Este documento discute métodos de identificação de espécies através de métodos forenses. Ele descreve vários métodos como análise zoomórfica para verificar características como espécie, raça, sexo, idade e sinais individuais. Também discute identificação por sangue, gordura, ossos, dentes e morfometria craniana.
Segmentação anátomo-cirúrgica em baços de queixada ( Tayassu pecari – Link, 1...
Identificação de Espécies por Métodos Forenses
1. Identificação de Espécies
através de Métodos
Forenses
Marcelo Bittencourt Contieri
- Graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Paulista 1999.
- Especialista em Medicina Veterinária Legal - IMESC 2000
- Bolsa de Aprimoramento FUNDAP concluída em 2003.
- Mestrado na área de Patologia Experimental e Comparada/2006.
2. Introdução
Na medicina forense chama-se identificação
o processo pelo qual se determina a
identidade de uma pessoa, animal ou de uma
coisa, ou um conjunto de
características/qualidades cuja finalidade é
levantar uma identidade (individualidade).
3. Identificação
Análise Zoomórfica: consiste na verificação de características
específicas.
espécie
Raça
Sexo
Idade
Tamanho
Peso
sinais individuais
malformações
sinais profissionais
tatuagens
cicatrizes
identificação por
sobreposição de
fotografias
identificação pela arcada
dentária
7. Identificação
Poodle
cão de tipo mediolíneo, de
pelagem encaracolada
característica, cacheada ou
encordoada. Tem aspecto
de um animal inteligente,
constantemente em alerta,
ativo, harmoniosamente
construído, dando uma
impressão de elegância e
altivez.
Tamanho
1. Poodles Grandes: acima
de 45cm até 60cm, com
uma tolerância de 2cm a
mais.
2. Poodles Médios: acima de
35cm até 45cm.
3. Poodles Anões: acima de
28cm até 35cm.
4. Poodles Toys: acima de
24cm até 28cm (a altura
ideal: é 25cm) e até 24cm
16. Identificação
Sangue:
Os grupos sanguíneos caninos baseados em
isoaglutininas autoimunes foram reconhecidos por Von
Dungern e Hirszfeld em 1910 (Andrews, 2000).
Cães tem no mínimo 12 grupos sanguíneos, cuja
nomenclatura tem sofrido modificações ao longo dos anos
(Bracker & Drellich, 2005). Originalmente os grupos
sanguíneos caninos eram descritos por letras do alfabeto
(A,B, C, D, E, F, G), mas por convenção passou a designar-
se DEA (Dog Erythrocyte Antigen) seguido do número
correspondente (Symons & Bell, 1992).
20. Identificação
Hemoglobina (g/dl)
bovino 10,0 a
12,0;
cão 12,0 a 17,0;
coelho 6,0 a 8,0;
gato 8,5 a 15;
ovino 8,0 a 13,0;
suíno 11,0 a 15,0.
Hemácias (x 106)
bovino 7,0 a 10,0;
cão 5,5 a 8,0;
coelho 4,0 a 6,0;
gato 6,0 a 9,0;
ovino 8,0 a 11,0;
suínos 5,0 a 7,0.
Hematócrito (%)
bovino 35 a 45;
cão 37 a 50;
coelho 35 a 44;
gato 30 a 45;
ovino 27 a 46;
suíno 37 a 47.
21. Identificação
Gordura:
- A estrutura do Triglicerídeo é diferente entre
espécies.
adipócitos – pele e osso
1. Composição dos Triglierídeos (ácidos graxos)
2. Análise esteroespecífica usando lipase
pancreática, para determinação da posição.
Homem, cão, suíno, gato e galinha
Kagawa et al., 1996
26. Identificação
Estudo Morfométrico do Sincrânio
Os cães representam a espécie doméstica de
maior diversidade, com ampla variação em
tamanho e conformação (Stockard, 1941; Vilà;
Maldonado; Wayne, 1999).
A diferença entre o tamanho e a conformação
esquelética nas diferentes raças de cães
ultrapassa o que se pode observar na Família
Canidae, apresentando também diferenças
de comportamento substanciais.
Fernanda Holfmann Apollo
27. Identificação
Raça
A morfometria geométrica tem sido pouco utilizada na
Medicina Veteterinária, diferentemente do que acontece
em outras áreas, como na Biologia, Paleontologia e
Medicina.
A palavra morfometria foi criada com o intuito de
determinar métodos que servissem para medir a distância
de forma entre espécies e, a partir daí, construir diagramas
representando estas distâncias, ou fenogramas. A
revolução metodológica que ocorreu nesta área durante a
década de 80 fez com que parecesse a necessidade de
um embasamento teórico e filosófico, que culminou cm a
criação de uma área de pesquisa na fronteira entre a
biologia, estatística e geometria (monteiro; Reis, 1999).
Fernanda Holfmann Apollo
28. Identificação
Raça
Em relação ao crânio, o cão doméstico apresenta três
tipos de conformações sendo:
Braquicefálicos: indica cabeça curta e larga (pequinês,
pug, boxer, bulldog, shitzu, lhasa apso).
Mesaticefálico: indica formato da cabeça com médias
proporções (labrador, Spaniels, Terriers, Beagle,
Poodle, Schnauzer)
Dolicocefálico: se refere à cabeça longa e estreita
(Daschund, Doberman, Greyhound, Saluki, Collie,
Husky Siberiano, Pastor Alemão)
29. Identificação
O quadro mostra a média das medidas em milímetros obtida de
uma amostra aleatória dos três tipos cranianos. A partir desses
dados é possível observar que a maior variação craniana ocorre
na região rostral, com maior índice para braquicefálicos
(Stockard, 1941).
Braquicefálicos Mesaticefálico Dolicocefélico
Comprimento rostral 48 89 114
Largura rostral 103 99 92
Comprimento craniano 99 100 124
Largura craniana 56 56 59
Comprimento de
mandíbula
85 134 163
Comprimento de crânio 127 189 238
Largura de crânio 103 99 92
Índices
(LarguraX100/co
mprimento)
Índice crânio 81 52 39
Índice craniano 57 56 48
Índice rostral 251 111 81
Fernanda Holfmann Apollo
30. Identificação
Raça (Morfometria)
Dividem-se em três tipos, segundo a classificação de Booktein (1991).
Tipo 3 – Pontos extremos: estão
relacionados à qualquer ponto
anatômico construído, sejam pontos
extremos, pontos ao longo de uma
curvatura ou pontos eqüidistantes a
um plano. São considerados
potencialmente deficientes quanto à
homologia e, consequentemente,
quanto ao significado das
explicações biológicas decorrentes
para a variação da forma. Já foram
considerados como não sendo
pontos, mas sim pseudos pontos
anatômicos, pela inconsistência de
sua definição.
Tipo 1 – Justaposição de tecidos:
esta categoria inclui pontos no
espaço onde três estruturas se
encontram como suturas ósseas,
ramificações de nervuras em folhas
de árvore ou em estruturas dos
sistemas nervoso ou arterial.
Tipo 2 – Pontos de máxima
curvatura ou outros processos
morfogenéticos locais: estes
pontos apresentam características
que podem ser interessantes para
explicações como o deslocamento
de pontos de inserção de músculos.
Inserem-se nessa categoria todos os
pontos extremos, como os pontos de
maior curvatura ou concavidade.
Fernanda Holfmann Apollo
31. Identificação
Raça (Morfometria)
Descrição dos pontos anatômicos sagitais do crânio de cães
braquicefálicoa e mesaticefálicos (Modificado de Stockard, 1941)
Crânio (plano sagital)
1- Sutura interincisiva (extremidade rostral da pré-maxila)
2 – Extremidade rostral da sutura entre os ossos nasais
3 – Nasion (junção das suturas naso-frontais direita e esquerda)
4 – Bregma (sutura fronto-parietal)
5 – Inion (ponto central na protuberância occipital externa)
6 – Basion (ponto médio na margem ventral do forame magno)
7 – Extremidade caudal do osso palatino
8 – Sutura palato-maxilar
Fernanda Holfmann Apollo
32. Descrição dos pontos anatômicos do crânio
direito e esquerdo de cães braquicefálicos e
mesaticefálicos
Crânio (lados direito e esquerdo)
9 – Extremidade lateral rostral do osso nasal
10 – Ponto mesial do alvéolo do C1
11 – Cúspide o C1
12 – Ponto distal o alvéolo C1
13 – Ponto mesial do alvéolo do P4
14 – Cúspide maior do P4
15 – Ponto distal do alvéolo do P4
16 – Borda alveolar distal ao M2
17 – Extremidade inferior da sutura zigomático-
maxilar
18 – Ponto ventral da órbita
19 – Limite ventral do osso lacrimal
20 – Ponto mais dorsal da órbita
21 – Extremidade lateral do processo
zigomático do osso frantal
22 – Sutura esfenoidal-parietal-esquamosal
23 – Sutura occipital-parietal-esquamosal
24 – Extremidade do processo frontal do osso
zigomático
25 – Encontro ventral do processo frontal do
osso zigomático com o processo zigomático do
osso temporal.
26 – Ponto lateral caudal da fossa mandibular
27 – Ponto médio lateral da fossa mandibular
28 – Ponto rostral lateral da fossa mandibular
29 – Ponto rostral medial da fossa mandibular
30 – Ponto médio medial da fossa mandibular
31 – Ponto caudal medial da fossa mandibular
32 – Extremidade do processo retroarticular
33 – Extremidade rostral da bula timpânica
34 – Extremidade medial da bula timpânica
35 – Extremidade caudal da bula timpânica
36 – Extremidade caudal do côndilo occipital
37 – Extremidade dorsal do côndilo occipital
38 – Extremidade ventral do côndilo occipital
Fernanda Holfmann Apollo
33. Descrição dos pontos anatômicos da mandíbula de cães braquicefálicos e
mesaticefálicos (Modificado de Nomina Anatômica Veterinária, 2005)
Mandíbula (lados direito e esquerdo)
1 – Sutura intermandibular rostral
2 – Sutura intermandibular caudal
3 – Extremidade caudal do processo angular
4 – Máxima concavidade entre o processo angular e o processo condilar
5 – Extremidade caudal e central do processo condilar
6 – Extremidade medial do processo condilar
7 – Extremidade lateral do processo condilar
8 – Ponto mais ventral da concavidade entre o processo condilar e o processo coronóide
9 – Extremidade caudal do processo coronóide
10 – Ápice do processo coronóide
11 – Inflexão no encontro entre as cristas coronóide e massetérica
12 – Borda alveolar distal do M3
13 – Borda alveolar distal do M1
14 – Cúspide mais alta do M1
15 – Borda alveolar mesial do M1
16 – Borda alveolar distal do C1
17 – Cúpide C1
18 – Borda alveolar mesial do C1
19 – Ponto ventro-caudal do forame mandibular Fernanda Holfmann Apollo
34. Gatos:
Os tipos craniais são:
Braquicefálicos: (Persas)
Dalicocefálicos: (Oriental)
Nos gatos, o tamanho e formato da cabeça apresentam-se mais uniformes.
Forma dos crânios:
Arredondada
Triangular
Cuneiforme
Identificação
35. Identificação
Arcada Dentária
CÃO
Dentes Decíduos Permanentes
Incisivos 3 - 4 semanas 3 - 5 meses
Caninos 3 semanas 4 - 6 meses
Pré- 4 - 12 4 - 6 meses
Molares x 5 - 7 meses
36. Identificação
Arcada Dentária
GATO
Dentes Decíduos Permanentes
Incisivos 2 - 3 semanas 3 - 4 meses
Caninos 3 -4 semanas 4 - 5 meses
Pré- 3 - 6 semanas 4 - 6 meses
Molares x 4 - 5 meses
37. Identificação
Raça
Em um estudo realizado por Lindner et al. (1995) sobre
força mastigatória utilizando transdutor para
mensurações, em 22 cães mesaticefálicos de diversas
raças, observou-se que as menores médias foram
encontradas em um West Highland White Terrier (20
Newtons) e em dois Golden Retrivier (40 e 55 Newtins)
enquanto as médias maiores foram obtidas em dois
Rottweiler ( 622 e 937 Newtons). Entretanto, a forma
craniana e a massa muscular não foram avaliadas
neste estudo e, baseando-se no que se encontra para
espécie humana, isso poderia influenciar
significativamente nos resultados.
Os músculos masseter e temporal são os principais
responsáveis por fechar a boca e funcionam em conjunto
com a articulação temporomandibular como uma
alavanca, propiciando maior força de mordida nos
dentes próximos a estas estruturas (Wang; Tedford;
Anton, 2008). Fernanda Holfmann Apollo
38. Identificação
Mordida de Cães:
- 80-90%
- 1/20
- 90% cão conhecido
Características:
Pessoas 2 á 19 anos
Locais:
54 à 90% extremidades baixas
18 à 68% mãos
15 à 27% cabeça e pescoço
0 à 10% no tronco
Lesões: punctóricas, avulsões,
rasgos e abrasões
Mordida de Gatos
- 5 à 15%
Lesões pequenas
Locais:
- 60 à 67% extremidades altas
- 15 à 20% cabeça e pescoço
- 10 à 13% extremidades
baixas
- 5% tronco
São mais contaminadas
39. Identificação
Idade
O cavalo adulto possui 40
dentes e a égua 36,
normalmente, assim
distribuídos:
12 incisivos
6 superiores
6 inferiores
4 caninos, em geral ausentes na
fêmea
24 molares distribuídos
igualmente nas duas arcadas.
O potro, macho ou fêmea,
apresenta apenas 24 dentes,
todos caducos.
12 incisivos
12 molares