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•Nietzsche nasceu em 1844, ano em que se desenvolvia e se
expandia a primeira fase da Revolução Industrial (1780-1860). A
partir de 1860, o aço suplantou o ferro, a eletricidade e o petróleo
superaram o vapor e a Alemanha, país de origem desse grande
filósofo,    tornou-se    uma     das     principais     áreas    de
concentração.
•Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels inscreveram os seus
nomes como os mais influentes revolucionários da História
Contemporânea ao publicarem O Manifesto Comunista.
•Foi nesse mesmo ano que eclodiu uma crise do capitalismo na
Europa Centro-Ocidental devido às inúmeras revoluções liberais
que ocorriam a todo tempo.
•Após o Congresso de Viena, existiam 38 Estados independentes
que formavam a Confederação Germânica. A política
internacional era coordenada por uma Dieta que se reunia em
Frankfurt,    sob    a     presidência     da    Áustria que,
juntamente, com a Prússia, era o estado mais importante.

•E foi na Prússia que surgiu um governante chamado Guilherme I
que ao fazer uma reforma radical em suas forças armadas,
convocou como ministro um hábil político chamado Bismark.
•E foi devido a esse ato que a Prússia consegui vencer
três guerras e unificou a Alemanha em 1870.




                    (Guerra franco-prussiana)

•Logo, ocorreu a Guerra Civil Francesa, e queimaram-se os
arquivos do museu do Louvre, localizado em Paris, Nietzsche
ficou inconsolado, pois considerou um crime contra a cultura.
•No séc XIX, houve uma grande expansão colonial européia, em
busca demercados e de matérias-primas, bem como pontos
estratégicos nas colônias. Esse movimento ficou conhecido como
Imperialismo.




•A Alemanha, devido aos problemas de sua unificação política,
apareceu tardiamente como colonialista, na África. Os alemães
conquistaram Togo, Camarões, o Sudoeste Africano Alemão e a
África Oriental Alemã.
•De 1871 até a morte de Nietzsche que ocorreu em 1900, a
Europa viveu um período de relativa paz, conhecido como Bela
Época. Os progressos científicos e tecnológicos, as reformas
sociais, a elevação do padrão de vida, os progressos democráticos,
o incremento da instrução de massa e o expansionismo europeu
no mundo denotavam o apogeu da Europa liberal e capitalista.
•Batizado como Friedrich Wilhelm em homenagem ao rei da
Prússia, Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu a 15 de outubro de
1844 em Röcken, localidade próxima a Leipzig.

•Karl Ludwig, seu pai, pessoa culta e delicada, e seus dois avós
eram pastores protestantes; o próprio Nietzsche pensou em seguir
a mesma carreira.

•Entretanto, Nietzsche perde a fé durante sua adolescência, e os
seus estudos de filologia afastam-no da tentação teológica.
• Em 1849, seu pai (aos 36 anos) e seu irmão faleceram.

•Foi criado em em companhia da sua mãe, das tias e da avó. Ele
era uma criança feliz, aluno modelo, dócil e leal, chamavam-o de
―pequeno pastor‖.

• Em 1858, Nietzsche obteve uma bolsa de estudos na então
famosa escola de Pforta. Neste período, Nietzsche começou a
afastar-se do cristianismo.

• Era um excelente aluno em grego e brilhante em estudos
bíblicos, alemão e latim, seus autores favoritos, entre os clássicos,
foram Platão e Ésquilo.
• Partiu em seguida para Bonn, onde se dedicou aos estudos de
teologia e filosofia.

• Influenciado por Ritschl - seu professor -, desistiu desses
estudos e passou a residir em Leipzig, dedicando-se à filologia.

•Ritschl considerava a filologia não apenas história das formas
literárias, mas estudos das instituições e do pensamento.

• Nietzsche seguiu-lhe as pegadas e realizou investigações
originais sobre Diógenes Laércio, Hesíodo e Homero. A partir
desses trabalhos foi nomeado, em 1869, professor de filologia
em Basiléia, onde permaneceu por dez anos.
• A filosofia somente passou a interessá-lo a partir da leitura de O
Mundo como Vontade e Representação, de Schopenhauer (1788-
1860).

•Nietzsche foi atraído pelo ateísmo de Schopenhauer, assim como
pela posição essencial que a experiência estética ocupa em sua
filosofia, sobretudo pelo significado metafísico que atribui à
música.
• Em 1867, Nietzsche foi chamado para prestar o serviço militar,
mas um acidente em exercício de montaria livrou-o dessa
obrigação. Voltou então aos estudos na cidade de Leipzig.

•Nessa época teve início sua amizade com Richard Wagner.
• Nietzsche encantou-se com a música de Wagner e com seu
drama musical, principalmente com Tristão e Isolda e com Os
Mestres Cantores.

•Na Universidade de Basiléia, passou a tratar das relações entre a
música e a tragédia grega, esboçando seu livro O Nascimento da
Tragédia no Espírito da Música.

•Em 1870, a Alemanha entrou em guerra com a França; nessa
ocasião, Nietzsche serviu o exército como enfermeiro, mas por
pouco tempo, pois logo adoeceu, contraindo difteria e disenteria.
•Essas doença parece ter sido a origem das dores de cabeça e de
estômago que acompanharam o filósofo durante toda a vida.
Nietzsche restabeleceu-se lentamente e voltou a Basiléia a fim de
prosseguir seus cursos.

• Em 1871, publicou O Nascimento da Tragédia, Nessa obra,
considera Sócrates (470 ou 469 a.C.-399 a.C.) um ―sedutor‖, por
ter feito triunfar junto à juventude ateniense o mundo abstrato do
pensamento.
• A tragédia grega, diz Nietzsche, depois de ter atingido sua
perfeição pela reconciliação da ―embriaguez e da forma‖, de
Dioniso e Apolo, começou a declinar quando, aos poucos, foi
invadida pelo racionalismo, sob a influência ―decadente‖ de
Sócrates.

• Assim, Nietzsche estabeleceu uma distinção entre o apolíneo e o
dionisíaco: Apolo é o deus da clareza, da harmonia e da ordem;
Dioniso, o deus da exuberância, da desordem e da música.

• Para ele a Grécia socrática, a do Logos e da lógica, a da cidade-
Estado, assinalou o fim da Grécia antiga e de sua força criadora.
•Este seu livro foi mal acolhido pela crítica, o que o impeliu a
refletir sobre a incompatibilidade entre o ―pensador privado‖ e o
―professor público‖.

•Com crises constantes de cefaléia, problemas de visão e
dificuldade para se expressar, foi obrigado a interromper a sua
carreira universitária por um ano, mas não deixou de escrever.

•Terminada a licença da universidade para que tratasse da saúde,
Nietzsche voltou à cátedra, contudo - quando tentou retornar às
atividades acadêmicas - enfrentou sérios problemas em suas
cordas vocais que tornaram a sua fala quase inaudível.
•Em 1879, pediu demissão do cargo. Nessa ocasião, iniciou sua
grande crítica dos valores, escrevendo Humano, Demasiado
Humano; seus amigos não o compreenderam. Rompeu as relações
de amizade que o ligavam a Wagner

Na obra, o homem, dizia Nietzsche, é o criador dos valores, mas
esquece sua própria criação e vê neles algo de ―transcendente‖, de
―eterno‖ e ―verdadeiro‖, quando os valores não são mais do que
algo ―humano, demasiado humano‖.
•Logo depois da publicação de sua obra, muito abatido com a
rejeição por parte de Lou Andréas Salomé, jovem finlandesa com
quem pretendia se casar, o filósofo voltou a morar com a mãe e a
irmã, sempre demonstrando solidão e sofrimento.

•Em 1880, Nietzsche publicou O Andarilho e sua Sombra: um
ano depois apareceu Aurora, com a qual se empenhou ―numa luta
contra a moral da auto-renúncia‖.
•Em 1882, veio à luz A Gaia Ciência, depois Assim falou
Zaratustra (1884), Para Além de Bem e Mal (1886), O Caso
Wagner, Crepúsculo dos Ídolos, Nietzsche contra Wagner (1888).
Ecce Homo, Ditirambos Dionisíacos, O Anticristo e Vontade de
Potência só apareceram depois de sua morte.


•Depois de 1888, Nietzsche passou a escrever cartas estranhas.
Escrevia cartas ora assinando ―Dioniso‖, ora ―o Crucificado‖ e
acabou sendo internado em Basiléia, onde foi diagnosticada uma
―paralisia progressiva‖.
•A moléstia progrediu lentamente até a apatia e a agonia.
Nietzsche veio a falecer em Weimar, a 25 de agosto de 1900.


•Assim, Nietzsche foi um crítico aos valores ocidentais, da
tradição cristã e platônica. Desde seus primeiros textos, as idéias
do filósofo grego Platão eram condenadas como decadentes. Ao
mesmo tempo, o filósofo repudiava o cristianismo e o classificava
como 'platonismo para o povo'. A sua proposta era o resgate de
um super-homem criador, que ficasse além do bem e do mal. Esse
foi Nietzsche.
•Considerado um dos autores mais controversos na história
filosofia moderna, devido principalmente aos paradoxos e
desconstruções dos conceitos de realidade ou verdade .

• Tentou explicar o insucesso de sua literatura, chegando a
conclusão de que nascera póstumo, para os leitores do porvir.
Entretanto, seu sucesso sobreveio quando um professor
dinamarquês leu a sua obra Assim Falou Zaratustra‖ e, por
conseguinte, tratou de difundi-la, em 1888.

•Os Temas abordados comumente nas suas obras eram: A cultura
ocidental e suas religiões e, consequentemente, a moral judaico-
cristã.
• Nietzsche, sem dúvida considera o Cristianismo e o
Budismo como ―as duas religiões da decadência‖, embora
ele afirme haver uma grande diferença nessas duas
concepções.

• O budismo para Nietzsche “É cem vezes mais realista que
o cristianismo” (O anticristo). Ressalta-se que Nietzsche se
auto-intitula ateu:

“Para mim o ateísmo não é nem uma conseqüência, nem
mesmo um fato novo: existe comigo por instinto” (Ecce
Homo, pt.II, af.1)
• Nietzsche quis ser o grande “desmascarador” de todos os
preconceitos e ilusões do gênero humano, aquele que ousa
olhar, sem temor, aquilo que se esconde por trás de valores
universalmente aceitos que nortearam o rumo dos
acontecimentos históricos.
•Considera a moral tradicional, principalmente a esboçada
por Kant, a religião e a política como máscaras que não são nada
mais que fundamentos a esconder uma realidade inquietante e
ameaçadora, cuja visão é difícil de suportar.

• A moral, seja ela kantiana ou hegeliana, e até
a catharsis aristotélica são caminhos mais fáceis de serem
trilhados para se subtrair à plena visão autêntica da vida.

• Nietzsche golpeou violentamente essa moral que impede a
revolta dos indivíduos inferiores, das classes subalternas e
escravas contra a classe superior, afinal essa moral cria a ilusão de
que mandar é por si mesmo uma forma de obediência.
• Desse modo, Nietzsche procurou arrancar e rasgar as mais
idolatradas máscaras, afinal as máscaras se tornam inevitáveis
pela própria vida, que é explosão de forças desordenadas e
violentas, e, por isso, é sempre incerteza e perigo.

• A vida é vontade de poder ou de domínio ou de potência.
Vontade essa que não conhece pausas, e, por isso, está sempre
criando novas máscaras para se esconder do apelo constante da
vida; pois, para Nietzsche, a vida é tudo e tudo se esvai diante da
vida humana.

• As máscaras, contudo, segundo ele, tornam a vida mais
suportável, ao mesmo tempo em que a deformam.
• Não existe via média, segundo Nietzsche, entre aceitação da
vida e renúncia. Para salvá-la, é fundamental arrancar-lhe as
máscaras e reconhecê-la tal como é.

• Suas verdadeiras ―virtudes‖ são: o orgulho, a alegria, a saúde, o
amor sexual, a inimizade, a veneração, os bons hábitos, a vontade
inabalável, a disciplina da intelectualidade superior, a vontade de
poder. Mas essas virtudes são privilégios de poucos, e é para esses
poucos que a vida é feita.
• De fato, Nietzsche é contrário a qualquer tipo de igualitarismo e
principalmente ao disfarçado legalismo kantiano, que atenta o
bom senso através de uma lei inflexível, ou seja, o imperativo
categórico: ―Proceda em todas as suas ações de modo que a
norma de seu proceder possa tornar-se uma lei universal‖.


• Em Nietzsche, o mundo não tem ordem, estrutura, forma e
inteligência. Nele as coisas ―dançam nos pés do acaso‖ e somente
a arte pode transfigurar a desordem do mundo em beleza e fazer
aceitável tudo aquilo que há de problemático e terrível na vida.
• À semelhança de Platão, Nietzsche queria que o governo da
humanidade fosse confiado aos filósofos, mas não a filósofos
como Platão ou Kant, que ele considerava simples ―operários da
filosofia‖.
• Na obra nietzscheana, a proclamação de uma nova moral
contrapõe-se radicalmente ao pensamento utópico de uma nova
humanidade, livre pelo imperativo categórico, como acreditava
Kant. Para Nietzsche a liberdade não é mais que a aceitação
consciente de um destino necessitante.

• Nietzsche cria e cai em seu próprio Imperativo Categórico, por
certo, imperativo este baseado na completa liberdade do ser e
ausência de normas.
• Para Kant, a razão faz o homem compreender-se a si mesmo e o
dispõe para a libertação. Mas, segundo Nietzsche, trata-se de
uma libertação escravizada pela razão, que só faz apertar-lhe os
grilhões, enclaustrando a vida humana digna e livre.


• Em Nietzsche encontra-se uma filosofia anti-teórica, sistemática,
à procura de um novo filosofar de caráter libertário. Portanto, toda
a teleologia de Kant de nada serve a Nietzsche: a idéia do sujeito
racional, condicionado e limitado é rejeitada violentamente em
favor de uma visão filosófica muito mais complexa do homem e
da moral.
• O mundo para Nietzsche não é ordem e racionalidade, mas
desordem e irracionalidade. Seu princípio filosófico não era,
portanto, Deus e razão, mas a vida que atua sem objetivo definido,
ao acaso. A única e verdadeira realidade sem máscaras, para
Nietzsche, é a vida humana tomada e corroborada pela vivência
do instante.


• Para ele os ideais modernos como democracia, socialismo,
igualitarismo, emancipação feminina não eram senão expressões
da decadência do ―tipo homem‖. Por estas razões, é por vezes
apontado como um precursor da pós-modernidade.
• Muitas de suas frases se tornaram famosas, sendo repetidas nos
mais diversos contextos, gerando muitas distorções e confusões.
Algumas delas:

• ―Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio?
– Vitória!‖.
• ―Há homens que já nascem póstumos.‖
• ―A diferença fundamental entre as duas religiões da decadência:
o budismo não promete, mas assegura. O cristianismo promete
tudo, mas não cumpre nada.‖
• ―Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida
mas no ―além‖ – no nada -, tira-se da vida o seu centro de
gravidade.‖
• ―A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade.‖
• Na sua obra vemos críticas bastante negativas a Kant, Wagner,
Sócrates, Platão, Aristóteles, Xenofonte, Martinho Lutero, à
metafísica, ao utilitarismo, anti-semitismo, socialismo,
anarquismo, fatalismo, teologia, cristianismo, budismo, à
concepção de Deus, ao pessimismo, estoicismo, ao iluminismo e à
democracia.

• Dentre os poucos elogios deferidos por Nietzsche, coletamos
citações, muitas vezes com ressalvas a Schopenhauer, Spinoza,
Dostoiévski, Shakespeare, Dante, Goethe, Darwin, Leibniz,
Pascal,    Edgar    Allan     Poe,  Lord    Byron,    Musset,
Leopardi, Kleist, Gogol e Voltaire.
• O legado da obra de Nietzsche foi e continua sendo ainda hoje
de difícil e contraditória compreensão. Assim, há os que, ainda
hoje, associam suas idéias ao niilismo.



• Todavia, Nietzsche, contrário ou não, não deixando escapar de
suas críticas nem mesmo seu mestre Schopenhauer nem seu
grande amigo Wagner, procurou denunciar todas as formas de
renúncia da existência e da vontade. É esta a concepção
fundamental de sua obra Zaratustra, ―a eterna, suprema afirmação
e confirmação da vida‖.
• Em 1872, Nietzsche publica 'O nascimento da
tragédia', que provocou reação dos defensores da filologia
pura. Além de recorrer à oposição entre apolíneo e
dionisíaco para explicar a origem da tragédia, Nietzsche
pretendia denunciar a morte da tragédia pelo socratismo
estético e propor seu renascimento na cultura daquele
período.

• Acusado de subordinar a filologia à música e à filosofia, e
de não ser, portanto, um cientista, Nietzsche recebeu apoio
de fontes variadas. Esse livro contém os documentos do
debate que se seguiu - os textos de Wilamowitz, Rohde e
Wagner.
Nesta obra, Nietzsche discute
arte, moral, o conceito da verdade, entre
outros temas. O filósofo, também
conhecido por seu texto nada árido,
apresenta aqui ampla diversidade de
estilos    literários    como     versos
humorísticos, aforismos, parábolas,
poemas em prosa e pequenos ensaios.
• É um livro, iniciado em 1885 pelo
filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que
influenciou significativamente o mundo
moderno.

• O livro foi escrito originalmente como
três volumes separados em um período
de vários anos. Depois, Nietzsche decidiu
escrever outros três volumes, mas apenas
conseguiu terminar um. Após a morte de
Nietzsche, ele foi impresso em um único
volume.
• O livro narra as andanças e ensinamentos de um filósofo, que se
auto-denominou Zaratustra após a fundação do Zoroastrismo na
antiga Pérsia.

• Para explorar muitas das idéias de Nietzsche, o livro usa uma
forma poética e fictícia, freqüentemente satirizando o Novo
testamento.

• O centro de Zaratustra é a noção de que os seres humanos são
uma forma transicional entre macacos e o que Nietzsche chamou
de Übermensch, literalmente ―além-homem‖, normalmente
traduzido como ―super-homem‖.
• O nome é um dos muitos trocadilhos no livro e se refere mais
claramente à imagem do Sol vindo além do horizonte ao
amanhecer como a simples noção de vitória.

• Amplamente baseado em episódios, as histórias em Zaratustra
podem ser lidas em qualquer ordem. Zaratustra contém a famosa
frase ―Deus está morto‖, embora esta também tenha aparecido
anteriormente no livro Die fröhliche Wissenschaft (A Gaia Ciência)
de Nietszche.

• Os dois volumes finais não terminados do livro foram planejados
para retratar o trabalho missionário de Zaratustra e sua eventual
morte.
• Escrita em 1888 e publicada em 1895, é uma das mais ácidas
críticas de Nietzsche ao cristianismo. Vide a frase mais famosa: ―O
evangelho morreu na cruz‖. O título original, Der Antichrist, pode
significar tanto O Anticristo quanto O Anti-cristão. Ele não se
baseou na figura bíblica do Anticristo.

• Nietzsche não focou sua crítica em Jesus, mas no cristianismo.
Ele faz diversas menções bíblicas e históricas evidenciando a
deturpação provocada por Paulo de Tarso e, mais tarde, pelo
catolicismo. Não obstante, critica também Lutero, sobre o qual
afirma ter perdido a grande oportunidade de evitar a decadência
alemã.
•Sobre o budismo, ele afirma ser a religião do nada, na figura de
Buda, o que se abdicou de tudo o que era humano. Contudo, ele
predica que o budismo é ruim, mas salienta que o cristianismo é
um mal ainda pior, pois tenta elevar os chandala (termo hinduísta
para designar a pária, casta inferior).
•É notável, entretanto a comparação que faz entre os livros
sagrados cristãos e o Código de Manu, de origem brâmane.
Considerando, a segunda, demasiado superior e que: ―esta sim
pode ser considerada uma filosofia‖ (sic.).

Ele afirma em seu prólogo:
“Este livro é para os espíritos livres, pois só estes o
compreenderão”.
• Ecce Homo é uma das obras mais controvertidas de Nietzsche,
publicada em meio ao agravamento de sua doença e transtorno
mental.

• A intenção de Nietzsche ao deixar esta última obra, pelas suas
próprias palavras, era de não ser confundido ou mal compreendido.
Tinha receio de ser ―santificado‖ ou idolatrado e, por isso mesmo,
deixou claro que não era nem santo.

• Neste livro cita bastante grandes autores. Explica o momento da
vida no qual publicou cada uma de suas obras, dando, inclusive,
em alguns casos, uma sinopse dos escritos.
―Tudo que é sólido desmancha no ar, tudo que é sagrado
é profanado, e o homem é, finalmente, compelido a
enfrentar de modo sensato suas condição reais de vida e
suas relações com seus semelhantes.‖

                        Niilismo
    Quando os valores superiores perdem a importância
O que é niilismo?
Segundo o dicionário Houaiss, o termo niilismo é datado
de 1877.
Pode significar:
1. redução ao nada; aniquilamento; não-existência;

2. ponto de vista que considera que as crenças e os
valores tradicionais são infundados e que não há qualquer
sentido ou utilidade na existência;

3. total e absoluto espírito destrutivo, em relação ao
mundo circundante e ao próprio eu.
Em filosofia:

• Para o filósofo escocês William Hamilton(1788-1856), doutrina
que nega a existência de qualquer substância, ou realidade
permanente, na constituição do universo .

• Ideologia de um grupo revolucionário russo da segunda metade
do século XIX, militante em prol da destruição das instituições
políticas e sociais, para abrir caminho a uma nova sociedade, e
favorável ao emprego de medidas extremas, inclusive terrorismo e
assassínios : pode está ligado a ação anarquista, terrorista ou
revolucionária.
Para Nietzsche

• No nietzschianismo, negação, declínio ou recusa, em
curso na história humana e especialmente na
modernidade ocidental, de crenças e convicções - com
seus respectivos valores morais, estéticos ou políticos -
que ofereçam um sentido consistente e positivo para a
experiência imediata da vida.
Niilismo Ativo
• Em filosofia: no nietzschianismo, niilismo vital e necessário por ser
capaz de destruir os valores tradicionais da civilização ocidental, abrindo
caminho para a transmutação da moral hegemônica e o surgimento de um
novo homem.

Obs.: por oposição a niilismo passivo

                           Niilismo Passivo
• Em filosofia: no nietzschianismo, sentimento niilista característico da
decadência moderna, e consistente na ausência de desejo pela vida, o que
implica a inexistência de convicções, crenças fundamentais e valorações
éticas.

Obs.: por oposição ao a niilismo ativo
•O Eterno Retorno é um conceito não acabado em vida pelo
próprio Nietzche, trabalhado em vários de seus textos (No ―Assim
falou Zaratustra‖; aforismo 341 do ―A gaia ciência‖; aforismo 56
do ―Além do bem e do mal‖.

•Um dos aspectos do Eterno Retorno diz respeito aos ciclos
repetitivos da vida: ―estamos sempre presos a um número limitado
de fatos, fatos estes que se repetiram no passado, ocorrem no
presente, e se repetirão no futuro, como por exemplo, guerras,
epidemias, etc.‖
•O que é indispensável notar é que esta teoria, que parece insensata
e totalmente inverossímil a muitos, não é uma forma de percepção
do tempo: o Eterno Retorno não é um ciclo temporal que se repete
indefinidamente ao longo da eternidade.

•O Mundo não é feito de pólos opostos e inconciliáveis, mas de
faces complementares de uma mesma — múltipla, mas única —
realidade. Logo, bem e mal, angústia e prazer, são instâncias
complementares da realidade – instâncias que se alternam
eternamente.
•Como a realidade não tem objetivo, ou finalidade (pois se tivesse
já a teria alcançado), a alternância nunca finda. Ou seja,
considerando-se o tempo infinito e as combinações de forças em
conflito que formam cada instante finitas, em algum momento
futuro tudo se repetirá infinitas vezes. Assim, vemos sempre os
mesmos fatos retornarem indefinidamente.
De Nietzsche, o Existencialismo foi buscar o niilismo da ética sem
hierarquia de valores – e por isso, uma ética absurda – e a negação
de toda e qualquer metafísica deísta romântica.
“Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como
haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo
possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos
golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que
nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de
inventar? A grandiosidade deste ato não será demasiada para nós? Não
teremos de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos apenas dignos
dele? Nunca existiu ato mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós,
passará a fazer parte, mercê deste ato, de uma história superior a toda a
história até hoje!” - Nietzsche "Assim falava Zaratustra", 1883
•Quando  volta à civilização, Zaratustra tem um diálogo com
um velho, e logo em seguida se interroga: "será possível que
este homem santo não saiba que deus morreu?"
*(Nietzsche já havia feito essa afirmação na Gaia ciência, e
desenvolve com Zaratustra).

•A frase não é nem uma exaltação nem uma lamentação, mas
uma constatação a partir da qual Nietzsche traçará o seu
projeto filosófico de superar Deus e as dicotomias assentes
em preconceitos metafísicos que julgam o nosso mundo - na
opinião do filósofo - a partir de um outro mundo superior e
além deste.
•A morte de Deus metaforiza o fato de os homens não mais
serem capazes de crer numa ordenação cósmica
transcendente, o que os levaria a uma rejeição dos valores
absolutos e à descrença em quaisquer valores. Isso conduziria
ao niilismo, que Nietzsche considerava um sintoma de
decadência associada ao fato de ainda mantermos uma
'sombra', um trono vazio, um lugar reservado ao princípio
transcendente agora destruído, que não podemos voltar a
ocupar.

•Assumir a morte de Deus seria livrar-se dos pesados ídolos
do passado e assumir sua liberdade, tornando-nos eles
mesmos deuses.
•Para substituir a divindade morta, Nietzsche sugere o além-
homem (Super-homem): o bom senso da Terra. O que há de
nobre do homem é ser ele um fim, e não um meio. O super-
homem é a ponte, é ele o raio. O homem é algo que será
superado. Ele é o resultado da vontade de potência exercida,
um paradigma da virilidade e virtuosismo. Se coloca além do
bem e do mal, e fez seus valores em pedaços.

•Nietzsche, com o Ubermensch, explica os passos através dos
quais o Homem pode tornar um 'Além-Homem': Através da
transvaloração de todos os valores do indivíduo; da sede de
poder (vontade de potência), em reavaliar ideais velhos ou em
criar novos, e, de um processo contínuo de superação.
• Em epistemologia, perspectivismo é a visão filosófica que toda
percepção e pensamento tem lugar a partir de uma perspectiva que
é alterável.


•O conceito foi criado por Leibniz. O desenvolvedor e mais
proeminente defensor da idéia é Nietzsche. Ele influenciou idéias
similares em filósofos como José Ortega y Gasset.
• O perspectivismo diferencia-se do objetivismo e do relativismo,
apesar de semelhanças pontuais com um e outro.


•Tal como o objetivismo, ou realismo, o perspectivismo defende
que há uma única realidade. Tal como o relativismo, o
perspectivismo conceitua que diferentes indivíduos percebem a
realidade de forma distinta.


•Mas, ao contrário do relativismo, o perspectivismo não diz que há
tantas realidades quantas percepções da mesma.
•Em Nietzsche, o seu mais importante conceito permeia as mais
altas e baixas esferas da existência, estando como
conceito cosmogônico e mesmo histórico ou psicológico.


•A vontade de poder não é somente a essência, mas uma
necessidade. A argumentação que se segue encontra-se em sua
forma original em ―Eterno retorno‖ (textos de 1881).
•Primeira proposição: o total da força que existe no universo é
determinada, não infinita. Deduz-se que o número de situações,
combinações dessa força é mensurável, ou seja também
determinada e finita.

•Segunda proposição: o tempo é infinito, e antes deste momento
houve uma infinidade de tempo.
•Estas preposições e suas conclusões partem de um raciocínio
simples até seu mais alto grau de complexidade, só atingido em
Nietzsche.

•Ao não admitir a existência de Deus, do criador, admite-se que
a matéria, a energia da qual é constituída o universo não pode ter
sido criada.

•Logo ela tem de existir originalmente e sempre, ou então há que se
retornar à teoria da criação do nada. Se ela existe não-criada ela
tem de ter estado aqui desde sempre. Já que ela existe desde
sempre, se houvesse tendência ou estado a ser atingido, a
eternidade é certamente tempo o bastante para que a tivesse
atingido.
•Vontade de Poder não está desta forma relacionada a nenhum tipo
de força física, dinâmica ou outra, mas é a lei originária que regem
estas forças secundárias na economia deste sistema chamado
universo, ou mundo.


• Vontade de poder, portanto, é esta lei originária, sem exceção nem
transgressão que em si anima e é a própria essência de toda a
realidade. É a essência e a própria ―luta das forças‖ que formam a
economia universal.
• “Amo os valentes; mas não basta ser
espadachim – deve-se saber, também,
contra quem sacar a espada!” –
Zaratustra
• Nietzsche, com sua admiração pelas
personalidades fortes, determinadas a
tudo, alinhou-se a Maquiavel. Ambos
manifestaram sua preferência pelos
homens titânicos que povoaram a época
renascentistas.
• Logo, uma das conclusões que Nietzsche chegou é de que em
nome da preservação e do deleite da arte superior, perene,
magnífica, qualquer sentimento ético ou humanitário passava a ser
desprezível, senão mesquinho.
•O darwinismo, difundido largamente após a publicação em 1859
da ―Origem das Espécies‖, ensinou que a Natureza é amoral. A
sobrevivência dos seres existentes não é determinada por critério
éticos, nem pelas regras do Bem e do Mal, mas sim pelo
desenvolvimento da capacidade de sobrevivência e de adaptação.

•Aos fracos cabe um destino inglório: a morte ou a submissão! – ―o
fraco não tem direito à vida‖. Nietzsche de certa forma, ainda que
com desavenças, elaborou a metafísica do darwinismo, fazendo da
sua filosofia uma espiritualização da teoria da seleção das espécies
e da vitória do mais capaz.
• Nietzsche impressionou-se com a literatura de Dostoiévski, o
criador do personagem niilista radical. Dessa forma, ao contrário
de Dostoievski, não lamentou o surgimento desse novo ―animal-
político‖, o niilista que vaga pelo mundo como um lobo solitário a
serviço de algo que ele mesmo elegeu como razão de ser da sua
existência.
• Exalta-o como um exemplo do super-homem que não se detém
perante qualquer prurido moral na concretização dos seus
objetivos, sejam eles quais forem. Ele, esse personagem fantástico,
assume na totalidade as implacáveis conseqüências de um mundo
sem Deus, tirando disso as devidas conclusões morais.
Nietzsche filosofia  final

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Nietzsche filosofia final

  • 1.
  • 2. •Nietzsche nasceu em 1844, ano em que se desenvolvia e se expandia a primeira fase da Revolução Industrial (1780-1860). A partir de 1860, o aço suplantou o ferro, a eletricidade e o petróleo superaram o vapor e a Alemanha, país de origem desse grande filósofo, tornou-se uma das principais áreas de concentração.
  • 3. •Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels inscreveram os seus nomes como os mais influentes revolucionários da História Contemporânea ao publicarem O Manifesto Comunista. •Foi nesse mesmo ano que eclodiu uma crise do capitalismo na Europa Centro-Ocidental devido às inúmeras revoluções liberais que ocorriam a todo tempo.
  • 4. •Após o Congresso de Viena, existiam 38 Estados independentes que formavam a Confederação Germânica. A política internacional era coordenada por uma Dieta que se reunia em Frankfurt, sob a presidência da Áustria que, juntamente, com a Prússia, era o estado mais importante. •E foi na Prússia que surgiu um governante chamado Guilherme I que ao fazer uma reforma radical em suas forças armadas, convocou como ministro um hábil político chamado Bismark.
  • 5. •E foi devido a esse ato que a Prússia consegui vencer três guerras e unificou a Alemanha em 1870. (Guerra franco-prussiana) •Logo, ocorreu a Guerra Civil Francesa, e queimaram-se os arquivos do museu do Louvre, localizado em Paris, Nietzsche ficou inconsolado, pois considerou um crime contra a cultura.
  • 6. •No séc XIX, houve uma grande expansão colonial européia, em busca demercados e de matérias-primas, bem como pontos estratégicos nas colônias. Esse movimento ficou conhecido como Imperialismo. •A Alemanha, devido aos problemas de sua unificação política, apareceu tardiamente como colonialista, na África. Os alemães conquistaram Togo, Camarões, o Sudoeste Africano Alemão e a África Oriental Alemã.
  • 7. •De 1871 até a morte de Nietzsche que ocorreu em 1900, a Europa viveu um período de relativa paz, conhecido como Bela Época. Os progressos científicos e tecnológicos, as reformas sociais, a elevação do padrão de vida, os progressos democráticos, o incremento da instrução de massa e o expansionismo europeu no mundo denotavam o apogeu da Europa liberal e capitalista.
  • 8. •Batizado como Friedrich Wilhelm em homenagem ao rei da Prússia, Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu a 15 de outubro de 1844 em Röcken, localidade próxima a Leipzig. •Karl Ludwig, seu pai, pessoa culta e delicada, e seus dois avós eram pastores protestantes; o próprio Nietzsche pensou em seguir a mesma carreira. •Entretanto, Nietzsche perde a fé durante sua adolescência, e os seus estudos de filologia afastam-no da tentação teológica.
  • 9. • Em 1849, seu pai (aos 36 anos) e seu irmão faleceram. •Foi criado em em companhia da sua mãe, das tias e da avó. Ele era uma criança feliz, aluno modelo, dócil e leal, chamavam-o de ―pequeno pastor‖. • Em 1858, Nietzsche obteve uma bolsa de estudos na então famosa escola de Pforta. Neste período, Nietzsche começou a afastar-se do cristianismo. • Era um excelente aluno em grego e brilhante em estudos bíblicos, alemão e latim, seus autores favoritos, entre os clássicos, foram Platão e Ésquilo.
  • 10. • Partiu em seguida para Bonn, onde se dedicou aos estudos de teologia e filosofia. • Influenciado por Ritschl - seu professor -, desistiu desses estudos e passou a residir em Leipzig, dedicando-se à filologia. •Ritschl considerava a filologia não apenas história das formas literárias, mas estudos das instituições e do pensamento. • Nietzsche seguiu-lhe as pegadas e realizou investigações originais sobre Diógenes Laércio, Hesíodo e Homero. A partir desses trabalhos foi nomeado, em 1869, professor de filologia em Basiléia, onde permaneceu por dez anos.
  • 11. • A filosofia somente passou a interessá-lo a partir da leitura de O Mundo como Vontade e Representação, de Schopenhauer (1788- 1860). •Nietzsche foi atraído pelo ateísmo de Schopenhauer, assim como pela posição essencial que a experiência estética ocupa em sua filosofia, sobretudo pelo significado metafísico que atribui à música. • Em 1867, Nietzsche foi chamado para prestar o serviço militar, mas um acidente em exercício de montaria livrou-o dessa obrigação. Voltou então aos estudos na cidade de Leipzig. •Nessa época teve início sua amizade com Richard Wagner.
  • 12. • Nietzsche encantou-se com a música de Wagner e com seu drama musical, principalmente com Tristão e Isolda e com Os Mestres Cantores. •Na Universidade de Basiléia, passou a tratar das relações entre a música e a tragédia grega, esboçando seu livro O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música. •Em 1870, a Alemanha entrou em guerra com a França; nessa ocasião, Nietzsche serviu o exército como enfermeiro, mas por pouco tempo, pois logo adoeceu, contraindo difteria e disenteria.
  • 13. •Essas doença parece ter sido a origem das dores de cabeça e de estômago que acompanharam o filósofo durante toda a vida. Nietzsche restabeleceu-se lentamente e voltou a Basiléia a fim de prosseguir seus cursos. • Em 1871, publicou O Nascimento da Tragédia, Nessa obra, considera Sócrates (470 ou 469 a.C.-399 a.C.) um ―sedutor‖, por ter feito triunfar junto à juventude ateniense o mundo abstrato do pensamento.
  • 14. • A tragédia grega, diz Nietzsche, depois de ter atingido sua perfeição pela reconciliação da ―embriaguez e da forma‖, de Dioniso e Apolo, começou a declinar quando, aos poucos, foi invadida pelo racionalismo, sob a influência ―decadente‖ de Sócrates. • Assim, Nietzsche estabeleceu uma distinção entre o apolíneo e o dionisíaco: Apolo é o deus da clareza, da harmonia e da ordem; Dioniso, o deus da exuberância, da desordem e da música. • Para ele a Grécia socrática, a do Logos e da lógica, a da cidade- Estado, assinalou o fim da Grécia antiga e de sua força criadora.
  • 15. •Este seu livro foi mal acolhido pela crítica, o que o impeliu a refletir sobre a incompatibilidade entre o ―pensador privado‖ e o ―professor público‖. •Com crises constantes de cefaléia, problemas de visão e dificuldade para se expressar, foi obrigado a interromper a sua carreira universitária por um ano, mas não deixou de escrever. •Terminada a licença da universidade para que tratasse da saúde, Nietzsche voltou à cátedra, contudo - quando tentou retornar às atividades acadêmicas - enfrentou sérios problemas em suas cordas vocais que tornaram a sua fala quase inaudível.
  • 16. •Em 1879, pediu demissão do cargo. Nessa ocasião, iniciou sua grande crítica dos valores, escrevendo Humano, Demasiado Humano; seus amigos não o compreenderam. Rompeu as relações de amizade que o ligavam a Wagner Na obra, o homem, dizia Nietzsche, é o criador dos valores, mas esquece sua própria criação e vê neles algo de ―transcendente‖, de ―eterno‖ e ―verdadeiro‖, quando os valores não são mais do que algo ―humano, demasiado humano‖.
  • 17. •Logo depois da publicação de sua obra, muito abatido com a rejeição por parte de Lou Andréas Salomé, jovem finlandesa com quem pretendia se casar, o filósofo voltou a morar com a mãe e a irmã, sempre demonstrando solidão e sofrimento. •Em 1880, Nietzsche publicou O Andarilho e sua Sombra: um ano depois apareceu Aurora, com a qual se empenhou ―numa luta contra a moral da auto-renúncia‖.
  • 18. •Em 1882, veio à luz A Gaia Ciência, depois Assim falou Zaratustra (1884), Para Além de Bem e Mal (1886), O Caso Wagner, Crepúsculo dos Ídolos, Nietzsche contra Wagner (1888). Ecce Homo, Ditirambos Dionisíacos, O Anticristo e Vontade de Potência só apareceram depois de sua morte. •Depois de 1888, Nietzsche passou a escrever cartas estranhas. Escrevia cartas ora assinando ―Dioniso‖, ora ―o Crucificado‖ e acabou sendo internado em Basiléia, onde foi diagnosticada uma ―paralisia progressiva‖.
  • 19. •A moléstia progrediu lentamente até a apatia e a agonia. Nietzsche veio a falecer em Weimar, a 25 de agosto de 1900. •Assim, Nietzsche foi um crítico aos valores ocidentais, da tradição cristã e platônica. Desde seus primeiros textos, as idéias do filósofo grego Platão eram condenadas como decadentes. Ao mesmo tempo, o filósofo repudiava o cristianismo e o classificava como 'platonismo para o povo'. A sua proposta era o resgate de um super-homem criador, que ficasse além do bem e do mal. Esse foi Nietzsche.
  • 20. •Considerado um dos autores mais controversos na história filosofia moderna, devido principalmente aos paradoxos e desconstruções dos conceitos de realidade ou verdade . • Tentou explicar o insucesso de sua literatura, chegando a conclusão de que nascera póstumo, para os leitores do porvir. Entretanto, seu sucesso sobreveio quando um professor dinamarquês leu a sua obra Assim Falou Zaratustra‖ e, por conseguinte, tratou de difundi-la, em 1888. •Os Temas abordados comumente nas suas obras eram: A cultura ocidental e suas religiões e, consequentemente, a moral judaico- cristã.
  • 21. • Nietzsche, sem dúvida considera o Cristianismo e o Budismo como ―as duas religiões da decadência‖, embora ele afirme haver uma grande diferença nessas duas concepções. • O budismo para Nietzsche “É cem vezes mais realista que o cristianismo” (O anticristo). Ressalta-se que Nietzsche se auto-intitula ateu: “Para mim o ateísmo não é nem uma conseqüência, nem mesmo um fato novo: existe comigo por instinto” (Ecce Homo, pt.II, af.1)
  • 22. • Nietzsche quis ser o grande “desmascarador” de todos os preconceitos e ilusões do gênero humano, aquele que ousa olhar, sem temor, aquilo que se esconde por trás de valores universalmente aceitos que nortearam o rumo dos acontecimentos históricos.
  • 23. •Considera a moral tradicional, principalmente a esboçada por Kant, a religião e a política como máscaras que não são nada mais que fundamentos a esconder uma realidade inquietante e ameaçadora, cuja visão é difícil de suportar. • A moral, seja ela kantiana ou hegeliana, e até a catharsis aristotélica são caminhos mais fáceis de serem trilhados para se subtrair à plena visão autêntica da vida. • Nietzsche golpeou violentamente essa moral que impede a revolta dos indivíduos inferiores, das classes subalternas e escravas contra a classe superior, afinal essa moral cria a ilusão de que mandar é por si mesmo uma forma de obediência.
  • 24. • Desse modo, Nietzsche procurou arrancar e rasgar as mais idolatradas máscaras, afinal as máscaras se tornam inevitáveis pela própria vida, que é explosão de forças desordenadas e violentas, e, por isso, é sempre incerteza e perigo. • A vida é vontade de poder ou de domínio ou de potência. Vontade essa que não conhece pausas, e, por isso, está sempre criando novas máscaras para se esconder do apelo constante da vida; pois, para Nietzsche, a vida é tudo e tudo se esvai diante da vida humana. • As máscaras, contudo, segundo ele, tornam a vida mais suportável, ao mesmo tempo em que a deformam.
  • 25. • Não existe via média, segundo Nietzsche, entre aceitação da vida e renúncia. Para salvá-la, é fundamental arrancar-lhe as máscaras e reconhecê-la tal como é. • Suas verdadeiras ―virtudes‖ são: o orgulho, a alegria, a saúde, o amor sexual, a inimizade, a veneração, os bons hábitos, a vontade inabalável, a disciplina da intelectualidade superior, a vontade de poder. Mas essas virtudes são privilégios de poucos, e é para esses poucos que a vida é feita.
  • 26. • De fato, Nietzsche é contrário a qualquer tipo de igualitarismo e principalmente ao disfarçado legalismo kantiano, que atenta o bom senso através de uma lei inflexível, ou seja, o imperativo categórico: ―Proceda em todas as suas ações de modo que a norma de seu proceder possa tornar-se uma lei universal‖. • Em Nietzsche, o mundo não tem ordem, estrutura, forma e inteligência. Nele as coisas ―dançam nos pés do acaso‖ e somente a arte pode transfigurar a desordem do mundo em beleza e fazer aceitável tudo aquilo que há de problemático e terrível na vida.
  • 27. • À semelhança de Platão, Nietzsche queria que o governo da humanidade fosse confiado aos filósofos, mas não a filósofos como Platão ou Kant, que ele considerava simples ―operários da filosofia‖. • Na obra nietzscheana, a proclamação de uma nova moral contrapõe-se radicalmente ao pensamento utópico de uma nova humanidade, livre pelo imperativo categórico, como acreditava Kant. Para Nietzsche a liberdade não é mais que a aceitação consciente de um destino necessitante. • Nietzsche cria e cai em seu próprio Imperativo Categórico, por certo, imperativo este baseado na completa liberdade do ser e ausência de normas.
  • 28. • Para Kant, a razão faz o homem compreender-se a si mesmo e o dispõe para a libertação. Mas, segundo Nietzsche, trata-se de uma libertação escravizada pela razão, que só faz apertar-lhe os grilhões, enclaustrando a vida humana digna e livre. • Em Nietzsche encontra-se uma filosofia anti-teórica, sistemática, à procura de um novo filosofar de caráter libertário. Portanto, toda a teleologia de Kant de nada serve a Nietzsche: a idéia do sujeito racional, condicionado e limitado é rejeitada violentamente em favor de uma visão filosófica muito mais complexa do homem e da moral.
  • 29. • O mundo para Nietzsche não é ordem e racionalidade, mas desordem e irracionalidade. Seu princípio filosófico não era, portanto, Deus e razão, mas a vida que atua sem objetivo definido, ao acaso. A única e verdadeira realidade sem máscaras, para Nietzsche, é a vida humana tomada e corroborada pela vivência do instante. • Para ele os ideais modernos como democracia, socialismo, igualitarismo, emancipação feminina não eram senão expressões da decadência do ―tipo homem‖. Por estas razões, é por vezes apontado como um precursor da pós-modernidade.
  • 30. • Muitas de suas frases se tornaram famosas, sendo repetidas nos mais diversos contextos, gerando muitas distorções e confusões. Algumas delas: • ―Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio? – Vitória!‖. • ―Há homens que já nascem póstumos.‖ • ―A diferença fundamental entre as duas religiões da decadência: o budismo não promete, mas assegura. O cristianismo promete tudo, mas não cumpre nada.‖ • ―Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida mas no ―além‖ – no nada -, tira-se da vida o seu centro de gravidade.‖ • ―A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade.‖
  • 31. • Na sua obra vemos críticas bastante negativas a Kant, Wagner, Sócrates, Platão, Aristóteles, Xenofonte, Martinho Lutero, à metafísica, ao utilitarismo, anti-semitismo, socialismo, anarquismo, fatalismo, teologia, cristianismo, budismo, à concepção de Deus, ao pessimismo, estoicismo, ao iluminismo e à democracia. • Dentre os poucos elogios deferidos por Nietzsche, coletamos citações, muitas vezes com ressalvas a Schopenhauer, Spinoza, Dostoiévski, Shakespeare, Dante, Goethe, Darwin, Leibniz, Pascal, Edgar Allan Poe, Lord Byron, Musset, Leopardi, Kleist, Gogol e Voltaire.
  • 32. • O legado da obra de Nietzsche foi e continua sendo ainda hoje de difícil e contraditória compreensão. Assim, há os que, ainda hoje, associam suas idéias ao niilismo. • Todavia, Nietzsche, contrário ou não, não deixando escapar de suas críticas nem mesmo seu mestre Schopenhauer nem seu grande amigo Wagner, procurou denunciar todas as formas de renúncia da existência e da vontade. É esta a concepção fundamental de sua obra Zaratustra, ―a eterna, suprema afirmação e confirmação da vida‖.
  • 33.
  • 34. • Em 1872, Nietzsche publica 'O nascimento da tragédia', que provocou reação dos defensores da filologia pura. Além de recorrer à oposição entre apolíneo e dionisíaco para explicar a origem da tragédia, Nietzsche pretendia denunciar a morte da tragédia pelo socratismo estético e propor seu renascimento na cultura daquele período. • Acusado de subordinar a filologia à música e à filosofia, e de não ser, portanto, um cientista, Nietzsche recebeu apoio de fontes variadas. Esse livro contém os documentos do debate que se seguiu - os textos de Wilamowitz, Rohde e Wagner.
  • 35. Nesta obra, Nietzsche discute arte, moral, o conceito da verdade, entre outros temas. O filósofo, também conhecido por seu texto nada árido, apresenta aqui ampla diversidade de estilos literários como versos humorísticos, aforismos, parábolas, poemas em prosa e pequenos ensaios.
  • 36. • É um livro, iniciado em 1885 pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que influenciou significativamente o mundo moderno. • O livro foi escrito originalmente como três volumes separados em um período de vários anos. Depois, Nietzsche decidiu escrever outros três volumes, mas apenas conseguiu terminar um. Após a morte de Nietzsche, ele foi impresso em um único volume.
  • 37. • O livro narra as andanças e ensinamentos de um filósofo, que se auto-denominou Zaratustra após a fundação do Zoroastrismo na antiga Pérsia. • Para explorar muitas das idéias de Nietzsche, o livro usa uma forma poética e fictícia, freqüentemente satirizando o Novo testamento. • O centro de Zaratustra é a noção de que os seres humanos são uma forma transicional entre macacos e o que Nietzsche chamou de Übermensch, literalmente ―além-homem‖, normalmente traduzido como ―super-homem‖.
  • 38. • O nome é um dos muitos trocadilhos no livro e se refere mais claramente à imagem do Sol vindo além do horizonte ao amanhecer como a simples noção de vitória. • Amplamente baseado em episódios, as histórias em Zaratustra podem ser lidas em qualquer ordem. Zaratustra contém a famosa frase ―Deus está morto‖, embora esta também tenha aparecido anteriormente no livro Die fröhliche Wissenschaft (A Gaia Ciência) de Nietszche. • Os dois volumes finais não terminados do livro foram planejados para retratar o trabalho missionário de Zaratustra e sua eventual morte.
  • 39. • Escrita em 1888 e publicada em 1895, é uma das mais ácidas críticas de Nietzsche ao cristianismo. Vide a frase mais famosa: ―O evangelho morreu na cruz‖. O título original, Der Antichrist, pode significar tanto O Anticristo quanto O Anti-cristão. Ele não se baseou na figura bíblica do Anticristo. • Nietzsche não focou sua crítica em Jesus, mas no cristianismo. Ele faz diversas menções bíblicas e históricas evidenciando a deturpação provocada por Paulo de Tarso e, mais tarde, pelo catolicismo. Não obstante, critica também Lutero, sobre o qual afirma ter perdido a grande oportunidade de evitar a decadência alemã.
  • 40. •Sobre o budismo, ele afirma ser a religião do nada, na figura de Buda, o que se abdicou de tudo o que era humano. Contudo, ele predica que o budismo é ruim, mas salienta que o cristianismo é um mal ainda pior, pois tenta elevar os chandala (termo hinduísta para designar a pária, casta inferior). •É notável, entretanto a comparação que faz entre os livros sagrados cristãos e o Código de Manu, de origem brâmane. Considerando, a segunda, demasiado superior e que: ―esta sim pode ser considerada uma filosofia‖ (sic.). Ele afirma em seu prólogo: “Este livro é para os espíritos livres, pois só estes o compreenderão”.
  • 41. • Ecce Homo é uma das obras mais controvertidas de Nietzsche, publicada em meio ao agravamento de sua doença e transtorno mental. • A intenção de Nietzsche ao deixar esta última obra, pelas suas próprias palavras, era de não ser confundido ou mal compreendido. Tinha receio de ser ―santificado‖ ou idolatrado e, por isso mesmo, deixou claro que não era nem santo. • Neste livro cita bastante grandes autores. Explica o momento da vida no qual publicou cada uma de suas obras, dando, inclusive, em alguns casos, uma sinopse dos escritos.
  • 42. ―Tudo que é sólido desmancha no ar, tudo que é sagrado é profanado, e o homem é, finalmente, compelido a enfrentar de modo sensato suas condição reais de vida e suas relações com seus semelhantes.‖ Niilismo Quando os valores superiores perdem a importância
  • 43. O que é niilismo? Segundo o dicionário Houaiss, o termo niilismo é datado de 1877. Pode significar: 1. redução ao nada; aniquilamento; não-existência; 2. ponto de vista que considera que as crenças e os valores tradicionais são infundados e que não há qualquer sentido ou utilidade na existência; 3. total e absoluto espírito destrutivo, em relação ao mundo circundante e ao próprio eu.
  • 44. Em filosofia: • Para o filósofo escocês William Hamilton(1788-1856), doutrina que nega a existência de qualquer substância, ou realidade permanente, na constituição do universo . • Ideologia de um grupo revolucionário russo da segunda metade do século XIX, militante em prol da destruição das instituições políticas e sociais, para abrir caminho a uma nova sociedade, e favorável ao emprego de medidas extremas, inclusive terrorismo e assassínios : pode está ligado a ação anarquista, terrorista ou revolucionária.
  • 45. Para Nietzsche • No nietzschianismo, negação, declínio ou recusa, em curso na história humana e especialmente na modernidade ocidental, de crenças e convicções - com seus respectivos valores morais, estéticos ou políticos - que ofereçam um sentido consistente e positivo para a experiência imediata da vida.
  • 46. Niilismo Ativo • Em filosofia: no nietzschianismo, niilismo vital e necessário por ser capaz de destruir os valores tradicionais da civilização ocidental, abrindo caminho para a transmutação da moral hegemônica e o surgimento de um novo homem. Obs.: por oposição a niilismo passivo Niilismo Passivo • Em filosofia: no nietzschianismo, sentimento niilista característico da decadência moderna, e consistente na ausência de desejo pela vida, o que implica a inexistência de convicções, crenças fundamentais e valorações éticas. Obs.: por oposição ao a niilismo ativo
  • 47. •O Eterno Retorno é um conceito não acabado em vida pelo próprio Nietzche, trabalhado em vários de seus textos (No ―Assim falou Zaratustra‖; aforismo 341 do ―A gaia ciência‖; aforismo 56 do ―Além do bem e do mal‖. •Um dos aspectos do Eterno Retorno diz respeito aos ciclos repetitivos da vida: ―estamos sempre presos a um número limitado de fatos, fatos estes que se repetiram no passado, ocorrem no presente, e se repetirão no futuro, como por exemplo, guerras, epidemias, etc.‖
  • 48. •O que é indispensável notar é que esta teoria, que parece insensata e totalmente inverossímil a muitos, não é uma forma de percepção do tempo: o Eterno Retorno não é um ciclo temporal que se repete indefinidamente ao longo da eternidade. •O Mundo não é feito de pólos opostos e inconciliáveis, mas de faces complementares de uma mesma — múltipla, mas única — realidade. Logo, bem e mal, angústia e prazer, são instâncias complementares da realidade – instâncias que se alternam eternamente.
  • 49. •Como a realidade não tem objetivo, ou finalidade (pois se tivesse já a teria alcançado), a alternância nunca finda. Ou seja, considerando-se o tempo infinito e as combinações de forças em conflito que formam cada instante finitas, em algum momento futuro tudo se repetirá infinitas vezes. Assim, vemos sempre os mesmos fatos retornarem indefinidamente.
  • 50. De Nietzsche, o Existencialismo foi buscar o niilismo da ética sem hierarquia de valores – e por isso, uma ética absurda – e a negação de toda e qualquer metafísica deísta romântica.
  • 51. “Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste ato não será demasiada para nós? Não teremos de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca existiu ato mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste ato, de uma história superior a toda a história até hoje!” - Nietzsche "Assim falava Zaratustra", 1883
  • 52. •Quando volta à civilização, Zaratustra tem um diálogo com um velho, e logo em seguida se interroga: "será possível que este homem santo não saiba que deus morreu?" *(Nietzsche já havia feito essa afirmação na Gaia ciência, e desenvolve com Zaratustra). •A frase não é nem uma exaltação nem uma lamentação, mas uma constatação a partir da qual Nietzsche traçará o seu projeto filosófico de superar Deus e as dicotomias assentes em preconceitos metafísicos que julgam o nosso mundo - na opinião do filósofo - a partir de um outro mundo superior e além deste.
  • 53. •A morte de Deus metaforiza o fato de os homens não mais serem capazes de crer numa ordenação cósmica transcendente, o que os levaria a uma rejeição dos valores absolutos e à descrença em quaisquer valores. Isso conduziria ao niilismo, que Nietzsche considerava um sintoma de decadência associada ao fato de ainda mantermos uma 'sombra', um trono vazio, um lugar reservado ao princípio transcendente agora destruído, que não podemos voltar a ocupar. •Assumir a morte de Deus seria livrar-se dos pesados ídolos do passado e assumir sua liberdade, tornando-nos eles mesmos deuses.
  • 54. •Para substituir a divindade morta, Nietzsche sugere o além- homem (Super-homem): o bom senso da Terra. O que há de nobre do homem é ser ele um fim, e não um meio. O super- homem é a ponte, é ele o raio. O homem é algo que será superado. Ele é o resultado da vontade de potência exercida, um paradigma da virilidade e virtuosismo. Se coloca além do bem e do mal, e fez seus valores em pedaços. •Nietzsche, com o Ubermensch, explica os passos através dos quais o Homem pode tornar um 'Além-Homem': Através da transvaloração de todos os valores do indivíduo; da sede de poder (vontade de potência), em reavaliar ideais velhos ou em criar novos, e, de um processo contínuo de superação.
  • 55. • Em epistemologia, perspectivismo é a visão filosófica que toda percepção e pensamento tem lugar a partir de uma perspectiva que é alterável. •O conceito foi criado por Leibniz. O desenvolvedor e mais proeminente defensor da idéia é Nietzsche. Ele influenciou idéias similares em filósofos como José Ortega y Gasset.
  • 56. • O perspectivismo diferencia-se do objetivismo e do relativismo, apesar de semelhanças pontuais com um e outro. •Tal como o objetivismo, ou realismo, o perspectivismo defende que há uma única realidade. Tal como o relativismo, o perspectivismo conceitua que diferentes indivíduos percebem a realidade de forma distinta. •Mas, ao contrário do relativismo, o perspectivismo não diz que há tantas realidades quantas percepções da mesma.
  • 57. •Em Nietzsche, o seu mais importante conceito permeia as mais altas e baixas esferas da existência, estando como conceito cosmogônico e mesmo histórico ou psicológico. •A vontade de poder não é somente a essência, mas uma necessidade. A argumentação que se segue encontra-se em sua forma original em ―Eterno retorno‖ (textos de 1881).
  • 58. •Primeira proposição: o total da força que existe no universo é determinada, não infinita. Deduz-se que o número de situações, combinações dessa força é mensurável, ou seja também determinada e finita. •Segunda proposição: o tempo é infinito, e antes deste momento houve uma infinidade de tempo.
  • 59. •Estas preposições e suas conclusões partem de um raciocínio simples até seu mais alto grau de complexidade, só atingido em Nietzsche. •Ao não admitir a existência de Deus, do criador, admite-se que a matéria, a energia da qual é constituída o universo não pode ter sido criada. •Logo ela tem de existir originalmente e sempre, ou então há que se retornar à teoria da criação do nada. Se ela existe não-criada ela tem de ter estado aqui desde sempre. Já que ela existe desde sempre, se houvesse tendência ou estado a ser atingido, a eternidade é certamente tempo o bastante para que a tivesse atingido.
  • 60. •Vontade de Poder não está desta forma relacionada a nenhum tipo de força física, dinâmica ou outra, mas é a lei originária que regem estas forças secundárias na economia deste sistema chamado universo, ou mundo. • Vontade de poder, portanto, é esta lei originária, sem exceção nem transgressão que em si anima e é a própria essência de toda a realidade. É a essência e a própria ―luta das forças‖ que formam a economia universal.
  • 61. • “Amo os valentes; mas não basta ser espadachim – deve-se saber, também, contra quem sacar a espada!” – Zaratustra • Nietzsche, com sua admiração pelas personalidades fortes, determinadas a tudo, alinhou-se a Maquiavel. Ambos manifestaram sua preferência pelos homens titânicos que povoaram a época renascentistas.
  • 62. • Logo, uma das conclusões que Nietzsche chegou é de que em nome da preservação e do deleite da arte superior, perene, magnífica, qualquer sentimento ético ou humanitário passava a ser desprezível, senão mesquinho.
  • 63. •O darwinismo, difundido largamente após a publicação em 1859 da ―Origem das Espécies‖, ensinou que a Natureza é amoral. A sobrevivência dos seres existentes não é determinada por critério éticos, nem pelas regras do Bem e do Mal, mas sim pelo desenvolvimento da capacidade de sobrevivência e de adaptação. •Aos fracos cabe um destino inglório: a morte ou a submissão! – ―o fraco não tem direito à vida‖. Nietzsche de certa forma, ainda que com desavenças, elaborou a metafísica do darwinismo, fazendo da sua filosofia uma espiritualização da teoria da seleção das espécies e da vitória do mais capaz.
  • 64. • Nietzsche impressionou-se com a literatura de Dostoiévski, o criador do personagem niilista radical. Dessa forma, ao contrário de Dostoievski, não lamentou o surgimento desse novo ―animal- político‖, o niilista que vaga pelo mundo como um lobo solitário a serviço de algo que ele mesmo elegeu como razão de ser da sua existência. • Exalta-o como um exemplo do super-homem que não se detém perante qualquer prurido moral na concretização dos seus objetivos, sejam eles quais forem. Ele, esse personagem fantástico, assume na totalidade as implacáveis conseqüências de um mundo sem Deus, tirando disso as devidas conclusões morais.