p) é a variável independente (x). 2.3. A função oferta pelo modelo linear Admitindo que q = f(p), podemos escrever: q = a + b.p, com b ¹ 0 Devemos também chamar a atenção para o fato de que essa função só será estudada no primeiro quadrante do gráfico, pois não faz sentido pensar em preço negativo nem quantidade negativa. Outro detalhe importante é que, como a função oferta é sempre crescente, o parâmetro b será positivo, ou seja, b > 0.
  • 10. 10 10 2.4. A oferta de mercado de uma mercadoria A oferta de mercado, também chamada de oferta agregada de uma mercadoria, fornece as quantidades da mercadoria que são ofertadas, num dado período de tempo, aos vários preços alternativos, por todos os produtores dessa mercadoria que operam no mercado. A oferta de mercado depende dos mesmos fatores que determinam a oferta dos produtores individuais, sendo, portanto, obtida com base na função oferta individual dos produtores. Se todos os produtores forem idênticos, ou seja, se tiverem a mesma função oferta individual, para se obter a função oferta de mercado, basta tomar a função oferta individual e multiplicá-la pelo número de produtores. Se os produtores forem diferentes, ou seja, se tiverem funções oferta individuais distintas, a função oferta de mercado será dada pela soma algébrica das funções oferta individuais dos produtores. 3. PONTO DE EQUILIBRIO 3.1. Visão Geral Conforme demonstrado anteriormente existem duas funções que relacionam os preços e as quantidades de uma mercadoria: a) a oferta de mercado é uma função que indica a quantidade de uma mercadoria que os produtores estão dispostos a ofertar a um certo nível de preço; b) a demanda de mercado é uma função que indica a quantidade de uma mercadoria que os consumidores estão dispostos ou desejam consumir a um certo nível de preço.
  • 11. 11 Uma analise passível de questionamento seria: É possível a oferta dos produtores ser igual à demanda de mercado dos consumidores por uma mercadoria a 11 um certo nível de preço? A função oferta é uma função estritamente crescente e a função demanda é uma função estritamente decrescente. Sendo assim, se colocássemos essas duas funções em um mesmo gráfico, haveria um ponto de interseção entre elas? Se positivo esse ponto de interseção, o que ele significa? 3.2. O equilíbrio Na Economia, o equilíbrio se refere às condições do mercado, as quais, uma vez atingidas, tendem a persistir. Isso ocorre quando a quantidade ofertada de uma mercadoria se iguala à sua quantidade demandada num mesmo período de tempo. Geometricamente, o equilíbrio ocorre na interseção das curvas de demanda e oferta de mercado. Sobre essa interseção, este ponto, se existir, é único, pois a curva de demanda é decrescente e a curva de oferta é crescente. Assim, neste ponto a quantidade que os consumidores desejam comprar é exatamente igual à quantidade que os produtores desejam vender. Existe uma coincidência de desejos. No ponto de equilíbrio não existem pressões para alterações nos preços, pois os planos dos vendedores são consistentes com os planos dos compradores, o preço e a quantidade referentes ao ponto de equilíbrio são chamados de preço de equilíbrio e quantidade de equilíbrio, respectivamente.
  • 12. 12 Um equilíbrio é considerado estável se qualquer desvio em relação a esta posição provocar a interferência de forças do mercado que fazem com que preços e 12 quantidades retornem à condição de equilíbrio inicial. Se houver uma tendência a preços e/ou quantidades se afastarem da condição de equilíbrio, então este é dito instável. Uma análise econômica das condições fora do ponto de equilíbrio revelam que há um intervalo no qual ocorre excesso de demanda e outro intervalo no qual ocorre excesso de oferta. Essa análise pode ser feita por meio dos preços ou das quantidades. 3.3. Determinação do ponto de equilíbrio O ponto de equilíbrio pode ser determinado geometricamente, traçando-se os gráficos das funções oferta e demanda o obtendo-se o seu ponto de interseção. Entretanto, uma determinação algébrica pode ser mais eficiente. Para isso, basta igualarmos as quantidades ofertada e demandada, dadas por suas respectivas funções. Matematicamente, isso equivale a resolver um sistema formado por duas equações e duas incógnitas. 4. FUNÇÃO CUSTO TOTAL 4.1. Introdução A função custo está relacionada aos gastos efetuados por uma empresa, indústria ou loja, na produção ou aquisição de algum produto. Todo custo, em geral, possui dois componentes: um fixo e outro variável.
  • 13. 13 13 4.2. A Função Custo Representamos a função custo total por meio da seguinte expressão: Ct = Cf + Cv Na qual: Ct é o custo total Cf é o custo fixo Cv é o custo variável Os custos fixos independem da quantidade produzida e estão sempre presentes na linha de produção, como salários e aluguel. Em termos relativos, quanto maior for o volume de produção ou venda, menores serão os custos fixos por unidade. Cf = K (K>0) (Sendo K uma constante de produção) Como o custo fixo constante, se quisermos representá-lo graficamente, teremos que fazê-lo por meio do gráfico da função constante, que é uma reta paralela ao eixo horizontal. Veja o exemplo abaixo: Já o custo variável tem relação direta com o nível de produção e, quando zero unidades é produzida, o custo variável é zero. Os custos variáveis compreendem a matéria-prima e as embalagens, entre outros itens.
  • 14. 14 O custo variável de um produto pode ser obtido multiplicando-se seu custo 14 unitário de produção pela quantidade produzida, ou seja: Cv = pu . q No qual pu é o preço de custo ou o custo unitário de produção q é a quantidade produzida, que é aqui é considerada variável Cv é o custo variável de produção Observe que a função custo total somente é definida no primeiro quadrante do sistema de eixos, pois não faz sentido pensarmos em custo negativo ou quantidades negativas. Podemos inferir também que a função custo depende diretamente das parcelas de custo fixo e custo variável nas quais incorre a produção de um determinado bem. A função de custo representa o custo total da empresa na produção de um item e é uma função estritamente crescente. Podemos, escrever a função custo total como: Ct = Cf + Cv Ct = Cf + pu.q
  • 15. 15 15 4.3. Custo médio Para melhor avaliação de custos por parte do empresário, é importante que ele saiba o custo médio por unidade fabricada de sua linha de produção, o custo médio total da produção é obtido por meio da divisão do custo total pelo número de unidades produzidas: Cm = Ct/q 5. RECEITA TOTAL 5.1. Função receita total (RT) As receitas são geradas pelas atividades-fim e que uma emprese se dedica, dessa fora, se uma empresa foi constituída para vender mercadorias que ela fabrica, essa é sua fonte de receitas. Por outro lado, se seu fim é a prestação de serviços, daí a advêm seus recursos. De um modo geral, as receitas vão depender das quantidades de mercadorias vendidas ou dos serviços prestados e dos preços dessas mercadorias ou serviços. Em linguagem matemática, podemos escrever: RT = f(q, p) 5.2. A Função Receita Total Linear A função receita total representa o faturamento bruto da empresa e depende do número de vendas de determinado produto, sabe-se, no entanto, que as receitas de vendas de qualquer unidade produzida está vinculada ao preço fixado para o produto, bem como à quantidade vendida desse produto, logo: Rt = p.q No qual: Rt = receita total obtida com a venda de um produto; p = preço unitário de venda do produto; q = quantidade vendida do produto
  • 16. 16 A função Receita total é linear, isto é, ela não tem o termo constante, independente da variável. Isso quer dizer que seu gráfico é uma linha reta que corta o eixo y na origem (0, 0). Isso parece bastante lógico, pois se pensarmos que a 16 quantidade vendida é zero, não haverá receita alguma para a empresa. Também devemos observar que, sendo o preço constante, a variável é a quantidade (x) e a receita total (y). Como o preço é obrigatoriamente um valor positivo, essa função é estritamente crescente, ou seja, quanto maior for a quantidade vendida, maior será a receita auferida pela empresa. Usualmente, representamos o preço no eixo das abscissas (x) e a receita ($) no eixo das ordenadas (y).Se quisermos nos referir à receita total auferida pela venda de n produtos, devemos fazer: Rt = R1 + R2 + ... + Rn Rt = p1.q1 + p2.q2 + ... + p3.q3 Rt = Σ pi.qi O gráfico da função receita típica é uma reta que passa pela origem do sistema de eixos.
  • 17. 17 17 6. FUNÇÃO LUCRO 6.1. Visão Geral A função lucro está relacionada aos valores arrecadados pela atividade-fim da empresa (receitas) e aos gastos efetuados (custos) por ela, seja uma indústria, uma loja revendedora ou uma firma de prestação de serviços, a função lucro diz respeito ao lucro líquido das empresas, lucro oriundo da subtração entre a função receita e a função custo. LUCRO = RECEITA TOTAL - CUSTO TOTAL A função custo total mais atentamente, poderemos observar que ela agrega dois tipos de custos: os custos explícitos e os custos implícitos, custos explícitos são os custos que a empresa incorre de fato, isto é, são pagos monetariamente,custos implícitos (ou custos de oportunidade) são os custos que a empresa incorre quando faz uma opção por um projeto ao invés de, por exemplo, aplicar seu capital nos investimentos disponíveis do mercado financeiro, essa diferenciação de custos tem como consequência duas diferentes abordagens quanto ao lucro da empresa: O Lucro Econômico refere-se à Receita Total menos Custo Total (incluindo os custos de oportunidade). Já o Lucro Contábil registra apenas os Custos Explícitos, ignorando dos custos de oportunidade. No Brasil, em geral, o lucro econômico é menor que o lucro contábil, devido às altas taxas de juros que prevalecem no mercado financeiro. Essas altas taxas geram oportunidades de ganhos excessivos em Finanças em detrimento da área de projetos empresariais produtivos. Sabemos que a Receita total é uma função crescente, pois quanto maior a quantidade vendida, maior será o valor arrecadado pela empresa. Da mesma forma, também sabemos que a função Custo total é uma função crescente, pois quanto maior
  • 18. 18 a quantidade produzida, maior será o custo total de produção. De maneira análoga, a função Lucro total também será crescente, visto que quanto maior for a quantidade 18 vendida de um produto, maior será a parcela de lucro da empresa. Entretanto, a função Lucro total difere em um aspecto importante das funções Receita total e Custo total. Enquanto não faz sentido pensarmos em receita negativa ou em custo negativo, em relação ao lucro, é importante sabermos que existe lucro negativo, também chamado de prejuízo. Assim, se no gráfico representarmos o lucro no eixo vertical, a função lucro total poderá ser definida nos quadrantes I e IV do sistema de eixos, conforme esquema abaixo: 7. PONTO DE NIVELAMENTO 7.1. Visão geral Para uma empresa, é fundamental fazer uma análise criteriosa de seus custos e de suas receitas. Sabemos que um dos objetivos mais importantes de uma empresa é o de gerar lucro para seus proprietários ou acionistas. Com base nesse fato, a empresa deve fazer análises operacionais de modo a buscar eficiência na obtenção de
  • 19. 19 resultados, o ponto de nivelamento, ou Break Even Point (BEP), representa o ponto no qual as receitas totais se igualam aos custos totais, tanto a função Custo total quanto a função Receita total são crescentes, mas elas tem um ponto em comum, que é o BEP. Graficamente, podemos observar o ponto de nivelamento na interseção das 19 curvas de receita e custo: Analisando o gráfico, vemos que para quantidades menores que o BEP, o custo é maior do que a receita, o que acarreta prejuízo. Para quantidades maiores que o BEP, a receita é maior do que o custo, o que resulta em lucro. No BEP, as receitas e os custos se igualam, o que pode ser interpretado como lucro nulo, o cálculo do ponto de nivelamento pode ser feito igualando as funções receita total e custo total: RT = CT Fazendo isso e resolvendo a expressão resultante, encontraremos um valor de q (quantidade). Para obter o valor da receita e do custo basta substituir o valor de q encontrado nas respectivas funções (receita total e custo total). Você irá observar que o valor encontrado em ambas as expressões é o mesmo. Sendo assim, o ponto de nivelamento corresponde a um valor de q associado a uma receita e custo iguais, que fazem com que o lucro da empresa seja nulo nesse nível de produção.
  • 20. 20 20 8. OUTRAS APLICAÇÕES 8.1. Depreciação Depreciação é a diminuição do valor de um ativo, provocada pelo desgaste proveniente do uso ou utilização em processo produtivo, ou simplesmente pelo decorrer do tempo, que muitas vezes torna o equipamento obsoleto ou ultrapassado em termos tecnológicos, dessa forma, a contabilidade da empresa deve, a cada exercício contábil, baixar uma parcela do valor desse ativo, calculada de acordo com o método de desvalorização adotado. Os principais métodos são: a) depreciação linear b) soma dos dígitos c) estimativa do número de horas de uso O primeiro método, que pressupõe uma parcela de depreciação constante no decorrer da vida útil do ativo a ser depreciado. Com essa finalidade, vamos estabelecer alguns conceitos: Vn: valor de aquisição do bem ou valor nominal; Da: a parcela de depreciação anual, no decorrer da vida útil do bem, que segundo o modelo linear, é constante; Vr: valor residual, alcançado pelo ativo após ser totalmente depreciado; t: tempo de vida útil do bem, isto é, tempo durante o qual o ativo está sujeito a depreciação; V: valor do bem em qualquer data, entre 0 e t. O valor de V é uma função de t. Como, com o passar do tempo, o valor do ativo cai, essa função é decrescente.
  • 21. 21 21 Cálculo do valor de V: Ao final do primeiro ano (t = 1), devemos descontar do preço original do ativo uma parcela de depreciação. Assim, temos: V = Vn – 1.Da Ao final do segundo ano (t = 2), devemos descontar mais uma parcela de depreciação, então o preço do ativo será: V = Vn – 1.Da – 1.Da V = Vn – 2.Da Transcorridos t anos, podemos escrever: V = Vn – t.Da Se conhecermos o valor residual do bem e o seu tempo de vida útil, podemos calcular, com a fórmula acima, o valor da parcela de depreciação anual, fazendo: Da = (Vn – Vr)/t Se considerarmos que o valor residual do ativo é diferente de zero, podemos representar graficamente a função depreciação linear assim:
  • 22. 22 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BONORA Jr., D. et al. Matemática – complementos e aplicações nas áreas de Ciências Contábeis, Administração e Economia. 4ª ed. São Paulo: Ícone, 2006. MEDEIROS DA SILVA, S. et al. Matemática para os cursos de Economia, Administração e Ciências Contábeis. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. MUROLO, A. C. e BONETTO, G. Matemática Aplicada a administração, economia e contabilidcade. 2ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012.