SlideShare a Scribd company logo
1 of 46
Download to read offline
José Matias Alves
Abril 2010


Hoje lançamos uma questão:
Que respostas poderá encontrar a Escola
Pública para os alunos que consideramos
desmotivados e que parecem não envolver-se
em nenhuma das tarefas propostas?

publicada por Ana Margarida Marques às 18:24
a 20/Abr/2010
Rogério Pereira: Pergunte aos putos "Que

respostas poderão encontrar as crianças para
os adultos que se consideram desmotivados e
que parecem não envolver-se em nenhuma
das tarefas cívicas que lhes deveriam ser
exigidas?". Com perguntas como esta
encontrar-se-iam motivações
surpreendentes.
Daniela Barbosa: (…) Gostarão todos os alunos da

escola que lhes é oferecida? Perceberão
efectivamente todos as consequências positivas e
negativas, a longo prazo, de uma escolaridade
completa/incompleta e bem/mal sucedida?
Existirão ofertas próximas que lhes permitam
perseguir os seus talentos ou os seus gostos
individuais? Esses talentos são estimulados ao
longo do seu percurso?
A cultura do esforço e da implicação é, desde
cedo, cultivada?
(... "pano para mangas"...)


O que é a motivação (do Latim movere)?
É o processo psicológico que determina a
intenção (predisposição), a direcção e a
persistência do comportamento.
Caracterização da motivação:
é um fenómeno individual
tem um “carácter intencional”
é multifacetada (necessidades, motivos e
incentivos)
Teoria de campo (Kurt Lewin)
comportamento das pessoas resulta do
conjunto de factores que coexistem no ambiente
esse conjunto de factores constitui uma relação
dinâmica e de interdependência, a que KL chama
“campo psicológico”. O “campo psicológico” de
cada pessoa é o seu espaço de vida e
define a forma como essa pessoa percebe e
define o ambiente externo que a rodeia
C = f (P, A)
Teoria da dissonância cognitiva
(Leon Festinger)
As pessoas procuram actuar de
forma a criar um clima de
consonância ou consistência entre
as suas convicções e os seus
actos.
Se um indivíduo acredita em determinados
valores, (ou seja tem determinadas
cognições), e age em sentido contrário,
dizemos que existe uma dissonância
cognitiva (inconsistência de comportamento
que não é tolerada pela própria pessoa);
quando tal acontece, a pessoa está motivada
para reduzir o conflito existente.
Teoria X e Y (Douglas McGregor)
Os gestores tendem a desenvolver um
conjunto de assunções, crenças ou ideias
sobre os empregados que podem ser
divididas em dois grupos (X –pessimista e Y optimista).
Teoria da maturidade (Chris Argyris)
O desenvolvimento de uma pessoa
processa-se ao longo de um intervalo
contínuo de uma situação de imaturidade
para uma situação de maturidade.
Uma pessoa madura é activa, independente,
autoconfiante e autocontrolada.
Uma pessoa imatura é passiva, dependente,
com falta de confiança e necessita de
controlo exterior.


Subordinação – controlo – perspectiva de
curto prazo – falhanço psicológico
Reacções:
• Fuga
• Luta
• Adaptação
Teoria das necessidades
Maslow (ênfase nas características
individuais)
Herzberg (ênfase no ambiente)
Alderfer (ênfase nas características
individuais)
McClelland (ênfase nas necessidades
adquiridas)
Teoria da equidade
Goodman
Teoria do reforço
Teorias das expectativas
Teoria de Vroom
Modelo de Porter e Lawler
Teoria das necessidades
A. Maslow (ênfase nas características individuais)
as necessidades insatisfeitas motivam ou
influenciam o comportamento;
enquanto uma necessidade básica não for
satisfeita, as outras, não exercem influência no
comportamento do indivíduo. É o denominado
princípio da dominância;
as necessidades estão hierarquizadas;
as necessidades sucedem-se quando as
necessidades inferiores estão satisfeitas. É o
denominado princípio da emergência.
Teoria das necessidades
Frederick Herzberg (ênfase no ambiente)
Estudo de 200 engenheiros e contabilistas
nos anos 50; utilização do método
investigação “incidente crítico”;
Identificação de 2 classes distintas de
factores considerados importantes para o
comportamento das pessoas no trabalho:
FACTORES HIGIÉNICOS FACTORES
MOTIVACIONAIS
Herzberg considera que os FH são capazes de
reduzir ou anular a insatisfação, mas não
conseguem conduzir à motivação; têm
somente um carácter preventivo. Os FM é que
podem conduzir a elevados níveis de
satisfação e motivar. Os FM estão
relacionados com o conteúdo do trabalho; os
FH com o contexto.
Teoria das necessidades
Clayton Alderfer (ênfase nas caract. individuais)
concordância com Maslow – a motivação pode ser
explicada em função da satisfação das necessidades;
discordância no número de níveis; para Alderfer
existem somente três níveis (existência –
relacionamento – crescimento);
há casos em que as necessidades de nível mais
elevado podem surgir sem que as necessidades de
nível inferior tenham sido satisfeitas;
quando as necessidades de nível superior são
frustradas, as necessidades de nível inferior
retornam, mesmo já tendo sido satisfeitas.
Teoria das necessidades
David McClelland (ênfase nas necessidades adquiridas)
McClelland destacou as necessidades que as pessoas
desenvolvem através da sua experiência, ao longo da vida,
as necessidades adquiridas através da socialização à
medida que interagem com o seu ambiente.
Necessidades de REALIZAÇÃO (que traduz o desejo de
atingir objectivos que signifiquem um desafio);
Necessidades de PODER (desejo de controlar, influenciar
ser responsável pelo desempenho de outros);
Necessidades de AFILIAÇÃO (desejo de manter relações
pessoais estreitas).
Teoria da Equidade (Stacy Adams)
Destaca a percepção pessoal de cada um sobre a
razoabilidade ou justiça relativa numa situação
laboral, comparando o seu desempenho e os
correspondentes benefícios com o desempenho e
benefícios dos outros em situações análogas. A teoria
da equidade não renega as teorias das necessidades
na explicação da motivação.
A teoria da equidade acrescenta uma outra
perspectiva, ao introduzir a problemática da
comparabilidade entre desempenhos e benefícios.
A teoria da equidade revela-nos como uma pequena
inequidade aos olhos do Gestor pode ser muito
importante no espírito dos que por ela são afectados.
Teoria do Reforço (Harvard Skinner)
Baseia-se na ideia de que o comportamento humano
pode ser explicado em termos de previsão, positiva
ou negativa, das consequências desse mesmo
comportamento.
o comportamento que é recompensado tende a ser
repetido
o comportamento que é punido tende a ser
eliminado
Segundo H. Skinner o comportamento pode ser
controlado e enformado, recompensando
(“reforçando”) os comportamentos desejados e
ignorando os indesejáveis.
Controlo comportamental
1 – identificar o desempenho desejado
2 – identificar as recompensas
3 – a recompensa seja uma consequência
directa do comportamento
4 – escolher o programa de reforço óptimo
• abordagem manipulativa
• modificações comportamentais dissonantes
com as teorias (necessidades)
• as causas da modificação de comportamento
são externas aos indivíduos
TEORIA DE VROOM
O processo de motivação deve ser explicado em
função dos objectivos e das escolhas de cada
pessoa e das expectativas de atingir esses
objectivos.
M=VE
força da motivação = valência x expectativa
Valência = intensidade da preferência individual
Expectativa = a probabilidade de uma
determinada acção conduzir a um resultado
desejado
MODELO DE PORTER E LAWLER
A motivação não é uma simples questão de
causa e feito; tem de ser analisada
numa óptica global, tendo por objectivo a
integração harmoniosa do sistema
Esforço – Desempenho – Recompensa –
Satisfação no sistema global de Gestão


O que faz o querer das pessoas? O que é que as
inspira e estimula? O que é que as faz mover em
direcção a determinadas metas, mesmo quando
isso significa prescindir de rotinas e interesses?
Seguindo Locke e Latham (cit. por Cunha, Rego,
Cunha, Cabral-Cardoso), adoptando o modelo do
ciclo de elevado desempenho (sintomaticamente
também designada de "luz ao fim do túnel"). "O
modelo combina contribuições de diversas
teorias (incluindo as teorias dos objectivos,
expectativas, equidade, características do
trabalho) e consagra basicamente o seguinte
conjunto de ideias:






as pessoas são colocadas face a objectivos
desafiantes.
- se estes objectivos forem acompanhados de
elevadas expectativas ou de um elevado
sentimento de auto-eficácia, o resultado pode
ser um desempenho elevado.
- para que tal aconteça, é todavia necessário que
as pessoas estejam comprometidas com os
objectivos, recebam feeedback da actividade,
detenham capacidades adequadas e não estejam
enredadas em constrangimentos situacionais.






- o elevado desempenho é propiciado por
quatro mecanismos: direcção da atenção e da
acção, esforço, persistência e
desenvolvimento de estratégias e planos para
a execução da tarefa.
- se for compensado e, portanto,
compensador; o elevado desempenho conduz
à satisfaz com o trabalho.
a satisfação fomenta, por sua vez, o
empenhamento com a organização e os
objectivos.




Auto-eficácia e Motivação
Segundo Bandura, os julgamentos de autoeficácia de uma pessoa determinam o seu nível
de motivação, pois é em função desses juízos
que essa pessoa tem um incentivo para agir,
imprimindo uma determinada direcção às suas
acções, pelo facto de antecipar mentalmente o
que pode realizar para obter resultados.
Da grande quantidade de estudos que
focalizaram a relação entre crenças de autoeficácia e motivação e desempenho escolar,
existem alguns que comprovam a força
motivacional das
crenças de auto-eficácia. Em síntese, os
resultados dum conjunto dessas pesquisas
revelam dois pontos importantes:
– somente fortes crenças de auto-eficácia têm
relação directa com melhor desempenho
escolar;
– como grupo, os alunos com tais crenças de
auto-eficácia têm melhor rendimento que os
de crenças frágeis.
O indicador de que houve motivação é o
desempenho superior, que não acontece sem
esforço sustentado. As crenças de eficácia levam
os alunos a escolhas acertadas de cursos de
acção frente às exigências académicas. Os
resultados das pesquisas comprovam
amplamente que tais alunos aplicam esforço, não
desistem, apesar de obstáculos e fracassos, em
suma, persistem enquanto não chegarem ao
cumprimento da tarefa.
Origens das crenças de auto-eficácia
Segundo Bandura, são quatro as fontes que
dão origem a essas crenças: experiências de
êxito, experiências vicárias, persuasão verbal
e indicadores fisiológicos. Elas podem actuar
de forma independente ou combinada.
Experiências de êxito: a fonte mais importante
e normalmente imprescindível. Êxitos
continuados em tarefas similares
proporcionam informação ao aluno de que
poderá dar conta
de uma nova tarefa e, vice-versa, fracassos
repetidos dão origem a um sentimento mais
pobre de auto-eficácia.




Experiências vicárias: a observação de colegas que
conseguem bons resultados sugere a um aluno que ele
também pode dar conta de desafios semelhantes e
assim se motiva a iniciar as tarefas. Por outro lado, se
ele verificar que os seus pares não têm sucesso,
facilmente concluirá que ele também não terá êxito;
caso se julgue de nível semelhante ao deles, facilmente
se deixa empenhar na tarefa. Contudo, todas as formas
de observação de modelos que apresentem êxito têm
efeito apenas temporário, deixando de incrementar as
crenças de auto-eficácia caso não ocorram
comprovações de êxito real, assim que aplicarem
esforço nas tarefas.
Mas, o que
torna um modelo influente são certas
características pessoais, entre as quais a de
similaridade percebida pelo observador. É
possível que muitos alunos atribuam o êxito de
certos colegas a uma inteligência maior que a
sua, o que os levará a desistir do esforço, tanto
por acharem que ele será inútil, como também
para não correrem o risco de parecerem menos
capazes.
Portanto, a simples observação do êxito dos
outros nem sempre é suficiente para alimentar as
crenças de auto-eficácia.
Persuasão verbal: os alunos podem também
desenvolver a auto-eficácia quando, de
alguma forma, lhes for comunicado que eles
têm capacidade de realizar a tarefa em
questão. Entretanto, tais informações serão
realmente convincentes se partirem de uma
pessoa que goze de credibilidade e,
principalmente, se houver a comprovação
pelos factos.


Estados fisiológicos: sintomas de alta
ansiedade, quando percebidos pelo indivíduo,
sinalizam vulnerabilidade e assim levam a
julgamento de baixas capacidades numa
dada situação.
Em relação a estes quatro factores, Bandura
considera que a informação adquirida dessas
fontes não influencia a auto-eficácia de modo
automático, mas através de um processamento
cognitivo pelo qual o aluno pondera, por um
lado, as suas aptidões percebidas e as suas
experiências passadas e, por outro, diversos
componentes da situação, tais como a
dificuldade da tarefa, o grau de exigência do
professor e a possível ajuda que possa receber.
Implicações Educacionais
A literatura psicológica tem salientado a importância
de se trabalhar com certos objectivos ou metas que,
enquanto processo cognitivo, afectam sobremaneira
a motivação, entendendo-se por meta aquilo que um
aluno tem em mente cumprir ou atingir. Tais metas
ou objectivos podem tanto ser estabelecidos pelo
aluno, para si próprio, como propostos ou
determinados
pelo professor. Ora, essas metas terão efeito
motivacional se possuírem três características: serem
próximas, específicas e de nível adequado de
dificuldade.
Por metas próximas entendem-se as tarefas
que possam ser cumpridas num curto espaço
de tempo, favorecendo o podem
experimentar êxito e progresso sucessivo.
As metas devem ser específicas, ou seja, não
podem ser do tipo: “faça o melhor que puder”
ou “resolva o maior número de problemas
possível”, ou “leiam esse capítulo”. Quando os
padrões de desempenho são bem
especificados, o aluno não sabe apenas
exactamente o que fazer, como poderá mais
facilmente avaliar as suas capacidades
relativamente ao cumprimento
da tarefa.
Por último, as crenças de auto-eficácia
desenvolvem-se mediante o cumprimento de
tarefas que tenham um grau adequado de
dificuldade. Desafios excessivamente altos
para um aluno, com certeza acarretarão
fracassos com efeitos nocivos para a
motivação, sinalizando-lhe que não dispõe
de capacidades suficientes.
Por outro lado, apresentar desafios mais fáceis
nas fases iniciais da aquisição de novas
habilidades favorece a percepção de autoeficácia mas, na sequência, são os desafios
mais difíceis, desde que acessíveis mediante
o esforço, que podem trazer informação
sobre as verdadeiras capacidades.
A consequência, segundo mostram várias
pesquisas, é que os alunos mais fracos são
também os mais prejudicados na motivação e no
rendimento, porque não só se percebem como os
mais fracos da classe, como têm a consciência de
que os outros também os percebem da mesma
forma, reduzindo-lhes as crenças de autoeficácia enquanto persistirem aquelas condições
sócio-ambientais. Portanto, o modo como a
classe for estruturada incrementará ou reduzirá
as crenças de auto-eficácia em cada aluno.
Stipek identificou as seguintes estratégias para
se alimentarem, nos alunos, as crenças de
auto-eficácia:
– dar tarefas que contenham partes
relativamente fáceis para todos e partes mais
difíceis, que possam ser atendidas somente
pelos melhores;
– facultar actividades suplementares, de
enriquecimento e de interesse, aos que
tiverem concluído mais depressa;
– permitir que, por vezes, os alunos possam
escolher o tipo de tarefa;
– permitir que cada um siga o seu próprio
ritmo, sem qualquer pressão, para que todos
concluam as tarefas;
– alternar trabalhos individuais com trabalhos
em pequenos grupos, desde que estes não se
cristalizem e todos recebam a devida
assistência.


* Resumido por Maria João Gama, de
Bzuneck, José Aloyseo, “As Crenças de AutoEficácia e o seu Papel na Motivação do Aluno”,
http://www.emory.edu/EDUCATION/mfp/Bzu
neck2.pdf.

More Related Content

What's hot

TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
TEORIAS DA MOTIVAÇÃOTEORIAS DA MOTIVAÇÃO
TEORIAS DA MOTIVAÇÃOLudmila Moura
 
Motivation Theories (Teorias da motivação)
Motivation Theories (Teorias da motivação)Motivation Theories (Teorias da motivação)
Motivation Theories (Teorias da motivação)Tiago Reis
 
Silid modelo de liderança
Silid modelo de liderançaSilid modelo de liderança
Silid modelo de liderançaprofmariaduarte
 
Psicologia e Motivação
 Psicologia e Motivação Psicologia e Motivação
Psicologia e Motivaçãoweronicasdj
 
Teorias da motivação
Teorias da motivaçãoTeorias da motivação
Teorias da motivaçãoPUC Minas
 
Teorias motivacionais pontifícia universidade católica de …
Teorias motivacionais pontifícia universidade católica de …Teorias motivacionais pontifícia universidade católica de …
Teorias motivacionais pontifícia universidade católica de …alanahmar15
 
Motivação intrínseca e motivação extrínseca
Motivação intrínseca e motivação extrínsecaMotivação intrínseca e motivação extrínseca
Motivação intrínseca e motivação extrínsecaRonne Seles
 
Teorias da-motivacao
Teorias da-motivacaoTeorias da-motivacao
Teorias da-motivacaoAgnes Gibert
 
119127311 2638.comportamentalismo
119127311 2638.comportamentalismo119127311 2638.comportamentalismo
119127311 2638.comportamentalismoPelo Siro
 
Aula MotivaçãO Humana
Aula MotivaçãO HumanaAula MotivaçãO Humana
Aula MotivaçãO Humanaeloychaves
 
Teoria da Atribuição
Teoria da AtribuiçãoTeoria da Atribuição
Teoria da AtribuiçãoAdm Unime
 
Apresentação motivação
Apresentação motivaçãoApresentação motivação
Apresentação motivaçãoCleber Bezerra
 
Motivação bergamini
Motivação bergaminiMotivação bergamini
Motivação bergaminiLiliane Ennes
 
Conflitos liderança e motivação
Conflitos liderança e motivaçãoConflitos liderança e motivação
Conflitos liderança e motivaçãoLiliane Ennes
 

What's hot (20)

Teorias contemporaneas de motivação
Teorias contemporaneas de motivaçãoTeorias contemporaneas de motivação
Teorias contemporaneas de motivação
 
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
TEORIAS DA MOTIVAÇÃOTEORIAS DA MOTIVAÇÃO
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
 
Motivation Theories (Teorias da motivação)
Motivation Theories (Teorias da motivação)Motivation Theories (Teorias da motivação)
Motivation Theories (Teorias da motivação)
 
Silid modelo de liderança
Silid modelo de liderançaSilid modelo de liderança
Silid modelo de liderança
 
Slide motivaçaõ
Slide motivaçaõSlide motivaçaõ
Slide motivaçaõ
 
Psicologia e Motivação
 Psicologia e Motivação Psicologia e Motivação
Psicologia e Motivação
 
Teorias da motivação
Teorias da motivaçãoTeorias da motivação
Teorias da motivação
 
Motivação
MotivaçãoMotivação
Motivação
 
Motivação..
Motivação..Motivação..
Motivação..
 
Teorias motivacionais pontifícia universidade católica de …
Teorias motivacionais pontifícia universidade católica de …Teorias motivacionais pontifícia universidade católica de …
Teorias motivacionais pontifícia universidade católica de …
 
Teorias da Motivação
Teorias da MotivaçãoTeorias da Motivação
Teorias da Motivação
 
Motivação intrínseca e motivação extrínseca
Motivação intrínseca e motivação extrínsecaMotivação intrínseca e motivação extrínseca
Motivação intrínseca e motivação extrínseca
 
Teorias da-motivacao
Teorias da-motivacaoTeorias da-motivacao
Teorias da-motivacao
 
119127311 2638.comportamentalismo
119127311 2638.comportamentalismo119127311 2638.comportamentalismo
119127311 2638.comportamentalismo
 
Aula MotivaçãO Humana
Aula MotivaçãO HumanaAula MotivaçãO Humana
Aula MotivaçãO Humana
 
Motivacao
MotivacaoMotivacao
Motivacao
 
Teoria da Atribuição
Teoria da AtribuiçãoTeoria da Atribuição
Teoria da Atribuição
 
Apresentação motivação
Apresentação motivaçãoApresentação motivação
Apresentação motivação
 
Motivação bergamini
Motivação bergaminiMotivação bergamini
Motivação bergamini
 
Conflitos liderança e motivação
Conflitos liderança e motivaçãoConflitos liderança e motivação
Conflitos liderança e motivação
 

Similar to Motivação fénix

Teorias Da Motivao774
Teorias Da Motivao774Teorias Da Motivao774
Teorias Da Motivao774Manuela
 
Motivação teorias clássicas e contemporâneas
Motivação teorias clássicas e contemporâneasMotivação teorias clássicas e contemporâneas
Motivação teorias clássicas e contemporâneasPsicologia_2015
 
Curso de chefia e liderança parte 5/6
Curso de chefia e liderança   parte 5/6Curso de chefia e liderança   parte 5/6
Curso de chefia e liderança parte 5/6ABCursos OnLine
 
Conteúdos de CSH.
Conteúdos de CSH.Conteúdos de CSH.
Conteúdos de CSH.Grupo OT5
 
Motivação, Liderança e Empreendedorismo
Motivação, Liderança e EmpreendedorismoMotivação, Liderança e Empreendedorismo
Motivação, Liderança e EmpreendedorismoDeomari Fragoso
 
Motivação Liderança Empreendedorismo
Motivação Liderança EmpreendedorismoMotivação Liderança Empreendedorismo
Motivação Liderança Empreendedorismorobsonnasc
 
Motivao Liderana Empreendedorismo 1202230573380806 3
Motivao Liderana Empreendedorismo 1202230573380806 3Motivao Liderana Empreendedorismo 1202230573380806 3
Motivao Liderana Empreendedorismo 1202230573380806 3Tania Montandon
 
Motivação e Sucesso no Marketing Multinível
Motivação e Sucesso no Marketing MultinívelMotivação e Sucesso no Marketing Multinível
Motivação e Sucesso no Marketing MultinívelManoel Miguel
 
A teoria das necessidades de david mc clelland
A teoria das necessidades de david mc clellandA teoria das necessidades de david mc clelland
A teoria das necessidades de david mc clellandRonne Seles
 
Apresentação Motivação e Liderança de Grupos
Apresentação Motivação e Liderança de GruposApresentação Motivação e Liderança de Grupos
Apresentação Motivação e Liderança de Gruposbrunomiguelsoliveira
 
Aula 8 Motivação.ppt
Aula 8 Motivação.pptAula 8 Motivação.ppt
Aula 8 Motivação.pptRafaeLSais1
 
Teoria comportamental administracao
Teoria comportamental administracaoTeoria comportamental administracao
Teoria comportamental administracaoLeon Pires
 

Similar to Motivação fénix (20)

Teorias Da Motivao774
Teorias Da Motivao774Teorias Da Motivao774
Teorias Da Motivao774
 
Motivação teorias clássicas e contemporâneas
Motivação teorias clássicas e contemporâneasMotivação teorias clássicas e contemporâneas
Motivação teorias clássicas e contemporâneas
 
Teorias.
Teorias.Teorias.
Teorias.
 
Fatores motivacionais.pdf
Fatores motivacionais.pdfFatores motivacionais.pdf
Fatores motivacionais.pdf
 
Curso de chefia e liderança parte 5/6
Curso de chefia e liderança   parte 5/6Curso de chefia e liderança   parte 5/6
Curso de chefia e liderança parte 5/6
 
Motivacao
MotivacaoMotivacao
Motivacao
 
Teorias Motivacionais
Teorias Motivacionais Teorias Motivacionais
Teorias Motivacionais
 
Motivacao
MotivacaoMotivacao
Motivacao
 
Conteúdos de CSH.
Conteúdos de CSH.Conteúdos de CSH.
Conteúdos de CSH.
 
Teorias motivacionais
Teorias motivacionaisTeorias motivacionais
Teorias motivacionais
 
Motivação, Liderança e Empreendedorismo
Motivação, Liderança e EmpreendedorismoMotivação, Liderança e Empreendedorismo
Motivação, Liderança e Empreendedorismo
 
Motivação Liderança Empreendedorismo
Motivação Liderança EmpreendedorismoMotivação Liderança Empreendedorismo
Motivação Liderança Empreendedorismo
 
Motivao Liderana Empreendedorismo 1202230573380806 3
Motivao Liderana Empreendedorismo 1202230573380806 3Motivao Liderana Empreendedorismo 1202230573380806 3
Motivao Liderana Empreendedorismo 1202230573380806 3
 
Motivação e Sucesso no Marketing Multinível
Motivação e Sucesso no Marketing MultinívelMotivação e Sucesso no Marketing Multinível
Motivação e Sucesso no Marketing Multinível
 
A teoria das necessidades de david mc clelland
A teoria das necessidades de david mc clellandA teoria das necessidades de david mc clelland
A teoria das necessidades de david mc clelland
 
Direção
DireçãoDireção
Direção
 
Apresentação Motivação e Liderança de Grupos
Apresentação Motivação e Liderança de GruposApresentação Motivação e Liderança de Grupos
Apresentação Motivação e Liderança de Grupos
 
Aula 5 abordagem comportamental
Aula 5   abordagem comportamentalAula 5   abordagem comportamental
Aula 5 abordagem comportamental
 
Aula 8 Motivação.ppt
Aula 8 Motivação.pptAula 8 Motivação.ppt
Aula 8 Motivação.ppt
 
Teoria comportamental administracao
Teoria comportamental administracaoTeoria comportamental administracao
Teoria comportamental administracao
 

More from José Matias Alves

More from José Matias Alves (20)

A catedral
A catedralA catedral
A catedral
 
Programa ii edugest_2018_ret
Programa ii edugest_2018_retPrograma ii edugest_2018_ret
Programa ii edugest_2018_ret
 
Autonomia e Flexibilização_Programa 5 julho
Autonomia e Flexibilização_Programa 5 julhoAutonomia e Flexibilização_Programa 5 julho
Autonomia e Flexibilização_Programa 5 julho
 
Cartaz a3 5 seminários de investigação
Cartaz a3 5 seminários de investigaçãoCartaz a3 5 seminários de investigação
Cartaz a3 5 seminários de investigação
 
Poster20150926 cabral's public lecture
Poster20150926 cabral's public lecturePoster20150926 cabral's public lecture
Poster20150926 cabral's public lecture
 
Cartaz projeto tertúlias educacionais v2
Cartaz projeto tertúlias educacionais v2Cartaz projeto tertúlias educacionais v2
Cartaz projeto tertúlias educacionais v2
 
A pagina 205 capa af
A pagina 205 capa afA pagina 205 capa af
A pagina 205 capa af
 
Programa
ProgramaPrograma
Programa
 
Publico ucp20150522 (1)
Publico ucp20150522 (1)Publico ucp20150522 (1)
Publico ucp20150522 (1)
 
Programa asoe 20_05
Programa asoe 20_05Programa asoe 20_05
Programa asoe 20_05
 
Cartaz 12 seminario-primavera-web
Cartaz 12 seminario-primavera-webCartaz 12 seminario-primavera-web
Cartaz 12 seminario-primavera-web
 
Cartaz 12 seminario-primavera-web
Cartaz 12 seminario-primavera-webCartaz 12 seminario-primavera-web
Cartaz 12 seminario-primavera-web
 
Folheto programa seminario6_v2
Folheto programa seminario6_v2Folheto programa seminario6_v2
Folheto programa seminario6_v2
 
Catalogo face 2015
Catalogo face 2015Catalogo face 2015
Catalogo face 2015
 
Cartaz 2015(1)arriscar
Cartaz 2015(1)arriscarCartaz 2015(1)arriscar
Cartaz 2015(1)arriscar
 
Programa i seminario aoe nampula março 15
Programa i seminario aoe nampula março 15Programa i seminario aoe nampula março 15
Programa i seminario aoe nampula março 15
 
Programa asoe 25_02
Programa asoe 25_02Programa asoe 25_02
Programa asoe 25_02
 
Cartaz seminarios asoe
Cartaz seminarios asoeCartaz seminarios asoe
Cartaz seminarios asoe
 
Prémio spce regulamento 2014
Prémio spce regulamento 2014Prémio spce regulamento 2014
Prémio spce regulamento 2014
 
Programa
ProgramaPrograma
Programa
 

Motivação fénix

  • 2.  Hoje lançamos uma questão: Que respostas poderá encontrar a Escola Pública para os alunos que consideramos desmotivados e que parecem não envolver-se em nenhuma das tarefas propostas? publicada por Ana Margarida Marques às 18:24 a 20/Abr/2010
  • 3. Rogério Pereira: Pergunte aos putos "Que respostas poderão encontrar as crianças para os adultos que se consideram desmotivados e que parecem não envolver-se em nenhuma das tarefas cívicas que lhes deveriam ser exigidas?". Com perguntas como esta encontrar-se-iam motivações surpreendentes.
  • 4. Daniela Barbosa: (…) Gostarão todos os alunos da escola que lhes é oferecida? Perceberão efectivamente todos as consequências positivas e negativas, a longo prazo, de uma escolaridade completa/incompleta e bem/mal sucedida? Existirão ofertas próximas que lhes permitam perseguir os seus talentos ou os seus gostos individuais? Esses talentos são estimulados ao longo do seu percurso? A cultura do esforço e da implicação é, desde cedo, cultivada? (... "pano para mangas"...)
  • 5.  O que é a motivação (do Latim movere)? É o processo psicológico que determina a intenção (predisposição), a direcção e a persistência do comportamento. Caracterização da motivação: é um fenómeno individual tem um “carácter intencional” é multifacetada (necessidades, motivos e incentivos)
  • 6. Teoria de campo (Kurt Lewin) comportamento das pessoas resulta do conjunto de factores que coexistem no ambiente esse conjunto de factores constitui uma relação dinâmica e de interdependência, a que KL chama “campo psicológico”. O “campo psicológico” de cada pessoa é o seu espaço de vida e define a forma como essa pessoa percebe e define o ambiente externo que a rodeia C = f (P, A)
  • 7. Teoria da dissonância cognitiva (Leon Festinger) As pessoas procuram actuar de forma a criar um clima de consonância ou consistência entre as suas convicções e os seus actos.
  • 8. Se um indivíduo acredita em determinados valores, (ou seja tem determinadas cognições), e age em sentido contrário, dizemos que existe uma dissonância cognitiva (inconsistência de comportamento que não é tolerada pela própria pessoa); quando tal acontece, a pessoa está motivada para reduzir o conflito existente.
  • 9. Teoria X e Y (Douglas McGregor) Os gestores tendem a desenvolver um conjunto de assunções, crenças ou ideias sobre os empregados que podem ser divididas em dois grupos (X –pessimista e Y optimista).
  • 10. Teoria da maturidade (Chris Argyris) O desenvolvimento de uma pessoa processa-se ao longo de um intervalo contínuo de uma situação de imaturidade para uma situação de maturidade. Uma pessoa madura é activa, independente, autoconfiante e autocontrolada. Uma pessoa imatura é passiva, dependente, com falta de confiança e necessita de controlo exterior.
  • 11.  Subordinação – controlo – perspectiva de curto prazo – falhanço psicológico Reacções: • Fuga • Luta • Adaptação
  • 12. Teoria das necessidades Maslow (ênfase nas características individuais) Herzberg (ênfase no ambiente) Alderfer (ênfase nas características individuais) McClelland (ênfase nas necessidades adquiridas)
  • 13. Teoria da equidade Goodman Teoria do reforço Teorias das expectativas Teoria de Vroom Modelo de Porter e Lawler
  • 14. Teoria das necessidades A. Maslow (ênfase nas características individuais) as necessidades insatisfeitas motivam ou influenciam o comportamento; enquanto uma necessidade básica não for satisfeita, as outras, não exercem influência no comportamento do indivíduo. É o denominado princípio da dominância; as necessidades estão hierarquizadas; as necessidades sucedem-se quando as necessidades inferiores estão satisfeitas. É o denominado princípio da emergência.
  • 15. Teoria das necessidades Frederick Herzberg (ênfase no ambiente) Estudo de 200 engenheiros e contabilistas nos anos 50; utilização do método investigação “incidente crítico”; Identificação de 2 classes distintas de factores considerados importantes para o comportamento das pessoas no trabalho:
  • 16. FACTORES HIGIÉNICOS FACTORES MOTIVACIONAIS Herzberg considera que os FH são capazes de reduzir ou anular a insatisfação, mas não conseguem conduzir à motivação; têm somente um carácter preventivo. Os FM é que podem conduzir a elevados níveis de satisfação e motivar. Os FM estão relacionados com o conteúdo do trabalho; os FH com o contexto.
  • 17. Teoria das necessidades Clayton Alderfer (ênfase nas caract. individuais) concordância com Maslow – a motivação pode ser explicada em função da satisfação das necessidades; discordância no número de níveis; para Alderfer existem somente três níveis (existência – relacionamento – crescimento); há casos em que as necessidades de nível mais elevado podem surgir sem que as necessidades de nível inferior tenham sido satisfeitas; quando as necessidades de nível superior são frustradas, as necessidades de nível inferior retornam, mesmo já tendo sido satisfeitas.
  • 18. Teoria das necessidades David McClelland (ênfase nas necessidades adquiridas) McClelland destacou as necessidades que as pessoas desenvolvem através da sua experiência, ao longo da vida, as necessidades adquiridas através da socialização à medida que interagem com o seu ambiente. Necessidades de REALIZAÇÃO (que traduz o desejo de atingir objectivos que signifiquem um desafio); Necessidades de PODER (desejo de controlar, influenciar ser responsável pelo desempenho de outros); Necessidades de AFILIAÇÃO (desejo de manter relações pessoais estreitas).
  • 19. Teoria da Equidade (Stacy Adams) Destaca a percepção pessoal de cada um sobre a razoabilidade ou justiça relativa numa situação laboral, comparando o seu desempenho e os correspondentes benefícios com o desempenho e benefícios dos outros em situações análogas. A teoria da equidade não renega as teorias das necessidades na explicação da motivação. A teoria da equidade acrescenta uma outra perspectiva, ao introduzir a problemática da comparabilidade entre desempenhos e benefícios. A teoria da equidade revela-nos como uma pequena inequidade aos olhos do Gestor pode ser muito importante no espírito dos que por ela são afectados.
  • 20. Teoria do Reforço (Harvard Skinner) Baseia-se na ideia de que o comportamento humano pode ser explicado em termos de previsão, positiva ou negativa, das consequências desse mesmo comportamento. o comportamento que é recompensado tende a ser repetido o comportamento que é punido tende a ser eliminado Segundo H. Skinner o comportamento pode ser controlado e enformado, recompensando (“reforçando”) os comportamentos desejados e ignorando os indesejáveis.
  • 21. Controlo comportamental 1 – identificar o desempenho desejado 2 – identificar as recompensas 3 – a recompensa seja uma consequência directa do comportamento 4 – escolher o programa de reforço óptimo • abordagem manipulativa • modificações comportamentais dissonantes com as teorias (necessidades) • as causas da modificação de comportamento são externas aos indivíduos
  • 22. TEORIA DE VROOM O processo de motivação deve ser explicado em função dos objectivos e das escolhas de cada pessoa e das expectativas de atingir esses objectivos. M=VE força da motivação = valência x expectativa Valência = intensidade da preferência individual Expectativa = a probabilidade de uma determinada acção conduzir a um resultado desejado
  • 23. MODELO DE PORTER E LAWLER A motivação não é uma simples questão de causa e feito; tem de ser analisada numa óptica global, tendo por objectivo a integração harmoniosa do sistema Esforço – Desempenho – Recompensa – Satisfação no sistema global de Gestão
  • 24.  O que faz o querer das pessoas? O que é que as inspira e estimula? O que é que as faz mover em direcção a determinadas metas, mesmo quando isso significa prescindir de rotinas e interesses? Seguindo Locke e Latham (cit. por Cunha, Rego, Cunha, Cabral-Cardoso), adoptando o modelo do ciclo de elevado desempenho (sintomaticamente também designada de "luz ao fim do túnel"). "O modelo combina contribuições de diversas teorias (incluindo as teorias dos objectivos, expectativas, equidade, características do trabalho) e consagra basicamente o seguinte conjunto de ideias:
  • 25.    as pessoas são colocadas face a objectivos desafiantes. - se estes objectivos forem acompanhados de elevadas expectativas ou de um elevado sentimento de auto-eficácia, o resultado pode ser um desempenho elevado. - para que tal aconteça, é todavia necessário que as pessoas estejam comprometidas com os objectivos, recebam feeedback da actividade, detenham capacidades adequadas e não estejam enredadas em constrangimentos situacionais.
  • 26.    - o elevado desempenho é propiciado por quatro mecanismos: direcção da atenção e da acção, esforço, persistência e desenvolvimento de estratégias e planos para a execução da tarefa. - se for compensado e, portanto, compensador; o elevado desempenho conduz à satisfaz com o trabalho. a satisfação fomenta, por sua vez, o empenhamento com a organização e os objectivos.
  • 27.   Auto-eficácia e Motivação Segundo Bandura, os julgamentos de autoeficácia de uma pessoa determinam o seu nível de motivação, pois é em função desses juízos que essa pessoa tem um incentivo para agir, imprimindo uma determinada direcção às suas acções, pelo facto de antecipar mentalmente o que pode realizar para obter resultados.
  • 28. Da grande quantidade de estudos que focalizaram a relação entre crenças de autoeficácia e motivação e desempenho escolar, existem alguns que comprovam a força motivacional das crenças de auto-eficácia. Em síntese, os resultados dum conjunto dessas pesquisas revelam dois pontos importantes:
  • 29. – somente fortes crenças de auto-eficácia têm relação directa com melhor desempenho escolar; – como grupo, os alunos com tais crenças de auto-eficácia têm melhor rendimento que os de crenças frágeis.
  • 30. O indicador de que houve motivação é o desempenho superior, que não acontece sem esforço sustentado. As crenças de eficácia levam os alunos a escolhas acertadas de cursos de acção frente às exigências académicas. Os resultados das pesquisas comprovam amplamente que tais alunos aplicam esforço, não desistem, apesar de obstáculos e fracassos, em suma, persistem enquanto não chegarem ao cumprimento da tarefa.
  • 31. Origens das crenças de auto-eficácia Segundo Bandura, são quatro as fontes que dão origem a essas crenças: experiências de êxito, experiências vicárias, persuasão verbal e indicadores fisiológicos. Elas podem actuar de forma independente ou combinada.
  • 32. Experiências de êxito: a fonte mais importante e normalmente imprescindível. Êxitos continuados em tarefas similares proporcionam informação ao aluno de que poderá dar conta de uma nova tarefa e, vice-versa, fracassos repetidos dão origem a um sentimento mais pobre de auto-eficácia.
  • 33.   Experiências vicárias: a observação de colegas que conseguem bons resultados sugere a um aluno que ele também pode dar conta de desafios semelhantes e assim se motiva a iniciar as tarefas. Por outro lado, se ele verificar que os seus pares não têm sucesso, facilmente concluirá que ele também não terá êxito; caso se julgue de nível semelhante ao deles, facilmente se deixa empenhar na tarefa. Contudo, todas as formas de observação de modelos que apresentem êxito têm efeito apenas temporário, deixando de incrementar as crenças de auto-eficácia caso não ocorram comprovações de êxito real, assim que aplicarem esforço nas tarefas.
  • 34. Mas, o que torna um modelo influente são certas características pessoais, entre as quais a de similaridade percebida pelo observador. É possível que muitos alunos atribuam o êxito de certos colegas a uma inteligência maior que a sua, o que os levará a desistir do esforço, tanto por acharem que ele será inútil, como também para não correrem o risco de parecerem menos capazes. Portanto, a simples observação do êxito dos outros nem sempre é suficiente para alimentar as crenças de auto-eficácia.
  • 35. Persuasão verbal: os alunos podem também desenvolver a auto-eficácia quando, de alguma forma, lhes for comunicado que eles têm capacidade de realizar a tarefa em questão. Entretanto, tais informações serão realmente convincentes se partirem de uma pessoa que goze de credibilidade e, principalmente, se houver a comprovação pelos factos.
  • 36.  Estados fisiológicos: sintomas de alta ansiedade, quando percebidos pelo indivíduo, sinalizam vulnerabilidade e assim levam a julgamento de baixas capacidades numa dada situação.
  • 37. Em relação a estes quatro factores, Bandura considera que a informação adquirida dessas fontes não influencia a auto-eficácia de modo automático, mas através de um processamento cognitivo pelo qual o aluno pondera, por um lado, as suas aptidões percebidas e as suas experiências passadas e, por outro, diversos componentes da situação, tais como a dificuldade da tarefa, o grau de exigência do professor e a possível ajuda que possa receber.
  • 38. Implicações Educacionais A literatura psicológica tem salientado a importância de se trabalhar com certos objectivos ou metas que, enquanto processo cognitivo, afectam sobremaneira a motivação, entendendo-se por meta aquilo que um aluno tem em mente cumprir ou atingir. Tais metas ou objectivos podem tanto ser estabelecidos pelo aluno, para si próprio, como propostos ou determinados pelo professor. Ora, essas metas terão efeito motivacional se possuírem três características: serem próximas, específicas e de nível adequado de dificuldade.
  • 39. Por metas próximas entendem-se as tarefas que possam ser cumpridas num curto espaço de tempo, favorecendo o podem experimentar êxito e progresso sucessivo.
  • 40. As metas devem ser específicas, ou seja, não podem ser do tipo: “faça o melhor que puder” ou “resolva o maior número de problemas possível”, ou “leiam esse capítulo”. Quando os padrões de desempenho são bem especificados, o aluno não sabe apenas exactamente o que fazer, como poderá mais facilmente avaliar as suas capacidades relativamente ao cumprimento da tarefa.
  • 41. Por último, as crenças de auto-eficácia desenvolvem-se mediante o cumprimento de tarefas que tenham um grau adequado de dificuldade. Desafios excessivamente altos para um aluno, com certeza acarretarão fracassos com efeitos nocivos para a motivação, sinalizando-lhe que não dispõe de capacidades suficientes.
  • 42. Por outro lado, apresentar desafios mais fáceis nas fases iniciais da aquisição de novas habilidades favorece a percepção de autoeficácia mas, na sequência, são os desafios mais difíceis, desde que acessíveis mediante o esforço, que podem trazer informação sobre as verdadeiras capacidades.
  • 43. A consequência, segundo mostram várias pesquisas, é que os alunos mais fracos são também os mais prejudicados na motivação e no rendimento, porque não só se percebem como os mais fracos da classe, como têm a consciência de que os outros também os percebem da mesma forma, reduzindo-lhes as crenças de autoeficácia enquanto persistirem aquelas condições sócio-ambientais. Portanto, o modo como a classe for estruturada incrementará ou reduzirá as crenças de auto-eficácia em cada aluno.
  • 44. Stipek identificou as seguintes estratégias para se alimentarem, nos alunos, as crenças de auto-eficácia: – dar tarefas que contenham partes relativamente fáceis para todos e partes mais difíceis, que possam ser atendidas somente pelos melhores; – facultar actividades suplementares, de enriquecimento e de interesse, aos que tiverem concluído mais depressa;
  • 45. – permitir que, por vezes, os alunos possam escolher o tipo de tarefa; – permitir que cada um siga o seu próprio ritmo, sem qualquer pressão, para que todos concluam as tarefas; – alternar trabalhos individuais com trabalhos em pequenos grupos, desde que estes não se cristalizem e todos recebam a devida assistência.
  • 46.  * Resumido por Maria João Gama, de Bzuneck, José Aloyseo, “As Crenças de AutoEficácia e o seu Papel na Motivação do Aluno”, http://www.emory.edu/EDUCATION/mfp/Bzu neck2.pdf.