2. DEDICATÓRIA
Este material é fruto de dez anos de muita pesquisa e dedicação.
Meu intuito, com a sua construção, é unicamente a de ajudar aos meus alunos do pré-vestibular público,
oferecido gratuitamente e de forma satisfatória, pela Prefeitura Municipal de Macaé.
Todos aqueles que tiverem acesso a esta apostila e que não sejam alunos do curso, seja por meio da internet
ou de meus alunos, que também fiquem à vontade de fazer o bom uso dele. Portanto, não estarei cobrando
nada pelo trabalho aqui exposto.
Essa é a forma que encontrei de contribuir com muitos, já que a vida me oportunizou ter tudo que desejei
incluindo o nível superior tão almejado.
Acredito que muitas pessoas que desejam alcançar o sonho de ingressar em uma Universidade não teriam
condições financeiras de adquirir livros ou apostilas e que desta forma estarei ajudando a todas elas, dando-as
a moeda mais valiosa: o conhecimento. Esta ninguém poderá furtar, mas podemos sim multiplicar.
Nesta vida, existem “valores” muito maiores do que o papel dinheiro ou qualquer tipo de bem material e que
são os primeiros, que levaremos ao partirmos desse Mundo.
Faço aqui um único pedido, de que todos que tiveram a oportunidade de usufruir deste material e que de
alguma forma tenha se sentido beneficiado lembre-se sempre de retribuir deste benefício fazendo igualmente
o bem a outrem. Teremos aí um excelente ciclo iniciado.
Neste Mundo que nos encontramos tão complicado onde as pessoas em sua maioria somente vislumbram o
benefício próprio, urge por atitudes altruístas e desapegadas.
Lembre-se de nunca permitir que os ganhos financeiros estejam acima da moral e do amor ao próximo. Não se
corrompa. Não deixe que a vaidade ou orgulho de ter conquistando um nível superior envenene sua alma,
dando-te a ilusão de ser superior aos que não conquistaram este título como muitos fazem. A verdadeira
sabedoria, acredito, está em fazer, acima de tudo o bem. Ajudar ao outro e não pré-julgar a ninguém como
indigno do nosso respeito e compaixão.
Lembre-se sempre disso!
Tenha perseverança e fé no seu potencial, pois o futuro está unicamente em suas mãos.
Abraços fraternos.
Professor Marcus Magarinho
0
6. CAPÍTULO I
ORIGEM DA VIDA
Como explicar o aparecimento de animais dentro de outros animais? Não é tarefa fácil. É
preciso conhecer o ciclo reprodutivo dos vermes, conhecimento do qual, infelizmente, nem todos
têm acesso. Na falta da possibilidade de construir uma explicação baseada em conhecimentos sobre
como vivem e se reproduzem os vermes, o ser humano - criativo que é - apela para outras
explicações. Assim, os vermes passam a simplesmente "surgir" dentro de nós e, como esse
surgimento tem que ter alguma razão, o fator estimulador passa a ser o açúcar que está nos doces
(talvez porque as pessoas com verminoses tenham mais fome e tendam a ingerir mais alimentos,
inclusive os doces).
Não vamos nos esquecer dos bichos de goiaba. Você pode até não saber como eles surgem
na fruta, mas a esta altura, já deve estar pensando que eles não podem aparecer lá
espontaneamente, tem que ter havido algum processo reprodutivo que explique seu surgimento. Os
bichos de goiaba são larvas de insetos. Fêmeas adultas desses insetos depositam seus ovos nos frutos
e vão embora. Dos ovos saem as larvas. Elas entram no fruto e se alimentam da própria goiaba até
completarem seu desenvolvimento e poderem sair voando por aí, como seus pais.
Repare que, apesar de aceitarmos facilmente que a reprodução é o único meio de gerar
vida, nos confundimos em algumas situações e, sem perceber, construímos explicações que acabam
negando esse fato. É bom lembrar que cometemos esses erros hoje, no século XXI, época em que já
são bem conhecidos os ciclos de vida de inúmeros seres.
Imagine os homens dos séculos passados, que dispunham de pouquíssimos conhecimentos
sobre os seres vivos. Até o século XIX não eram só as pessoas leigas que achavam que seres vivos
podiam surgir espontaneamente em determinados lugares. Para os próprios cientistas ainda não
estava claro que um ser vivo só pode se originar de outro ser vivo. Era opinião vigente na
comunidade científica que, em determinadas circunstâncias, era possível que seres vivos fossem
gerados espontaneamente, sem a necessidade da existência de seres da mesma espécie para se
reproduzirem e gerarem os novos indivíduos.
Até os cientistas chegarem à idéia aceita atualmente de que, em qualquer situação, seres
vivos só se originam de outros seres vivos, foi muito difícil. Muitas investigações, experimentações e
discussões foram realizadas até ficar provado que só a vida gera vida.
GERAÇÃO ESPONTÂNEA OU ABIOGÊNESE
A idéia de que os seres vivos poderiam surgir não só a partir da reprodução, ou seja, da
matéria viva, mas também a partir da matéria bruta (sem vida) é conhecida como geração
espontânea ou abiogênese (a = negação; bio = vida; gênese = origem). A abiogênese constitui uma
maneira de explicar o surgimento da vida que, embora cientificamente ultrapassada, ainda está
presente no cotidiano das pessoas.
Os defensores dessa hipótese se fundamentavam na idéia de que haveria um "princípio
ativo" ou força vital “em determinada matéria bruta”. Esse "princípio" ou "força" seria capaz de fazer
com que a matéria bruta se transformasse em matéria viva: assim, explicava-se a geração espontânea
dos seres vivos. O "princípio ativo" (algo bastante abstrato) estaria presente, por exemplo, em
determinados alimentos ingeridos pelo homem, o que explicaria o surgimento “dos vermes em seu
sistema digestivo”. Estaria presente também nos restos de comida jogados no lixo, o que explicaria o
aparecimento de larvas de insetos no lixo. A crença na possibilidade de gerar vida a partir da matéria,
sem vida era tão forte que alguns defensores, da abiogênese chegavam a apresentar procedimentos
para se conseguir a geração espontânea de seres vivos. Um médico belga, Von Helmont (1577 -1644)
tinha uma receita para obtenção de ratos:
4
7. "Enche-se de trigo e fermento um vaso, que é fechado com uma camisa suja, de preferência
de mulher. Um fermento vindo da camisa, transformado pelo odor dos grãos, transforma em ratos o
próprio trigo”. (Sonia Lopes. Bio. V.1. Ed. Saraiva).
BIOGÊNESE
O estabelecimento da hipótese da biogênese levou séculos e se deve ao trabalho de vários
cientistas insatisfeitos com as explicações sobre a geração espontânea da vida e dispostos a se
oporem a uma idéia aceita pela maioria. Muitos cientistas realizaram experiências que foram, passo a
passo, minando a certeza depositada na abiogênese.
Francesco Redi realizou a seguinte experiência: Pedaços de carne crua foram colocados em
vários frascos. Alguns foram deixados abertos e outros foram fechados com gaze. Ele verificou que a
carne atraía moscas, que entravam nos frascos abertos. Depois de algum tempo ele observou a
presença de larvas nos frascos abertos. Observando as larvas verificou que se transformavam em
moscas.
Redi resolveu, então, estudar os tais "vermes". Observou que após algum tempo, os animais
ficavam imóveis e recobertos por uma casca. Depois de alguns dias, dessa casca saia uma mosca.
O experimento elaborado por Redi é simples e é fácil que você chegue às mesmas conclusões a que ele chegou há mais de trezentos anos atrás. Pense um pouco, analise você mesmo os
fatos. Redi conseguiu mostrar que a carne em putrefação não era capaz de originar vida. A vida tinha
como fonte outros seres vivos: as moscas que já existiam. Este estudo promoveu um forte abalo na
hipótese da geração espontânea. Entretanto, a idéia não foi completamente derrubada.
Figura 1 – Experiência de Redi
NEEDHAM X SPALLANZANI
Até por volta do século XVII, não se tinha a menor idéia da existência de vida microscópica.
Tal conhecimento só se tornou possível à medida que o homem foi capaz de criar um modo de ver as
coisas tão pequenas que seus olhos não são capazes de enxergar. O homem inventou instrumentos
capazes de aumentar as imagens, os chamados microscópios. Embora os primeiros microscópios
datem do século XVI, eles só foram aperfeiçoados no século XVIII e utilizados com finalidades de
demonstrar abiogênese dos microrganismos. O cientista inglês John Needham (1713-1781) realizou
vários experimentos nos quais fervia vários frascos contendo substâncias nutritivas (já se sabia que a
fervura mata os microrganismos). Em seguida, fechava os frascos com rolhas.
5
8. Após alguns dias, observou o material ao microscópio: havia microorganismos nas soluções
nutritivas. Esses fatos levaram Needham a um raciocínio lógico: A fervura matou os microrganismos
presentes nos frascos. A tampa impediu a entrada de novos microrganismos. Conclusão: os
microrganismos observados ao microscópio eram os resultados do processo de geração espontânea.
Esse experimento contribuiu bastante para que a geração, espontânea continuasse sendo
uma idéia aceita. Alguns anos mais tarde, ainda no século XVIII, um pesquisador italiano, Lazzaro
Spallanzani (1729-1799), repetiu a experiência de Needham, mas fez algumas modificações. Colocou
a solução nutritiva em balões de vidro. Fechou os balões hermeticamente e os submeteu à fervura
por uma hora. Depois de alguns: dias, a análise do conteúdo dos balões revelou a ausência de
microrganismos. Deixando os frascos abertos, os microrganismos tornavam a aparecer. Spallanzani
concluiu que não havia a geração espontânea dos microrganismos e que estes só haviam aparecido
nos frascos fechados de Needham porque a fervura não havia sido feita pelo tempo necessário para
matar todos os microrganismos. Agora parece que a abiogênese está derrubada. Só parece, houve
contra argumentação por parte dos adeptos dessa idéia. Needham apelou para a questão do
"princípio ativo". Respondeu que a fervura por tempo prolongado em recipientes fechados tornava o
ar desfavorável para o aparecimento da vida, destruindo o tal "princípio".
Segundo esses cientistas, os microrganismos surgiam espontaneamente em todos os
lugares, independentemente da presença de outro ser vivo. Essas controvérsias duraram até meados
do século XIX, quando Pasteur conseguiu comprovar definitivamente que os microrganismos surgem
a partir de outros microrganismos.
Figura 2 - Experimento de Pasteur
EXPERIMENTOS DE PASTEUR
A ausência de microrganismos nos frascos do tipo “pescoço de cisne”, mantidos intactos, e a
presença deles nos frascos cujo “pescoço” havia sido quebrado mostram que o ar contém
microrganismos e que eles, ao entrarem em contato com o líquido nutritivo e estéril do balão,
desenvolvem-se. No balão intacto, esses microrganismos não conseguem chegar até o líquido
nutritivo e estéril, pois ficam retidos no “filtro” formado pelas gotículas de água surgidas no pescoço
do balão durante o resfriamento. Já nos frascos em que o pescoço é quebrado, esse “filtro” deixa de
existir e os micróbios presentes no ar podem entrar em contato com o liquido nutritivo, onde
encontram condições adequadas para o seu desenvolvimento e proliferarem. A hipótese da
biogênese passou, a partir de então, a ser aceita universalmente pelos cientistas.
6
9. Essa nova teoria gerou novo questionamento: se todos os seres vivos surgem de outros préexistentes, como foi que surgiu o primeiro?
Para responder a essa pergunta temos que retomar a história da evolução de nosso planeta.
Nosso planeta não surgiu apresentando as mesmas condições ambientais que temos hoje e sim
condições muito distintas. Segundo os registros encontrados nas rochas, foram necessários cerca de
um bilhão de anos para que as condições ambientais se tornassem propícias ao aparecimento da
vida. Como, então, teriam surgido os primeiros seres vivos nas condições ambientais de nosso
planeta há cerca de 3,5 bilhões de anos? Pelo menos três possibilidades têm sido levantadas para
responder a essa pergunta.
HIPÓTESES SOBRE A ORIGEM DA VIDA
Origem extraterrestre
Os seres-vivos não se originaram na Terra, mas em outros planetas, e foram trazidos para cá
por meio de esporos ou formas de resistência, aderidos a meteoritos que caíram em nosso planeta e
que ainda continuam a cair. Essa hipótese não é muito esclarecedora. Se a vida não se formou na
Terra, mas em outro planeta, como foi que surgiu a vida nesse outro planeta? Continuamos sem
resposta. Nos meteoritos que caem atualmente na superfície terrestre têm sido encontradas algumas
moléculas orgânicas, indicando que a formação dessas moléculas no Universo é mais comum do que
se imaginava. Isso pode nos dar um indício de que há vida em outros planetas.
Origem por criação divina
Essa é a mais antiga de todas as idéias sobre a origem da vida e tem um forte cunho
religioso. Até hoje é aceita por fiéis de várias religiões. Na década de 1970 floresceu principalmente
nos Estados Unidos da América o chamado “Criacionismo Científico” com muitos adeptos. Essa
corrente afirma que a Terra surgiu há apenas alguns poucos milhares de anos, que os seres vivos
foram criados individualmente por uma divindade e que desde então possuem a mesma forma com
que foram criados. Eles não mudam ao longo do tempo: é o que se chama de imutabilidade das
espécies. Os cientistas apontam evidências contra duas das idéias dessa corrente: os dados disponíveis até hoje sugerem fortemente que a Terra se formou há muito mais tempo, cerca de 4,5 bilhões
de anos atrás; e os seres vivos mudam ao longo do tempo, ou seja, os seres vivos evoluem.
Origem por evolução química
A vida deve ter surgido da matéria inanimada, com associações entre as moléculas,
formando substâncias cada vez mais complexas que acabaram se organizando de modo que origina
os primeiros seres vivos. Essa hipótese foi inicialmente levantada na década de 1920 pelos cientistas
Oparin e Haldane e vem sendo apoiada por outros pesquisadores. As condições da Terra antes do
surgimento dos primeiros seres vivos eram muito diferentes das atuais. As erupções vulcânicas eram
muito abundantes, liberando grande quantidade de gases e de partículas para a atmosfera. Esses
gases e partículas ficaram retidos por ação da força da gravidade e passaram a compor a atmosfera
primitiva. Embora ainda não exista um consenso, os cientistas concordam que a atmosfera primitiva
era composta principalmente por metano (CH4), amônia (NH3) hidrogênio (H2) e vapor d’água. Não
havia o gás oxigênio (O2)nem ozônio (O3). Nessa época, a Terra estava passando por um processo de
resfriamento, que permitiu o acúmulo de água nas depressões da sua crosta, formando os mares
primitivos.
7
10. As descargas elétricas e as radiações eram intensas e teriam fornecido energia para que
algumas moléculas presentes na atmosfera se unissem, dando origem a moléculas maiores e mais
complexas: as primeiras moléculas orgânicas. O acumulo dessas moléculas orgânicas nos mares
primitivos formaram o que denominamos de “sopa orgânica”. Essas moléculas orgânicas se
agregaram, formando os COACERVADOS, que ainda não eram seres vivos. Posteriormente com o
surgimento de um ácido nucléico esses aglomerados de moléculas orgânicas ganhariam a capacidade
de se reproduzirem, tendo então, surgido o primeiro ser vivo semelhante a uma bactéria atual.
A possibilidade de ter ocorrido evolução gradual foi testada pela primeira vez pelo químico
americano Stanley L. Miller, em 1953. Ele construiu um aparelho que simulava as condições da Terra
primitiva e utilizando os componentes que provavelmente constituíram a atmosfera naquela época.
Miller conseguiu comprovar que é possível, em laboratório, obter moléculas orgânicas a partir das
inorgânicas.
Figura 3 – Hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos
8
11. CAPÍTULO II
SERES VIVOS – CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS, VÍRUS E REINO MONERA
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
Há milhares de anos, os cientistas decidiram que era necessário classificar os seres vivos.
Quer dizer, organizar os seres vivos em grupos para facilitar seu estudo. Porém, naquele tempo, os
cientistas não tinham aparelhos como o microscópio; que permitem estudar com detalhes como os
seres vivos funcionam por dentro. Assim, no começo da Biologia, os seres vivos eram classificados
apenas pela aparência e pelo seu modo de vida. Por exemplo, as baleias e golfinhos eram
classificados como peixes, pois parecem peixes (pelo menos por fora) e vivem na água como os
peixes. Hoje, porém, já sabemos que, por dentro, as baleias e golfinhos não funcionam como os
peixes, e sim como os mamíferos (como o homem, cachorro, boi, etc.) Antigamente também se
pensava que os seres vivos ou eram plantas ou eram animais. Com o uso do microscópio foram
descobertos os seres unicelulares (formados por apenas uma célula) como as bactérias e os
protozoários, que não se comportam exatamente nem como plantas nem como animais. Com essas e
outras descobertas, as formas de classificar os seres vivos também foram mudando. Até que,
finalmente, chegamos ao modelo atual de classificação. Hoje, para classificar qualquer ser vivo, é
importante:
nascimento).
Sua morfologia (aparência ou forma externa);
Sua forma de vida;
Sua anatomia (forma interna);
Sua fisiologia (funcionamento das suas células e órgãos);
Sua reprodução (multiplicação);
Sua embriologia (formação de um novo ser vivo, desde o cruzamento dos pais até o
O MODELO ATUAL DE CLASSIFICAÇÃO
As regras que são usadas no modelo atual de classificação dos seres vivos foram sugeridas
há mais ou menos 250 anos por um cientista de nome Lineu, e foram um pouco modificadas por
outros cientistas. O atual modelo classificatório é dividido em sete grupos, chamados: Reino, Filo,
Classe, Ordem Família, Gênero e Espécie. Nesses grupos, os seres vivos são classificados de acordo
com as semelhanças que discutimos no final da introdução acima. Do Reino até a Espécie, a
semelhança entre os seres vivos será cada vez maior.
CONCEITO DE ESPÉCIE
A espécie é o grupo básico a classificação. Dentro de uma espécie teremos o maior grau de
semelhança entre os seres vivos. Para ser de uma mesma espécie, dois seres vivos devem poder se
cruzar e gerar descendentes (filhos) totalmente normais e férteis, ou seja, descendentes que quando
ficarem adultos também poderão cruzar com outros da mesma espécie e também terão
descendentes. Se cruzarmos dois seres que não são da mesma espécie, eles não terão descendentes,
ou seus descendentes serão estéreis (inférteis).
9
12. Veja um exemplo: O cão pastor-alemão e o cão dobermann são diferentes na aparência
externa, porém, se eles cruzarem, terão filhotes totalmente normais e férteis. Por isso, o pastoralemão e o dobermann são considerados da mesma espécie. Por outro lado, o cavalo e a égua são
muito parecidos (por fora) com o jumento e a jumenta. Mas, se cruzarmos a égua com o jumento, ou
o cavalo com a jumenta, nascera o burro (se for macho), ou a mula (se for fêmea). Tanto o burro,
como a mula são estéreis, ou seja, nunca conseguem ter filhotes. Por isso, o cavalo e a égua não
podem ser considerados da mesma espécie que o jumento é a jumenta. Já o burro e a mula serão de
uma terceira espécie, diferente das duas anteriores. Em alguns casos, dois seres vivos podem ser da
mesma espécie, mas serem diferentes na cor, no tamanho, etc., ou viverem em locais diferentes, Se
as diferenças forem apenas essas, usam-se os termos subespécie ou raça. É o caso, por exemplo, de
uma ave chamada ema (parente do avestruz). Existe apenas uma espécie de em a, mas essa espécie
se divide em três subespécies (a ema branca, a ema cinza e a ema grande). Os cachorros também são
todos da mesma espécie, porém, são de raças diferentes.
Figura 4 – Classificações dos seres em grupos
Resumindo: um Reino é um grupo de Filos; um Filo é um grupo de Classes; uma Classe é um
grupo de Ordens; uma Ordem é um grupo de Famílias; uma Família é um grupo de Gêneros; um
Gênero é um grupo de espécies e, por fim, uma espécie é um grupo de seres vivos tão semelhantes
que podem cruzar entre si e ter filhotes totalmente normais e férteis. Portanto, há três pontos sobre
este modelo de classificação que você deve entender e guardar:
1 - À medida que caminhamos de um Reino até uma espécie, a semelhança entre os
indivíduos de cada grupo é cada vez maior.
2 - À medida que caminhamos de um Reino até uma espécie, o numero de seres vivos em
cada grupo é cada vez menor. Isso ocorre justamente por que o nível de semelhança exigido é cada
vez menor
10
13. 3 - Se dois seres vivos estão em um mesmo grupo, eles podem não ser parecidos o suficiente
para estar no mesmo grupo anterior, onde o nível de semelhança exigido é menor. Por exemplo: dois
seres vivos que são parecidos o suficiente para estar no mesmo filo, podem ou não, ser parecidos o
suficiente para estar na mesma classe, onde o nível de semelhança é maior. Mas dois seres vivos que
forem parecidos o suficiente para estar no mesmo filo, com certeza estarão também no mesmo
reino, onde o nível se semelhança é menor.
OS CINCO REINOS
Como dissemos no início, faz vários anos que os biólogos já sabem que os seres vivos não
são apenas plantas ou animais. Pensando nisso, e usando o modelo de classificação que acabamos de
estudar, um cientista norte-americano chamado R.H. Whillaker fez, em 1969, uma proposta. Ele
propôs que os seres vivos poderiam ser divididos em cinco diferentes Reinos. Essa idéia foi aceita e é
usada até hoje. Vejam agora quais são esses cinco Reinos:
REINO MONERA
Nesse Reino encontramos os seres vivos classificados como bactérias e algas azuis. São todos
unicelulares (formados por uma só célula) e procariontes (não possuem membrana nuclear). Algumas
são autótrofas e outras heterótrofas.
REINO PROTOCTISTA
Nesse Reino encontramos os seres vivos classificados como protozoários que são
eucarióticos (possuem membrana nuclear), unicelulares e heterotróficos e algas que são unicelulares
ou pluricelulares (formados por várias células), eucariontes e autotróficos fotossintetizantes.
REINO FUNGI
Nesse Reino encontramos os seres vivos classificados como fungos, cogumelos, bolores ou
mofos e fermentos. Podem ser unicelulares ou pluricelulares e eucariontes.
REINO PLANTAE OU METAPHITA
Também chamado de Reino Vegetal. Aqui encontramos todos os seres vivos que são
classificados como vegetais ou plantas. São pluricelulares, autotróficos fotossintetizantes e
eucariontes.
REINO ANIMALIA OU METAZOA
Também chamado de Reino Animal. Aqui encontramos todos os seres vivos classificados
como animais. São todos pluricelulares, heterotróficos e eucariontes.
11
14. Figura 5– Filogenia das espécies
NOME CIENTÍFICO (CLASSIFICAÇÃO BINOMIAL)
Como se dá o nome da espécie de qualquer ser vivo? O nome da espécie de qualquer ser
vivo é binomial, ou seja, formado por dois termos ou epítetos (palavras). O primeiro termo indica o
gênero e o segundo indica a espécie.
Estes nomes sempre são escritos em latim e apenas a primeira palavra (gênero) começa com
letra maiúscula. O nome também deve ser destacado. Este destaque costuma ser feito passando-se
um traço em baixo das palavras que formam o nome, ou então escrevendo estas palavras com uma
letra diferente (geralmente usa-se o itálico, fazendo as letras ficar um pouco inclinadas). Como já
vimos no exemplo à cima. O nome da espécie do cão doméstico é escrito Canis familiaris ou Canis
familiaris.
O nome das espécies também é conhecido como nome científico. Isso por que esse nome
sempre é usado nos trabalhos escritos por cientistas.
Em alguns casos o nome científico é formado por três termos. O terceiro termo geralmente
indicará a subespécie ou raça. Por exemplo, Rhea americana alba (ema americana branca). Os nomes
científicos serão sempre iguais em qualquer parte do mundo Isto é importante para facilitar a troca
de idéias entre os cientistas e estudantes. Por exemplo, em inglês, o nome popular do cão é dog, em
francês é chien e em espanhol é perro. Mas, nos Estados Unidos, na França ou na Espanha, o nome
científico do cão será sempre Canis familiaris. Assim, um cientista no Brasil pode ler um trabalho feito
em qualquer parte do mundo que ele saberá de qual ser vivo está se falando. No caso do homem
atual, a espécie (e, portanto, o nome científico) é Homo sapiens sapiens.
12
15. VÍRUS
Os vírus não são classificados em nenhum Reino, mas formam um grupo muito interessante
de seres vivos. Os vírus são os únicos seres acelulares. Ou seja, seu corpo não chega a formar nem
mesmo uma célula. O corpo do vírus é formado por uma capa de proteína (e algumas vezes gordura).
Dentro desta capa encontra-se um dos dois tipos de ácidos nucléicos (DNA ou RNA, nunca os dois
juntos). Como não possuem estruturas celulares, os vírus não conseguem produzir energia nem se
reproduzir (multiplicar) sozinhos. Para que possam viver, os vírus têm que estar obrigatoriamente
dentro de alguma célula de outro ser vivo, ou seja, os vírus são sempre parasitas intracelulares.
Assim, usando as estruturas da célula que foi invadida, os vírus conseguem fazer copias idênticas
deles mesmos. Esse processo, porém, acaba destruindo a célula hospedeira, causando diferentes
doenças.
Quando não estão dentro de alguma célula, os vírus nem parecem seres vivos. Na verdade,
fora das células eles podem ser muito parecidos com cristais e sais minerais, como o sal de cozinha,
por exemplo. Os vírus são muito estudados porque causam varias doenças, como: raiva, paralisiainfantil, sarampo, varíola, rubéola, caxumba, AIDS, gripe e resfriado.
Com o passar do tempo os vírus sofrem mutações. O fato de eles mudarem muito
rapidamente torna mais difícil criar remédios e vacinas para combater e prevenir as doenças
causadas por eles. Os vírus só são considerados seres vivos por que têm a capacidade de produzir
descendentes com as mesmas características (hereditariedade) e porque podem evoluir (por meio
das mutações).
Existem basicamente dois tipos de ciclos reprodutivos: o ciclo lítico e o ciclo lisogênico. Esses
dois ciclos iniciam-se com os vírus aderindo à superfície da célula hospedeira. A seguir, o material
genético do vírus é introduzido no interior da célula. A partir desse momento, começa a
diferenciação entre o ciclo lítico e o lisogênico. No ciclo lisogênico o DNA viral incorpora-se ao DNA
bacteriano e não interfere no metabolismo da bactéria, que se reproduz normalmente, transmitindo
o DNA viral aos seus descendentes. No ciclo lítico o DNA viral passa a comandar o metabolismo
bacteriano e a formar vários DNAs virais e cápsulas protéicas, que se organizam formando novos
vírus. Ocorre a lise da célula, liberando vários vírus que podem infectar novas bactérias.
TIPOS DE VÍRUS
DNA RNA síntese protéica
RNA RNA síntese protéica
RNA DNA RNA síntese protéica (retrovírus – ex. HIV. Esses vírus possuem
enzimas como a transcriptase reversa que é capaz de transcrever DNA a partir do RNA, a integrase
responsável pela integração do DNA viral no cromossomo da célula hospedeira e as proteases que
cortam longas cadeias polipeptídicas, originando as diversas proteínas presentes no vírus).
Figura 6 – Vírus
13
16. VACINA X SORO
Há vacinas contra vírus, bactérias e outros parasitas. Elas podem ser fabricadas com partes
dos micróbios ou com micróbios mortos. Podem ser usados também micróbios atenuados, que não
causam a doença, mas estimulam o organismo a produzir anticorpos. (imunização ativa)
O soro é extraído do sangue do cavalo, que recebeu previamente o antígeno que ativou a
produção de anticorpos. Sendo assim a pessoa que recebe o soro, na verdade está recebendo o
anticorpo já pronto. (imunização passiva)
RESPOSTA IMUNOLÓGICA
Primária – quando o indivíduo recebe o antígeno pela primeira vez. (resposta lenta)
Secundária – quando o indivíduo recebe o mesmo antígeno pela segunda vez
(resposta rápida)
PRÍONS
São moléculas de proteínas infectantes resistentes à inativação, por procedimentos que
normalmente degradam proteínas e ácidos nucléicos. Os príons alteram a forma de outras proteínas,
que passam a se comportar como príons (partículas protéicas infecciosas). Essas proteínas provocam
a morte de neurônios, que levam a perda de memória recente, orientação espacial, incontinência
urinária, demência e morte. Doenças causadas por príons são chamadas de encefalites
espongiformes por que o sistema nervoso central adquire um aspecto esponjoso. No gado essa
doença é conhecida como “doença da vaca louca”.
DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Catapora ou varicela
Modo de transmissão: saliva ou contato com
objetos contaminados pelas lesões
Características da infecção: pequenas e
numerosas feridas no corpo
Medidas profiláticas: vacinação, tratar doentes e
evitar contatos.
Caxumba
Modo de transmissão: saliva; uso comum de
copos, garfo e etc.
Características da infecção: inflamação das
glândulas salivares, testículos, ovários, pâncreas
e cérebro.
Medidas profiláticas: vacinação, tratar doentes e
evitar contatos com objetos contaminados com
salivas de doentes.
Gripe
Modo de transmissão: gotículas de saliva
espalhadas pelo ar de pessoas contaminadas
Características da infecção: coriza, tosse,
fraqueza e dores musculares.
Medidas profiláticas: vacinação, tratar doentes e
evitar contato direto com eles.
Febre amarela
Modo de transmissão: picada das fêmeas do
mosquito Aedes aegypti
Características da infecção: de aparente até
fulminante, afetando o fígado a pessoa fica com a
aparência amarelada.
Medidas profiláticas: vacinação, erradicação do
vetor, tratamento do doente.
14
17. Dengue
Modo de transmissão: picada das fêmeas do
mosquito Aedes aegypti
Características da infecção: febre alta, dores de
cabeça, dores nas juntas, fraqueza, falta de
apetite, manchas avermelhadas na pele e
pequenos sangramentos.
Medidas profiláticas: não deixar caixas- d’água
ou reservatórios sem tampa. Tratar doentes
Poliomielite
Modo de transmissão: provavelmente gotículas
de saliva de pessoas contaminadas ou ingestão
de água ou alimentos contaminados pelas fezes
de pessoas doentes
Características da infecção: afeta o sistema
nervoso e a musculatura. Pode levar à morte. O
caso mais conhecido é a paralisia infantil.
Medidas profiláticas: vacinação com a Salk e a
Sabin.
Varíola
Modo de transmissão: gotículas de saliva e uso
de objetos contaminados pelo vírus
Características da infecção: feridas grandes e
numerosas na pele, que deixam cicatrizes. Hoje é
considerada erradicada
Medidas profiláticas: vacinação, tratamento do
doente.
Resfriado
Modo de transmissão: gotículas de saliva
espalhadas pelo ar de pessoas contaminadas
Características da infecção: o vírus infecta o trato
respiratório, e seus efeitos são menos intensos
que o vírus da gripe.
Medidas profiláticas: tratamento do doente e
evitar contato com ele.
MONERA
Este é o Reino onde encontramos os seres vivos celulares mais simples que existem. São
todos seres unicelulares (formados por apenas uma célula). Na maioria são heterótrofos, mas alguns
são autótrofos. Um ser heterótrofo é aquele que não consegue produzir seu próprio alimento. Já um
ser autótrofo produz seu alimento através de reações químicas como a fotossíntese ou
quimiossíntese, que é uma reação de oxirredução de compostos inorgânicos (quimioautótrofa) ou
orgânicos (quimioheterótrofa) para obtenção de energia.
As heterotróficas podem realizar fermentação (que é anaeróbia) do tipo: Alcoólica que
origina gás carbônico e álcool etílico ou láctica que origina ácido láctico. Podem realizar também a
respiração celular (sendo aeróbia) onde o aceptor final é o gás oxigênio e o produto final o gás
carbônico e a água Os moneras são procariontes, ou seja, têm células procarióticas.
Algumas espécies atuam como decompositoras, degradando organismos mortos e com isso
contribuindo para a reciclagem da matéria orgânica do planeta. Podem viver livres ou parasitando
outros seres vivos. Podem viver sozinhos ou em colônias (grupos).
Sua reprodução é, na maioria das vezes, assexuada (sem sexo masculino e feminino). Sua
multiplicação ocorre, normalmente, por cissiparidade ou bipartição (uma célula se divide em duas).
Algumas bactérias apresentam mecanismos que aumentam a variabilidade genética, como ocorre na
conjugação, onde duas bactérias se unem e estabelecem entre si uma ponte de transferência. Uma
delas chamada de “macho” duplica parte de seu DNA e doa essa parte para outra bactéria, que é
chamada de “fêmea”. Outras bactérias podem ainda apresentar a transdução, que é a transferência
de genes de uma bactéria para outra por intermédio de um vírus. Estes quando se formam dentro de
uma bactéria, podem incorporar ao seu próprio DNA pedaços do DNA bacteriano. Ao infectar outra
bactéria transmitem esses genes. Caso essa bactéria sobreviva à infecção viral, passará a ter novas
características. Além da transdução existe a transformação, onde a bactéria absorve moléculas de
DNA disponíveis no meio e incorpora-as ao seu DNA.
15
18. A maior parte dos procariontes possui parede celular, cuja composição química é diferente
da encontrada nas plantas (celulose) e nos fungos (quitina) ela é formada principalmente de
peptidoglicano, que são moléculas de açúcares, ligados a aminoácidos. Algumas bactérias possuem
flagelos relacionados ao deslocamento. O citoplasma das células procarióticas não possui
citoesqueleto nem organelas membranosas, mas possuem ribossomos.
No citoplasma de muitas espécies existem moléculas menores de DNA circular, chamadas
plasmídeos. Estes contêm genes que, apesar de não serem essenciais à sobrevivência da bactéria,
trazem vantagens. É o caso de genes que comandam a síntese de proteínas capazes de degradar
moléculas de certos antibióticos, conferindo resistência à bactéria.
Figura 7 – Morfologia das bactérias
MORFOLOGIA
COCOS – formato arredondado
BACILOS – formato de bastão
ESPIRILOS – formato de um espiral
VIBRIÕES – formato de vírgula
FILO ESQUISÓFITA (BACTÉRIAS)
As bactérias podem ser encontradas no ar, na água, na terra, nos objetos e dentro e fora do
corpo do homem e outros animais. As bactérias são muito estudadas porque muitas são parasitas e
causam doenças como meningite, pneumonia, tuberculose, cólera, tétano, sífilis e gonorréia. Mas
também há bactérias úteis, que são usadas na produção de alimentos como o vinagre e o iogurte.
Também existem bactérias que vivem dentro do nosso intestino, sem causar doenças, e que
produzem vitamina K e vitaminas do complexo B. Porém, as bactérias mais importantes são as que
garantem a reciclagem do nitrogênio, elemento químico indispensável a todos os seres vivos. As
bactérias são divididas de acordo com sua forma, que podem ser do tipo: cocos, diplococos,
estreptococos, estafilococos, bacilos, vibriões e espirilos.
Entre as bactérias encontramos um grupo especial. São conhecidos como riquétsias,
micoplasmas ou PPLO. Embora sejam menores e mais simples que as bactérias, os PPLO são
unicelulares procariontes. Por isso, são classificados no Reino Monera. Seu estudo é importante, pois,
também são causadores de doenças, como certos tipos de pneumonia, por exemplo. As bactérias
podem ser autotróficas ou heterotróficas. As heterotróficas podem realizar a fermentação ou a
respiração celular.
16
19. FILO CIANÓFITA (CIANOFÍCEAS OU ALGAS AZUIS)
As cianofíceas ou algas azuis são representantes clorofilados do Reino Monera. Ou seja,
possuem clorofila; e com essa clorofila realizam fotossíntese. Com relação a esses seres apesar do
nome algas azuis é importante desatacar dos pontos:
As cianofíceas são diferentes das algas verdadeiras.
As cianofíceas não são apenas azuis. Também podem ser vermelhas, marrons ou
pretas. As algas azuis não são tão estudadas como as bactérias, pois não têm importância médica ou
econômica.
DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Botulismo
Agente etiológico: Clostridium botulium
Modo de transmissão: ingestão da toxina
liberada pela bactéria, principalmente em
alimentos enlatados e conservas artesanais.
Características da infecção: a toxina bloqueia a
transferência dos sinais nervosos para os
músculos.
Medidas profiláticas: cuidados higiênicos ao
processar alimentos; não consumir alimentos em
latas estufadas.
Tétano
Agente etiológico: Clostridium tetani
Modo de transmissão: os esporos desse bacilo
são encontrados principalmente no solo. Podem
penetrar no corpo humano quando ocorre uma
lesão causada por objetos contaminados.
Características da infecção: os bacilos liberam
uma
neurotoxina
que
desencadeia
principalmente fortes contrações musculares;
pode ocorrer parada respiratória e/ou cardíaca.
Medidas profiláticas: vacinação com reforço a
cada 10 anos; evitar ferimentos, especialmente
com objetos sujos de terra ou esterco; cuidados
no parto.
Cólera
Agente etiológico: Vibrio cholerae
Modo de transmissão: ingestão de água ou
alimentos contaminados pela bactéria.
Características da infecção: diarréia acentuada,
vômitos e cãibras. Podendo levar à morte.
Medidas profiláticas: tratamento dos doentes,
saneamento básico, higiene básica, água clorada
ou fervida.
Tuberculose
Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis
Modo de transmissão: inalação de gotículas
espalhadas pelo ar pela fala, espirro, e tosse de
pessoa contaminada pela doença.
Características da infecção: atinge os pulmões,
provocando infecções, e pode passar para o
sangue e a linfa, atingindo, através deles, outras
estruturas do corpo, como fígado, baço, medula
óssea, rins e sistema nervoso.
Medidas profiláticas: vacinação e tratamento de
doentes.
17
20. EUTROFIZAÇÃO
Essa matéria orgânica que se acumula na água é decomposta, resultando em sais minerais,
nutrientes que aceleram a reprodução de algas e bactérias aeróbias. As algas tornam a água turva,
impedindo que a luz solar penetre. Quando morrem, são decompostas, aumentando mais ainda o
número de bactérias decompositoras aeróbias. A grande quantidade de seres consumidores faz com
que diminua drasticamente a quantidade de oxigênio disponível. Isso acarreta a morte dos peixes e
outros seres que vivem ali. E propiciando o desenvolvimento de bactérias anaeróbias. Esse fenômeno
denominasse eutrofização. Ela pode ser natural ou provocada por resíduos urbanos, industriais ou
agrícolas.
Figura 8 - Eutrofização
18
21. CAPÍTULO III
SERES VIVOS – REINO PROTOCTISTA E FUNGI
PROTOCTISTA
Características gerais:
São eucariontes. Ou seja, suas células são eucarióticas.
Também são unicelulares ou pluricelulares.
Podem ser heterótrofos ou autótrofos.
Também podem ser de vida livre ou parasitas causadoras de doenças
Vivem sozinhos ou formando colônias.
E também têm reprodução assexuada, principalmente por cissiparidade (divisão
binária ou bipartição). Alguns poucos se reproduzem por conjugação (união) de células, um tipo de
reprodução sexuada ou até por formação de gametas.
PROTOZOÁRIOS
Os protozoários são os protoctistas mais estudados. Isso porque, embora alguns sejam de
vida livre, muitos são parasitas. Os protozoários parasitas podem causar doenças como disenteria,
doença de Chagas, úlcera de Bauru e malária. Costuma-se dividir os protozoários de acordo com sua
forma de locomoção (movimentação) conforme a tabela a seguir:
FILO RHIZOPODA ou SARCODÍNEOS
Locomovem-se por pseudópodos. Os pseudópodos se formam por esticamento e
encolhimento da célula que forma o corpo do protozoário. EX.: amebas
FILO ZOOMASTIGOPHORA OU FLAGELADOS
Locomovem-se por flagelos. O flagelo é uma espécie de cauda. Ex.: Trypanossoma cruzi
(Doença de Chagas) e o Leishmania brasiliensis (leishmaniose).
FILO CILIOPHORA OU CILIADOS
Locomovem-se por cílios. Os cílios cobrem toda a célula que forma o corpo do protozoário.
Ex.: Paramecium caudatum
FILO APICOMPLEXA OU ESPOROZOÁRIOS
Não tem estruturas de locomoção próprias. Movem-se levados pelo ar, ou por algum líquido
(água, sangue etc.) uma estrutura chamada de esporos Ex.: Plasmodium (malária) e o Toxoplasma
gondii (toxoplasmose).
FILO ACTINOPODA OU RADIOLÁRIOS OU HELIOZOÁRIOS
Apresentam pseudópodes filamentosos, os axópodes, sustentados por um eixo
central e que se projetam como raios em torno das células. Ex.: Actinophys sp
19
22.
FILO FORAMINIFERA
Reúne protozoários dotados de uma carapaça externa, constituída de carbonato de
cálcio ou quitina, de onde se projetam finos e delicados pseudópodos, que servem para a captura de
alimentos EX.: Bolivina soluta
Figura 9 – Morfologia dos protozoários
ALGAS
Nas algas não aparecem raízes, caules, folhas, vasos condutores, flores, sementes e frutos. O
corpo da maioria das algas é formado apenas por um talo. Às vezes aparecem estruturas parecidas
com raízes (chamadas rizóides), estruturas parecidas com caules (chamadas caulóides) e estruturas
parecidas com folhas (chamadas filóides) As algas são quase todas aquáticas, podendo ser encontradas tanto na água doce quanto na água salgada. Algumas poucas podem viver em pedras, troncos
ou mesmo na terra, em locais úmidos.
Por serem fotossintetizantes, as algas são importantes na produção de oxigênio para os
ecossistemas. Além disso, constituem a base da alimentação de animais aquáticos e algumas espécies
são também utilizadas na alimentação humana.
Certas espécies de algas produzem grande quantidade de substâncias utilizadas
comercialmente. É o caso dos alginatos, substâncias viscosas produzidas por certas espécies de algas
pardas, que são usados na fabricação de papel e como estabilizadores em cremes dentais e sorvetes.
A reprodução das algas pode ser:
Por esporos: que são células de reprodução assexuadas. Os esporos saem das algas e,
encontrando boas condições, irão formar novas algas;
Por conjugação: união de células sexuadas (masculinas e femininas);
Por hormogonia: o corpo da alga simplesmente se parte, e os pedaços formam novas
algas.
Por divisão binária: as algas unicelulares podem se dividir ao meio.
Por alternância de gerações: muitas algas alternam entra a reprodução sexuada e
assexuada. (com indivíduos haplóides e diplóides) Ex.: Ulva
20
23. Outros exemplos são o ágar e a carragenina, encontrados em certas espécies de algas
vermelhas e usados para finalidades diversas: na indústria farmacêutica, na fabricação de cosméticos
e de gelatinas, no preparo de meios de cultura para bactérias, e como emulsionante, estabilizante e
espessante em alimentos.
ALGAS UNICELULARES
A - Euglenophyta (euglenas)
B - Dinophyta (dinoflagelados)
C - Bacillariophyta (diatomáceas)
Todas as algas têm o pigmento verde clorofila, responsável pela fotossíntese. Porém,
algumas algas têm outros pigmentos de outras cores.
ALGAS PLURICELULARES
ALGAS VERDES OU CHLOROPHYTA
Possuem grande quantidade de clorofila, dai sua cor verde, Podem ser também unicelulares.
São também chamadas clorofíceas. São as algas que existem em maior quantidade no nosso planeta.
Garantem alimento para muitos peixes e outros animais aquáticos. Mas, a principal característica das
algas verdes é que elas são as que mais contribuem para a renovação do oxigênio do nosso planeta,
por meio da fotossíntese.
ALGAS VERMELHAS OU RHODOPHYTA
São algas que, além da clorofila, possuem grande quantidade do pigmento vermelho
chamado ficoeritrina. Daí a sua cor vermelha. Também são chamadas de rodofíceas. As algas
vermelhas são mais desenvolvidas que as algas verdes, embora existam em menor quantidade. As
indústrias utilizam algas vermelhas para a fabricação de laxantes (remédios para prisão de ventre),
gelatinas e sorvetes.
ALGAS PARDAS OU MARRONS OU RHODOPHYTA
São algas que, além da clorofila, possuem grande quantidade do pigmento castanho
chamado fucoxantina. Daí sua cor parda (marrom). Também são chamadas de algas marrons ou
feofíceas. As algas pardas são as algas mais desenvolvidas que existem, podendo atingir vários metros
de tamanho. São muito usadas na alimentação humana, principalmente em países como Japão, China
e Coréia. Também podem ser usadas como alimento para o gado e como adubo para outras plantas.
Importante:
Como muitas algas são formadas apenas por um talo, estas também são conhecidas como
talófitas. Por serem as plantas mais simples que existem, as algas às vezes são chamadas de vegetais
inferiores.
21
24. MARÉ VERMELHA
É um fenômeno relacionado principalmente com a intensa proliferação do dinoflagelado
Gonyaulax, que sob determinadas condições, forma populações extraordinariamente grandes. Essas
populações dão origem a extensas manchas avermelhadas na superfície do mar, donde o nome de
maré vermelha. O grande problema está na elevada toxidade da neurotoxina eliminada pelo protista,
que leva à morte de animais marinhos. Os principais fatores ecológicos relacionados ao surgimento
das marés vermelhas incluem o aumento da temperatura e da quantidade de nutrientes da água do
mar, redução da salinidade (que ocorre em períodos de muitas chuvas) e mar calmo.
Figura 10 – Maré vermelha
DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
Toxoplasmose
Agente
etiológico:
Toxoplasma
gondii
(esporozoário)
Características:
doença
geralmente
assintomática, mas em alguns casos pode causar
cegueira, é grave em gestante, pois o parasita
pode passar para o feto, afetando seu sistema
nervoso.
Modo de transmissão: ingestão de cistos do
parasita presente nas fezes dos gatos, que são os
hospedeiros naturais e ingestão de carne crua
mal cozida contaminada pelo parasita.
Medidas profiláticas: além de medidas de higiene
pessoal e evitar contato com animais
contaminados e ingestão de carne bem-cozida.
Doença de Chagas
Agente etiológico: Trypanosoma cruzi (flagelado)
Características: hipertrofia de órgãos afetados
pelo parasita, principalmente a do coração.
Modo
de
transmissão:
os
principais
transmissores são insetos da espécie Triatoma
infestans, vulgarmente conhecido como barbeiro.
Ao picar uma pessoa esses insetos defecam, e em
suas fezes estão as formas infectantes do
parasita. Ao coçar o local, a pessoa facilita a
penetração do parasita através da pele.
Medidas profiláticas: Tratar os doentes. Impedir
a proliferação do barbeiro, usar telas em portas e
janelas, cuidados nas transfusões de sangue. Não
construir casa de pau-a-pique.
22
25. Giardíase
Agente etiológico: Giárdia lamblia (flagelado)
Características: afeta principalmente o intestino
delgado, provocando diarreia e dores
abdominais.
Modo de transmissão: ingestão de alimentos ou
de água contaminada por fezes que contenham
cistos do parasita
Medidas profiláticas: implementar saneamento
básico, além de medidas de higiene pessoal.
Tratar os doentes.
Malária
Agente etiológico: Plasmódium vivax (febre
terçã) ou Plasmódium malarie (febre quartã) ou
Plasmódium falciparum (irregular)
Características: acessos febris cíclicos e atinge o
fígado
Modos de transmissão: mosquito Anopheles,
conhecido também como mosquito-prego, ou
transfusões de sangue.
Medidas profiláticas: eliminar insetos, usar
inseticida e telas nas janelas.
Disenteria amebiana (amebíase)
Agente etiológico: Entamoeba histolytica
(ameboide)
Características: diarreias intensas, com muco e
sangue.
Modo de transmissão: ingestão de alimentos ou
de água contaminada por fezes que contenham
cistos do parasita
Medidas profiláticas: implementar saneamento
básico, além de medidas de higiene pessoal,
como beber água filtrada e/ou fervida e lavar
bem frutas e verduras antes de ingeri-las. Tratar
os doentes.
Úlcera de Bauru ou Leishmaniose de pele
Agente etiológico: Leishmania brasiliensis
Características: ulcerações graves na pele
Modos de transmissão: mosquito-palha ou
birigui.
Medidas profiláticas: eliminar insetos (vetor) e
usar inseticidas e telas nas janelas.
FUNGI
Neste Reino encontramos os seres vivos conhecidos como fungos. Esse grupo tem várias
características muito interessantes. São seres unicelulares (formados por uma célula), mas também
encontramos seres pluricelulares (formados por várias células), sendo sua célula chamada de hifa e o
seu conjunto de micélio. Os fungos têm características iguais às das plantas como a falta de
movimentação própria. Mas também têm características iguais às dos animais (como o fato de não
terem clorofila e por isso não conseguirem realizar fotossíntese). Ou seja, como os animais, todos os
fungos são heterótrofos por absorção, processo conhecido também como saprofagia, onde o micélio
libera enzimas digestivas, que agem extracelularmente, degradando moléculas orgânicas. (não
conseguem produzir seu próprio alimento). Os fungos também têm características muito próprias.
Tudo isso fez com que os fungos fossem classificados dentro de um reino só deles. As células dos
fungos são sempre eucarióticas (da mesma forma que acontece também com as plantas e animais).
Durante o processo de reprodução sexuada, muitas espécies formam hifas especiais que crescem em
agrupamentos compactos chamados de corpo de frutificação dos quais os cogumelos e o orelhas-depau são exemplos. A reprodução dos fungos é assexuada, e pode ser de três tipos diferentes:
Por brotamento: Quando seu corpo forma um broto, que se solta e dá origem a um
novo fungo.
Por fragmentação: Quando seu corpo se divide em vários pedacinhos e cada
pedacinho forma um novo fungo.
Por esporos: É a forma mais comum. São células especiais que são produzidas pelos
fungos e carregadas pelo vento ou pela água. Se as condições no local onde os
esporos caírem forem boas, então eles darão origem a novos fungos.
23
26. Os ciclos de vida dos fungos são divididos em duas fases: uma sexuada e outra assexuada. A
fase assexuada é caracterizada pela formação de esporos por mitose, e os esporos formados são
denominados assexuados. A fase sexuada é caracterizada pela formação de esporos por meiose, e os
esporos formados são denominados sexuados. Estes são sempre imóveis disseminados pelo vento.
Existem varias fungos de interesse para o homem. Entre os quais podemos citar:
Figura 11 – Estrutura dos fungos
Os mofos ou bolores, que aparecem em lugares úmidos ou em alimentos que estão em
decomposição (apodrecendo);
As leveduras, usadas na produção de bebidas alcoólicas (vinho e cerveja) e como
fermento na produção de pães e bolos;
Os cogumelos, sendo alguns comestíveis (como o champignon) e outros venenosos
(como o orelha-de-pau);
Há espécies capazes de produzir substâncias que atuam como antibióticos e que,
portanto, combatem bactérias. Algumas dessas espécies têm sido usadas na produção comercial de
antibióticos, como é o caso do Penicillium notatum que sintetiza penicilina.
Os fungos causadores de doenças chamadas micoses (como o sapinho e a frieira, por
exemplo).
Figura 12 - Líquens
LÍQUENS
São associações mutualísticas entre fungos e algas verdes ou cianobactérias. A alga sendo
autótrofa realiza a fotossíntese e, assim, produz alimento para ela e para o fungo. Este, que é
heterótrofo, oferece proteção à alga, além de reter sais e umidade, necessários a ambos. Eles podem
ser encontrados em árvores, troncos, pedras ou muros. Eles são muito sensíveis à poluição
ambiental. Assim a presença de liquens sugere baixo índice de poluição, enquanto seu
desaparecimento sugere agravamento da poluição ambiental.
24
27. CAPÍTULO IV
SERES VIVOS – REINO VEGETAL
Nem todas as plantas têm todos os órgãos possíveis. Ou seja, nem todas elas têm raiz, caule,
folhas, vasos condutores de seiva bruta e seiva elaborada, flores, sementes e frutos. O Reino Vegetal
é dividido, justamente, de acordo com os órgãos que as plantas podem ter. Vejamos, agora, os
principais grupos do Reino Vegetal e exemplos de plantas de cada um desses grupos.
BRIÓFITAS
As briófitas são plantas menos evoluídas que as outras plantas que veremos a seguir. Nas
briófitas não aparecem raiz, caule, folhas, vasos condutores, flores, sementes e frutos. Mas em todas
elas seu corpo é formado por um talo, dividido em: rizóides, caulóides e filóides. São sempre plantas
de pequeno tamanho. Secretam em sua epiderme substâncias impermeabilizantes e protetoras. Nos
gametófitos existem poros e nos esporófitos estômatos que por onde ocorrem as trocas gasosas com
o ar. As briófitas, em sua grande maioria não são aquáticas, mas ainda dependem totalmente da
água, principalmente para a reprodução Por isso vivem sempre em lugares úmidos e de sombra.
A reprodução das briófitas ocorre por um sistema chamado de alternância de gerações.
Nesse tipo de reprodução, uma geração se reproduz por esporas (assexuadamente), a geração
seguinte se reproduz com gametas masculinos e femininos (sexuadamente), depois vem outra
geração com reprodução assexuada, e assim alternadamente.
Na alternância de gerações, as plantas que se reproduzem por esporas são chamadas
esporófitos. E as plantas que se reproduzem por gametas são chamadas gametófitos. Nas briófitas,
na fase de gametófito a planta é mais desenvolvida e dura mais que na fase de esporófito. As
briófitas são divididas em três grupos:
MUSGOS
São as briófitas mais conhecidas. Os musgos são aquelas plantinhas bem verdes que formam
um tipo de tapete aveludado e escorregadio em pedras, nos locais onde há bastante umidade.
HEPÁTICAS
Não são tão conhecidas como os musgos. Receberam o nome de hepáticas porque têm a
forma aproximada de um fígado (hepato = fígado).
ANTÓCEROS
São também pouco conhecidas. Os antóceros são bem parecidos com as hepáticas, embora
não tenham a semelhança com o formato dos fígados.
25
28. Figura 13 - Musgo
As briófitas não são muito conhecidas porque além de serem poucas espécies, não têm
importância para a alimentação e nem para as indústrias. As briófitas às vezes são chamadas de
vegetais intermediários, por serem mais evoluídas que as algas e menos evoluídas que as plantas
superiores.
Figura 14 – Ciclo de vida dos musgos
PTERIDÓFITAS
Também chamadas de filicíneas as pteridófitas são um grupo muito importante dentro do
Reino Vegetal. Isso porque as elas são as primeiras plantas que apresentam raiz, caule e folhas
verdadeiros. E, mais importante ainda, são as primeiras plantas que apresentam vasos condutores de
seiva bruta (água e sais minerais) chamados de xilema e vasos condutores de seiva elaborada
(solução de açúcar e outros compostos) chamados de floema. Porém, as pteridófitas ainda não
apresentam flores, sementes nem frutos.
A reprodução delas também ocorre por alternância de gerações, como nas briófitas. A
diferença principal é que nelas, na fase de esporófito (assexuada), a planta é mais desenvolvida e
dura mais que na fase de gametófito (sexuada).
A samambaia, a avenca, a renda-portuguesa e o xaxim são os exemplos mais conhecidos de
pteridófitas. Todas muito usadas como plantas de enfeite nas casas.
26
29. Nas folhas grandes da samambaia (fase de esporófito), podemos ver algumas bolinhas,
geralmente de cor marrom. Essas bolinhas são chamadas soros, e dentro delas existem os
esporângios. Quando estão maduros, os esporângios se abrem, e deles saem os esporos. Os esporos,
por sua vez, são as células de reprodução assexuada que produzirão novas plantas (gametófitos).
Figura 15 – Ciclo de vida das samambaias
GIMNOSPERMAS
As gimnospermas são plantas que, além da raiz, caule, folhas e vasos condutores,
apresentam pela primeira vez duas estruturas muito importante: a flor e a semente. Porém, as
gimnospermas ainda não são capazes de produzir frutos. As flores das gimnospermas são feias, sem
cor nem perfume e com aparência de madeira. Também chamadas de estróbilos, as flores das
gimnospermas não protegem as sementes que ficam presas a elas, ou seja, suas sementes ficam à
vista. Daí justamente vem o nome gimnosperma (gimno == nua, sperma == semente).
Um exemplo bem conhecido de flor de gimnosperma são as pinhas, dos pinheiros, que
usamos como enfeites de Natal. Um exemplo de semente de gimnosperma são os pinhões, que
comemos nas festas juninas. A reprodução das gimnospermas é sexuada, e ocorre da seguinte forma:
As gimnospermas podem ter estróbilos (flores) masculinos e femininos;
Os estróbilos masculinos produzem grãos de pólen, que são os gametas (células
sexuais) masculinos;
Os estróbilos femininos produzem óvulos, que são os gametas (células sexuais)
femininos;
Os grãos de pólen passam através do tubo polínico fecundam os óvulos, dando
origem ao embrião. Este embrião ficará protegido e alimentado dentro da semente;
Quando as sementes caem ao chão, ocorre o brotamento (desenvolvimento do
embrião) e a formação de uma nova planta.
27
30. As gimnospermas se dividem em dois grupos:
CICADÍNEAS
São as gimnospermas mais simples e menos conhecidas que existem. Seus principais
representantes são as cicas. As cicas são arbustos (árvores bem pequenas).
CONÍFERAS
As coníferas são bem mais desenvolvidas e conhecidas que as cicadíneas. Recebem este
nome porque suas flores (pinhas) têm forma de cone. Dentro do grupo das coníferas encontramos:
Todos os pinheiros: pinheiro comum, pinheiro de natal, cedro, araucária (pinheiro-doparaná), cipreste, etc.;
As sequóias: típicas da América do Norte são as maiores árvores do mundo e podem viver
aproximadamente 3.000 anos
Figura 16 – As pinhas são estróbilos (flores) das gimnospermas
28
31. As gimnospermas têm enorme importância para o homem, pois fornecem:
Madeira: para os mais variados fins;
Celulose: para a fabricação de papel;
Substâncias químicas: para a fabricação de perfumes, desinfetantes e bebidas;
Alimento: na forma dos pinhões.
Atenção: Como você pode ver, os pinhões são sementes e não frutas. Lembre que os
pinhões são produzidos pelas gimnospermas e as gimnospermas não produzem frutos.
ANGIOSPERMAS
As angiospermas são as plantas mais evoluídas que existem. Possuem raiz, caule, folhas,
vasos condutores, flor e semente. Porém, o mais importante é que as angiospermas são as primeiras
e únicas plantas que produzem frutos. Os frutos são reservas de alimentos que se formam nos
ovários das flores após a fecundação.
A reprodução das angiospermas também é sexuada. As flores produzem grãos de pólen e
óvulos. Os grãos de pólen e os óvulos se unem, dando origem aos embriões, que ficam dentro das
sementes, que por sua vez ficam dentro dos frutos. Os embriões se desenvolvem e formam as novas
plantas. As angiospermas se dividem em dois grandes grupos: as monocotiledôneas e dicotiledônea.
As plantas desses dois grupos têm diferenças nos tipos e raízes, folhas e flores. Etc. Porém, a principal
diferença entre elas está nas sementes.
MONOCOTILEDÔNEAS
As monocotiledôneas são plantas angiospermas que têm apenas um cotilédone em cada
semente (mono =1). Como vimos anteriormente, o cotilédone é a estrutura que transfere os
alimentos da semente para o embrião.
DICOTILEDÔNEAS
As dicotiledôneas são plantas angiospermas que têm dois cotilédones em cada semente.
Atualmente, as angiospermas são as plantas Que dominam nosso planeta. Existem mais espécies de
angiospermas do que de todas as outras plantas juntas. Logicamente, esse sucesso das angiospermas
se deve ao fato de elas serem as plantas mais evoluídas que existem. Principalmente pela presença
de sementes e frutos. Como já vimos, as sementes e os frutos ajudam essas plantas a se espalharem,
pois podem ser levados para longe pelo vento, pela água ou por animais. Por serem as plantas que
existem em maior quantidade, as angiospermas são também as plantas mais utilizadas na
alimentação do homem e dos animais que servem de alimento para o homem. As angiospermas são
também as plantas mais usadas no fornecimento de madeiras e de várias substâncias utilizadas nas
indústrias.
29
32. COTILÉDONE
FOLHAS
FLORES
FRUTOS
ESTRUTURA INTERNA DO
CAULE
SISTEMA RADICULAR
EXEMPLOS
MONOCOTILEDÔNEAS
Um cotilédone
Nervuras paralelas e folhas
invaginantes
Compostas de três elementos
ou múltiplos
Frutos com três lojas ou
múltiplos
Feixes vasculares espalhados
pelos caules
DICOTILEDÔNEAS
Dois cotilédones
Nervuras reticuladas e folhas
pecioladas
Compostas de quatro ou cinco
elementos ou seus múltiplos
Frutos com duas ou cinco lojas
ou múltiplo
Feixes vasculares dispostos em
torno de um cilindro central
(xilema no centro e floema em
volta)
Fasciculado
Pivotante
Alho, cebola, abacaxi, bambu,
Eucalipto, rosa, morango, pêra,
arroz, trigo, centeio, aveia, cana- maçã, feijão, ervilha, goiaba,
de-açúcar, milho, gengibre,
algodão, cacau, mandioca,
palmeiras, coco-da-baía etc.
tomate, café etc.
OS TECIDOS PRIMÁRIOS DAS PLANTAS
A partir dos meristemas apicais formam-se os meristemas primários, que são a protoderme,
o meristema fundamental e o procâmbio.
TECIDOS
PRIMÁRIOS
PROTODERME
ORIGINA
FUNÇÃO
Epiderme
Tecido que reveste o corpo da planta, impede a perda excessiva de
água e permite trocas de gases necessários à respiração e a
fotossíntese. É geralmente uni estratificada, formada por células
justapostas, achatadas, aclorofiladas e com grande vacúolo. Na
superfície externa pode haver deposição de cutina ou cera, que são
substâncias impermeabilizantes. Diferenciam-se na epiderme
estruturas como estômatos (é formado por duas células
clorofiladas e uma abertura chamada de ostíolo que controla a
transpiração e trocas gasosas na planta), tricomas (controlam a
perda de água ou secretores de sustâncias oleosas, digestivas ou
urticantes) e os pelos (na epiderme da raiz responsável pela
absorção de água e sais minerais) e acúleos (são estruturas
pontiagudas com função de proteção da planta contra predadores,
são frequentemente confundidos com espinhos, que são folhas ou
ramos modificados. Os “espinhos” das roseiras na realidade são
acúleos, que são facilmente destacáveis o que não ocorre com os
espinhos).
30
33. MERISTEMA FUNDAMENTAL
PROCÂMBIO
Parênquimas, colênquimas e Parênquimas (formados por
esclerênquima
células vivas e classificados
como: parênquima clorofilado,
aquífero, aerífero amilífero),
pelo colênquima (é um tecido
de sustentação formado por
células
vivas,
geralmente
alongadas e com paredes
espessadas, ricas em celulose) e
pelo esclerênquima (é um
tecido de sustentação formado
por células mortas, com parede
celular espessada em função de
depósito da lignina).
Sistema vascular primário: Xilema ou lenho (é um tecido
Xilema (lenho) e floema (líber)
responsável pelo transporte de
seiva bruta – água e sais
minerais) e o floema ou líber
(condutor de seiva elaborada –
substância orgânica derivadas
da fotossíntese) no caule de
dicotiledôneas,
os
feixes
vasculares
dispõem-se
formando um círculo ao redor
da
medula;
nas
monocotiledôneas, esses feixes
encontram-se
difusamente
distribuídos pelo parênquima.
Os feixes vasculares do caule
são formados por floema, mais
externo, e xilema, mais interno.
FRUTOS E PSEUDOFRUTOS
Os frutos são estruturas auxiliares no
ciclo reprodutivo das angiospermas: protegem
as sementes e auxiliam em sua disseminação.
Eles correspondem ao ovário amadurecido, o
que geralmente ocorre após a fecundação. Nos
casos em que o ovário origina o fruto sem que
tenha ocorrido a fecundação, não há formação
de sementes e o fruto chama-se partenocárpico,
caso da banana e da laranja-da-baía.
Os
pseudofrutos
são
estruturas
suculentas que contém reservas nutritivas, mas
que não se desenvolvem a partir do ovário.
Podem
ser:
simples
(provenientes
do
desenvolvimento do pedúnculo ou do
receptáculo de uma só flor – maçã e caju),
compostos (provenientes do desenvolvimento do
receptáculo de uma única flor, com muitos
ovários - morango) e múltiplos (provenientes do
desenvolvimento de ovários de muitas flores de
uma inflorescência, que crescem juntos numa
única estrutura – amora, abacaxi e figo).
31
34. ABSORÇÃO
A absorção de água e sais minerais do meio ocorre principalmente na região dos pêlos
absorventes da raiz. Existem duas vias por meio das qual a água e os sais atingem o cilindro central.
As substancias atravessam o citoplasma das células do córtex da raiz; os sais são transportados por
transporte ativo de uma célula para outra, criando um gradiente de concentração que resulta no
fluxo da água também de célula para célula por osmose. Além passar por entre as paredes celulares e
não atravessam o citoplasma das células; neste caso, os sais são transportados por difusão. Ao chegar
ao cilindro central, os sais minerais são transferidos por processo ativo para dentro do xilema, e a
água é transferida por osmose. Forma-se assim a seiva bruta, que será distribuída pelo xilema das
raízes até as folhas.
CONDUÇÃO DA SEIVA BRUTA
O xilema apresenta os elementos de vaso e os traqueídes, células mortas que se dispõem
de modo a formar longos e estreitos canais desde a raiz até as folhas. Sendo estreitos, a água
ascende por capilaridade, devido à propriedade de adesão e coesão que as moléculas de água
possuem. A ascensão cessa quando o peso da coluna líquida torna-se maior que a adesão das
moléculas de água à parede do tubo (chega até 1 metro do solo).
A pressão positiva ou impulso da raiz está relacionado com o transporte ativo de sais para o
interior do xilema da raiz, o que provoca o aumento da concentração osmótica em relação à solução
aquosa do solo. Com isso, há grande entrada de água por osmose no xilema da raiz, impulsionando
a seiva bruta para cima. Quando o solo está muito úmido, pode ainda ocorrer um fenômeno
chamado de gutação que consiste em perda de gotículas de água pelos hidatódios localizados nas
pontas das folhas.
A pressão da raiz não explica a condução da seiva bruta até a copa das árvores altas. O que
melhor explica essa condução é a teoria da coesão-tensão, formulado por Dixon, chamada de teoria
de Dixon. Segundo ela a perda de água por transpiração nas folhas atuaria como uma forma de
sucção da água. A perda de água por transpiração nas folhas faz com que as suas células fiquem com
força de sucção aumentada. Com isso, tendem a absorver, por osmose, água do xilema onde a
concentração é menor.
CONDUÇÃO DA SEIVA ELABORADA
A condução da seiva elaborada é chamada de translocação. A teoria de fluxo em massa ou
pressão ou equilíbrio osmótico, diz que a seiva elaborada move-se através do floema, ao longo de um
gradiente decrescente de concentração, desde o local que é produzida até o local em que é
consumida. Retirando-se um anel completo da casca de um tranco (anel de malpighi), pode-se notar,
após algumas semanas, que a casca logo acima do corte fica com acúmulo de seiva elaborada. As
folhas continuam a receba a seiva bruta, mas as raízes e demais partes abaixo do corte deixarão de
receber a seiva elaborada, que irá morrer.
32
35. TRANSPIRAÇÃO
Na folha, a transpiração pode ocorrer através da cutícula que reveste a epiderme, recebendo
o nome de transpiração cuticular, ou através dos estômatos, sendo denominada transpiração
estomática. A cuticular é pouco intensa e independe do controle do organismo. Já a estomática é o
principal de perda de água pela planta e depende do controle do organismo. A abertura e o
fechamento dos estômatos são controlados por diversos fatores, sendo o principal deles a água. Se as
planta estiverem com um suprimento adequado de água, as células estomáticas permaneceram
túrgidas, mantendo o ostíolo aberto; com o suprimento insuficiente, as células perdem água e
consequentemente o turgor, e fecham o ostíolo.
HORMÔNIOS VEGETAIS
Existem vários tipos de auxinas produzidas pela própria planta. Elas promovem o
crescimento da raiz em concentrações baixas. Por outro lado grandes concentrações promovem o
crescimento do caule. As auxinas controlam os tropismos, que são movimentos orientados por um
estímulo e que ocorrem em função do crescimento. São exemplos de estímulos à luz (fototropismo) e
a força da gravidade da Terra (geotropismo). Controla também a queda das folhas, fenômeno
chamado de abscisão. O etileno é um gás produzido por varias partes das plantas, e que atua no
amadurecimento de frutos.
HORMÔNIO
GIBERELINAS
CITOCININAS
ETILENO
ÁCIDO ABSCÍSICO (ABA)
LOCAL DE PRODUÇÃO E EFEITO
Produz folhas jovens, sementes imaturas e frutos. Estimulam o alongamento
e a divisão celular. Promove alongamento caulinar, germinação de sementes,
crescimento de folhas, produção de flores e frutos.
Produzida nas raízes e conduzida para toda a planta. Estimulam à divisão e a
diferenciação celular, a diferenciação e o crescimento de raízes; induzem o
desenvolvimento de gemas laterais e retardam o envelhecimento da planta.
Gás produzido em várias partes da planta. Atua na indução do
amadurecimento de frutos e promove a abscisão foliar.
Produzido nas folhas, no caule e no ápice radicular. Inibe o crescimento das
plantas, Induzindo a dormência de gemas e de sementes. Induz o fechamento
dos estômatos.
33
36. CAPÍTULO V
ANIMAIS INVERTEBRADOS
PORÍFEROS
As esponjas ou poríferos não possuem tecidos bem definidos nem órgãos estabelecidos. Sua
organização é muito simples. Realizaram digestão intracelular. A respiração e a excreção ocorrem por
difusão direta entre as células e a água circulante através dos canais do corpo.
A parede do corpo é formada pela epiderme, pelo mesênquima e pelo revestimento interno
de células flageladas com colarinho transparente, chamadas coanócitos. No mesênquima,
encontram-se os amebócitos. Existem poros inalantes (óstios), por onde a água entra no corpo do
porífero, e um poro exalante (ósculo), por onde a água sai do porífero. A cavidade central, forrada de
coanócitos, é o átrio ou espongiocele. No mesênquima, podem ser encontradas as espículas calcárias
ou silicosas, que fazem a sustentação do corpo do animal. Há, contudo, esponjas sem espículas. Sua
reprodução pode ser do tipo sexuada, por meio de fecundação cruzada e interna ou assexuada por
bipartição. Do ovo resulta uma larva, que é eliminada pelo ósculo, nada e vai fixar-se ás rochas,
originando outra esponja.
Figura 17 – Esquema de um porífero
CNIDÁRIOS
Fazem parte desse grupo às anêmonas, corais, água-vivas e caravelas. Também chamados de
celenterados, são mais evoluídos que as esponjas. Possuem tecidos e alguma evidencia de órgãos.
Embora façam a digestão intracelular, promove muito mais intensamente a digestão extracelular.
Possuem gônadas, onde são formados os gametas. Têm um rudimento de sistema nervoso difuso.
Revelam movimentos ativos notáveis graças às células epiteliomusculares. Podem mostrar-se na
forma de pólipos ou de medusas. O corpo possui duas camadas: a epiderme e a gastroderme. Entre
elas, há uma camada gelatinosa – a mesogléia. A cavidade central e interior do corpo é a cavidade
gastrovascular. Alguns se reproduzem por metagênese: as medusas reproduzem-se sexuadamente
dando pólipos, e estes se reproduzem assexuadamente dando novas medusas. Outros celenterados
reproduzem-se apenas sexuadamente. E há, também, os que se reproduzem assexuadamente por
brotamento ou por fragmentação do corpo. A parede de seu corpo possui cnidócitos, células
especiais para a defesa, que contém nematocistos (cápsulas com filamento extensíveis inoculador de
toxina).
34
37. Figura 18 – Ciclo de vida dos cnidários
PLATELMINTOS
Compreendem os vermes achatados dorsoventralmente e abrangem as planárias,
esquistossomos e solitárias. São mais evoluídos que as esponjas e celenterados porque são
triblásticos, apesar de serem acelomados e revelam simetria bilateral. Possuem sistema nervoso
simples, com gânglios cerebróides comandando filetes nervosos que correm ao longo das partes
laterais do corpo. Sistema excretor constituído de células–flama, que eliminam o excesso de água e
os catabólitos para o exterior através do sistema de canais. Sua respiração é por difusão.
Quanto à reprodução a maioria é hermafrodita, podendo ou não fazer a autofecundação. Os
esquistossomos, entretanto, são dióicos (têm sexos separados). As solitárias podem atingir a vários
metros de comprimento, possuem ventosas na cabeça para a fixação. Não há qualquer rudimento de
sistema digestivo. Nutrição por difusão através da superfície corporal. As tênias podem ser de dois
tipos a solium (carne de porco) e a saginata (carne de vaca). As tênias evoluem até a fase de larva no
hospedeiro intermediário e concluem a evolução do hospedeiro definitivo. A larva é denominada
cisticerco. Quando o homem se contamina com os ovos e fazem assim o papel de hospedeiro
intermediário evolui uma doença mais agressiva que é a cisticercose.
A esquistossomose, também conhecida como doença do caramujo, desenvolve-se até a fase
de larva (cercaria) no caramujo, que penetra na pele humana e vai terminar a sua evolução nas veias
do intestino e do fígado.
Figura 19 - Planária
35
38. ANELÍDEOS
Possuem o corpo segmentado em anéis e a segmentação externa corresponde à
segmentação interna. Alguns possuem apêndices locomotores não articulados chamados cerdas, que
se implantam em nódulos carnosos denominados parapódes. Há os que não possuem cerdas. E há
até os que são fixos, vivendo no interior de tubos calcários, no fundo do mar. Respiração cutânea nos
de hábitat terrestre; branquial, nos de hábitat aquático.
Dividem-se em poliquetas (nereide), oligoquetas (minhoca) e aquetas ou hirudíneos
(sanguessuga). Em poliquetas ocorre reprodução assexuada. Mas a forma mais comum de
reprodução é a sexuada, por meio de cruzamento e fecundação interna. As minhocas são
hermafroditas de fecundação cruzada.
Figura 20 – Fecundação cruzada das minhocas
NEMATELMINTOS
Formam a principal classe do filo dos Aschelminthes. Com corpo cilíndrico, recoberto por
uma cutícula resistente, com sistema bilateral e dotado de pseudoceloma. Numerosas espécies de
vida livre, porém muitas outras, parasitas de animais e plantas. Não possuem sangue nem sistema
circulatório, muito menos sistema respiratório. A respiração é anaeróbia e todos são dióicos. São
eles: Áscares lombricóide, Ancylostoma duodenale, Wuchereria bancrofti e Ancylostoma brasiliensis.
Figura 21 – Bicho Geográfico
36
39. Ascaris lumbricoides (lombriga)
Modo de transmissão: ingestão de alimentos
ou água contaminada por ovos da lombriga.
Medidas profiláticas: saneamento básico,
lavar bem os alimentos, as mãos, e
tratamento dos doentes.
Sintomas: cólicas intestinais e náuseas,
manchas brancas pelo corpo, bronquite e
pneumonia em decorrência da migração das
larvas pelos brônquios e pulmões.
Wuchereria bancrofti (filaria)
Modo de transmissão: picada de mosquitos
do gênero Culex, que transmitem as larvas
desse parasita para o ser humano.
Medidas profiláticas: controle da população
do vetor, uso de repelentes de insetos, uso de
telas em janelas e tratamento de doentes.
Sintomas: inchaço causado pela obstrução dos
vasos linfáticos, que são os responsáveis pela
remoção do excesso de líquidos nos tecidos.
Em casos mais graves, causa a elefantíase:
grande aumento principalmente das pernas,
do escroto ou das mamas.
Ancylostoma duodenale
Modo de transmissão: penetração ativa de larvas
do parasita, presentes no solo, no corpo humano
através da pele.
Medidas profiláticas: saneamento básico; evitar
contato da pele com solos contaminados,
tratamento de doentes.
Sintomas: anemia, por perda de sangue, ficando a
pessoa pálida (amarela), daí chamada de amarelão.
Pode ainda provocar bronquite, porque o verme
percorre o corpo da pessoa atingindo o pulmão.
Ancylostoma brasiliensis (bicho geográfico)
Modo de transmissão: penetração ativa de larvas
na pele humana.
Medidas profiláticas: evitar contato da pele, com
solo ou areia contaminados. Evitar levar cães e
gatos para praias ou tanques de areia.
Sintomas: forte irritação na pele, com coceira
intensa, especialmente à noite, o que pode causar
insônia.
ARTRÓPODES
Possuem membros locomotores articulados em numero par. Corpo protegido por
exoesqueleto rígido de quitina e com tubo digestivo completo, inclusive com glândulas salivares,
fígado e pâncreas, estes últimos fundidos em um único órgão chamado de hepatopâncreas. Esse
exoesqueleto sofre muda ou ecdise toda vez que o artrópode precisa crescer. Existe um sistema
respiratório, sendo a maioria com respiração traqueal, embora os de hábitat aquático tenham
respiração branquial. A circulação é aberta, isto é, o sangue circula primeiramente por vasos e, a
seguir, é projetado para lacunas no meio dos tecidos, de onde volta depois para os vasos. O sangue
tem características mistas de sangue e linfa, daí preferivelmente ser chamado de hemolinfa.
A excreção se faz por meio dos tubos de Malpighi (na maioria deles) estruturas mais
evoluídas que as nefrídicas de uma minhoca. Possuem um sistema nervoso ganglionar, ventral, bem
desenvolvido.
Aparecem também, órgãos dos sentidos muito especializados situados na cabeça (órgãos
auditivos, olhos e antenas) alguns sofrem metamorfose durante o seu desenvolvimento. Os
artrópodes dividem-se em crustáceos, insetos, aracnídeos, diplópodes e quilópodes.
Crustáceos: quase todos aquáticos (dulcícolas ou marinhos); número de patas variável;
dois pares de antenas; cefalotórax e abdome; alguns com revestimento calcário. Divididos em duas
subclasses: entomostráceos e malacostráceos
37
40.
Insetos: hexápodes, ápteros (sem asas como as formigas, piolho, pulga e traça);
dípteros (com um par de asas como os mosquitos e moscas) e tetrápteros (dois pares de asas);
díceros (cabeça com um par de antenas); com cabeça, tórax e abdome. Alguns são transmissores de
doenças infecto-contagiosas. Diversas ordens.
Aracnídeos: octópodes; áceros (sem antenas); com cefalotórax e abdome. Alguns são
peçonhentos (aranhas e escorpiões); outros ectoparasitos de animais e do homem (carrapatos).
Algumas espécies são inofensivas.
Diplópodes: corpo dividido em cabeça e tronco. Tronco com numerosos anéis, cada
um com dois pares de patas; díceros (cabeça com um par de antenas); Inofensivos (não
peçonhentos).
Quilópodes: cabeça e tronco. Um par de patas em cada anel. São díceros (cabeça com
um par de antenas); Peçonhentos
Figura 22 – Ecdise da cigarra
MOLLUSCA
O filo compreende animais de corpo mole, portadores, na maioria das vezes, de uma concha
calcária. Muitos são consumidos na alimentação, alguns produzem pérolas e outros, ainda, atuam
como hospedeiros intermediários de parasitas. Com exceção das ostras, mexilhões e mariscos, todos
possuem uma espécie de aparelho mastigador chamado rádula. O corpo é dividido em cabeça, pé e
manto (que é o revestimento da massa visceral, com função de produção da concha).
Os moluscos se dividem em cinco classes:
Anfineuros – marinhos recobertos por oito placas transversais. Quítons.
Escafópodos – concha afunilada e recurvada como um dente. Marinhos. Dentalium
Gastrópodes – divisão do corpo nítida em cabeça, pé e massa visceral. Pé em forma de
palmilha. Massa visceral coberta pela concha da maioria das espécies. A concha é produto de
secreção do manto. Concha univalva. Alguns são marinhos, outros são dulcícolas e outros, ainda são
terrestres. Vulgarmente: caramujos, caracóis e lesmas.
Pelecípodes – compreendem as ostras, mariscos e mexilhões. Concha bivalve. Pé em
forma de lâmina de machado. As brânquias filtram partículas alimentares e algas microscópicas, que
conduzem à boca, razão pela qual são considerados animais filtradores.
Cefalópodes – o corpo possui massa visceral (num saco pendente da cabeça, como se
observa nos polvos), cabeça e pés em forma de tentáculos. Estes ficam ligados diretamente à cabeça.
Não há concha externa, mas as lulas possuem uma concha interna calcária. Aliás, elas também
possuem um sifão que lhes permite o deslocamento por jato-propulsão.
38
41. Figura 23 - Molusco
ECHINODERMATA
Abrange invertebrados estritamente marinhos, com endoesqueleto calcificado e espinhos
que ressaltam na superfície do corpo, cobertos pela epiderme. Possuem simetria radial na face adulta
e simetria bilateral na fase embrionária. Classificam-se como os únicos invertebrados deuterostômios
(o blastóporo fica reduzido com a função de ânus). O tubo digestivo é simples. Nas estrelas e nos
ouriços, a boca fica voltada para baixo (face oral) e o ânus fica voltado para cima (face aboral). Nos
ouriços existe junto à boca um órgão chamado de lanterna-de-aristóteles, organizado por cinco
dentes calcários fortes e afiados. Já nas estrelas não existe. O principal sistema desenvolvido pelos
equinodermos é o sistema aqüífero ou ambulacrário. Os equinodermos se dividem em cinco classes:
Crinóides – quase todos fixos às pedras, com aspecto de flor. Conhecidos como líriosdo-mar. Poucas espécies nadantes.
Ofiuróides – corpo pequeno em forma de moeda, com cinco braços muito móveis e
finos. Vulgarmente chamados de serpentes-do-mar.
Asteróides – aqui se enquadram às estrelas-do-mar. São animais exclusivamente
bentônicos (só vivem no fundo). Número de braços variável de acordo com a espécie.
Holoturóides – corpo cilíndrico com alguns tentáculos ao redor da boca. Movimentamse lentamente no fundo do mar. São também bentônicos, como as estrelas-do-mar. Seu nome
popular; pepinos-do-mar.
Figura 24 – Estrutura da estrela-do-mar
39
42. CAPÍTULO VI
FILO DOS CORDADOS
No filo dos cordados encontramos os animais considerados mais evoluídos do nosso planeta.
A característica principal deste filo é a presença da notocorda na fase embrionária. Na fase
embrionária, ou fase de embrião, é a primeira fase de vida dos animais, dentro ovo ou do corpo da
mãe. A notocorda que aparece somente nos animais do filo dos cordados é um cordão especial de
células que fica no interior do corpo do embrião e pode se transformar na coluna vertebral, também
chamada de espinha. A coluna, como se sabe, é o eixo do esqueleto interno destes animais. O Filo
dos cordados é dividido em quatro subfilos; desses grupos merece destaque o subfilo dos
vertebrados.
SUBFILO DOS VERTEBRADOS
Dentro do subfilo dos vertebrados encontramos os animais nos qual a notocorda se
transforma na coluna vertebral durante o desenvolvimento do embrião. Os animais vertebrados são,
portanto, os possuidores de esqueleto. O subfilo dos vertebrados é um grupo muito grande, com
animais bastante variados. Neste subfilo encontramos os peixes, os anfíbios, os répteis, as aves e os
mamíferos. Encontramos animais vertebrados nos mais diferentes ambientes terrestres, de água
salgada e de água doce. Abaixo estão as principais divisões do subfilo dos vertebrados.
Figura 25 - Équidna
Figura 26 – Ovo de arraia
Figura 27 - Ornitorrinco
Figura 28 - Pinguim
40