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O HOMEM CORDIAL
A contribuição brasileira para a civilização será de cordialidade- daremos ao mundo o
“homem cordial’. A lhaneza no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes
tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço
definido do caráter brasileiro (...)” (HOLANDA, 1995, pág. 146)
Holanda (1995) aponta em seu livro “Raízes do Brasil” uma caracterização de como
o brasileiro lida com as suas relações pessoais e institucionais. Para ele a
cordialidade do brasileiro é revestida de uma postura de pessoalidade expressa
num comportamento pouco ético e em que se verifica a dificuldade de se
cumprir normas sociais estabelecidas. Sob um comportamento característico de
generosidade, de hospitalidade esconde-se um caráter que se aproveita da
proximidade para se estabelecer o domínio do privado sob público. Seria então
esse comportamento típico do povo brasileiro de lidar com a coisa pública que
contribuía para o atraso do país.
“para o funcionário ‘patrimonial’, a própria
gestão política apresenta-se como assunto de
seu interesse particular; as funções, os
empregos e os benefícios que deles aufere,
relacionam-se a direitos pessoais do
funcionário e não a interesses objetivos, como
sucede o verdadeiro Estado Burocrático, em
que prevalecem a especialização de funções e
o esforço para se assegurarem garantias
jurídicas aos cidadãos” (Holanda , 1995, pág.
145-146)
A elite brasileira, expressão da cordialidade, de acordo com o autor seria implacável
em suas posições um obstáculo para a modernização do país. A cordialidade
brasileira estaria expressa na postura, por exemplo, do funcionalismo público, uma
vez que este se aproveita das ferramentas e funções do Estado para benefício
próprio como apresenta no trecho abaixo ao autor.
Embora não apresente uma análise marxista da realidade brasileira, Sérgio Buarque
de Holanda traz a contribuição para a compreensão da formação cultural do povo
brasileiro, observando que a elite brasileira é empecilho para o desenvolvimento
do país, uma vez que apresenta uma cultura personalista, egocêntrica e privatista
que teria dificultado e fortalece o caráter contratualista da sociedade brasileira.
“para o funcionário ‘patrimonial’, a própria gestão política
apresenta-se como assunto de seu interesse particular; as
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relacionam-se a direitos pessoais do funcionário e não a
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(Holanda , 1995, pág. 145-146)
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O Homem Cordial e a Cultura Brasileira

  • 1.
  • 2. O HOMEM CORDIAL A contribuição brasileira para a civilização será de cordialidade- daremos ao mundo o “homem cordial’. A lhaneza no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro (...)” (HOLANDA, 1995, pág. 146) Holanda (1995) aponta em seu livro “Raízes do Brasil” uma caracterização de como o brasileiro lida com as suas relações pessoais e institucionais. Para ele a cordialidade do brasileiro é revestida de uma postura de pessoalidade expressa num comportamento pouco ético e em que se verifica a dificuldade de se cumprir normas sociais estabelecidas. Sob um comportamento característico de generosidade, de hospitalidade esconde-se um caráter que se aproveita da proximidade para se estabelecer o domínio do privado sob público. Seria então esse comportamento típico do povo brasileiro de lidar com a coisa pública que contribuía para o atraso do país.
  • 3. “para o funcionário ‘patrimonial’, a própria gestão política apresenta-se como assunto de seu interesse particular; as funções, os empregos e os benefícios que deles aufere, relacionam-se a direitos pessoais do funcionário e não a interesses objetivos, como sucede o verdadeiro Estado Burocrático, em que prevalecem a especialização de funções e o esforço para se assegurarem garantias jurídicas aos cidadãos” (Holanda , 1995, pág. 145-146)
  • 4. A elite brasileira, expressão da cordialidade, de acordo com o autor seria implacável em suas posições um obstáculo para a modernização do país. A cordialidade brasileira estaria expressa na postura, por exemplo, do funcionalismo público, uma vez que este se aproveita das ferramentas e funções do Estado para benefício próprio como apresenta no trecho abaixo ao autor. Embora não apresente uma análise marxista da realidade brasileira, Sérgio Buarque de Holanda traz a contribuição para a compreensão da formação cultural do povo brasileiro, observando que a elite brasileira é empecilho para o desenvolvimento do país, uma vez que apresenta uma cultura personalista, egocêntrica e privatista que teria dificultado e fortalece o caráter contratualista da sociedade brasileira.
  • 5. “para o funcionário ‘patrimonial’, a própria gestão política apresenta-se como assunto de seu interesse particular; as funções, os empregos e os benefícios que deles aufere, relacionam-se a direitos pessoais do funcionário e não a interesses objetivos, como sucede o verdadeiro Estado Burocrático, em que prevalecem a especialização de funções e o esforço para se assegurarem garantias jurídicas aos cidadãos” (Holanda , 1995, pág. 145-146)
  • 6. “ A democracia no Brasil sempre foi um grande mal entendido – Uma oligarquia agrária importou-a e tratou onde acomoda-la onde melhor lhe servisse”