O documento analisa como usuários do Facebook e Linkedin criam, mantêm e excluem conexões nas redes sociais. Foi realizada uma pesquisa com usuários das duas redes por meio de formulários online, que mostrou diferenças no tratamento das conexões. O estudo teve como objetivo entender como o capital social é construído de forma distinta no Facebook de cunho social e no Linkedin profissional.
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Análise da criação, manutenção e exclusão das redes de relacionamentos (network) em diferentes redes sociais: Estudo de caso do Facebook x Linkedin
1. Análise da criação, manutenção e exclusão das redes de
relacionamentos (network) em diferentes redes sociais: Estudo de
caso do Facebook x Linkedin
Milton Henrique do Couto Neto
RESUMO
Buscou-se entender a diferença entre usuários do Facebook e Linkedin no trato com
suas conexões. Mediante formulário postado na internet e respondido pelos usuários
das redes sociais Facebook e Linkedin pôde-se comprovar que há sim diferença na
forma como criam, mantêm e excluem suas conexões.
Palavras-chave: Rede de Relacionamentos. Capital Social. Redes Sociais
INTRODUÇÃO
Muito se fala atualmente das redes sociais e sobre como as redes sociais estão
revolucionando a forma como as pessoas se relacionam, seja com objetivos sociais
(troca de ideias sobre hobbies, família, amigos, relações amorosas, etc.) ou mesmo
com objetivos profissionais (parcerias, busca de emprego, captação de leads para o
negócio, etc.).
Com o intuito de estudar o tema, este estudo abordou a questão da formação do
capital social, ou seja, do estabelecimento de conexões entre participantes de redes
sociais ditas distintas, no caso específico, as redes sociais Facebook (dita com
utilização mais social) e Linkedin (dita com utilização mais profissional).
Buscou-se confirmar se há mesmo diferenças no processo de criação, manutenção
e exclusão das redes de relacionamento, conhecidas como network, no Facebook e
no Linkedin. Buscou-se respostas para questões do tipo: Como são formadas essas
conexões? Quais são as estratégias utilizadas pelos participantes para se manterem
conectados? Como são excluídas as conexões? Será que as conexões são
estabelecidas, mantidas e excluídas da mesma forma no Linkedin e no Facebook?
Assim, o problema a ser investigado foi: como as pessoas criam, mantêm e excluem
as redes de relacionamentos (network) no Facebook e no Linkedin?
2. Para atingir este fim, traçou-se o objetivo geral de analisar como as pessoas formam
e mantêm as redes de relacionamentos (network) no Facebook e no Linkedin e
como objetivos específicos analisar a forma como as pessoas formam conexões no
Facebook e no Linkedin, a quem pedem conexão e que motivos levam para aceitar
ou não a conexão de quem pede? analisar a forma como as pessoas se comunicam
no Facebook e no Linkedin com fins de manter ativa a conexão estabelecida e
analisar como as pessoas utilizam as redes sociais Facebook e Linkedin, verificando
se há mesmo a diferença de que uma das redes é dita social (amigos) e a outra é
dita profissional (clientes, fornecedores, parceiros, etc.)
O presente estudo se mostra oportuno e relevante por que “o Brasil é o 4º país em
número de usuários de internet, com cerca de 120 milhões de usuários conectados,
ficando atrás apenas de Estados Unidos, Índia e China” (Agência Brasil, 2017).
O uso da internet e das redes sociais é tão natural e comum, que atualmente não
ser usuário de redes sociais é estar vivendo “em outra realidade”.
Dados publicados pelo portal de estudos e estatísticas STATISTA (2017), com
dados referentes a setembro de 2017, apontam o Facebook como a rede social com
maior quantidade de usuários ativos. Segundo o estudo, 2,61 bilhões de pessoas em
todo o mundo utilizaram, em setembro de 2017, ativamente o Facebook. Já o
Linlkedin, por ser mais específico, apareceu em 19º lugar no mesmo ranking, com
106 milhões de usuários mundiais ativos.
Não é à toa que as redes sociais possuem tantos usuários. Inúmeros são os estudos
sobre as vantagens e benefícios da utilização das redes sociais na educação, na
busca de empregos, na inclusão de pessoas com deficiência, na socialização e até
na construção de relacionamentos amorosos.
Um exemplo das vantagens e benefícios da utilização das redes sociais é uma
recente pesquisa nos Estados Unidos comprovou que 70% a 80% das
oportunidades profissionais são ocupadas por meio de indicações do próprio
networking do candidato (Minarelli, 2001, p. 15).
“Segundo o blog do Estadão (2011), em um estudo sobre
recrutamento pelas redes sociais, na média global o Facebook
é o mais usado com 58% dos recrutadores, e o LinkedIn, por
50%. No Brasil estima-se que o LinkedIn seja usado em 70%
das buscas por candidatos, e o Facebook em 20%.” (ROCHA
et al, 2014)
Assim, quanto mais pessoas você conhece, mais chances de obter bons negócios e
maior sucesso pessoal e profissional.
3. Esses são apenas pequenos exemplos da importância de se fazer presente nas
redes sociais e, por outro lado, entender bem como funciona a criação, manutenção
e exclusão das redes de relacionamento, o seu capital social ou network.
REFERENCIAL TEÓRICO
Para facilitar o entendimento do trabalho fizemos uma breve revisão na teoria sobre
internet, redes sociais, capital social gerado a partir das interações nas redes
sociais, sua importância e utilização, a importância do network (rede de
relacionamentos) e abordaremos por fim, as próprias redes sociais Facebook e
Linkedin, que se apresentam para diferentes fins.
Internet
Não se pretende aqui trazer à discussão questões tecnológicas e complexas
relacionadas às definições técnicas de internet, mas simplesmente reforçar o quanto
hoje esta tecnologia é importante e o quanto somos usuários e dependentes dela.
Bargh e McKenna (2004, p.1) afirmam que” A Internet é a mais recente de uma série
de avanços tecnológicos em comunicação interpessoal, seguindo o telegrama,
telefone, rádio e televisão” e prosseguem dizendo que “a internet está rapidamente
se tornando uma parte natural, fundamental da vida cotidiana” (p.2):
[...] as pessoas rotineiramente se voltam para a Internet para
encontrar rapidamente informações necessárias sobre
condições de saúde e remédios, bem como previsões
meteorológicas, esportes, pontuações e preços das ações.
(BARGH e McKENNA, 2004, p.2, tradução do autor)
Vemos crianças aprendendo a utilizar tablets e smartphone com a mesma
desenvoltura com que aprendem a andar ou a falar.
Redes Sociais
Uma boa definição sobre redes sociais nos é dada por Marteleto, como sendo um
“conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores
e interesses compartilhados”. (2001, p.72)
Se pensarmos numa tribo indígena reunida, a noite, ao redor de uma fogueira, com
seus integrantes contando histórias diversas e variadas sobre caça e pesca, ou
sobre o plantio de ervas medicinais, por exemplo, teremos a formação de uma rede
social.
4. A configuração em rede é peculiar ao ser humano, ele se
agrupa com seus semelhantes e vai estabelecendo relações de
trabalho, de amizade, enfim relações de interesses que se
desenvolvem e se modificam conforme a sua trajetória.
(TOMAÉL, ALCARÁ, DI CHIARA, 2005, p. 93)
Recuero (2007, p.2) apresenta uma definição simples, de que “uma rede é definida
como um conjunto de nós conectados por arestas”. Tal definição nos expõe a dois
elementos fundamentais nas redes: “atores (pessoas, instituições ou grupos) e suas
conexões, compreendendo uma estrutura de grupo.” (Wasserman e Faust, 1994,
Degenne e Forsé, 1999 apud Recuero, p.2, grifo da autora)
Wasserman e Faust, 1994 (apud Recuero, 2007, p. 3) afirmam que “através da
interação, são formados os laços sociais que vão conectar os atores nas redes
sociais”. Desta forma, fica clara a ideia de que uma conexão sem interação é como
um nó que não se sustenta, se desfaz. Ou seja, a interação é parte fundamental
para a própria existência da rede de relacionamentos.
Capital Social
Bourdieu e Wacquant (1992) definem o capital social como "a soma dos recursos,
reais ou virtuais, que se acumulam para um indivíduo ou um grupo em virtude de
possuir uma rede duradoura de relações mais ou menos institucionalizadas de
conhecimento mútuo e reconhecimento" (p. 14). Ou, simplesmente pode-se dizer
que o capital social refere-se amplamente aos recursos acumulados através das
relações entre as pessoas (Coleman, 1988).
Para os participantes de uma rede, conforme detalha Paxton 1999, o capital social
permite que uma pessoa se baseie em recursos (conhecimentos, informações úteis
e relevantes, relacionamentos pessoais, etc.) de outros membros das redes às quais
ele ou ela pertence. Por esta lógica, quanto mais pessoas conectadas a você, mais
recursos terá a sua disposição, o que faz aumentar o valor do seu capital social.
Contudo o capital social também possui, como alerta Matos (2009, p.58), um lado
obscuro, negativo:
O capital social negativo tende a ocorrer em contextos de desigualdade, de
prevalência de assimetrias de poder, que acentuam as vulnerabilidades dos
atores diante de relações de dominação. O que pode se desenvolver em
ambientes como esses é uma forte coordenação e cooperação intragrupal,
mas cujos objetivos são particularistas e prejudiciais à coletividade. A Máfia
e o crime organizado são bons exemplos dessas relações.
Facebook
5. O Facebook foi criado por Mark Zuckerberg, enquanto ainda era aluno de Harvard,
em 2003. Segundo Correia e Moreira (2014), inicialmente tinha por objetivo que
alunos da universidade pudessem votar e eleger a pessoa mais atraente, com base
em duas fotografias provenientes da base de dados de identificação dos alunos
daquela instituição, colocadas lado a lado.
Por pouco a experiência não gerou a expulsão de Zuckerberg de Harvard, pois foi
formalmente acusado de ter violado as regras de segurança informática e de
invasão de privacidade ao ter utilizado as fotografias da instituição. (Schwartz, 2003
e Zeevi, 2013 apud Correia e Moreira, 2014)
Contudo, no ano seguinte, Zuckerberg lançava um novo site, baseado no anterior,
mas criado de forma a cumprir todas as regras de segurança e privacidade de
Harvard (Tabak, 2004 apud Correia e Moreira, 2014). Desta vez o Facebook foi
criado baseado na ideia do compartilhamento. Ao invés de buscar as fotos sem
permissão, agora eram os próprios usuários que postavam e compartilhavam suas
fotos.
O Facebook pode ser definido como um website, que interliga
páginas de perfil dos seus utilizadores. Tipicamente, é nestas
páginas que os utilizadores publicam as mais diversas
informações sobre eles próprios, e são também os utilizadores
que ligam os seus perfis aos perfis de outros utilizadores.
(Correia e Moreira, 2014)
A estrutura do site, com sua função “Curtir”, e o contador que exibe o número de
vezes que determinado post foi “Curtido” por suas conexões, acaba por vezes,
gerando uma competição velada para saber quem é mais popular, mais “curtido” por
suas publicações.
Numa pesquisa realizada por ELLISON, STEINFIELD, e LAMPE (2007) com 286
estudantes sobre a utilização do Facebook por alunos da Michigan State University
(MSU), percebeu-se que os participantes usaram o Facebook para manter contato
com velhos amigos e manter ou intensificar relacionamentos caracterizados por
alguma forma de conexão off-line, como proximidade de dormitório ou uma classe
compartilhada. Para muitos, o Facebook forneceu uma maneira de manter contato
com amigos e conhecidos do ensino médio. Isso foi demonstrado pelo fato de que a
informação mais comumente incluída nos perfis dos usuários provavelmente seria
relevante para os conhecidos existentes tentando encontrá-los (por exemplo, seu
ensino médio).
6. Linkedin
Surgido em 2003, o Linkedin possui um foco mais restrito do que seu concorrente, o
Facebook. Em seu site o LinkedIn já se apresenta como a maior rede profissional do
mundo, deixando bem claro que ali não é lugar para exibir ou discutir o estilo de
vida, ideologias políticas ou religiosas, mas sim para contatos profissionais.
Inicialmente a plataforma foi pensada para conectar os membros da conectada
“Geração Y”, que iniciavam a busca de emprego. O Linkedin permitiu que eles se
conectassem com outros profissionais ou se informassem sobre temas referentes a
profissão escolhida, tudo dentro das expectativas e preferências de uma pessoa
pertencente a essa geração. (Algamis, 2014)
O principal propósito do website é permitir que usuários
registrados possam manter uma lista detalhada de contatos de
profissionais que conheçam e de empresas que confiam. As
pessoas nessa lista são chamadas de conexões. (Algamis,
2014, p. 21)
Desde a construção do perfil, em forma de currículo, com a exibição do cargo atual,
formação acadêmica, experiências profissionais, certificados obtidos,
recomendações de colegas ou parceiros de trabalho, etc. até a seção de emprego,
tudo gira em torno do ambiente profissional.
Em pesquisa recente promovida pelo Linkedin, constatou-se
que a cada 3 usuários, 2 possuem diploma universitário, a cada
4, 1 possui pós graduação. Além disso, 99,7% utilizam o
Linkedin por motivos relacionados à busca de empregos e 60%
acreditam que investir tempo na rede do Linkedin os torna mais
bem sucedidos. Vistos esses dados, o perfil do usuário bem
montado dentro da rede possibilita grande exposição e
possivelmente convite para entrevistas e contratações
(LINKEDIN, 2014 apud ALGAMIS, 2014, p. 21)
METODOLOGIA
Foram realizadas pesquisas nas próprias redes de relacionamento Facebook e
Linkedin, mediante formulários elaborados no Google Docs, sobre a criação e a
manutenção das redes de relacionamento nas diferentes redes.
Os usuários do Linkedin foram convidados a participar da pesquisa, respondendo ao
formulário específico do Linkedin e os usuários do Facebook foram convidados a
responder o questionário específico do Facebook. Ambos os convites foram feitos
pela própria rede social através de posts do autor do trabalho, pedindo que sua rede
de relacionamentos respondesse e posteriormente compartilhasse os convites em
suas próprias redes de relacionamentos.
7. Os questionários foram disponibilizados para resposta em 22/10/2017 e ficaram
disponíveis até 14/11/2017, quando se apurou o resultado de 108 questionários
respondidos do Linkedin e 84 do Facebook. Considerando que a rede de
relacionamentos do autor do trabalho era de aproximadamente 1.500 pessoas no
Facebook e 23.000 pessoas no Linkedin, dentro do princípio da proporcionalidade, já
era de se esperar um volume maior de resposta no Linkedin.
Foram feitas perguntas fechadas direcionadas aos usuários das duas redes e ao
final, estes dados foram tabulados e consolidados, para análise final e conclusão do
estudo, verificando os fatores que levam a criação, manutenção e exclusão das
redes de relacionamento (network) nas duas diferentes redes sociais.
ANÁLISE DE DADOS
Inicialmente os questionários buscaram identificar o perfil do usuário de cada rede
social (Facebook e Linkedin) para verificar possíveis diferenças entre eles.
A primeira pergunta foi sobre o sexo dos usuários, onde se obteve como resposta
que enquanto o Linkedin reúne mais pessoas do sexo masculino (68,5%), o
Facebook reúne mais pessoas do sexo feminino (57,1%).
Quanto a idade, segunda pergunta do questionário, percebeu-se que em ambas as
redes, a faixa de maior utilização é entre pessoas com 26 e 35 anos. Porém,
8. percebeu-se que o Facebook tem um percentual maior de pessoas muito jovens, até
25 anos e também maior de pessoas entre 56 e 65 anos.
Vale ainda ressaltar que não foi verificado, conforme gráfico abaixo, desta pesquisa,
nenhum usuário do Facebook acima dos 65 anos, faixa em que foi identificado 0,9%
dos usuários do Linkedin entrevistados.
A terceira pergunta do questionário era sobre o estado civil do entrevistado e neste
quesito, conforme gráfico abaixo, não foi verificado nenhuma discrepância entre
usuários de uma e de outra rede social.
9. Quanto a posição hierárquica atual, verificou-se um maior número de pessoas
desempregadas no Linkedin (25,0% contra 16,7% do Facebook) e também um maior
número de autônomos (9,3% no Linkedin versus 4,8% do Facebook). Já o Facebook
demonstra um maior número de estudantes e estagiários (22,6% contra 9,3% do
Linkedin).
O Facebook, demonstrou na quinta questão, ser uma rede social de utilização mais
antiga. Cerca de 76,2% dos respondentes informaram possuir conta no Facebook há
mais de 5 anos, contra apenas 20,4% dos usuários do Linkedin.
10. Em média, a maioria das pessoas entrevistadas possuem até 1.000 conexões em
suas redes sociais, tanto o Facebook, como o Linkedin. Foi o que evidenciou a sexta
questão do questionário de entrevistas.
Quando questionados sobre as outras redes sociais que também utilizam, verificou-
se que as redes sociais mais utilizadas, além do Facebook e Linkedin, são em
ordem decrescente, o Instagram, o Twitter e o Pinterest. Verificou-se ainda que
83,3% dos usuários do Linkedin entrevistados também possuem conta no Facebook
e só 45,2% dos entrevistados do Facebook possuem conta no Linkedin.
11. Num segundo bloco de questões procurou-se identificar os motivos que levam as
pessoas a formarem suas redes de relacionamentos (networks).
A oitava questão respondida tanto pelos usuários do Linkedin como do Facebook
destacou que os usuários do Facebook buscavam mais contatos com amigos e
familiares do que os usuários entrevistados do Linkedin, que se interessavam mais
por pessoas de seu segmento de negócios e de sua região geográfica.
Os usuários do Linkedin se mostraram mais prestativos que os do Facebook.
Enquanto 44,4% deles se mostraram muito interessados em ajudar e ser útil a uma
nova conexão, contra só 10,7% dos usuários entrevistados do Facebook. Já no lado
oposto, 20,2% dos entrevistados do Facebook alegaram não possuir nenhum
interesse em ajudar ou ser útil as novas conexões.
12. A questão seguinte demonstrou o quanto os usuários do Linkedin também esperam
ser ajudados pelas novas conexões que ainda não conhecem (52,8% contra 16,7%
dos usuários do Facebook). Esta questão também demonstra que os usuários do
Facebook, como vistos anteriormente, não tem muito interesse em ajudar, também
não esperam muito das novas conexões, pois 21,4% dos respondentes desta rede
social informaram não ter nenhum interesse em serem ajudados pelas novas
conexões.
13. Na hora de aceitar novas conexões, ficou claro que os usuários do Linkedin são
movidos mais por interesses profissionais, enquanto os usuários do Facebook
afirmam que interesses pessoais pesam mais neste momento.
Ainda, quanto a aceitar uma nova conexão, os usuários do Linkedin se mostram
bem mais inclinados a aceitarem conexões de pessoas com descrição de cargo /
nível hierárquico superior. Entretanto, os usuários do Facebook também não ficam
muito para trás, pois 28,6% dos usuários que responderam ao questionário
confirmaram interesse em novas conexões de níveis hierárquicos elevados.
14. Os usuários do Facebook se mostraram levemente mais seletivos que os usuários
do Linkedin, conforme gráfico abaixo.
Quanto a manutenção da relação (network), o primeiro gráfico deste bloco nos
revela que os usuários do Facebook costumam enviar poucas mensagens de cunho
pessoal para suas conexões e que os usuários do Linkedin também costumam
enviar poucas mensagens, mas neste caso de cunho profissional aos seus contatos.
O gráfico evidencia ainda que os usuários do Linkedin assumem enviar muitas
mensagens de cunho profissional numa proporção 5 vezes superior aos usuários do
Facebook (10,2% do Linkedin contra 2,4% do Facebook).
15. De um modo geral, tanto os usuários do Facebook como do Linkedin apresentam o
hábito de curtir os posts de suas conexões.
Agora, a pesquisa deixa claro que não há o mesmo empenho em comentar os posts
de suas conexões, nem pelos usuários do Linkedin e nem pelos usuários do
Facebook.
16. Em caso de aniversário ou promoção, há uma distribuição bem uniforme entre os
que mandam e os que não mandam, porém os usuários do Facebook são os que
mais aproveitam essas oportunidades para enviar parabéns aos seus contatos.
A pesquisa demonstra que nem usuários do Facebook e nem do Linkedin se
esforçam muito para transformarem os contatos virtuais em reais, pois nenhum deles
busca, sempre que possível, um contato mais pessoal com suas conexões que
ainda não conhecem pessoalmente.
17. Quando perguntados se a rede social é mais usada para assuntos pessoais ou
profissionais, verificou-se que 88,9% dos usuários do Linkedin deixaram claro que a
utilização é profissional. Enquanto isso, no lado oposto, 35,7% dos usuários do
Facebook disseram que a utilização que fazem da rede é para assuntos pessoais.
Por fim, foram feitas perguntas sobre a exclusão de conexões da rede social. Aqui
verificou-se que 60,7% dos usuários do Facebook costumam promover essa limpeza
de tempos em tempos, enquanto 82,4% dos usuários do Linkedin não excluem
conexões de suas redes sociais.
18. Dentre os motivos que levariam a uma exclusão das redes sociais, verificou-se que
em sua maioria esta exclusão se daria por falta de interação com os usuários tanto
do Facebook como do Linkedin.
CONCLUSÃO
O presente trabalho pôde evidenciar que há sim diferenças substanciais entre as
atitudes e comportamentos dos usuários do Linkedin e do Facebook, no que tange a
criação, manutenção e exclusão de contatos de suas redes de relacionamento, o
que responde ao objetivo geral e serão detalhadas abaixo.
Respondendo ao primeiro objetivo específico, que era explicar como as pessoas
formam conexões no Facebook e no Linkedin, a pesquisa pode comprovar que os
usuários do Facebook buscam mais amigos e familiares, enquanto os usuários do
Linkedin buscam mais por pessoas que não conhecem pessoalmente mas que são
de alguma forma referência em sua área de atuação ou em sua região geográfica.
Os usuários do Linkedin também se mostram mais prestativos com relação aos seus
contatos, mas de certa forma cobram também por isso, esperando mais auxílio por
parte de suas conexões.
Quanto ao segundo objetivo específico, que era analisar como as pessoas se
comunicam no Facebook e no Linkedin com fins de manter ativa a conexão
estabelecida, observamos que de um modo geral as pessoas costumam curtir as
19. postagens de seus contatos, mas a emissão de comentários já é uma coisa bem
menos usual.
Até no momento da eventual exclusão de conexões, os usuários de ambas as redes
agem de forma distinta. Usuários do Facebook costumam excluir, de tempos em
tempos, de suas redes pessoas que não interagem mais, enquanto os usuários do
Linkedin costumam manter suas conexões, mesmo que não haja grande interação
entre eles. Sugere-se com isso que as pessoas no Facebook esperam interação,
compartilhamento constante, esperam de alguma forma acompanhar a vida da outra
pessoa. Já no Linkedin, conexões são capital social e não deve ser excluído. Se não
é útil no presente, pode ser no futuro, portanto vale a pena manter um contato
mesmo que atualmente não exista interação entre eles.
E, por fim, o último objetivo específico, verificar se há mesmo a diferença de que
uma das redes é social e a outra é profissional, ficou claro que sim, há esta
diferença. O uso do Linkedin é muito mais voltado para aspectos profissionais do
que pessoais, o que vem a ser o oposto do Facebook, onde as pessoas buscam
mais assuntos e questões pessoais, deixando os assuntos profissionais para
segundo plano.
O presente estudo deixou claro a busca dos usuários de ambas as redes pela
construção e valorização de seu capital social. Como o objetivo de cada rede social
é diferente, a forma como se constrói e se valoriza o capital social é diferente
também. No Facebook aja como os usuários do Facebook e no Linkedin aja como
os usuários do Linkedin, respeitando os usos e costumes de cada uma das redes.
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