Material da terceira aula de Teorias da Comunicação Digital do curso de pós-graduação em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais da PUC Minas em Poços de Caldas.
4. Mídia locativa
Conjunto de tecnologias e
processos infocomunicacionais
Conceito cujo conteúdo informacional
vincula-se a um lugar
específico.
5. Mídia Locativa
Categoria gramatical que
exprime lugar, indica
localização final ou o
locativo momento de uma ação.
6. Mídia locativa
Dispositivos informacionais digitais cujo
conteúdo da informação está diretamente
ligado a uma localidade.
7. Mídia locativa
Processo de emissão e
Estabelece uma relação
recepção de informação a
entre lugares e dispositivos
partir de um determinado
móveis até então inédita.
local.
8. Mídia locativa
Conjunto de processos e
tecnologias caracterizado
por emissão de informação
digital a partir de
lugares/objetos.
11. Para que servem as mídias locativas?
Servem para funções de
monitoramento, vigilância,
mapeamento,
geoprocessamento,
localização, anotações e
jogos.
12. Mídia locativa
Os lugares e objetos passam
a dialogar com dispositivos
informacionais, enviando,
coletando e processando
dados.
13. Mídias locativas
Têm sido bastante utilizadas
por empresas, artistas e
ativistas como forma de
marketing, publicidade, contr
ole de produto, escrita e
releitura do espaço
urbano, forma de apropriação
e ressignificação das cidades.
14. Mídias locativas
O termo foi proposto em
2003 por Karlis Kalnins, em
estudos com o objetivo de
distinguir as explorações
criativas do uso
corportativo dos “location-
based services”.
15. Antes de 2003 já havia
mídias locativas?
É possível existir mídias locativas analógicas, desvinculadas das
tecnologias da comunicação digital?
16. Mídias locativas analógicas?
Uma placa de pizzaria, de um hotel, por exemplo. Contém
uma informação agregada a uma localidade.
17. Mídias locativas analógicas
No entanto, essa informação é estática. Não há processamento
de informação, não se sabe quando foi vista, nem por quem,
nem para que uso.
18. Mídia locativa digital Mídia locativa analógica
Personalização da informação, Informação massiva genérica sem
identificação do usuário. Mídia feedback ou processamento.
“smart”.
Dados digitais e bancos de dados com Dados primários estáticos
informações de contexto local.
Emissão por redes sem fio e captação Estática, “vista ao acaso”.
em dispositivos móveis. Pervasiva e
sensitiva.
Processamento e customização da Não processa informação.
informação (controle,
monitoramento, personalização).
Dados variáveis e modificáveis em Dados estáveis.
tempo real.
20. Realidade Móvel Aumentada
Visualização das informações
sobre determinada localidade
Mobile Augmented Reality
num dispositivo
Applications (MARA)
móvel, “aumentando” a
informação.
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22. Mapeamento e monitoramento
de movimento
Funções locativas aplicadas a
formas de mapeamento
(mapping) e monitoramento
do movimento através de
dispositivos móveis.
23. Amsterdam Realtime
Tem como objetivo mapear os
percursos dos usuários As pessoas se adaptam ao
mostrando que uma cidade é seu entorno e extraem
feita de inúmeras cidades, e estrutura e identidade do
que o percurso constrói uma material ao seu alcance.
vivência específica.
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25.
26.
27. Geotags
O objetivo é agregar
informação digital em
mapas, podendo ser
acessadas por dispositivos
móveis.
28. Geotags
No Flickr, pode-se, a partir
de geotags, agregar
informação textual a mapas
de localidades específicas.
29.
30. Geotags
Projeto CitMedia: Combinação A informação é exibida em
de geotags e mapas e os internautas podem
jornalismo, agregando saber onde um evento
informações enviadas via SMS. jornalístico está acontecendo.
31. Geotags
City of Santa Monica Parking: Utiliza geotag para mostrar, em
tempo real, vagas livres em um estacionamento.
33. Anotações urbanas
Formas de apropriação do Anotações físicas: Cartazes,
espaço urbano a partir de bilhetes, outdoors,
escritas eletrônicas. grafites.
34. Anotações urbanas
As mídias locativas
permitem anotações
eletrônicas usando
celulares, palms, etiquetas
RFID ou redes bluetooth
para indexar mensagens
(SMS, vídeo, foto) a
lugares.
35. Anotações urbanas
Projeto Yellow Arrows:
projeto global de arte pública
dedicado ao
compartilhamento de
experiências locais. Sempre inspirados por
elementos materiais dos
locais onde são
o processo tem início quando afixados, esses textos variam
um participante do projeto entre pequenos fragmentos
afixa em determinado ponto da poéticos, histórias pessoais e
cidade uma seta amarela com propostas de ação.
um código único e, em seguida,
envia por SMS um pequeno
texto à central do projeto.
36. Anotações urbanas
Quando outra pessoa encontra a Yellow Arrow, ela envia uma
mensagem o código da seta para o número da central e imediatamente
recebe um SMS com o texto previamente cadastrado.
37.
38. Anotações urbanas
Música + Compartilhamento +
Mobilidade. Os usuários do
metrô podem fazer upload de
Undersound
músicas para sistemas e
podem baixar músicas
deixadas por outros usuários.
39.
40.
41. Anotações urbanas
Os usuários podem agregar
informações a um local a
partir de SMS. O sistema
Geonotes localiza por GPS
automaticamente onde o
usuário está, mostrando as
mensagens indexadas.
42.
43.
44.
45. Wireless Mobile Games
Trata-se de jogos realizados
nos espaços urbanos que Também são conhecidos como
agregam várias funções das jogos urbanos.
mídias locativas.
46. Wireless Mobile Games
O objetivo é procurar pelo Tio
Roy pela cidade e encontrá-lo
em 60 minutos. Utiliza-se um
Uncle Roy All Around
palmtop para receber as
informações sobre a
localização do seu alvo.
47. Wireless Mobile Games
No final do jogo o Uncle Roy
faz várias perguntas aos
O Uncle Roy envia mensagens
jogadores, incluindo: "Quando
e instruções para o jogador e
você pode começar a confiar
os jogadores que estão na rua
em um estranho?". Os
interagem com os jogadores
criadores do jogo afirmam
que estão online.
que seu objetivo é explorar os
limites entre estranhos.
48. Wireless Mobile Games
Versão de rua do pacman
original. Os jogadores
representam o Pacman e os
PAC-Manhattan fantasminhas. A
coordenação se dá por
telefones celulares e redes
wi-fi.
49.
50. Wireless Mobile Games
O Pac-Man come as bolinhas
Cada jogador tem um
(que não existem de verdade)
"general" que fica em uma
simplesmente atravessando
sala de controle, olhando num
um quarteirão inteiro da
mapa. Sempre que um
cidade. Alguns cruzamentos
jogador atinge um
têm comprimidos de
cruzamento, ele informa sua
energia, que tornam o Pac-
posição ao general que, com
Man invencível e permitem
os dados, pode rastrear sua
que ele coma fantasmas
localização no mapa.
durante dois minutos.
55. Paisagem comunicacional
contemporânea
Formada por processos
massivos, com o fluxo
informacional centralizado, e
pós-
massivos, customizados, onde
qualquer um pode
produzir, processar, armazena
r e circular a informação
sobre vários formatos e
modulações.
56. Hibridação
Do espaço físico com o ciberespaço
O fluxo de comunicação se dá por redes sem fio e dispositivos
móveis, o que caracteriza a comunicação ubíqua, senciente e
pervasiva das mídias locativas.
57. O espaço urbano é
socialmente produzido
A cidade é o espaço físico das práticas sociais e o urbano é a
invenção dessas práticas.
As mídias locativas permitem a ressignificação dos ambientes.
58. O espaço urbano é
socialmente produzido
O urbano da cibercidade
Ciberurbe
Dimensão simbólica
imaginária, informacional das
cibercidades contemporâneas.
59. Novo lugar para as
trocas informacionais
A esfera midiática emerge de objetos que emitem localmente
informações que são processadas através de artefatos móveis.
60. Espaço + mobilidade + tecnologia
Relação das mídias
locativas com a
ciberurbe
61. Mídias locativas e ciberurbe
As mídias locativas são, portanto formas de apropriação e
transformação do espaço urbano.
Andar como forma de criar território: apropriação do sistema
topográfico pelo pedestre. Formas de desterritorialização e, ao
mesmo tempo, novas territorializações pelo controle do fluxo
informacional.
62. Território Informacional
Área de controle do fluxo
É um espaço formado pela
informacional digital em uma
relação entre o espaço
zona de interseção entre o
eletrônico e o espaço físico. É
ciberespaço e o espaço
um espaço movente, híbrido.
urbano.
63. Território Informacional
Cria um lugar dependente dos
espaços físicos e eletrônicos.
O lugar se configura por
atividades sociais que criam
pertencimentos.
64. Mídia locativa e
territórios informacionais
O indivíduo controla o fluxo
de entrada e saída da
A grande diferença: Sinergia informação no espaço aberto.
entre o espaço urbano, a O controle da informação em
mobilidade social e o espaço mobilidade e no espaço
eletrônico. público constitui a grande
diferença em relação aos
meios massivos.
65. Cinco heterotopias do
controle informacional
A heterotopia é uma espaço real, formado na própria fundação
da sociedade (Foucault).
66. Cinco heterotopias do
controle informacional
A cibercultura cria
1. Toda cultura cria
heterotopias do controle
heterotopias. informacional.
67. Cinco heterotopias do
controle informacional
2. A heterotopia Redimensiona as
muda de função com heterotopias do
o tempo. desvio, do cumulativo.
68. Cinco heterotopias do
controle informacional
3. A heterotopia O espaço informacional é
sobrepõe vários um exemplo dessa
reconfiguração de
espaços em um só espaços porque é uma
espaço (ex: Cinema, intersecção entre o
teatro). urbano e o eletrônico.
69. Cinco heterotopias do
controle informacional
4. A heterotopia está
ligada a pequenas Tempo real de acesso e
parcelas de tempo controle da informação.
(festivais, feiras).
70. Cinco heterotopias do
controle informacional
5. As heterotopias
O acesso é para os que
tem um sistema de
possuem senhas
abertura/fechamento informacionais.
.
71. Cinco heterotopias do
controle informacional
Esses cinco princípios podem ser encontrados nos
territórios informacionais. Eles são, portanto, heterotopias
do controle informacional.
72. Mídia locativa e territórios
informacionais
Os rios informacionais o vinculados aos demais
rios, sejam eles culturais, ticos, subjetivos,
corporais, ficos, e o m utilizados para
monitoramento, vigilância e controle sobre os duos e
seus movimentos na ciberurbe.
73. Mídia locativa e territórios
informacionais
Reconhecer os rios informacionais pode ser til
como instrumento tico, mas m tico e
comunicacional, já que se trata da o de direito
privacidade, a processos de vigilância e controle.
74. Mídia locativa e territórios
informacionais
Para m da publicidade
cil e do marketing das
dia locativas, heterotopias empresas, deve-se
do controle informacional, encorajar a o de
rios informacionais do, a o
o reconfigurando as criativa do espaço
ticas comunicacionais nas urbano, a o para
cidades. com os processos de
o da privacidade, de
controle e de vigilância.
76. Transformações da rede
Não deixam de comportar
Redes: Estratégias de relações de poder
interações sociais, espaços expressas nas disputas,
de intercâmbios flexíveis e hierarquias e assimetrias
em constante movimento. que constituem a esfera da
comunicação e da cultura.
77. As redes sociais
Configuram interações Podem apresentar-se como
entre os sujeitos. redes informais ou podem
ser organizadas formal
/institucionalmente.
Ou ainda podem ser
híbridas, entre as duas
configurações.
78. Complementaridade dos meios
No entanto, ela não
representa o fim dos meios
de comunicação de massa.
As redes sociais permitem
A comunicação massiva
uma nova lógica de
continua a existir, mas é
produção, na qual o sujeito
impactada (e transformada)
pode participar do
por um modelo de
processo.
comunicação que amplia o
espaço de participação do
público.
79. Nova lógica
Passa a existir uma
interdependência entre as Como uma mídia usa
mídias, que vai ser estéticas ou conteúdos
chamado de convergência desenvolvidos para outra
midiática, multimidialidade mídia.
ou remidiação*.
80. Remidiação e convergência
A novidade das mídias digitais estaria em suas estratégias
singulares de remidiação da televisão, do cinema, da
fotografia e da pintura, e de outros meios, através de
releituras, referências, adaptação dos seus
conteúdos, formatos e linguagens. (Bolter e Gruisin)
Convergência dos modos de codificação: possibilidade de
“empacotar”, em um único formato (no caso, o código
binário), enunciados originalmente pertencentes a categorias
semióticas distintas (texto, som e imagem). Essa
indiferenciação viabiliza a reunião de tipos distintos de
mensagens em um único suporte. (Fragoso)
81. Convergência
a convergência pode ser Ela pode ser
pensada tanto como modo entendida, ainda, como
de apropriação do reconfiguração do sistema
conteúdo, através do uso econômico e organizacional
combinado de diferentes das mídias administrado
mídias, como padronização por grandes grupos que, na
do formato de maioria das
armazenamento e vezes, unificaram o
distribuição, e como processo produtivo para
referência de uma mídia diferentes
em outras, através da mídias, gerando, frequente
aproximação de linguagens mente, uma hibridação do
e lógicas. conteúdo.
82. A cultura da convergência
Jenkins: Fluxo de
conteúdos através de
múltiplas plataformas de
O público passa a ir a quase
mídia, à cooperação entre
qualquer parte em busca de
múltiplos mercados
experiências de
midiáticos e ao
entretenimento.
comportamento migratório
dos públicos dos meios de
comunicação.
83. Convergência
A convergência representa
uma transformação
cultural, à medida que
Envolve as mídias
consumidores são
tradicionais, o sujeito
incentivados a procurar
comum e a apropriação
novas informações e fazer
popular.
conexões em meio a
conteúdos de mídia
dispersos.
84. Participação
A convergência não A convergência está no
acontece a partir de cérebro dos consumidores
aparelhos, por mais individuais.
sofisticados que estes
venham a ser.
A convergência está nas
interações sociais dos
consumidores com os
outros.
85. Coletivo
É uma inteligência distribuída por
toda a parte, incessantemente
Até mesmo o consumo valorizada, coordenada em tempo
virou uma experiência real, que resulta em mobilização
coletiva, integrante de efetiva das competências.
uma inteligência Acrescentemos à nossa definição
coletiva, como conceitua este complemento indispensável: a
Pierre Lévy. base e o objetivo da inteligência
coletiva são o reconhecimento e o
enriquecimento mútuo das pessoas
86. Inteligência Coletiva
A inteligência coletiva pode
Nenhum de nós pode saber ser vista como uma fonte
tudo; cada um de nós sabe alternativa de poder
alguma coisa; podemos midiático.
juntar as peças, se
associarmos nossos recursos No entanto, esse poder tem
e unirmos nossas sido utilizado mais
habilidades. frequentemente para fins
recreativos.
88. Convergência Midiática
Consumidores estão
aprendendo a acelerar o fluxo
É um processo tanto
de conteúdo de mídia pelos
corporativo, de cima para
canais de distribuição para
baixo, quanto um processo
aumentar as oportunidades de
de consumidor, de baixo
lucros, ampliar mercados e
para cima.
consolidar seus compromissos
com o público.
89. Convergência Midiática
Às vezes, convergência
corporativa e convergência
alternativa se fortalecem
mutuamente, criando
relações mais próximas e
mais gratificantes entre
produtores e consumidores
de mídia...
90. Convergência Midiática
Às vezes essas duas forças
entram em guerra, e essas
batalhas irão redefinir a
face da cultura popular.