O documento discute procedimentos de terapia nutricional enteral e parenteral, incluindo sondagem nasogástrica/nasoentérica, cuidados com ostomias e nutrição parenteral. Aborda vias de acesso, materiais necessários, procedimentos e cuidados de enfermagem para cada tipo de terapia nutricional.
2. Terapia Nutricional
Considerações Gerais
Entende-se por terapia nutricional um conjunto de
procedimentos terapêuticos empregados para
manutenção ou recuperação do estado nutricional,
por meio da nutrição enteral ou parenteral.
A via de escolha de acesso depende das condições
do paciente e da possibilidade ou não do uso do
trato gastrintestinal.
3.
4. Nutrição Enteral
A nutrição enteral (NE) é considerada a
preferida da terapia nutricional, pois apresenta
várias vantagens fisiológicas, metabólicas, de
segurança e de custo/beneficio em relação à
nutrição parenteral.
5. Seleção de vias de acesso
Deve-se primeiramente, estimar o tempo de terapia
nutricional para a escolha da melhor via de acesso.
Sonda Nasogástrica
Indicada nos primeiros dias de terapia nutricional, apenas
para adaptação da dieta, não devendo exceder o prazo de 7
dias desde que seja de pequeno calibre ou utilizada apenas
para drenagem gástrica (neste caso de maior calibre).
Pode causar ulcerações de mucosa, refluxo gastro-esofágico,
aumento do risco de aspiração e complicações.
6. Sonda Nasoenterica
Embora não seja consensual, seis semanas
parece ser um período estimado para
diferenciar nutrição enteral.
7. A sonda nasoenteral por períodos prolongados
pode também levar a complicações tardias
como migração da sonda (especialmente para o
esôfago), aspiração pulmonar das soluções
infundidas, lesão de mucosa do trato
gastrintestinal pela ponta da sonda, infecção de
vias aéreas e trato respiratório superior,
estenose esofágica e paralisia das cordas
vocais.
8. Sonda Nasogástrica (SNG) e Orogástrica (SOG)
Objetivo
Facilitar o acesso a cavidade gástrica- permitindo
tratamentos como administração de alimentos,
medicamentos, etc., em pacientes incapacitados,
comatosos, debilitados.
Drenagem de conteúdo gástrico – sangue, secreção
gástrica, gases (alterações metabólicas),
medicamentos, etc.
Em caso de obstrução intestinal ou pós cirúrgica
(íleo paralitico), prevenindo ou aliviando náuseas,
vômitos ou distensão.
Finalidade diagnóstica, pela analise do conteúdo
gástrico nas intoxicações exógenas, etc.
9. Objetivo
Administrar alimentos, medicamentos em clientes
inconscientes, desnutridas, com recusa alimentar,
nos prematuros que não apresentam reflexo de
sucção e deglutição, em pós-operatórios, cliente em
ventilação mecânica e em caso de obstrução
intestinal;
10. Conceito
É um tubo de cloreto de polivinila (PVC) que, quando
prescrito pelo médico para drenagem ou alimentação
por sonda, deve ser tecnicamente introduzido desde
a narina até o estômago.
11. Contra-indicações
Estenose de esôfago
Varizes esofagianas sem sangramento (a sonda
pode ferir as varizes ou deslocar coágulos
tamponantes)
Pós-operatório de cirurgia realizada via
transnasal.
Disjunção craniofacial pela possibilidade de
invasão cerebral com a sonda.
13. Material Necessário
Sonda nasogástrica (mulher 14 a 16, homem 16 a 18)
Vaselina ou anestésico gel a 2% (Xilocaína gel) ou spray
Luvas de procedimento
Esparadrapo ou micropore
Seringa de 10 ou 20ml
Estetoscópio
Gazes
Cuba rim
Benzina ou éter
Água em um copo (se paciente lúcido)
Tolha/compressa
Biombo s/n
15. PROCEDIMENTO
1. Explicar o procedimento e sua finalidade ao
paciente e/ou ao acompanhante; Preparo psicológico
do paciente quando possível
2. Reunir o material;
3. Colocar biombos em volta do leito;
4. Lavar as mãos
5. Colocar o paciente em posição de Fowler alta –
45º, caso isso não seja possível, posicioná-lo em
decúbito dorsal com a cabeça lateralizada para evitar
possível aspiração;
6. Proteger o tórax com a toalha
7. Inspecionar as narinas quanto à presença de
obstrução e fratura, com o objetivo de determinar
qual é a mais adequada.
16. 7. Limpar a cavidade nasal e remover a oleosidade
da pele, tanto do nariz quanto da testa, usando
álcool à 70%;
8.Preparar pedaços de esparadrapos para fixação da
sonda
9. Calçar as luvas de procedimento;
10. Verificar se a sonda está íntegra;
11. Verificar o comprimento da sonda que será
introduzida, sem tocar no paciente.
12. Medir a distância da ponta do nariz até o lóbulo
da orelha e, do lóbulo da orelha até o apêndice
xifóide.
13. Marcar essa distância na sonda utilizando fita
adesiva.
17. Quando a sonda passar pela orofaringe,
fazer uma pausa para diminuir a
possibilidade de vômito. Examinar a
orofaringe para certificar-se de que a sonda
não se encontra enrolada.
A partir deste momento, observar se há
presença de sinais que possam indicar que a
sonda foi introduzida nas vias aéreas, como
cianose, dispnéia ou tosse.
Pedir ao paciente que flexione levemente a
cabeça para frente.
Continuar delicadamente a introdução da
sonda, solicitando ao paciente que realize
movimentos de deglutição, até a sonda
atingir a faringe.
18. 17. Avançar a sonda delicadamente até a
marca pré-determinada.
Fixar a sonda ao nariz e à testa utilizando
fita adesiva, com o cuidado de não tracionar
a narina.
19. Conectar a seringa de 20 mL na ponta da
sonda. Posicionar o diafragma do
estetoscópio na região epigástrica e
introduzir, de forma rápida, 20 mL de ar, para
auscultar o som da entrada do ar no
estômago;
20. Utilizar a seringa de 20 mL para aspirar
parte do suco gástrico, com o objetivo de
certificar-se do posicionamento correto da
sonda;
19. 21. Limpar as narinas do paciente, removendo o
excesso de xylocaína
22. Posicionar o paciente confortavelmente;
23. Deixar a unidade em ordem;
24. Registrar o procedimento;
20. SONDA NASOENTÉRICA
Definição
É a introdução de uma sonda de poliuretano
ou silicone, de pequeno diâmetro, com uma
cápsula de peso em sua posição distal,
através da narina até o estômago mais
profundamente ou duodeno, utilizando-se um
fio guia.
21. Se nasoentérica
Verificar o comprimento da sonda que será
introduzida, sem tocar no paciente.
Medir a distância da ponta do nariz até o lóbulo da
orelha e, do lóbulo da orelha até o apêndice xifóide.
Acrescentar 10 cm a esta medida para um bom
posicionamento no duodeno.
Marcar essa distância na sonda utilizando fita
adesiva ou observar a marcação.
Algumas sondas vêm demarcadas com pontos
pretos, enquanto outras apresentam numerações.
Colocar a cuba rim sobre o tórax do paciente para o
caso de possível regurgitação;
Pulverizar com xylocaína spray a cavidade oral do
paciente;
22. Injetar água na sonda sem retirar o fio guia.
Lubrificar a sonda com o anestésico
Iniciar a sondagem por uma das narinas do
paciente e orientá-lo a respirar pela boca e deglutir
para facilitar a introdução da sonda demarcada.
Observar sinais de cianose ou desconforto
respiratório; neste caso retirar a sonda;
Colocar o paciente em decúbito lateral D, para que
a peristalse gástrica empurre a ponta da sonda ate
o duodeno .
Retirar o fio guia.
23. Fechar a sonda.
Fixar a sonda firmemente no nariz com fita adesiva.
- O paciente deve ficar em decúbito lateral esquerdo
após o procedimento.
- Recolher o material e fazer anotações de
enfermagem pertinente
Aguardar a migração da sonda para o duodeno
(24h); tirar raio-x simples de abdome para verificar o
seu posicionamento antes de iniciar a dieta.
24.
25. Procedimento
Após 24h deve-se fazer
um RX para visualizar a
localização da sonda
Os cuidados são os
mesmos do SNG
26.
27. Cuidados de enfermagem
Lavar a sonda de 4/4 horas conforme prescrição
médica, com soro fisiológico ou água destilada
para evitar obstrução da mesma.
Observar durante a lavagem, a quantidade de
liquido introduzido e a quantidade aspirada.
Colocar o recipiente para drenagem abaixo do
nível do paciente para facilitar a saída de líquido
(sifonagem). Em caso de drenagem.
28. Evitar forçar o septo e a asa do nariz do paciente,
quando da fixação da sonda, para evitar
traumatismos (necrose).
Fixar a sonda utilizando-se apenas de fitas
adesivas.
Variar a posição de fixação da sonda diariamente.
Trocar a sonda quando para alimentação de 7/7
dias, ou quando necessário.
Trocar sonda quando para drenagens de 5/5 dias,
ou quando necessário.
29. Elevar cabeceira (45 a 90 graus) para veiculação de
dieta , medicação ou lavagem da sonda.
Após infusão da dieta lavar a sonda com 20 a 50 ml
de água (em adultos) e mantê-la fechada se não
houver vomito ou regurgitação.
Caso o paciente apresente vomito, distensão
abdominal, abrir a sonda gástrica; se necessário
aspirar com uma seringa.
Ao retirar a sonda gástrica, puxá-la
continuadamente; fechar a sonda durante a retirada
evitando o escoamento do conteúdo gástrico (pelos
orifícios da sonda) no trato digestivo alto, fato que
provoca irritação das mucosas.
30. Gavagem
Material
Seringa de 20ml (adultos)
Cuba rim
Cuba redonda
Compressa de gaze
Recipiente com dieta liquefeita ou medicação,
recipiente com água estéril ou soro fisiológico
32. Procedimento
Explicar o procedimento ao paciente
Lavar as mãos reunir o material e dieta ou
medicamento prescrito pelo medico ou
nutricionista.
Proteger o tórax do paciente com uma toalha
Elevar a cabeceira do leito para a posição
sentado ou semi-sentado.
Verificar temperatura (no caso de dieta)
Utilizar pinça para abrir e fechar a sonda.
Proteger com gaze a conexão seringa-sonda.
33. Aspirar na seringa o material a ser injetado na
sonda e injetar lentamente na sonda
(despinçada) com seringa em posição vertical e
mais alta que a cabeça do paciente.
Injetar quantas vezes for necessário para
infundir o volume prescrito lavar a sonda ao
termino da infusão com água destilada ou soro
fisiológico para evitar obstrução (20 a 50ml)
34. Nos pacientes em que a prescrição medica
preconiza manter a sonda em sifonagem
(aberta) após certos procedimentos, fechá-la
por 30 minutos e abri-la ao termino deste
período, colocando o frasco coletor abaixo do
nível do corpo.
Deixar o paciente em posição confortável
Recolher o material e fazer anotações de
enfermagem pertinente
35.
36. Nutrição Parenteral Central: administrada
por meio de uma veia de grande diâmetro,
geralmente subclávia ou jugular interna, que
chegam diretamente no coração.
Nutrição Parental Periférica: administrada
por meio de uma veia menor, geralmente na
mão ou no antebraço.
37. Nutrição Parenteral (NP)
Nutrição Parenteral Total (NPT) consiste na
administração de todos os nutrientes
necessários para cobrir a demanda metabólica
de determinado paciente por via central ou
periférica, e em situações em que a via oral,
enteral ou ambas, não suprirem 100% das
necessidades ou não são possíveis de serem
administradas devido às condições do paciente.
38. Objetivos
Garantir o adequado aporte de macro e micro
nutrientes
Corrigir desnutrição
Suprir as necessidades metabólicas decorrente
de certas patologias
Fornecer suporte coadjuvante na terapia
nutricional enteral ou oral quando estas forem
insuficientes
43. Cuidados com a nutrição parenteral
Cuidados com o cateter e troca de curativo
conforme protocolo de Acesso Venoso Central.
Gotejamento preciso da solução e do restante
do plano parenteral conforme prescrição
médica – a infusão rápida pode trazer efeitos
colaterais como hiperglicemia, diurese
abundante, alterações metabólicas.
44. Controle rigoroso de diurese, vômitos, diarréia
ou outras perdas.
Glicosúria de 4/4 horas ou 2/2 horas, quando
necessário e a critério medico.
Peso diário, sempre que possível.
A presença de hipertermia e choque pirogênico
requer suspensão da infusão, troca do equipo
de infusão, envio de amostra da solução para
cultura bem como ponta do cateter (quando
houver a retirada do mesmo).
45. Ostomias
Gastrostomias ou jejunostomias, estão
indicadas na terapia nutricional de longo prazo,
realizadas cirúrgica ou endoscopicamente.
Reduzem risco de infecções.
46. Considerações importantes
A identificação de pacientes com alto risco de
desnutrição e o conhecimento da equipe
multiprofissional sobre as técnicas de terapia
nutricional, oferecida através de sondas,
garantem uma melhor recuperação de
pacientes internados em hospitais e também
dos que estejam em seu domicílio
48. Sonda Retal
Introdução do cateter no ânus para administração
de líquido com objetivo de:
Aliviar distensão abdominal, flatulência e
constipação;
Retirar material estagnado de
fermentação
Preparar o cliente para cirurgias, exames
endoscópios, radiografias.
49. Material utilizado
Bandeja contendo:
Saco plástico para lixo
Vaselina líquida
Papel higiênico
Sonda retal
Gaze
Luva de procedimento
Biombo
Solução prescrita.
50. Procedimento.
Lavar as mãos
Explicar o procedimento ao cliente
Conectar a sonda ao equipo da solução prescrita,
preencher com líquido e fechar o clamp
Isolar o leito com biombo
Colocar o cliente em posição de SIMS e com a
cama ligeiramente abaixada a cabeceira, solicitar
que o mesmo respire pela boca.
51. Procedimento
Retirar a sonda, apertando a sua extremidade
próxima ao ânus
Orientar ao cliente que permaneça na mesma
posição por alguns minutos ou o tempo que
suportar