SlideShare a Scribd company logo
1 of 2
A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares)
locaisFICHAMENTO
FONTE ARTIGO
AUTOR FINO, C. N.
TITULO Inovação pedagógica, etnografia, distanciação
Bibliografia Fino, C. N. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locais. In
Christine Escallier e Nelson Veríssimo (Org.) Educação e Cultura. Funchal: DCE – Universidade da
Madeira, pp 43-53. 2008b. http://www3.uma.pt/carlosfino/publicacoes/22.pdf Acesso em 26 de
junho de 2013
CONTEÚDO 01 IDEIA CENTRAL
Cultura, como determinante da forma como encaramos o mundo, e cultura escolar,
como condicionante da maneira como desempenhamos o nosso papel de actores no
mundo peculiar da educação. P.1
Conforme dizia Spradley (1979), a etnografia deve ser entendida como a descrição de
uma cultura, que pode ser a de um pequeno grupo tribal, numa terra exótica, ou a de
uma turma de uma escola dos subúrbios, sendo a tarefa do investigador etnográfico
compreender a maneira de viver do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo.
P.1
Esse mestrado inscreve-se numa linha de investigação em inovação pedagógica que
visa promover:
• Estudos tendentes à compreensão dos motivos de desadequação da escola ou dos
sistemas escolares face às necessidades (actuais) de desenvolvimento cultural,
económico e social; • Estudos sobre experiências (pedagógicas) destinadas à
reconciliação da escola ou dos sistemas educativos com as necessidades de
desenvolvimento cultural, económico e social; • Estudos sobre invariantes culturais
que dificultam ou obstam à inovação pedagógica; • Estudos sobre fixações em
paradigmas ancorados no passado; • Estudos sobre mudanças paradigmáticas locais; •
Estudos prospectivos sobre educação.
a inovação pedagógica tem que ver, fundamentalmente, com mudanças nas práticas
pedagógicas e essas mudanças envolvem sempre um posicionamento crítico face às
práticas pedagógicas tradicionais. [...] p.3
Eu costumo dizer que só há inovação pedagógica quando existe ruptura com o velho
paradigma (fabril), no sentido que Khun (1962) atribui à expressão ruptura
paradigmática, e se cria localmente, isto é, no espaço concreto (ou virtual) onde se
movem professores e alunos, um contexto de aprendizagem que contrarie os
pressupostos essenciais do paradigma fabril. E onde se desenvolvam, como é
evidente, novas culturas escolares, se falamos de instituições escolares, diferentes da
matriz escolar comum que, de alguma maneira, unifica todas as escolas ancoradas no
mesmo paradigma.
Inovação pedagógica como ruptura de natureza cultural, se tivermos como fundo as
culturas escolares tradicionais, e abertura para a emergência de culturas novas,
provavelmente estranhas aos olhares conformados com a tradição. P.3
Cultura e cultura
escolar
A etnografia e a
descrição da
cultura
Objetivo do
mestrado em
inovação
pedagógica
Inovação
pedagógica implica
em mudança
Inovação
pedagógica -
mudança na cultura
escola em espaços
concretos ou
virtuais
Inovação
pedagógica é
ruptura com a
cultura escolar
tradicional
A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locaisFICHAMENTO
FONTE ARTIGO
AUTOR FINO, C. N.
TITULO Inovação pedagógica, etnografia, distanciação
Bibliografia Fino, C. N. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locais. In
Christine Escallier e Nelson Veríssimo (Org.) Educação e Cultura. Funchal: DCE – Universidade da
Madeira, pp 43-53. 2008b. http://www3.uma.pt/carlosfino/publicacoes/22.pdf Acesso em 26 de
junho de 2013
CONTEÚDO 01 IDEIA CENTRAL
a etnografia da educação, sobretudo por recusar qualquer possibilidade de arranjo de
natureza experimental, e por, ao invés, estudar os sujeitos nos seus ambientes
naturais, pode constituir uma ferramenta poderosíssima para a compreensão desses
intensos e complexos diálogos inter-subjectivos que são as praticas pedagógicas.[...]o
que decorre entre os actores que povoam um contexto escolar, e narrado “de dentro”,
como se fosse por alguém que se torna também actor para falar como um deles. P.4
Bogdan e Taylor (1975) definiram a observação participante como uma investigação
que se caracteriza por um período de interacções sociais intensas entre o investigador
e os sujeitos, no meio destes, durante o qual os dados são recolhidos de forma
sistemática.
Durante a estada no campo, os dados recolhidos são provenientes de fontes diversas,
nomeadamente observação participante, propriamente dita, que é o que o observador
apreende, vivendo com as pessoas e partilhando as suas actividades. Mas, também,
através das entrevistas etnográficas, que são as conversações ocasionais no terreno,
portanto não estruturadas, e mediante o estudo, quer de documentos “oficiais”, quer,
sobretudo, de documentos pessoais, nos quais os nativos revelam os seus pontos de
vista p.5
pessoais sobre a sua vida ou sobre eles próprios, e que podem assumir a forma de
diários, cartas, autobiografias. P.6
Segundo Michael Genzuk (op. cit.) etnografia é um método de olhar de muito perto,
que se baseia em experiência pessoal e em participação, que envolve três formas de
recolher dados: entrevistas, observação e documentos, os quais, por sua vez,
produzem três tipos p.6
de dados: citações, descrições e excertos de documentos, que resultam num único
produto: a descrição narrativa. Esta inclui gráficos, diagramas e artefactos, que
ajudam a contar “a história”. P.7
clarificação sugerida por Rockwell, que distingue a etnografia daetnologia nestes
termos:
A etnografia domina também um ramo da antropologia: aquele que acumula
conhecimentos sobre realidades sociais e culturais peculiares, delimitadas no tempo e
no espaço. Distingue-se assim da etnologia, que se ocupa dareconstrução evolutiva e
comparativa do homem. A etnografia foi definida como(P.8) “uma teoria da
descrição” que se opõe à etnologia, considerada “teoria dacomparação”.
Sousa, J. M. (2000), O olhar etnográfico da escola perante a diversidade cultural, in
Psi 2.1 Junho de 2000 (http://www2.uel.br/ccb/psicologia/revista/textov2n16.htm).
Benedict, R. (s/d). Padrões de Cultura. Lisboa: Livros do Brasil.
A etnografia estuda
os sujeitos no seu
ambiente natural
As práticas sociais
são diálogos inter-
subjetivos
A observação
participante
envolve intensa
interação entre os
sujeitos envolvidos
(pesquisador e
pesquisados)
Instrumentos de
coleta de dados na
pesquisa
etnográfica
Instrumentos de
coleta de dados na
pesquisa
etnográfica
Fino citando
Gafilkel –
etnografia e sua
proximidade com a
antropologia
Etnologia é
diferente de
etnografia

More Related Content

What's hot

Metodologia cientifica
Metodologia cientificaMetodologia cientifica
Metodologia cientificajaddy xavier
 
Romantismo e suas gerações.
Romantismo e suas gerações. Romantismo e suas gerações.
Romantismo e suas gerações. Jéssica Moresi
 
Sociologia Capítulo 18 - Cultura e Ideologia
Sociologia Capítulo 18 - Cultura e IdeologiaSociologia Capítulo 18 - Cultura e Ideologia
Sociologia Capítulo 18 - Cultura e IdeologiaMiro Santos
 
Comunicação de massa e indústria cultural
Comunicação de massa e indústria culturalComunicação de massa e indústria cultural
Comunicação de massa e indústria culturalVanessa Souza Pereira
 
A teoria platónica das ideias
A teoria platónica das ideiasA teoria platónica das ideias
A teoria platónica das ideiasJorge Barbosa
 
Apresentação modernidade líquida
Apresentação modernidade líquidaApresentação modernidade líquida
Apresentação modernidade líquidaRosaalicianc
 
A Ciência, o ideal científico e a razão instrumental
A Ciência, o ideal científico e a razão instrumentalA Ciência, o ideal científico e a razão instrumental
A Ciência, o ideal científico e a razão instrumentalFelipe Saraiva Nunes de Pinho
 
Pesquisa Científica
Pesquisa CientíficaPesquisa Científica
Pesquisa Científicasheilamayrink
 
John Locke - Empirismo
John Locke - EmpirismoJohn Locke - Empirismo
John Locke - EmpirismoElisama Lopes
 

What's hot (20)

Metodologia cientifica
Metodologia cientificaMetodologia cientifica
Metodologia cientifica
 
Romantismo e suas gerações.
Romantismo e suas gerações. Romantismo e suas gerações.
Romantismo e suas gerações.
 
Sociologia Capítulo 18 - Cultura e Ideologia
Sociologia Capítulo 18 - Cultura e IdeologiaSociologia Capítulo 18 - Cultura e Ideologia
Sociologia Capítulo 18 - Cultura e Ideologia
 
Comunicação de massa e indústria cultural
Comunicação de massa e indústria culturalComunicação de massa e indústria cultural
Comunicação de massa e indústria cultural
 
Senso comum x conhecimento científico
Senso comum x conhecimento científicoSenso comum x conhecimento científico
Senso comum x conhecimento científico
 
A teoria platónica das ideias
A teoria platónica das ideiasA teoria platónica das ideias
A teoria platónica das ideias
 
Apresentação modernidade líquida
Apresentação modernidade líquidaApresentação modernidade líquida
Apresentação modernidade líquida
 
Aula 9c Estudos Culturais - Stuart Hall
Aula 9c Estudos Culturais - Stuart HallAula 9c Estudos Culturais - Stuart Hall
Aula 9c Estudos Culturais - Stuart Hall
 
Vinicius de moraes
Vinicius de moraesVinicius de moraes
Vinicius de moraes
 
Princesa Leopoldina
Princesa LeopoldinaPrincesa Leopoldina
Princesa Leopoldina
 
Industria cultural
Industria culturalIndustria cultural
Industria cultural
 
Filosofia
Filosofia Filosofia
Filosofia
 
Racismo no Brasil
Racismo no BrasilRacismo no Brasil
Racismo no Brasil
 
Apostila metodologia do trabalho científico ed física - pdf
Apostila metodologia do trabalho científico   ed física - pdfApostila metodologia do trabalho científico   ed física - pdf
Apostila metodologia do trabalho científico ed física - pdf
 
A Ciência, o ideal científico e a razão instrumental
A Ciência, o ideal científico e a razão instrumentalA Ciência, o ideal científico e a razão instrumental
A Ciência, o ideal científico e a razão instrumental
 
Pesquisa Científica
Pesquisa CientíficaPesquisa Científica
Pesquisa Científica
 
Nietzsche
NietzscheNietzsche
Nietzsche
 
Empirismo
EmpirismoEmpirismo
Empirismo
 
Francis Bacon
Francis BaconFrancis Bacon
Francis Bacon
 
John Locke - Empirismo
John Locke - EmpirismoJohn Locke - Empirismo
John Locke - Empirismo
 

Viewers also liked

Texto complementar o que e cientifico
Texto complementar   o que e cientificoTexto complementar   o que e cientifico
Texto complementar o que e cientificoFabio Santos
 
Fichamento (4) memória e patrimônio texto pierre nora
Fichamento (4) memória e patrimônio   texto pierre noraFichamento (4) memória e patrimônio   texto pierre nora
Fichamento (4) memória e patrimônio texto pierre noraRita Gonçalves
 
Fichamento macedo - ok
Fichamento   macedo - okFichamento   macedo - ok
Fichamento macedo - okfamiliaestagio
 
Etnografia e Observação
Etnografia e ObservaçãoEtnografia e Observação
Etnografia e ObservaçãoGe Homrich
 
metodos etnograficos
metodos etnograficosmetodos etnograficos
metodos etnograficos80864363
 

Viewers also liked (7)

Texto complementar o que e cientifico
Texto complementar   o que e cientificoTexto complementar   o que e cientifico
Texto complementar o que e cientifico
 
Fichamento (4) memória e patrimônio texto pierre nora
Fichamento (4) memória e patrimônio   texto pierre noraFichamento (4) memória e patrimônio   texto pierre nora
Fichamento (4) memória e patrimônio texto pierre nora
 
Fichamento macedo - ok
Fichamento   macedo - okFichamento   macedo - ok
Fichamento macedo - ok
 
Metodo etnografico ok
Metodo etnografico okMetodo etnografico ok
Metodo etnografico ok
 
Etnografia e Observação
Etnografia e ObservaçãoEtnografia e Observação
Etnografia e Observação
 
metodos etnograficos
metodos etnograficosmetodos etnograficos
metodos etnograficos
 
Fichamento de Texto
Fichamento de TextoFichamento de Texto
Fichamento de Texto
 

Similar to A etnografia como método

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...Gustavo Araújo
 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...Gustavo Araújo
 
OLIVEIRA, Amurabi. Etnografia e pesquisa educacional: por uma descrição densa...
OLIVEIRA, Amurabi. Etnografia e pesquisa educacional: por uma descrição densa...OLIVEIRA, Amurabi. Etnografia e pesquisa educacional: por uma descrição densa...
OLIVEIRA, Amurabi. Etnografia e pesquisa educacional: por uma descrição densa...Jéssika Pereira
 
Atropologia e cultura pricila farfan barroso
Atropologia e cultura   pricila farfan barrosoAtropologia e cultura   pricila farfan barroso
Atropologia e cultura pricila farfan barrosoSalomao Lucio Dos Santos
 
Cristina Gouveia - Desenvolvimento humano.pdf
Cristina Gouveia - Desenvolvimento humano.pdfCristina Gouveia - Desenvolvimento humano.pdf
Cristina Gouveia - Desenvolvimento humano.pdfClementeBungaMalungo
 
Livros didáticos em dimensões materiais e simbólicas
Livros didáticos em dimensões materiais e simbólicasLivros didáticos em dimensões materiais e simbólicas
Livros didáticos em dimensões materiais e simbólicasDafianaCarlos
 
Artigo conhecimento interdisciplinar e globalizado
Artigo   conhecimento interdisciplinar e globalizadoArtigo   conhecimento interdisciplinar e globalizado
Artigo conhecimento interdisciplinar e globalizadoFranciscoSenna
 
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
Seminarios integrados de_pesquisa: entrelugares em arteducação
Seminarios integrados de_pesquisa: entrelugares em arteducaçãoSeminarios integrados de_pesquisa: entrelugares em arteducação
Seminarios integrados de_pesquisa: entrelugares em arteducaçãoMaria Cecilia Silva
 
Multiculturalismo
MulticulturalismoMulticulturalismo
Multiculturalismoafermartins
 
A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na h...
A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na h...A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na h...
A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na h...Mônica Santos
 
Slides Moreira e Candau.pptx
Slides Moreira e Candau.pptxSlides Moreira e Candau.pptx
Slides Moreira e Candau.pptxCristiana Reis
 
Apresentação de história
Apresentação de   históriaApresentação de   história
Apresentação de históriaElvira Aliceda
 
OCs HISTÓRIA 2011
OCs HISTÓRIA 2011OCs HISTÓRIA 2011
OCs HISTÓRIA 2011lucavao2010
 
Espaço Escolar e História das Instituições Escolares
Espaço Escolar e História das Instituições EscolaresEspaço Escolar e História das Instituições Escolares
Espaço Escolar e História das Instituições EscolaresMarianaBauer
 

Similar to A etnografia como método (20)

Texto 2
Texto 2Texto 2
Texto 2
 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...
 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE / SOME CONSIDERATION...
 
OLIVEIRA, Amurabi. Etnografia e pesquisa educacional: por uma descrição densa...
OLIVEIRA, Amurabi. Etnografia e pesquisa educacional: por uma descrição densa...OLIVEIRA, Amurabi. Etnografia e pesquisa educacional: por uma descrição densa...
OLIVEIRA, Amurabi. Etnografia e pesquisa educacional: por uma descrição densa...
 
Atropologia e cultura pricila farfan barroso
Atropologia e cultura   pricila farfan barrosoAtropologia e cultura   pricila farfan barroso
Atropologia e cultura pricila farfan barroso
 
Cristina Gouveia - Desenvolvimento humano.pdf
Cristina Gouveia - Desenvolvimento humano.pdfCristina Gouveia - Desenvolvimento humano.pdf
Cristina Gouveia - Desenvolvimento humano.pdf
 
Livros didáticos em dimensões materiais e simbólicas
Livros didáticos em dimensões materiais e simbólicasLivros didáticos em dimensões materiais e simbólicas
Livros didáticos em dimensões materiais e simbólicas
 
253 804-1-pb
253 804-1-pb253 804-1-pb
253 804-1-pb
 
3ª série -_história_-_manual
3ª série -_história_-_manual3ª série -_história_-_manual
3ª série -_história_-_manual
 
História local
História localHistória local
História local
 
Artigo conhecimento interdisciplinar e globalizado
Artigo   conhecimento interdisciplinar e globalizadoArtigo   conhecimento interdisciplinar e globalizado
Artigo conhecimento interdisciplinar e globalizado
 
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Claudionor Pedagogia Itiúba 2012
 
Seminarios integrados de_pesquisa: entrelugares em arteducação
Seminarios integrados de_pesquisa: entrelugares em arteducaçãoSeminarios integrados de_pesquisa: entrelugares em arteducação
Seminarios integrados de_pesquisa: entrelugares em arteducação
 
Multiculturalismo
MulticulturalismoMulticulturalismo
Multiculturalismo
 
A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na h...
A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na h...A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na h...
A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na h...
 
Ensino de geografia
Ensino de geografiaEnsino de geografia
Ensino de geografia
 
Slides Moreira e Candau.pptx
Slides Moreira e Candau.pptxSlides Moreira e Candau.pptx
Slides Moreira e Candau.pptx
 
Apresentação de história
Apresentação de   históriaApresentação de   história
Apresentação de história
 
OCs HISTÓRIA 2011
OCs HISTÓRIA 2011OCs HISTÓRIA 2011
OCs HISTÓRIA 2011
 
Espaço Escolar e História das Instituições Escolares
Espaço Escolar e História das Instituições EscolaresEspaço Escolar e História das Instituições Escolares
Espaço Escolar e História das Instituições Escolares
 

A etnografia como método

  • 1. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locaisFICHAMENTO FONTE ARTIGO AUTOR FINO, C. N. TITULO Inovação pedagógica, etnografia, distanciação Bibliografia Fino, C. N. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locais. In Christine Escallier e Nelson Veríssimo (Org.) Educação e Cultura. Funchal: DCE – Universidade da Madeira, pp 43-53. 2008b. http://www3.uma.pt/carlosfino/publicacoes/22.pdf Acesso em 26 de junho de 2013 CONTEÚDO 01 IDEIA CENTRAL Cultura, como determinante da forma como encaramos o mundo, e cultura escolar, como condicionante da maneira como desempenhamos o nosso papel de actores no mundo peculiar da educação. P.1 Conforme dizia Spradley (1979), a etnografia deve ser entendida como a descrição de uma cultura, que pode ser a de um pequeno grupo tribal, numa terra exótica, ou a de uma turma de uma escola dos subúrbios, sendo a tarefa do investigador etnográfico compreender a maneira de viver do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo. P.1 Esse mestrado inscreve-se numa linha de investigação em inovação pedagógica que visa promover: • Estudos tendentes à compreensão dos motivos de desadequação da escola ou dos sistemas escolares face às necessidades (actuais) de desenvolvimento cultural, económico e social; • Estudos sobre experiências (pedagógicas) destinadas à reconciliação da escola ou dos sistemas educativos com as necessidades de desenvolvimento cultural, económico e social; • Estudos sobre invariantes culturais que dificultam ou obstam à inovação pedagógica; • Estudos sobre fixações em paradigmas ancorados no passado; • Estudos sobre mudanças paradigmáticas locais; • Estudos prospectivos sobre educação. a inovação pedagógica tem que ver, fundamentalmente, com mudanças nas práticas pedagógicas e essas mudanças envolvem sempre um posicionamento crítico face às práticas pedagógicas tradicionais. [...] p.3 Eu costumo dizer que só há inovação pedagógica quando existe ruptura com o velho paradigma (fabril), no sentido que Khun (1962) atribui à expressão ruptura paradigmática, e se cria localmente, isto é, no espaço concreto (ou virtual) onde se movem professores e alunos, um contexto de aprendizagem que contrarie os pressupostos essenciais do paradigma fabril. E onde se desenvolvam, como é evidente, novas culturas escolares, se falamos de instituições escolares, diferentes da matriz escolar comum que, de alguma maneira, unifica todas as escolas ancoradas no mesmo paradigma. Inovação pedagógica como ruptura de natureza cultural, se tivermos como fundo as culturas escolares tradicionais, e abertura para a emergência de culturas novas, provavelmente estranhas aos olhares conformados com a tradição. P.3 Cultura e cultura escolar A etnografia e a descrição da cultura Objetivo do mestrado em inovação pedagógica Inovação pedagógica implica em mudança Inovação pedagógica - mudança na cultura escola em espaços concretos ou virtuais Inovação pedagógica é ruptura com a cultura escolar tradicional
  • 2. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locaisFICHAMENTO FONTE ARTIGO AUTOR FINO, C. N. TITULO Inovação pedagógica, etnografia, distanciação Bibliografia Fino, C. N. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locais. In Christine Escallier e Nelson Veríssimo (Org.) Educação e Cultura. Funchal: DCE – Universidade da Madeira, pp 43-53. 2008b. http://www3.uma.pt/carlosfino/publicacoes/22.pdf Acesso em 26 de junho de 2013 CONTEÚDO 01 IDEIA CENTRAL a etnografia da educação, sobretudo por recusar qualquer possibilidade de arranjo de natureza experimental, e por, ao invés, estudar os sujeitos nos seus ambientes naturais, pode constituir uma ferramenta poderosíssima para a compreensão desses intensos e complexos diálogos inter-subjectivos que são as praticas pedagógicas.[...]o que decorre entre os actores que povoam um contexto escolar, e narrado “de dentro”, como se fosse por alguém que se torna também actor para falar como um deles. P.4 Bogdan e Taylor (1975) definiram a observação participante como uma investigação que se caracteriza por um período de interacções sociais intensas entre o investigador e os sujeitos, no meio destes, durante o qual os dados são recolhidos de forma sistemática. Durante a estada no campo, os dados recolhidos são provenientes de fontes diversas, nomeadamente observação participante, propriamente dita, que é o que o observador apreende, vivendo com as pessoas e partilhando as suas actividades. Mas, também, através das entrevistas etnográficas, que são as conversações ocasionais no terreno, portanto não estruturadas, e mediante o estudo, quer de documentos “oficiais”, quer, sobretudo, de documentos pessoais, nos quais os nativos revelam os seus pontos de vista p.5 pessoais sobre a sua vida ou sobre eles próprios, e que podem assumir a forma de diários, cartas, autobiografias. P.6 Segundo Michael Genzuk (op. cit.) etnografia é um método de olhar de muito perto, que se baseia em experiência pessoal e em participação, que envolve três formas de recolher dados: entrevistas, observação e documentos, os quais, por sua vez, produzem três tipos p.6 de dados: citações, descrições e excertos de documentos, que resultam num único produto: a descrição narrativa. Esta inclui gráficos, diagramas e artefactos, que ajudam a contar “a história”. P.7 clarificação sugerida por Rockwell, que distingue a etnografia daetnologia nestes termos: A etnografia domina também um ramo da antropologia: aquele que acumula conhecimentos sobre realidades sociais e culturais peculiares, delimitadas no tempo e no espaço. Distingue-se assim da etnologia, que se ocupa dareconstrução evolutiva e comparativa do homem. A etnografia foi definida como(P.8) “uma teoria da descrição” que se opõe à etnologia, considerada “teoria dacomparação”. Sousa, J. M. (2000), O olhar etnográfico da escola perante a diversidade cultural, in Psi 2.1 Junho de 2000 (http://www2.uel.br/ccb/psicologia/revista/textov2n16.htm). Benedict, R. (s/d). Padrões de Cultura. Lisboa: Livros do Brasil. A etnografia estuda os sujeitos no seu ambiente natural As práticas sociais são diálogos inter- subjetivos A observação participante envolve intensa interação entre os sujeitos envolvidos (pesquisador e pesquisados) Instrumentos de coleta de dados na pesquisa etnográfica Instrumentos de coleta de dados na pesquisa etnográfica Fino citando Gafilkel – etnografia e sua proximidade com a antropologia Etnologia é diferente de etnografia