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J O H N B E V E R E
QUEBRANDO
ASCADEIASDA
INTIMIDAÇÃO
Digitalizado em Outubro de 2013, à partir da 3ª reimpressão brasileira.
por Samek Ocimas, Jundiaí - 2013
nnnnhhster@gmail.com
Meu mais profundo agradecimento..
À minha esposa Lisa. Depois do Senhor, você é a minha amiga mais
querida. Sou eternamente grato ao Senhor pelo privilégio de ser
casado com você. Obrigado pelas horas dedicadas a editar este livro
comigo. Eu a amo, querida.
Aos nossos quatro filhos... A Addison, sou grato pelo seu coração
manso. Você realmente faz jus ao seu nome, "digno de confiança".
A Austin, sou grato pelo seu amor sem egoísmo e pela sua
sensibilidade. A Alexander, amo o jeito como você ilumina o
ambiente com a sua presença. A Arden, você nos dá uma imensa
alegria.
A John e Kay Bevere, pelos pais fiéis ao Senhor que são. Sou muito
feliz por Deus ter me permitido ser seu filho. Amo vocês.
À equipe da Messenger International, obrigado pelo seu apoio e
fidelidade.
Meu agradecimento especial a John Mason, um verdadeiro amigo
que realmente se alegra com o sucesso dos outros.
A toda equipe da Charisma Mouse que trabalhou conosco e tanto
apoiou o nosso ministério.Todos vocês são parceiros especiais e
amigos do ministério.
E o que é mais importante, minha sincera gratidão ao nosso Pai do
céu pelo Seu amor infalível, ao nosso Senhor Jesus por Sua graça,
verdade e amor, e ao Espírito Santo por Sua fiel direção durante este
projeto.
Mensagem do Autor
Quando estava escrevendo este livro, Deus falou comigo profeticamente, dizendo:
Muitos dos que são chamados ao Meu grande
exército de crentes dos Últimos Dias estão
presos pela intimidação. Eles têm corações
puros diante de Deus e diante dos homens; no
entanto, assim como Gideão na antigüidade,
estão sendo mantidos cativos pelo temor dos
homens (Jz. 6-8). Os dons que Eu coloquei
neles estão adormecidos.
Eu ungirei a mensagem deste livro para
libertar multidões desses homens. Eles se
levantarão e me obedecerão destemidamente.
Eles serão guerreiros valorosos e
conquistarão grandes vitórias na força do seu
Deus.
Índice
Prefácio
Introdução
Parte I
Estabelecendo a Sua Posição Espiritual
Ande na sua Autoridade
Posição Espiritual e Autoridade Espiritual
Dois Extremos
Dons Transmitidos
Parte II
Revelando a Intimidação
Dons Adormecidos
Paralisado pela Intimidação
O Espírito de Intimidação
Parte III
Quebrando as Cadeias da Intimidação
Reavive o Dom
A Raiz de Intimidação
Desejar Não Basta
Temor de Deus x Temor do Homem
Ação ou Reação?
O Espírito de Moderação
Prossiga para o Alvo
Epílogo
Notas
Bibliografia
Prefácio
Tenho tido o privilégio de conhecer John Bevere como colega de
ministério e caro amigo por muitos anos. Creio de todo o meu coração que Deus o
levantou para trazer uma mensagem de vitória, fé e esperança para esta geração.
Em Quebrando as Cadeias da Intimidação, John Bevere traz uma mensagem
oportuna e muito necessária ao corpo de Cristo. Precisamos usar os dons que Deus
nos deu para alcançar o mundo. Em vez disso, porém, muitos de nós estão recuando
por causa de ataques sutis (e outros não tão sutis) à nossa autoridade em Cristo.
Satanás preparará as circunstâncias e usará pessoas para paralisar o dom de
Deus em você de todas as formas que puder. A Palavra de Deus traz muitos
exemplos de crentes que foram intimidados e romperam caminho rumo à vitória —
Josué, Gideão, Neemias e Davi, para citar apenas alguns. A Bíblia diz:
Toda arma forjada contra ti não prosperará.
- ISAÍAS 54:17
Através deste livro e do poder do Espírito Santo, todo crente poderá romper as
cadeias da intimidação e seguir rumo à vitória. Que Deus possa levantar nesta
geração um exército de guerreiros que não recuarão jamais!
-JOHN MASON Autor do livro (Derrotando um
Inimigo Chamado Mediocridade - Mensagens de
inspiração para chegar ao sucesso fugindo do lugar
comum)
Introdução
Inúmeros cristãos lutam contra a intimidação, no entanto, a maioria
combate os seus efeitos em vez de lutar contra a sua origem. Imagine uma linda casa com
móveis caros, mas sem uma parte dotelhado. Uma chuva forte vem e inunda toda a casa; quase
tudo é arruinado. São necessários dias para remover todos os móveis, cortinas e tapetes sujos e
danificados. Em seguida, o proprietário trabalha com diligência para substituir tudo que foi
destruído.
Quando o seu trabalho está quase completo, outra tempestade destrói toda a
restauração que ele fez no interior da casa. E apenas uma questão de tempo até que a
chuva destrua tudo, e a cada tempestade, sua força e seus recursos se esgotam.
Desanimado, ele finalmente interrompe seu trabalho e se contenta com o que
acredita ser o seu destino nesta vida.
E claro que isto parece absurdo.Você provavelmente está pensando: Por que
ele não conserta o telhado e depois restaura o que foi perdido? Que tolice!
Entretanto, este cenário descreve a forma como muitas pessoas lutam contra a
intimidação. Elas se esforçam para corrigir os seus efeitos — o desespero, o
desânimo, a confusão, a desesperança, e daí por diante — em vez de quebrarem o
poder da intimidação!
Alguns lutam contra a intimidação procurando conselheiros para aprenderem a
lidar com os seus medos. Outros se resignam a viver como escravos da timidez, com
medo de terem a esperança de ser livres. Nos dois casos, eles se acostumam a viver
em uma casa com um furo no telhado e móveis molhados. Outros buscam o
isolamento. Sem esperança, todos eles acabam abandonando completamente sua
encharcada residência.
A mensagem deste livro não ensinará você a lidar com o problema. Fia
compartilhará o caminho de Deus para a libertação total de todo medo e
intimidação. Então, você poderá cumprir o chamado de Deus para a sua vida.
Passei muitas horas em meu computador trabalhando neste livro, e pedindo ao
Senhor para me guiar enquanto eu escrevia. Certa manhã, enquanto estava
trabalhando, senti a presença do Senhor entrar no quarto. Levantei-me do
computador e comecei a andar e a orar. Enquanto orava, o Espírito do Senhor veio
sobre mim para profetizar, e foram estas as palavras que saíram dos meus lábios:
Filho, muitos dos que são chamados ao Meu grande exército de crentes dos
Últimos Dias estão presos pela intimidação. Eles têm corações puros diante
de Deus e diante dos homens; no entanto, assim como Gideão na
antigüidade, estão sendo mantidos cativos pelo temor dos homens (Jz. 6-8).
Os dons que Eu coloquei neles estão adormecidos. Eu ungirei a mensagem
deste livro para libertar multidões desses homens. Eles se levantarão e me
obedecerão destemidamente. Eles serão guerreiros valorosos e conquistarão
grandes vitórias na força do seu Deus.
Este não é apenas um ensino teórico. Durante anos, fui cativo da intimidação.
O maior obstáculo que enfrentei foi não saber qual era a origem dos meus
problemas, até que Deus revelou este inimigo maligno. Desde então, Ele tem usado
esta mensagem para libertar cristãos em todo o mundo.
Um líder exclamou "Esta mensagem precisa estar nas mãos de todos os
pastores do mundo!". Não e uma mensagem somente para os pastores, mas para
todos na igreja. Não creio que este livro esteja em suas mãos por acaso. A medida
que você for liberto, por favor, compartilhe esta mensagem com outros que precisem
dela. Compartilhar esta mensagem fará com que ela seja fortalecida em você.
Eu o encorajo a unir-se a mim em oração ao iniciar a sua aventura. Abra o seu
coração, e diga estas palavras na presença de Deus:
Pai, em nome do meu Senhor Jesus Cristo, peço ao
Espirito Santo que revele a Tua Palavra a mim
enquanto leio este livro. Por favor, revela e remove
todas as inseguranças em minha vida, para que toda
raiz de intimidação seja destruída. Que eu possa me
aproximar mais de Ti e, com ousadia, testemunhar do
meu Senhor Jesus Cristo.
P a r t e 1
Estabelecendo a sua Posição
Espiritual
CA P Í TU L O  1 
Ande na Sua Autoridade
Ande na autoridade que lhe foi dada por Deus, ou
alguém a tomará e a usará contra você.
A medida que sirvo ao Senhor, percebo cada vez mais que Ele usa
circunstâncias e pessoas para nos preparar para cumprir o Seu chamado para as nossas
vidas.
Em 1983, deixei minha carreira de engenheiro para entrar para o ministério de
auxílio em tempo integral em uma igreja muito grande. Na minha posição, eu servia
ao pastor, à sua esposa e a todos os ministros convidados que chegavam cuidando de
várias tarefas, a fim de poder liberá-los para a obra que Deus os havia chamado a
fazer. Depois de quatro anos, Deus me liberou para ser o pastor de jovens de outra
grande igreja.
Na semana em que eu deveria sair, um homem que também fazia parte da
equipe disse à minha esposa que Deus havia lhe dado uma palavra para mim. Desde
então, essa palavra tem ecoado em meus ouvidos como uma advertência, protegendo-
me debaixo da sombra de sua sabedoria e força. Como acontece com qualquer
palavra que procede realmente de Deus, ela se tornou um leme para o meu coração e
um fundamento para me livrar da incerteza.
Aquele homem advertiu minha esposa, dizendo: "Se o John não andar na
autoridade que Deus lhe deu, alguém a tirará dele e a usará contra ele". Essa palavra
exerceu um impacto imediato em mim. Reconheci-a como a sabedoria de Deus, mas
não tinha o pleno entendimento sobre como aplicá-la. Esse conhecimento só viria ao
longo dos anos que se seguiram.
Uma Experiência Transformadora
No início de 1990, o Senhor confirmou que o Seu chamado para a minha vida
naquele tempo era viajar e ministrar. Depois de estar na estrada por pouco tempo, tive
uma experiência transformadora através da qual finalmente compreendi as palavras
de instrução que Deus havia me dado anos antes.
Começamos a dirigir algumas reuniões em uma igreja em uma quarta-feira à
noite e estávamos programados para continuar no domingo. O Espírito de Deus
moveu-se de forma poderosa, e houve libertações muito fortes, curas e salvação. A
presença de Deus nos cultos aumentava a cada noite.
Na primeira semana, uma senhora envolvida no movimento Nova Era foi
gloriosamente liberta. Essa libertação pareceu ser o catalisador que impulsionou as
reuniões. Na semana seguinte, as pessoas começaram a vir de regiões a 150
quilômetros de distância para participar dos cultos.
O pastor disse: "Não podemos encerrar estes encontros. Deus tem mais
reservado para nós." Concordei, e continuamos por vinte e um cultos. A Palavra de
Deus fluía como um rio que corria rapidamente, e os dons do Espírito se
manifestavam em cada culto.
Certa noite, durante a segunda semana de reuniões, estava pregando quando, de
repente, virei para trás e encarei os músicos e cantores (havia cerca de vinte e cinco
pessoas sobre a plataforma). Então declarei:"Há pecado nesta plataforma. Se você
não se arrepender, Deus vai trazê-lo à tona".
Depois de me ouvir dizer isso, pensei: Uau, de onde veio isto? Eu estava
pregando há tempo suficiente para saber que há momentos em que a unção de Deus
vem sobre você e de uma forma tão forte que você faz afirmações que seus ouvidos
físicos só ouvirão depois de já terem sido ditas. Isso e pregação profética - quando
falamos por inspiração divina.
Minha mente começou a questionar o que eu havia dito, mas rapidamente
expulsei esses pensamentos porque sabia que o que havia dito procedia de Deus. Eu
não havia premeditado aquilo. A unção para pregar permanecia sobre mim de forma
intensa.
As multidões aumentavam a cada culto. Durante a terceira semana - mais uma
vez, enquanto eu pregava - eu me voltei, apontei o dedo para os que estavam na
plataforma e declarei com ousadia através da unção do Espírito Santo: "Há pecado
nesta plataforma. Se você não se arrepender, Deus irá expor o pecado, e você será
excluído!" Senti um aumento de autoridade e de segurança. Desta vez, não
questionei, porque sabia que Deus estava dando início ao processo de retirar o pecado
da Sua casa.
Julgue ou Seja Julgado
Quando o pecado entra em nossas vidas, o Espírito Santo nos convence e nos instrui.
No entanto, se não dermos ouvidos, começaremos a nos tornar frios e cauterizados.
Isto continuará até nosso coração não ser mais sensível a Ele.
Então, para nos alcançar e nos proteger, ou para proteger aqueles que nos
cercam, Deus enviará alguém para expor o que está errado. Ele não faz isso com o
objetivo de nos constranger, mas sim para nos advertir e proteger. Se continuarmos
nos recusando a ouvir, o julgamento virá sobre nós. "Porque, se nos julgássemos a
nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo
Senhor, para não sermos condenados com o mundo" (1 Co 11:31-32).
Deus irá tolerar o pecado durante um período, para nos dar tempo de nos
arrependermos a fim de nos poupar da Sua disciplina. E até mesmo durante a Sua
disciplina, o Seu desejo é que não sejamos condenados com o mundo. O filho
pródigo caiu em si quando estava no chiqueiro.
É melhor cair em si estando em um chiqueiro do que continuar em pecado e um
dia ouvir o Mestre dizer: "Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade" (Mt.
7:23)!
Se não nos arrependermos, sofreremos, embora não seja este o desejo de Deus
para nós. Referindo-se a isso, Paulo disse: "Eis a razão porque há entre vós muitos
fracos e doentes e não poucos que dormem [estão mortos]" (1 Co 11:30, AMP). O
pecado ao final gera a morte espiritual e física. Senti que o Senhor estava
disciplinando alguém na plataforma, tentando trazer aquela pessoa ao
arrependimento. Mas eu não sabia quem era a pessoa a quem Ele estava convencendo
do pecado.
Um Ataque Sutil de Intimidação
Na noite seguinte, quando o pastor e eu estávamos no gabinete nos preparando para
dar início ao culto, um dos membros do conselho entrou e informou que os ministros
de louvor e adoração pareciam estar deprimidos e negativos naquela noite. O pastor
achou que eles estivessem apenas cansados devido a tantos cultos, e disse: "Diga a
eles apenas para saírem e louvarem a Deus, e colocarem os seus sentimentos de
lado".
Olhei para o presbítero e disse: "Espere um instante. Há algo errado?".
O presbítero respondeu: "Bem, eles acham que o senhor está sendo muito duro
com eles. Eles acham que o senhor deveria se dirigir a eles em particular e não em
público".
Embora eu não estivesse ciente disso naquele instante, aquele foi um momento
crucial. A autoridade que Deus havia me dado para servir e proteger estava sendo
desafiada. O inimigo não estava satisfeito com o que estava acontecendo naquelas
reuniões, e queria pôr um fim naquilo.
Eu tinha uma opção, embora naquele instante não estivesse ciente disso. Eu
poderia ceder à intimidação recuando no que havia dito aos ministros de louvor,
perdendo assim a minha posição de autoridade; ou poderia permanecer na minha
posição de autoridade, quebrando o poder da intimidação e mantendo-me firme sobre
o que Deus havia dito.
Imediatamente, pensei: John, por que você deixou aquelas pessoas
constrangidas? Por que você não pregou simplesmente a sua mensagem sem virar
para elas e apontar o dedo? Agora as pessoas da igreja estão tentando imaginar
quem na plataforma está em pecado. E se ninguém estiver? Ou mesmo que haja
pecado, e se ele nunca for exposto? As pessoas continuarão desconfiadas, e os que
são puros vão sofrer com isso. Isto vai atrapalhar o andamento da igreja. Será que
destruí o que foi feito de bom nesta igreja? Se fiz isso, ficarei com uma má
reputação, e mal comecei meu ministério itinerante.
Estes pensamentos atacavam minha mente sem cessar. Meus temores haviam
começado a se concentrar em um pensamento: O que vai acontecer comigo? E assim
que a intimidação muda o seu foco. O motivo: A raiz da intimidação é o medo, e o
medo faz com que as pessoas se concentrem em si mesmas. O perfeito amor lança
fora o medo porque o amor coloca o foco em Deus e nos outros, e nega a si mesmo
(1Jo. 4:18).
O pastor não disse nada. Nós três demos as mãos e oramos para que a vontade
de Deus fosse feita naquele culto. Dirigimo-nos à plataforma como havíamos feito
todas as noites durante as últimas três semanas. Durante o louvor, percebi que a
palavra do Senhor não estava enchendo o meu coração. Não senti nenhuma direção,
mas pensei: Deus é fiel, saberei o que dizer e fazer quando chegar ao púlpito.
O louvor terminou, e enquanto o pastor fazia os anúncios, não ouvi nada em
meu coração. Pensei: Vou me levantar e Deus me dará uma direção quando eu
estiver de pé. Não sou do tipo que prepara esboços e tem os sermões prontos antes de
pregar. Estudo, oro, e depois falo segundo a inspiração em meu coração. Minha
preocupação crescia à medida que o tempo passava, porque eu sabia que não tinha
nada a dizer se Deus não me desse a Sua direção.
Então, o pastor me chamou. Subi ao púlpito, e, como não tinha direção, disse:
"Vamos orar". Enquanto orávamos, continuei a não receber nenhuma direção. Orei
durante vários minutos. Para piorar a situação, as minhas orações não tinham vida.
Era como se minhas palavras estivessem saindo de minha boca apenas para caírem
aos meus pés. Pensei: O que vou fazer? Decidi pregar unia mensagem baseada em
Salmos, que eu já havia pregado antes.
Enquanto pregava, não senti nenhuma vida, nenhuma unção na mensagem. Eu
me esforçava para manter meus pensamentos em ordem. Parecia que Deus não estava
em lugar algum onde eu pudesse encontrá- lo. Eu pensava: Por que eu disse isso?
Ou, Aonde quero chegar com isto? Foi como se eu estivesse sendo guiado por uma
confusão, e não pelo Espírito Santo. Eu me consolava com o pensamento de que
Deus iria se manifestar e me salvar daquele caos onde havia me metido. No entanto,
as coisas só pioraram. Finalmente, encerrei a mensagem e o culto depois de cerca de
trinta e cinco minutos.
Desnorteado, voltei ao lugar onde estava hospedado. "Deus, por que o Senhor
não Se manifestou?" perguntei. "Todos os cultos foram maravilhosos e poderosos,
mas este culto não teve vida. Se eu fosse aquele povo, não voltaria. Na verdade, eu
não quero voltar." Naquela noite, fui para a cama me sentindo como se tivesse
engolido um saco de areia.
Na manhã seguinte, acordei me sentindo como se o saco de areia tivesse
crescido e se transformado em uma duna. Sentia-me tão pesado que não queria sair
da cama. A alegria me evitava. Levantei-me para orar. Perguntei novamente a Deus:
"Por que o Senhor não Se manifestou?".
Não houve resposta.
"Eu pequei? Eu O magoei?".
Silêncio. Orei por uma hora, e cada minuto era uma luta.
Coloquei um CD de louvor e comecei a cantar junto com a música. Raciocinei:
Deus nos dá espírito de louvor em vez de espírito angustiado. Preciso me livrar deste
sentimento. Entretanto, tudo que experimentei foi meia hora de um canto sem vida.
Fiquei mais frustrado ainda. "O que eu fiz? Por que o Senhor não me
responde?"Depois do almoço, saí e fui até um campo gramado que ficava perto de
onde estava hospedado. Pensei: Vou amarrar o diabo. Isso vai resolver. Mas eu era a
única pessoa que estava se sentindo amarrada. Fiquei lá fora orando e gritando com o
diabo durante três horas e quase perdi a voz. Eu precisava entrar e me preparar para o
culto. tentei me consolar: Com toda esta resistência, esta noite Deus uai Se mostrar
de forma poderosa. John, simplesmente ande por fé.
Passamos pelo louvor, adoração, anúncios e ofertas naquela noite, e eu sentia o
mesmo mau pressentimento que havia tido na noite anterior. Mais uma vez,
raciocinei: Deus Se manifestará assim que eu subir ao púlpito. I in chamado, e outra
vez nada aconteceu. Orei pedindo direção, e só houve silencio.
Comecei a pregar outra mensagem que havia ministrado antes e fui tomado por
uma grande confusão. Não havia vida, direção ou unção. Depois de cinco minutos
neste caos, eu disse: "Irmãos, precisamos orar. Alguma coisa não está certa!" Toda a
congregação se levantou, e todos começamos a orar fervorosamente.
A Intimidação é Revelada
De repente, ouvi a voz de Deus falar comigo pela primeira vez em mais de vinte e
quatro horas. Ele disse: "John, você está intimidado pelas pessoas que estão na
plataforma atrás de você. Você foi destituído da sua posição de autoridade, e o dom
de Deus em você foi apagado".
Com esta repreensão suave, uma explosão de luz inundou o meu espírito.
Enquanto todos oravam durante os cinco minutos que se seguiram, o Espírito de Deus
me levou a percorrer a Bíblia, mostrando-me diversos incidentes em que homens e
mulheres ficaram intimidados e como isto fez com que o dom de Deus neles ficasse
adormecido. Pude ver como eles abriram mão de sua autoridade e perderam sua
eficácia no Espírito. Então, Ele me levou a percorrer os últimos anos e me mostrou
como eu havia feito a mesma coisa.
Imediatamente, comecei a quebrar o poder da intimidação sobre mim mesmo
através da oração. Há um exemplo deste tipo de oração no epílogo deste livro.
Durante os setenta e cinco minutos que se seguiram, preguei com base nas passagens
que Deus havia me mostrado de forma inflamada. Quando terminei, dois terços da
congregação vieram à frente para receber a libertação da intimidação. Aquele foi o
maior culto de todo o congresso de avivamento.
Menos de uma semana depois, Deus começou a expor o pecado que havia no
meio da equipe de louvor. Descobriu-se que o baixista estava saindo após os cultos e
se embriagando. Além disso, um dos cantores estava dormindo com uma jovem da
congregação. Ambos foram removidos de suas posições ministeriais. O baixista
deixou a igreja, mas o cantor arrependeu-se e foi restaurado em sua caminhada com o
Senhor.
Pouco tempo depois, a líder de louvor e alguns outros causaram unia divisão na
igreja. Um quarto da igreja partiu com ela. Como se constatou mais tarde, ela estava
envolvida em adultério, e dentro de um ano divorciou-se de seu marido. A última
notícia que tive foi a de que ela estava vivendo com outro homem. Das famílias que
lideraram a divisão, apenas um casal continua casado.
Estas eram as pessoas que haviam reclamado que eu estava sendo muito duro
com elas. Deus estava advertindo estas pessoas. Como teria sido melhor se elas
tivessem recebido aquela advertência em seus corações!
Voltei àquela igreja duas vezes e descobri que havia unidade e força como
nunca antes. O pastor explicou: "Deus purificou nossa igreja através daquelas
situações, e com isso nos tornamos mais fortes. O nosso louvor e adoração nunca
foram tão livres!" Ele também disse que muito da competição e rivalidade que havia
antes já não existia mais. Glória a Deus!
O que Deus compartilhou comigo durante aqueles curtos cinco minutos de
oração naquele culto expandiu-se para se tornar a mensagem que você está prestes a
ler. Ele me levou a pregar esta mensagem em todo o mundo. Como resultado, vi
inúmeros homens e mulheres serem libertos do cativeiro da intimidação.
Uma Mensagem para Todos
Embora esta mensagem tenha sido revelada enquanto eu buscava a Deus em meio a
um conflito ministerial, não pense que esta lição está limitada aos que ficam atrás de
um púlpito. Inúmeros cristãos lutam contra a intimidação. Geralmente, aqueles que
são intimidados não percebem contra o que estão lutando. Como acontece com a
maioria dos artifícios de Satanás, ,a intimidação é disfarçada e sutil. Sentimos seus
efeitos - depressão, confusão, falta de fé - sem saber qual e a sua raiz. Se eu tivesse
percebido que estava sendo intimidado, não teria tido uma luta como a que ocorreu
naquela igreja. Mas agradeço a Deus pela lição que essa situação me ensinou.
A maioria de nós sente-se frustrada com a intimidação, e tenta lidar com suas
conseqüências e frutos, em vez de lutar contra a intimidação em si e contra sua raiz.
Assim, podemos sentir um alívio temporário, mas não vencemos a luta.Você pode
recolher todos os frutos de uma árvore, mas se suas raízes estiverem intactas, os
frutos acabarão crescendo outra vez. Este ciclo pode ser desanimador, porque
ficamos com a sensação de que simplesmente não conseguimos nos livrar desses
obstáculos. Comedimos a perder a esperança e a nos contentar em viver muito abaixo
do que Deus nos chamou para viver.
As verdades contidas neste livro o ajudarão não apenas a identificar a
intimidação, mas também irão equipá-lo com o conhecimento que você precisa para
quebrar a influência da intimidação sobre a sua vida. Oro para que, à medida que ler
este livro e andar nestas verdades, você seja liberto para cumprir o seu chamado
como servo do nosso Senhor Jesus Cristo.
Talvez você não esteja ansioso para confrontar a intimidação em sua vida de
forma direta. Muitas vezes, quando identificamos algo em nossas vidas que nos
oprime, queremos ter alívio imediato, mas geralmente esse alívio imediato tem um
alto preço: ele não é permanente. Quero desenvolver esta mensagem cuidadosamente,
como ela foi revelada a mim. Nos próximos três capítulos, vamos estabelecer um
fundamento crucial, começando com o entendimento da nossa posição e da nossa
autoridade espirituais.
CA P Í T U L O  2 
Posição Espiritual e Autoridade Espiritual
Satanás procura nos deslocar da nossa posição a fim de
recuperar a autoridade da qual que Jesus o destituiu.
Vamos começar refletindo sobre a palavra que me foi dada: Se você
não andar na autoridade que Deus lhe deu, alguém vai tirá-la de você e usá-la
contra você.
Em primeiro lugar, é importante entender que existe um lugar ou posição no
espírito que nós ocupamos como crentes em Jesus. Juntamente com esta posição,
vem a autoridade. Esta autoridade é o que o inimigo deseja. Se ele puder fazer
com que entreguemos a autoridade que nos foi dada por Deus, ele a tomará e a
usará contra nós. Isto não apenas nos afeta, como também afeta àqueles que foram
entregues aos nossos cuidados.
Há diversas passagens bíblicas que falam sobre o nosso lugar de autoridade
no espírito.Vamos examinar algumas delas.
Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à
sombra do Onipotente descansará.
- Salmos 91:1 (ARC)
Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, por-
que Ele se agradou de mim.
- Salmos 18:19
O meu pé está firme em terreno plano; nas congre-
gações, bendirei o Senhor.
- SALMO 26:12
Os crentes literalmente ocupam um lugar no espírito. É fundamental que você,
como crente, não apenas conheça esse lugar como também trabalhe a partir dele. Se
você não conhece a sua posição, você não pode trabalhar adequadamente no corpo de
Cristo.
Esta posição e a autoridade que ela traz podem ser perdidas ou roubadas. Um
exemplo bíblico claro é o de Judas Iscariotes. Depois que Jesus ascendeu ao céu, os
discípulos se reuniram para orar. Naquela ocasião, Pedro explicou o que havia
acontecido com Judas:
Porque está escrito no livro dos Salmos: "Fique de-
serta a sua morada; e não haja quem nela habite...".
-Atos 1:20
Judas perdeu permanentemente o seu lugar no espírito por causa da transgressão
(At. 1:16-17). Esta é a principal maneira pela qual o inimigo destitui as pessoas de
sua autoridade espiritual. Foi assim que ele fez com que Adão e Eva caíssem,
conseqüentemente deslocando-os e ganhando o senhorio sobre eles e sobre tudo que
eles governavam.
Adão e Eva detinham a mais alta posição de autoridade sobre a terra. Todo ser
vivo e toda a natureza estavam sob a autoridade deles. Deus disse: "Tenha ele
domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos,
sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra" (Gn. 1:26). Nada
nesta terra, na esfera espiritual ou natural, estava acima da autoridade da humanidade
— somente o próprio Deus.
Quando Adão detinha a sua posição de autoridade, não havia enfermidade,
terremotos, fome ou pobreza, enquanto Adão andava em comunhão com Deus e
governava por meio da autoridade e do poder que Deus lhe havia delegado, havia o
domínio do céu sobre esta terra. Mas com o pecado de Adão, o direito de tudo que
estava debaixo da sua autoridade foi transferido. Por meio da transgressão, ele cedeu
o seu lugar no espírito ao inimigo de Deus.
As Escrituras testificam essa verdade ao mostrarem a ostentação de Satanás
quando ele tentou Jesus no deserto. Satanás levou-O a uma alta montanha para
mostrar-lhe todos os reinos do mundo, e declarou:
Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos,
porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser.
- Lucas 4:6
Deus havia dado autoridade a Adão, e Adão por sua vez perdeu-a para Satanás.
Adão perdeu mais do que apenas sua posição. Tudo o que Deus havia colocado sob
os seus cuidados foi afetado. Um declínio gradual de toda a harmonia e ordem
existentes teve início.
Um exemplo desse declínio é o reino animal. No jardim, sob o domínio de
Deus e de Adão, os leões não devoravam os outros animais (Is 65:25). As cobras não
tinham mordidas venenosas (Is 65:25). Os cordeiros não tinham motivo para temer
os lobos ou outros predadores (Is 65:25). Contudo, imediatamente após a queda
vemos um animal inocente ser sacrificado para vestir o homem nu (Gn. 3:21). Mais
tarde, vemos a inimizade e o medo colocarem-se entre o homem e os animais que ele
um dia governara (Gn. 9:2).
Outra área afetada foi a própria terra. O solo foi amaldiçoado, trabalhando
contra o homem em vez de trabalhar para ele enquanto ele se esforçava para fazer
nascer o fruto que um dia havia sido fornecido abundantemente (Gn. 3:17-19).
Romanos 8:20 diz: "Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente".
Nada na terra, seja natural ou espiritual, escapou dos efeitos da desobediência.
A iniqüidade, a morte, a doença, a pobreza, os terremotos, a fome, a pestilência, e
muitos outros males entraram na terra. Houve uma perda da ordem divina e da
autoridade divina. O primogênito de Adão aprendeu a odiar, invejar e assassinar. O
inimigo tomara a autoridade que Deus havia dado para proteção e provisão e a
voltara contra toda a criação, usando-a agora para a destruição e a morte.
A Autoridade Restaurada
Um homem perdera a sua posição de autoridade; portanto, somente um homem
poderia restaurá-la. Milhares de anos mais tarde, Jesus nasceu. Sua mãe era uma filha
do povo que tinha uma aliança com Deus; Seu Pai, o Espírito Santo de Deus. Ele não
era parte homem e parte Deus. Ele era Emanuel,"Deus revelado em um homem" (Mt.
1:23). O fato de ser humano dava a Jesus o direito legal de recuperar o que havia sido
perdido. Por ser o Filho de Deus, Ele estava livre do senhorio que o inimigo havia
adquirido sobre o homem.
Ele revelou a vontade de Deus em tudo o que fazia e dizia. Os pecados eram
perdoados porque na Sua presença o pecado não tinha domínio. A enfermidade e a
doença se curvavam diante da Sua autoridade e poder (Lc. 5:20-24). A própria
natureza estava sujeita ao Seu comando (Mc 4:41). Ele andava na autoridade da qual
Adão havia abdicado. Jesus, através da obediência e do sacrifício, restaurou a au-
toridade dada por Deus que Adão havia perdido, e, portanto, o nosso relacionamento
com Deus.
Antes de voltar ao Pai,Jesus declarou:"Toda autoridade Me foi dada nos céus e
na terra. Portanto, ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando- os a guardar todas as coisas que vos
tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos
séculos" (MT. 28:18-20).
Esta passagem mostra claramente que Jesus recuperou o que Adão havia
perdido e muito mais. Satanás e Adão só tinham domínio sobre a terra , mas o
domínio de Jesus incluiu não apenas a terra, mas também o céu. Jesus elevou-se
acima do lugar de autoridade que Satanás desapropriou. Depois de revelar Sua
posição e autoridade, Jesus nos disse "portanto, ide". Por que Jesus estabeleceu esta
relação entre a Sua autoridade e o nosso chamado? Encontramos a resposta nos
escritos do apóstolo Paulo.
Posições de Autoridade
Paulo orou para que soubéssemos "qual a suprema grandeza do Seu poder para com
os que cremos... o qual exerceu Ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e
fazendo-o sentar à Sua direita nos lugares celestiais" (Ef. 1:19-20, ênfase do autor).
Observe que não se trata de um único lugar celestial, pois Paulo diz claramente
"lugares". A razão pela qual Paulo diz "lugares" se encontra em alguns versículos
posteriores, nos quais lemos: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos
delitos e pecados... e, juntamente com Ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos
lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef. 2:1,6, ênfase do autor). Esses lugares são
onde os Seus filhos redimidos devem habitar.
Agora, surge a pergunta: Onde estão esses lugares de habitação, e que posição
eles têm? A resposta encontra-se em Efésios 1:21: "acima de todo principado, e
potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente
século, mas também no vindouro" (ênfase do autor).
O homem redimido oculto em Cristo agora recebe uma posição no espírito que
está acima do diabo. Jesus declarou com ousadia: "Eis aí vos dei autoridade... sobre
todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano" (Lc. 10:19).
Agora, entendemos a ordem: "Portanto, ide". Jesus entendia a autoridade que
estava dando aos crentes. Os direitos adquiridos em nosso novo nascimento nos
colocaram nesses lugares celestiais, muito acima da autoridade e do poder do
inimigo.
Assim como fez com Adão no Jardim do Éden, Satanás agora procura nos
deslocar no espírito a fim de recuperar a autoridade que Jesus tirou dele. Se Satanás
puder roubar esta posição de autoridade ou fazer com que os indivíduos renunciem a
ela, ele terá novamente a autoridade para agir. Paulo diz isso claramente: "Nem deis
lugar ao diabo" (Ef. 4:27, ênfase do autor). Nós, crentes, não devemos perder o nosso
lugar no espírito.
Posição no Reino
Precisamos entender que o reino de Deus é simplesmente isto — um reino. Os reinos
são estruturados de acordo com níveis de graduação e autoridade. O domínio do céu
não é exceção. Quanto maior a graduação, mais influência e autoridade.
No jardim, Satanás não estava atrás do elefante ou até mesmo do leão. Ele
entendia a questão da autoridade, por isso foi atrás do homem de Deus. Ele sabia que
se tivesse o homem, possuiria tudo que o homem governava e cuidava.
Portanto, quando o inimigo tem como alvo uma igreja, o seu alvo principal é a
liderança. Recentemente, o pastor de uma grande congregação decidiu divorciar-se de
sua esposa. Não havia base bíblica para isso, e aquela atitude destruiu sua mulher e
seus filhos. Quando a liderança que estava debaixo da autoridade dele questionou
seus motivos, ele lhes disse que se não estivessem gostando, podiam ir embora.
Ele transgrediu deliberadamente o mandamento de Deus, liberando um espírito
de divórcio e engano no meio de toda a congregação. Depois disso, houve um
aumento nos divórcios naquela igreja, até mesmo entre a liderança. Outros ficaram
desanimados. Chocados, eles passaram de igreja em igreja, perguntando-se em quem
podiam confiar. Quando Satanás tira aquele que guarda a casa de sua posição, todos
os que estão sob os seus cuidados ficam vulneráveis.
Tenho observado pais e mães que deliberadamente transgridem os
mandamentos de Deus, e é só questão de tempo até que seus filhos sigam seu
exemplo. Você pode chamar isto de maldição, mas por que acontece?
Através do pecado, os pais perderam a sua posição de autoridade no espírito,
deixando seus filhos vulneráveis ao inimigo.
Dando Ocasião aos Inimigos do Senhor
Este princípio está ilustrado na vida de Davi (2 Sm. 8-18). O reino era forte r seguro
sob a sua liderança. Deus o havia abençoado com vários filhos e filhas. Então, Davi
tomou para si o que Deus não lhe havia dado ao cometer adultério com Bate-Seba.
Ela engravidou, e para complicar as coisas,seu marido estava fora de casa, na guerra,
defendendo o reino de Davi.
Davi mandou chamar seu marido, Urias, esperando encorajá-lo a dormir com
Bate-Seba e assim parecer que havia gerado o bebê. No entanto, Urias, em devoção a
Davi e ao seu reino, não quis desfrutar da intimidade com sua mulher enquanto seus
companheiros soldados estavam em combate. Ele sabia que seria apenas questão de
tempo até que Urias soubesse que sua mulher estava grávida. Finalmente, todos
saberiam que o pai era Davi.
Assim, Davi planejou o assassinato de Urias enviando-o de volta para a batalha,
levando em suas mãos sua própria garantia de morte. Urias foi colocado em meio à
batalha mais acirrada. Então, quando estava cercado pelo inimigo, os que lutavam ao
seu lado receberam ordens de recuar. Urias caiu pela mão do inimigo. Um único ato
de adultério de Davi levou ao engano, à mentira e ao assassinato.
Em pouco tempo, o profeta Natã foi até Davi para expor este pecado. Davi
confessou: "Pequei contra o Senhor". Então, Natã lhe disse: "Também o Senhor te
perdoou o teu pecado; não morrerás" (2 Sm. 12:13).
Davi arrependeu-se e foi perdoado. Deus apagou a sua transgressão (Is 43:25-
26). Mas Natã prossegue advertindo Davi:"Com isto deste ocasião aos inimigos do
Senhor" (2Sm. 12:14).
Davi foi perdoado, mas tornou a sua vida e a vida de sua família vulneráveis
aos inimigos de Deus - não apenas aos inimigos naturais, mas também aos
espirituais. Sua família e a nação de Israel sofreram grandes conseqüências.
O primeiro filho de Davi com Bate-Seba morreu. O filho mais velho de Davi,
Amnon, herdeiro do trono, violentou sua meia-irmã,Tamar. Absalão, filho de Davi e
irmão de Tamar, vingou-se e matou seu meio-irmão, Amnon.
Absalão fez com que o coração de muitos dos homens de Israel se voltasse
contra Davi e tomou o seu trono. Ele desonrou o leito de seu pai deitando-se com
suas concubinas e enviou os homens de Israel para caçar e matar Davi. O plano
falhou, e Absalão foi morto.
Três filhos de Davi morreram porque ele havia exposto sua família aos
inimigos de Deus através da sua transgressão.
Já vi filhos de pastores que se envolveram com drogas, tornaram-se hostis à
igreja e outros que se envolveram com prostituição ou homos- sexualismo porque
seus pais perderam sua posição no espírito através da transgressão. Precisamos levar
a Bíblia a sério quando ela diz: "Meus irmãos, não sejam muitos de vocês mestres,
pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor"
(Tg. 3:1, NVI). O motivo pelo qual os mestres (pastores) são julgados com maior
rigor é por causa do grande impacto de sua desobediência. Eles não ferem apenas a si
mesmos, mas também a todos aqueles que foram colocados debaixo da guarda deles.
Deus os perdoa assim como perdoou Davi. Entretanto, mesmo assim eles irão colher
o que semearam. Foi dado lugar ao inimigo!
Entendo que estas são palavras duras, por isso, apelo a você com toda
humildade e escrevo estas palavras com temor e tremor. Já vimos muitas tragédias,
principalmente em ministérios. Não devemos julgar ou condenar, ao contrário,
precisamos perdoar e estender a mão àqueles que fracassaram. Se eles se
arrependerem, serão perdoados por Deus. Mas escrevo estas palavras como instrução
e advertência àqueles que o inimigo terá como alvo. Todos nós devemos andar em
humildade e restauração.
Tenho quatro filhos. Passei a entender a tremenda responsabilidade que tenho
sobre a vida deles, e o quanto preciso prestar contas por essas vidas. Eles pertencem
a Deus, e sou apenas um mordomo que foi colocado para cuidar deles. Jamais quero
ver a vida deles destruída porque dei lugar ao diabo.
Quando estava no ministério de serviço, cuidava de coisas secundai ias para que
aqueles a quem eu servia pudessem cumprir o chamado de Deus sobre suas vidas. Eu
cuidava da lavagem a seco das roupas, pecava as crianças na escola, lavava o carro
deles, e daí por diante. Um dia, Deus me disse algo que me deu uma séria visão do
ministério. Ele disse: "Filho, se você falhar nesta posição, as coisas podem ser
corrigidas facilmente porque você está lidando com coisas naturais. Mas quando Eu o
colocar em uma posição ministerial, você estará sobre pessoas, e vidas estarão em
jogo".
Abdicando da Autoridade
() propósito deste capítulo foi lhe dar um entendimento sobre a posição e a autoridade
espiritual. Vimos exemplos de várias pessoas que perderam ou abriram mão de sua
autoridade para o inimigo de Deus. Satanás tentará descaradamente roubar a sua
autoridade trazendo o pecado para dentro da sua vida. Se você estiver determinado a
servir a Deus de todo o seu coração, ele também tentará derrubar você da sua posição
em Cristo através da intimidação.
O primeiro passo para quebrar a intimidação é confrontar as questões em seu
próprio coração. No próximo capítulo, descreverei como você pode fazer isso.
CA P Í TU L O  3 
Dois Extremos
A revelação não tem valor algum sem a
sabedoria e o caráter para vivê-la.
Em apenas alguns instantes, o Espírito de Deus pode derramar
discernimento em abundância em seu espírito. Mas essa revelação não tem valor
algum sem a sabedoria e o caráter para vivê-la.
Quando o Espírito Santo me conduziu através das Escrituras com relação a
confrontar a intimidação, Ele me mostrou dois extremos que podem desequilibrar a
vida do crente: O primeiro extremo é a busca pelo poder; o segundo é a falsa
humildade. O equilíbrio adequado encontra-se no livro de Timóteo, um jovem que
cultivava o caráter piedoso em vez da falsa humildade, e que usava o seu dom em vez
de buscar o poder.
Um Coração Puro
Foi em Listra que o apóstolo Paulo conheceu Timóteo, um jovem cuja mãe era uma
judia cristã e cujo pai era grego.
Paulo queria que Timóteo o acompanhasse juntamente com Silas, como
assistentes de viagens dele. Ele seria responsável por cuidar das necessidades de
Paulo (At. 19:22).
Com o passar do tempo, a fidelidade de Timóteo como servo foi provada. Ele
foi promovido e foi-lhe confiado o cargo de ministro do evangelho, finalmente vindo
a pastorear a igreja de Éfeso. Em sua segunda carta a Timóteo, Paulo escreveu:
Pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento,
a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó
Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que
também, em ti. Por esta razão, pois, te admoesto que
reavives o dom de Deus.
- 2 Timóteo 1:5-6
Observe que Paulo faz referência ao fato de que a fé de Timóteo era genuína. O
coração deste jovem era puro. Ele não era um charlatão. Em outra carta, Paulo
recomenda: "Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar- vos Timóteo, o mais breve
possível... porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos
vossos interesses; pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo
Jesus. E conheceis o seu caráter provado, pois serviu ao evangelho, junto comigo,
como filho ao pai" (Fp. 2:19-22).
Fica claro que o caráter de Timóteo estava fora de questão. Na qualidade de
cristãos, o caráter deve ser a nossa prioridade máxima e a nossa busca maior. O que
nosso Pai procura não é poder, mas caráter. E triste saber que muitos na igreja
buscam o poder e a unção do Espírito enquanto deixam de lado a busca por um
caráter devoto. O versículo de 1 Coríntios 14:1 nos instrui: "Buscai o amor e desejai,
com zelo, os dons espirituais". Entretanto, nós pervertemos esse mandamento. Nós
buscamos os dons e a unção e apenas desejamos os frutos de amor em nossas vidas.
Deus é amor, e até que andemos em amor não atingiremos a Sua natureza.
Um Extremo: Buscando o Poder e Não o Caráter
Alguns cristãos viajarão grandes distâncias - centenas de quilômetros - para irem a
um culto de milagres, profecias e unção, mas não estão dispôs- tos .1 tratar tom a ira,
a (alta de perdão ou a amargura cm seus corações. Isto é evidencia de que a ênfase
deles está no poder, e não no caráter.
As manifestações espirituais nesses cultos podem ser de Deus, mas precisamos
tratar com o homem interior também. Esta ausência de disposição para tratar com o
interior abriu as portas para o engano na vida de muitas pessoas. Embora a igreja
esteja passando por um período de refrigério neste tempo, o pecado precisa ser
tratado. E maravilhoso ver que as pessoas estão tão famintas pelo poder de Deus, mas
não devemos negligenciar a pureza de coração.
Vimos muitos pastores caírem. Mas eles não caíram quando cometeram o seu
primeiro ato de imoralidade. Na verdade, eles começaram a cair antes — no dia em
que o sucesso no ministério se tornou mais importante do que o relacionamento
íntimo deles com Deus. Não vimos isto acontecer apenas entre os pastores, mas
também dentro de suas congregações.
Jesus disse: "Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus"
(Mt. 5:8). Ele não disse: "Bem-aventurados os que têm um ministério de sucesso."
Ele disse que sem um coração puro você não verá a Deus! Naturalmente, Jesus é o
único que pode nos dar um coração puro. Não é algo que possamos conquistar. É
algo que não tem preço e que é gratuito - não tem preço pelo fato de que exigiu a
morte do Filho de Deus, e é gratuito pelo fato de ser dado sem custo a todos que O
buscam.
Eu costumava orar: "Deus, usa-me para ganhar os perdidos. Usa-me para curar
multidões e para libertar as massas." Eu orava assim por vezes seguidas, e esta era a
medida da minha busca por Deus. O meu maior alvo era ser um pastor de
sucesso.Então, um dia Jesus me mostrou que a minha ênfase estava fora de foco. Ele
me chocou quando disse: "John, Judas expulsava demônios, curava enfermos e
pregava o evangelho. Ele deixou o seu negócio para se tornar Meu discípulo, mas
onde está ele hoje?" Isto me atingiu como uma tonelada de tijolos! Ele prosseguiu:
"O alvo do alto chamado do Cristianismo não é o poder de Deus ou o ministério; é
conhecer a Mim" (ver Filipenses 3:10-15).
Mais tarde, quando minha esposa orava para ser usada dessa mesma forma,
Jesus interrogou-a: "Lisa, você já foi usada por uma amiga?".
"Sim", respondeu ela.
"Como você se sentiu?".
Ela respondeu: "Eu me senti traída!".
Ele prosseguiu: "Lisa, Eu não uso as pessoas. Eu coloco nelas a Minha unção,
as curo, as transformo e as moldo à Minha imagem, mas não as uso".
Como você descreveria o relacionamento de uma mulher casada cuja única
ambição fosse gerar filhos para seu marido? Ela só teria intimidade com ele quando
isso produzisse a descendência que ela queria; ela não teria interesse algum em
conhecer seu marido pessoalmente.
Sei que isto parece absurdo, porém, qual é a diferença de clamarmos a Deus
para que Ele nos "use para salvar pessoas" quando nós mesmos não buscamos o
relacionamento e a comunhão com Ele? Quando tivermos intimidade com Deus,
reproduziremos assim como Ele deseja: "O povo que conhece ao seu Deus se tornará
forte, realizará grandes proezas" (Dn. 11:32, AMP).
A única ambição de Paulo era conhecer Deus (Fp. 3:8-10). Moisés disse:
"Rogo-te que me faças saber neste momento o Teu caminho, para que eu Te conheça"
(Ex 33:13). Davi clamou: "Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que eu possa
morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do
Senhor e meditar no seu templo" (SI 27:4). E novamente: "Minha alma tem sede de
Ti; meu corpo Te almeja" (SI 63:1).
Os homens e mulheres da Bíblia que desejavam conhecer Deus mais do que
qualquer outra coisa permaneceram fiéis a Ele, completando a carreira que Ele havia
colocado diante deles. Eles aprenderam o segredo da integridade com poder.
Buscando a Deus ardentemente, eles puderam ter um vislumbre do Seu coração.
Algumas pessoas medem a sua maturidade espiritual pela sua capacidade de
profetizar ou de fluir nos dons. Mas lembre-se que os dons n,1<> dados, e não
conquistados. Uma mula falou c enxergou o mundo espiritual. Um galo cantou três
vezes e convenceu Pedro. Será que isto torna esses animais espirituais?
Jesus disse que muitos O chamariam Senhor e esperariam entrar no Seu reino,
mas seriam impedidos. Eles terão feito milagres, expulsado demônios e profetizado
em Seu nome. Mas Ele responderá:"Apartai-vos de Mim, os que praticais a
iniqüidade!" (Mt. 7:23).
A unção de Deus não significa a aprovação de Deus. Saul profetizou depois de
Deus tê-lo rejeitado (1Sm. 19:23-24). Caifás profetizou embora o seu único objetivo
fosse matar o Filho de Deus (Jo. 11:49-51). Precisamos ter o coração de Deus para
poder obedecer à Sua vontade. Sem isto, andaremos apenas na sombra da Sua unção,
preocupados com o legalismo ou a sensualidade. Balaão profetizou, e as suas
profecias provaram ser verdadeiras; entretanto, ele teve a morte de um adivinho,
golpeado a fio de espada quando Israel invadiu a terra prometida.
Paulo mediu as virtudes de Timóteo pela pureza do seu coração e pela
fidelidade do seu serviço. Também precisamos estabelecer este padrão diante de nós
e permitir que o Espírito Santo nos meça com precisão. Não se pode deixar de
enfatizar este pré-requisito de extrema importância ao combatermos o espírito de
intimidação. Sem este embasamento, a verdade desta mensagem não o libertará e
provavelmente poderá lhe fazer mais mal do que bem. Pois não são as palavras em si
que detêm o poder de libertar, mas sim o espírito e a substância que estão por trás
delas.
Para explicar isto, vamos trazer à memória a advertência de Pedro: "Como
igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi
dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas
epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis
deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição
deles" (2Pe. 3:15-16).
É mais importante buscarmos um relacionamento correto com Deus do que uma
fórmula para nos movermos no Seu poder. Com base nessa afirmação, examine as
primeiras palavras de Paulo em 2 Timóteo. Depois de deixar clara a pureza de
coração de Timóteo, Paulo escreveu: "Por esta razão, pois, te admoesto que reavives
o dom de Deus" (2Tm. 1:6). Preste atenção nas palavras "por esta razão". As
instruções de Paulo a Timóteo com relação à liberação do dom de Deus em sua vida
não seriam válidas se a sua fé não fosse genuína. Agora, vamos continuar.
0 Outro Extremo: A Falsa Humildade
Pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento,
a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó
Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que
também, em ti. Por esta razão, pois, te admoesto que
reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição
das minhas mãos.
- 2 Tímóteo 1:5-6
"Por esta razão, pois, te admoesto". Paulo estava se referindo à sua primeira
carta a Timóteo, onde ele exortava: "Não te faças negligente para com o dom que há
em ti, o qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do
presbitério" (1Tm. 4:14). Paulo enfatizou a Timóteo a importância de não
negligenciar o dom de Deus escrevendo sobre isso uma segunda vez, sendo esta uma
das primeiras coisas que mencionou em sua carta.
Para entendermos o que significa não negligenciar o dom, vamos dar uma
olhada em alguns antônimos. O contrário de negligenciar é:
Cumprir, realizar, agir, cuidar, ocupar-se com, concluir, completar, considerar,
consumar.
Todas estas palavras estão relacionadas à ação e autoridade. A maioria das
palavras têm uma forma verbal e uma forma nominal. Elas são positivas e decisivas.
Para entendermos corretamente a Palavra de Deus, vamos examinar também o que
significa negligenciar:
Romper, desprezar, despedir, desconsiderar, descontar, ignorar, subestimar,
fazer vista grossa, desvalorizar, desdenhar, não fazer caso de.
Todas estas são palavras negativas que significam ausência de ação,
determinação e autoridade. É algo sério e grave negligenciarmos o que nos foi
confiado. Quando negligenciamos, sofremos perda.
O extremo oposto de simplesmente buscarmos o poder é viver naquilo que
descrevo como um estado de falsa humildade. As pessoas que vivem nesse estado
reconhecem a importância de buscar o caráter de Deus, mas param por aí. Elas nunca
se aventuram a desenvolver os dons de Deus que estão sobre suas vidas porque têm
medo. Elas evitam qualquer coisa que envolva o confronto, interpretando isto como
falta de amor ou de caráter cristão.
Refiro-me a essas pessoas como "pessoas de boa paz". À primeira vista, manter
a paz pode parecer atraente, mas Jesus nunca disse: "Bem- aventurados os que
mantêm a paz". Em vez disso, Ele disse: "Bem-aventurados os pacificadores, porque
serão chamados filhos de Deus" (Mt. 5:9). Os que mantêm a paz evitam o confronto
a qualquer preço. Eles farão tudo que puderem parar preservar uma falsa sensação de
segurança para si, que entendem erroneamente como sendo paz.
O pacificador, por outro lado, confrontará com ousadia, independente do que
isso possa lhe custar, porque ele não se preocupa consigo mesmo. O pacificador é
motivado pelo seu amor a Deus e à verdade. Somente sob estas circunstâncias é que a
verdadeira paz pode florescer.
Há paz no reino de Deus (Rm. 14:17), entretanto, esta paz não vem pela
ausência de confronto. Como Jesus mencionou, "O reino dos céus é tomado por
esforço, e os que se esforçam se apoderam dele" (Mt. 11:12). Existe uma oposição
violenta ao avanço do reino de Deus.
Nós freqüentemente pensamos: Vou simplesmente ignorar isto, e logo passará.
Mas precisamos acordar e entender que aquilo que não confrontarmos não mudará! E
por isso que Judas encoraja os santos, dizendo:
Amados, quando empregava toda a diligência em
escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que
me senti obrigado a corresponder-me convosco,
exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé
que uma vez por todas foi entregue aos santos.
-Judas 3
Observe que ele disse "batalhardes diligentemente"; ele não disse "esperar que
o melhor aconteça". Batalhar significa lutar ou guerrear. O Cristianismo não é um
estilo de vida fácil! Há oposição e resistência constantes à nossa busca por Deus,
tanto na esfera natural quanto na espiritual!
Paulo fortaleceu Timóteo, dizendo: "Receba a sua porção de sofrimento como
um bom soldado de Jesus Cristo, como eu faço. E como soldado de Cristo, não se
deixe prender pelos negócios deste mundo..." (2Tm. 2:3-4, ABV). Estamos
envolvidos em uma guerra. Devemos ter a atitude de um soldado. Não devemos
recuar diante do mal, mas devemos vencer o mal com o bem pela graça de Deus
(Rm. 12:21).
As cartas de Paulo eram ordens para Timóteo marchar enquanto ele pastoreava
a igreja de Éfeso.Timóteo enfrentou desafios. Havia doutrinas falsas que deviam ser
expostas, conflitos e competições que deviam ser paralisados; além disso, líderes
deviam ser levantados para que uma igreja forte e madura pudesse se desenvolver. E
estas eram apenas algumas das responsabilidades mais óbvias que ele deve ter
enfrentado.
Estou certo de que houve muitas oportunidades para o confronto. Tenho certeza
de que acusações e calúnias foram lançadas contra ele por homens imaturos ou maus
que estavam no meio da igreja. Além de tudo Mo, ele tinha outro obstáculo a vencer
- sua idade. Ele era um jovem em uma igreja onde havia muitas pessoas mais velhas.
Isto por si só poderia abi ir uma porta para a intimidação. Mas diante de tudo isto,
Paulo instruiu Timóteo a permanecer forte,sem se esquecer do que lhe havia sido
transmitido. Paulo lembrava constantemente a Timóteo para permanecer na
autoridade que lhe havia sido dada por Deus. Talvez Timóteo tenha recuado alguma
vez, por isso Paulo o instruiu:
Ordena e ensina estas coisas.
-1 Timóteo 4:11
Prescreve, pois, estas coisas, para que sejam
irrepreensíveis.
- 1 Timóteo 5:7
Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em
Cristo Jesus.
- 2 Timóteo 2:1
Talvez Timóteo fosse como tantos outros hoje em dia - que amam a Deus, mas
evitam o confronto. O medo do confronto torna você cativo da intimidação.
Se você identifica este medo em sua vida, então esta mensagem está sendo
compartilhada para lhe dar coragem e libertação. Deus quer você livre para fazer e
ser aquilo que Ele lhe pedir, não importa o que seja. Quando você está intimidado,
não existe alegria. E sem alegria não existe força. Onde há medo, não há paz. Mas à
medida que romper com aquilo que o tem mantido acuado, você encontrará alegria e
paz em abundância!
CA P Í TU L O 
4 
Dons Transmitidos
Como isto se aplica a mim?
Até este ponto, tratamos da intimidação e seus efeitos apenas sobre a liderança
da igreja. Mas é bem possível que muitos de vocês que estão lendo este livro não
estejam no ministério em tempo integral.Vocês podem estar se perguntando: "Como
isto se aplica a mim?".
Deus dá um lugar, ou posição, no espírito a cada crente. Lembre-se, Paulo
explicou que Deus "juntamente com Ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos
lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef. 2:6). É neste lugar que os filhos de Deus
redimidos devem habitar. Este lugar fica "acima de todo principado e potestade, e
poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas
também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos Seus pés, e para ser o cabeça
sobre todas as coisas, O deu [o Senhor Jesus] à igreja, a qual é o Seu corpo" (Ef.
1:21-23, AMP).
A igreja é o corpo de Cristo. Assim como nossos corpos físicos contêm muitas
partes que diferem em função e capacidade, também os membros do corpo de Cristo
funcionam em diferentes chamados e dons. Deus determina o propósito e a função
deles. Cada um é importante, e nenhum deles é independente dos outros.
Paulo declarou que todos os espíritos demoníacos foram colocados debaixo dos
pés de Jesus. Isto ilustra claramente que nenhum demônio deve exercer autoridade
sobre um crente. Se você é o pé do corpo de Cristo, os demônios ainda estão debaixo
de você. Jesus disse: "Eis aí vos dei autoridade... sobre todo o poder do inimigo, e
nada, absolutamente nada, vos causará dano" (Lc. 10:19). Entretanto, se não
exercitarmos ou andarmos na autoridade que nos foi dada por Deus, alguém a tomará
de nós e a usará contra nós! O inimigo está atrás da nossa posição no espírito.
Revestido com Dons para Operar
Vamos prosseguir com o nosso estudo da carta de Paulo a Timóteo.
Por esta razão te admoesto que reavives o dom de
Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos.
- 2 Timóteo 1:6
A palavra grega para dom é charisma. A concordância de Strong define essa
palavra como "um dom espiritual". Outra definição, adaptada do dicionário Vine,
seria "o dom da graça derramado sobre os crentes pela operação do Espírito Santo".
Assim, a palavra charisma define essas habilidades espirituais com as quais Deus
equipa os crentes.
Nada na esfera do espírito é realizado sem esse charisma, ou habilidade
sobrenatural de Deus. Não devemos pregar, cantar, profetizar, dirigir ou mesmo
servir sem ele. Nenhuma vida é produzida sem esta graça. A religião sem vida nasce
da tentativa do homem de servir a Deus do seu próprio jeito, na sua própria
capacidade. Quando ministramos aos outros sem o dom de Deus, nós nos esforçamos
em vão.
Observe que este dom já estava habitando dentro de Timóteo. Quando o Senhor
planta o Seu dom, ele não fica entrando e saindo, mas permanece dentro de você.
"Porque os dons [charisma] e a vocação de Deus são irrevogáveis" (Rm. 11:29). Este
dom, ou poder, é o equipamento necessário para cumprirmos o chamado que Deus
coloca em cada um de nós. Operar nesses dons deve ser algo natural e confortável
para nós. Assim como os papéis e funções das nossas áreas individuais não variam
nem entram e saem, o mesmo acontece com os dons que Deus derrama.
Paulo escreveu aos crentes de Roma:"Porque muito desejo ver-vos, afim de
repartir convosco algum dom [charisma] espiritual, para que sejais confirmados"
(Rm. 1:11). A igreja não será confirmada sem esses dons, o equipamento espiritual
que capacita os filhos de Deus a realizar a Sua vontade. Leia com atenção o versículo
abaixo:
Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que
recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça
de Deus.
- 1 PEDRO 4:10
Examinaremos três pontos neste versículo:
1. Todos recebem um dom.
2. O dom não é nosso; somos meramente mordomos dele.
3. O dom é uma porção da multiforme graça de Deus.
1. Todos recebem um dom.
Observe que o versículo diz: "Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que
recebeu". Pedro não disse: "Conforme o dom que uns poucos escolhidos receberam".
Se você nasceu de novo e foi cheio com o Espírito, recebeu o dom de Deus para
operar no Seu corpo. Não existem partes aleijadas ou inúteis neste corpo.
Paulo diz em Efésios 4:7: "E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a
proporção do dom de Cristo". E novamente em 1 Coríntios 7:7: "Quero que todos os
homens sejam tais como também eu sou; no entanto, cada um tem de Deus o seu
próprio dom; um, na verdade, de um modo; outro, de outro".
Se formos ignorantes a esse respeito, permaneceremos incapazes ou inaptos
para o serviço. Assim, o nosso chamado não se realiza, não se cumpre. Assim como
os bebês aprendem a usar as partes do seu corpo, precisamos desenvolver e exercitar
esses dons para o serviço no Corpo de Cristo. Nenhuma parte do Corpo funciona fora
desta capacitação sobrenatural.
2. O dom não e nosso; somos meramente mordomos dele.
Se partimos do princípio de que não o possuímos, então este dom não deve ser
negligenciado ou utilizado para proveito próprio. Ele não nos pertence para agirmos
como bem entendermos em relação a ele. Ele 6 dado para que possamos servir aos
outros. Somos responsáveis por cuidar dele.
Lembre-se da parábola dos talentos. O senhor "A um deu cinco talentos, a
outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade" (Mt. 25:15).
Então, ele saiu em uma jornada. Os dois primeiros homens usaram seus talentos
sabiamente, gerando aumento, enquanto o terceiro homem enterrou o dele.
Quando o senhor voltou, os dois primeiros prestaram contas do que havia sido
feito com os talentos que lhes haviam sido confiados. O senhor elogiou cada um
deles: "Muito bem, servo bom e fiel!".
Então, o terceiro homem veio para prestar contas. Com medo, ele havia
escondido o seu talento. Ele via seu senhor como um homem injusto, como alguém
que esperava demais. Então, esse servo achou que sua negligência, seu egoísmo e sua
falta de cuidado eram justificáveis. Resumindo, ele disse ao seu senhor: "Veja, eis
aqui o que lhe pertence".
Quando o senhor viu como aquele servo havia desprezado o que ele havia
entregado aos cuidados dele, chamou-o de servo mau e preguiçoso. O seu único
talento foi tirado e dado ao homem que havia duplicado o seu. Então o servo inútil foi
lançado fora (Mt. 25:16-30).
Nós prestaremos contas dos dons que nos foram confiados, assim como todos
os mordomos prestam contas de sua mordomia. Outra palavra para dom é habilidade,
definida como "capacidade, faculdade, gênio ou poder". Em outras palavras, talento.
A partir desta parábola, vemos uma clara ilustração sobre a importância de
alimentarmos e desenvolvermos o dom, a habilidade ou o talento que Deus nos
confiou.
Foi confiado a Paulo um ministério de ensino e apostolado. Ele disse:
"...constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo
a força operante do Seu poder" (Ef. 3:7). Observe a importância que ele dava à
necessidade de ser fiel ao dom:
Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar,
pois sobre mim pesa esta obrigação; porque ai de mim
se não pregar o evangelho! Se o faço de livre vontade,
tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a
responsabilidade de despenseiro que me está
confiada.
- 1 Coríntios 9:16-17
Paulo diz:"Ai de mim". Observe que ai é uma palavra muito forte. Jesus usou-a
para advertir sobre o julgamento iminente de certos indivíduos ou cidades. Ele disse
ai sobre Corazim e Betsaida, cidades que não existem mais (Mt. 11:21-22). Ele disse
ai sobre os escribas e fariseus (Mt. 23), e sobre Judas (Mt. 26:24).
O termo ai é usado por Judas para descrever o julgamento dos homens maus da
igreja. No Livro de Apocalipse, esta palavra é usada com referência aos habitantes da
terra sob o julgamento de Deus (Ap. 8:13). Quando usou a palavra ai, Paulo indicou
a tremenda responsabilidade da fidelidade para com o dom de Deus.
Um cristão acabará por se desviar se não agir de acordo com seu dom ou
chamado, assim como um músculo se atrofia pela falta de uso. Um crente ocioso se
isola, e se torna presa fácil do inimigo.
Ao estudar a vida de grandes homens e mulheres de Deus, descobri que aqueles
que caíram haviam se tornado ociosos ou negligentes em relação ao seu chamado.
Talvez eles ainda estivessem ministrando, mas faziam isso debaixo do ímpeto natural
conquistado pelos seus anos anteriores no ministério. Eles começaram a usar o dom
de Deus em benefício próprio, e não para proteger e servir a outros.
O Rei Davi caiu em pecado no momento em que deveria estar na batalha.
Decorrido um ano, no tempo em que os reis costu-
mam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus
servos, com ele, e a todo o Israel, que destruíram os
filhos de Amom e sitiaram Rabá; porém Davi ficou
em Jerusalém.
- 2 Samuel 11:1
Davi era rei. Deus o havia feito rei para pastorear e proteger Israel. Era tempo
dele guerrear, e não de ficar em casa em Jerusalém desfrutando das recompensas das
vitórias passadas. Ele estava relaxando, desfrutando dos benefícios de seus esforços
anteriores. Entediado, ele estava observando seus domínios da varanda quando viu
Bate-Seba banhando-se. E o final da história todos nós conhecemos.
A questão aqui é uma só: não estamos aqui para tirar férias. Nossas vidas nem
sequer nos pertencem, pois até mesmo elas foram compradas e nos foram devolvidas
para administrar. Somos residentes temporários e não habitantes permanentes. Muitas
pessoas agem como se esta vida fosse o seu destino final!
Jesus disse: "A Minha comida consiste em fazer a vontade daquele que Me
enviou e realizar a Sua obra" (Jo. 4:34). Esta também deveria ser a nossa dieta. Jesus
sabia o que era necessário para manter a Sua força. A nossa força vem da comida,
tanto física quanto espiritual. Se deixamos de fazer a Sua vontade, usando as Suas
provisões em benefício próprio, ficamos esgotados e perdemos as forças, assim como
aconteceria se parássemos de comer. Quando perdemos a força, achamos mais fácil
caminhar com este mundo, e não contra ele. Nós nos tornamos obstinados, ego-
cêntricos, autoconscientes e egoístas.
Temos uma grande responsabilidade. Não devemos ser pessoas que
simplesmente vão à igreja, não aplicam nada em suas vidas e engordam com a
Palavra de Deus. O Senhor nos adverte em Ezequiel 34:20: "Eis que Eu mesmo
julgarei entre ovelhas gordas e ovelhas magras".
Quem são as ovelhas gordas? Aquelas que se servem das coisas boas de Deus,
negligenciando as outras pessoas. Veja como Deus descreve a ovelha gorda:
Acaso não vos basta a boa pastagem? Haveis de pisar
aos pés o resto do vosso pasto? E não vos basta o
terdes bebido as águas claras? Haveis de turvar o
resto com os pés? Visto que com o lado e com o
ombro, dais empurrões e, com os chifres, impelis as
fracas até as espalhardes fora, eu livrarei as minhas
ovelhas, para que já não sirvam de rapina, e julgarei
entre ovelhas e ovelhas.
- Ezequiel 34:18,21-22
Os dons de Deus não estão à nossa disposição para cometermos excessos. Deus
nos testará com a Sua bondade. Devemos usar a capacidade de Deus em nossa vida
para servir àqueles que são fracos, jovens ou incapazes, para que o corpo possa ser
completo.
Não me interprete mal. Está certo que desfrutemos dos frutos do nosso
trabalho. Deus nos dá descanso e refrigério. Mas quando o nosso foco gira em torno
de nós mesmos, nos tornamos gordos e descuidados. Os dons e talentos usados
somente para servir a nós mesmos não são multiplicados.
Cada parte do seu corpo é responsável pelas outras partes. Se as suas pernas se
recusassem a trabalhar, todo o seu corpo sofreria. Se os seus pulmões ou o seu
coração decidissem parar, os seus outros membros pereceriam! Se Satanás conseguir
fazer com que coloquemos o foco em nós mesmos em vez de servirmos aos outros,
então todo o corpo sofrerá.
3. O dom é uma porção da multiforme graça de Deus.
A palavra-chave aqui é multiforme ou "de muitas formas". Pedro divide os dons em
duas categorias principais. A primeira é o oráculo, ou o dom de falar; a segunda, o
ministério ou o dom de servir. "Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de
Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre" (1Pe. 4:11).
Paulo divide ainda mais estas duas categorias.Veja esta passagem do livro de
Romanos:
Porque assim como num só corpo temos muitos
membros, mas nem todos os membros têm a mesma
função, assim também nós, conquanto muitos, somos
um só corpo em Cristo e membros uns dos outros,
tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que
nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da
fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o
que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-
o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o
que preside, com diligência; quem exerce
misericórdia, com alegria.
- Romanos 12:4-8
Sob a categoria dos oráculos temos a profecia, o ensino, a exortação e a
liderança; sob a categoria do serviço estão o ministério (servir), a contribuição e a
misericórdia.
Deixe-me interromper este ponto. Você não deve estar em uma posição de
oráculo, ou de liderança, até que tenha provado ser fiel em servir alguém que está
nessa posição. Muitos querem liderar e pregar, mas não renderam suas vidas para
servir. Não importa o quanto sejam talentosos, fazer isso é um desserviço, um
prejuízo tanto para eles quanto para os que estão sob os seus cuidados. Se o caráter
deles não for desenvolvido pelo serviço, eles usarão sua posição de liderança para
dominar sobre as pessoas.
Já vi dois extremos resultantes da falta de entendimento. O primeiro está
relacionado àqueles que têm a si mesmos em mais alta consideração do que
deveriam. Interpretando erroneamente que o oráculo é o único fim, eles pensam que
esse é o ponto mais alto do ministério e não acreditam que haja nenhuma outra forma
de servir a Deus.
Isto está incorreto."Porque também o corpo não é um só membro, in,is muitos...
Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o
olfato?" (1 Co 12:14,17).Todos querem ser a boca, mas cada parte é importante. Sem
o ministério de ajuda, o ministério de oráculo está limitado. As pessoas tentam se
mover no dom que desejam, rui vez de agirem de acordo com o dom que possuem!
No outro extremo estão aqueles que pensam que o ministério está limitado aos
pregadores ou à equipe ministerial. Esta mentalidade aleija o corpo, fazendo com que
ele funcione de forma deficiente.
Paulo explica: "Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais
fracos são necessários; e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos
muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos de especial
honra" (1 Co 12:22-23). Isto eleva a importância dos que não são percebidos. Deus
fez com que aqueles que não são vistos sejam ainda mais importantes do que aqueles
que são vistos. Sem eles, não haveria a função de andar ou falar.
O livro de Atos demonstra como a igreja primitiva lidava com a questão dos
dons. Os cristãos primitivos percebiam que havia muito mais envolvido no ministério
do que pregar, curar, libertar e profetizar. Atos 6 menciona que algumas viúvas da
igreja de Jerusalém eram negligenciadas, lilás precisavam de alimentos e de ajuda
com outras necessidades diárias.
Quando isto chamou a atenção da liderança, eles reagiram: "Mas irmãos,
escolhei dentre vós homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos
quais encarregaremos deste serviço" (At. 6:3). Eles encontraram homens que
atendiam a estas qualificações e os levaram à presença dos apóstolos. "E estes,
orando, impuseram-lhes as mãos. Crescia a Palavra de Deus, e, em Jerusalém, se
multiplicava o número dos discípulos" (At. 6:6-7).
O que aconteceu quando os apóstolos impuseram as mãos sobre eles? O dom
de servir foi transmitido, e o resultado foi que a Palavra de Deus se espalhou e os
discípulos se multiplicaram. Aqueles homens estavam operando no dom que lhes
havia sido dado. Que fato impressionante. Homens servindo viúvas fizeram com que
a Palavra de Deus se espalhasse e os discípulos se multiplicassem grandemente!
Creio que um dos grandes motivos pelo qual as nossas igrejas não estão
crescendo e se multiplicando é porque nem todas as pessoas (congregações e líderes)
estão se movendo nos seus dons. O livro de Atos demonstra ainda como um líder que
está operando nos dons pode trazer um número limitado de pessoas à salvação, mas
quando toda a igreja se envolve, os resultados são muito maiores.
Logo após o Dia de Pentecostes, quando Pedro pregou, houve "... um acréscimo
naquele dia de quase três mil pessoas" (At. 2:41, ênfase do autor; ver também v. 47).
Quando Pedro andava pelas ruas de Jerusalém sob a unção de cura, "crescia mais e
mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor" (At.
5:14, ênfase do autor).
Mas quando os crentes começaram a ensinar todos os dias em cada casa (At.
5:42), então a igreja começou a se "multiplicar" (At. 6:1). O próximo passo foi os
crentes começarem a servir, o que foi iniciado com o ministério às viúvas. Depois
desse ponto, a igreja "se multiplicava grandemente" (At. 6:7).
Atualmente, os pastores praticamente imploram por voluntários. Que triste!
Não se vê os líderes no Livro de Atos pedindo voluntários. Eles levavam essas
posições de serviço tão a sério que procuravam homens qualificados para servirem às
mesas - qualificados quanto ao caráter, e não quanto ao talento. Então eles eram
indicados. Quanta importância eles davam a algo que hoje consideramos trivial!
A Responsabilidade de Ser Fiel
O que aconteceria se todos os crentes operassem no seu lugar? Que coisas tremendas
veríamos! O avivamento não é para os pregadores, mas para todo o corpo — quando
cada pessoa assumir a sua posição.
Lembre-se: o dom 6 a habilidade que Deus nos dá. Não somos responsáveis por
aquilo que não nos foi confiado. A perna não é responsável pela vista. Ainda assim, a
vontade de Deus só pode ser realizada pela capacitação do Espírito. "Não que, por
nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo
contrário, a nossa suficiência vem de Deus" (2 Co 3:5).
É a operação conjunta desses dons que o inimigo quer paralisar. Quando ele
tem êxito nisso, pode impedir o nosso crescimento! Ele sabe que não pode impedir
Deus de nos dar esses dons, assim, ele visa atacar a nossa liberdade de exercê-los. A
intimidação é a principal forma pela qual ele faz isto.
P a r t e 2
Revelando a Intimidação
CA P Í TU L O  5 
Dons Adormecidos
Por que tantos de nós são ineficazes?
Já definimos que todo crente possui uma posição de autoridade que vem com
os talentos ou dons dados por Deus e está oculto em Cristo Jesus, acima de toda
autoridade demoníaca. Então, por que tantos de nós são ineficazes? Para responder a
isto, vamos ler novamente o lembrete de Paulo a Timóteo:
Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom
de Deus que há em ti pela imposição das minhas
mãos.
-2 Timóteo 1:6
A palavra grega para "reavivar" é anazopureo, que significa "acender de novo
ou manter a chama acesa" (dicionário Vine). Se Paulo teve de encorajar este jovem
para reavivar ou acender o dom (charisma), é porque ele havia ficado adormecido! O
dom não opera automaticamente. Como um fogo, ele precisa ser reavivado e mantido
aceso!
Há pessoas que têm um coração puro e intenções sinceras que acreditam que se
Deus quer que alguma coisa aconteça, ela simplesmente acontecerá. Mas isto não é
verdade. Em 1795. Edmund Burke escreveu: "A única coisa necessária para que o
mal triunfe é que os homens bons nada façam".
Timóteo tinha um coração puro. Você se lembra de como Paulo exaltou o seu
caráter? "Porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos
vossos interesses; pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo
Jesus. E conheceis o seu caráter provado" (Fp. 2:20-22). No entanto, foi Paulo quem
o advertiu por duas vezes a não negligenciar o dom de Deus, fazendo com que ele
ficasse adormecido.
Então, há duas perguntas que precisamos responder: O que faz com que o dom
fique adormecido? E como podemos avivá-lo? Responderei à segunda pergunta em
um capítulo posterior, mas agora vamos dar uma olhada na primeira. O que faz com
que o dom de Deus fique adormecido?
A resposta está no versículo a seguir:
Por este motivo, te lembro que despertes o dom de
Deus, que existe em ti, pela imposição das minhas
mãos. Porque Deus não nos deu o espírito de temor,
mas de fortaleza, e de amor e de moderação.
- 2 Timóteo 1 :6-7, ARC
A palavra grega para temor é deilia. Essa palavra implica timidez e covardia, e
nunca é usada em um bom sentido nas Escrituras (dicionário Vine). Olhando
novamente o versículo 7 na versão da Sociedade Bíblica Britânica, vemos:
Pois Deus não nos deu o espírito de timidez.
Os tradutores dessa versão concluíram que timidez é a palavra mais precisa
para este versículo, e eu também. De acordo com essa versão, Paulo está dizendo a
Timóteo: "O seu dom de Deus está adormecido por causa da timidez". Sem alterar o
significado, eu poderia dizer:
Timóteo, o dom de Deus em você esta adormecido por
causa da intimidação!
Os crentes que estão intimidados perdem a sua autoridade no espírito por
omissão; conseqüentemente, o dom deles - a habilidade de Deus neles - fica
dormente e inativo. Embora esteja presente, não está em operação.
Quando aquele presbítero me disse que os líderes de louvor e adoração
acharam que eu estava sendo muito duro com eles, fiquei intimidado. I >e repente, o
dom de Deus ficou inoperante, e eu não preguei debaixo da unção como havia feito
nos dezoito cultos anteriores. A vida de Deus pareceu ter ido embora. A confusão se
instalou; perdi meu poder de decisão; já não queria encarar as pessoas. Por quê?
Porque fiquei intimidado, e assim, renunciei à autoridade que me havia sido dada por
Deus.
Definindo a Intimidação
Agora, vamos ver as definições de intimidar e intimidação. O dicionário Oxford
English define intimidar da seguinte forma:
1. Tornar tímido
2. Inspirar medo
3. Aterrorizar, amedrontar
O dicionário Merriam- Webster}
s Collegiate (10a
edição) define intimidar
como:
Desencorajar, coagir, ou suprimir por ameaça (ou como se por ameaça) 3
O dicionário Oxford English define intimidação como:
1. O ato de intimidar ou amedrontar
2. O fato ou condição de ser intimidado
3. O uso de ameaça ou violência para forçar ou impedir uma ação
O objetivo da intimidação é impedir você de agir, coagi-lo ou forçá- lo a se
submeter. A intimidação quer subjugar você com um sentimento de inferioridade e
medo. Quando você recua e se submete, seja consciente ou inconscientemente, passa
a ser escravo do intimidador. Você já não é mais livre para realizar a vontade de
Deus, mas está condenado aos desejos do intimidador que o capturou.
Conseqüentemente, o dom de Deus - a habilidade espiritual de Deus que opera
em você - torna-se inoperante. Agora, a sua autoridade foi arrancada de você para ser
usada contra você e contra aqueles que estão na sua esfera de influência.
A origem da intimidação é o medo, que tem suas raízes no nosso adversário, o
diabo. Ele é o gerador de todo medo e timidez (Gn. 3:1-10, principalmente o v. 10).
Ele nos atacará através de pensamentos, imaginações e visões, ou usará
circunstâncias e aqueles que estão sob a sua influência para nos intimidar. Em
qualquer destas hipóteses, ele tem um único objetivo: controlar-nos e limitar-nos.
Elias Intimidado?
O profeta Elias operava com um poder tremendo. Ele compareceu com ousadia
diante de um rei maligno que não tinha temor a Deus e declarou: "Nem orvalho nem
chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra" (1Rs. 17:1). Ele não teve medo
deste rei ímpio.
Ele passou os anos que se seguiram vivendo milagrosamente. Primeiro, foi
alimentado por corvos; depois, foi sustentado por uma viúva cujo alimento e cujo
azeite não se acabavam embora a fome e a inanição cercassem a todos. O filho dessa
viúva morreu de repente, e Deus ouviu a oração de Elias, ressuscitando o menino dos
mortos. Este era um homem que tinha um ministério poderoso.
Depois de um longo período, Elias compareceu novamente perante o rei. O rei
o culpou pelas dificuldades e sofrimentos decorrentes da seca r saudou-o dizendo:
"És tu, ó perturbador de Israel?" (1 Rs. 18:17).
Elias respondeu com ousadia: "Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a
casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins"
(1Rs. 18:18). Então, ele ordenou que o rei reunisse os quatrocentos e cinqüenta
profetas de Baal e os quatrocentos profetas de Asera e os levasse ao Monte Carmelo
- juntamente com toda a nação de Israel.
No dia do confronto, todo o Israel se reuniu para ver quem era o verdadeiro
Deus! Elias desafiou com ousadia os profetas de Baal e Asera para oferecerem um
sacrifício aos seus deuses ao mesmo tempo em que ele oferecia um sacrifício ao
Senhor. "E o deus que responder por fogo, esse é que é Deus", declarou Elias (1Rs.
18:24).
O Senhor Deus respondeu com fogo, e o povo de Israel se prostrou sobre seus
rostos e se voltou para Deus. Então, sob as ordens de Elias, eles mataram todos os
oitocentos e cinqüenta falsos profetas.
Em seguida, Elias proclamou que iria chover, orando ardentemente e
chamando isto à existência quando não havia sinal de chuva. Dentro de minutos, o
céu ficou negro, e caiu uma forte chuva. Enquanto Acabe fugia para o seu palácio, a
mão de Deus veio sobre Elias, e ele ultrapassou a carruagem de Acabe.
Este foi apenas um dia na vida de Elias. A nação mudou de atitude; os maus
foram mortos; a longa seca terminou. Elias pôde ouvir claramente a voz de Deus,
agir de acordo com ela e ver grandes milagres.
Confrontado pela Esposa do Rei
Nesse mesmo dia, contudo, a mulher de Acabe, Jezabel, ouviu o que havia sido feito
aos seus profetas, e enviou uma mensagem a Elias: "Façam-me os deuses como lhes
aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um
deles" (1Rs. 19:2). Ela estava furiosa com ele porque aqueles eram os seus profetas,
que pregavam a sua mensagem. Agora, veja a reação de Elias:
Temendo, pois, Elias, levantou-se e, para salvar sua
vida, se foi, e chegou a Berseba, que pertence a Judá;
e ali deixou o seu moço. Ele mesmo, porém, se foi ao
deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou de-
baixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse:
"Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não
sou melhor do que meus pais!".
- 1 Reis 19:3-4
No mesmo dia em que venceu uma batalha tão grande, Elias fugiu para salvar
sua vida. Ele ficou tão intimidado e desanimado por causa de Jezabel que desejou
morrer. O propósito da intimidação dela era impedir que Elias concluísse o
propósito de Deus. Ela queria reverter a sua influência sobre a nação. Ela queria vê-
lo destruído e fora do caminho. Embora não pudesse matá-lo, ainda assim ela
realizou um de seus objetivos aterrorizando-o para que fugisse e desejasse a morte.
Inconscientemente, ele estava cooperando com o plano dela. Se Elias tivesse visto as
coisas com mais clareza, jamais teria fugido.
Os Sintomas da Intimidação
O espírito de intimidação desencadeia a confusão, o desânimo e a frustração. O seu
objetivo é fazer com que você perca a perspectiva apropriada. Tudo parecerá
avassalador, difícil ou mesmo impossível. Quanto mais forte a intimidação, maior o
desânimo e a falta de esperança. Se a intimidação não for confrontada
imediatamente, ela fará com que você faça coisas que jamais faria se não estivesse
sob a sua influência. Este é exatamente o objetivo da intimidação.
Examinando as situações em que fui atacado por um espírito de intimidação,
posso me identificar com o que Elias deve ter sentido. Antes de entender como a
intimidação funcionava, eu me sentava em meu quarto de hotel sentindo-me
desanimado e sem esperança. Eu me perguntava: De que adianta tudo isto? Quem
você pensa que é? Algumas vezes eu tinha esses pensamentos até na manhã seguinte
após um grande culto.
Lembro-me de uma vez em especial em que não consegui fazer absolutamente
nada o dia todo. Eu não conseguia tirar aquele peso de cima de mim. Orava, mas
parecia que Deus não estava em lugar algum. Assim como aconteceu com Elias, o
meu foco havia se voltado para mim e unicamente para mim. Eu me sentia ineficaz e
considerava meu ministério inútil. Foi por isso que Elias disse: "Basta, toma agora, ó
Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais!" (1 Rs. 19:4).
No fim desse dia especialmente desanimador, Deus me mostrou como Elias
havia sido intimidado por Jezabel. Finalmente reconheci que meu comportamento
era exatamente o que este espírito de intimidação e desânimo queria que eu tivesse.
Ele queria que eu abrisse mão do que Deus havia me enviado para fazer. Havia
pessoas na igreja que não gostavam da mensagem de arrependimento e santidade que
Deus me havia dado para entregar.
Imediatamente pude ver a raiz dos sintomas contra os quais havia lutado
durante todo o dia - o espírito de intimidação. Libertei-me com ousadia e me senti
livre da confusão e da frustração. Tivemos um culto poderoso naquela noite! Mais
tarde, explicarei como confrontar o espírito de intimidação. Mas agora, vamos dar
mais uma olhada na vida de Elias para ver como reconhecê-lo.
0 que Você está Fazendo Aqui?
Elias foi destituído da sua autoridade quando não confrontou a intimidação de
Jezabel de frente. Como resultado, o seu dom ministerial para a nação foi suprimido,
e ele seguiu em uma direção que não era da vontade de Deus. Estou certo de que ele
parecia um homem inteiramente diferente enquanto fugia do confronto para o qual
havia corrido mais cedo. Ele se dirigiu para a direção oposta, deixando seu servo e
correndo por quarenta dias e noites até o Monte Horebe.A primeira coisa que ele
ouviu Deus dizer ao chegar foi:"0 que você está fazendo aqui, Elias?" (1 Rs. 19:9,
NVI).
Você pode imaginar? Ele está desanimado até à morte, exausto por correr
quarenta dias em um estado de depressão. E Deus pergunta: "Por que você está
aqui?" Será que Deus estava dizendo: "Por que você fugiu do seu posto e se
escondeu aqui?".
Você pode estar pensando: Bem, Deus enviou o anjo que deu a Elias os dois
bolos para que ele pudesse correr quarenta dias e quarenta noites. Por que Deus
perguntaria: "O que você está fazendo aqui?".
Deus sabia que Elias estava determinado a correr. Quando um homem tem em
seu coração a decisão de fazer alguma coisa, muitas vezes Deus deixará que ele a
faça mesmo que não seja a Sua vontade perfeita.
Deus fez o mesmo com Balaão quando Balaque, rei de Moabe, pediu-lhe para
amaldiçoar Israel. O Senhor disse a Balaão para não ir. Mas Balaão voltou e
perguntou a Deus pela segunda vez, e pareceu que Deus havia mudado de opinião.
Ele disse a Balaão para ir.
Na manhã seguinte, Balaão colocou a sela sobre sua mula para partir, e a
Bíblia diz: "Acendeu-se a ira de Deus, porque ele se foi" (Nm. 22:22). Um anjo de
Deus veio para matá-lo.
Por que Deus lhe disse para ir e depois ficou zangado quando ele foi? Deus
deixou Balaão ir porque conhecia o seu coração. Ele sabia que Balaão queria a honra
e o dinheiro que Balaque estava oferecendo mais do que queria obedecer a Deus.
Quando um homem dispõe o seu coração para fazer algo, Deus não o impedirá,
mesmo que esta não seja a Sua vontade perfeita.
Este foi o caso de Elias. Deus desejava que ele voltasse e confrontasse Jezabel
como havia feito com os profetas de Baal. Isto completaria o que havia sido iniciado
no Monte Carmelo. Mas Elias não queria enfrentá-la. Ele queria sair da pressão que
estava sobre ele. Então, Deus enviou um anjo até ele para lhe dar o alimento
necessário para a sua jornada. Deus esperaria e trataria com a intimidação de Elias
quando ele chegasse ao Monte Horebe.
Aquele que Está Por Trás de Tudo
O trabalho que Deus havia começado através de Elias não podia ser concluído até
que Jezabel fosse confrontada. Ela estava exatamente na raiz do problema de Israel.
A Bíblia diz:"Ninguém houve, pois, como Acabe, que se vendeu para fazer o que era
mau perante o Senhor, porque Jezabel, sua mulher, o instigava" (1 Rs. 21:25). O
Senhor teria sido com Elias se ele não tivesse fugido, assim como havia sido com ele
no Monte Carmelo. Mas ele ficou intimidado por Jezabel e foi destituído da sua
autoridade. () dom para completar a tarefa estava adormecido.
Agora, veja o que Deus diz a Elias depois de perguntar duas vezes por que ele
estava ali.
Disse-lhe o Senhor: "Vai, volta ao teu caminho para o
deserto de Damasco e, em chegando lá, unge a Hazael
rei sobre a Síria. A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre
Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá,
ungirás profeta em teu lugar. Quem escapar à espada de
Hazael, Jeú o matará; quem escapar à espada de Jeú,
Eliseu o matará".
-1 Reis 19:15-17
Observe que Ele disse a Elias para ungir Eliseu profeta em seu lugar e para
ungir Jeú rei sobre Israel. Deus tinha dois outros homens que não fugiriam de
Jezabel. Eles completariam a sua tarefa.
A obra que Elias havia começado foi colocada em compasso de espera
enquanto ele fugia da intimidação de Jezabel. Lembre-se, Jezabel era a influência
motivadora por trás da maldade que havia se infiltrado em Israel. Se a má influência
de um líder não for confrontada e não for dado um fim nela, é apenas questão de
tempo até que a maldade se infiltre até alcançar os que estão sob a sua autoridade.
Jesus ensinou este princípio: "Ninguém pode entrar na casa do valente para
roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe
Quando esses líderes tomaram conhecimento de seus planos, Neemias contou:
"eles zombaram de nós e nos desprezaram" (Ne. 2:19). Eles não apenas tentaram
desencorajar Neemias e seus homens, como também tentaram fazer com que eles
parecessem tolos aos olhos do povo. Eles zombaram deles com declarações
depreciativas. "Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derribará o seu muro de
pedra" (Ne. 4:3).
Muitas vezes as pessoas tentam intimidá-lo rindo de você ou fazendo pouco do
que você está fazendo. Elas podem zombar de você e questionar a sua capacidade de
realizar tudo o que Deus colocou em seu coração. Elas podem fazer isso na sua
frente, ou podem semear perguntas e zombaria no meio de outras pessoas. Ou talvez
não seja uma pessoa ou um grupo que resista a você, mas você pode estar lutando
contra a sua própria mente, enquanto ela é bombardeada com pensamentos do tipo:
O que as pessoas vão pensar? Será que elas vão rir de mim? Será que vou
fracassar?
Nesta situação, é importante sabermos o que Deus nos instruiu a fazer,
lembrando que Ele "escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes"
(1 Co 1:27). O que o homem considera insignificante, Deus usa para realizar o
impossível. Então, Ele recebe toda a glória!
Neemias jejuou e orou até ter a mente do Senhor. Assim ele pôde refutar com
ousadia os seus adversários. "O Deus dos céus é quem nos dará bom êxito; nós, Seus
servos, nos disporemos e reedificaremos; vós, todavia, não tendes parte, nem direito,
nem memorial em Jerusalém" (Ne. 2:20).
Quando perceberam que não podiam impedir Neemias, e que os israelitas
estavam avançando na sua obra, eles ficaram enfurecidos. Eles não estavam mais
rindo, porque já não era mais engraçado. Eles planejaram confundir todo o projeto
atacando a cidade (Ne. 4:7-8).
A ira é outra arma de intimidação. Ela será exercida contra você para paralisá-
lo ou detê-lo. Dessa ira podem vir ameaças flagrantes ou sutis. Esta distração é uma
arma muito eficaz de intimidação. Observei muitas vezes as pessoas recuarem do
que sabiam ser certo ou do que deveriam fazer, a fim de evitar a ira dos outros. Elas
abriam concessões especiais para manter uma falsa paz.
Pressão por Dentro e por Fora
Neemias não teve de enfrentar apenas este ataque dos estrangeiros pagãos, mas
também teve problemas que surgiram entre os seus próprios homens com relação às
condições que todos eles enfrentavam. Muitas vezes, quando Deus nos convoca,
enfrentamos resistência e oposição vindas de dentro e de fora.
Os homens de Neemias estavam ficando cansados. Eles estavam enfrentando
tantos escombros que aquilo estava impedindo o progresso deles (Ne. 4:10).
Também havia outro problema. Os trabalhadores ricos estavam pressionando
financeiramente as famílias que estavam em débito, cobrando grandes somas de
juros sobre os campos que essas famílias cultivavam (Ne. 5:1-8). Isto desanimou os
homens cujas famílias estavam sofrendo. Estes problemas internos tornaram ainda
mais difícil resistir à coerção e ao desânimo por parte dos inimigos deles.
Intimidação por Todos os Lados
Já passei por situações assim. Quando comecei a viajar, pediram-me para ajudar
uma igreja que havia perdido seu pastor. Ela se situava em uma cidade pequena de
oitocentas pessoas no meio do nada. Depois de dois cultos, todos os adolescentes
dali haviam se arrependido e tido uma experiência com o poder de Deus, assim
como muitos adultos. Por causa do que Deus estava fazendo, a audiência dobrou
para quase cem pessoas. Minha esposa e eu sentimos tanta compaixão por aquelas
pessoas que nos oferecemos para cancelar as nossas próximas seis semanas de
reuniões e ficarmos para edificar um fundamento firme naquela igreja para
prepará- la para um novo pastor.
Algumas pessoas da diretoria não gostaram do que preguei. Um homem
estava contrariado porque quando chegamos para o terceiro culto,
Quando ficamos intimidados, abrimos mão da nossa posição de autoridade.
Consequentemente, o dom de Deus para servir e proteger permanece adormecido.
Terminamos inconscientemente apoiando a causa daquele que está nos intimidando.
Há muitos relatos no Antigo Testamento do povo de Deus recuando quando
deveria estar avançando. Como Paulo escreveu: "Estas coisas lhes sobrevieram como
exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins
dos séculos têm chegado" (1 Co 10:11). E mais uma vez aos Romanos: "Pois tudo
quanto, outrora, foi escrito, para o nosso ensino foi escrito" (Rm. 15:4). Citarei
muitos relatos do Antigo e do Novo Testamento neste livro, pois não podemos
entender plenamente as aplicações do Novo Testamento sem os exemplos do Antigo
Testamento. No próximo capítulo, veremos como a intimidação impede a obra de
Deus, não apenas na vida de um líder, mas também na vida do povo a quem ele
serve.
CA P Í TU L O  6 
Paralisado pela Intimidação
Uma pessoa intimidada honra aquilo que teme mais do que a Deus.
A intimidação nos paralisa na esfera do espírito. Ela faz com que
comprometamos o que sabemos ser certo. Ela faz com que permitamos ou toleremos
aquilo que, sob outras circunstâncias, não apoiaríamos.
Um exemplo encontra-se na história de Eli e seus filhos. Antes de Israel se
tornar uma monarquia, era governada por juízes que Deus levantava em momentos
críticos da história da nação. De acordo com a Bíblia Dake, Eli era o décimo quinto
juiz de Israel. Ele não apenas julgava, como também era o sétimo sumo sacerdote.
Ele julgou Israel por quarenta anos. Seus dois filhos, Hofni e Finéias, também eram
sacerdotes. Agora vamos dar uma olhada na atmosfera espiritual sob a liderança de
Eli:
Naqueles dias, a palavra do Senhor era mui rara; as
visões não eram freqüentes.
-1 Samuel 3:1
A "palavra do Senhor" mencionada aqui não são as Escrituras escritas, pois os
israelitas tinham a Tora. Este versículo se refere ao dis-
Permanecia apenas uma lembrança distante de Deus talando abertamente ao Seu
povo. O autor do livro agora estava em silêncio. A Sua voz raramente era ouvida.
Então, por que Deus estava tão quieto? Encontramos a nossa resposta no
capítulo 2:
Quebrando as cadeias da intimidação
Quebrando as cadeias da intimidação
Quebrando as cadeias da intimidação
Quebrando as cadeias da intimidação
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Quebrando as cadeias da intimidação

  • 1.
  • 2. J O H N B E V E R E QUEBRANDO ASCADEIASDA INTIMIDAÇÃO
  • 3. Digitalizado em Outubro de 2013, à partir da 3ª reimpressão brasileira. por Samek Ocimas, Jundiaí - 2013 nnnnhhster@gmail.com
  • 4. Meu mais profundo agradecimento.. À minha esposa Lisa. Depois do Senhor, você é a minha amiga mais querida. Sou eternamente grato ao Senhor pelo privilégio de ser casado com você. Obrigado pelas horas dedicadas a editar este livro comigo. Eu a amo, querida. Aos nossos quatro filhos... A Addison, sou grato pelo seu coração manso. Você realmente faz jus ao seu nome, "digno de confiança". A Austin, sou grato pelo seu amor sem egoísmo e pela sua sensibilidade. A Alexander, amo o jeito como você ilumina o ambiente com a sua presença. A Arden, você nos dá uma imensa alegria. A John e Kay Bevere, pelos pais fiéis ao Senhor que são. Sou muito feliz por Deus ter me permitido ser seu filho. Amo vocês. À equipe da Messenger International, obrigado pelo seu apoio e fidelidade. Meu agradecimento especial a John Mason, um verdadeiro amigo que realmente se alegra com o sucesso dos outros. A toda equipe da Charisma Mouse que trabalhou conosco e tanto apoiou o nosso ministério.Todos vocês são parceiros especiais e amigos do ministério. E o que é mais importante, minha sincera gratidão ao nosso Pai do céu pelo Seu amor infalível, ao nosso Senhor Jesus por Sua graça, verdade e amor, e ao Espírito Santo por Sua fiel direção durante este projeto.
  • 5. Mensagem do Autor Quando estava escrevendo este livro, Deus falou comigo profeticamente, dizendo: Muitos dos que são chamados ao Meu grande exército de crentes dos Últimos Dias estão presos pela intimidação. Eles têm corações puros diante de Deus e diante dos homens; no entanto, assim como Gideão na antigüidade, estão sendo mantidos cativos pelo temor dos homens (Jz. 6-8). Os dons que Eu coloquei neles estão adormecidos. Eu ungirei a mensagem deste livro para libertar multidões desses homens. Eles se levantarão e me obedecerão destemidamente. Eles serão guerreiros valorosos e conquistarão grandes vitórias na força do seu Deus.
  • 6. Índice Prefácio Introdução Parte I Estabelecendo a Sua Posição Espiritual Ande na sua Autoridade Posição Espiritual e Autoridade Espiritual Dois Extremos Dons Transmitidos Parte II Revelando a Intimidação Dons Adormecidos Paralisado pela Intimidação O Espírito de Intimidação
  • 7. Parte III Quebrando as Cadeias da Intimidação Reavive o Dom A Raiz de Intimidação Desejar Não Basta Temor de Deus x Temor do Homem Ação ou Reação? O Espírito de Moderação Prossiga para o Alvo Epílogo Notas Bibliografia
  • 8. Prefácio Tenho tido o privilégio de conhecer John Bevere como colega de ministério e caro amigo por muitos anos. Creio de todo o meu coração que Deus o levantou para trazer uma mensagem de vitória, fé e esperança para esta geração. Em Quebrando as Cadeias da Intimidação, John Bevere traz uma mensagem oportuna e muito necessária ao corpo de Cristo. Precisamos usar os dons que Deus nos deu para alcançar o mundo. Em vez disso, porém, muitos de nós estão recuando por causa de ataques sutis (e outros não tão sutis) à nossa autoridade em Cristo. Satanás preparará as circunstâncias e usará pessoas para paralisar o dom de Deus em você de todas as formas que puder. A Palavra de Deus traz muitos exemplos de crentes que foram intimidados e romperam caminho rumo à vitória — Josué, Gideão, Neemias e Davi, para citar apenas alguns. A Bíblia diz: Toda arma forjada contra ti não prosperará. - ISAÍAS 54:17
  • 9. Através deste livro e do poder do Espírito Santo, todo crente poderá romper as cadeias da intimidação e seguir rumo à vitória. Que Deus possa levantar nesta geração um exército de guerreiros que não recuarão jamais! -JOHN MASON Autor do livro (Derrotando um Inimigo Chamado Mediocridade - Mensagens de inspiração para chegar ao sucesso fugindo do lugar comum)
  • 10. Introdução Inúmeros cristãos lutam contra a intimidação, no entanto, a maioria combate os seus efeitos em vez de lutar contra a sua origem. Imagine uma linda casa com móveis caros, mas sem uma parte dotelhado. Uma chuva forte vem e inunda toda a casa; quase tudo é arruinado. São necessários dias para remover todos os móveis, cortinas e tapetes sujos e danificados. Em seguida, o proprietário trabalha com diligência para substituir tudo que foi destruído. Quando o seu trabalho está quase completo, outra tempestade destrói toda a restauração que ele fez no interior da casa. E apenas uma questão de tempo até que a chuva destrua tudo, e a cada tempestade, sua força e seus recursos se esgotam. Desanimado, ele finalmente interrompe seu trabalho e se contenta com o que acredita ser o seu destino nesta vida. E claro que isto parece absurdo.Você provavelmente está pensando: Por que ele não conserta o telhado e depois restaura o que foi perdido? Que tolice! Entretanto, este cenário descreve a forma como muitas pessoas lutam contra a intimidação. Elas se esforçam para corrigir os seus efeitos — o desespero, o desânimo, a confusão, a desesperança, e daí por diante — em vez de quebrarem o poder da intimidação! Alguns lutam contra a intimidação procurando conselheiros para aprenderem a lidar com os seus medos. Outros se resignam a viver como escravos da timidez, com medo de terem a esperança de ser livres. Nos dois casos, eles se acostumam a viver em uma casa com um furo no telhado e móveis molhados. Outros buscam o
  • 11. isolamento. Sem esperança, todos eles acabam abandonando completamente sua encharcada residência. A mensagem deste livro não ensinará você a lidar com o problema. Fia compartilhará o caminho de Deus para a libertação total de todo medo e intimidação. Então, você poderá cumprir o chamado de Deus para a sua vida. Passei muitas horas em meu computador trabalhando neste livro, e pedindo ao Senhor para me guiar enquanto eu escrevia. Certa manhã, enquanto estava trabalhando, senti a presença do Senhor entrar no quarto. Levantei-me do computador e comecei a andar e a orar. Enquanto orava, o Espírito do Senhor veio sobre mim para profetizar, e foram estas as palavras que saíram dos meus lábios: Filho, muitos dos que são chamados ao Meu grande exército de crentes dos Últimos Dias estão presos pela intimidação. Eles têm corações puros diante de Deus e diante dos homens; no entanto, assim como Gideão na antigüidade, estão sendo mantidos cativos pelo temor dos homens (Jz. 6-8). Os dons que Eu coloquei neles estão adormecidos. Eu ungirei a mensagem deste livro para libertar multidões desses homens. Eles se levantarão e me obedecerão destemidamente. Eles serão guerreiros valorosos e conquistarão grandes vitórias na força do seu Deus. Este não é apenas um ensino teórico. Durante anos, fui cativo da intimidação. O maior obstáculo que enfrentei foi não saber qual era a origem dos meus problemas, até que Deus revelou este inimigo maligno. Desde então, Ele tem usado esta mensagem para libertar cristãos em todo o mundo. Um líder exclamou "Esta mensagem precisa estar nas mãos de todos os pastores do mundo!". Não e uma mensagem somente para os pastores, mas para todos na igreja. Não creio que este livro esteja em suas mãos por acaso. A medida que você for liberto, por favor, compartilhe esta mensagem com outros que precisem dela. Compartilhar esta mensagem fará com que ela seja fortalecida em você.
  • 12. Eu o encorajo a unir-se a mim em oração ao iniciar a sua aventura. Abra o seu coração, e diga estas palavras na presença de Deus: Pai, em nome do meu Senhor Jesus Cristo, peço ao Espirito Santo que revele a Tua Palavra a mim enquanto leio este livro. Por favor, revela e remove todas as inseguranças em minha vida, para que toda raiz de intimidação seja destruída. Que eu possa me aproximar mais de Ti e, com ousadia, testemunhar do meu Senhor Jesus Cristo.
  • 13. P a r t e 1 Estabelecendo a sua Posição Espiritual
  • 14. CA P Í TU L O  1  Ande na Sua Autoridade Ande na autoridade que lhe foi dada por Deus, ou alguém a tomará e a usará contra você. A medida que sirvo ao Senhor, percebo cada vez mais que Ele usa circunstâncias e pessoas para nos preparar para cumprir o Seu chamado para as nossas vidas. Em 1983, deixei minha carreira de engenheiro para entrar para o ministério de auxílio em tempo integral em uma igreja muito grande. Na minha posição, eu servia ao pastor, à sua esposa e a todos os ministros convidados que chegavam cuidando de várias tarefas, a fim de poder liberá-los para a obra que Deus os havia chamado a fazer. Depois de quatro anos, Deus me liberou para ser o pastor de jovens de outra grande igreja. Na semana em que eu deveria sair, um homem que também fazia parte da equipe disse à minha esposa que Deus havia lhe dado uma palavra para mim. Desde então, essa palavra tem ecoado em meus ouvidos como uma advertência, protegendo- me debaixo da sombra de sua sabedoria e força. Como acontece com qualquer palavra que procede realmente de Deus, ela se tornou um leme para o meu coração e um fundamento para me livrar da incerteza. Aquele homem advertiu minha esposa, dizendo: "Se o John não andar na autoridade que Deus lhe deu, alguém a tirará dele e a usará contra ele". Essa palavra exerceu um impacto imediato em mim. Reconheci-a como a sabedoria de Deus, mas
  • 15. não tinha o pleno entendimento sobre como aplicá-la. Esse conhecimento só viria ao longo dos anos que se seguiram. Uma Experiência Transformadora No início de 1990, o Senhor confirmou que o Seu chamado para a minha vida naquele tempo era viajar e ministrar. Depois de estar na estrada por pouco tempo, tive uma experiência transformadora através da qual finalmente compreendi as palavras de instrução que Deus havia me dado anos antes. Começamos a dirigir algumas reuniões em uma igreja em uma quarta-feira à noite e estávamos programados para continuar no domingo. O Espírito de Deus moveu-se de forma poderosa, e houve libertações muito fortes, curas e salvação. A presença de Deus nos cultos aumentava a cada noite. Na primeira semana, uma senhora envolvida no movimento Nova Era foi gloriosamente liberta. Essa libertação pareceu ser o catalisador que impulsionou as reuniões. Na semana seguinte, as pessoas começaram a vir de regiões a 150 quilômetros de distância para participar dos cultos. O pastor disse: "Não podemos encerrar estes encontros. Deus tem mais reservado para nós." Concordei, e continuamos por vinte e um cultos. A Palavra de Deus fluía como um rio que corria rapidamente, e os dons do Espírito se manifestavam em cada culto. Certa noite, durante a segunda semana de reuniões, estava pregando quando, de repente, virei para trás e encarei os músicos e cantores (havia cerca de vinte e cinco pessoas sobre a plataforma). Então declarei:"Há pecado nesta plataforma. Se você não se arrepender, Deus vai trazê-lo à tona". Depois de me ouvir dizer isso, pensei: Uau, de onde veio isto? Eu estava pregando há tempo suficiente para saber que há momentos em que a unção de Deus vem sobre você e de uma forma tão forte que você faz afirmações que seus ouvidos físicos só ouvirão depois de já terem sido ditas. Isso e pregação profética - quando falamos por inspiração divina.
  • 16. Minha mente começou a questionar o que eu havia dito, mas rapidamente expulsei esses pensamentos porque sabia que o que havia dito procedia de Deus. Eu não havia premeditado aquilo. A unção para pregar permanecia sobre mim de forma intensa. As multidões aumentavam a cada culto. Durante a terceira semana - mais uma vez, enquanto eu pregava - eu me voltei, apontei o dedo para os que estavam na plataforma e declarei com ousadia através da unção do Espírito Santo: "Há pecado nesta plataforma. Se você não se arrepender, Deus irá expor o pecado, e você será excluído!" Senti um aumento de autoridade e de segurança. Desta vez, não questionei, porque sabia que Deus estava dando início ao processo de retirar o pecado da Sua casa. Julgue ou Seja Julgado Quando o pecado entra em nossas vidas, o Espírito Santo nos convence e nos instrui. No entanto, se não dermos ouvidos, começaremos a nos tornar frios e cauterizados. Isto continuará até nosso coração não ser mais sensível a Ele. Então, para nos alcançar e nos proteger, ou para proteger aqueles que nos cercam, Deus enviará alguém para expor o que está errado. Ele não faz isso com o objetivo de nos constranger, mas sim para nos advertir e proteger. Se continuarmos nos recusando a ouvir, o julgamento virá sobre nós. "Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo" (1 Co 11:31-32). Deus irá tolerar o pecado durante um período, para nos dar tempo de nos arrependermos a fim de nos poupar da Sua disciplina. E até mesmo durante a Sua disciplina, o Seu desejo é que não sejamos condenados com o mundo. O filho pródigo caiu em si quando estava no chiqueiro. É melhor cair em si estando em um chiqueiro do que continuar em pecado e um dia ouvir o Mestre dizer: "Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade" (Mt. 7:23)!
  • 17. Se não nos arrependermos, sofreremos, embora não seja este o desejo de Deus para nós. Referindo-se a isso, Paulo disse: "Eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem [estão mortos]" (1 Co 11:30, AMP). O pecado ao final gera a morte espiritual e física. Senti que o Senhor estava disciplinando alguém na plataforma, tentando trazer aquela pessoa ao arrependimento. Mas eu não sabia quem era a pessoa a quem Ele estava convencendo do pecado. Um Ataque Sutil de Intimidação Na noite seguinte, quando o pastor e eu estávamos no gabinete nos preparando para dar início ao culto, um dos membros do conselho entrou e informou que os ministros de louvor e adoração pareciam estar deprimidos e negativos naquela noite. O pastor achou que eles estivessem apenas cansados devido a tantos cultos, e disse: "Diga a eles apenas para saírem e louvarem a Deus, e colocarem os seus sentimentos de lado". Olhei para o presbítero e disse: "Espere um instante. Há algo errado?". O presbítero respondeu: "Bem, eles acham que o senhor está sendo muito duro com eles. Eles acham que o senhor deveria se dirigir a eles em particular e não em público". Embora eu não estivesse ciente disso naquele instante, aquele foi um momento crucial. A autoridade que Deus havia me dado para servir e proteger estava sendo desafiada. O inimigo não estava satisfeito com o que estava acontecendo naquelas reuniões, e queria pôr um fim naquilo. Eu tinha uma opção, embora naquele instante não estivesse ciente disso. Eu poderia ceder à intimidação recuando no que havia dito aos ministros de louvor, perdendo assim a minha posição de autoridade; ou poderia permanecer na minha posição de autoridade, quebrando o poder da intimidação e mantendo-me firme sobre o que Deus havia dito.
  • 18. Imediatamente, pensei: John, por que você deixou aquelas pessoas constrangidas? Por que você não pregou simplesmente a sua mensagem sem virar para elas e apontar o dedo? Agora as pessoas da igreja estão tentando imaginar quem na plataforma está em pecado. E se ninguém estiver? Ou mesmo que haja pecado, e se ele nunca for exposto? As pessoas continuarão desconfiadas, e os que são puros vão sofrer com isso. Isto vai atrapalhar o andamento da igreja. Será que destruí o que foi feito de bom nesta igreja? Se fiz isso, ficarei com uma má reputação, e mal comecei meu ministério itinerante. Estes pensamentos atacavam minha mente sem cessar. Meus temores haviam começado a se concentrar em um pensamento: O que vai acontecer comigo? E assim que a intimidação muda o seu foco. O motivo: A raiz da intimidação é o medo, e o medo faz com que as pessoas se concentrem em si mesmas. O perfeito amor lança fora o medo porque o amor coloca o foco em Deus e nos outros, e nega a si mesmo (1Jo. 4:18). O pastor não disse nada. Nós três demos as mãos e oramos para que a vontade de Deus fosse feita naquele culto. Dirigimo-nos à plataforma como havíamos feito todas as noites durante as últimas três semanas. Durante o louvor, percebi que a palavra do Senhor não estava enchendo o meu coração. Não senti nenhuma direção, mas pensei: Deus é fiel, saberei o que dizer e fazer quando chegar ao púlpito. O louvor terminou, e enquanto o pastor fazia os anúncios, não ouvi nada em meu coração. Pensei: Vou me levantar e Deus me dará uma direção quando eu estiver de pé. Não sou do tipo que prepara esboços e tem os sermões prontos antes de pregar. Estudo, oro, e depois falo segundo a inspiração em meu coração. Minha preocupação crescia à medida que o tempo passava, porque eu sabia que não tinha nada a dizer se Deus não me desse a Sua direção. Então, o pastor me chamou. Subi ao púlpito, e, como não tinha direção, disse: "Vamos orar". Enquanto orávamos, continuei a não receber nenhuma direção. Orei durante vários minutos. Para piorar a situação, as minhas orações não tinham vida. Era como se minhas palavras estivessem saindo de minha boca apenas para caírem
  • 19. aos meus pés. Pensei: O que vou fazer? Decidi pregar unia mensagem baseada em Salmos, que eu já havia pregado antes. Enquanto pregava, não senti nenhuma vida, nenhuma unção na mensagem. Eu me esforçava para manter meus pensamentos em ordem. Parecia que Deus não estava em lugar algum onde eu pudesse encontrá- lo. Eu pensava: Por que eu disse isso? Ou, Aonde quero chegar com isto? Foi como se eu estivesse sendo guiado por uma confusão, e não pelo Espírito Santo. Eu me consolava com o pensamento de que Deus iria se manifestar e me salvar daquele caos onde havia me metido. No entanto, as coisas só pioraram. Finalmente, encerrei a mensagem e o culto depois de cerca de trinta e cinco minutos. Desnorteado, voltei ao lugar onde estava hospedado. "Deus, por que o Senhor não Se manifestou?" perguntei. "Todos os cultos foram maravilhosos e poderosos, mas este culto não teve vida. Se eu fosse aquele povo, não voltaria. Na verdade, eu não quero voltar." Naquela noite, fui para a cama me sentindo como se tivesse engolido um saco de areia. Na manhã seguinte, acordei me sentindo como se o saco de areia tivesse crescido e se transformado em uma duna. Sentia-me tão pesado que não queria sair da cama. A alegria me evitava. Levantei-me para orar. Perguntei novamente a Deus: "Por que o Senhor não Se manifestou?". Não houve resposta. "Eu pequei? Eu O magoei?". Silêncio. Orei por uma hora, e cada minuto era uma luta. Coloquei um CD de louvor e comecei a cantar junto com a música. Raciocinei: Deus nos dá espírito de louvor em vez de espírito angustiado. Preciso me livrar deste sentimento. Entretanto, tudo que experimentei foi meia hora de um canto sem vida. Fiquei mais frustrado ainda. "O que eu fiz? Por que o Senhor não me responde?"Depois do almoço, saí e fui até um campo gramado que ficava perto de onde estava hospedado. Pensei: Vou amarrar o diabo. Isso vai resolver. Mas eu era a única pessoa que estava se sentindo amarrada. Fiquei lá fora orando e gritando com o
  • 20. diabo durante três horas e quase perdi a voz. Eu precisava entrar e me preparar para o culto. tentei me consolar: Com toda esta resistência, esta noite Deus uai Se mostrar de forma poderosa. John, simplesmente ande por fé. Passamos pelo louvor, adoração, anúncios e ofertas naquela noite, e eu sentia o mesmo mau pressentimento que havia tido na noite anterior. Mais uma vez, raciocinei: Deus Se manifestará assim que eu subir ao púlpito. I in chamado, e outra vez nada aconteceu. Orei pedindo direção, e só houve silencio. Comecei a pregar outra mensagem que havia ministrado antes e fui tomado por uma grande confusão. Não havia vida, direção ou unção. Depois de cinco minutos neste caos, eu disse: "Irmãos, precisamos orar. Alguma coisa não está certa!" Toda a congregação se levantou, e todos começamos a orar fervorosamente. A Intimidação é Revelada De repente, ouvi a voz de Deus falar comigo pela primeira vez em mais de vinte e quatro horas. Ele disse: "John, você está intimidado pelas pessoas que estão na plataforma atrás de você. Você foi destituído da sua posição de autoridade, e o dom de Deus em você foi apagado". Com esta repreensão suave, uma explosão de luz inundou o meu espírito. Enquanto todos oravam durante os cinco minutos que se seguiram, o Espírito de Deus me levou a percorrer a Bíblia, mostrando-me diversos incidentes em que homens e mulheres ficaram intimidados e como isto fez com que o dom de Deus neles ficasse adormecido. Pude ver como eles abriram mão de sua autoridade e perderam sua eficácia no Espírito. Então, Ele me levou a percorrer os últimos anos e me mostrou como eu havia feito a mesma coisa. Imediatamente, comecei a quebrar o poder da intimidação sobre mim mesmo através da oração. Há um exemplo deste tipo de oração no epílogo deste livro. Durante os setenta e cinco minutos que se seguiram, preguei com base nas passagens que Deus havia me mostrado de forma inflamada. Quando terminei, dois terços da congregação vieram à frente para receber a libertação da intimidação. Aquele foi o maior culto de todo o congresso de avivamento.
  • 21. Menos de uma semana depois, Deus começou a expor o pecado que havia no meio da equipe de louvor. Descobriu-se que o baixista estava saindo após os cultos e se embriagando. Além disso, um dos cantores estava dormindo com uma jovem da congregação. Ambos foram removidos de suas posições ministeriais. O baixista deixou a igreja, mas o cantor arrependeu-se e foi restaurado em sua caminhada com o Senhor. Pouco tempo depois, a líder de louvor e alguns outros causaram unia divisão na igreja. Um quarto da igreja partiu com ela. Como se constatou mais tarde, ela estava envolvida em adultério, e dentro de um ano divorciou-se de seu marido. A última notícia que tive foi a de que ela estava vivendo com outro homem. Das famílias que lideraram a divisão, apenas um casal continua casado. Estas eram as pessoas que haviam reclamado que eu estava sendo muito duro com elas. Deus estava advertindo estas pessoas. Como teria sido melhor se elas tivessem recebido aquela advertência em seus corações! Voltei àquela igreja duas vezes e descobri que havia unidade e força como nunca antes. O pastor explicou: "Deus purificou nossa igreja através daquelas situações, e com isso nos tornamos mais fortes. O nosso louvor e adoração nunca foram tão livres!" Ele também disse que muito da competição e rivalidade que havia antes já não existia mais. Glória a Deus! O que Deus compartilhou comigo durante aqueles curtos cinco minutos de oração naquele culto expandiu-se para se tornar a mensagem que você está prestes a ler. Ele me levou a pregar esta mensagem em todo o mundo. Como resultado, vi inúmeros homens e mulheres serem libertos do cativeiro da intimidação. Uma Mensagem para Todos Embora esta mensagem tenha sido revelada enquanto eu buscava a Deus em meio a um conflito ministerial, não pense que esta lição está limitada aos que ficam atrás de um púlpito. Inúmeros cristãos lutam contra a intimidação. Geralmente, aqueles que são intimidados não percebem contra o que estão lutando. Como acontece com a
  • 22. maioria dos artifícios de Satanás, ,a intimidação é disfarçada e sutil. Sentimos seus efeitos - depressão, confusão, falta de fé - sem saber qual e a sua raiz. Se eu tivesse percebido que estava sendo intimidado, não teria tido uma luta como a que ocorreu naquela igreja. Mas agradeço a Deus pela lição que essa situação me ensinou. A maioria de nós sente-se frustrada com a intimidação, e tenta lidar com suas conseqüências e frutos, em vez de lutar contra a intimidação em si e contra sua raiz. Assim, podemos sentir um alívio temporário, mas não vencemos a luta.Você pode recolher todos os frutos de uma árvore, mas se suas raízes estiverem intactas, os frutos acabarão crescendo outra vez. Este ciclo pode ser desanimador, porque ficamos com a sensação de que simplesmente não conseguimos nos livrar desses obstáculos. Comedimos a perder a esperança e a nos contentar em viver muito abaixo do que Deus nos chamou para viver. As verdades contidas neste livro o ajudarão não apenas a identificar a intimidação, mas também irão equipá-lo com o conhecimento que você precisa para quebrar a influência da intimidação sobre a sua vida. Oro para que, à medida que ler este livro e andar nestas verdades, você seja liberto para cumprir o seu chamado como servo do nosso Senhor Jesus Cristo. Talvez você não esteja ansioso para confrontar a intimidação em sua vida de forma direta. Muitas vezes, quando identificamos algo em nossas vidas que nos oprime, queremos ter alívio imediato, mas geralmente esse alívio imediato tem um alto preço: ele não é permanente. Quero desenvolver esta mensagem cuidadosamente, como ela foi revelada a mim. Nos próximos três capítulos, vamos estabelecer um fundamento crucial, começando com o entendimento da nossa posição e da nossa autoridade espirituais.
  • 23. CA P Í T U L O  2  Posição Espiritual e Autoridade Espiritual Satanás procura nos deslocar da nossa posição a fim de recuperar a autoridade da qual que Jesus o destituiu. Vamos começar refletindo sobre a palavra que me foi dada: Se você não andar na autoridade que Deus lhe deu, alguém vai tirá-la de você e usá-la contra você. Em primeiro lugar, é importante entender que existe um lugar ou posição no espírito que nós ocupamos como crentes em Jesus. Juntamente com esta posição, vem a autoridade. Esta autoridade é o que o inimigo deseja. Se ele puder fazer com que entreguemos a autoridade que nos foi dada por Deus, ele a tomará e a usará contra nós. Isto não apenas nos afeta, como também afeta àqueles que foram entregues aos nossos cuidados. Há diversas passagens bíblicas que falam sobre o nosso lugar de autoridade no espírito.Vamos examinar algumas delas. Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. - Salmos 91:1 (ARC) Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, por- que Ele se agradou de mim. - Salmos 18:19
  • 24. O meu pé está firme em terreno plano; nas congre- gações, bendirei o Senhor. - SALMO 26:12 Os crentes literalmente ocupam um lugar no espírito. É fundamental que você, como crente, não apenas conheça esse lugar como também trabalhe a partir dele. Se você não conhece a sua posição, você não pode trabalhar adequadamente no corpo de Cristo. Esta posição e a autoridade que ela traz podem ser perdidas ou roubadas. Um exemplo bíblico claro é o de Judas Iscariotes. Depois que Jesus ascendeu ao céu, os discípulos se reuniram para orar. Naquela ocasião, Pedro explicou o que havia acontecido com Judas: Porque está escrito no livro dos Salmos: "Fique de- serta a sua morada; e não haja quem nela habite...". -Atos 1:20 Judas perdeu permanentemente o seu lugar no espírito por causa da transgressão (At. 1:16-17). Esta é a principal maneira pela qual o inimigo destitui as pessoas de sua autoridade espiritual. Foi assim que ele fez com que Adão e Eva caíssem, conseqüentemente deslocando-os e ganhando o senhorio sobre eles e sobre tudo que eles governavam. Adão e Eva detinham a mais alta posição de autoridade sobre a terra. Todo ser vivo e toda a natureza estavam sob a autoridade deles. Deus disse: "Tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra" (Gn. 1:26). Nada nesta terra, na esfera espiritual ou natural, estava acima da autoridade da humanidade — somente o próprio Deus. Quando Adão detinha a sua posição de autoridade, não havia enfermidade, terremotos, fome ou pobreza, enquanto Adão andava em comunhão com Deus e governava por meio da autoridade e do poder que Deus lhe havia delegado, havia o domínio do céu sobre esta terra. Mas com o pecado de Adão, o direito de tudo que
  • 25. estava debaixo da sua autoridade foi transferido. Por meio da transgressão, ele cedeu o seu lugar no espírito ao inimigo de Deus. As Escrituras testificam essa verdade ao mostrarem a ostentação de Satanás quando ele tentou Jesus no deserto. Satanás levou-O a uma alta montanha para mostrar-lhe todos os reinos do mundo, e declarou: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. - Lucas 4:6 Deus havia dado autoridade a Adão, e Adão por sua vez perdeu-a para Satanás. Adão perdeu mais do que apenas sua posição. Tudo o que Deus havia colocado sob os seus cuidados foi afetado. Um declínio gradual de toda a harmonia e ordem existentes teve início. Um exemplo desse declínio é o reino animal. No jardim, sob o domínio de Deus e de Adão, os leões não devoravam os outros animais (Is 65:25). As cobras não tinham mordidas venenosas (Is 65:25). Os cordeiros não tinham motivo para temer os lobos ou outros predadores (Is 65:25). Contudo, imediatamente após a queda vemos um animal inocente ser sacrificado para vestir o homem nu (Gn. 3:21). Mais tarde, vemos a inimizade e o medo colocarem-se entre o homem e os animais que ele um dia governara (Gn. 9:2). Outra área afetada foi a própria terra. O solo foi amaldiçoado, trabalhando contra o homem em vez de trabalhar para ele enquanto ele se esforçava para fazer nascer o fruto que um dia havia sido fornecido abundantemente (Gn. 3:17-19). Romanos 8:20 diz: "Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente". Nada na terra, seja natural ou espiritual, escapou dos efeitos da desobediência. A iniqüidade, a morte, a doença, a pobreza, os terremotos, a fome, a pestilência, e muitos outros males entraram na terra. Houve uma perda da ordem divina e da autoridade divina. O primogênito de Adão aprendeu a odiar, invejar e assassinar. O
  • 26. inimigo tomara a autoridade que Deus havia dado para proteção e provisão e a voltara contra toda a criação, usando-a agora para a destruição e a morte. A Autoridade Restaurada Um homem perdera a sua posição de autoridade; portanto, somente um homem poderia restaurá-la. Milhares de anos mais tarde, Jesus nasceu. Sua mãe era uma filha do povo que tinha uma aliança com Deus; Seu Pai, o Espírito Santo de Deus. Ele não era parte homem e parte Deus. Ele era Emanuel,"Deus revelado em um homem" (Mt. 1:23). O fato de ser humano dava a Jesus o direito legal de recuperar o que havia sido perdido. Por ser o Filho de Deus, Ele estava livre do senhorio que o inimigo havia adquirido sobre o homem. Ele revelou a vontade de Deus em tudo o que fazia e dizia. Os pecados eram perdoados porque na Sua presença o pecado não tinha domínio. A enfermidade e a doença se curvavam diante da Sua autoridade e poder (Lc. 5:20-24). A própria natureza estava sujeita ao Seu comando (Mc 4:41). Ele andava na autoridade da qual Adão havia abdicado. Jesus, através da obediência e do sacrifício, restaurou a au- toridade dada por Deus que Adão havia perdido, e, portanto, o nosso relacionamento com Deus. Antes de voltar ao Pai,Jesus declarou:"Toda autoridade Me foi dada nos céus e na terra. Portanto, ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando- os a guardar todas as coisas que vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos" (MT. 28:18-20). Esta passagem mostra claramente que Jesus recuperou o que Adão havia perdido e muito mais. Satanás e Adão só tinham domínio sobre a terra , mas o domínio de Jesus incluiu não apenas a terra, mas também o céu. Jesus elevou-se acima do lugar de autoridade que Satanás desapropriou. Depois de revelar Sua posição e autoridade, Jesus nos disse "portanto, ide". Por que Jesus estabeleceu esta
  • 27. relação entre a Sua autoridade e o nosso chamado? Encontramos a resposta nos escritos do apóstolo Paulo. Posições de Autoridade Paulo orou para que soubéssemos "qual a suprema grandeza do Seu poder para com os que cremos... o qual exerceu Ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à Sua direita nos lugares celestiais" (Ef. 1:19-20, ênfase do autor). Observe que não se trata de um único lugar celestial, pois Paulo diz claramente "lugares". A razão pela qual Paulo diz "lugares" se encontra em alguns versículos posteriores, nos quais lemos: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados... e, juntamente com Ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef. 2:1,6, ênfase do autor). Esses lugares são onde os Seus filhos redimidos devem habitar. Agora, surge a pergunta: Onde estão esses lugares de habitação, e que posição eles têm? A resposta encontra-se em Efésios 1:21: "acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro" (ênfase do autor). O homem redimido oculto em Cristo agora recebe uma posição no espírito que está acima do diabo. Jesus declarou com ousadia: "Eis aí vos dei autoridade... sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano" (Lc. 10:19). Agora, entendemos a ordem: "Portanto, ide". Jesus entendia a autoridade que estava dando aos crentes. Os direitos adquiridos em nosso novo nascimento nos colocaram nesses lugares celestiais, muito acima da autoridade e do poder do inimigo. Assim como fez com Adão no Jardim do Éden, Satanás agora procura nos deslocar no espírito a fim de recuperar a autoridade que Jesus tirou dele. Se Satanás puder roubar esta posição de autoridade ou fazer com que os indivíduos renunciem a ela, ele terá novamente a autoridade para agir. Paulo diz isso claramente: "Nem deis
  • 28. lugar ao diabo" (Ef. 4:27, ênfase do autor). Nós, crentes, não devemos perder o nosso lugar no espírito. Posição no Reino Precisamos entender que o reino de Deus é simplesmente isto — um reino. Os reinos são estruturados de acordo com níveis de graduação e autoridade. O domínio do céu não é exceção. Quanto maior a graduação, mais influência e autoridade. No jardim, Satanás não estava atrás do elefante ou até mesmo do leão. Ele entendia a questão da autoridade, por isso foi atrás do homem de Deus. Ele sabia que se tivesse o homem, possuiria tudo que o homem governava e cuidava. Portanto, quando o inimigo tem como alvo uma igreja, o seu alvo principal é a liderança. Recentemente, o pastor de uma grande congregação decidiu divorciar-se de sua esposa. Não havia base bíblica para isso, e aquela atitude destruiu sua mulher e seus filhos. Quando a liderança que estava debaixo da autoridade dele questionou seus motivos, ele lhes disse que se não estivessem gostando, podiam ir embora. Ele transgrediu deliberadamente o mandamento de Deus, liberando um espírito de divórcio e engano no meio de toda a congregação. Depois disso, houve um aumento nos divórcios naquela igreja, até mesmo entre a liderança. Outros ficaram desanimados. Chocados, eles passaram de igreja em igreja, perguntando-se em quem podiam confiar. Quando Satanás tira aquele que guarda a casa de sua posição, todos os que estão sob os seus cuidados ficam vulneráveis. Tenho observado pais e mães que deliberadamente transgridem os mandamentos de Deus, e é só questão de tempo até que seus filhos sigam seu exemplo. Você pode chamar isto de maldição, mas por que acontece? Através do pecado, os pais perderam a sua posição de autoridade no espírito, deixando seus filhos vulneráveis ao inimigo.
  • 29. Dando Ocasião aos Inimigos do Senhor Este princípio está ilustrado na vida de Davi (2 Sm. 8-18). O reino era forte r seguro sob a sua liderança. Deus o havia abençoado com vários filhos e filhas. Então, Davi tomou para si o que Deus não lhe havia dado ao cometer adultério com Bate-Seba. Ela engravidou, e para complicar as coisas,seu marido estava fora de casa, na guerra, defendendo o reino de Davi. Davi mandou chamar seu marido, Urias, esperando encorajá-lo a dormir com Bate-Seba e assim parecer que havia gerado o bebê. No entanto, Urias, em devoção a Davi e ao seu reino, não quis desfrutar da intimidade com sua mulher enquanto seus companheiros soldados estavam em combate. Ele sabia que seria apenas questão de tempo até que Urias soubesse que sua mulher estava grávida. Finalmente, todos saberiam que o pai era Davi. Assim, Davi planejou o assassinato de Urias enviando-o de volta para a batalha, levando em suas mãos sua própria garantia de morte. Urias foi colocado em meio à batalha mais acirrada. Então, quando estava cercado pelo inimigo, os que lutavam ao seu lado receberam ordens de recuar. Urias caiu pela mão do inimigo. Um único ato de adultério de Davi levou ao engano, à mentira e ao assassinato. Em pouco tempo, o profeta Natã foi até Davi para expor este pecado. Davi confessou: "Pequei contra o Senhor". Então, Natã lhe disse: "Também o Senhor te perdoou o teu pecado; não morrerás" (2 Sm. 12:13). Davi arrependeu-se e foi perdoado. Deus apagou a sua transgressão (Is 43:25- 26). Mas Natã prossegue advertindo Davi:"Com isto deste ocasião aos inimigos do Senhor" (2Sm. 12:14). Davi foi perdoado, mas tornou a sua vida e a vida de sua família vulneráveis aos inimigos de Deus - não apenas aos inimigos naturais, mas também aos espirituais. Sua família e a nação de Israel sofreram grandes conseqüências. O primeiro filho de Davi com Bate-Seba morreu. O filho mais velho de Davi, Amnon, herdeiro do trono, violentou sua meia-irmã,Tamar. Absalão, filho de Davi e irmão de Tamar, vingou-se e matou seu meio-irmão, Amnon.
  • 30. Absalão fez com que o coração de muitos dos homens de Israel se voltasse contra Davi e tomou o seu trono. Ele desonrou o leito de seu pai deitando-se com suas concubinas e enviou os homens de Israel para caçar e matar Davi. O plano falhou, e Absalão foi morto. Três filhos de Davi morreram porque ele havia exposto sua família aos inimigos de Deus através da sua transgressão. Já vi filhos de pastores que se envolveram com drogas, tornaram-se hostis à igreja e outros que se envolveram com prostituição ou homos- sexualismo porque seus pais perderam sua posição no espírito através da transgressão. Precisamos levar a Bíblia a sério quando ela diz: "Meus irmãos, não sejam muitos de vocês mestres, pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor" (Tg. 3:1, NVI). O motivo pelo qual os mestres (pastores) são julgados com maior rigor é por causa do grande impacto de sua desobediência. Eles não ferem apenas a si mesmos, mas também a todos aqueles que foram colocados debaixo da guarda deles. Deus os perdoa assim como perdoou Davi. Entretanto, mesmo assim eles irão colher o que semearam. Foi dado lugar ao inimigo! Entendo que estas são palavras duras, por isso, apelo a você com toda humildade e escrevo estas palavras com temor e tremor. Já vimos muitas tragédias, principalmente em ministérios. Não devemos julgar ou condenar, ao contrário, precisamos perdoar e estender a mão àqueles que fracassaram. Se eles se arrependerem, serão perdoados por Deus. Mas escrevo estas palavras como instrução e advertência àqueles que o inimigo terá como alvo. Todos nós devemos andar em humildade e restauração. Tenho quatro filhos. Passei a entender a tremenda responsabilidade que tenho sobre a vida deles, e o quanto preciso prestar contas por essas vidas. Eles pertencem a Deus, e sou apenas um mordomo que foi colocado para cuidar deles. Jamais quero ver a vida deles destruída porque dei lugar ao diabo. Quando estava no ministério de serviço, cuidava de coisas secundai ias para que aqueles a quem eu servia pudessem cumprir o chamado de Deus sobre suas vidas. Eu
  • 31. cuidava da lavagem a seco das roupas, pecava as crianças na escola, lavava o carro deles, e daí por diante. Um dia, Deus me disse algo que me deu uma séria visão do ministério. Ele disse: "Filho, se você falhar nesta posição, as coisas podem ser corrigidas facilmente porque você está lidando com coisas naturais. Mas quando Eu o colocar em uma posição ministerial, você estará sobre pessoas, e vidas estarão em jogo". Abdicando da Autoridade () propósito deste capítulo foi lhe dar um entendimento sobre a posição e a autoridade espiritual. Vimos exemplos de várias pessoas que perderam ou abriram mão de sua autoridade para o inimigo de Deus. Satanás tentará descaradamente roubar a sua autoridade trazendo o pecado para dentro da sua vida. Se você estiver determinado a servir a Deus de todo o seu coração, ele também tentará derrubar você da sua posição em Cristo através da intimidação. O primeiro passo para quebrar a intimidação é confrontar as questões em seu próprio coração. No próximo capítulo, descreverei como você pode fazer isso.
  • 32. CA P Í TU L O  3  Dois Extremos A revelação não tem valor algum sem a sabedoria e o caráter para vivê-la. Em apenas alguns instantes, o Espírito de Deus pode derramar discernimento em abundância em seu espírito. Mas essa revelação não tem valor algum sem a sabedoria e o caráter para vivê-la. Quando o Espírito Santo me conduziu através das Escrituras com relação a confrontar a intimidação, Ele me mostrou dois extremos que podem desequilibrar a vida do crente: O primeiro extremo é a busca pelo poder; o segundo é a falsa humildade. O equilíbrio adequado encontra-se no livro de Timóteo, um jovem que cultivava o caráter piedoso em vez da falsa humildade, e que usava o seu dom em vez de buscar o poder. Um Coração Puro Foi em Listra que o apóstolo Paulo conheceu Timóteo, um jovem cuja mãe era uma judia cristã e cujo pai era grego. Paulo queria que Timóteo o acompanhasse juntamente com Silas, como assistentes de viagens dele. Ele seria responsável por cuidar das necessidades de Paulo (At. 19:22). Com o passar do tempo, a fidelidade de Timóteo como servo foi provada. Ele foi promovido e foi-lhe confiado o cargo de ministro do evangelho, finalmente vindo a pastorear a igreja de Éfeso. Em sua segunda carta a Timóteo, Paulo escreveu:
  • 33. Pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti. Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus. - 2 Timóteo 1:5-6 Observe que Paulo faz referência ao fato de que a fé de Timóteo era genuína. O coração deste jovem era puro. Ele não era um charlatão. Em outra carta, Paulo recomenda: "Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar- vos Timóteo, o mais breve possível... porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos vossos interesses; pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus. E conheceis o seu caráter provado, pois serviu ao evangelho, junto comigo, como filho ao pai" (Fp. 2:19-22). Fica claro que o caráter de Timóteo estava fora de questão. Na qualidade de cristãos, o caráter deve ser a nossa prioridade máxima e a nossa busca maior. O que nosso Pai procura não é poder, mas caráter. E triste saber que muitos na igreja buscam o poder e a unção do Espírito enquanto deixam de lado a busca por um caráter devoto. O versículo de 1 Coríntios 14:1 nos instrui: "Buscai o amor e desejai, com zelo, os dons espirituais". Entretanto, nós pervertemos esse mandamento. Nós buscamos os dons e a unção e apenas desejamos os frutos de amor em nossas vidas. Deus é amor, e até que andemos em amor não atingiremos a Sua natureza. Um Extremo: Buscando o Poder e Não o Caráter Alguns cristãos viajarão grandes distâncias - centenas de quilômetros - para irem a um culto de milagres, profecias e unção, mas não estão dispôs- tos .1 tratar tom a ira, a (alta de perdão ou a amargura cm seus corações. Isto é evidencia de que a ênfase deles está no poder, e não no caráter. As manifestações espirituais nesses cultos podem ser de Deus, mas precisamos tratar com o homem interior também. Esta ausência de disposição para tratar com o
  • 34. interior abriu as portas para o engano na vida de muitas pessoas. Embora a igreja esteja passando por um período de refrigério neste tempo, o pecado precisa ser tratado. E maravilhoso ver que as pessoas estão tão famintas pelo poder de Deus, mas não devemos negligenciar a pureza de coração. Vimos muitos pastores caírem. Mas eles não caíram quando cometeram o seu primeiro ato de imoralidade. Na verdade, eles começaram a cair antes — no dia em que o sucesso no ministério se tornou mais importante do que o relacionamento íntimo deles com Deus. Não vimos isto acontecer apenas entre os pastores, mas também dentro de suas congregações. Jesus disse: "Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus" (Mt. 5:8). Ele não disse: "Bem-aventurados os que têm um ministério de sucesso." Ele disse que sem um coração puro você não verá a Deus! Naturalmente, Jesus é o único que pode nos dar um coração puro. Não é algo que possamos conquistar. É algo que não tem preço e que é gratuito - não tem preço pelo fato de que exigiu a morte do Filho de Deus, e é gratuito pelo fato de ser dado sem custo a todos que O buscam. Eu costumava orar: "Deus, usa-me para ganhar os perdidos. Usa-me para curar multidões e para libertar as massas." Eu orava assim por vezes seguidas, e esta era a medida da minha busca por Deus. O meu maior alvo era ser um pastor de sucesso.Então, um dia Jesus me mostrou que a minha ênfase estava fora de foco. Ele me chocou quando disse: "John, Judas expulsava demônios, curava enfermos e pregava o evangelho. Ele deixou o seu negócio para se tornar Meu discípulo, mas onde está ele hoje?" Isto me atingiu como uma tonelada de tijolos! Ele prosseguiu: "O alvo do alto chamado do Cristianismo não é o poder de Deus ou o ministério; é conhecer a Mim" (ver Filipenses 3:10-15). Mais tarde, quando minha esposa orava para ser usada dessa mesma forma, Jesus interrogou-a: "Lisa, você já foi usada por uma amiga?". "Sim", respondeu ela. "Como você se sentiu?".
  • 35. Ela respondeu: "Eu me senti traída!". Ele prosseguiu: "Lisa, Eu não uso as pessoas. Eu coloco nelas a Minha unção, as curo, as transformo e as moldo à Minha imagem, mas não as uso". Como você descreveria o relacionamento de uma mulher casada cuja única ambição fosse gerar filhos para seu marido? Ela só teria intimidade com ele quando isso produzisse a descendência que ela queria; ela não teria interesse algum em conhecer seu marido pessoalmente. Sei que isto parece absurdo, porém, qual é a diferença de clamarmos a Deus para que Ele nos "use para salvar pessoas" quando nós mesmos não buscamos o relacionamento e a comunhão com Ele? Quando tivermos intimidade com Deus, reproduziremos assim como Ele deseja: "O povo que conhece ao seu Deus se tornará forte, realizará grandes proezas" (Dn. 11:32, AMP). A única ambição de Paulo era conhecer Deus (Fp. 3:8-10). Moisés disse: "Rogo-te que me faças saber neste momento o Teu caminho, para que eu Te conheça" (Ex 33:13). Davi clamou: "Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo" (SI 27:4). E novamente: "Minha alma tem sede de Ti; meu corpo Te almeja" (SI 63:1). Os homens e mulheres da Bíblia que desejavam conhecer Deus mais do que qualquer outra coisa permaneceram fiéis a Ele, completando a carreira que Ele havia colocado diante deles. Eles aprenderam o segredo da integridade com poder. Buscando a Deus ardentemente, eles puderam ter um vislumbre do Seu coração. Algumas pessoas medem a sua maturidade espiritual pela sua capacidade de profetizar ou de fluir nos dons. Mas lembre-se que os dons n,1<> dados, e não conquistados. Uma mula falou c enxergou o mundo espiritual. Um galo cantou três vezes e convenceu Pedro. Será que isto torna esses animais espirituais? Jesus disse que muitos O chamariam Senhor e esperariam entrar no Seu reino, mas seriam impedidos. Eles terão feito milagres, expulsado demônios e profetizado
  • 36. em Seu nome. Mas Ele responderá:"Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade!" (Mt. 7:23). A unção de Deus não significa a aprovação de Deus. Saul profetizou depois de Deus tê-lo rejeitado (1Sm. 19:23-24). Caifás profetizou embora o seu único objetivo fosse matar o Filho de Deus (Jo. 11:49-51). Precisamos ter o coração de Deus para poder obedecer à Sua vontade. Sem isto, andaremos apenas na sombra da Sua unção, preocupados com o legalismo ou a sensualidade. Balaão profetizou, e as suas profecias provaram ser verdadeiras; entretanto, ele teve a morte de um adivinho, golpeado a fio de espada quando Israel invadiu a terra prometida. Paulo mediu as virtudes de Timóteo pela pureza do seu coração e pela fidelidade do seu serviço. Também precisamos estabelecer este padrão diante de nós e permitir que o Espírito Santo nos meça com precisão. Não se pode deixar de enfatizar este pré-requisito de extrema importância ao combatermos o espírito de intimidação. Sem este embasamento, a verdade desta mensagem não o libertará e provavelmente poderá lhe fazer mais mal do que bem. Pois não são as palavras em si que detêm o poder de libertar, mas sim o espírito e a substância que estão por trás delas. Para explicar isto, vamos trazer à memória a advertência de Pedro: "Como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles" (2Pe. 3:15-16). É mais importante buscarmos um relacionamento correto com Deus do que uma fórmula para nos movermos no Seu poder. Com base nessa afirmação, examine as primeiras palavras de Paulo em 2 Timóteo. Depois de deixar clara a pureza de coração de Timóteo, Paulo escreveu: "Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus" (2Tm. 1:6). Preste atenção nas palavras "por esta razão". As
  • 37. instruções de Paulo a Timóteo com relação à liberação do dom de Deus em sua vida não seriam válidas se a sua fé não fosse genuína. Agora, vamos continuar. 0 Outro Extremo: A Falsa Humildade Pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti. Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos. - 2 Tímóteo 1:5-6 "Por esta razão, pois, te admoesto". Paulo estava se referindo à sua primeira carta a Timóteo, onde ele exortava: "Não te faças negligente para com o dom que há em ti, o qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério" (1Tm. 4:14). Paulo enfatizou a Timóteo a importância de não negligenciar o dom de Deus escrevendo sobre isso uma segunda vez, sendo esta uma das primeiras coisas que mencionou em sua carta. Para entendermos o que significa não negligenciar o dom, vamos dar uma olhada em alguns antônimos. O contrário de negligenciar é: Cumprir, realizar, agir, cuidar, ocupar-se com, concluir, completar, considerar, consumar. Todas estas palavras estão relacionadas à ação e autoridade. A maioria das palavras têm uma forma verbal e uma forma nominal. Elas são positivas e decisivas. Para entendermos corretamente a Palavra de Deus, vamos examinar também o que significa negligenciar:
  • 38. Romper, desprezar, despedir, desconsiderar, descontar, ignorar, subestimar, fazer vista grossa, desvalorizar, desdenhar, não fazer caso de. Todas estas são palavras negativas que significam ausência de ação, determinação e autoridade. É algo sério e grave negligenciarmos o que nos foi confiado. Quando negligenciamos, sofremos perda. O extremo oposto de simplesmente buscarmos o poder é viver naquilo que descrevo como um estado de falsa humildade. As pessoas que vivem nesse estado reconhecem a importância de buscar o caráter de Deus, mas param por aí. Elas nunca se aventuram a desenvolver os dons de Deus que estão sobre suas vidas porque têm medo. Elas evitam qualquer coisa que envolva o confronto, interpretando isto como falta de amor ou de caráter cristão. Refiro-me a essas pessoas como "pessoas de boa paz". À primeira vista, manter a paz pode parecer atraente, mas Jesus nunca disse: "Bem- aventurados os que mantêm a paz". Em vez disso, Ele disse: "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus" (Mt. 5:9). Os que mantêm a paz evitam o confronto a qualquer preço. Eles farão tudo que puderem parar preservar uma falsa sensação de segurança para si, que entendem erroneamente como sendo paz. O pacificador, por outro lado, confrontará com ousadia, independente do que isso possa lhe custar, porque ele não se preocupa consigo mesmo. O pacificador é motivado pelo seu amor a Deus e à verdade. Somente sob estas circunstâncias é que a verdadeira paz pode florescer. Há paz no reino de Deus (Rm. 14:17), entretanto, esta paz não vem pela ausência de confronto. Como Jesus mencionou, "O reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele" (Mt. 11:12). Existe uma oposição violenta ao avanço do reino de Deus. Nós freqüentemente pensamos: Vou simplesmente ignorar isto, e logo passará. Mas precisamos acordar e entender que aquilo que não confrontarmos não mudará! E por isso que Judas encoraja os santos, dizendo:
  • 39.
  • 40. Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. -Judas 3 Observe que ele disse "batalhardes diligentemente"; ele não disse "esperar que o melhor aconteça". Batalhar significa lutar ou guerrear. O Cristianismo não é um estilo de vida fácil! Há oposição e resistência constantes à nossa busca por Deus, tanto na esfera natural quanto na espiritual! Paulo fortaleceu Timóteo, dizendo: "Receba a sua porção de sofrimento como um bom soldado de Jesus Cristo, como eu faço. E como soldado de Cristo, não se deixe prender pelos negócios deste mundo..." (2Tm. 2:3-4, ABV). Estamos envolvidos em uma guerra. Devemos ter a atitude de um soldado. Não devemos recuar diante do mal, mas devemos vencer o mal com o bem pela graça de Deus (Rm. 12:21). As cartas de Paulo eram ordens para Timóteo marchar enquanto ele pastoreava a igreja de Éfeso.Timóteo enfrentou desafios. Havia doutrinas falsas que deviam ser expostas, conflitos e competições que deviam ser paralisados; além disso, líderes deviam ser levantados para que uma igreja forte e madura pudesse se desenvolver. E estas eram apenas algumas das responsabilidades mais óbvias que ele deve ter enfrentado. Estou certo de que houve muitas oportunidades para o confronto. Tenho certeza de que acusações e calúnias foram lançadas contra ele por homens imaturos ou maus que estavam no meio da igreja. Além de tudo Mo, ele tinha outro obstáculo a vencer - sua idade. Ele era um jovem em uma igreja onde havia muitas pessoas mais velhas. Isto por si só poderia abi ir uma porta para a intimidação. Mas diante de tudo isto,
  • 41. Paulo instruiu Timóteo a permanecer forte,sem se esquecer do que lhe havia sido transmitido. Paulo lembrava constantemente a Timóteo para permanecer na autoridade que lhe havia sido dada por Deus. Talvez Timóteo tenha recuado alguma vez, por isso Paulo o instruiu: Ordena e ensina estas coisas. -1 Timóteo 4:11 Prescreve, pois, estas coisas, para que sejam irrepreensíveis. - 1 Timóteo 5:7 Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus. - 2 Timóteo 2:1 Talvez Timóteo fosse como tantos outros hoje em dia - que amam a Deus, mas evitam o confronto. O medo do confronto torna você cativo da intimidação. Se você identifica este medo em sua vida, então esta mensagem está sendo compartilhada para lhe dar coragem e libertação. Deus quer você livre para fazer e ser aquilo que Ele lhe pedir, não importa o que seja. Quando você está intimidado, não existe alegria. E sem alegria não existe força. Onde há medo, não há paz. Mas à medida que romper com aquilo que o tem mantido acuado, você encontrará alegria e paz em abundância!
  • 42. CA P Í TU L O  4  Dons Transmitidos Como isto se aplica a mim? Até este ponto, tratamos da intimidação e seus efeitos apenas sobre a liderança da igreja. Mas é bem possível que muitos de vocês que estão lendo este livro não estejam no ministério em tempo integral.Vocês podem estar se perguntando: "Como isto se aplica a mim?". Deus dá um lugar, ou posição, no espírito a cada crente. Lembre-se, Paulo explicou que Deus "juntamente com Ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef. 2:6). É neste lugar que os filhos de Deus redimidos devem habitar. Este lugar fica "acima de todo principado e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos Seus pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, O deu [o Senhor Jesus] à igreja, a qual é o Seu corpo" (Ef. 1:21-23, AMP). A igreja é o corpo de Cristo. Assim como nossos corpos físicos contêm muitas partes que diferem em função e capacidade, também os membros do corpo de Cristo funcionam em diferentes chamados e dons. Deus determina o propósito e a função deles. Cada um é importante, e nenhum deles é independente dos outros. Paulo declarou que todos os espíritos demoníacos foram colocados debaixo dos pés de Jesus. Isto ilustra claramente que nenhum demônio deve exercer autoridade sobre um crente. Se você é o pé do corpo de Cristo, os demônios ainda estão debaixo de você. Jesus disse: "Eis aí vos dei autoridade... sobre todo o poder do inimigo, e
  • 43. nada, absolutamente nada, vos causará dano" (Lc. 10:19). Entretanto, se não exercitarmos ou andarmos na autoridade que nos foi dada por Deus, alguém a tomará de nós e a usará contra nós! O inimigo está atrás da nossa posição no espírito. Revestido com Dons para Operar Vamos prosseguir com o nosso estudo da carta de Paulo a Timóteo. Por esta razão te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos. - 2 Timóteo 1:6 A palavra grega para dom é charisma. A concordância de Strong define essa palavra como "um dom espiritual". Outra definição, adaptada do dicionário Vine, seria "o dom da graça derramado sobre os crentes pela operação do Espírito Santo". Assim, a palavra charisma define essas habilidades espirituais com as quais Deus equipa os crentes. Nada na esfera do espírito é realizado sem esse charisma, ou habilidade sobrenatural de Deus. Não devemos pregar, cantar, profetizar, dirigir ou mesmo servir sem ele. Nenhuma vida é produzida sem esta graça. A religião sem vida nasce da tentativa do homem de servir a Deus do seu próprio jeito, na sua própria capacidade. Quando ministramos aos outros sem o dom de Deus, nós nos esforçamos em vão. Observe que este dom já estava habitando dentro de Timóteo. Quando o Senhor planta o Seu dom, ele não fica entrando e saindo, mas permanece dentro de você. "Porque os dons [charisma] e a vocação de Deus são irrevogáveis" (Rm. 11:29). Este dom, ou poder, é o equipamento necessário para cumprirmos o chamado que Deus coloca em cada um de nós. Operar nesses dons deve ser algo natural e confortável para nós. Assim como os papéis e funções das nossas áreas individuais não variam nem entram e saem, o mesmo acontece com os dons que Deus derrama.
  • 44. Paulo escreveu aos crentes de Roma:"Porque muito desejo ver-vos, afim de repartir convosco algum dom [charisma] espiritual, para que sejais confirmados" (Rm. 1:11). A igreja não será confirmada sem esses dons, o equipamento espiritual que capacita os filhos de Deus a realizar a Sua vontade. Leia com atenção o versículo abaixo: Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. - 1 PEDRO 4:10 Examinaremos três pontos neste versículo: 1. Todos recebem um dom. 2. O dom não é nosso; somos meramente mordomos dele. 3. O dom é uma porção da multiforme graça de Deus. 1. Todos recebem um dom. Observe que o versículo diz: "Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu". Pedro não disse: "Conforme o dom que uns poucos escolhidos receberam". Se você nasceu de novo e foi cheio com o Espírito, recebeu o dom de Deus para operar no Seu corpo. Não existem partes aleijadas ou inúteis neste corpo. Paulo diz em Efésios 4:7: "E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo". E novamente em 1 Coríntios 7:7: "Quero que todos os homens sejam tais como também eu sou; no entanto, cada um tem de Deus o seu próprio dom; um, na verdade, de um modo; outro, de outro". Se formos ignorantes a esse respeito, permaneceremos incapazes ou inaptos para o serviço. Assim, o nosso chamado não se realiza, não se cumpre. Assim como os bebês aprendem a usar as partes do seu corpo, precisamos desenvolver e exercitar esses dons para o serviço no Corpo de Cristo. Nenhuma parte do Corpo funciona fora desta capacitação sobrenatural.
  • 45. 2. O dom não e nosso; somos meramente mordomos dele. Se partimos do princípio de que não o possuímos, então este dom não deve ser negligenciado ou utilizado para proveito próprio. Ele não nos pertence para agirmos como bem entendermos em relação a ele. Ele 6 dado para que possamos servir aos outros. Somos responsáveis por cuidar dele. Lembre-se da parábola dos talentos. O senhor "A um deu cinco talentos, a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade" (Mt. 25:15). Então, ele saiu em uma jornada. Os dois primeiros homens usaram seus talentos sabiamente, gerando aumento, enquanto o terceiro homem enterrou o dele. Quando o senhor voltou, os dois primeiros prestaram contas do que havia sido feito com os talentos que lhes haviam sido confiados. O senhor elogiou cada um deles: "Muito bem, servo bom e fiel!". Então, o terceiro homem veio para prestar contas. Com medo, ele havia escondido o seu talento. Ele via seu senhor como um homem injusto, como alguém que esperava demais. Então, esse servo achou que sua negligência, seu egoísmo e sua falta de cuidado eram justificáveis. Resumindo, ele disse ao seu senhor: "Veja, eis aqui o que lhe pertence". Quando o senhor viu como aquele servo havia desprezado o que ele havia entregado aos cuidados dele, chamou-o de servo mau e preguiçoso. O seu único talento foi tirado e dado ao homem que havia duplicado o seu. Então o servo inútil foi lançado fora (Mt. 25:16-30). Nós prestaremos contas dos dons que nos foram confiados, assim como todos os mordomos prestam contas de sua mordomia. Outra palavra para dom é habilidade, definida como "capacidade, faculdade, gênio ou poder". Em outras palavras, talento. A partir desta parábola, vemos uma clara ilustração sobre a importância de alimentarmos e desenvolvermos o dom, a habilidade ou o talento que Deus nos confiou.
  • 46. Foi confiado a Paulo um ministério de ensino e apostolado. Ele disse: "...constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do Seu poder" (Ef. 3:7). Observe a importância que ele dava à necessidade de ser fiel ao dom: Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa esta obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! Se o faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada. - 1 Coríntios 9:16-17 Paulo diz:"Ai de mim". Observe que ai é uma palavra muito forte. Jesus usou-a para advertir sobre o julgamento iminente de certos indivíduos ou cidades. Ele disse ai sobre Corazim e Betsaida, cidades que não existem mais (Mt. 11:21-22). Ele disse ai sobre os escribas e fariseus (Mt. 23), e sobre Judas (Mt. 26:24). O termo ai é usado por Judas para descrever o julgamento dos homens maus da igreja. No Livro de Apocalipse, esta palavra é usada com referência aos habitantes da terra sob o julgamento de Deus (Ap. 8:13). Quando usou a palavra ai, Paulo indicou a tremenda responsabilidade da fidelidade para com o dom de Deus. Um cristão acabará por se desviar se não agir de acordo com seu dom ou chamado, assim como um músculo se atrofia pela falta de uso. Um crente ocioso se isola, e se torna presa fácil do inimigo. Ao estudar a vida de grandes homens e mulheres de Deus, descobri que aqueles que caíram haviam se tornado ociosos ou negligentes em relação ao seu chamado. Talvez eles ainda estivessem ministrando, mas faziam isso debaixo do ímpeto natural conquistado pelos seus anos anteriores no ministério. Eles começaram a usar o dom de Deus em benefício próprio, e não para proteger e servir a outros. O Rei Davi caiu em pecado no momento em que deveria estar na batalha.
  • 47. Decorrido um ano, no tempo em que os reis costu- mam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus servos, com ele, e a todo o Israel, que destruíram os filhos de Amom e sitiaram Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém. - 2 Samuel 11:1 Davi era rei. Deus o havia feito rei para pastorear e proteger Israel. Era tempo dele guerrear, e não de ficar em casa em Jerusalém desfrutando das recompensas das vitórias passadas. Ele estava relaxando, desfrutando dos benefícios de seus esforços anteriores. Entediado, ele estava observando seus domínios da varanda quando viu Bate-Seba banhando-se. E o final da história todos nós conhecemos. A questão aqui é uma só: não estamos aqui para tirar férias. Nossas vidas nem sequer nos pertencem, pois até mesmo elas foram compradas e nos foram devolvidas para administrar. Somos residentes temporários e não habitantes permanentes. Muitas pessoas agem como se esta vida fosse o seu destino final! Jesus disse: "A Minha comida consiste em fazer a vontade daquele que Me enviou e realizar a Sua obra" (Jo. 4:34). Esta também deveria ser a nossa dieta. Jesus sabia o que era necessário para manter a Sua força. A nossa força vem da comida, tanto física quanto espiritual. Se deixamos de fazer a Sua vontade, usando as Suas provisões em benefício próprio, ficamos esgotados e perdemos as forças, assim como aconteceria se parássemos de comer. Quando perdemos a força, achamos mais fácil caminhar com este mundo, e não contra ele. Nós nos tornamos obstinados, ego- cêntricos, autoconscientes e egoístas. Temos uma grande responsabilidade. Não devemos ser pessoas que simplesmente vão à igreja, não aplicam nada em suas vidas e engordam com a Palavra de Deus. O Senhor nos adverte em Ezequiel 34:20: "Eis que Eu mesmo julgarei entre ovelhas gordas e ovelhas magras". Quem são as ovelhas gordas? Aquelas que se servem das coisas boas de Deus, negligenciando as outras pessoas. Veja como Deus descreve a ovelha gorda:
  • 48. Acaso não vos basta a boa pastagem? Haveis de pisar aos pés o resto do vosso pasto? E não vos basta o terdes bebido as águas claras? Haveis de turvar o resto com os pés? Visto que com o lado e com o ombro, dais empurrões e, com os chifres, impelis as fracas até as espalhardes fora, eu livrarei as minhas ovelhas, para que já não sirvam de rapina, e julgarei entre ovelhas e ovelhas. - Ezequiel 34:18,21-22 Os dons de Deus não estão à nossa disposição para cometermos excessos. Deus nos testará com a Sua bondade. Devemos usar a capacidade de Deus em nossa vida para servir àqueles que são fracos, jovens ou incapazes, para que o corpo possa ser completo. Não me interprete mal. Está certo que desfrutemos dos frutos do nosso trabalho. Deus nos dá descanso e refrigério. Mas quando o nosso foco gira em torno de nós mesmos, nos tornamos gordos e descuidados. Os dons e talentos usados somente para servir a nós mesmos não são multiplicados. Cada parte do seu corpo é responsável pelas outras partes. Se as suas pernas se recusassem a trabalhar, todo o seu corpo sofreria. Se os seus pulmões ou o seu coração decidissem parar, os seus outros membros pereceriam! Se Satanás conseguir fazer com que coloquemos o foco em nós mesmos em vez de servirmos aos outros, então todo o corpo sofrerá. 3. O dom é uma porção da multiforme graça de Deus. A palavra-chave aqui é multiforme ou "de muitas formas". Pedro divide os dons em duas categorias principais. A primeira é o oráculo, ou o dom de falar; a segunda, o ministério ou o dom de servir. "Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre" (1Pe. 4:11).
  • 49. Paulo divide ainda mais estas duas categorias.Veja esta passagem do livro de Romanos: Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça- o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria. - Romanos 12:4-8 Sob a categoria dos oráculos temos a profecia, o ensino, a exortação e a liderança; sob a categoria do serviço estão o ministério (servir), a contribuição e a misericórdia. Deixe-me interromper este ponto. Você não deve estar em uma posição de oráculo, ou de liderança, até que tenha provado ser fiel em servir alguém que está nessa posição. Muitos querem liderar e pregar, mas não renderam suas vidas para servir. Não importa o quanto sejam talentosos, fazer isso é um desserviço, um prejuízo tanto para eles quanto para os que estão sob os seus cuidados. Se o caráter deles não for desenvolvido pelo serviço, eles usarão sua posição de liderança para dominar sobre as pessoas. Já vi dois extremos resultantes da falta de entendimento. O primeiro está relacionado àqueles que têm a si mesmos em mais alta consideração do que deveriam. Interpretando erroneamente que o oráculo é o único fim, eles pensam que
  • 50. esse é o ponto mais alto do ministério e não acreditam que haja nenhuma outra forma de servir a Deus. Isto está incorreto."Porque também o corpo não é um só membro, in,is muitos... Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato?" (1 Co 12:14,17).Todos querem ser a boca, mas cada parte é importante. Sem o ministério de ajuda, o ministério de oráculo está limitado. As pessoas tentam se mover no dom que desejam, rui vez de agirem de acordo com o dom que possuem! No outro extremo estão aqueles que pensam que o ministério está limitado aos pregadores ou à equipe ministerial. Esta mentalidade aleija o corpo, fazendo com que ele funcione de forma deficiente. Paulo explica: "Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários; e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos de especial honra" (1 Co 12:22-23). Isto eleva a importância dos que não são percebidos. Deus fez com que aqueles que não são vistos sejam ainda mais importantes do que aqueles que são vistos. Sem eles, não haveria a função de andar ou falar. O livro de Atos demonstra como a igreja primitiva lidava com a questão dos dons. Os cristãos primitivos percebiam que havia muito mais envolvido no ministério do que pregar, curar, libertar e profetizar. Atos 6 menciona que algumas viúvas da igreja de Jerusalém eram negligenciadas, lilás precisavam de alimentos e de ajuda com outras necessidades diárias. Quando isto chamou a atenção da liderança, eles reagiram: "Mas irmãos, escolhei dentre vós homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço" (At. 6:3). Eles encontraram homens que atendiam a estas qualificações e os levaram à presença dos apóstolos. "E estes, orando, impuseram-lhes as mãos. Crescia a Palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos" (At. 6:6-7). O que aconteceu quando os apóstolos impuseram as mãos sobre eles? O dom de servir foi transmitido, e o resultado foi que a Palavra de Deus se espalhou e os
  • 51. discípulos se multiplicaram. Aqueles homens estavam operando no dom que lhes havia sido dado. Que fato impressionante. Homens servindo viúvas fizeram com que a Palavra de Deus se espalhasse e os discípulos se multiplicassem grandemente! Creio que um dos grandes motivos pelo qual as nossas igrejas não estão crescendo e se multiplicando é porque nem todas as pessoas (congregações e líderes) estão se movendo nos seus dons. O livro de Atos demonstra ainda como um líder que está operando nos dons pode trazer um número limitado de pessoas à salvação, mas quando toda a igreja se envolve, os resultados são muito maiores. Logo após o Dia de Pentecostes, quando Pedro pregou, houve "... um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas" (At. 2:41, ênfase do autor; ver também v. 47). Quando Pedro andava pelas ruas de Jerusalém sob a unção de cura, "crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor" (At. 5:14, ênfase do autor). Mas quando os crentes começaram a ensinar todos os dias em cada casa (At. 5:42), então a igreja começou a se "multiplicar" (At. 6:1). O próximo passo foi os crentes começarem a servir, o que foi iniciado com o ministério às viúvas. Depois desse ponto, a igreja "se multiplicava grandemente" (At. 6:7). Atualmente, os pastores praticamente imploram por voluntários. Que triste! Não se vê os líderes no Livro de Atos pedindo voluntários. Eles levavam essas posições de serviço tão a sério que procuravam homens qualificados para servirem às mesas - qualificados quanto ao caráter, e não quanto ao talento. Então eles eram indicados. Quanta importância eles davam a algo que hoje consideramos trivial! A Responsabilidade de Ser Fiel O que aconteceria se todos os crentes operassem no seu lugar? Que coisas tremendas veríamos! O avivamento não é para os pregadores, mas para todo o corpo — quando cada pessoa assumir a sua posição. Lembre-se: o dom 6 a habilidade que Deus nos dá. Não somos responsáveis por aquilo que não nos foi confiado. A perna não é responsável pela vista. Ainda assim, a
  • 52. vontade de Deus só pode ser realizada pela capacitação do Espírito. "Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus" (2 Co 3:5). É a operação conjunta desses dons que o inimigo quer paralisar. Quando ele tem êxito nisso, pode impedir o nosso crescimento! Ele sabe que não pode impedir Deus de nos dar esses dons, assim, ele visa atacar a nossa liberdade de exercê-los. A intimidação é a principal forma pela qual ele faz isto.
  • 53. P a r t e 2 Revelando a Intimidação
  • 54. CA P Í TU L O  5  Dons Adormecidos Por que tantos de nós são ineficazes? Já definimos que todo crente possui uma posição de autoridade que vem com os talentos ou dons dados por Deus e está oculto em Cristo Jesus, acima de toda autoridade demoníaca. Então, por que tantos de nós são ineficazes? Para responder a isto, vamos ler novamente o lembrete de Paulo a Timóteo: Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos. -2 Timóteo 1:6 A palavra grega para "reavivar" é anazopureo, que significa "acender de novo ou manter a chama acesa" (dicionário Vine). Se Paulo teve de encorajar este jovem para reavivar ou acender o dom (charisma), é porque ele havia ficado adormecido! O dom não opera automaticamente. Como um fogo, ele precisa ser reavivado e mantido aceso! Há pessoas que têm um coração puro e intenções sinceras que acreditam que se Deus quer que alguma coisa aconteça, ela simplesmente acontecerá. Mas isto não é verdade. Em 1795. Edmund Burke escreveu: "A única coisa necessária para que o mal triunfe é que os homens bons nada façam". Timóteo tinha um coração puro. Você se lembra de como Paulo exaltou o seu caráter? "Porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos vossos interesses; pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo
  • 55. Jesus. E conheceis o seu caráter provado" (Fp. 2:20-22). No entanto, foi Paulo quem o advertiu por duas vezes a não negligenciar o dom de Deus, fazendo com que ele ficasse adormecido. Então, há duas perguntas que precisamos responder: O que faz com que o dom fique adormecido? E como podemos avivá-lo? Responderei à segunda pergunta em um capítulo posterior, mas agora vamos dar uma olhada na primeira. O que faz com que o dom de Deus fique adormecido? A resposta está no versículo a seguir: Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti, pela imposição das minhas mãos. Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor e de moderação. - 2 Timóteo 1 :6-7, ARC A palavra grega para temor é deilia. Essa palavra implica timidez e covardia, e nunca é usada em um bom sentido nas Escrituras (dicionário Vine). Olhando novamente o versículo 7 na versão da Sociedade Bíblica Britânica, vemos: Pois Deus não nos deu o espírito de timidez. Os tradutores dessa versão concluíram que timidez é a palavra mais precisa para este versículo, e eu também. De acordo com essa versão, Paulo está dizendo a Timóteo: "O seu dom de Deus está adormecido por causa da timidez". Sem alterar o significado, eu poderia dizer: Timóteo, o dom de Deus em você esta adormecido por causa da intimidação! Os crentes que estão intimidados perdem a sua autoridade no espírito por omissão; conseqüentemente, o dom deles - a habilidade de Deus neles - fica dormente e inativo. Embora esteja presente, não está em operação.
  • 56. Quando aquele presbítero me disse que os líderes de louvor e adoração acharam que eu estava sendo muito duro com eles, fiquei intimidado. I >e repente, o dom de Deus ficou inoperante, e eu não preguei debaixo da unção como havia feito nos dezoito cultos anteriores. A vida de Deus pareceu ter ido embora. A confusão se instalou; perdi meu poder de decisão; já não queria encarar as pessoas. Por quê? Porque fiquei intimidado, e assim, renunciei à autoridade que me havia sido dada por Deus. Definindo a Intimidação Agora, vamos ver as definições de intimidar e intimidação. O dicionário Oxford English define intimidar da seguinte forma: 1. Tornar tímido 2. Inspirar medo 3. Aterrorizar, amedrontar O dicionário Merriam- Webster} s Collegiate (10a edição) define intimidar como: Desencorajar, coagir, ou suprimir por ameaça (ou como se por ameaça) 3 O dicionário Oxford English define intimidação como: 1. O ato de intimidar ou amedrontar 2. O fato ou condição de ser intimidado 3. O uso de ameaça ou violência para forçar ou impedir uma ação O objetivo da intimidação é impedir você de agir, coagi-lo ou forçá- lo a se submeter. A intimidação quer subjugar você com um sentimento de inferioridade e medo. Quando você recua e se submete, seja consciente ou inconscientemente, passa
  • 57. a ser escravo do intimidador. Você já não é mais livre para realizar a vontade de Deus, mas está condenado aos desejos do intimidador que o capturou. Conseqüentemente, o dom de Deus - a habilidade espiritual de Deus que opera em você - torna-se inoperante. Agora, a sua autoridade foi arrancada de você para ser usada contra você e contra aqueles que estão na sua esfera de influência. A origem da intimidação é o medo, que tem suas raízes no nosso adversário, o diabo. Ele é o gerador de todo medo e timidez (Gn. 3:1-10, principalmente o v. 10). Ele nos atacará através de pensamentos, imaginações e visões, ou usará circunstâncias e aqueles que estão sob a sua influência para nos intimidar. Em qualquer destas hipóteses, ele tem um único objetivo: controlar-nos e limitar-nos. Elias Intimidado? O profeta Elias operava com um poder tremendo. Ele compareceu com ousadia diante de um rei maligno que não tinha temor a Deus e declarou: "Nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra" (1Rs. 17:1). Ele não teve medo deste rei ímpio. Ele passou os anos que se seguiram vivendo milagrosamente. Primeiro, foi alimentado por corvos; depois, foi sustentado por uma viúva cujo alimento e cujo azeite não se acabavam embora a fome e a inanição cercassem a todos. O filho dessa viúva morreu de repente, e Deus ouviu a oração de Elias, ressuscitando o menino dos mortos. Este era um homem que tinha um ministério poderoso. Depois de um longo período, Elias compareceu novamente perante o rei. O rei o culpou pelas dificuldades e sofrimentos decorrentes da seca r saudou-o dizendo: "És tu, ó perturbador de Israel?" (1 Rs. 18:17). Elias respondeu com ousadia: "Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins" (1Rs. 18:18). Então, ele ordenou que o rei reunisse os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas de Asera e os levasse ao Monte Carmelo - juntamente com toda a nação de Israel.
  • 58. No dia do confronto, todo o Israel se reuniu para ver quem era o verdadeiro Deus! Elias desafiou com ousadia os profetas de Baal e Asera para oferecerem um sacrifício aos seus deuses ao mesmo tempo em que ele oferecia um sacrifício ao Senhor. "E o deus que responder por fogo, esse é que é Deus", declarou Elias (1Rs. 18:24). O Senhor Deus respondeu com fogo, e o povo de Israel se prostrou sobre seus rostos e se voltou para Deus. Então, sob as ordens de Elias, eles mataram todos os oitocentos e cinqüenta falsos profetas. Em seguida, Elias proclamou que iria chover, orando ardentemente e chamando isto à existência quando não havia sinal de chuva. Dentro de minutos, o céu ficou negro, e caiu uma forte chuva. Enquanto Acabe fugia para o seu palácio, a mão de Deus veio sobre Elias, e ele ultrapassou a carruagem de Acabe. Este foi apenas um dia na vida de Elias. A nação mudou de atitude; os maus foram mortos; a longa seca terminou. Elias pôde ouvir claramente a voz de Deus, agir de acordo com ela e ver grandes milagres. Confrontado pela Esposa do Rei Nesse mesmo dia, contudo, a mulher de Acabe, Jezabel, ouviu o que havia sido feito aos seus profetas, e enviou uma mensagem a Elias: "Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles" (1Rs. 19:2). Ela estava furiosa com ele porque aqueles eram os seus profetas, que pregavam a sua mensagem. Agora, veja a reação de Elias: Temendo, pois, Elias, levantou-se e, para salvar sua vida, se foi, e chegou a Berseba, que pertence a Judá; e ali deixou o seu moço. Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou de- baixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse:
  • 59. "Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais!". - 1 Reis 19:3-4 No mesmo dia em que venceu uma batalha tão grande, Elias fugiu para salvar sua vida. Ele ficou tão intimidado e desanimado por causa de Jezabel que desejou morrer. O propósito da intimidação dela era impedir que Elias concluísse o propósito de Deus. Ela queria reverter a sua influência sobre a nação. Ela queria vê- lo destruído e fora do caminho. Embora não pudesse matá-lo, ainda assim ela realizou um de seus objetivos aterrorizando-o para que fugisse e desejasse a morte. Inconscientemente, ele estava cooperando com o plano dela. Se Elias tivesse visto as coisas com mais clareza, jamais teria fugido. Os Sintomas da Intimidação O espírito de intimidação desencadeia a confusão, o desânimo e a frustração. O seu objetivo é fazer com que você perca a perspectiva apropriada. Tudo parecerá avassalador, difícil ou mesmo impossível. Quanto mais forte a intimidação, maior o desânimo e a falta de esperança. Se a intimidação não for confrontada imediatamente, ela fará com que você faça coisas que jamais faria se não estivesse sob a sua influência. Este é exatamente o objetivo da intimidação. Examinando as situações em que fui atacado por um espírito de intimidação, posso me identificar com o que Elias deve ter sentido. Antes de entender como a intimidação funcionava, eu me sentava em meu quarto de hotel sentindo-me desanimado e sem esperança. Eu me perguntava: De que adianta tudo isto? Quem você pensa que é? Algumas vezes eu tinha esses pensamentos até na manhã seguinte após um grande culto. Lembro-me de uma vez em especial em que não consegui fazer absolutamente nada o dia todo. Eu não conseguia tirar aquele peso de cima de mim. Orava, mas parecia que Deus não estava em lugar algum. Assim como aconteceu com Elias, o meu foco havia se voltado para mim e unicamente para mim. Eu me sentia ineficaz e
  • 60. considerava meu ministério inútil. Foi por isso que Elias disse: "Basta, toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais!" (1 Rs. 19:4). No fim desse dia especialmente desanimador, Deus me mostrou como Elias havia sido intimidado por Jezabel. Finalmente reconheci que meu comportamento era exatamente o que este espírito de intimidação e desânimo queria que eu tivesse. Ele queria que eu abrisse mão do que Deus havia me enviado para fazer. Havia pessoas na igreja que não gostavam da mensagem de arrependimento e santidade que Deus me havia dado para entregar. Imediatamente pude ver a raiz dos sintomas contra os quais havia lutado durante todo o dia - o espírito de intimidação. Libertei-me com ousadia e me senti livre da confusão e da frustração. Tivemos um culto poderoso naquela noite! Mais tarde, explicarei como confrontar o espírito de intimidação. Mas agora, vamos dar mais uma olhada na vida de Elias para ver como reconhecê-lo. 0 que Você está Fazendo Aqui? Elias foi destituído da sua autoridade quando não confrontou a intimidação de Jezabel de frente. Como resultado, o seu dom ministerial para a nação foi suprimido, e ele seguiu em uma direção que não era da vontade de Deus. Estou certo de que ele parecia um homem inteiramente diferente enquanto fugia do confronto para o qual havia corrido mais cedo. Ele se dirigiu para a direção oposta, deixando seu servo e correndo por quarenta dias e noites até o Monte Horebe.A primeira coisa que ele ouviu Deus dizer ao chegar foi:"0 que você está fazendo aqui, Elias?" (1 Rs. 19:9, NVI). Você pode imaginar? Ele está desanimado até à morte, exausto por correr quarenta dias em um estado de depressão. E Deus pergunta: "Por que você está aqui?" Será que Deus estava dizendo: "Por que você fugiu do seu posto e se escondeu aqui?".
  • 61. Você pode estar pensando: Bem, Deus enviou o anjo que deu a Elias os dois bolos para que ele pudesse correr quarenta dias e quarenta noites. Por que Deus perguntaria: "O que você está fazendo aqui?". Deus sabia que Elias estava determinado a correr. Quando um homem tem em seu coração a decisão de fazer alguma coisa, muitas vezes Deus deixará que ele a faça mesmo que não seja a Sua vontade perfeita. Deus fez o mesmo com Balaão quando Balaque, rei de Moabe, pediu-lhe para amaldiçoar Israel. O Senhor disse a Balaão para não ir. Mas Balaão voltou e perguntou a Deus pela segunda vez, e pareceu que Deus havia mudado de opinião. Ele disse a Balaão para ir. Na manhã seguinte, Balaão colocou a sela sobre sua mula para partir, e a Bíblia diz: "Acendeu-se a ira de Deus, porque ele se foi" (Nm. 22:22). Um anjo de Deus veio para matá-lo. Por que Deus lhe disse para ir e depois ficou zangado quando ele foi? Deus deixou Balaão ir porque conhecia o seu coração. Ele sabia que Balaão queria a honra e o dinheiro que Balaque estava oferecendo mais do que queria obedecer a Deus. Quando um homem dispõe o seu coração para fazer algo, Deus não o impedirá, mesmo que esta não seja a Sua vontade perfeita. Este foi o caso de Elias. Deus desejava que ele voltasse e confrontasse Jezabel como havia feito com os profetas de Baal. Isto completaria o que havia sido iniciado no Monte Carmelo. Mas Elias não queria enfrentá-la. Ele queria sair da pressão que estava sobre ele. Então, Deus enviou um anjo até ele para lhe dar o alimento necessário para a sua jornada. Deus esperaria e trataria com a intimidação de Elias quando ele chegasse ao Monte Horebe. Aquele que Está Por Trás de Tudo O trabalho que Deus havia começado através de Elias não podia ser concluído até que Jezabel fosse confrontada. Ela estava exatamente na raiz do problema de Israel. A Bíblia diz:"Ninguém houve, pois, como Acabe, que se vendeu para fazer o que era
  • 62. mau perante o Senhor, porque Jezabel, sua mulher, o instigava" (1 Rs. 21:25). O Senhor teria sido com Elias se ele não tivesse fugido, assim como havia sido com ele no Monte Carmelo. Mas ele ficou intimidado por Jezabel e foi destituído da sua autoridade. () dom para completar a tarefa estava adormecido. Agora, veja o que Deus diz a Elias depois de perguntar duas vezes por que ele estava ali. Disse-lhe o Senhor: "Vai, volta ao teu caminho para o deserto de Damasco e, em chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria. A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. Quem escapar à espada de Hazael, Jeú o matará; quem escapar à espada de Jeú, Eliseu o matará". -1 Reis 19:15-17 Observe que Ele disse a Elias para ungir Eliseu profeta em seu lugar e para ungir Jeú rei sobre Israel. Deus tinha dois outros homens que não fugiriam de Jezabel. Eles completariam a sua tarefa. A obra que Elias havia começado foi colocada em compasso de espera enquanto ele fugia da intimidação de Jezabel. Lembre-se, Jezabel era a influência motivadora por trás da maldade que havia se infiltrado em Israel. Se a má influência de um líder não for confrontada e não for dado um fim nela, é apenas questão de tempo até que a maldade se infiltre até alcançar os que estão sob a sua autoridade. Jesus ensinou este princípio: "Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe Quando esses líderes tomaram conhecimento de seus planos, Neemias contou: "eles zombaram de nós e nos desprezaram" (Ne. 2:19). Eles não apenas tentaram desencorajar Neemias e seus homens, como também tentaram fazer com que eles parecessem tolos aos olhos do povo. Eles zombaram deles com declarações
  • 63. depreciativas. "Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derribará o seu muro de pedra" (Ne. 4:3). Muitas vezes as pessoas tentam intimidá-lo rindo de você ou fazendo pouco do que você está fazendo. Elas podem zombar de você e questionar a sua capacidade de realizar tudo o que Deus colocou em seu coração. Elas podem fazer isso na sua frente, ou podem semear perguntas e zombaria no meio de outras pessoas. Ou talvez não seja uma pessoa ou um grupo que resista a você, mas você pode estar lutando contra a sua própria mente, enquanto ela é bombardeada com pensamentos do tipo: O que as pessoas vão pensar? Será que elas vão rir de mim? Será que vou fracassar? Nesta situação, é importante sabermos o que Deus nos instruiu a fazer, lembrando que Ele "escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes" (1 Co 1:27). O que o homem considera insignificante, Deus usa para realizar o impossível. Então, Ele recebe toda a glória! Neemias jejuou e orou até ter a mente do Senhor. Assim ele pôde refutar com ousadia os seus adversários. "O Deus dos céus é quem nos dará bom êxito; nós, Seus servos, nos disporemos e reedificaremos; vós, todavia, não tendes parte, nem direito, nem memorial em Jerusalém" (Ne. 2:20). Quando perceberam que não podiam impedir Neemias, e que os israelitas estavam avançando na sua obra, eles ficaram enfurecidos. Eles não estavam mais rindo, porque já não era mais engraçado. Eles planejaram confundir todo o projeto atacando a cidade (Ne. 4:7-8). A ira é outra arma de intimidação. Ela será exercida contra você para paralisá- lo ou detê-lo. Dessa ira podem vir ameaças flagrantes ou sutis. Esta distração é uma arma muito eficaz de intimidação. Observei muitas vezes as pessoas recuarem do que sabiam ser certo ou do que deveriam fazer, a fim de evitar a ira dos outros. Elas abriam concessões especiais para manter uma falsa paz.
  • 64. Pressão por Dentro e por Fora Neemias não teve de enfrentar apenas este ataque dos estrangeiros pagãos, mas também teve problemas que surgiram entre os seus próprios homens com relação às condições que todos eles enfrentavam. Muitas vezes, quando Deus nos convoca, enfrentamos resistência e oposição vindas de dentro e de fora. Os homens de Neemias estavam ficando cansados. Eles estavam enfrentando tantos escombros que aquilo estava impedindo o progresso deles (Ne. 4:10). Também havia outro problema. Os trabalhadores ricos estavam pressionando financeiramente as famílias que estavam em débito, cobrando grandes somas de juros sobre os campos que essas famílias cultivavam (Ne. 5:1-8). Isto desanimou os homens cujas famílias estavam sofrendo. Estes problemas internos tornaram ainda mais difícil resistir à coerção e ao desânimo por parte dos inimigos deles. Intimidação por Todos os Lados Já passei por situações assim. Quando comecei a viajar, pediram-me para ajudar uma igreja que havia perdido seu pastor. Ela se situava em uma cidade pequena de oitocentas pessoas no meio do nada. Depois de dois cultos, todos os adolescentes dali haviam se arrependido e tido uma experiência com o poder de Deus, assim como muitos adultos. Por causa do que Deus estava fazendo, a audiência dobrou para quase cem pessoas. Minha esposa e eu sentimos tanta compaixão por aquelas pessoas que nos oferecemos para cancelar as nossas próximas seis semanas de reuniões e ficarmos para edificar um fundamento firme naquela igreja para prepará- la para um novo pastor. Algumas pessoas da diretoria não gostaram do que preguei. Um homem estava contrariado porque quando chegamos para o terceiro culto, Quando ficamos intimidados, abrimos mão da nossa posição de autoridade. Consequentemente, o dom de Deus para servir e proteger permanece adormecido. Terminamos inconscientemente apoiando a causa daquele que está nos intimidando.
  • 65. Há muitos relatos no Antigo Testamento do povo de Deus recuando quando deveria estar avançando. Como Paulo escreveu: "Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado" (1 Co 10:11). E mais uma vez aos Romanos: "Pois tudo quanto, outrora, foi escrito, para o nosso ensino foi escrito" (Rm. 15:4). Citarei muitos relatos do Antigo e do Novo Testamento neste livro, pois não podemos entender plenamente as aplicações do Novo Testamento sem os exemplos do Antigo Testamento. No próximo capítulo, veremos como a intimidação impede a obra de Deus, não apenas na vida de um líder, mas também na vida do povo a quem ele serve.
  • 66. CA P Í TU L O  6  Paralisado pela Intimidação Uma pessoa intimidada honra aquilo que teme mais do que a Deus. A intimidação nos paralisa na esfera do espírito. Ela faz com que comprometamos o que sabemos ser certo. Ela faz com que permitamos ou toleremos aquilo que, sob outras circunstâncias, não apoiaríamos. Um exemplo encontra-se na história de Eli e seus filhos. Antes de Israel se tornar uma monarquia, era governada por juízes que Deus levantava em momentos críticos da história da nação. De acordo com a Bíblia Dake, Eli era o décimo quinto juiz de Israel. Ele não apenas julgava, como também era o sétimo sumo sacerdote. Ele julgou Israel por quarenta anos. Seus dois filhos, Hofni e Finéias, também eram sacerdotes. Agora vamos dar uma olhada na atmosfera espiritual sob a liderança de Eli: Naqueles dias, a palavra do Senhor era mui rara; as visões não eram freqüentes. -1 Samuel 3:1 A "palavra do Senhor" mencionada aqui não são as Escrituras escritas, pois os israelitas tinham a Tora. Este versículo se refere ao dis- Permanecia apenas uma lembrança distante de Deus talando abertamente ao Seu povo. O autor do livro agora estava em silêncio. A Sua voz raramente era ouvida. Então, por que Deus estava tão quieto? Encontramos a nossa resposta no capítulo 2: