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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
      CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
    DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA LINGUAGEM – 2012.2
               PROFESSORA: RAQUEL BASÍLIO

          LAÍZA DA COSTA SOARES – MAT.: 11123826




                       RESUMO


  FREGE E A FILOSOFIA DA LINGUAGEM




                      João pessoa – PB

                           2011
INTRODUÇÃO


Apesar de não ser considerado um filósofo da linguagem, Frege contribuiu bastante
com a filosofia da linguagem.
No artigo “Sobre o sentido e a referência “ Frege faz a distinção entre o sentido e a
referência, assunto que trouxe grande contribuição para uma teoria de significado em
sentido amplo, que inclui a linguagem natural. Mesmo trazendo essa contribuição, o
interesse de Frege era outro, ele não estava interessado em construir uma teoria
semântica aplicável a linguagem natural mas sim, utilizar as análises feitas em SSR
para justificar as modificações na linguagem formal na realização de seu projeto, que
era provar que a aritmética é um ramo da lógica. Em SSR Frege tinha dois problemas
a resolver: o funcionamento do signo de identidade de conteúdo e o valor semântico
de sentenças. Na obra Conceitografia (CG), Frege aponta o problema de identidade
que abre SSR e apresenta a tese de que a referência de uma sentença é o seu valor
de verdade.
Nas principais obras de Frege são tratados os problemas do signo da identidade de
conteúdo e da noção de conteúdo conceitual, as quais determinaram as alterações na
linguagem formal de Frege, a distinção entre o sentido e a referência e a tese de que a
referência de uma sentença é o seu valor de verdade.
FREGUE


           As pesquisas de Frege sobre os fundamentos da matemática viriam a ter
profundas conseqüências filosóficas, entre elas, o reconhecimento de que concepções
matemáticas podiam e deviam ser usadas para dar forma a problemas nebulosos na
filosofia da lógica e da linguagem. Em 1879, Frege propôs o primeiro sistema de lógica
formal verdadeiramente completo. Seu propósito era dar um claro alicerce filosófico
aos argumentos de sua obra inicial sobre os fundamentos da aritmética, e também
representar a lógica de uma maneira que a libertava das confusões nela introduzidas
por seu uso de termos da linguagem vulgar. Com isso, ele inventou a ciência moderna
da lógica formal. Em SSR       Frege apresenta várias teses, algumas das quais já
demonstraram sua importância na descrição da natureza da aritmética. Duas teses
dizem o seguinte: primeiro, a de que é só no contexto de uma sentença inteira que
uma palavra tem um sentido definido; segundo, que o sentido de qualquer sentença
deve ser derivável dos sentidos de suas partes. Essas parecem ser, mas não são,
contraditórias. A primeira diz que o sentido de uma palavra não pertence a ela
isoladamente, mas consiste em sua potencialidade de contribuir para um
"pensamento" completo. E porque sentenças podem expressar pensamentos que as
palavras que as compõem têm um sentido. A tese seguinte diz que o sentido da
sentença toda (ou de qualquer outra entidade lingüística múltipla) deve ser totalmente
determinado pelas variadas "potencialidades" pertencentes a suas partes. Assim, a
palavra "homem" tem o sentido que tem porque a usamos para falar sobre homens.
Igualmente, as sentenças com as quais falamos sobre homens derivam seu sentido
em parte desse de "homem". Essa dependência mútua da parte do todo e do todo da
parte é característica da linguagem. Como os linguístas começaram a perceber, é isso
que torna possível aprender a linguagem. Se o sentido da sentença é determinado
pelo sentido de suas partes, então, conhecendo apenas um vocabulário finito, posso
entender     indefinidamente   muitas   sentenças.   Meu    uso   da   linguagem    é
automaticamente "criativo" e me dá a capacidade de pensamento ilimitado.
           A Linguagem formal apresentada por Frege na CG foi uma ferramenta para
que ele provasse a tese logicista. Os signos da linguagem formal de Frege tinham que
ter significados, ou seja, “não podiam ser signos vazios”. As expressões que Frege
estavam construindo precisavam ter valor semântico. O valor semântico de um nome
próprio é um indivíduo que pertence ao universo de discurso e o valor semântico de
um predicado é um subconjunto do universo de discurso. Portanto, a uma expressão
linguística de um determinado tipo, associamos um item não-linguístico também de um
determinado tipo. Ou seja, predicados referem-se a conceitos que determinam funções
que rendem verdade ou falsidade de acordo com os objetos a que são aplicados.


Frege afirmou que o sentido de uma sentença completa é o pensamento como
conceito. Frege ainda coloca a noção de conteúdo conceitual de sentenças que possui
características inferenciais: duas sentenças A e B têm o mesmo conteúdo conceitual
quando são intersubstituíveis, preservando correção de inferências. Isso significa, em
outras palavras, que tudo o que podemos obter de uma sentença podemos também
obter da outra. Ou seja a conclusão que temos a partir de uma sentença precisa ser a
mesma conclusão obtida a partir de outra sentença. Frege não esclarece devidamente
o que ele entende por correção de inferências, mas certamente a noção fregiana de
inferência correta não corresponde exatamente à nossa noção de consequência
lógica.


          Nos conteúdos conceituais de sentenças de identidade mostram a igualdade
de sentidos das expressões independentes de como estejam fomados e de sua
posição dentro da estrutura. Sobre a identidade e o valor semântico das sentenças
Frege supõe que a identidade seja uma relação entre objetos, dessa forma, todas as
sentenças de identidade seriam equivalentes a sentenças semelhantes. Frege fala que
além de ser uma relação entre objetos, a identidade pode ser uma relação entre
nomes e objetos e mediada pelo sentido. Frege também acreditava que a relação de
uma sentença com suas condições de verdade deve ser objetivamente determinada.
Ao estabelecer a distinção entre sentido e referência de nomes próprios, Frege
pergunta se esta distinção também deve ser estendida as sentenças. Frege diz que a
referência de uma sentença é o seu valor de verdade. Assim como o sentido da
sentença toda é determinado pelo sentido de suas partes, assim também o valor de
verdade é determinado pela referência das palavras individuais. A extensão de uma
sentença é seu valor de verdade, e as intenções, suas condições de verdade.
CONCLUSÃO


Ao construir a sua linguagem formal, Frege analisou vários aspectos que mostram
como funciona a linguagem de um modo geral. No contexto específico de investigação
de Frege a linguagem da CG iria substituir a linguagem natural. Com isso, Frege
trouxe várias contribuições à filosofia da linguagem, as quais devem ser consideradas
dentro de seu projeto, como um resultado secundário. Como matemático, o projeto de
Frege estava voltado em provar que a aritmética era um ramo da lógica. Dessa forma,
mesmo os artigos contidos em sua obra que possuíam caráter filosófico, não foram
considerados contribuições à teoria de significado.
Frege estava interessado em analisar como a linguagem funciona dentro do projeto
que estava desenvolvendo. Esta consideração não significa dizer que as teses de
Frege não possam ser desdobradas e posteriormente contribuir para a análise da
linguagem natural, mas que suas doutrinas não podem ser aplicadas a análise de
funcionamento de linguagem em geral, sem que haja maiores considerações




REFERÊNCIA: RODRIGUES FILHO, Abílio. Frege e a filosofia da linguagem. Rio De
Janeiro: PUC-Rio. Aula inaugural do curso de Filosofia da UFSJ, 2008. V.I.

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Frege e a distinção sentido-referência

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS DISCIPLINA: FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA LINGUAGEM – 2012.2 PROFESSORA: RAQUEL BASÍLIO LAÍZA DA COSTA SOARES – MAT.: 11123826 RESUMO FREGE E A FILOSOFIA DA LINGUAGEM João pessoa – PB 2011
  • 2. INTRODUÇÃO Apesar de não ser considerado um filósofo da linguagem, Frege contribuiu bastante com a filosofia da linguagem. No artigo “Sobre o sentido e a referência “ Frege faz a distinção entre o sentido e a referência, assunto que trouxe grande contribuição para uma teoria de significado em sentido amplo, que inclui a linguagem natural. Mesmo trazendo essa contribuição, o interesse de Frege era outro, ele não estava interessado em construir uma teoria semântica aplicável a linguagem natural mas sim, utilizar as análises feitas em SSR para justificar as modificações na linguagem formal na realização de seu projeto, que era provar que a aritmética é um ramo da lógica. Em SSR Frege tinha dois problemas a resolver: o funcionamento do signo de identidade de conteúdo e o valor semântico de sentenças. Na obra Conceitografia (CG), Frege aponta o problema de identidade que abre SSR e apresenta a tese de que a referência de uma sentença é o seu valor de verdade. Nas principais obras de Frege são tratados os problemas do signo da identidade de conteúdo e da noção de conteúdo conceitual, as quais determinaram as alterações na linguagem formal de Frege, a distinção entre o sentido e a referência e a tese de que a referência de uma sentença é o seu valor de verdade.
  • 3. FREGUE As pesquisas de Frege sobre os fundamentos da matemática viriam a ter profundas conseqüências filosóficas, entre elas, o reconhecimento de que concepções matemáticas podiam e deviam ser usadas para dar forma a problemas nebulosos na filosofia da lógica e da linguagem. Em 1879, Frege propôs o primeiro sistema de lógica formal verdadeiramente completo. Seu propósito era dar um claro alicerce filosófico aos argumentos de sua obra inicial sobre os fundamentos da aritmética, e também representar a lógica de uma maneira que a libertava das confusões nela introduzidas por seu uso de termos da linguagem vulgar. Com isso, ele inventou a ciência moderna da lógica formal. Em SSR Frege apresenta várias teses, algumas das quais já demonstraram sua importância na descrição da natureza da aritmética. Duas teses dizem o seguinte: primeiro, a de que é só no contexto de uma sentença inteira que uma palavra tem um sentido definido; segundo, que o sentido de qualquer sentença deve ser derivável dos sentidos de suas partes. Essas parecem ser, mas não são, contraditórias. A primeira diz que o sentido de uma palavra não pertence a ela isoladamente, mas consiste em sua potencialidade de contribuir para um "pensamento" completo. E porque sentenças podem expressar pensamentos que as palavras que as compõem têm um sentido. A tese seguinte diz que o sentido da sentença toda (ou de qualquer outra entidade lingüística múltipla) deve ser totalmente determinado pelas variadas "potencialidades" pertencentes a suas partes. Assim, a palavra "homem" tem o sentido que tem porque a usamos para falar sobre homens. Igualmente, as sentenças com as quais falamos sobre homens derivam seu sentido em parte desse de "homem". Essa dependência mútua da parte do todo e do todo da parte é característica da linguagem. Como os linguístas começaram a perceber, é isso que torna possível aprender a linguagem. Se o sentido da sentença é determinado pelo sentido de suas partes, então, conhecendo apenas um vocabulário finito, posso entender indefinidamente muitas sentenças. Meu uso da linguagem é automaticamente "criativo" e me dá a capacidade de pensamento ilimitado. A Linguagem formal apresentada por Frege na CG foi uma ferramenta para que ele provasse a tese logicista. Os signos da linguagem formal de Frege tinham que ter significados, ou seja, “não podiam ser signos vazios”. As expressões que Frege estavam construindo precisavam ter valor semântico. O valor semântico de um nome próprio é um indivíduo que pertence ao universo de discurso e o valor semântico de um predicado é um subconjunto do universo de discurso. Portanto, a uma expressão linguística de um determinado tipo, associamos um item não-linguístico também de um
  • 4. determinado tipo. Ou seja, predicados referem-se a conceitos que determinam funções que rendem verdade ou falsidade de acordo com os objetos a que são aplicados. Frege afirmou que o sentido de uma sentença completa é o pensamento como conceito. Frege ainda coloca a noção de conteúdo conceitual de sentenças que possui características inferenciais: duas sentenças A e B têm o mesmo conteúdo conceitual quando são intersubstituíveis, preservando correção de inferências. Isso significa, em outras palavras, que tudo o que podemos obter de uma sentença podemos também obter da outra. Ou seja a conclusão que temos a partir de uma sentença precisa ser a mesma conclusão obtida a partir de outra sentença. Frege não esclarece devidamente o que ele entende por correção de inferências, mas certamente a noção fregiana de inferência correta não corresponde exatamente à nossa noção de consequência lógica. Nos conteúdos conceituais de sentenças de identidade mostram a igualdade de sentidos das expressões independentes de como estejam fomados e de sua posição dentro da estrutura. Sobre a identidade e o valor semântico das sentenças Frege supõe que a identidade seja uma relação entre objetos, dessa forma, todas as sentenças de identidade seriam equivalentes a sentenças semelhantes. Frege fala que além de ser uma relação entre objetos, a identidade pode ser uma relação entre nomes e objetos e mediada pelo sentido. Frege também acreditava que a relação de uma sentença com suas condições de verdade deve ser objetivamente determinada. Ao estabelecer a distinção entre sentido e referência de nomes próprios, Frege pergunta se esta distinção também deve ser estendida as sentenças. Frege diz que a referência de uma sentença é o seu valor de verdade. Assim como o sentido da sentença toda é determinado pelo sentido de suas partes, assim também o valor de verdade é determinado pela referência das palavras individuais. A extensão de uma sentença é seu valor de verdade, e as intenções, suas condições de verdade.
  • 5. CONCLUSÃO Ao construir a sua linguagem formal, Frege analisou vários aspectos que mostram como funciona a linguagem de um modo geral. No contexto específico de investigação de Frege a linguagem da CG iria substituir a linguagem natural. Com isso, Frege trouxe várias contribuições à filosofia da linguagem, as quais devem ser consideradas dentro de seu projeto, como um resultado secundário. Como matemático, o projeto de Frege estava voltado em provar que a aritmética era um ramo da lógica. Dessa forma, mesmo os artigos contidos em sua obra que possuíam caráter filosófico, não foram considerados contribuições à teoria de significado. Frege estava interessado em analisar como a linguagem funciona dentro do projeto que estava desenvolvendo. Esta consideração não significa dizer que as teses de Frege não possam ser desdobradas e posteriormente contribuir para a análise da linguagem natural, mas que suas doutrinas não podem ser aplicadas a análise de funcionamento de linguagem em geral, sem que haja maiores considerações REFERÊNCIA: RODRIGUES FILHO, Abílio. Frege e a filosofia da linguagem. Rio De Janeiro: PUC-Rio. Aula inaugural do curso de Filosofia da UFSJ, 2008. V.I.