2. Erasmo de Roterdão no
contexto do Renascimento
Erasmo de Roterdão foi um humanista esplêndido que teve o privilégio
de nascer e ganhar prestígio no Renascimento, período em que houve
um extraordinário progresso da arte, do pensamento, da literatura e de
toda a vida europeia no geral, foi também neste período que a Europa
recuperou da escuridão intelectual vivida na Idade Média.
Embora no Renascimento muitas pessoas tivessem dado mais
importância à Antiguidade Clássica e reconsiderado o pensamento
dessa época, o Renascimento procurava igualmente inovações.
Facto ajudado através das universidades espalhadas pela Europa que
originaram uma onda colossal de propagação de ideias.
3. Nascimento
Desidério
Erasmo
(nome
dado
à
nascença), nasceu a 27 de Outubro de
1466? em Roterdão (na Holanda/Países
Baixos). se sabe relativamente à sua
Pouco
família, porém há informações de que era o
segundo filho ilegítimo de um padre chamado
Gerardius de Präel e de uma mulher
conhecida apenas pelo seu nome: Margareth.
Todavia, ambos trataram de Erasmo até aos
seus últimos dias de vida, tendo sido vítimas
da peste negra em 1482.
4. Educação
Após a morte dos seus pais foi acolhido por religiosos da
ordem dos agostinianos.
Durante a sua infância teve o privilégio de ter a melhor
educação da época, em mosteiros religiosos. Posteriormente
foi para Paris aos 26 anos, hospedando-se entre os frades do
Colégio Montaigú. Iniciando a sua carreira académica na
Universidade de Paris através do estudo de Teologia no ano de
1495 e começa então a dar aulas de modo a fazer face à
austeridade (também vivida, nesta época, em Paris).
Seguidamente, viaja para a Inglaterra a convite de um aluno
em 1498/9, onde entra em contacto com vários
humanistas, nomeadamente o seu grande amigo, Thomas
More. Lá, estudou Grego na mais antiga das universidades
britânicas, a Universidade de Oxford. Em 1505, realiza um
sonho de longa data e vai para Itália onde permanece em
Veneza e depois Roma, sendo recebido pelo Papa Júlio
II, pelo que nesta “visita” à Península Itálica entende melhor a
importância da Antiguidade Clássica. E em 1509 volta para
Inglaterra.
“Ninguém pode escolher os próprios pais ou a pátria, mas
cada um pode moldar a sua personalidade pela educação”
- Erasmo
de Roterdão
5. Mentalidade
Algo que marca a mentalidade de Erasmo é o seu espírito
crítico, bastante inovador, acompanhado pela sua
discórdia relativamente ao domínio da Igreja sobre a
educação, a cultura e a ciência, mesmo sendo este um
clérigo, profundamente crente.
Erasmo era, como todos os humanistas da época,
extremamente atento ao mundo que o rodeava, era
igualmente da opinião de que o Homem tem livre escolha
sobre tudo aquilo que faz e de que é também o Homem
quem deve estar no centro das prioridades do mesmo
(Antropocentrismo).
“Não merece o doce quem não experimentou o amargo”;
“É muito mais honesto estar nu do que usar roupas transparentes”;
“Nenhum animal é mais calamitoso do que o homem, pela simples
asmo de Roterdão - de que todos se contentam com os limites da sua natureza, ao
razão
(adaptado)
passo que apenas o homem se obstina em ultrapassar os limites da sua”.
6. A sua Grande Obra:
O Elogio da Loucura
O Elogio da Loucura é considerado, por muitos, como sendo o
expoente máximo das obras de Erasmo de Roterdão e como
uma das obras que mais influenciou a população desta época
no que toca à Reforma Protestante.
Este ensaio foi escrito em 1509 na Inglaterra, quando Erasmo se
encontrava hospedado na casa do seu grande amigo: Thomas
More, a quem Erasmo dedicou o mesmo, e fora publicado em
1511, em latim e em grego.
Nesta obra, Erasmo, mostra bem o seu espírito crítico através
das suas críticas ao Papa, a reis, a cortesãos e às práticas
corruptas da Igreja. Este ensaio apresenta também várias
alusões à Antiguidade Clássica e termina com um testamento
claro dos ideias cristãos, sendo que, por último, todo o ensaio
está repleto de sátira e ironia.
Erasmo tem também várias outras obras como: De Duplici Copia Verborum et Rerum (1511), um texto de
“Os Papas guardam para sim Pais Cristãos (1521); Colóquios Familiares (1516-1536); a Libero
retórica para os estudiosos do latim; Os as honras e os prazeres que hoje rodeiamDo Santa
Arbítrio (1526), um panfleto que ridiculariza Martinho Lutero; As Navegações dos Antigos (1532), uma série
de contos; Preparação para a Morte (1533)Sé”
– todos estas obras bastante populares diante (adaptado)
do público
alfabetizado do Renascimento devido à imaginação inteligente e ao seu estilo claro e descritivo.
– Erasmo de Roterdão
7. Morte
Após uma longa vida, repleta de viagens e
conhecimento, Erasmo de Roterdão, fixou-se na Lovaina
(Bélgica) onde foi exposto a várias críticas por parte
daqueles
que
eram
contra
os
seus
princípios.
Portanto, procurou refúgio na Basileia (Suíça), onde recebeu
hospitalidade, podendo expressar-se livremente e onde
estava rodeado de amigos. Foi lá onde uma multidão de
admiradores de (quase) todos os cantos da Europa o vieram
visitar, como por exemplo Damião de Góis, um grande
humanista português que era bastante amigo de Erasmo.
Porém os anos foram passando e aos 69 anos morreu
devido a um súbito ataque de disenteria, a 11 de Julho de
1536 na Basileia, onde também se encontra sepultado na
Catedral da mesma.
“Muitos te odiarão se te amares a ti
próprio”
8. Conclusão
Com este trabalho fiquei a conhecer muito mais relativamente à
vida de Erasmo de Roterdão, por muitos considerado o “pai” do
humanismo cristão, pois foi ele quem abriu portas às Reformas
Protestantes, através de vários atos que praticou como o de traduzir o
Novo Testamento, abrindo portas para a interpretação real do
Cristianismo perante toda a população.
Fiquei igualmente a conhecer melhor a sua grandiosa obra: O
Elogio da Loucura, que influenciou bastante a população europeia
renascentista através das suas críticas à sociedade que cada vez
mais se afastava do ideal Cristão, da humildade e da entreajuda, por
parte das grandes elites.
Finalmente, tomo a liberdade de afirmar
que Desidério Erasmo de Roterdão será
sempre recordado como um dos maiores
impulsionadores do Renascimento e que
jamais será esquecido, pelo menos na
minha opinião.