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A UTOPIA, O PRÍNCIPE E A
COCANHA
Situação de Aprendizagem 3
Habilidade:
Identificar conceitos das várias áreas do conhecimento para a
compreensão de fenômenos naturais e processos histórico-geográficos.
Absolutismo monárquico
• O Absolutismo Monárquico se caracteriza pela intervenção
direta do poder do rei em esferas que estão além da política, como a
economia e a sociedade. A justificativa do poder pode ser divina, como no
caso da França.
• O Absolutismo esteve em vigor nos séculos XV, XVI, XVII e XVIII. Em
algumas regiões chegou ao século XIX.
• Thomas Hobbes justifica o poder real apontando uma condição natural do
homem de “guerra contra seus semelhantes”; o poder real torna-se uma
necessidade para que não sejam “guiados pela própria razão”. Dessa
forma, o poder real instaura-se para preservar a “segurança” e a sociedade.
Introdução
• Nicolau Maquiavel e Thomas Morus produziram obras e textos que se
consagraram na história do pensamento ocidental.
Esta Situação de Aprendizagem tem o intuito de pensar e refletir
sobre a obra desses dois estudiosos renascentistas e suas relações
com o imaginário popular dentro de uma relação de “circularidade”
cultural.
Nicolau Maquiavel
• Nicolau Maquiavel, um dos principais pensadores políticos da
Península Itálica no século XVI, foi alto funcionário da chancelaria de
Florença e designado para tratar de assuntos externos da República
florentina. Sua obra principal, O Príncipe, foi publicada no final de sua
vida e reflete o pragmatismo típico de um funcionário que transitou
entre as esferas de poder da Europa e conheceu os jogos políticos de
seu tempo. Evidencia a grande fragilidade dos Estados europeus,
ainda em processo de formação, e como se colocavam os governantes
e políticos diante das circunstâncias que lhes apareciam.
Contexto da Península Itálica durante o
século XVI
• Maquiavel escreveu o livro (O Príncipe) em uma península não unificada,
com guerras e invasões estrangeiras constantes. A fragilidade de alguns
governos italianos preocupava-o, se comparada
com monarquias poderosas como a inglesa, a francesa e a espanhola.
• Há, durante todo o livro, lições de como um governante deve agir para que
o poder seja adquirido e mantido em suas mãos.
• Ele trata da distinção entre o poder político baseado no temor e no amor.
Exalta, de maneira pragmática, a manutenção do poder pelo temor e
critica as relações de poder baseadas em laços de fidelidade.
Conceitos de Virtú
• Os conceitos de Virtú (que não se confunde com virtude) permeiam sua
obra.
• Virtú pode ser definido como sendo a atitude de fazer o que for preciso
perante uma necessidade, sendo essa atitude efetiva para alcançar seus
objetivos. Somente o homem virtuoso pode ficar livre da fortuna, da sorte,
ou qualquer outra contingência que escape do controle do príncipe.
• Trata-se de um pensamento fortemente ligado ao meio hostil da política,
das guerras, das disputas de poder. é essa realidade, que deu origem a uma
teoria política prática, que Maquiavel transmitiu em forma de
ensinamentos pronunciados de maneira imperativa.
• Paralelamente ao pragmatismo de Maquiavel, a Europa medieval
conviveu com inúmeras utopias, como o mito da Fonte da Juventude
e o Reino do Preste João, sendo a mais famosa delas a criada por
Thomas Morus. No geral, elas constituíram as idealizações “de
sociedades afortunadas, regidas por leis muito diferentes dos rígidos
preceitos que ordenam a vida cotidiana. [...] as utopias do século XVI
desejaram fazer passar por concreto o que era exagerado e o que
contrariava frontalmente as duras regras da vida real, refletindo um
forte pessimismo em relação ao presente e uma grande esperança no
futuro”.
Concepção de política presente no
texto de Maquiavel
• O pragmatismo de Maquiavel em buscar um funcionamento pouco
idealizado da sociedade.
• No exercício do poder, deve-se recorrer ao uso da força quando esta
for necessária à manutenção do poder.
• A frase que define a visão política de Maquiavel: “os fins justificam os
meios”.
Thomas Morus
• A obra de Thomas Morus (A Utopia), na qual se descreve uma ilha bastante
organizada, onde os habitantes trabalham, há poucas leis, mas elas
existem; há um regramento da alimentação, embasado na manutenção da
saúde.
• Na Cocanha, região mitológica na qual as pessoas não trabalhavam, só
havia vinho para beber, comida abundante, sexo ao belprazer e o melhor
de tudo: nada disso tinha fim. Era uma quimera muito frequente no
imaginário popular da época: “representou os anseios dos homens pobres
do Renascimento e uma recusa obstinada, por meio da imaginação, da
precariedade da vida”.
A ilha de Morus – críticas ao contexto
Inglês do século XVI
• Thomas Morus realizou várias críticas fez ao contexto inglês do século
XVI, ao descrever a ilha de Utopia, durante o reinado de Henrique VIII,
um período de grandes transformações na sociedade e na
política inglesa.
Vale ressaltar a Reforma Anglicana, os conflitos religiosos presentes
na época e as disputas de poder pelo trono na conturbada vida
política e amorosa do rei.
• A canonização de Thomas Morus pela Igreja Católica, transformando-
o em “mártir” defensor do catolicismo pode ser considerada uma
resposta da Igreja à Reforma Anglicana.
A Utopia - Thomas Morus
Diferenças entre os pontos de vista de
Morus e Maquiavel
• Thomas Morus faz uma crítica ao poderio dos reis e à ganância
gerada pela riqueza e pelo poder.
• Já Maquiavel ressaltava a avidez e a busca pela riqueza como
motivadores do comportamento humano, determinantes para a
política.
Mito da Fonte da Juventude
• Mito popular recorrente em diversas regiões da Europa.
Aqueles que encontrassem tal fonte poderiam obter cura e
vida eterna.
Reino de Preste João
• Mito popular recorrente, principalmente em Portugal.
Preste João era um pescador e teria desaparecido durante uma
pescaria, arrastado por peixes. Em uma terra distante, fundou um
reino cristão perfeito. Cercado de mistério, o mito alimentava a ideia
de que um poderoso soberano viria da Ásia e atacaria o Islã. O mito
começou a circular à época da Primeira Cruzada, por volta do século
XI.
Cocanha
• Mito popular muito recorrente em diversas regiões da Europa.
Refere-se, principalmente, a uma terra de abundância e prazeres
ilimitados.
A Utopia, o Príncipe e a Cocanha: Maquiavel e Morus

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A Utopia, o Príncipe e a Cocanha: Maquiavel e Morus

  • 1. A UTOPIA, O PRÍNCIPE E A COCANHA Situação de Aprendizagem 3 Habilidade: Identificar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais e processos histórico-geográficos.
  • 2. Absolutismo monárquico • O Absolutismo Monárquico se caracteriza pela intervenção direta do poder do rei em esferas que estão além da política, como a economia e a sociedade. A justificativa do poder pode ser divina, como no caso da França. • O Absolutismo esteve em vigor nos séculos XV, XVI, XVII e XVIII. Em algumas regiões chegou ao século XIX. • Thomas Hobbes justifica o poder real apontando uma condição natural do homem de “guerra contra seus semelhantes”; o poder real torna-se uma necessidade para que não sejam “guiados pela própria razão”. Dessa forma, o poder real instaura-se para preservar a “segurança” e a sociedade.
  • 3. Introdução • Nicolau Maquiavel e Thomas Morus produziram obras e textos que se consagraram na história do pensamento ocidental. Esta Situação de Aprendizagem tem o intuito de pensar e refletir sobre a obra desses dois estudiosos renascentistas e suas relações com o imaginário popular dentro de uma relação de “circularidade” cultural.
  • 5. • Nicolau Maquiavel, um dos principais pensadores políticos da Península Itálica no século XVI, foi alto funcionário da chancelaria de Florença e designado para tratar de assuntos externos da República florentina. Sua obra principal, O Príncipe, foi publicada no final de sua vida e reflete o pragmatismo típico de um funcionário que transitou entre as esferas de poder da Europa e conheceu os jogos políticos de seu tempo. Evidencia a grande fragilidade dos Estados europeus, ainda em processo de formação, e como se colocavam os governantes e políticos diante das circunstâncias que lhes apareciam.
  • 6. Contexto da Península Itálica durante o século XVI • Maquiavel escreveu o livro (O Príncipe) em uma península não unificada, com guerras e invasões estrangeiras constantes. A fragilidade de alguns governos italianos preocupava-o, se comparada com monarquias poderosas como a inglesa, a francesa e a espanhola. • Há, durante todo o livro, lições de como um governante deve agir para que o poder seja adquirido e mantido em suas mãos. • Ele trata da distinção entre o poder político baseado no temor e no amor. Exalta, de maneira pragmática, a manutenção do poder pelo temor e critica as relações de poder baseadas em laços de fidelidade.
  • 7. Conceitos de Virtú • Os conceitos de Virtú (que não se confunde com virtude) permeiam sua obra. • Virtú pode ser definido como sendo a atitude de fazer o que for preciso perante uma necessidade, sendo essa atitude efetiva para alcançar seus objetivos. Somente o homem virtuoso pode ficar livre da fortuna, da sorte, ou qualquer outra contingência que escape do controle do príncipe. • Trata-se de um pensamento fortemente ligado ao meio hostil da política, das guerras, das disputas de poder. é essa realidade, que deu origem a uma teoria política prática, que Maquiavel transmitiu em forma de ensinamentos pronunciados de maneira imperativa.
  • 8. • Paralelamente ao pragmatismo de Maquiavel, a Europa medieval conviveu com inúmeras utopias, como o mito da Fonte da Juventude e o Reino do Preste João, sendo a mais famosa delas a criada por Thomas Morus. No geral, elas constituíram as idealizações “de sociedades afortunadas, regidas por leis muito diferentes dos rígidos preceitos que ordenam a vida cotidiana. [...] as utopias do século XVI desejaram fazer passar por concreto o que era exagerado e o que contrariava frontalmente as duras regras da vida real, refletindo um forte pessimismo em relação ao presente e uma grande esperança no futuro”.
  • 9. Concepção de política presente no texto de Maquiavel • O pragmatismo de Maquiavel em buscar um funcionamento pouco idealizado da sociedade. • No exercício do poder, deve-se recorrer ao uso da força quando esta for necessária à manutenção do poder. • A frase que define a visão política de Maquiavel: “os fins justificam os meios”.
  • 10. Thomas Morus • A obra de Thomas Morus (A Utopia), na qual se descreve uma ilha bastante organizada, onde os habitantes trabalham, há poucas leis, mas elas existem; há um regramento da alimentação, embasado na manutenção da saúde. • Na Cocanha, região mitológica na qual as pessoas não trabalhavam, só havia vinho para beber, comida abundante, sexo ao belprazer e o melhor de tudo: nada disso tinha fim. Era uma quimera muito frequente no imaginário popular da época: “representou os anseios dos homens pobres do Renascimento e uma recusa obstinada, por meio da imaginação, da precariedade da vida”.
  • 11. A ilha de Morus – críticas ao contexto Inglês do século XVI • Thomas Morus realizou várias críticas fez ao contexto inglês do século XVI, ao descrever a ilha de Utopia, durante o reinado de Henrique VIII, um período de grandes transformações na sociedade e na política inglesa. Vale ressaltar a Reforma Anglicana, os conflitos religiosos presentes na época e as disputas de poder pelo trono na conturbada vida política e amorosa do rei. • A canonização de Thomas Morus pela Igreja Católica, transformando- o em “mártir” defensor do catolicismo pode ser considerada uma resposta da Igreja à Reforma Anglicana.
  • 12. A Utopia - Thomas Morus
  • 13. Diferenças entre os pontos de vista de Morus e Maquiavel • Thomas Morus faz uma crítica ao poderio dos reis e à ganância gerada pela riqueza e pelo poder. • Já Maquiavel ressaltava a avidez e a busca pela riqueza como motivadores do comportamento humano, determinantes para a política.
  • 14. Mito da Fonte da Juventude • Mito popular recorrente em diversas regiões da Europa. Aqueles que encontrassem tal fonte poderiam obter cura e vida eterna.
  • 15.
  • 16. Reino de Preste João • Mito popular recorrente, principalmente em Portugal. Preste João era um pescador e teria desaparecido durante uma pescaria, arrastado por peixes. Em uma terra distante, fundou um reino cristão perfeito. Cercado de mistério, o mito alimentava a ideia de que um poderoso soberano viria da Ásia e atacaria o Islã. O mito começou a circular à época da Primeira Cruzada, por volta do século XI.
  • 17.
  • 18. Cocanha • Mito popular muito recorrente em diversas regiões da Europa. Refere-se, principalmente, a uma terra de abundância e prazeres ilimitados.