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UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL
ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
MODALIDADE A DISTÂNCIA
TURMA 1 – JULHO DE 2011
IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO NA
UNIDADE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA VENEZA NO MUNICÍPIO DE
SÃO JOSÉ DO NORTE - RS
MARIANA GONZALEZ CADEMARTORI
Pelotas, 2012
1
MARIANA GONZALEZ CADEMARTORI
IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO NA
UNIDADE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA VENEZA NO MUNICÍPIO DE
SÃO JOSÉ DO NORTE - RS
Orientador: Roberta Antunes Machado
Pelotas, 2012
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Especialização
em Saúde da Família/Modalidade à
distância da Universidade Federal de
Pelotas e Universidade Aberta do SUS
(UNASUS), como requisito parcial para a
obtenção do título de Especialista em
Saúde da Família.
2
Banca examinadora:
Denise Bermuda Pereira
Denise da Silveira
Roberta Antunes Machado (Orientadora)
3
Resumo
CADEMARTORI, Mariana Gonzalez. Implantação de um Programa de Pré-Natal
Odontológico na Unidade de Estratégia de Saúde da Família Veneza no
município de São José do Norte – RS. 2012. 71fs. Trabalho de Conclusão de
Curso – Especialização em Saúde da Família. UNASUS - Universidade Federal de
Pelotas, Pelotas.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é uma ação prioritária para a reorganização da
atenção básica no Brasil, importante tanto na mudança do processo de trabalho
quanto na precisão do diagnóstico situacional, alcançada por meio da adscrição de
clientela e aproximação da realidade sociocultural da população e da postura pró-
ativa desenvolvida pela equipe (BRASIL, 2006). O município de São José do Norte
possui cinco unidades de ESF. Essa situação reflete negativamente na atenção
odontológica às gestantes, por limitar-se a ações curativas advindas da livre
demanda. É importante uma atenção odontológica especial às gestantes devido às
alterações que ocorrem no período gravídico. O objetivo deste trabalho foi implantar
um programa de pré-natal odontológico na Unidade de Estratégia de Saúde da
Família do bairro Veneza, no município de São José do Norte (RS). O programa de
intervenção foi implantando e acompanhado ao longo de quatro meses (Abril a Julho
de 2012). Ao longo dos quatro meses, as ações foram desenvolvidas com base em
quatro eixos pedagógicos a fim de que se alcançassem metas estabelecidas: (1)
Organização e gestão do serviço, (2) Monitoramento e avaliação, (3) Engajamento
público e, (4) Qualificação da prática clínica. A população estudada foram as 24
gestantes que moravam no bairro Veneza e que participavam do acompanhamento
de Pré-Natal da unidade. Ao final dos quatro meses de intervenção foi alcançado um
percentual de 94,4% de gestantes presentes nos grupos de educação continuada,
índice abaixo do percentual esperado. Quanto à proporção de gestantes que foram
atendidas pelo Odontólogo da UBS Veneza, ao final do terceiro mês de intervenção,
as gestantes estavam sendo atendidas em sua totalidade. O indicador que avaliou a
proporção de gestantes com saúde bucal adequada atingiu em excelência a meta
proposta, visto que 100% das gestantes tiverem alta dos procedimentos curativos,
apresentando uma saúde bucal adequada. Quanto ao traçado do perfil
sociodemográfico, a maioria das gestantes (50%) tinha entre 20 e 29 anos, 72,2%
viviam em união e não terminaram de cursar o primeiro grau (44,4%). Foi observado
um percentual de 77,8% de gestantes com renda familiar inferior a 1 salário mínimo.
Um percentual de 66,7% foi identificado para as mulheres que tiveram sua primeira
gestação antes dos 20 anos de idade. Além disso, 48,9% das gestantes estavam na
sua primeira gestação, sendo que 66,7% das mulheres já tinham sofrido aborto e
61,1% eram fumantes. Estas mulheres iniciaram o Programa de Pré-Natal
Odontológico no segundo semestre de gestação (83,3%), sendo que 94,4% das
gestantes necessitavam de algum tratamento curativo. Este trabalho apresenta os
resultados de quatro meses de implantação de um programa de acompanhamento
das gestantes em uma Unidade de Estratégia de Saúde da Família. Os primeiros
meses de acompanhamento odontológico no Pré-Natal propiciaram uma mudança
de hábitos comportamentais das gestantes em relação à higiene bucal e há uma
tendência de que isto seja refletido na saúde bucal de seus bebês. Uma maior
adesão das gestantes ao tratamento odontológico proporcionou melhores condições
4
de saúde durante o período gestacional e permitiu um planejamento e tratamento
integrais e multiprofissionais das gestantes, o que vai ao encontro dos objetivos das
unidades de Estratégia da Saúde da Família.
Palavras-Chaves: Odontologia; Gestantes, Saúde da Família.
5
Lista de Gráficos
Gráfico 1 Proporção de gestantes presentes nos grupos de apoio e
educação continuada.
57
Gráfico 2 Proporção de gestantes que receberam orientação sobre os
riscos do tabagismo e do uso de álcool e drogas na gestação.
58
Gráfico 3 Proporção de gestantes que receberam orientação quanto à
saúde bucal durante a gestação.
58
Gráfico 4 Proporção de gestantes que estão sendo atendidas pelo
Odontólogo da UBS Veneza.
59
Gráfico 5 Proporção de gestantes que buscaram o atendimento de
urgência em saúde bucal em cada mês.
60
Gráfico 6 Proporção de gestantes cadastradas pela equipe que tiveram
acesso a atendimento odontológico.
61
Gráfico 7 Proporção de gestantes com saúde bucal adequada. 62
Gráfico 8 Média dos índices de placa visível das gestantes. 63
Gráfico 9 Proporção de gestantes com atraso na consulta em relação ao
preconizado pelo Protocolo de atendimento.
64
6
Lista de Figuras
Figura 1 - Mapa de localização do município de São José do Norte - RS 52
7
Sumário
Resumo ......................................................................................................................3
Lista de Gráficos .......................................................................................................5
Lista de Figuras.........................................................................................................6
1 APRESENTAÇÃO..............................................................................................10
2 RELATÓRIO DA ANÁLISE SITUACIONAL ......................................................12
2.1 Situação da ESF/APS na terceira semana de ambientação ...................12
2.2 Painel de Problemas ..................................................................................13
2.3 Diagrama de Inter-relações .......................................................................13
2.4 Árvore de Problemas .................................................................................14
2.5 Árvore de Objetivos ...................................................................................14
2.6 Situação da ESF/APS – Setembro 2011 ...................................................15
3 ANÁLISE ESTRATÉGICA – PROJETO DE INTERVENÇÃO ...........................17
3.1 Tema............................................................................................................17
3.2 Justificativa ................................................................................................17
3.3 Objetivos.....................................................................................................19
3.3.1 Objetivo geral..........................................................................................19
3.3.2 Objetivos específicos .............................................................................19
3.4 Metas...........................................................................................................19
3.5 Metodologia ...................................................................................................20
3.5.1 Preparando a Intervenção......................................................................20
3.5.1.1 Protocolo adotado...............................................................................20
3.5.1.2 Sistema de registro e monitoramento das ações .............................20
3.5.1.3 Ações a serem desenvolvidas com base nos quatro Eixos
Pedagógicos.........................................................................................................21
8
3.5.1.4 Materiais necessários para a implantação das ações......................24
3.5.1.5 Indicadores de monitoramento das ações ........................................24
3.5.1.6 Atribuições de cada membro da equipe............................................26
3.5.2 Cronograma................................................................................................27
3.6 Referências Bibliográficas ...........................................................................29
Apêndices ................................................................................................................30
APÊNDICE A ............................................................................................................31
APÊNDICE B ............................................................................................................33
APÊNDICE C ............................................................................................................34
APÊNDICE D ............................................................................................................36
APÊNDICE E ............................................................................................................37
APÊNDICE F.............................................................................................................40
APÊNDICE G............................................................................................................42
4 RELATÓRIO DE INTERVENÇÃO......................................................................43
4.1 Quanto às ações previstas e desenvolvidas no projeto: facilidades e
dificuldades, cumpridas integral ou parcialmente............................................43
4.2 Quanto às ações previstas e não desenvolvidas: motivos. ...................46
4.3 Quanto à coleta e sistematização dos dados: dificuldades no
preenchimento da planilha e no cálculo dos indicadores................................47
4.4 Quanto à incorporação das ações na rotina do serviço: análise da
viabilidade, aspectos que precisam melhorar para viabilizar..........................48
5 RELATÓRIO DOS RESULTADOS DA INTERVENÇÃO ...................................49
5.1 Introdução...................................................................................................49
5.2 Metodologia ................................................................................................51
5.2.1 População-alvo .......................................................................................51
5.2.2 Ações realizadas no Programa de Intervenção....................................52
9
5.2.3 Indicadores do Estudo ...........................................................................54
5.2.4 Logística ..................................................................................................55
5.3 Resultados..................................................................................................56
5.4 Discussão ...................................................................................................64
5.4.1 Resumo do que alcançou com a intervenção:.....................................64
5.4.3 Importância da intervenção para o serviço: .........................................65
5.4.4 Importância da intervenção para a comunidade:.................................65
5.4.5 O que faria diferente caso fosse realizar a intervenção neste
momento?.............................................................................................................65
5.4.6 Viabilidade de incorporar sua intervenção à rotina do serviço/que
melhorias pretende fazer na ação programática:..............................................65
5.4.7 Quais os próximos passos para melhorar a atenção à saúde no
serviço: .................................................................................................................66
Anexo .......................................................................................................................67
6 REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE SEU PROCESSO PESSOAL DE
APRENDIZAGEM E NA IMPLANTAÇÃO DA INTERVENÇÃO ...............................69
10
1 APRESENTAÇÃO
São José do Norte é um município que está localizado na Planície Costeira do
Rio Grande do Sul. Faz parte de uma península situada entre o Oceano Atlântico e a
Lagoa dos Patos. Possui uma população estimada em 25.474 habitantes, conforme
dados do Instituto Brasileiro Geográfico e de Estatística (IBGE) coletados no censo
realizado em 2010 (IBGE, 2012).
O município está distante cerca de 372 quilômetros da capital do Estado, e
aproximadamente 8 quilômetros da cidade de Rio Grande. O acesso à cidade de Rio
Grande ocorre por travessia hidroviária pela Laguna dos Patos (SJN, 2012).
A economia deste município está apoiada na agricultura, pesca, extrativismo
vegetal e turismo ecológico e litorâneo. A cebola, o arroz e as florestas de pinus
destacam-se como suas principais riquezas agrícolas (SJN, 2012).
Além disso, a futura instalação do Estaleiro EBR, para construção de
plataformas, surge como atrativo econômico e de crescimento populacional pontual,
ou seja, em um curto espaço de tempo o Município estará gerando um grande
número de empregos (SJN, 2012).
A cidade está subdividida em três distritos, o bairro Veneza está situado no
distrito do Centro. No bairro há uma unidade de Estratégia de Saúde da Família
(ESF) com a equipe completa. A equipe é composta por um odontólogo, uma
enfermeira, um médico, uma técnica em enfermagem, uma auxiliar de consultório
dentário, seis agentes comunitárias, uma recepcionista e um higienizador.
A ESF Veneza, unidade na qual será desenvolvida a intervenção, conta com
13 profissionais, sendo três de nível superior (médico, enfermeira e odontólogo), um
técnico de enfermagem, seis agentes comunitárias de saúde (ACS) e o restante de
apoio (recepcionista, técnico de higienização e uma auxiliar de consultório dentário).
11
O estudo será realizado na ESF Veneza com a implantação de um programa
de intervenção de pré-natal odontológico. Busca-se estabelecer, além disso, uma
atividade multidisciplinar envolvendo a participação de toda a equipe.
12
2 RELATÓRIO DA ANÁLISE SITUACIONAL
2.1 Situação da ESF/APS na terceira semana de ambientação
Julho 2011. Estratégia de Saúde da Família Veneza no município de São
José do Norte: A situação da unidade básica de saúde (UBS) é complexa. Os
gestores não defendem os interesses dos profissionais, tão pouco os da população.
O local da UBS é de difícil acesso, inclusive um barranco de terra já provocou
inúmeras quedas de idosos.
O prédio apresenta inúmeros problemas de infraestrutura: o piso apresenta
buracos, algumas portas estão quebradas, não há um espaço apropriado para a
farmácia, os medicamentos estão dispostos em um pequeno armário. Quando atinge
a lotação máxima, os outros medicamentos ficam literalmente “empoeirados”,
empilhados uns sobre os outros. Quando chove, há goteiras próximas aos
medicamentos. Além disso, não há uma sala para observação e vacinação.
Alguns equipamentos estão estragados, outros danificados pelo tempo e uso
diário. O que há são apenas promessas de futuros consertos ou equipamentos
novos. Há carência de instrumentais e materiais para que os trabalhos da equipe
sejam executados em excelência, embora exista o empenho e a vontade por parte
dos profissionais.
É visível a integridade e os valores da equipe, principalmente refletidos na
comunidade. No entanto, ainda se está muito distante de uma situação digna de
elogios no que se refere ao funcionamento e infraestrutura da UBS – requisitos estes
que dependem em uma parcela elevada de gestores e secretários da saúde.
13
2.2 Painel de Problemas
2.3 Diagrama de Inter-relações
14
2.4 Árvore de Problemas
2.5 Árvore de Objetivos
15
2.6 Situação da ESF/APS – Setembro 2011
Passadas algumas semanas do início do curso e adquirindo certos
conhecimentos a respeito da Estratégia da Saúde, normas e diretrizes do Programa,
material didático e explicativo das ações comunitárias e sua importância para a
efetividade do Programa confesso que minha visão a cerca da realidade que me
rodeia tem-se tornado mais crítica e realista. De início foi um choque com o
extermínio de minhas utopias, mas tendo consciência do que realmente pode ser
feito e do que tem que ser mudado as coisas passam a adaptar-se melhor no dia-a-
dia e respostas são encontradas para os questionamentos, além de resolutividade
para os problemas.
A situação da UBS Veneza não melhorou absolutamente em nada. Ao
contrário, a dentista da UBS está há quase um mês sem trabalhar, pois o
equipamento estragou e não há previsão de conserto. A estrutura inadequada do
prédio persiste, não permitindo acesso a deficientes físicos, falta local adequado
para o abrigo dos medicamentos, faltam materiais para trabalho e a população
continua de olhos fechados, conformada com a situação. Segundo ela, está assim
em todo o país.
E para tornar a situação mais agravante, o salão da Igreja da comunidade não
está mais disponível para as reuniões de grupo com a comunidade. Este seria
“emprestado” para as atividades realizadas pela UBS em troca de “favores” que não
foram aceitos pela equipe da UBS por ferir certos princípios, como igualdade.
Entretanto, a enfermeira e a dentista estão dialogando com a equipe e a
comunidade, no intuito de transmitir os conhecimentos adquiridos com o curso para
tornar o campo de visão deles mais amplo e passível de mudanças. Pretende-se
implantar núcleos de avaliações das ações e controle da execução destas, além de
um Conselho Local de Saúde, para que a população se torne ativa no processo de
saúde.
Ainda há o problema de falta de governabilidade na resolução da maioria dos
problemas, mas outros podem ser adaptados à realidade vivenciada em prol da
comunidade, tão carente de atenção e conhecimento, tanto dos seus direitos quanto
dos seus deveres. Já é possível identificar, mesmo que pequenas, manifestações de
16
insatisfação e o anseio por mudanças por parte da equipe e de pessoas da
comunidade.
Mesmo que tarde, ainda hão de serem observados os benefícios que
ocorrerão na prática diária do atendimento na unidade quando for abandonada a
passividade. Interessante perceber a modificação na visão da realidade diante da
aquisição de conhecimento.
Em leitura da primeira análise situacional, ratificam-se os mesmos problemas
mencionados e até novos, mas já se encontram soluções para alguns que estão ao
alcance – dentro de limitações – da equipe. Este crescimento foi possível com o
aperfeiçoamento e conhecimentos adquiridos no curso.
17
3 ANÁLISE ESTRATÉGICA – PROJETO DE INTERVENÇÃO
3.1 Tema
 Qualificação do Pré-Natal Odontológico
3.2 Justificativa
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é uma ação prioritária para
reorganização da atenção básica no Brasil. É importante tanto por ser uma mudança
no processo de trabalho como por fornecer uma precisão do diagnóstico situacional.
Isto é alcançado por meio da adscrição de clientela e aproximação da realidade
sociocultural da população, além da postura pró-ativa desenvolvida pela equipe
(BRASIL; 2006).
A saúde como direito tem sido uma conquista social do estado brasileiro,
principalmente a partir da Constituição de 1988. A Saúde Bucal integrante do
contexto saúde, cada dia mais desponta como uma preocupação, tanto no enfoque
da promoção e prevenção, quanto assistencial (SILVEIRA FILHO; 2002).
Conforme as atuais Políticas Públicas de Saúde, a promoção de saúde bucal
é a nova meta dos cirurgiões-dentistas integrados à estratégia da família. Trabalhar
não somente com a doença, mas principalmente com pessoas saudáveis, a fim de
orientá-las e educá-las quanto à prevenção, podendo assim conscientizar um
público-chave bastante interessado e com força suficiente para desenvolver hábitos
saudáveis na futura geração: as gestantes (SILVA, MARTELLI; 2009).
A gestação é um acontecimento fisiológico, com alterações orgânicas
naturais, mas que impõe aos profissionais da saúde a necessidade de
conhecimentos para uma abordagem diferenciada. O estado da saúde bucal
apresentado durante a gestação tem relação com a saúde geral da gestante e pode
influenciar na saúde geral e bucal do bebê (BRASIL, 2006).
18
Os odontólogos devem trabalhar de forma articulada com os demais
profissionais da equipe. Em relação às gestantes, deve trabalhar em permanente
interação com os profissionais responsáveis pelo seu atendimento, integrando ações
curativas, preventivas e de promoção em saúde (BRASIL, 2006).
O município de São José do Norte possui cinco unidades de ESF, sendo duas
apenas com a equipe completa. Essa situação reflete negativamente na atenção
odontológica às gestantes, que acaba por limitar-se a ações curativas advindas da
livre demanda para o atendimento de urgência. Vale ressaltar que grande parte dos
moradores do referido município apresenta baixo nível social, econômico e
intelectual, fatores que por si só já oferecem riscos a um desenvolvimento pleno e
saudável com consequências sérias na saúde bucal das mães e de seus filhos.
A ESF Veneza, unidade na qual será desenvolvida a intervenção, conta com
13 profissionais, sendo três de nível superior (médico, enfermeira e odontólogo), um
técnico de enfermagem, seis agentes comunitárias de saúde (ACS) e o restante de
apoio (recepcionista, técnico de higienização e uma auxiliar de consultório dentário).
A população da área de abrangência é carente e necessita de uma equipe de
saúde resolutiva e integrada nos saberes interdisciplinares, com atenção especial às
gestantes e a inclusão de ações de saúde bucal e no pré-natal. Dados obtidos a
partir do trabalho das Agentes Comunitárias da Unidade apresentaram 100% de
acompanhamento das gestantes. Além disso, um alto índice de gestantes foi
acompanhada desde o primeiro trimestre de gestação (75,0%), e 21,2% de
gestantes tinham acima dos 20 anos de idade. Atualmente vinte e quatro gestantes
estão sendo acompanhadas pelo pré-natal. Este dado é semanalmente atualizado
pelas ACS no intuito de que 100% destas sejam acompanhadas pela unidade. Deve-
se salientar que, na atenção a este grupo, a educação e a promoção da saúde
devem caminhar juntas.
Diante das questões apresentadas, salienta-se a importância de uma atenção
odontológica especial às gestantes devido às alterações que ocorrem no período
gravídico, sendo de fundamental importância o papel do cirurgião-dentista. Este
deve não somente realizar o tratamento curativo quando necessário, mas também
avaliar os riscos à saúde bucal, prevenir hábitos orais inadequados e doenças
bucais, reforçar conceitos sobre a importância do aleitamento materno e uma
alimentação saudável. Tornar-se ativo no seu papel diante da equipe e da
19
comunidade tornará a sua participação efetiva no pré-natal multiprofissional
qualificando a atenção às gestantes da ESF Veneza.
Cabe esclarecer que a princípio, o objetivo do trabalho seria implantar um
Conselho municipal da Saúde conforme apresentado na “Árvore de Objetivos”.
Diante das dificuldades apresentadas e a intransigência dos coordenadores da
Secretaria Municipal da Saúde e a falta de apoio dos demais profissionais do
município, este objetivo não foi aplicado. Portanto, avaliado o programa de
atendimento odontológico optou-se por implantar um programa de Pré-Natal
Odontológico.
3.3 Objetivos
3.3.1 Objetivo geral
 Melhorar a Atenção Odontológica às Gestantes.
3.3.2 Objetivos específicos
 Promover educação em saúde bucal às gestantes;
 Aumentar a adesão das gestantes, cadastradas no programa de Pré-Natal da
unidade, ao atendimento odontológico;
 Melhorar a qualidade das ações de saúde bucal das gestantes durante o Pré-
Natal;
 Aperfeiçoar o registro e coleta das informações sobre as gestantes.
3.4 Metas
 Cadastrar 100% das gestantes da área adscrita;
 Atender 100% das gestantes no consultório odontológico durante o
acompanhamento do Pré-Natal;
20
 Orientar 100% das gestantes sobre os riscos de tabagismo, do uso de álcool
e drogas durante a gestação – com ênfase na Odontologia;
 Garantir a 100% das gestantes o recebimento de orientações quanto a
questões de saúde bucal na gestação;
 Reduzir em 90% a busca pelo atendimento de urgência em saúde bucal por
gestantes.
 Aumentar para 100% a frequência nas consultas odontológicas por parte das
gestantes;
 Atingir 90% das gestantes com adequação da saúde bucal mediante as
possibilidades da UBS Veneza durante o Pré-Natal.
3.5 Metodologia
3.5.1 Preparando a Intervenção
3.5.1.1 Protocolo adotado
Foi adotado o “Protocolo Integrado de Atenção à Saúde Bucal”, instituído pela
Secretaria da Saúde de Curitiba, no ano de 2004, e aprovado pelo Ministério da
Saúde.
3.5.1.2 Sistema de registro e monitoramento das ações
O Registro Específico foi realizado na Carteira da Gestante, Ficha SIA-SUS
preenchidas em cada consulta, bem como em Fichas Específicas elaboradas e
adaptadas a partir da Ficha de Acompanhamento da Gestante - SISPRENATAL,
Carteira da Gestante, e da Ficha de Pré-Natal (Apêndice A).
21
Para o Monitoramento das ações foi estruturada uma Ficha Clínica Específica
(Apêndice B) para o controle das gestantes contendo os indicadores de avaliação e
monitoramento, as informações necessárias para o acompanhamento adequado
destas, exame clínico, plano de tratamento, bem como os tratamentos executados.
Foram coletadas variáveis para que o perfil epidemiológico destas gestantes
fosse traçado corretamente. Fichas de Avaliação dos Índices de Placa Visível,
Sangramento Gengival e CPO-D (Apêndice 4) também foram elaboradas de forma
adaptarem-se perfeitamente à pesquisa. Todas estas fichas foram guardadas em
uma pasta individual para cada gestante, caracterizando o Prontuário de Pré-Natal
Odontológico.
3.5.1.3 Ações a serem desenvolvidas com base nos quatro
Eixos Pedagógicos
Objetivos
Específicos
Metas Organização e
Gestão do
Serviço
Monitorament
o e Avaliação
Engajamento
Público
Qualificação
da Prática
Clínica
Promover
educação em
Saúde Bucal
às gestantes
Orientar
100% das
gestantes
sobre os
riscos de
tabagismo e
do uso do
álcool e
drogas na
gestação –
com ênfase
na
Odontologia;
Garantir a
100% das
gestantes o
recebimento
Capacitar a
equipe da UBS
para a
participação
ativa no
processo por
meios de cursos
ministrados pela
dentista da UBS;
Acolher todas as
gestantes
pertencentes à
área de
abrangência da
UBS;
Todas as
consultas serão
Cadastrament
o das
Gestantes em
uma pasta
específica
contendo a
ficha clínica
completa;
Atualização
semanal
durante as
reuniões de
equipe para o
controle do
número de
gestantes e a
captação das
Palestras à
comunidade
para esclarecer
a importância
do cuidado da
gestante com a
sua saúde
bucal bem
como de seu
bebê, e
desmistificação
de alguns
pareceres
equivocados a
respeito do
tratamento
odontológico
Capacitação
da Equipe
sobre Saúde
Bucal para
aprimorar o
atendimento;
Implantação
de um grupo
de educação
continuada
para as
gestantes
durante o
Pré-Natal;
22
de
orientação
quanto a
questões de
saúde bucal
na gestação;
agendadas no
mesmo dia do
Pré-Natal com o
médico;
mesmas; em gestantes;
Distribuição de
panfletos
informativos
pelas Agentes
Comunitárias;
Melhorar a
adesão das
gestantes às
consultas
odontológica
s para as
gestantes
Atender
100% das
gestantes no
consultório
odontológico
;
Reduzir em
90% a busca
pelo
atendimento
de urgência
por
gestantes;
Aumentar
para 100% a
frequência
nas
consultas
odontológica
s por parte
das
gestantes;
Acolher todas as
gestantes
pertencentes à
área de
abrangência da
UBS;
Agendar
consultas para
todas as
gestantes assim
que houver a
confirmação por
parte das
Agentes
Comunitárias;
Atualização
semanal
durante as
reuniões de
equipe para o
controle do
número de
gestantes e a
captação das
mesmas;
Capacitar a
equipe para a
captação de
todas as
gestantes do
bairro Veneza;
Divulgar
através de
grupos de
palestras
multiprofission
al a
importância de
uma adequada
saúde bucal
durante a
gravidez;
Preenchiment
o de uma
ficha
específica
para o
controle do
número de
gestantes e
as consultas
agendadas;
Exame
Clínico e
Elaboração
de um Plano
de
Tratamento;
Melhorar a
qualidade
das ações de
saúde bucal
durante o
Pré-Natal
Realizar
avaliação da
saúde bucal
de 100% das
gestantes
durante o
Pré-Natal;
Consultas
agendadas pelo
ACD, Dentista
ou qualquer
outro
profissional da
UBS;
Controle dos
índices de
Placa;
Controle do
índice de
Sangramento
Gengival;
Distribuição de
panfletos
informativos;
Conscientizaçã
o da
comunidade
através de
Executar o
Plano de
Tratamento
instituído
tendo como
base o
Protocolo de
Atendimento
23
90% das
gestantes
com
adequação
da saúde
bucal
mediante as
possibilidade
s da UBS
Veneza
durante o
Pré-Natal;
Encaminhament
o, por parte de
qualquer
profissional da
UBS bem como
pela população,
ao consultório
odontológico;
Controle do
índice de
CPO-D;
Avaliar a
saúde bucal
das gestantes
antes e após o
atendimento
odontológico
de Pré-Natal
através da
comparação
dos índices
expostos
acima;
pequenas
campanhas
informativas;
Acolhimento da
equipe a todos
os usuários de
forma receptiva
e a fim de
disseminar a
importância
das grávidas
cuidarem de
sua saúde
bucal durante o
Pré-Natal;
Odontológico
às gestantes;
Controle da
manutenção
da saúde
bucal por
consultas
periódicas
com
aplicação de
exame clínico
para índices
de placa,
sangramento
gengival e
CPO-D;
Melhorar o
registro dos
prontuários
das
gestantes
Cadastrar
100% das
gestantes;
Buscar de
forma ativa
100% das
gestantes
faltosas às
consultas.
Capacitação da
equipe para o
preenchimento
das fichas
utilizadas para
compor a pasta
clínica de cada
gestante;
Elaboração e
adaptação de
uma ficha
clínica
odontológica
para
contemplar os
indicadores de
avaliação de
saúde bucal;
Acolhimento da
equipe a todas
as gestantes
de forma
receptiva;
Capacitar as
Agentes
Comunitárias
para
atualização
dos dados da
ficha
acessíveis ao
entendimento
das mesmas;
A cada
consulta,
atualização
dos dados
contidos no
prontuário
clínico da
gestante;
Caderno de
Controle com
as
frequências e
atendimentos
realizados
nas
gestantes;
Caracterizar
as gestantes
da área
adscrita;
Capacitar as
Agentes para a
coleta dos dados
atualizados das
gestantes;
Ficha para
atualização
semanal das
gestantes da
área adscrita;
24
3.5.1.4 Materiais necessários para a implantação das ações
 Panfletos informativos;
 Planilha de Informações da gestante;
 Ficha Clínica da gestante;
 Ficha de Controle de Frequência das reuniões de grupo;
 Ficha para o Controle dos Assuntos discutidos no grupo;
 Ficha de Plano de Tratamento;
 Ficha de Controle dos Procedimentos realizados;
 Carta de Informação e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
3.5.1.5 Indicadores de monitoramento das ações
Os denominadores populacionais para o cálculo dos indicadores serão
obtidos através do cadastramento feito pelas ACS e pelas planilhas de
acompanhamento.
Indicador 1: Proporção de gestantes presentes nos grupos de apoio e educação
continuada.
Numerador: Número de gestantes presentes no grupo.
Denominador: Número de gestantes que moram na área
adscrita.
25
Indicador 2: Proporção de gestantes que receberam orientação sobre os riscos do
tabagismo e do uso de álcool e drogas na gestação.
Indicador 3: Proporção de gestantes que receberam orientação quanto à saúde
bucal durante a gestação.
Indicador 4: Proporção de gestantes que buscaram o atendimento de urgência em
saúde bucal em cada mês.
Indicador 5: Proporção de gestantes que estão sendo atendidas pelo Odontólogo
da UBS Veneza.
Indicador 6: Proporção de gestantes com saúde bucal adequada.
Indicador 7: Média do Índice de Placa Visível.
Numerador: Número de gestantes que receberam
orientação sobre riscos do tabagismo e do uso de álcool e
drogas na gestação.
Denominador: Número de gestantes cadastradas no
programa de pré-natal.
Numerador: Número de gestantes que receberam
orientação quanto à saúde bucal durante a gestação.
Denominador: Número de gestantes cadastradas no
programa de pré-natal.
Numerador: Número de gestantes que buscaram o
atendimento odontológico de urgência.
Denominador: Número de gestantes cadastradas no
programa de pré-natal.
Numerador: Número de gestantes que estão sendo
atendidas pelo Odontólogo da UBS Veneza.
Denominador: Número de gestantes cadastradas no
programa de pré-natal.
Numerador: Número de gestantes com saúde bucal
adequada.
Denominador: Número de gestantes cadastradas no
programa de pré-natal.
Numerador: Somatório dos índices de Placa Visível iniciais
das gestantes.
Denominador: Número de gestantes cadastradas no
programa de pré-natal que tiverem seu índice de placa
mensurado.
26
Indicador 8: Proporção de gestantes com a primeira consulta programática.
Indicador 9: Proporção de gestantes com atraso na consulta em relação ao
preconizado pelo Protocolo de atendimento.
3.5.1.6 Atribuições de cada membro da equipe
 Enfermeira, Técnica de Enfermagem e Médico: Em cada consulta de Pré-
Natal os profissionais encaminharão as pacientes ao consultório odontológico para
que seja feita a marcação da primeira consulta programática de acompanhamento.
 Recepcionista: Responsável pelo acolhimento das gestantes e por transmitir
as informações necessárias para dar início ao acompanhamento.
 Auxiliar de Consultório Dentário: Responsável pelo acolhimento e marcação
das consultas, bem como por orientações de saúde bucal.
 Odontóloga: Responsável pela execução das consultas, preenchimento das
fichas clínicas e pelas orientações às gestantes através de palestras.
 Agentes Comunitárias: Responsáveis pela captação das gestantes,
atualização semanal do número de gestantes da área adscrita, bem como a
disseminação da importância do acompanhamento odontológico durante o Pré-
Natal à população (com ênfase às gestantes e seus familiares).
Numerador: Número de gestantes com a primeira consulta
programada.
Denominador: Número de gestantes cadastradas no
programa de pré-natal.
Numerador: Número de gestantes cadastradas no
programa de pré-natal, residentes na área adscrita, com
mais de quinze dias de atraso na consulta em relação ao
atendimento aprazado.
Denominador: Número de gestantes cadastradas no
programa de pré-natal.
27
3.5.2 Cronograma
Primeiro Mês
Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4
Impressão das fichas e
prontuários;
Divulgar a data do
primeiro encontro de
grupo;
Atualizar o número de
gestantes da área;
Elaboração dos
panfletos a serem
distribuídos para a
comunidade;
Capacitação da
equipe em uma
palestra informativa;
Início da marcação
das consultas
programáticas;
Início das atividades
cínicas com as
gestantes;
Primeiro encontro
mensal com as
gestantes;
Repasse dos dados
para as planilhas de
controle do Excel.
Segundo Mês
Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4
Atualização das
gestantes da área com
uma reunião com as
Agentes Comunitárias;
Consultas com as
gestantes;
Consultas com as
gestantes;
Atualização das
gestantes da área
com uma reunião com
as Agentes
Comunitárias;
Consultas com as
gestantes;
Atualização das
gestantes da área
com uma reunião com
as Agentes
Comunitárias;
Segundo encontro
mensal com as
gestantes;
Repasse dos dados
para as planilhas de
controle do Excel;
Atualização das
gestantes da área
com uma reunião com
as Agentes
Comunitárias;
Consultas com as
gestantes;
28
Terceiro Mês
Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4
Atualização das
gestantes da área com
uma reunião com as
Agentes Comunitárias;
Consulta com as
gestantes;
Atualização das
gestantes da área
com uma reunião
com as Agentes
Comunitárias;
Consulta com as
gestantes;
Atualização das
gestantes da área
com uma reunião com
as Agentes
Comunitárias;
Consulta com as
gestantes;
Atualização das
gestantes da área
com uma reunião
com as Agentes
Comunitárias;
Repasse dos dados
para as planilhas de
controle do Excel;
Consulta com as
gestantes;
Quarto Mês
Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4
Atualização das
gestantes da área
com uma reunião
com as Agentes
Comunitárias;
Consulta com as
gestantes;
Atualização das
gestantes da área
com uma reunião
com as Agentes
Comunitárias;
Consulta com as
gestantes;
Atualização das
gestantes da área
com uma reunião
com as Agentes
Comunitárias;
Consulta com as
gestantes;
Atualização das
gestantes da área
com uma reunião
com as Agentes
Comunitárias;
Consulta com as
gestantes;
Repasse dos dados
para as planilhas de
controle do Excel;
29
3.6 Referências Bibliográficas
ALBUQUERQUE, O. M. R.; ABEGG, C.; RODRIGUES, C. S. Percepção de
gestantes do Programa Saúde da Família em relação a barreiras no atendimento
odontológico em Pernambuco, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, nº
3, p. 789 - 796, mai./jun. 2004.
BASTOS, J. R. M.; PERES S. H.; CALDANA, M. L. Educação em Saúde com
enfoque em Odontologia e em Fonoaudiologia. São Paulo; Editora Santos; 2007.
COSTA, I. C. C.; MARCELINO, G.; BERTI-GUIMARÃES, M.; SALIBA, N. A. A
gestante como agente multiplicador de saúde. Rev Pos-Grad., v. 5, nº 2, p. 87 – 92,
abr./jun. 1998.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Saúde Bucal / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. Cadernos
de Atenção Básica, nº. 17 (Série A. Normas e Manuais Técnicos), 92 P., 2006.
MOIMAZ, S. A. S.; GARBIN, C. A. S.; SALIBA, N. A.; ZINA, L. G. Condição
Periodontal durante a gestação em um grupo de mulheres brasileira. Odontologia.
Clín. -Científic., Recife, v. 8, nº 3, p. 219 - 224, jul./set. 2009.
SANTOS, A. M. Organização das Ações em Saúde Bucal na Estratégia de Saúde da
Família: Ações Individuais e Coletivas baseadas em dispositivos Relacionais e
Instituintes. Revista APS, v. 9, nº 2, p. 190 - 200, jul./dez. 2006.
SILVA, M. V.; MARTELLI, P. J. L. Promoção em Saúde Bucal para Gestantes:
revisão de literatura. Cienc Odontol Bras, v. 9, nº 4, p. 59 – 66, out./dez. 2006.
SILVEIRA FILHO, A. D. Saúde Bucal no PSF: o desafio de mudar a prática.
Ministério da Saúde, Programa Saúde da Família, 2002.
WELGATCH, M. K. M.; SAMALEA, D. M. V. Atenção odontológica às gestantes na
Estratégia de Saúde da Família. Rev de divulg téc-científ do ICPG, v. 3, nº 12, p. 73
– 79, 2008.
30
Apêndices
31
APÊNDICE A - Planilha de Informações da Gestante adaptada dos: Cartão da
Gestante, da Ficha de Registro Diário dos Atendimentos das Gestantes no
SISPRENATAL, da Ficha de Cadastramento da Gestante e do Prontuário Médico.
Nome: ___________________________________________________________
Idade: ______________ Data de Nascimento: ___/___/_____
Agente/Micro-Área: _____________________________
1. Alfabetizada: ( ) Sim ( ) Não
2. Anos Completos de Estudo: _______________________________________
3. Estado Civil: _______________________________
4. Cor (Informada por Auto Declaração): _________________________
5. Em que mês gestacional iniciou o Pré-Natal na Unidade Veneza?
___________________
6. Idade da Primeira Gestação: ________________________________
7. Número de Gestações: ___________________________________
8. Número de Filhos: _______________________________________
9. Gravidez de Risco: _______________________________________
10.Sofreu alguma vez aborto? ________________________________
11.É Fumante? ____________________________
12.Quantos cigarros por dia? __________________________
13.Se não, fumou antes da gravidez? Por quanto tempo? __________________
14.Tem alguma patologia (hipertensão, diabete)? _________________________
15.Já foi ao dentista? _________________________________
32
16.Mês Gestacional de Início de Acompanhamento Pré-Natal Odontológico na
Unidade Veneza: ____________________________
17.A gestante tem dúvidas quanto ao tratamento odontológico? ______________
18.Pretende participar das reuniões de grupo? ___________________________
33
APÊNDICE B - Ficha Clínica da Gestante - Primeira Consulta Programática:
1. A Gestante foi:
( ) Encaminhada pelo Médico e/ou Enfermeira
( ) Encaminhada pela Agente Comunitária de sua Micro
( ) Encaminhada por outro profissional da Unidade Veneza
( ) Buscou atendimento de Urgência
( ) Outro, especifique __________________________________________________
2. Mês Gestacional da primeira Consulta Pré-Natal Odontológica: ___________
3. Apresenta alguma patologia?
( ) Diabetes
( ) Diabetes Gestacional
( ) Hipertensão Prévia
( ) Hipertensão Gestacional
( ) Cardiopatia
( ) Anemia Crônica
( ) Outra, Especifique ________________________________________________
4. Faz uso de medicação contínua?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, Especifique: _________________________________________________
5. Tem Alergia? __________________________________________________
34
APÊNDICE C - Exame Clínico
Exame: ( ) Inicial ( ) Final Data: ___________
1. Índice de Placa Visível (IPV): _______________
2. CPOD:
Vestibular OclusalIncisal PalatinaLingual Mesial Distal
18
17
16
15
14
13
12
11
21
22
23
24
25
26
27
28
38
35
37
36
35
34
33
32
31
41
42
43
44
45
46
47
48
Legenda:
C – Cariado
P – Perdido
O – Obturado (Restaurado)
A – Ausente
H – Hígido
36
APÊNDICE D - Ficha de presença nas reuniões de grupo
Iniciais do nome 1º grupo  Data 2º grupo  Data 3º grupo  Data 4º grupo  Data
37
APÊNDICE E - Ficha dos Assuntos discutidos nas Reuniões de Grupo
 1ª Reunião – Data: ____/____/2012
Assuntos abordados:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______
Material utilizado/Forma da Apresentação:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________
 2ª Reunião – Data: ____/____/2012
Assuntos abordados:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
38
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________
Material utilizado/Forma da Apresentação:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
______
 3ª Reunião – Data: ____/____/2012
Assuntos abordados:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______
Material utilizado/Forma da Apresentação:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
39
___________________________________________________________________
________
 4ª Reunião – Data: ____/____/2012
Assuntos abordados:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________
Material utilizado/Forma da Apresentação:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
40
APÊNDICE F - Plano de Tratamento e Acompanhamento
18
17
16
15
14
13
12
11
21
22
23
24
25
26
27
28
38
37
36
35
34
41
33
32
31
41
42
43
44
45
46
47
48
42
APÊNDICE G - Ficha dos Procedimentos:
Data: ______________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Data: ______________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Data: ______________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Data: ______________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
43
4 RELATÓRIO DE INTERVENÇÃO
4.1 Quanto às ações previstas e desenvolvidas no projeto: facilidades e
dificuldades, cumpridas integral ou parcialmente.
• Capacitação da Equipe de Estratégia da Saúde do Posto Veneza:
Esta ação foi de início difícil de materializá-la, visto o preconceito que ainda
existe quanto à posição do Cirurgião-dentista na equipe. As dificuldades forma
norteadas em falta de horário e disponibilidade de reunir toda a equipe e, do
questionamento se realmente poderia existir dúvidas quanto aos assuntos
abordados.
O primeiro passo e aquele que me permitiu transpor certos limites que poderia
dizer “me depreciavam” foi impor o meu papel e a importância do meu trabalho em
conjunto com o médico e enfermeira já manifestado em situações anteriores; - o que
posso dizer firmemente foi um passo amadurecido na minha caminhada.
A capacitação foi realizada, inúmeras dúvidas surgiram e acredito ter feito um
ótimo trabalho, visto que ao final do processo de implantação consegui examinar
100% das gestantes, muitas captadas pelas Agentes com a desmistificação de
idéias já impostas culturalmente aos pacientes da unidade.
O que mais dificultou a execução desta capacitação foi a limitação de material
didático e a falta de apoio do Coordenador da Saúde para permitir que fosse um
processo com material lúdico e interessante ficou limitada a palestra e uma
apresentação realizada no meu computador pessoal. Não foi algo que impediu, mas
limitou e muito para que fosse realizado um trabalho por excelência.
44
 Grupo de Educação Continuada em frequência mensal:
Acredito que o período de intervenção foi crucial para que pudesse ser
aperfeiçoado e imbuído de novas idéias para sempre melhorar. As primeiras
reuniões foram frequentadas por poucas gestantes, na média de 6 a 7 por grupo, de
um total de 17 mulheres. As duas últimas foram uma surpresa, visto que na última
tivemos 100% das gestantes presentes e de certa maneira gratas pelo
reestabelecimento de sua saúde, o que pelo relato delas melhorou a qualidade de
vida em família também.
O mesmo fator limitador da capacitação esteve presente nas reuniões de
grupo: a falta de um projetor e de materiais lúdicos para uma interação maior, bem
como a inexistência de verba (o repasse para a equipe) para a realização de lanches
nos intervalos.
Um fator importante foi que, através da pressão popular, obtivemos vitórias
inúmeras no último encontro. Foi encaminhado para nós um apresentador de Power
point, material para recreação das crianças, além de bolachas e sucos para
realizarmos um lanche no intervalo. Acredito que para uma adesão maior o tempo
tenha seu papel de maneira favorável.
O trabalho contínuo e árduo permite bons resultados em longo prazo até que
parte desta “mentalidade” seja modificada, adaptada a nova realidade de nosso
trabalho. A receptividade a novos programas existe, mas é preciso um esquema de
divulgação para que a população conheça e se interesse por novas atividades e
amenize – até diminua – a sua apreensão ao desconhecido.
Pelo que pude observar será necessário um espaço maior entra as reuniões
para que não se torne cansativa e tenhamos uma frequência maior, foi uma das
queixas que ouvi das gestantes.
Os assuntos estipulados para as reuniões foram de certa forma abordados,
no entanto, de uma maneira positiva, tivemos algumas mudanças ao longo do
caminho. As reuniões deixaram de ser apenas comigo e passamos a realiza-las com
a presença do médico e enfermeira apresentando de uma forma multidisciplinar
todos os assuntos – um exemplo disto foi a diabetes gestacional e os fatores que
podem ocasionar o parto prematuro. Foram grupos excelentes, mas como sempre
fica a minha indignação pela falta de apoio da Secretaria de Saúde que acaba por
limitar o nosso trabalho.
45
 Fichas de Avaliação Clínica:
Os prontuários para o grupo das gestantes foi adaptado e aplicado
fidedignamente a fim de que pudesse ser traçado um perfil real das gestantes. Para
que isso fosse possível, tanto a recepcionista quanto a Auxiliar de Consultório
Dentário foram capacitadas a fim de fazê-lo corretamente. Obtive bons resultados,
principalmente pela dedicação que observei nas minhas duas colegas de trabalho.
As fichas novas serão implantadas na rotina de trabalho no consultório
dentário. No entanto, retorno a mesma limitação – a falta de incentivo e apoio. As
fichas foram impressas sob meu custo, ainda não obtive retorno quanto ao
fornecimento delas pela Secretaria da Saúde.
 Captação da população integral de gestantes:
Foi a grande dificuldade do meu trabalho. Foi apenas no último mês que pude
obter 100% de presença, talvez porque tive que modificar a forma de captar estas
gestantes. Nos dois últimos meses tive de adaptar este processo, voltando o meu
tempo para visitas domiciliares a fim de me apresentar e esclarecer pessoalmente o
programa e seus pontos positivos. Fui a casas em que fui muito bem recebida e em
outras que encontrei uma realidade triste pela pobreza e a falta de interesse em
primeira instância, casa de traficantes em que as mulheres estavam na 6ª gestação
precedidas de alguns abortos pelo uso de drogas e bebidas alcóolicas.
A meu ver, o fato de eu ter-me “igualado” a elas, compreendido as suas
limitações e falado na mesma linguagem delas permitiu que o meu último grupo de
intervenção pudesse ter a presença de todas, além de eu ter podido oferecer algo
mais do que uma simples conversa, e me refiro aqui a uma apresentação colorida,
com fotos, tendo sido oferecido atividades a seus filhos e a presença do lanche foi
um atrativo a mais.
46
4.2 Quanto às ações previstas e não desenvolvidas: motivos.
 Quanto as dificuldades encontradas no processo de implantação do
programa:
O grande fator limitador da implantação deste novo programa foi a
“inexistência” de um apoio advindo dos cargos superiores e coordenadores da
Estratégia de Saúde da Família.
Encontro no município aonde trabalho a falta do repasse das verbas
direcionadas para o aperfeiçoamento de nosso trabalho e melhorias para a
população. Isto é um fator que torna nosso trabalho limitado e desestimula em muito
quanto aos nossos desejos e valores éticos determinantes para que nossa profissão
traga benefícios e frutos positivos para aqueles que atendemos.
Além disto, o preconceito quanto ao papel do dentista – ainda limitado a uma
boca, a um processo curativo – e os mitos que impedem que as gestantes busquem
um atendimento completo.
Findo este período de adaptação do programa acreditando que é preciso
existir um trabalho dedicado e que permita minimizar esta distância existente entre
mim e meus pacientes. Um profissional da saúde tem de ser “Humano” no termo
mais amplo e restrito da palavra. Não sendo contraditória e sim verdadeira quanto
aos meus sentimentos pelo trabalho executado.
É necessário que convivamos – através das visitas domiciliares – da realidade
que estas pessoas enfrentam no seu dia-a-dia, tanto pelo que trouxeram de seus
pais quanto pela escolhas que fizeram em sua, para isto precisamos falar a “mesma
língua”, sermos amigos sem ultrapassarmos a linha tênue entre na relação
profissional-paciente e tratarmos dos pacientes como pessoas e não como bocas
doentes.
Cada um que entra no meu consultório tem uma realidade de vida diferente e
é preciso sensibilidade para identificar os motivos que levaram a tornar-se um
indivíduo “doente”, porque sim, a cárie é uma doença multifatorial e deve ser
encarada como tal para obtermos retorno positivo e finalmente modificarmos valores
47
já “incrustados” em suas mentes. Para isso, dedicação e constância devem ser
levados em consideração.
Além disto, a busca pela melhoria nas condições de trabalho deve ser feita,
através de uma incansável luta para que nos apoiem e enxerguem que pequenos
investimentos trazem retornos positivos para o município.
Ressalto também a participação popular reivindicando seus direitos. Todos os
meus pacientes eram cientes das nossas limitações e muitos deles foram às rádios
exigirem mudanças. Foi a partir deste momento que obtivemos resposta do
coordenador, o qual nos permitiu realizar nosso último grupo que foi extremamente
proveitoso e gratificante, me permitindo sentir-me grata após todo esforço realizado.
Fica aqui a experiência de uma profissional nova no seu longo caminho, mas
que colhe frutos extremamente positivos pelo trabalho contínuo e exaustivo que
realizo. São pequenos gestos que nos mostram a grandeza deste trabalho, desde a
agradecimentos, desenhos das crianças, alimentos que ganho bem como pequeno
mimos por ter me dedicado não a uma boca e sim à uma pessoa. Foi uma
experiência maravilhosa que pode me dar de presente conhecimento, crescimento
profissional e pessoal, além de carinho e amor de meus pacientes.
Por isso, utilizo deste espaço para agradecer pela oportunidade que me foi
dada e incentivar que muitos possam modificar as realidades que encontram em
seus caminhos. A maior parte dos limites que encontrei neste programa foi pela
carência das pessoas no atendimento. Sejam “pessoas comuns” atendendo “outras
pessoas comuns” – tenham sensibilidade para tornar o trabalho de vocês essencial,
necessário e mais além – proveitoso para ambas as partes. Estimulemos a saúde e
abominemos a ação de “apenas” curar a doença.
4.3 Quanto à coleta e sistematização dos dados: dificuldades no
preenchimento da planilha e no cálculo dos indicadores.
No intuito de que o preenchimento das planilhas fosse agilizado, a Auxiliar de
Consultório Dentário foi treinada pela dentista da unidade. Assim, as consultas
48
tornaram-se mais rápidas e objetivas, tendo o preenchimento dos questionários sido
feito na Sala de Espera enquanto aguardavam a consulta.
Realmente ocorreram problemas na utilização dos indicadores. O Índice de
Sangramento Gengival (ISG) não foi utilizado tão pouco o CPO-D. A razão para tal
foi que a coleta do ISG é um tanto demorada, além disso as gestantes quando muito
tempo em uma mesma posição ficam incomodadas e não passam bem. Justifica-se
então, a não coleta do ISG, em prol do bem-estar das gestantes.
4.4 Quanto à incorporação das ações na rotina do serviço: análise da
viabilidade, aspectos que precisam melhorar para viabilizar.
O programa de intervenção apresentado é totalmente viável para ser
implantado em qualquer unidade de saúde. Inclusive, este já foi incorporado nas
rotinas de serviços da Estratégia de Saúde do Veneza, em São José do Norte – sul
do Rio Grande do Sul.
A fim de melhorar as ações, acredita-se que as visitas domiciliares devem ser
parte das atividades semanais da odontóloga, bem como a captação direta das
gestantes a partir das consultas com o médico e enfermeira.
O grande percalço do programa foi a carência de apoio dos coordenadores da
saúde para a realização de palestras de educação continuada para a população.
Faltam recursos atrativos, acabando por tornar estas atividades sem relevância
alguma, e desmotivando a equipe, os principais atores deste programa.
49
5 RELATÓRIO DOS RESULTADOS DA INTERVENÇÃO
5.1 Introdução
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é uma ação prioritária para
reorganização da atenção básica no Brasil, importante tanto na mudança do
processo de trabalho quanto na precisão do diagnóstico situacional, alcançada por
meio da adscrição de clientela e aproximação da realidade sociocultural da
população e da postura pró-ativa desenvolvida pela equipe (BRASIL; 2006). A saúde
como direito tem sido uma conquista social do estado brasileiro, principalmente a
partir da Constituição de 1988. A Saúde Bucal integrante do contexto saúde, cada
dia mais desponta como uma preocupação, tanto no enfoque da promoção e
prevenção, quanto assistencial (SILVEIRA FILHO; 2002).
Conforme as atuais Políticas Públicas de Saúde, a promoção de saúde bucal
é a nova meta dos cirurgiões-dentistas integrados à estratégia da família, trabalhar
não somente com a doença, mas principalmente com pessoas saudáveis, a fim de
orientá-las e educá-las quanto à prevenção, podendo assim conscientizar um
público-chave bastante interessado e com força suficiente para desenvolver hábitos
saudáveis na futura geração: as gestantes (SILVA, MARTELLI; 2009).
O município de São José do Norte possui cinco unidades de ESF, sendo duas
apenas com a equipe completa. Essa situação reflete negativamente na atenção
odontológica às gestantes, que acaba por limitar-se a ações curativas advindas da
livre demanda para o atendimento de urgência. Vale ressaltar que grande parte dos
moradores do referido município apresenta baixo nível social, econômico e
intelectual, fatores que por si só já oferecem riscos a um desenvolvimento pleno e
saudável com consequências sérias na saúde bucal das mães e de seus filhos.
A ESF Veneza, unidade na qual foi desenvolvida a intervenção, conta com 13
profissionais, sendo três de nível superior (médico, enfermeira e odontólogo), um
50
técnico de enfermagem, seis agentes comunitárias de saúde (ACS) e o restante de
apoio (recepcionista técnico de higienização e uma auxiliar de consultório dentário).
A população da área de abrangência é carente e necessita de uma equipe de saúde
resolutiva e integrada nos saberes interdisciplinares, com atenção especial às
gestantes e a inclusão de ações de saúde bucal e no pré-natal.
Dados obtidos a partir do trabalho das Agentes Comunitárias da Unidade
apresentaram 100% de acompanhamento das gestantes. Além disso, um alto índice
de gestantes foi acompanhado desde o primeiro trimestre de gestação (75,0%), e
21,2% de gestantes tinham acima dos 20 anos de idade. Atualmente vinte e quatro
gestantes estão sendo acompanhadas pelo pré-natal. Este dado é semanalmente
atualizado pelas ACS no intuito de que 100% destas sejam acompanhadas pela
unidade. Deve-se salientar que, na atenção a este grupo, a educação e a promoção
da saúde devem caminhar juntas.
Diante das questões apresentadas, salienta-se a importância de uma atenção
odontológica especial às gestantes devido às alterações que ocorrem no período
gravídico, sendo de fundamental importância o papel do cirurgião-dentista, a fim de
realizar o tratamento curativo quando necessário, avaliar os riscos à saúde bucal,
prevenir hábitos orais inadequados e doenças bucais, reforçar conceitos sobre a
importância do aleitamento materno e uma alimentação saudável, efetivando a sua
participação no pré-natal multiprofissional qualificando a atenção às gestantes da
ESF Veneza.
O Programa de Pré-Natal Odontológico atendeu as 18 gestantes da
comunidade no período de quatro meses e tornou-se rotina nos serviço da unidade.
Inicialmente a população de gestantes do programa era de 24 gestantes, no entanto,
seis estavam no nono mês de gestação. Por consequência, estas foram dadas como
perda na amostra final, permitindo que fossem acompanhadas 18 gestantes. Esta
realidade está um tanto distante daquela do início do programa visto que o
atendimento às gestantes era restrito às consultas de urgência com quadros
infecciosos bem avançados. O Programa permitiu uma mudança positiva e que
certamente refletirá em longo prazo na saúde destas mulheres e de seus bebês.
Uma das grandes limitações encontradas neste programa foi, sem dúvida, a
falta de incentivo e apoio na saúde observada por parte dos gestores do município.
51
Quando as dificuldades do programa foram analisadas, pode ser observado,
em uma visão mais ampla, a carência de informação da comunidade que dificultou a
adesão nos primeiros meses. Foi com o passar dos dias que os benefícios do
programa se difundiram pela comunidade e permitiram a integração dos
participantes e a melhora em uma realidade vista anteriormente.
Das estratégias utilizadas para a adesão das gestantes, a visita domiciliar da
Agente de Saúde Comunitária juntamente com a dentista permitiu o rompimento de
uma linha tênue entre o profissional e o paciente; permitiu que fosse estabelecido
um vínculo de confiança sólido e real.
Não se pode deixar de mencionar com ênfase uma das principais
consequências benéficas da intervenção: a integração da equipe, um trabalho
multidisciplinar que proporcionou o atendimento integral do paciente, com melhorias
visíveis na comunidade e, principalmente no quesito “satisfação” com os serviços
prestados pela nossa equipe.
Sendo assim o objetivo deste trabalho consistiu em instituir um Programa de
Pré-Natal Odontológico na ESF Veneza no município de São José do Norte/RS com
dois preceitos básicos: acompanhamento clínico para restabelecimento e
manutenção da saúde bucal das gestantes e um grupo de educação continuada
para a população-alvo deste estudo.
5.2 Metodologia
5.2.1 População-alvo
Foi realizado um programa de intervenção em 18 gestantes que fazem Pré-
Natal na Unidade de Saúde do bairro Veneza no município de São José do Norte –
sul do Rio Grande do Sul (Figura 1).
52
Figura 1 – Localização do município de São José do Norte no Rio Grande do Sul.
5.2.2 Ações realizadas no Programa de Intervenção
 Para o objetivo “Promover educação em saúde bucal para as gestantes”
realizou-se as seguintes ações:
 Capacitação das Agentes Comunitárias, bem como dos outros profissionais
da equipe, para a participação ativa do processo: através de uma palestra no início
do processo de intervenção realizada em um dia da reunião semanal da equipe.
 Cadastramento das Gestantes em uma pasta específica contendo a ficha
clínica completa com informações demográficas, socioeconômicas e história médica
e odontológica pregressa.
 Atualização semanal durante as reuniões de equipe para o controle do
número de gestantes – para isso as Agentes Comunitárias intensificaram as suas
visitas domiciliares a todos da área adscrita, além disso, todo e qualquer exame de
gravidez que deu positivo, a paciente foi diretamente encaminhada ao atendimento
odontológico.
53
 Palestras à comunidade para esclarecer a importância do cuidado da
gestante com a sua saúde bucal bem como de seu bebê, e desmistificação de
alguns pareceres equivocados a respeito do tratamento odontológico em gestantes –
Essas ações foram realizadas mensalmente em local disponível nas intermediações
do bairro (especificamente – salão da Igreja Evangélica que fica ao lado do prédio
da unidade), com duração de aproximadamente 120 minutos. Apenas a última
reunião foi tida com excelência – apresentação multidisciplinar a cerca da gravidez
em Programa Power Point, momento de recreação para as crianças presentes na
reunião (com material de pintura e desenho), atividade educativa com escovação
supervisionada a todos os presentes e distribuição de kits contendo escova de
dente, dentifrício e fio dental; além de um lanche para confraternização. As reuniões
anteriores foram realizadas em formato de palestras sem meios de ilustração o que
dificultou em muito o desenvolvimento dos temas – foi limitador.
 Capacitação da Equipe sobre Saúde Bucal para aprimorar o atendimento – foi
realizada uma reunião no início do processo de intervenção a fim de elucidar e
orientar corretamente a equipe para que encaminhassem todas as gestantes ao
consultório odontológico, além de disseminarem idéias claras e verídicas quanto à
gestante e sua saúde bucal.
 Implantação de um grupo de educação continuada para as gestantes durante
o Pré-Natal – foram realizados grupos mensais, no entanto em reunião foi decidido a
realização de grupos bimensais a fim de melhorar a frequência das gestantes.
 Para o objetivo “Melhorar a adesão das gestantes às consultas odontológicas”
realizou-se as seguintes ações:
 Acolher todas as gestantes pertencentes à área de abrangência da UBS - a
equipe foi orientada a acolher toda gestante de forma a encaminhar para o
consultório odontológico.
 Agendar consultas para todas as gestantes assim que houver a confirmação
por parte das Agentes Comunitárias – assim que houvesse a confirmação da
gravidez, uma consulta era marcada na semana seguinte, seja pela recepcionista,
auxiliar de consultório dentário ou pela dentista, ou outro da equipe.
54
 Para o objetivo “Melhorar a qualidade das ações de saúde bucal durante o
Pré-Natal” realizou-se as seguintes ações:
 Consultas agendadas pelo ACD, Dentista ou qualquer outro profissional da
UBS;
 Controle da manutenção da saúde bucal por consultas periódicas com
aplicação de exame clínico para índices de placa, sangramento gengival e CPO-D –
A partir do exame inicial um plano de tratamento era proposto e as consultas
marcadas conforme a necessidade de cada gestante. A rotina era marcar a gestante
toda semana até receber alta dos procedimentos curativos e entrar no período de
manutenção da saúde bucal, assim que entrave neste período as consultas de
retorno foram marcadas conforme o grau de risco de cárie determinado pelo dentista
no exame inicial.
 Para o objetivo “Melhorar o registro dos prontuários das gestantes” realizou as
ações:
 Capacitação da equipe para o preenchimento das fichas utilizadas para
compor a pasta clínica de cada gestante - A Auxiliar de Consultório Dentário foi
capacitada para o preenchimento correto das fichas clínicas implantadas para o
programa, sendo assim as consultas puderam ser realizadas de forma dinâmica e
com menor tempo.
 Elaboração e adaptação de uma ficha clínica odontológica para contemplar os
indicadores de avaliação de saúde bucal.
5.2.3 Indicadores do Estudo
Foram avaliados os seguintes indicadores:
 Indicador 1: Proporção de gestantes presentes nos grupos de apoio e
educação continuada.
55
 Indicador 2: Proporção de gestantes que receberam orientação sobre os
riscos do tabagismo e do uso de álcool e drogas na gestação.
 Indicador 3: Proporção de gestantes que receberam orientação quanto a
saúde bucal durante a gestação.
 Indicador 4: Proporção de gestantes que estão sendo atendidas pelo
Odontólogo da UBS Veneza.
 Indicador 5: Proporção de gestantes que buscaram o atendimento de
urgência em saúde bucal em cada mês.
 Indicador 6: Proporção de gestantes cadastradas pela equipe que tiveram
acesso a atendimento odontológico.
 Indicador 7: Proporção de gestantes com saúde bucal adequada.
 Indicador 8: Média dos Índices de Placa Visível.
 Indicador 9: Proporção de gestantes com atraso na consulta em relação ao
preconizado pelo Protocolo de atendimento.
5.2.4 Logística
Para nortear a intervenção, as recomendações adotadas para gestantes
foram as presentes no “Protocolo Integrado de Atenção à Saúde Bucal”, instituído
pela Secretaria da Saúde de Curitiba, no ano de 2004, e aprovado pelo Ministério da
Saúde.
O sistema de registro e monitoramento das informações do programa foi
realizado através da utilização de fichas clínicas desenvolvidas especificamente para
o acompanhamento das gestantes.
Foi realizada a capacitação de toda a equipe para que as gestantes fossem
encaminhadas ao consultório odontológico a partir da confirmação do exame de
gravidez.
A equipe também foi capacitada quanto às informações essenciais de um pré-
natal odontológico e dos mitos em relação ao tratamento odontológico durante a
gravidez.
O programa de educação continuada consistiu em reuniões mensais com as
gestantes de forma multidisciplinar (participaram médico e enfermeira).
56
As gestantes - em sua primeira consulta odontológica- passaram por exame
clínico detalhado e preenchimento da ficha clínica e plano de tratamento
estabelecido. As consultas seguintes de acompanhamento e tratamento foram
marcadas conforme as necessidades de cada gestante. Ao final do tratamento
curativo as gestantes entraram em período de acompanhamento para manutenção
da saúde bucal e dar continuidade à atenção aos seus bebês.
5.3 Resultados
Análise Quantitativa:
5.3.1 Objetivo: Promover educação em Saúde Bucal às gestantes.
5.3.1.1 Metas
 Orientar 100% das gestantes sobre os riscos de tabagismo e do uso do álcool
e drogas na gestação – com ênfase na Odontologia;
 Garantir a 100% das gestantes o recebimento de orientação quanto a
questões de saúde bucal na gestação.
5.3.1.2 Indicadores:
Indicador 1: Proporção de gestantes presentes nos grupos de apoio e
educação continuada. Número de gestantes presentes no grupo / Número de
gestantes que moram na área adscrita.
- Descrição do Resultado: Ao final dos 4 meses de intervenção foi alcançado
um percentual de 94,4% de gestantes presentes nos grupos de educação
continuada, índice abaixo do percentual esperado. No entanto, este indicador
teve uma evolução positiva. No primeiro mês de intervenção, este indicador
apresentou um percentual de 25% de presença das gestantes, evoluiu para
36,4% no segundo mês, decaiu para 23,5% no terceiro mês e, finalizando
com um percentual de 94,4% ao final do 4º mês.
57
Gráfico 1 – Proporção de gestantes presentes nos grupos de apoio e
educação continuada.
Indicador 2: Proporção de gestantes que receberam orientação sobre os
riscos do tabagismo e do uso de álcool e drogas na gestação. Número de
gestantes que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo e do uso
de álcool e drogas na gestação / Número de gestantes cadastradas no
programa de pré-natal.
- Descrição do Resultado: Ao final dos 4 meses de intervenção, um
percentual de 94,4% foi encontrado para as gestantes que receberam
orientação sobre os riscos de tabagismo e do uso de álcool e drogas na
gestação. O percentual deste indicador no final do primeiro mês foi de 25%,
de 45,5% no 2º mês, decaiu no terceiro mês para 11,8% e, finalizou o 4º mês
com 94,4%.
58
Gráfico 2 – Proporção de gestantes que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo
e do uso de álcool e drogas na gestação.
Indicador 3: Proporção de gestantes que receberam orientação quanto a
saúde bucal durante a gestação. Número de gestantes que receberam
orientação quanto a saúde bucal durante a gestação / Número de gestantes
cadastradas no programa de pré-natal.
- Descrição do Resultado: Ao final dos 4 meses de intervenção foi obtido um
percentual de 94,4% de mulheres que receberam orientação quanto a saúde
bucal durante a gestação. O percentual do 1º mês foi de 25%, evoluindo para
45,5% no final do 2º mês, decaiu para 35,3% no final do 3º mês e, finalizando
para 94,4% ao final da intervenção.
Gráfico 3 – Proporção de gestantes que receberam orientação quanto a saúde bucal durante a
gestação.
59
5.3.2 Objetivo: Melhorar a adesão das gestantes às consultas odontológicas para as
gestantes.
5.3.2.1 Metas:
 Atender 100% das gestantes no consultório odontológico;
 Reduzir em 90% a busca pelo atendimento de urgência por gestantes;
 Aumentar para 100% a frequência nas consultas odontológicas por parte das
gestantes.
5.3.2.2 Indicadores:
Indicador 1: Proporção de gestantes que estão sendo atendidas pelo
Odontólogo da UBS Veneza. Número de gestantes que estão sendo
atendidas pelo Odontólogo da UBS Veneza / Número de gestantes
cadastradas no programa de pré-natal.
- Descrição do Resultado: Ao final dos 4 meses de intervenção foi obtido um
percentual de 100% de gestantes atendidas pelo Odontólogo da UBS
Veneza. O primeiro mês apresentou ao final um percentual de 25%, evoluiu
para 68,2% e, ao final do terceiro mês apresentou um percentual de 100% de
atendimentos, este índice foi mantido ao final do 4º mês.
Gráfico 4 – Proporção de gestantes que estão sendo atendidas pelo Odontólogo da UBS
Veneza.
60
Indicador 2: Proporção de gestantes que buscaram o atendimento de
urgência em saúde bucal em cada mês. Número de gestantes que buscaram
o atendimento odontológico de urgência / Número de gestantes cadastradas
no programa de pré-natal.
- Descrição do Resultado: Os percentuais deste indicador foram
extremamente baixos, visto que nos três primeiros meses não foi realizada
nenhuma consulta de urgência, o que de certo modo é um ponto positivo,
visto que não houve nenhum agravante na saúde bucal das gestantes. Ao
final do quarto mês obtivemos um percentual de 5,6%, o que correspondeu a
um atendimento de urgência.
Gráfico 5 – Proporção de gestantes que buscaram o atendimento de urgência em saúde
bucal em cada mês.
Indicador 3: Proporção de gestantes cadastradas pela equipe que tiveram
acesso a atendimento odontológico. Número de gestantes atendidas em
primeira consulta pelo cirurgião dentista / Número de gestantes cadastradas.
- Descrição do Resultado: Este indicador apresentou um percentual de 25%
de gestantes cadastradas que foram atendidas pelo odontólogo, evoluiu para
45,5% no segundo mês e, diminui para 11,8% no terceiro mês, finalizando o
4º mês com 5,6%.
61
Gráfico 6 – Proporção de gestantes cadastradas pela equipe que tiveram acesso a
atendimento odontológico.
5.3.3 Objetivo: Melhorar a qualidade das ações de saúde bucal durante o Pré-Natal.
5.3.3.1 Metas: 90% das gestantes com adequação da saúde bucal mediante as
possibilidades da UBS Veneza durante o Pré-Natal.
5.3.3.2 Indicador:
Proporção de gestantes com saúde bucal adequada. Número de gestantes
com saúde bucal adequada / Número de gestantes da área de abrangência,
cadastradas no programa.
- Descrição do Resultado: Ao final do 1º mês de intervenção observamos um
percentual de 0% de gestantes com saúde bucal adequada. Este valor
persistiu durante os dois meses seguidos devido a todo o processo de
adequação da saúde bucal. Ao final do 4º mês, observamos um percentual de
100% de gestantes com saúde bucal adequada.
62
Gráfico 7 – Proporção de gestantes com saúde bucal adequada.
Média dos índices iniciais de Placa Visível das gestantes. Somatório dos
índices de placa visível das gestantes atendidas / Número de gestantes
atendidas.
- Descrição do Resultado: Este indicador foi avaliado nas consultas iniciais
das gestantes a fim de estabelecer as condições de higiene de saúde bucal.
A média final do índice de Placa Visível foi 0,27, ou seja, 27% de placa visível
em cada gestante. Comparando com a realidade vivenciada, observamos
gestantes com índices altíssimos e outros razoavelmente menores, o que
propiciou este valor relativamente baixo quando se tem o parâmetro máximo
de 1 (100%) para a presença de placa visível nas superfícies dentárias. Este
índice permitiu que pudéssemos controlar o efeito das instruções contínuas
de higiene bucal nas pacientes.
Média dos índices finais de Placa Visível nas gestantes. Somatório dos
índices de placa visível das gestantes atendidas / Número de gestantes
atendidas.
- Descrição do Resultado: Ao final do período de tratamento curativo, antes
de serem encaminhadas ao período de manutenção de saúde bucal, as
gestantes foram avaliadas novamente quanto ao Índice de Placa Visível. O
63
indicador demonstrou uma média do índice de 0,12, ou seja, apenas 12% das
superfícies dentárias apresentavam placa visível. Comparando-se com o
resultado inicial observa-se um decréscimo de 15% o que vem a demonstrar a
efetividade e eficácia das ações programáticas realizadas durante o Pré-Natal
Odontológico.
Gráfico 8 – Média dos índices de placa visível das gestantes.
5.3.4 Objetivo: Melhorar o registro dos prontuários das gestantes.
5.3.4.1 Meta:
 Buscar de forma ativa 100% das gestantes faltosas às consultas.
5.3.4.2 Indicador:
Proporção de gestantes com atraso na consulta em relação ao preconizado
pelo Protocolo de atendimento. Número de gestantes cadastradas no
programa de pré-natal, residentes na área adscrita, com mais de quinze dias
de atraso na consulta em relação ao atendimento aprazado / Número de
gestantes cadastradas no programa moradoras da área adscrita.
- Descrição do Resultado: Ao final do processo de intervenção alcançamos o
percentual de 0% de gestantes com consultas atrasadas. Este indicador nos
permitiu observar ao final do 1º mês um percentual de 35%, decaiu para 9,1%
ao final do segundo mês e no 3º evoluiu para 23,5%, finalizando o 4º mês
com o percentual de 0% (Gráfico).
64
Gráfico 9 – Proporção de gestantes com atraso na consulta em relação ao preconizado pelo
Protocolo de atendimento.
5.4 Discussão
5.4.1 Resumo do que alcançou com a intervenção:
A intervenção, em minha unidade de saúde, permitiu a ampliação para o
atendimento odontológico das gestantes acompanhadas instituindo um programa de
pré-natal odontológico. Além disso, a instituição de grupos multidisciplinares de
educação continuada para as gestantes – abertos também para a comunidade –
tornaram possível uma mudança no comportamento de saúde bucal delas.
5.4.2 Importância da intervenção para a equipe:
A intervenção exigiu que a equipe se capacitasse para assim melhorar a
adesão e recepção das gestantes e a disseminação de idéias que viriam a modificar
a concepção de muitos mitos a respeito do atendimento odontológico durante a
gestação. Este trabalho promoveu o trabalho integrado de toda a equipe e permitiu
que todos os componentes fossem atores na saúde pública de nossa comunidade.
65
5.4.3 Importância da intervenção para o serviço:
Antes da intervenção, as atividades do pré-natal eram concentradas no
médico e na enfermeira. A intervenção permitiu que um conhecimento – deixado de
lado até então – fosse disseminado para toda a equipe e que toda uma atenção para
a saúde bucal fosse dada com a importância que merece.
5.4.4 Importância da intervenção para a comunidade:
O impacto da intervenção é ainda pouco percebido pela comunidade, mas os
resultados do programa nos permitem visualizar perspectivas de grande melhora e
amplitude de nossas ações com reflexos positivos em longo prazo. As gestantes
atendidas demonstraram satisfação e reconhecimento pelo trabalho realizado além
de resposta positiva através dos cuidados realizados em sua saúde bucal, deixando
claro a importância de uma educação continuada.
5.4.5 O que faria diferente caso fosse realizar a intervenção neste
momento?
O que realmente faltou foi uma articulação mais ampla com a comunidade a
fim de disseminar a importância do acompanhamento de pré-natal odontológico e
desmistificar as idéias impregnadas no popular das pessoas. Talvez assim os
resultados positivos tivessem sido alcançados desde o início da intervenção. Além
do mais, teria organizado desde o início uma agenda que contemplasse uma visita
domiciliar à casa das gestantes antes da marcação da primeira consulta para que
houvesse uma aproximação do profissional com a comunidade.
5.4.6 Viabilidade de incorporar sua intervenção à rotina do serviço/que
melhorias pretende fazer na ação programática:
A intervenção foi incorporada à rotina de serviço da unidade. Objetivamos
ampliar o trabalho de conscientização da comunidade através de ações comunitárias
mais frequentes, as reuniões com as gestantes passaram a ser bimensais conforme
66
solicitação delas, além disso, foi estabelecido dias para as consultas domiciliares
para as novas gestantes da comunidade.
5.4.7 Quais os próximos passos para melhorar a atenção à saúde no
serviço:
Iremos buscar um apoio dos Coordenadores para que estejam presentes em
nossas ações e nos repassem recursos para que sejam cada vez melhores e
produtivas. É preciso que nossa dedicação seja amparada pelo fornecimento de
recursos advindos dos órgãos superiores da saúde do município.
67
Anexo: Relatório da Intervenção para os Gestores e Comunidade
À Comunidade;
Ao Coordenador de Saúde de SJN;
Venho disseminar boas novas. Agradecer a oportunidade de trabalhar em
uma comunidade tão receptiva e promissora de mudanças.
O programa implantado de pré-natal odontológico trará futuramente
resultados mais visíveis pelo alcance que terá em toda a comunidade. Os quatro
meses de atenção odontológica às gestantes permitiu a desmistificação de
ideias culturalmente impregnadas e que afastavam as gestantes dos cuidados
na saúde bucal.
Pode ser observado a modificação dos hábitos, uma manutenção da saúde
bucal e da adequação com tratamento preventivos e curativos.
Infelizmente, algumas dificuldades foram encontradas. A maioria delas
centradas na carência de apoio por parte dos órgãos superiores. Isto não
impediu, mas dificultou a realização dos encontros mensais de educação
continuada; pois não se tinha acesso a meios para a realização de atividades
lúdicas, material para apresentação e divulgação do trabalho na comunidade,
além de mantimentos para oferta de lanches aos participantes.
No entanto, o trabalho realizado surtiu efeitos muito positivos. Acredita-se que
a continuidade deste programa, com algumas modificações para melhorá-lo,
apresentará resultados extensivos a toda comunidade.
Neste momento o programa foi aplicado em uma população específica, com
certeza deve ser ampliado para atingir toda a comunidade.
Acredita-se que os filhos sejam o reflexo da mãe – de seus hábitos e atitudes.
Portanto, as atividades e cuidados desenvolvidos durante a gestação refletem
nos cuidados com os filhos e toda a sua família.
68
Por fim, o programa desenvolvido foi de uma experiência esplêndida e
profunda para mim como profissional e pessoa. A quem puder interessar, a
experiência poderá ser dividida.
Atenciosamente,
Mariana Gonzalez Cademartori
69
6 REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE SEU PROCESSO PESSOAL DE
APRENDIZAGEM E NA IMPLANTAÇÃO DA INTERVENÇÃO
A. Como foi o desenvolvimento de seu trabalho no curso em relação às suas
expectativas iniciais?
Confesso que esperava resultados melhores. Acredito que o tempo impediu
que eu visualizasse resultados melhores. Concepções culturais de toda uma
comunidade não são modificadas em poucos meses. A implantação do programa de
pré-natal odontológico foi uma atividade que não tinha sido feita, as atividades eram
somente curativas.
Posso afirmar que com relação a minha equipe de trabalho, a implantação do
programa teve ótima receptividade e todos se engajaram para que ocorresse um
progresso na realidade observada antes desse processo. Como todo processo
precisa de muitas modificações: o tempo das consultas precisa ser maior, para que
todos os indicadores sejam coletados e que permita assim um controle da situação
bucal, melhores materiais de trabalho devem ser fornecidos (o que independe de
mim), as reuniões deveriam ser melhores programadas e com um material mais
lúdico e atrativo, o que infelizmente também não depende de mim.
Mas acima de tudo, encontrei uma gratidão imensa nessas mulheres por ter
recuperado uma saúde há muito deixada de lado. Elogios e lembranças não podem
ser comparados à mudança visível dos hábitos bucais. Foi um trabalho árduo,
muitas vezes desanimei e pensei em desistir, mas é compensador quando as
pessoas reconhecem o teu empenho e trabalho em prol da melhoria de vida delas.
B. Qual o significado do curso para a sua prática profissional?
Realmente torno a elogiar o curso pelas atividades desenvolvidas e pelo
conhecimento repassado aos alunos. A visão humanitária com que adentramos o
serviço público e o choque que ocorre diante da realidade de subsistência deste
serviço provoca um tipo de êxtase que evolui para um sentimento de desânimo.
70
A experiência diária aliada ao curso permitiu com que este estado de letargia
fosse modificado, e dentro de minhas limitações, adaptasse o meu trabalho à
realidade, sem deixar de ser um ator, na saúde pública, ativo e participante do
trabalho multidisciplinar que passamos a desenvolver na unidade de saúde.
C. Quais os aprendizados mais relevantes decorrentes do curso? Explique
porque eles são importantes.
Não há como deixar de mencionar, antes de tudo, que o curso permitiu uma
mudança radical na minha visão de saúde pública. Por conseguinte, as minhas
ações diante da atividade profissional que exerço sofreram profundas modificações.
Além disso, que não deixa de ser menos importante, o curso me instigou a
buscar soluções para meus problemas na unidade de saúde, permitiu que eu tivesse
a firmeza para me posicionar na equipe, deixando de ser uma relés participante,
para uma profissional ativa e envolvida com a comunidade.
O reflexo das mudanças que ocorreram no meu trabalho são provenientes de
modificações internas, de concepções diferentes e anseios mais reais e menos
fantasiosos. Sempre buscando mudanças dentro de minhas limitações, e pleiteando
aquelas que independem de mim no quesito concretização.

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Pré-natal odontológico na ESF de São José do Norte

  • 1. 0 UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA MODALIDADE A DISTÂNCIA TURMA 1 – JULHO DE 2011 IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO NA UNIDADE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA VENEZA NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO NORTE - RS MARIANA GONZALEZ CADEMARTORI Pelotas, 2012
  • 2. 1 MARIANA GONZALEZ CADEMARTORI IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO NA UNIDADE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA VENEZA NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO NORTE - RS Orientador: Roberta Antunes Machado Pelotas, 2012 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Especialização em Saúde da Família/Modalidade à distância da Universidade Federal de Pelotas e Universidade Aberta do SUS (UNASUS), como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Saúde da Família.
  • 3. 2 Banca examinadora: Denise Bermuda Pereira Denise da Silveira Roberta Antunes Machado (Orientadora)
  • 4. 3 Resumo CADEMARTORI, Mariana Gonzalez. Implantação de um Programa de Pré-Natal Odontológico na Unidade de Estratégia de Saúde da Família Veneza no município de São José do Norte – RS. 2012. 71fs. Trabalho de Conclusão de Curso – Especialização em Saúde da Família. UNASUS - Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. A Estratégia Saúde da Família (ESF) é uma ação prioritária para a reorganização da atenção básica no Brasil, importante tanto na mudança do processo de trabalho quanto na precisão do diagnóstico situacional, alcançada por meio da adscrição de clientela e aproximação da realidade sociocultural da população e da postura pró- ativa desenvolvida pela equipe (BRASIL, 2006). O município de São José do Norte possui cinco unidades de ESF. Essa situação reflete negativamente na atenção odontológica às gestantes, por limitar-se a ações curativas advindas da livre demanda. É importante uma atenção odontológica especial às gestantes devido às alterações que ocorrem no período gravídico. O objetivo deste trabalho foi implantar um programa de pré-natal odontológico na Unidade de Estratégia de Saúde da Família do bairro Veneza, no município de São José do Norte (RS). O programa de intervenção foi implantando e acompanhado ao longo de quatro meses (Abril a Julho de 2012). Ao longo dos quatro meses, as ações foram desenvolvidas com base em quatro eixos pedagógicos a fim de que se alcançassem metas estabelecidas: (1) Organização e gestão do serviço, (2) Monitoramento e avaliação, (3) Engajamento público e, (4) Qualificação da prática clínica. A população estudada foram as 24 gestantes que moravam no bairro Veneza e que participavam do acompanhamento de Pré-Natal da unidade. Ao final dos quatro meses de intervenção foi alcançado um percentual de 94,4% de gestantes presentes nos grupos de educação continuada, índice abaixo do percentual esperado. Quanto à proporção de gestantes que foram atendidas pelo Odontólogo da UBS Veneza, ao final do terceiro mês de intervenção, as gestantes estavam sendo atendidas em sua totalidade. O indicador que avaliou a proporção de gestantes com saúde bucal adequada atingiu em excelência a meta proposta, visto que 100% das gestantes tiverem alta dos procedimentos curativos, apresentando uma saúde bucal adequada. Quanto ao traçado do perfil sociodemográfico, a maioria das gestantes (50%) tinha entre 20 e 29 anos, 72,2% viviam em união e não terminaram de cursar o primeiro grau (44,4%). Foi observado um percentual de 77,8% de gestantes com renda familiar inferior a 1 salário mínimo. Um percentual de 66,7% foi identificado para as mulheres que tiveram sua primeira gestação antes dos 20 anos de idade. Além disso, 48,9% das gestantes estavam na sua primeira gestação, sendo que 66,7% das mulheres já tinham sofrido aborto e 61,1% eram fumantes. Estas mulheres iniciaram o Programa de Pré-Natal Odontológico no segundo semestre de gestação (83,3%), sendo que 94,4% das gestantes necessitavam de algum tratamento curativo. Este trabalho apresenta os resultados de quatro meses de implantação de um programa de acompanhamento das gestantes em uma Unidade de Estratégia de Saúde da Família. Os primeiros meses de acompanhamento odontológico no Pré-Natal propiciaram uma mudança de hábitos comportamentais das gestantes em relação à higiene bucal e há uma tendência de que isto seja refletido na saúde bucal de seus bebês. Uma maior adesão das gestantes ao tratamento odontológico proporcionou melhores condições
  • 5. 4 de saúde durante o período gestacional e permitiu um planejamento e tratamento integrais e multiprofissionais das gestantes, o que vai ao encontro dos objetivos das unidades de Estratégia da Saúde da Família. Palavras-Chaves: Odontologia; Gestantes, Saúde da Família.
  • 6. 5 Lista de Gráficos Gráfico 1 Proporção de gestantes presentes nos grupos de apoio e educação continuada. 57 Gráfico 2 Proporção de gestantes que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo e do uso de álcool e drogas na gestação. 58 Gráfico 3 Proporção de gestantes que receberam orientação quanto à saúde bucal durante a gestação. 58 Gráfico 4 Proporção de gestantes que estão sendo atendidas pelo Odontólogo da UBS Veneza. 59 Gráfico 5 Proporção de gestantes que buscaram o atendimento de urgência em saúde bucal em cada mês. 60 Gráfico 6 Proporção de gestantes cadastradas pela equipe que tiveram acesso a atendimento odontológico. 61 Gráfico 7 Proporção de gestantes com saúde bucal adequada. 62 Gráfico 8 Média dos índices de placa visível das gestantes. 63 Gráfico 9 Proporção de gestantes com atraso na consulta em relação ao preconizado pelo Protocolo de atendimento. 64
  • 7. 6 Lista de Figuras Figura 1 - Mapa de localização do município de São José do Norte - RS 52
  • 8. 7 Sumário Resumo ......................................................................................................................3 Lista de Gráficos .......................................................................................................5 Lista de Figuras.........................................................................................................6 1 APRESENTAÇÃO..............................................................................................10 2 RELATÓRIO DA ANÁLISE SITUACIONAL ......................................................12 2.1 Situação da ESF/APS na terceira semana de ambientação ...................12 2.2 Painel de Problemas ..................................................................................13 2.3 Diagrama de Inter-relações .......................................................................13 2.4 Árvore de Problemas .................................................................................14 2.5 Árvore de Objetivos ...................................................................................14 2.6 Situação da ESF/APS – Setembro 2011 ...................................................15 3 ANÁLISE ESTRATÉGICA – PROJETO DE INTERVENÇÃO ...........................17 3.1 Tema............................................................................................................17 3.2 Justificativa ................................................................................................17 3.3 Objetivos.....................................................................................................19 3.3.1 Objetivo geral..........................................................................................19 3.3.2 Objetivos específicos .............................................................................19 3.4 Metas...........................................................................................................19 3.5 Metodologia ...................................................................................................20 3.5.1 Preparando a Intervenção......................................................................20 3.5.1.1 Protocolo adotado...............................................................................20 3.5.1.2 Sistema de registro e monitoramento das ações .............................20 3.5.1.3 Ações a serem desenvolvidas com base nos quatro Eixos Pedagógicos.........................................................................................................21
  • 9. 8 3.5.1.4 Materiais necessários para a implantação das ações......................24 3.5.1.5 Indicadores de monitoramento das ações ........................................24 3.5.1.6 Atribuições de cada membro da equipe............................................26 3.5.2 Cronograma................................................................................................27 3.6 Referências Bibliográficas ...........................................................................29 Apêndices ................................................................................................................30 APÊNDICE A ............................................................................................................31 APÊNDICE B ............................................................................................................33 APÊNDICE C ............................................................................................................34 APÊNDICE D ............................................................................................................36 APÊNDICE E ............................................................................................................37 APÊNDICE F.............................................................................................................40 APÊNDICE G............................................................................................................42 4 RELATÓRIO DE INTERVENÇÃO......................................................................43 4.1 Quanto às ações previstas e desenvolvidas no projeto: facilidades e dificuldades, cumpridas integral ou parcialmente............................................43 4.2 Quanto às ações previstas e não desenvolvidas: motivos. ...................46 4.3 Quanto à coleta e sistematização dos dados: dificuldades no preenchimento da planilha e no cálculo dos indicadores................................47 4.4 Quanto à incorporação das ações na rotina do serviço: análise da viabilidade, aspectos que precisam melhorar para viabilizar..........................48 5 RELATÓRIO DOS RESULTADOS DA INTERVENÇÃO ...................................49 5.1 Introdução...................................................................................................49 5.2 Metodologia ................................................................................................51 5.2.1 População-alvo .......................................................................................51 5.2.2 Ações realizadas no Programa de Intervenção....................................52
  • 10. 9 5.2.3 Indicadores do Estudo ...........................................................................54 5.2.4 Logística ..................................................................................................55 5.3 Resultados..................................................................................................56 5.4 Discussão ...................................................................................................64 5.4.1 Resumo do que alcançou com a intervenção:.....................................64 5.4.3 Importância da intervenção para o serviço: .........................................65 5.4.4 Importância da intervenção para a comunidade:.................................65 5.4.5 O que faria diferente caso fosse realizar a intervenção neste momento?.............................................................................................................65 5.4.6 Viabilidade de incorporar sua intervenção à rotina do serviço/que melhorias pretende fazer na ação programática:..............................................65 5.4.7 Quais os próximos passos para melhorar a atenção à saúde no serviço: .................................................................................................................66 Anexo .......................................................................................................................67 6 REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE SEU PROCESSO PESSOAL DE APRENDIZAGEM E NA IMPLANTAÇÃO DA INTERVENÇÃO ...............................69
  • 11. 10 1 APRESENTAÇÃO São José do Norte é um município que está localizado na Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Faz parte de uma península situada entre o Oceano Atlântico e a Lagoa dos Patos. Possui uma população estimada em 25.474 habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro Geográfico e de Estatística (IBGE) coletados no censo realizado em 2010 (IBGE, 2012). O município está distante cerca de 372 quilômetros da capital do Estado, e aproximadamente 8 quilômetros da cidade de Rio Grande. O acesso à cidade de Rio Grande ocorre por travessia hidroviária pela Laguna dos Patos (SJN, 2012). A economia deste município está apoiada na agricultura, pesca, extrativismo vegetal e turismo ecológico e litorâneo. A cebola, o arroz e as florestas de pinus destacam-se como suas principais riquezas agrícolas (SJN, 2012). Além disso, a futura instalação do Estaleiro EBR, para construção de plataformas, surge como atrativo econômico e de crescimento populacional pontual, ou seja, em um curto espaço de tempo o Município estará gerando um grande número de empregos (SJN, 2012). A cidade está subdividida em três distritos, o bairro Veneza está situado no distrito do Centro. No bairro há uma unidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF) com a equipe completa. A equipe é composta por um odontólogo, uma enfermeira, um médico, uma técnica em enfermagem, uma auxiliar de consultório dentário, seis agentes comunitárias, uma recepcionista e um higienizador. A ESF Veneza, unidade na qual será desenvolvida a intervenção, conta com 13 profissionais, sendo três de nível superior (médico, enfermeira e odontólogo), um técnico de enfermagem, seis agentes comunitárias de saúde (ACS) e o restante de apoio (recepcionista, técnico de higienização e uma auxiliar de consultório dentário).
  • 12. 11 O estudo será realizado na ESF Veneza com a implantação de um programa de intervenção de pré-natal odontológico. Busca-se estabelecer, além disso, uma atividade multidisciplinar envolvendo a participação de toda a equipe.
  • 13. 12 2 RELATÓRIO DA ANÁLISE SITUACIONAL 2.1 Situação da ESF/APS na terceira semana de ambientação Julho 2011. Estratégia de Saúde da Família Veneza no município de São José do Norte: A situação da unidade básica de saúde (UBS) é complexa. Os gestores não defendem os interesses dos profissionais, tão pouco os da população. O local da UBS é de difícil acesso, inclusive um barranco de terra já provocou inúmeras quedas de idosos. O prédio apresenta inúmeros problemas de infraestrutura: o piso apresenta buracos, algumas portas estão quebradas, não há um espaço apropriado para a farmácia, os medicamentos estão dispostos em um pequeno armário. Quando atinge a lotação máxima, os outros medicamentos ficam literalmente “empoeirados”, empilhados uns sobre os outros. Quando chove, há goteiras próximas aos medicamentos. Além disso, não há uma sala para observação e vacinação. Alguns equipamentos estão estragados, outros danificados pelo tempo e uso diário. O que há são apenas promessas de futuros consertos ou equipamentos novos. Há carência de instrumentais e materiais para que os trabalhos da equipe sejam executados em excelência, embora exista o empenho e a vontade por parte dos profissionais. É visível a integridade e os valores da equipe, principalmente refletidos na comunidade. No entanto, ainda se está muito distante de uma situação digna de elogios no que se refere ao funcionamento e infraestrutura da UBS – requisitos estes que dependem em uma parcela elevada de gestores e secretários da saúde.
  • 14. 13 2.2 Painel de Problemas 2.3 Diagrama de Inter-relações
  • 15. 14 2.4 Árvore de Problemas 2.5 Árvore de Objetivos
  • 16. 15 2.6 Situação da ESF/APS – Setembro 2011 Passadas algumas semanas do início do curso e adquirindo certos conhecimentos a respeito da Estratégia da Saúde, normas e diretrizes do Programa, material didático e explicativo das ações comunitárias e sua importância para a efetividade do Programa confesso que minha visão a cerca da realidade que me rodeia tem-se tornado mais crítica e realista. De início foi um choque com o extermínio de minhas utopias, mas tendo consciência do que realmente pode ser feito e do que tem que ser mudado as coisas passam a adaptar-se melhor no dia-a- dia e respostas são encontradas para os questionamentos, além de resolutividade para os problemas. A situação da UBS Veneza não melhorou absolutamente em nada. Ao contrário, a dentista da UBS está há quase um mês sem trabalhar, pois o equipamento estragou e não há previsão de conserto. A estrutura inadequada do prédio persiste, não permitindo acesso a deficientes físicos, falta local adequado para o abrigo dos medicamentos, faltam materiais para trabalho e a população continua de olhos fechados, conformada com a situação. Segundo ela, está assim em todo o país. E para tornar a situação mais agravante, o salão da Igreja da comunidade não está mais disponível para as reuniões de grupo com a comunidade. Este seria “emprestado” para as atividades realizadas pela UBS em troca de “favores” que não foram aceitos pela equipe da UBS por ferir certos princípios, como igualdade. Entretanto, a enfermeira e a dentista estão dialogando com a equipe e a comunidade, no intuito de transmitir os conhecimentos adquiridos com o curso para tornar o campo de visão deles mais amplo e passível de mudanças. Pretende-se implantar núcleos de avaliações das ações e controle da execução destas, além de um Conselho Local de Saúde, para que a população se torne ativa no processo de saúde. Ainda há o problema de falta de governabilidade na resolução da maioria dos problemas, mas outros podem ser adaptados à realidade vivenciada em prol da comunidade, tão carente de atenção e conhecimento, tanto dos seus direitos quanto dos seus deveres. Já é possível identificar, mesmo que pequenas, manifestações de
  • 17. 16 insatisfação e o anseio por mudanças por parte da equipe e de pessoas da comunidade. Mesmo que tarde, ainda hão de serem observados os benefícios que ocorrerão na prática diária do atendimento na unidade quando for abandonada a passividade. Interessante perceber a modificação na visão da realidade diante da aquisição de conhecimento. Em leitura da primeira análise situacional, ratificam-se os mesmos problemas mencionados e até novos, mas já se encontram soluções para alguns que estão ao alcance – dentro de limitações – da equipe. Este crescimento foi possível com o aperfeiçoamento e conhecimentos adquiridos no curso.
  • 18. 17 3 ANÁLISE ESTRATÉGICA – PROJETO DE INTERVENÇÃO 3.1 Tema  Qualificação do Pré-Natal Odontológico 3.2 Justificativa A Estratégia Saúde da Família (ESF) é uma ação prioritária para reorganização da atenção básica no Brasil. É importante tanto por ser uma mudança no processo de trabalho como por fornecer uma precisão do diagnóstico situacional. Isto é alcançado por meio da adscrição de clientela e aproximação da realidade sociocultural da população, além da postura pró-ativa desenvolvida pela equipe (BRASIL; 2006). A saúde como direito tem sido uma conquista social do estado brasileiro, principalmente a partir da Constituição de 1988. A Saúde Bucal integrante do contexto saúde, cada dia mais desponta como uma preocupação, tanto no enfoque da promoção e prevenção, quanto assistencial (SILVEIRA FILHO; 2002). Conforme as atuais Políticas Públicas de Saúde, a promoção de saúde bucal é a nova meta dos cirurgiões-dentistas integrados à estratégia da família. Trabalhar não somente com a doença, mas principalmente com pessoas saudáveis, a fim de orientá-las e educá-las quanto à prevenção, podendo assim conscientizar um público-chave bastante interessado e com força suficiente para desenvolver hábitos saudáveis na futura geração: as gestantes (SILVA, MARTELLI; 2009). A gestação é um acontecimento fisiológico, com alterações orgânicas naturais, mas que impõe aos profissionais da saúde a necessidade de conhecimentos para uma abordagem diferenciada. O estado da saúde bucal apresentado durante a gestação tem relação com a saúde geral da gestante e pode influenciar na saúde geral e bucal do bebê (BRASIL, 2006).
  • 19. 18 Os odontólogos devem trabalhar de forma articulada com os demais profissionais da equipe. Em relação às gestantes, deve trabalhar em permanente interação com os profissionais responsáveis pelo seu atendimento, integrando ações curativas, preventivas e de promoção em saúde (BRASIL, 2006). O município de São José do Norte possui cinco unidades de ESF, sendo duas apenas com a equipe completa. Essa situação reflete negativamente na atenção odontológica às gestantes, que acaba por limitar-se a ações curativas advindas da livre demanda para o atendimento de urgência. Vale ressaltar que grande parte dos moradores do referido município apresenta baixo nível social, econômico e intelectual, fatores que por si só já oferecem riscos a um desenvolvimento pleno e saudável com consequências sérias na saúde bucal das mães e de seus filhos. A ESF Veneza, unidade na qual será desenvolvida a intervenção, conta com 13 profissionais, sendo três de nível superior (médico, enfermeira e odontólogo), um técnico de enfermagem, seis agentes comunitárias de saúde (ACS) e o restante de apoio (recepcionista, técnico de higienização e uma auxiliar de consultório dentário). A população da área de abrangência é carente e necessita de uma equipe de saúde resolutiva e integrada nos saberes interdisciplinares, com atenção especial às gestantes e a inclusão de ações de saúde bucal e no pré-natal. Dados obtidos a partir do trabalho das Agentes Comunitárias da Unidade apresentaram 100% de acompanhamento das gestantes. Além disso, um alto índice de gestantes foi acompanhada desde o primeiro trimestre de gestação (75,0%), e 21,2% de gestantes tinham acima dos 20 anos de idade. Atualmente vinte e quatro gestantes estão sendo acompanhadas pelo pré-natal. Este dado é semanalmente atualizado pelas ACS no intuito de que 100% destas sejam acompanhadas pela unidade. Deve- se salientar que, na atenção a este grupo, a educação e a promoção da saúde devem caminhar juntas. Diante das questões apresentadas, salienta-se a importância de uma atenção odontológica especial às gestantes devido às alterações que ocorrem no período gravídico, sendo de fundamental importância o papel do cirurgião-dentista. Este deve não somente realizar o tratamento curativo quando necessário, mas também avaliar os riscos à saúde bucal, prevenir hábitos orais inadequados e doenças bucais, reforçar conceitos sobre a importância do aleitamento materno e uma alimentação saudável. Tornar-se ativo no seu papel diante da equipe e da
  • 20. 19 comunidade tornará a sua participação efetiva no pré-natal multiprofissional qualificando a atenção às gestantes da ESF Veneza. Cabe esclarecer que a princípio, o objetivo do trabalho seria implantar um Conselho municipal da Saúde conforme apresentado na “Árvore de Objetivos”. Diante das dificuldades apresentadas e a intransigência dos coordenadores da Secretaria Municipal da Saúde e a falta de apoio dos demais profissionais do município, este objetivo não foi aplicado. Portanto, avaliado o programa de atendimento odontológico optou-se por implantar um programa de Pré-Natal Odontológico. 3.3 Objetivos 3.3.1 Objetivo geral  Melhorar a Atenção Odontológica às Gestantes. 3.3.2 Objetivos específicos  Promover educação em saúde bucal às gestantes;  Aumentar a adesão das gestantes, cadastradas no programa de Pré-Natal da unidade, ao atendimento odontológico;  Melhorar a qualidade das ações de saúde bucal das gestantes durante o Pré- Natal;  Aperfeiçoar o registro e coleta das informações sobre as gestantes. 3.4 Metas  Cadastrar 100% das gestantes da área adscrita;  Atender 100% das gestantes no consultório odontológico durante o acompanhamento do Pré-Natal;
  • 21. 20  Orientar 100% das gestantes sobre os riscos de tabagismo, do uso de álcool e drogas durante a gestação – com ênfase na Odontologia;  Garantir a 100% das gestantes o recebimento de orientações quanto a questões de saúde bucal na gestação;  Reduzir em 90% a busca pelo atendimento de urgência em saúde bucal por gestantes.  Aumentar para 100% a frequência nas consultas odontológicas por parte das gestantes;  Atingir 90% das gestantes com adequação da saúde bucal mediante as possibilidades da UBS Veneza durante o Pré-Natal. 3.5 Metodologia 3.5.1 Preparando a Intervenção 3.5.1.1 Protocolo adotado Foi adotado o “Protocolo Integrado de Atenção à Saúde Bucal”, instituído pela Secretaria da Saúde de Curitiba, no ano de 2004, e aprovado pelo Ministério da Saúde. 3.5.1.2 Sistema de registro e monitoramento das ações O Registro Específico foi realizado na Carteira da Gestante, Ficha SIA-SUS preenchidas em cada consulta, bem como em Fichas Específicas elaboradas e adaptadas a partir da Ficha de Acompanhamento da Gestante - SISPRENATAL, Carteira da Gestante, e da Ficha de Pré-Natal (Apêndice A).
  • 22. 21 Para o Monitoramento das ações foi estruturada uma Ficha Clínica Específica (Apêndice B) para o controle das gestantes contendo os indicadores de avaliação e monitoramento, as informações necessárias para o acompanhamento adequado destas, exame clínico, plano de tratamento, bem como os tratamentos executados. Foram coletadas variáveis para que o perfil epidemiológico destas gestantes fosse traçado corretamente. Fichas de Avaliação dos Índices de Placa Visível, Sangramento Gengival e CPO-D (Apêndice 4) também foram elaboradas de forma adaptarem-se perfeitamente à pesquisa. Todas estas fichas foram guardadas em uma pasta individual para cada gestante, caracterizando o Prontuário de Pré-Natal Odontológico. 3.5.1.3 Ações a serem desenvolvidas com base nos quatro Eixos Pedagógicos Objetivos Específicos Metas Organização e Gestão do Serviço Monitorament o e Avaliação Engajamento Público Qualificação da Prática Clínica Promover educação em Saúde Bucal às gestantes Orientar 100% das gestantes sobre os riscos de tabagismo e do uso do álcool e drogas na gestação – com ênfase na Odontologia; Garantir a 100% das gestantes o recebimento Capacitar a equipe da UBS para a participação ativa no processo por meios de cursos ministrados pela dentista da UBS; Acolher todas as gestantes pertencentes à área de abrangência da UBS; Todas as consultas serão Cadastrament o das Gestantes em uma pasta específica contendo a ficha clínica completa; Atualização semanal durante as reuniões de equipe para o controle do número de gestantes e a captação das Palestras à comunidade para esclarecer a importância do cuidado da gestante com a sua saúde bucal bem como de seu bebê, e desmistificação de alguns pareceres equivocados a respeito do tratamento odontológico Capacitação da Equipe sobre Saúde Bucal para aprimorar o atendimento; Implantação de um grupo de educação continuada para as gestantes durante o Pré-Natal;
  • 23. 22 de orientação quanto a questões de saúde bucal na gestação; agendadas no mesmo dia do Pré-Natal com o médico; mesmas; em gestantes; Distribuição de panfletos informativos pelas Agentes Comunitárias; Melhorar a adesão das gestantes às consultas odontológica s para as gestantes Atender 100% das gestantes no consultório odontológico ; Reduzir em 90% a busca pelo atendimento de urgência por gestantes; Aumentar para 100% a frequência nas consultas odontológica s por parte das gestantes; Acolher todas as gestantes pertencentes à área de abrangência da UBS; Agendar consultas para todas as gestantes assim que houver a confirmação por parte das Agentes Comunitárias; Atualização semanal durante as reuniões de equipe para o controle do número de gestantes e a captação das mesmas; Capacitar a equipe para a captação de todas as gestantes do bairro Veneza; Divulgar através de grupos de palestras multiprofission al a importância de uma adequada saúde bucal durante a gravidez; Preenchiment o de uma ficha específica para o controle do número de gestantes e as consultas agendadas; Exame Clínico e Elaboração de um Plano de Tratamento; Melhorar a qualidade das ações de saúde bucal durante o Pré-Natal Realizar avaliação da saúde bucal de 100% das gestantes durante o Pré-Natal; Consultas agendadas pelo ACD, Dentista ou qualquer outro profissional da UBS; Controle dos índices de Placa; Controle do índice de Sangramento Gengival; Distribuição de panfletos informativos; Conscientizaçã o da comunidade através de Executar o Plano de Tratamento instituído tendo como base o Protocolo de Atendimento
  • 24. 23 90% das gestantes com adequação da saúde bucal mediante as possibilidade s da UBS Veneza durante o Pré-Natal; Encaminhament o, por parte de qualquer profissional da UBS bem como pela população, ao consultório odontológico; Controle do índice de CPO-D; Avaliar a saúde bucal das gestantes antes e após o atendimento odontológico de Pré-Natal através da comparação dos índices expostos acima; pequenas campanhas informativas; Acolhimento da equipe a todos os usuários de forma receptiva e a fim de disseminar a importância das grávidas cuidarem de sua saúde bucal durante o Pré-Natal; Odontológico às gestantes; Controle da manutenção da saúde bucal por consultas periódicas com aplicação de exame clínico para índices de placa, sangramento gengival e CPO-D; Melhorar o registro dos prontuários das gestantes Cadastrar 100% das gestantes; Buscar de forma ativa 100% das gestantes faltosas às consultas. Capacitação da equipe para o preenchimento das fichas utilizadas para compor a pasta clínica de cada gestante; Elaboração e adaptação de uma ficha clínica odontológica para contemplar os indicadores de avaliação de saúde bucal; Acolhimento da equipe a todas as gestantes de forma receptiva; Capacitar as Agentes Comunitárias para atualização dos dados da ficha acessíveis ao entendimento das mesmas; A cada consulta, atualização dos dados contidos no prontuário clínico da gestante; Caderno de Controle com as frequências e atendimentos realizados nas gestantes; Caracterizar as gestantes da área adscrita; Capacitar as Agentes para a coleta dos dados atualizados das gestantes; Ficha para atualização semanal das gestantes da área adscrita;
  • 25. 24 3.5.1.4 Materiais necessários para a implantação das ações  Panfletos informativos;  Planilha de Informações da gestante;  Ficha Clínica da gestante;  Ficha de Controle de Frequência das reuniões de grupo;  Ficha para o Controle dos Assuntos discutidos no grupo;  Ficha de Plano de Tratamento;  Ficha de Controle dos Procedimentos realizados;  Carta de Informação e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 3.5.1.5 Indicadores de monitoramento das ações Os denominadores populacionais para o cálculo dos indicadores serão obtidos através do cadastramento feito pelas ACS e pelas planilhas de acompanhamento. Indicador 1: Proporção de gestantes presentes nos grupos de apoio e educação continuada. Numerador: Número de gestantes presentes no grupo. Denominador: Número de gestantes que moram na área adscrita.
  • 26. 25 Indicador 2: Proporção de gestantes que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo e do uso de álcool e drogas na gestação. Indicador 3: Proporção de gestantes que receberam orientação quanto à saúde bucal durante a gestação. Indicador 4: Proporção de gestantes que buscaram o atendimento de urgência em saúde bucal em cada mês. Indicador 5: Proporção de gestantes que estão sendo atendidas pelo Odontólogo da UBS Veneza. Indicador 6: Proporção de gestantes com saúde bucal adequada. Indicador 7: Média do Índice de Placa Visível. Numerador: Número de gestantes que receberam orientação sobre riscos do tabagismo e do uso de álcool e drogas na gestação. Denominador: Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal. Numerador: Número de gestantes que receberam orientação quanto à saúde bucal durante a gestação. Denominador: Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal. Numerador: Número de gestantes que buscaram o atendimento odontológico de urgência. Denominador: Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal. Numerador: Número de gestantes que estão sendo atendidas pelo Odontólogo da UBS Veneza. Denominador: Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal. Numerador: Número de gestantes com saúde bucal adequada. Denominador: Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal. Numerador: Somatório dos índices de Placa Visível iniciais das gestantes. Denominador: Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal que tiverem seu índice de placa mensurado.
  • 27. 26 Indicador 8: Proporção de gestantes com a primeira consulta programática. Indicador 9: Proporção de gestantes com atraso na consulta em relação ao preconizado pelo Protocolo de atendimento. 3.5.1.6 Atribuições de cada membro da equipe  Enfermeira, Técnica de Enfermagem e Médico: Em cada consulta de Pré- Natal os profissionais encaminharão as pacientes ao consultório odontológico para que seja feita a marcação da primeira consulta programática de acompanhamento.  Recepcionista: Responsável pelo acolhimento das gestantes e por transmitir as informações necessárias para dar início ao acompanhamento.  Auxiliar de Consultório Dentário: Responsável pelo acolhimento e marcação das consultas, bem como por orientações de saúde bucal.  Odontóloga: Responsável pela execução das consultas, preenchimento das fichas clínicas e pelas orientações às gestantes através de palestras.  Agentes Comunitárias: Responsáveis pela captação das gestantes, atualização semanal do número de gestantes da área adscrita, bem como a disseminação da importância do acompanhamento odontológico durante o Pré- Natal à população (com ênfase às gestantes e seus familiares). Numerador: Número de gestantes com a primeira consulta programada. Denominador: Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal. Numerador: Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal, residentes na área adscrita, com mais de quinze dias de atraso na consulta em relação ao atendimento aprazado. Denominador: Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal.
  • 28. 27 3.5.2 Cronograma Primeiro Mês Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Impressão das fichas e prontuários; Divulgar a data do primeiro encontro de grupo; Atualizar o número de gestantes da área; Elaboração dos panfletos a serem distribuídos para a comunidade; Capacitação da equipe em uma palestra informativa; Início da marcação das consultas programáticas; Início das atividades cínicas com as gestantes; Primeiro encontro mensal com as gestantes; Repasse dos dados para as planilhas de controle do Excel. Segundo Mês Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Atualização das gestantes da área com uma reunião com as Agentes Comunitárias; Consultas com as gestantes; Consultas com as gestantes; Atualização das gestantes da área com uma reunião com as Agentes Comunitárias; Consultas com as gestantes; Atualização das gestantes da área com uma reunião com as Agentes Comunitárias; Segundo encontro mensal com as gestantes; Repasse dos dados para as planilhas de controle do Excel; Atualização das gestantes da área com uma reunião com as Agentes Comunitárias; Consultas com as gestantes;
  • 29. 28 Terceiro Mês Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Atualização das gestantes da área com uma reunião com as Agentes Comunitárias; Consulta com as gestantes; Atualização das gestantes da área com uma reunião com as Agentes Comunitárias; Consulta com as gestantes; Atualização das gestantes da área com uma reunião com as Agentes Comunitárias; Consulta com as gestantes; Atualização das gestantes da área com uma reunião com as Agentes Comunitárias; Repasse dos dados para as planilhas de controle do Excel; Consulta com as gestantes; Quarto Mês Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Atualização das gestantes da área com uma reunião com as Agentes Comunitárias; Consulta com as gestantes; Atualização das gestantes da área com uma reunião com as Agentes Comunitárias; Consulta com as gestantes; Atualização das gestantes da área com uma reunião com as Agentes Comunitárias; Consulta com as gestantes; Atualização das gestantes da área com uma reunião com as Agentes Comunitárias; Consulta com as gestantes; Repasse dos dados para as planilhas de controle do Excel;
  • 30. 29 3.6 Referências Bibliográficas ALBUQUERQUE, O. M. R.; ABEGG, C.; RODRIGUES, C. S. Percepção de gestantes do Programa Saúde da Família em relação a barreiras no atendimento odontológico em Pernambuco, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, nº 3, p. 789 - 796, mai./jun. 2004. BASTOS, J. R. M.; PERES S. H.; CALDANA, M. L. Educação em Saúde com enfoque em Odontologia e em Fonoaudiologia. São Paulo; Editora Santos; 2007. COSTA, I. C. C.; MARCELINO, G.; BERTI-GUIMARÃES, M.; SALIBA, N. A. A gestante como agente multiplicador de saúde. Rev Pos-Grad., v. 5, nº 2, p. 87 – 92, abr./jun. 1998. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde Bucal / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. Cadernos de Atenção Básica, nº. 17 (Série A. Normas e Manuais Técnicos), 92 P., 2006. MOIMAZ, S. A. S.; GARBIN, C. A. S.; SALIBA, N. A.; ZINA, L. G. Condição Periodontal durante a gestação em um grupo de mulheres brasileira. Odontologia. Clín. -Científic., Recife, v. 8, nº 3, p. 219 - 224, jul./set. 2009. SANTOS, A. M. Organização das Ações em Saúde Bucal na Estratégia de Saúde da Família: Ações Individuais e Coletivas baseadas em dispositivos Relacionais e Instituintes. Revista APS, v. 9, nº 2, p. 190 - 200, jul./dez. 2006. SILVA, M. V.; MARTELLI, P. J. L. Promoção em Saúde Bucal para Gestantes: revisão de literatura. Cienc Odontol Bras, v. 9, nº 4, p. 59 – 66, out./dez. 2006. SILVEIRA FILHO, A. D. Saúde Bucal no PSF: o desafio de mudar a prática. Ministério da Saúde, Programa Saúde da Família, 2002. WELGATCH, M. K. M.; SAMALEA, D. M. V. Atenção odontológica às gestantes na Estratégia de Saúde da Família. Rev de divulg téc-científ do ICPG, v. 3, nº 12, p. 73 – 79, 2008.
  • 32. 31 APÊNDICE A - Planilha de Informações da Gestante adaptada dos: Cartão da Gestante, da Ficha de Registro Diário dos Atendimentos das Gestantes no SISPRENATAL, da Ficha de Cadastramento da Gestante e do Prontuário Médico. Nome: ___________________________________________________________ Idade: ______________ Data de Nascimento: ___/___/_____ Agente/Micro-Área: _____________________________ 1. Alfabetizada: ( ) Sim ( ) Não 2. Anos Completos de Estudo: _______________________________________ 3. Estado Civil: _______________________________ 4. Cor (Informada por Auto Declaração): _________________________ 5. Em que mês gestacional iniciou o Pré-Natal na Unidade Veneza? ___________________ 6. Idade da Primeira Gestação: ________________________________ 7. Número de Gestações: ___________________________________ 8. Número de Filhos: _______________________________________ 9. Gravidez de Risco: _______________________________________ 10.Sofreu alguma vez aborto? ________________________________ 11.É Fumante? ____________________________ 12.Quantos cigarros por dia? __________________________ 13.Se não, fumou antes da gravidez? Por quanto tempo? __________________ 14.Tem alguma patologia (hipertensão, diabete)? _________________________ 15.Já foi ao dentista? _________________________________
  • 33. 32 16.Mês Gestacional de Início de Acompanhamento Pré-Natal Odontológico na Unidade Veneza: ____________________________ 17.A gestante tem dúvidas quanto ao tratamento odontológico? ______________ 18.Pretende participar das reuniões de grupo? ___________________________
  • 34. 33 APÊNDICE B - Ficha Clínica da Gestante - Primeira Consulta Programática: 1. A Gestante foi: ( ) Encaminhada pelo Médico e/ou Enfermeira ( ) Encaminhada pela Agente Comunitária de sua Micro ( ) Encaminhada por outro profissional da Unidade Veneza ( ) Buscou atendimento de Urgência ( ) Outro, especifique __________________________________________________ 2. Mês Gestacional da primeira Consulta Pré-Natal Odontológica: ___________ 3. Apresenta alguma patologia? ( ) Diabetes ( ) Diabetes Gestacional ( ) Hipertensão Prévia ( ) Hipertensão Gestacional ( ) Cardiopatia ( ) Anemia Crônica ( ) Outra, Especifique ________________________________________________ 4. Faz uso de medicação contínua? ( ) Sim ( ) Não Se sim, Especifique: _________________________________________________ 5. Tem Alergia? __________________________________________________
  • 35. 34 APÊNDICE C - Exame Clínico Exame: ( ) Inicial ( ) Final Data: ___________ 1. Índice de Placa Visível (IPV): _______________ 2. CPOD: Vestibular OclusalIncisal PalatinaLingual Mesial Distal 18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28 38
  • 36. 35 37 36 35 34 33 32 31 41 42 43 44 45 46 47 48 Legenda: C – Cariado P – Perdido O – Obturado (Restaurado) A – Ausente H – Hígido
  • 37. 36 APÊNDICE D - Ficha de presença nas reuniões de grupo Iniciais do nome 1º grupo Data 2º grupo Data 3º grupo Data 4º grupo Data
  • 38. 37 APÊNDICE E - Ficha dos Assuntos discutidos nas Reuniões de Grupo  1ª Reunião – Data: ____/____/2012 Assuntos abordados: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ _______ Material utilizado/Forma da Apresentação: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ________  2ª Reunião – Data: ____/____/2012 Assuntos abordados: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
  • 39. 38 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ________ Material utilizado/Forma da Apresentação: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ______  3ª Reunião – Data: ____/____/2012 Assuntos abordados: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ _______ Material utilizado/Forma da Apresentação: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
  • 40. 39 ___________________________________________________________________ ________  4ª Reunião – Data: ____/____/2012 Assuntos abordados: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ________ Material utilizado/Forma da Apresentação: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
  • 41. 40 APÊNDICE F - Plano de Tratamento e Acompanhamento 18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28 38 37 36 35 34
  • 43. 42 APÊNDICE G - Ficha dos Procedimentos: Data: ______________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Data: ______________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Data: ______________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Data: ______________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
  • 44. 43 4 RELATÓRIO DE INTERVENÇÃO 4.1 Quanto às ações previstas e desenvolvidas no projeto: facilidades e dificuldades, cumpridas integral ou parcialmente. • Capacitação da Equipe de Estratégia da Saúde do Posto Veneza: Esta ação foi de início difícil de materializá-la, visto o preconceito que ainda existe quanto à posição do Cirurgião-dentista na equipe. As dificuldades forma norteadas em falta de horário e disponibilidade de reunir toda a equipe e, do questionamento se realmente poderia existir dúvidas quanto aos assuntos abordados. O primeiro passo e aquele que me permitiu transpor certos limites que poderia dizer “me depreciavam” foi impor o meu papel e a importância do meu trabalho em conjunto com o médico e enfermeira já manifestado em situações anteriores; - o que posso dizer firmemente foi um passo amadurecido na minha caminhada. A capacitação foi realizada, inúmeras dúvidas surgiram e acredito ter feito um ótimo trabalho, visto que ao final do processo de implantação consegui examinar 100% das gestantes, muitas captadas pelas Agentes com a desmistificação de idéias já impostas culturalmente aos pacientes da unidade. O que mais dificultou a execução desta capacitação foi a limitação de material didático e a falta de apoio do Coordenador da Saúde para permitir que fosse um processo com material lúdico e interessante ficou limitada a palestra e uma apresentação realizada no meu computador pessoal. Não foi algo que impediu, mas limitou e muito para que fosse realizado um trabalho por excelência.
  • 45. 44  Grupo de Educação Continuada em frequência mensal: Acredito que o período de intervenção foi crucial para que pudesse ser aperfeiçoado e imbuído de novas idéias para sempre melhorar. As primeiras reuniões foram frequentadas por poucas gestantes, na média de 6 a 7 por grupo, de um total de 17 mulheres. As duas últimas foram uma surpresa, visto que na última tivemos 100% das gestantes presentes e de certa maneira gratas pelo reestabelecimento de sua saúde, o que pelo relato delas melhorou a qualidade de vida em família também. O mesmo fator limitador da capacitação esteve presente nas reuniões de grupo: a falta de um projetor e de materiais lúdicos para uma interação maior, bem como a inexistência de verba (o repasse para a equipe) para a realização de lanches nos intervalos. Um fator importante foi que, através da pressão popular, obtivemos vitórias inúmeras no último encontro. Foi encaminhado para nós um apresentador de Power point, material para recreação das crianças, além de bolachas e sucos para realizarmos um lanche no intervalo. Acredito que para uma adesão maior o tempo tenha seu papel de maneira favorável. O trabalho contínuo e árduo permite bons resultados em longo prazo até que parte desta “mentalidade” seja modificada, adaptada a nova realidade de nosso trabalho. A receptividade a novos programas existe, mas é preciso um esquema de divulgação para que a população conheça e se interesse por novas atividades e amenize – até diminua – a sua apreensão ao desconhecido. Pelo que pude observar será necessário um espaço maior entra as reuniões para que não se torne cansativa e tenhamos uma frequência maior, foi uma das queixas que ouvi das gestantes. Os assuntos estipulados para as reuniões foram de certa forma abordados, no entanto, de uma maneira positiva, tivemos algumas mudanças ao longo do caminho. As reuniões deixaram de ser apenas comigo e passamos a realiza-las com a presença do médico e enfermeira apresentando de uma forma multidisciplinar todos os assuntos – um exemplo disto foi a diabetes gestacional e os fatores que podem ocasionar o parto prematuro. Foram grupos excelentes, mas como sempre fica a minha indignação pela falta de apoio da Secretaria de Saúde que acaba por limitar o nosso trabalho.
  • 46. 45  Fichas de Avaliação Clínica: Os prontuários para o grupo das gestantes foi adaptado e aplicado fidedignamente a fim de que pudesse ser traçado um perfil real das gestantes. Para que isso fosse possível, tanto a recepcionista quanto a Auxiliar de Consultório Dentário foram capacitadas a fim de fazê-lo corretamente. Obtive bons resultados, principalmente pela dedicação que observei nas minhas duas colegas de trabalho. As fichas novas serão implantadas na rotina de trabalho no consultório dentário. No entanto, retorno a mesma limitação – a falta de incentivo e apoio. As fichas foram impressas sob meu custo, ainda não obtive retorno quanto ao fornecimento delas pela Secretaria da Saúde.  Captação da população integral de gestantes: Foi a grande dificuldade do meu trabalho. Foi apenas no último mês que pude obter 100% de presença, talvez porque tive que modificar a forma de captar estas gestantes. Nos dois últimos meses tive de adaptar este processo, voltando o meu tempo para visitas domiciliares a fim de me apresentar e esclarecer pessoalmente o programa e seus pontos positivos. Fui a casas em que fui muito bem recebida e em outras que encontrei uma realidade triste pela pobreza e a falta de interesse em primeira instância, casa de traficantes em que as mulheres estavam na 6ª gestação precedidas de alguns abortos pelo uso de drogas e bebidas alcóolicas. A meu ver, o fato de eu ter-me “igualado” a elas, compreendido as suas limitações e falado na mesma linguagem delas permitiu que o meu último grupo de intervenção pudesse ter a presença de todas, além de eu ter podido oferecer algo mais do que uma simples conversa, e me refiro aqui a uma apresentação colorida, com fotos, tendo sido oferecido atividades a seus filhos e a presença do lanche foi um atrativo a mais.
  • 47. 46 4.2 Quanto às ações previstas e não desenvolvidas: motivos.  Quanto as dificuldades encontradas no processo de implantação do programa: O grande fator limitador da implantação deste novo programa foi a “inexistência” de um apoio advindo dos cargos superiores e coordenadores da Estratégia de Saúde da Família. Encontro no município aonde trabalho a falta do repasse das verbas direcionadas para o aperfeiçoamento de nosso trabalho e melhorias para a população. Isto é um fator que torna nosso trabalho limitado e desestimula em muito quanto aos nossos desejos e valores éticos determinantes para que nossa profissão traga benefícios e frutos positivos para aqueles que atendemos. Além disto, o preconceito quanto ao papel do dentista – ainda limitado a uma boca, a um processo curativo – e os mitos que impedem que as gestantes busquem um atendimento completo. Findo este período de adaptação do programa acreditando que é preciso existir um trabalho dedicado e que permita minimizar esta distância existente entre mim e meus pacientes. Um profissional da saúde tem de ser “Humano” no termo mais amplo e restrito da palavra. Não sendo contraditória e sim verdadeira quanto aos meus sentimentos pelo trabalho executado. É necessário que convivamos – através das visitas domiciliares – da realidade que estas pessoas enfrentam no seu dia-a-dia, tanto pelo que trouxeram de seus pais quanto pela escolhas que fizeram em sua, para isto precisamos falar a “mesma língua”, sermos amigos sem ultrapassarmos a linha tênue entre na relação profissional-paciente e tratarmos dos pacientes como pessoas e não como bocas doentes. Cada um que entra no meu consultório tem uma realidade de vida diferente e é preciso sensibilidade para identificar os motivos que levaram a tornar-se um indivíduo “doente”, porque sim, a cárie é uma doença multifatorial e deve ser encarada como tal para obtermos retorno positivo e finalmente modificarmos valores
  • 48. 47 já “incrustados” em suas mentes. Para isso, dedicação e constância devem ser levados em consideração. Além disto, a busca pela melhoria nas condições de trabalho deve ser feita, através de uma incansável luta para que nos apoiem e enxerguem que pequenos investimentos trazem retornos positivos para o município. Ressalto também a participação popular reivindicando seus direitos. Todos os meus pacientes eram cientes das nossas limitações e muitos deles foram às rádios exigirem mudanças. Foi a partir deste momento que obtivemos resposta do coordenador, o qual nos permitiu realizar nosso último grupo que foi extremamente proveitoso e gratificante, me permitindo sentir-me grata após todo esforço realizado. Fica aqui a experiência de uma profissional nova no seu longo caminho, mas que colhe frutos extremamente positivos pelo trabalho contínuo e exaustivo que realizo. São pequenos gestos que nos mostram a grandeza deste trabalho, desde a agradecimentos, desenhos das crianças, alimentos que ganho bem como pequeno mimos por ter me dedicado não a uma boca e sim à uma pessoa. Foi uma experiência maravilhosa que pode me dar de presente conhecimento, crescimento profissional e pessoal, além de carinho e amor de meus pacientes. Por isso, utilizo deste espaço para agradecer pela oportunidade que me foi dada e incentivar que muitos possam modificar as realidades que encontram em seus caminhos. A maior parte dos limites que encontrei neste programa foi pela carência das pessoas no atendimento. Sejam “pessoas comuns” atendendo “outras pessoas comuns” – tenham sensibilidade para tornar o trabalho de vocês essencial, necessário e mais além – proveitoso para ambas as partes. Estimulemos a saúde e abominemos a ação de “apenas” curar a doença. 4.3 Quanto à coleta e sistematização dos dados: dificuldades no preenchimento da planilha e no cálculo dos indicadores. No intuito de que o preenchimento das planilhas fosse agilizado, a Auxiliar de Consultório Dentário foi treinada pela dentista da unidade. Assim, as consultas
  • 49. 48 tornaram-se mais rápidas e objetivas, tendo o preenchimento dos questionários sido feito na Sala de Espera enquanto aguardavam a consulta. Realmente ocorreram problemas na utilização dos indicadores. O Índice de Sangramento Gengival (ISG) não foi utilizado tão pouco o CPO-D. A razão para tal foi que a coleta do ISG é um tanto demorada, além disso as gestantes quando muito tempo em uma mesma posição ficam incomodadas e não passam bem. Justifica-se então, a não coleta do ISG, em prol do bem-estar das gestantes. 4.4 Quanto à incorporação das ações na rotina do serviço: análise da viabilidade, aspectos que precisam melhorar para viabilizar. O programa de intervenção apresentado é totalmente viável para ser implantado em qualquer unidade de saúde. Inclusive, este já foi incorporado nas rotinas de serviços da Estratégia de Saúde do Veneza, em São José do Norte – sul do Rio Grande do Sul. A fim de melhorar as ações, acredita-se que as visitas domiciliares devem ser parte das atividades semanais da odontóloga, bem como a captação direta das gestantes a partir das consultas com o médico e enfermeira. O grande percalço do programa foi a carência de apoio dos coordenadores da saúde para a realização de palestras de educação continuada para a população. Faltam recursos atrativos, acabando por tornar estas atividades sem relevância alguma, e desmotivando a equipe, os principais atores deste programa.
  • 50. 49 5 RELATÓRIO DOS RESULTADOS DA INTERVENÇÃO 5.1 Introdução A Estratégia Saúde da Família (ESF) é uma ação prioritária para reorganização da atenção básica no Brasil, importante tanto na mudança do processo de trabalho quanto na precisão do diagnóstico situacional, alcançada por meio da adscrição de clientela e aproximação da realidade sociocultural da população e da postura pró-ativa desenvolvida pela equipe (BRASIL; 2006). A saúde como direito tem sido uma conquista social do estado brasileiro, principalmente a partir da Constituição de 1988. A Saúde Bucal integrante do contexto saúde, cada dia mais desponta como uma preocupação, tanto no enfoque da promoção e prevenção, quanto assistencial (SILVEIRA FILHO; 2002). Conforme as atuais Políticas Públicas de Saúde, a promoção de saúde bucal é a nova meta dos cirurgiões-dentistas integrados à estratégia da família, trabalhar não somente com a doença, mas principalmente com pessoas saudáveis, a fim de orientá-las e educá-las quanto à prevenção, podendo assim conscientizar um público-chave bastante interessado e com força suficiente para desenvolver hábitos saudáveis na futura geração: as gestantes (SILVA, MARTELLI; 2009). O município de São José do Norte possui cinco unidades de ESF, sendo duas apenas com a equipe completa. Essa situação reflete negativamente na atenção odontológica às gestantes, que acaba por limitar-se a ações curativas advindas da livre demanda para o atendimento de urgência. Vale ressaltar que grande parte dos moradores do referido município apresenta baixo nível social, econômico e intelectual, fatores que por si só já oferecem riscos a um desenvolvimento pleno e saudável com consequências sérias na saúde bucal das mães e de seus filhos. A ESF Veneza, unidade na qual foi desenvolvida a intervenção, conta com 13 profissionais, sendo três de nível superior (médico, enfermeira e odontólogo), um
  • 51. 50 técnico de enfermagem, seis agentes comunitárias de saúde (ACS) e o restante de apoio (recepcionista técnico de higienização e uma auxiliar de consultório dentário). A população da área de abrangência é carente e necessita de uma equipe de saúde resolutiva e integrada nos saberes interdisciplinares, com atenção especial às gestantes e a inclusão de ações de saúde bucal e no pré-natal. Dados obtidos a partir do trabalho das Agentes Comunitárias da Unidade apresentaram 100% de acompanhamento das gestantes. Além disso, um alto índice de gestantes foi acompanhado desde o primeiro trimestre de gestação (75,0%), e 21,2% de gestantes tinham acima dos 20 anos de idade. Atualmente vinte e quatro gestantes estão sendo acompanhadas pelo pré-natal. Este dado é semanalmente atualizado pelas ACS no intuito de que 100% destas sejam acompanhadas pela unidade. Deve-se salientar que, na atenção a este grupo, a educação e a promoção da saúde devem caminhar juntas. Diante das questões apresentadas, salienta-se a importância de uma atenção odontológica especial às gestantes devido às alterações que ocorrem no período gravídico, sendo de fundamental importância o papel do cirurgião-dentista, a fim de realizar o tratamento curativo quando necessário, avaliar os riscos à saúde bucal, prevenir hábitos orais inadequados e doenças bucais, reforçar conceitos sobre a importância do aleitamento materno e uma alimentação saudável, efetivando a sua participação no pré-natal multiprofissional qualificando a atenção às gestantes da ESF Veneza. O Programa de Pré-Natal Odontológico atendeu as 18 gestantes da comunidade no período de quatro meses e tornou-se rotina nos serviço da unidade. Inicialmente a população de gestantes do programa era de 24 gestantes, no entanto, seis estavam no nono mês de gestação. Por consequência, estas foram dadas como perda na amostra final, permitindo que fossem acompanhadas 18 gestantes. Esta realidade está um tanto distante daquela do início do programa visto que o atendimento às gestantes era restrito às consultas de urgência com quadros infecciosos bem avançados. O Programa permitiu uma mudança positiva e que certamente refletirá em longo prazo na saúde destas mulheres e de seus bebês. Uma das grandes limitações encontradas neste programa foi, sem dúvida, a falta de incentivo e apoio na saúde observada por parte dos gestores do município.
  • 52. 51 Quando as dificuldades do programa foram analisadas, pode ser observado, em uma visão mais ampla, a carência de informação da comunidade que dificultou a adesão nos primeiros meses. Foi com o passar dos dias que os benefícios do programa se difundiram pela comunidade e permitiram a integração dos participantes e a melhora em uma realidade vista anteriormente. Das estratégias utilizadas para a adesão das gestantes, a visita domiciliar da Agente de Saúde Comunitária juntamente com a dentista permitiu o rompimento de uma linha tênue entre o profissional e o paciente; permitiu que fosse estabelecido um vínculo de confiança sólido e real. Não se pode deixar de mencionar com ênfase uma das principais consequências benéficas da intervenção: a integração da equipe, um trabalho multidisciplinar que proporcionou o atendimento integral do paciente, com melhorias visíveis na comunidade e, principalmente no quesito “satisfação” com os serviços prestados pela nossa equipe. Sendo assim o objetivo deste trabalho consistiu em instituir um Programa de Pré-Natal Odontológico na ESF Veneza no município de São José do Norte/RS com dois preceitos básicos: acompanhamento clínico para restabelecimento e manutenção da saúde bucal das gestantes e um grupo de educação continuada para a população-alvo deste estudo. 5.2 Metodologia 5.2.1 População-alvo Foi realizado um programa de intervenção em 18 gestantes que fazem Pré- Natal na Unidade de Saúde do bairro Veneza no município de São José do Norte – sul do Rio Grande do Sul (Figura 1).
  • 53. 52 Figura 1 – Localização do município de São José do Norte no Rio Grande do Sul. 5.2.2 Ações realizadas no Programa de Intervenção  Para o objetivo “Promover educação em saúde bucal para as gestantes” realizou-se as seguintes ações:  Capacitação das Agentes Comunitárias, bem como dos outros profissionais da equipe, para a participação ativa do processo: através de uma palestra no início do processo de intervenção realizada em um dia da reunião semanal da equipe.  Cadastramento das Gestantes em uma pasta específica contendo a ficha clínica completa com informações demográficas, socioeconômicas e história médica e odontológica pregressa.  Atualização semanal durante as reuniões de equipe para o controle do número de gestantes – para isso as Agentes Comunitárias intensificaram as suas visitas domiciliares a todos da área adscrita, além disso, todo e qualquer exame de gravidez que deu positivo, a paciente foi diretamente encaminhada ao atendimento odontológico.
  • 54. 53  Palestras à comunidade para esclarecer a importância do cuidado da gestante com a sua saúde bucal bem como de seu bebê, e desmistificação de alguns pareceres equivocados a respeito do tratamento odontológico em gestantes – Essas ações foram realizadas mensalmente em local disponível nas intermediações do bairro (especificamente – salão da Igreja Evangélica que fica ao lado do prédio da unidade), com duração de aproximadamente 120 minutos. Apenas a última reunião foi tida com excelência – apresentação multidisciplinar a cerca da gravidez em Programa Power Point, momento de recreação para as crianças presentes na reunião (com material de pintura e desenho), atividade educativa com escovação supervisionada a todos os presentes e distribuição de kits contendo escova de dente, dentifrício e fio dental; além de um lanche para confraternização. As reuniões anteriores foram realizadas em formato de palestras sem meios de ilustração o que dificultou em muito o desenvolvimento dos temas – foi limitador.  Capacitação da Equipe sobre Saúde Bucal para aprimorar o atendimento – foi realizada uma reunião no início do processo de intervenção a fim de elucidar e orientar corretamente a equipe para que encaminhassem todas as gestantes ao consultório odontológico, além de disseminarem idéias claras e verídicas quanto à gestante e sua saúde bucal.  Implantação de um grupo de educação continuada para as gestantes durante o Pré-Natal – foram realizados grupos mensais, no entanto em reunião foi decidido a realização de grupos bimensais a fim de melhorar a frequência das gestantes.  Para o objetivo “Melhorar a adesão das gestantes às consultas odontológicas” realizou-se as seguintes ações:  Acolher todas as gestantes pertencentes à área de abrangência da UBS - a equipe foi orientada a acolher toda gestante de forma a encaminhar para o consultório odontológico.  Agendar consultas para todas as gestantes assim que houver a confirmação por parte das Agentes Comunitárias – assim que houvesse a confirmação da gravidez, uma consulta era marcada na semana seguinte, seja pela recepcionista, auxiliar de consultório dentário ou pela dentista, ou outro da equipe.
  • 55. 54  Para o objetivo “Melhorar a qualidade das ações de saúde bucal durante o Pré-Natal” realizou-se as seguintes ações:  Consultas agendadas pelo ACD, Dentista ou qualquer outro profissional da UBS;  Controle da manutenção da saúde bucal por consultas periódicas com aplicação de exame clínico para índices de placa, sangramento gengival e CPO-D – A partir do exame inicial um plano de tratamento era proposto e as consultas marcadas conforme a necessidade de cada gestante. A rotina era marcar a gestante toda semana até receber alta dos procedimentos curativos e entrar no período de manutenção da saúde bucal, assim que entrave neste período as consultas de retorno foram marcadas conforme o grau de risco de cárie determinado pelo dentista no exame inicial.  Para o objetivo “Melhorar o registro dos prontuários das gestantes” realizou as ações:  Capacitação da equipe para o preenchimento das fichas utilizadas para compor a pasta clínica de cada gestante - A Auxiliar de Consultório Dentário foi capacitada para o preenchimento correto das fichas clínicas implantadas para o programa, sendo assim as consultas puderam ser realizadas de forma dinâmica e com menor tempo.  Elaboração e adaptação de uma ficha clínica odontológica para contemplar os indicadores de avaliação de saúde bucal. 5.2.3 Indicadores do Estudo Foram avaliados os seguintes indicadores:  Indicador 1: Proporção de gestantes presentes nos grupos de apoio e educação continuada.
  • 56. 55  Indicador 2: Proporção de gestantes que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo e do uso de álcool e drogas na gestação.  Indicador 3: Proporção de gestantes que receberam orientação quanto a saúde bucal durante a gestação.  Indicador 4: Proporção de gestantes que estão sendo atendidas pelo Odontólogo da UBS Veneza.  Indicador 5: Proporção de gestantes que buscaram o atendimento de urgência em saúde bucal em cada mês.  Indicador 6: Proporção de gestantes cadastradas pela equipe que tiveram acesso a atendimento odontológico.  Indicador 7: Proporção de gestantes com saúde bucal adequada.  Indicador 8: Média dos Índices de Placa Visível.  Indicador 9: Proporção de gestantes com atraso na consulta em relação ao preconizado pelo Protocolo de atendimento. 5.2.4 Logística Para nortear a intervenção, as recomendações adotadas para gestantes foram as presentes no “Protocolo Integrado de Atenção à Saúde Bucal”, instituído pela Secretaria da Saúde de Curitiba, no ano de 2004, e aprovado pelo Ministério da Saúde. O sistema de registro e monitoramento das informações do programa foi realizado através da utilização de fichas clínicas desenvolvidas especificamente para o acompanhamento das gestantes. Foi realizada a capacitação de toda a equipe para que as gestantes fossem encaminhadas ao consultório odontológico a partir da confirmação do exame de gravidez. A equipe também foi capacitada quanto às informações essenciais de um pré- natal odontológico e dos mitos em relação ao tratamento odontológico durante a gravidez. O programa de educação continuada consistiu em reuniões mensais com as gestantes de forma multidisciplinar (participaram médico e enfermeira).
  • 57. 56 As gestantes - em sua primeira consulta odontológica- passaram por exame clínico detalhado e preenchimento da ficha clínica e plano de tratamento estabelecido. As consultas seguintes de acompanhamento e tratamento foram marcadas conforme as necessidades de cada gestante. Ao final do tratamento curativo as gestantes entraram em período de acompanhamento para manutenção da saúde bucal e dar continuidade à atenção aos seus bebês. 5.3 Resultados Análise Quantitativa: 5.3.1 Objetivo: Promover educação em Saúde Bucal às gestantes. 5.3.1.1 Metas  Orientar 100% das gestantes sobre os riscos de tabagismo e do uso do álcool e drogas na gestação – com ênfase na Odontologia;  Garantir a 100% das gestantes o recebimento de orientação quanto a questões de saúde bucal na gestação. 5.3.1.2 Indicadores: Indicador 1: Proporção de gestantes presentes nos grupos de apoio e educação continuada. Número de gestantes presentes no grupo / Número de gestantes que moram na área adscrita. - Descrição do Resultado: Ao final dos 4 meses de intervenção foi alcançado um percentual de 94,4% de gestantes presentes nos grupos de educação continuada, índice abaixo do percentual esperado. No entanto, este indicador teve uma evolução positiva. No primeiro mês de intervenção, este indicador apresentou um percentual de 25% de presença das gestantes, evoluiu para 36,4% no segundo mês, decaiu para 23,5% no terceiro mês e, finalizando com um percentual de 94,4% ao final do 4º mês.
  • 58. 57 Gráfico 1 – Proporção de gestantes presentes nos grupos de apoio e educação continuada. Indicador 2: Proporção de gestantes que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo e do uso de álcool e drogas na gestação. Número de gestantes que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo e do uso de álcool e drogas na gestação / Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal. - Descrição do Resultado: Ao final dos 4 meses de intervenção, um percentual de 94,4% foi encontrado para as gestantes que receberam orientação sobre os riscos de tabagismo e do uso de álcool e drogas na gestação. O percentual deste indicador no final do primeiro mês foi de 25%, de 45,5% no 2º mês, decaiu no terceiro mês para 11,8% e, finalizou o 4º mês com 94,4%.
  • 59. 58 Gráfico 2 – Proporção de gestantes que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo e do uso de álcool e drogas na gestação. Indicador 3: Proporção de gestantes que receberam orientação quanto a saúde bucal durante a gestação. Número de gestantes que receberam orientação quanto a saúde bucal durante a gestação / Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal. - Descrição do Resultado: Ao final dos 4 meses de intervenção foi obtido um percentual de 94,4% de mulheres que receberam orientação quanto a saúde bucal durante a gestação. O percentual do 1º mês foi de 25%, evoluindo para 45,5% no final do 2º mês, decaiu para 35,3% no final do 3º mês e, finalizando para 94,4% ao final da intervenção. Gráfico 3 – Proporção de gestantes que receberam orientação quanto a saúde bucal durante a gestação.
  • 60. 59 5.3.2 Objetivo: Melhorar a adesão das gestantes às consultas odontológicas para as gestantes. 5.3.2.1 Metas:  Atender 100% das gestantes no consultório odontológico;  Reduzir em 90% a busca pelo atendimento de urgência por gestantes;  Aumentar para 100% a frequência nas consultas odontológicas por parte das gestantes. 5.3.2.2 Indicadores: Indicador 1: Proporção de gestantes que estão sendo atendidas pelo Odontólogo da UBS Veneza. Número de gestantes que estão sendo atendidas pelo Odontólogo da UBS Veneza / Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal. - Descrição do Resultado: Ao final dos 4 meses de intervenção foi obtido um percentual de 100% de gestantes atendidas pelo Odontólogo da UBS Veneza. O primeiro mês apresentou ao final um percentual de 25%, evoluiu para 68,2% e, ao final do terceiro mês apresentou um percentual de 100% de atendimentos, este índice foi mantido ao final do 4º mês. Gráfico 4 – Proporção de gestantes que estão sendo atendidas pelo Odontólogo da UBS Veneza.
  • 61. 60 Indicador 2: Proporção de gestantes que buscaram o atendimento de urgência em saúde bucal em cada mês. Número de gestantes que buscaram o atendimento odontológico de urgência / Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal. - Descrição do Resultado: Os percentuais deste indicador foram extremamente baixos, visto que nos três primeiros meses não foi realizada nenhuma consulta de urgência, o que de certo modo é um ponto positivo, visto que não houve nenhum agravante na saúde bucal das gestantes. Ao final do quarto mês obtivemos um percentual de 5,6%, o que correspondeu a um atendimento de urgência. Gráfico 5 – Proporção de gestantes que buscaram o atendimento de urgência em saúde bucal em cada mês. Indicador 3: Proporção de gestantes cadastradas pela equipe que tiveram acesso a atendimento odontológico. Número de gestantes atendidas em primeira consulta pelo cirurgião dentista / Número de gestantes cadastradas. - Descrição do Resultado: Este indicador apresentou um percentual de 25% de gestantes cadastradas que foram atendidas pelo odontólogo, evoluiu para 45,5% no segundo mês e, diminui para 11,8% no terceiro mês, finalizando o 4º mês com 5,6%.
  • 62. 61 Gráfico 6 – Proporção de gestantes cadastradas pela equipe que tiveram acesso a atendimento odontológico. 5.3.3 Objetivo: Melhorar a qualidade das ações de saúde bucal durante o Pré-Natal. 5.3.3.1 Metas: 90% das gestantes com adequação da saúde bucal mediante as possibilidades da UBS Veneza durante o Pré-Natal. 5.3.3.2 Indicador: Proporção de gestantes com saúde bucal adequada. Número de gestantes com saúde bucal adequada / Número de gestantes da área de abrangência, cadastradas no programa. - Descrição do Resultado: Ao final do 1º mês de intervenção observamos um percentual de 0% de gestantes com saúde bucal adequada. Este valor persistiu durante os dois meses seguidos devido a todo o processo de adequação da saúde bucal. Ao final do 4º mês, observamos um percentual de 100% de gestantes com saúde bucal adequada.
  • 63. 62 Gráfico 7 – Proporção de gestantes com saúde bucal adequada. Média dos índices iniciais de Placa Visível das gestantes. Somatório dos índices de placa visível das gestantes atendidas / Número de gestantes atendidas. - Descrição do Resultado: Este indicador foi avaliado nas consultas iniciais das gestantes a fim de estabelecer as condições de higiene de saúde bucal. A média final do índice de Placa Visível foi 0,27, ou seja, 27% de placa visível em cada gestante. Comparando com a realidade vivenciada, observamos gestantes com índices altíssimos e outros razoavelmente menores, o que propiciou este valor relativamente baixo quando se tem o parâmetro máximo de 1 (100%) para a presença de placa visível nas superfícies dentárias. Este índice permitiu que pudéssemos controlar o efeito das instruções contínuas de higiene bucal nas pacientes. Média dos índices finais de Placa Visível nas gestantes. Somatório dos índices de placa visível das gestantes atendidas / Número de gestantes atendidas. - Descrição do Resultado: Ao final do período de tratamento curativo, antes de serem encaminhadas ao período de manutenção de saúde bucal, as gestantes foram avaliadas novamente quanto ao Índice de Placa Visível. O
  • 64. 63 indicador demonstrou uma média do índice de 0,12, ou seja, apenas 12% das superfícies dentárias apresentavam placa visível. Comparando-se com o resultado inicial observa-se um decréscimo de 15% o que vem a demonstrar a efetividade e eficácia das ações programáticas realizadas durante o Pré-Natal Odontológico. Gráfico 8 – Média dos índices de placa visível das gestantes. 5.3.4 Objetivo: Melhorar o registro dos prontuários das gestantes. 5.3.4.1 Meta:  Buscar de forma ativa 100% das gestantes faltosas às consultas. 5.3.4.2 Indicador: Proporção de gestantes com atraso na consulta em relação ao preconizado pelo Protocolo de atendimento. Número de gestantes cadastradas no programa de pré-natal, residentes na área adscrita, com mais de quinze dias de atraso na consulta em relação ao atendimento aprazado / Número de gestantes cadastradas no programa moradoras da área adscrita. - Descrição do Resultado: Ao final do processo de intervenção alcançamos o percentual de 0% de gestantes com consultas atrasadas. Este indicador nos permitiu observar ao final do 1º mês um percentual de 35%, decaiu para 9,1% ao final do segundo mês e no 3º evoluiu para 23,5%, finalizando o 4º mês com o percentual de 0% (Gráfico).
  • 65. 64 Gráfico 9 – Proporção de gestantes com atraso na consulta em relação ao preconizado pelo Protocolo de atendimento. 5.4 Discussão 5.4.1 Resumo do que alcançou com a intervenção: A intervenção, em minha unidade de saúde, permitiu a ampliação para o atendimento odontológico das gestantes acompanhadas instituindo um programa de pré-natal odontológico. Além disso, a instituição de grupos multidisciplinares de educação continuada para as gestantes – abertos também para a comunidade – tornaram possível uma mudança no comportamento de saúde bucal delas. 5.4.2 Importância da intervenção para a equipe: A intervenção exigiu que a equipe se capacitasse para assim melhorar a adesão e recepção das gestantes e a disseminação de idéias que viriam a modificar a concepção de muitos mitos a respeito do atendimento odontológico durante a gestação. Este trabalho promoveu o trabalho integrado de toda a equipe e permitiu que todos os componentes fossem atores na saúde pública de nossa comunidade.
  • 66. 65 5.4.3 Importância da intervenção para o serviço: Antes da intervenção, as atividades do pré-natal eram concentradas no médico e na enfermeira. A intervenção permitiu que um conhecimento – deixado de lado até então – fosse disseminado para toda a equipe e que toda uma atenção para a saúde bucal fosse dada com a importância que merece. 5.4.4 Importância da intervenção para a comunidade: O impacto da intervenção é ainda pouco percebido pela comunidade, mas os resultados do programa nos permitem visualizar perspectivas de grande melhora e amplitude de nossas ações com reflexos positivos em longo prazo. As gestantes atendidas demonstraram satisfação e reconhecimento pelo trabalho realizado além de resposta positiva através dos cuidados realizados em sua saúde bucal, deixando claro a importância de uma educação continuada. 5.4.5 O que faria diferente caso fosse realizar a intervenção neste momento? O que realmente faltou foi uma articulação mais ampla com a comunidade a fim de disseminar a importância do acompanhamento de pré-natal odontológico e desmistificar as idéias impregnadas no popular das pessoas. Talvez assim os resultados positivos tivessem sido alcançados desde o início da intervenção. Além do mais, teria organizado desde o início uma agenda que contemplasse uma visita domiciliar à casa das gestantes antes da marcação da primeira consulta para que houvesse uma aproximação do profissional com a comunidade. 5.4.6 Viabilidade de incorporar sua intervenção à rotina do serviço/que melhorias pretende fazer na ação programática: A intervenção foi incorporada à rotina de serviço da unidade. Objetivamos ampliar o trabalho de conscientização da comunidade através de ações comunitárias mais frequentes, as reuniões com as gestantes passaram a ser bimensais conforme
  • 67. 66 solicitação delas, além disso, foi estabelecido dias para as consultas domiciliares para as novas gestantes da comunidade. 5.4.7 Quais os próximos passos para melhorar a atenção à saúde no serviço: Iremos buscar um apoio dos Coordenadores para que estejam presentes em nossas ações e nos repassem recursos para que sejam cada vez melhores e produtivas. É preciso que nossa dedicação seja amparada pelo fornecimento de recursos advindos dos órgãos superiores da saúde do município.
  • 68. 67 Anexo: Relatório da Intervenção para os Gestores e Comunidade À Comunidade; Ao Coordenador de Saúde de SJN; Venho disseminar boas novas. Agradecer a oportunidade de trabalhar em uma comunidade tão receptiva e promissora de mudanças. O programa implantado de pré-natal odontológico trará futuramente resultados mais visíveis pelo alcance que terá em toda a comunidade. Os quatro meses de atenção odontológica às gestantes permitiu a desmistificação de ideias culturalmente impregnadas e que afastavam as gestantes dos cuidados na saúde bucal. Pode ser observado a modificação dos hábitos, uma manutenção da saúde bucal e da adequação com tratamento preventivos e curativos. Infelizmente, algumas dificuldades foram encontradas. A maioria delas centradas na carência de apoio por parte dos órgãos superiores. Isto não impediu, mas dificultou a realização dos encontros mensais de educação continuada; pois não se tinha acesso a meios para a realização de atividades lúdicas, material para apresentação e divulgação do trabalho na comunidade, além de mantimentos para oferta de lanches aos participantes. No entanto, o trabalho realizado surtiu efeitos muito positivos. Acredita-se que a continuidade deste programa, com algumas modificações para melhorá-lo, apresentará resultados extensivos a toda comunidade. Neste momento o programa foi aplicado em uma população específica, com certeza deve ser ampliado para atingir toda a comunidade. Acredita-se que os filhos sejam o reflexo da mãe – de seus hábitos e atitudes. Portanto, as atividades e cuidados desenvolvidos durante a gestação refletem nos cuidados com os filhos e toda a sua família.
  • 69. 68 Por fim, o programa desenvolvido foi de uma experiência esplêndida e profunda para mim como profissional e pessoa. A quem puder interessar, a experiência poderá ser dividida. Atenciosamente, Mariana Gonzalez Cademartori
  • 70. 69 6 REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE SEU PROCESSO PESSOAL DE APRENDIZAGEM E NA IMPLANTAÇÃO DA INTERVENÇÃO A. Como foi o desenvolvimento de seu trabalho no curso em relação às suas expectativas iniciais? Confesso que esperava resultados melhores. Acredito que o tempo impediu que eu visualizasse resultados melhores. Concepções culturais de toda uma comunidade não são modificadas em poucos meses. A implantação do programa de pré-natal odontológico foi uma atividade que não tinha sido feita, as atividades eram somente curativas. Posso afirmar que com relação a minha equipe de trabalho, a implantação do programa teve ótima receptividade e todos se engajaram para que ocorresse um progresso na realidade observada antes desse processo. Como todo processo precisa de muitas modificações: o tempo das consultas precisa ser maior, para que todos os indicadores sejam coletados e que permita assim um controle da situação bucal, melhores materiais de trabalho devem ser fornecidos (o que independe de mim), as reuniões deveriam ser melhores programadas e com um material mais lúdico e atrativo, o que infelizmente também não depende de mim. Mas acima de tudo, encontrei uma gratidão imensa nessas mulheres por ter recuperado uma saúde há muito deixada de lado. Elogios e lembranças não podem ser comparados à mudança visível dos hábitos bucais. Foi um trabalho árduo, muitas vezes desanimei e pensei em desistir, mas é compensador quando as pessoas reconhecem o teu empenho e trabalho em prol da melhoria de vida delas. B. Qual o significado do curso para a sua prática profissional? Realmente torno a elogiar o curso pelas atividades desenvolvidas e pelo conhecimento repassado aos alunos. A visão humanitária com que adentramos o serviço público e o choque que ocorre diante da realidade de subsistência deste serviço provoca um tipo de êxtase que evolui para um sentimento de desânimo.
  • 71. 70 A experiência diária aliada ao curso permitiu com que este estado de letargia fosse modificado, e dentro de minhas limitações, adaptasse o meu trabalho à realidade, sem deixar de ser um ator, na saúde pública, ativo e participante do trabalho multidisciplinar que passamos a desenvolver na unidade de saúde. C. Quais os aprendizados mais relevantes decorrentes do curso? Explique porque eles são importantes. Não há como deixar de mencionar, antes de tudo, que o curso permitiu uma mudança radical na minha visão de saúde pública. Por conseguinte, as minhas ações diante da atividade profissional que exerço sofreram profundas modificações. Além disso, que não deixa de ser menos importante, o curso me instigou a buscar soluções para meus problemas na unidade de saúde, permitiu que eu tivesse a firmeza para me posicionar na equipe, deixando de ser uma relés participante, para uma profissional ativa e envolvida com a comunidade. O reflexo das mudanças que ocorreram no meu trabalho são provenientes de modificações internas, de concepções diferentes e anseios mais reais e menos fantasiosos. Sempre buscando mudanças dentro de minhas limitações, e pleiteando aquelas que independem de mim no quesito concretização.