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Estudos culturais

Disciplina: Teorias da Comunicação
Prof.: Ms. Laércio Torres de Góes
Estudos Culturais








Origem: Centro para Estudos Culturais
Contemporâneos: Escola de Birminghan,
Inglaterra – década de 60.
Principais nomes: Raymond Williams,
E.P. Thompson, Stuart Hall.

Teoria multidisciplinar: multiplicidade
de objetos de investigação.
Cultura: como manifestação
heterogênea e diferenciada, que não
significa simplesmente sabedoria
recebida ou experiência passiva, mas um
grande número de intervenções ativas.
Princípios dos Estudos Culturais










A realidade é uma construção
social
A identidade é uma construção
social

Crenças são baseadas em
percepções da realidade.
A sociedade é marcada pela luta
pelo poder.

Códigos Culturais criam
identidades para o produtor e
receptor.
Princípios dos Estudos Culturais








Real cotidiano: feito dos valores e das
rotinas vivenciadas diretamente pelas
pessoas.
Real midiático: dimensão relacionada a
tudo que se produz de simbólico através dos
meios massivos de comunicação.
Em suas diferenças, conflitos e contradições,
mas também em suas intersecções e
identidades, essas realidades constituem o
que podemos chamar de real social.
Identidade: O papel dos meios de
comunicação na constituição de identidades
de gênero, de classe, geracionais e culturais.
Princípios dos Estudos Culturais








Relações de cultura e poder, particularmente, as
desigualdades de poder relacionado à raça, classe,
gênero, colonialismo.
Papel dos símbolos (linguagem, imagens visuais) na
criação de significado, particularmente, em relação a
questões de poder.
Representação como formas de comunicação (língua
falada e escrita, música, TV, mídia impressa, etc.)
apresenta, representa, forma e distorce o significado
cultural.

Como a propriedade da produção cultural afeta os
produtos e interpretações.

5
Princípios dos Estudos Culturais










Textos e audiências:
Que significados possíveis que
podemos extrair dos (mídia) textos?
Como as audiências interpretam os
textos de forma diferente e por quê?
Identidade cultural: Como podemos
identificar-nos e os outros?
Como os "produtos“ culturais ou da
mídia contribuem para a identificação?
6
Estudos Culturais




A cultura tem uma autonomia
relativa. Não é dependente das
relações econômicas, nem seu
reflexo, mas tem influências e sofre
consequências das relações políticoeconômicas.

Através da análise da cultura de
uma sociedade – as formas textuais
e as práticas documentadas de uma
cultura – é possível reconstituir o
comportamento padronizado e as
ideias compartilhadas pelos homens
e mulheres que produzem e
consomem os textos e as práticas
culturais daquela sociedade.
Estudos Culturais






No âmbito popular não existe apenas
submissão, mas também resistência.
Sociedade é concebida como um
conjunto hierárquico e antagonista de
relações sociais caracterizadas pela
opressão das classes, sexos, raças,
etnias e estratos sociais.
A cultura popular alcança legitimidade,
transformando num lugar de atividade
crítica e de intervenção.
Estudos Culturais








Construção de uma tendência de questionar o
estabelecimento de hierarquias entre formas e práticas
culturais (cultura alta/baixa, superior/inferior).
A emergência dos Estudos Culturais e sua análise dos
meios de comunicação de massa rompem esta polarização
e procuram oferecer uma visão mais ampla e mediada
para o entendimento do papel dos meios de comunicação.
Alta: atividades culturais dos ricos ou elite: a ópera, a
arte do ballet, sinfonia, boa literatura, arte fina.
Baixa: todos os outros. Em outras palavras, as atividades
que não são da elite: vídeos musicais, programas de TV,
grafite, filmes de Jackie Chan.
Cultura popular










Sistema cultural que a maioria das
pessoas compartilha e conhece.

Que se tornou popular pelo e para o
povo, mas não é normalmente criado
pelo povo.
Produzidos por grandes conglomerados
midiáticos para consumo.
Através da cultura popular tentamos
entender a dinâmica de outras culturas
e outras nações.
Para muitos de nós, o mundo existe
através da cultura popular.
Estudos Culturais






Estrutura ideológica: o estudo dos meios de
comunicação caracterizava-se pelo foco na análise da
estrutura ideológica, principalmente, da cobertura
jornalística.
Questões fundamentais dos Estudos Culturais, em
divergência tanto com o Funcionalismo quanto com a
Teoria Crítica:
Onde o Funcionalismo via um grande organismo vivo,
tendendo ao equilíbrio, no qual os conflitos eram tratados
como anomalia ou, onde a Teoria Crítica via uma
sociedade dominada, submetida completamente ao poder
do capitalismo e da mídia, os Estudos Culturais vão ver o
conflito, a luta, a disputa da hegemonia por classes,
setores e blocos diferenciados.
Estudos Culturais






A sociedade não é harmônica e sim conflitiva que existe sim dominação, mas como processo
e disputa, não como algo dado, plasmado,
imutável.
A análise de que o campo da cultura e da
comunicação se constitui numa arena decisiva
para a luta social e política na sociedade
contemporânea.
Os Estudos Culturais reconhecem que existem
intencionalidades de dominação por parte da
Indústria Cultural. No entanto, partem de uma
visão de que existem muitos elementos
intervenientes que fazem com que estas
intencionalidades se realizem ou não, em partes
ou integralmente.
Estudos Culturais






Premissa básica: os efeitos dos meios de
comunicação podiam ser deduzidos da análise
textual das mensagens emitidas pelos próprios
meios.

Reconhecer que os emissores não são os todopoderosos do processo de comunicação não
pressupõe desconsiderar que eles detêm um poder
no conflito e na disputa existente na sociedade.
Relativizar seu poder de mando não quer dizer
subestimá-lo.
As mediações sociais são decisivas para determinar
como se realiza o processo comunicacional em cada
sociedade.
Estudos Culturais






Parte de uma visão de que é necessário
antes de tudo reconhecer as
especificidades da constituição de dada
sociedade, seus dados de configuração
histórica, para, a partir deles, buscar
entender como os meios atuam.
Pesquisa da recepção: nos anos 80, vãose definindo novas modalidades de análise
dos meios de comunicação. Realização de
investigações que combinam análise de
texto com pesquisa de audiência.

Implementados estudos de recepção dos
meios massivos, especialmente, no que diz
respeito aos programas televisivos.
Estudos Culturais






Ver na ‘recepção’ um papel ativo e importante, que pode
alterar o resultante de todo o processo de comunicação.
A partir das mediações sociais, as pessoas se ‘relacionam’
com a comunicação de massa, estabelecendo negociações
simbólicas a partir da oferta proposta pelos veículos, mas
também de sua visão de mundo, de seus hábitos e
crenças, ou seja, de sua cultura.
Sem idealizações desse público e de suas capacidades,
fica clara a visão de que ele se constitui por ação ou
omissão em sujeito do processo, ator que determina o
desfecho da trama em questão.
Referências
ESCOTEGUY, Ana Carolina. Os estudos culturais.
In: HOHLFELDT, Antonio; MARTINHO, Luiz C.;
FRANÇA, Vera Veiga (Orgs.). Teorias da
comunicação – Conceitos, escolas e tendências.
Petrópolis: Vozes, 2008.
BRITTO, Rovilson Robbi. As teorias da
comunicação. FAPCOM, 2006.

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Estudos culturais - teorias da comunicação

  • 1. Estudos culturais Disciplina: Teorias da Comunicação Prof.: Ms. Laércio Torres de Góes
  • 2. Estudos Culturais     Origem: Centro para Estudos Culturais Contemporâneos: Escola de Birminghan, Inglaterra – década de 60. Principais nomes: Raymond Williams, E.P. Thompson, Stuart Hall. Teoria multidisciplinar: multiplicidade de objetos de investigação. Cultura: como manifestação heterogênea e diferenciada, que não significa simplesmente sabedoria recebida ou experiência passiva, mas um grande número de intervenções ativas.
  • 3. Princípios dos Estudos Culturais      A realidade é uma construção social A identidade é uma construção social Crenças são baseadas em percepções da realidade. A sociedade é marcada pela luta pelo poder. Códigos Culturais criam identidades para o produtor e receptor.
  • 4. Princípios dos Estudos Culturais     Real cotidiano: feito dos valores e das rotinas vivenciadas diretamente pelas pessoas. Real midiático: dimensão relacionada a tudo que se produz de simbólico através dos meios massivos de comunicação. Em suas diferenças, conflitos e contradições, mas também em suas intersecções e identidades, essas realidades constituem o que podemos chamar de real social. Identidade: O papel dos meios de comunicação na constituição de identidades de gênero, de classe, geracionais e culturais.
  • 5. Princípios dos Estudos Culturais     Relações de cultura e poder, particularmente, as desigualdades de poder relacionado à raça, classe, gênero, colonialismo. Papel dos símbolos (linguagem, imagens visuais) na criação de significado, particularmente, em relação a questões de poder. Representação como formas de comunicação (língua falada e escrita, música, TV, mídia impressa, etc.) apresenta, representa, forma e distorce o significado cultural. Como a propriedade da produção cultural afeta os produtos e interpretações. 5
  • 6. Princípios dos Estudos Culturais      Textos e audiências: Que significados possíveis que podemos extrair dos (mídia) textos? Como as audiências interpretam os textos de forma diferente e por quê? Identidade cultural: Como podemos identificar-nos e os outros? Como os "produtos“ culturais ou da mídia contribuem para a identificação? 6
  • 7. Estudos Culturais   A cultura tem uma autonomia relativa. Não é dependente das relações econômicas, nem seu reflexo, mas tem influências e sofre consequências das relações políticoeconômicas. Através da análise da cultura de uma sociedade – as formas textuais e as práticas documentadas de uma cultura – é possível reconstituir o comportamento padronizado e as ideias compartilhadas pelos homens e mulheres que produzem e consomem os textos e as práticas culturais daquela sociedade.
  • 8. Estudos Culturais    No âmbito popular não existe apenas submissão, mas também resistência. Sociedade é concebida como um conjunto hierárquico e antagonista de relações sociais caracterizadas pela opressão das classes, sexos, raças, etnias e estratos sociais. A cultura popular alcança legitimidade, transformando num lugar de atividade crítica e de intervenção.
  • 9. Estudos Culturais     Construção de uma tendência de questionar o estabelecimento de hierarquias entre formas e práticas culturais (cultura alta/baixa, superior/inferior). A emergência dos Estudos Culturais e sua análise dos meios de comunicação de massa rompem esta polarização e procuram oferecer uma visão mais ampla e mediada para o entendimento do papel dos meios de comunicação. Alta: atividades culturais dos ricos ou elite: a ópera, a arte do ballet, sinfonia, boa literatura, arte fina. Baixa: todos os outros. Em outras palavras, as atividades que não são da elite: vídeos musicais, programas de TV, grafite, filmes de Jackie Chan.
  • 10. Cultura popular      Sistema cultural que a maioria das pessoas compartilha e conhece. Que se tornou popular pelo e para o povo, mas não é normalmente criado pelo povo. Produzidos por grandes conglomerados midiáticos para consumo. Através da cultura popular tentamos entender a dinâmica de outras culturas e outras nações. Para muitos de nós, o mundo existe através da cultura popular.
  • 11. Estudos Culturais    Estrutura ideológica: o estudo dos meios de comunicação caracterizava-se pelo foco na análise da estrutura ideológica, principalmente, da cobertura jornalística. Questões fundamentais dos Estudos Culturais, em divergência tanto com o Funcionalismo quanto com a Teoria Crítica: Onde o Funcionalismo via um grande organismo vivo, tendendo ao equilíbrio, no qual os conflitos eram tratados como anomalia ou, onde a Teoria Crítica via uma sociedade dominada, submetida completamente ao poder do capitalismo e da mídia, os Estudos Culturais vão ver o conflito, a luta, a disputa da hegemonia por classes, setores e blocos diferenciados.
  • 12. Estudos Culturais    A sociedade não é harmônica e sim conflitiva que existe sim dominação, mas como processo e disputa, não como algo dado, plasmado, imutável. A análise de que o campo da cultura e da comunicação se constitui numa arena decisiva para a luta social e política na sociedade contemporânea. Os Estudos Culturais reconhecem que existem intencionalidades de dominação por parte da Indústria Cultural. No entanto, partem de uma visão de que existem muitos elementos intervenientes que fazem com que estas intencionalidades se realizem ou não, em partes ou integralmente.
  • 13. Estudos Culturais    Premissa básica: os efeitos dos meios de comunicação podiam ser deduzidos da análise textual das mensagens emitidas pelos próprios meios. Reconhecer que os emissores não são os todopoderosos do processo de comunicação não pressupõe desconsiderar que eles detêm um poder no conflito e na disputa existente na sociedade. Relativizar seu poder de mando não quer dizer subestimá-lo. As mediações sociais são decisivas para determinar como se realiza o processo comunicacional em cada sociedade.
  • 14. Estudos Culturais    Parte de uma visão de que é necessário antes de tudo reconhecer as especificidades da constituição de dada sociedade, seus dados de configuração histórica, para, a partir deles, buscar entender como os meios atuam. Pesquisa da recepção: nos anos 80, vãose definindo novas modalidades de análise dos meios de comunicação. Realização de investigações que combinam análise de texto com pesquisa de audiência. Implementados estudos de recepção dos meios massivos, especialmente, no que diz respeito aos programas televisivos.
  • 15. Estudos Culturais    Ver na ‘recepção’ um papel ativo e importante, que pode alterar o resultante de todo o processo de comunicação. A partir das mediações sociais, as pessoas se ‘relacionam’ com a comunicação de massa, estabelecendo negociações simbólicas a partir da oferta proposta pelos veículos, mas também de sua visão de mundo, de seus hábitos e crenças, ou seja, de sua cultura. Sem idealizações desse público e de suas capacidades, fica clara a visão de que ele se constitui por ação ou omissão em sujeito do processo, ator que determina o desfecho da trama em questão.
  • 16. Referências ESCOTEGUY, Ana Carolina. Os estudos culturais. In: HOHLFELDT, Antonio; MARTINHO, Luiz C.; FRANÇA, Vera Veiga (Orgs.). Teorias da comunicação – Conceitos, escolas e tendências. Petrópolis: Vozes, 2008. BRITTO, Rovilson Robbi. As teorias da comunicação. FAPCOM, 2006.