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TREINAMENTO EM GESTÃO DA MUDANÇA ORGANIZACIONAL

Definição de Gestão da Mudança. Você concorda?

Gestão da mudança é uma área de estudo em administração que possui o enfoque na necessi-
dade de constante adaptação das organizações contemporâneas. Pois, são dotadas de para-
digmas que fazem parte de sua cultura organizacional, esses paradigmas são comuns e regem
o comportamento das pessoas, resultando muitas vezes no estabelecimento de culturas buro-
cráticas e funcionais, as quais exigem uma atitude inovadora e eficiente. A intensidade e a
volatilidade das pressões internas e externas impõem esses desafios para as empresas, fomen-
tando a necessidade real da mudança e assim, a quebra de paradigmas.

                                  A mudança organizacional pode significar desde uma alte-
                                  ração de posição no mercado, mudança na sua função so-
                                  cial, modificação no seu direcionamento estratégico com
                                  possível alteração na sua missão e visão e reavaliação das
                                  suas práticas nos diferentes níveis de autoridade e respon-
                                  sabilidade. A mudança é tida como processo natural ao
                                  longo da existência das organizações. Para que um proces-
                                  so de mudança tenha sucesso, deve existir liderança, confi-
                                  ança dos acionistas e tempo.

 As mudanças se fazem necessárias, na maioria das vezes pelos elementos implícitos mais que
os explícitos na composição do clima organizacional de uma empresa. São aqueles que dificul-
tam os processos, impedem ações, contaminam
                                                    Deve-se aplicar a GMO exatamen-
relacionamentos e bloqueiam a comunica-
                                                    te onde a empresa apresenta
ção.Não se sabe bem de onde vieram ou qual
                                                    maiores dificuldades de identi-
sua finalidade. Os explícitos estão ali, mostrando
exatamente onde e como, a mudança deve a-           ficação.
contecer os implícitos não, são subliminares, atendem necessidades de passado, de onde se
perpetuaram e sobrevivem á evolução dos tempos e da própria empresa.Envolvem valores
antigos ou tecnologia ultrapassada, até mesmo falta de tecnologia quando apareceram.
Geralmente apresentam dificuldade para identificação. Acreditamos que é exatamente onde
devem se ter o maior foco para discriminação do tipo de mudança que deve ser implementada
na empresa.


   Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso
  corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo
    da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós
                                           mesmos.”

                                      Fernando Pessoa




Eduardo Paiva - GMO
A necessidade imperativa de adaptação das organizações às mudanças no contexto em que se
inserem tem sido tema de grande interesse dos gestores contemporâneos. Essa adaptação
impõe ao gestor o conhecimento e a busca do entendimento da natureza, dos aspectos que
influenciam diretamente a organização como o ambiente, as resistências existentes, os proces-
sos de comunicação e os fatores culturais inseridos. E ainda exige o desenvolvimento da capa-
cidade de planejar para enfrentar essas incertezas. Além disso, o planejamento como ferra-
menta de gestão auxilia na preparação da organização para atuar nos cenários mais diversos e
competitivos. Assim a escolha de programas de mudanças organizacionais já definidos ou a
elaboração de um programa próprio deve ser analisada pela gestão com profundidade e caute-
la por ter efeitos que condicionam a existência organizacional.

QUADRO 1 - DEFINIÇÕES TEÓRICAS SOBRE MUDANÇA ORGANIZACIONAL
DEFINIÇÃO ENCONTRADA                                                                                AUTOR
É qualquer alteração, planejada ou não, ocorrida na organização, decorrente de fatores
                                                                                                      Bruno-Faria
internos e/ou externos à organização que traz algum impacto nos resultados e/ou nas relações
                                                                                                        (2000)
entre as pessoas no trabalho
Qualquer transformação de natureza estrutural, estratégica, cultural, tecnológica, humana ou
                                                                                                    Wood Jr (2000)
de outro componente, capaz de gerar impacto em partes ou no conjunto da organização.
São atividades intencionais, pró-ativas e direcionadas para a obtenção das metas
                                                                                                    Robbins (1999)
organizacionais.
Resposta da organização às transformações que vigoram no ambiente, com o intuito de manter a         Nadler, Shaw,
congruência entre os componentes organizacionais (trabalho, pess oas, arranjos/estrutura e cultu-      Walton e
ra).                                                                                                  cols. (1995)
É um acontecimento temporal estritamente relacionado a uma lógica, ou ponto de vista                  Ford e Ford
individual, que possibilita às pessoas pensarem e falarem sobre a mudança que percebem.                  (1995)
Conjunto de teorias, valores, estratégias e técnicas cientificamente embasadas objetivando
                                                                                                    Porras e Robert-
mudança planejada do ambiente de trabalho com o objetivo de elevar o desenvolvimento
                                                                                                      son (1992)
individual e o desempenho organizacional.
Alteração significativa articulada, planejada e operacionalizada por pessoal interno ou externo à
organização, que tenha o apoio e supervisão da administração superior, e atinja integradamente       Araújo (1982)
os componentes de cunho comportamental, estrutural, tecnológico e estratégico.


A análise das definições apresentadas no Quadro 1 revela certa heterogeneidade; no entanto,
o que pode ser encontrado como mais comum entre algumas delas é a necessidade de plane-
jamento da mudança, o seu caráter de resposta às demandas do meio, seu objetivo de aumen-
to do desempenho organizacional, e a sua abrangência a vários componentes organizacionais.

                                                             Adotar estratégias de mu-
                                                             dança que obtenham su-
                                                             cesso envolve compreender
                                                             aspectos do ambiente, dos
                                                             indivíduos e da organização
                                                             como um todo. Desta for-
                                                             ma, identificar variáveis do
                                                             contexto que estariam pro-
                                                             vocando as mudanças, se-
                                                             jam contínuas ou descontí-
                                                             nuas, apresenta-se como
                                                             uma vantagem para os
                                                             gerenciadores da mudança,
                                                             na medida em que esse
conhecimento poderia permitir o manejo e a implantação da mudança, o aumento da eficácia
organizacional e de sua chance de sobrevivência.


Eduardo Paiva - GMO
Robbins (1999) apresenta seis aspectos específicos que atuam como desencadeadores de mu-
dança: a natureza da força do trabalho, a tecnologia, os choques econômicos, a concorrência,
as tendências sociais e a política mundial. Esses aspectos estariam presentes no cotidiano or-
ganizacional de forma mais ou menos aguda em determinados momentos, mas constantemen-
te exerceriam pressão sobre a organização.
No intuito de responder efetivamente às demandas do ambiente, Nadler e cols. (1995) acredi-
tam que as organizações devem investir e se preocupar com o aumento da qualidade e do
valor do cliente; a diminuição dos custos de coordenação interna; o aumento da inovação
competitiva; a redução do tempo de resposta ao mercado; a motivação dos membros para
contribuírem de forma efetiva; a capacidade de gerenciar a mudança de maneira rápida, e
sobretudo, o encontro de uma real vantagem competitiva.
Para Pettigrew (1987) os fatores capazes de precipitar mudanças organizacionais são basica-
mente extra-organizacionais, ou seja, mudanças no ambiente de negócios e recessão econô-
mica. No entanto, outros aspectos também devem ser analisados em um processo de mudan-
ça: a inércia organizacional, as mudanças de estrutura da organização e o ambiente em que
esta se insere.
O quadro 3 apresenta a síntese dos trabalhos de Robbins (1999), Nadler e cols (1995) e Petti-
grew (1987) que elencam um conjunto de fatores internos e externos à organização e que
podem atuar como causadores ou triggers dos diferentes tipos de mudança organizacional.

QUADRO 2 - DESENCADEADORES DE MUDANÇA ORGANIZACIONAL
AUTOR(ES)                                        CAUSADORES/TRIGGERS
Robbins (1999)                                   Natureza da força do trabalho
                                                 Tecnologia
                                                 Choques econômicos
                                                 Concorrência
                                                 Tendências sociais
                                                 Política mundial
Nadler e cols. (1995)                            Descontinuidade na estrutura organizacional
                                                 Inovação tecnológica
                                                 Crises e tendências macroeconômicas
                                                 Mudanças legais e regulamentação
                                                 Forças do mercado e competição
                                                 Crescimento organizacional
Pettigrew (1987)                                 Recessão econômica
                                                 Mudanças no ambiente de negócios


A análise do Quadro 3 aponta que os causadores ou triggers de mudança organizacional pos-
suem basicamente duas fontes: o ambiente externo e as características da própria organiza-
ção. Por aspectos ligados ao ambiente externo entende-se: política mundial, crises e tendên-
cias macroeconômicas, mudanças legais e regulamentação, recessão econômica, competição e
inovação tecnológica; e por características da própria organização entende-se: desempenho,
características pessoais dos gerentes, natureza da força do trabalho, crescimento organizacio-
nal e descontinuidade na estrutura organizacional.


FATORES FACILITADORES E DIFICULTADORES DA IMPLEMENTAÇÃO DE
MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS

O reduzido número de pesquisas empíricas sobre o tema mudança organizacional tem como
consequência uma lacuna no que se refere a variáveis internas à organização que podem facili-



Eduardo Paiva - GMO
tar ou dificultar a implementação de um processo de mudança, seja ela contínua ou descontí-
nua. Assim, o conceito de facilitadores e dificultadores, neste estudo, envolve mais caracterís-
ticas externas a organização que influenciam a implementação de um processo de mudança
bem sucedido.
Observa-se que os eventos causadores de mudança, de certa forma, também são facilitadores,
pois influenciam a decisão de mudança. No entanto, nesta pesquisa são destacados elementos
                                   que podem facilitar, mas também, dificultar a implementa-
                                   ção da decisão e da estratégia de mudança em uma organi-
                                   zação. Neste sentido, os facilitadores e dificultadores dife-
                                   rem dos causadores na medida em que, enquanto esses
                                   últimos descrevem o porquê da mudança, aqueles se refe-
                                   rem aos fatores que tornam a mudança possível (ou que a
                                   impossibilitam).
                                   A pesquisa de Huber, Sutcliffe, Miller e Glick (1993) indica a
                                   existência de doze fatores que podem propiciar ou retardar
                                   as mudanças e os agrupa em cinco categorias:
     características do ambiente organizacional (principalmente turbulência, complexidade
         e competitividade);
     características do desempenho organizacional (especialmente seu decréscimo);
     características da alta gerência da organização (aspectos de personalidade e crenças);
     características da estratégia organizacional (defensiva ou prospectora);
     características da estrutura organizacional (centralização, padronização, especialização
         e interdependência).
Cada fator pode atuar como facilitador ou dificultador de um tipo específico de mudança. A
principal conclusão do estudo é que somente o ambiente turbulento é capaz de causar mu-
danças significativas, bem como facilitar sua implementação, na medida em que exige um re-
posicionamento da organização frente às novas demandas do meio.


REAÇÃO À MUDANÇA ORGANIZACIONAL
Apesar de reconhecidamente relevantes para a sobrevivência da organização, as mudanças
causam os mais diferentes tipos de reação dos atores organizacionais. Essas reações variam de
adesão imediata à proposta de mudança, à resistência completa a qualquer tipo de mudança.
Os determinantes dessas diferentes reações são vários, desde o fato da mudança alterar o
poder e a hierarquia organizacional, a questões relacionadas ao indivíduo, como o requeri-
mento de novas competências para o trabalho e, até mesmo, a alteração na própria forma de
encarar o seu trabalho.
De maneira geral, as reações mais frequentes à mudança organizacional são de resistência.
Isso pode se dever ao fato de que as mudanças, independentemente de seu tipo ou objetivo,
não costumam ser bem-vindas. Segundo Motta (1999) a "mudança é um ônus, pois requer que
a pessoa reveja sua maneira de pensar, agir, comunicar, se inter-relacionar e criar significados
para a sua própria vida" (p.xiv).
A resistência à mudança, para Robbins (1999), pode se dar nos âmbitos: individual e organiza-
cional. As fontes de resistência individual relacionam-se às características subjetivas e pessoais
dos indivíduos e envolvem aspectos como: hábitos, necessidades, características de personali-
dade, inseguranças, grau de conhecimento e questões econômicas. As fontes de resistência


Eduardo Paiva - GMO
organizacional encontram-se direcionadas aos aspectos globais, envolvendo a organização
como um todo, e relacionam-se à inércia estrutural e do grupo, ao foco restrito da mudança
(ex: mudanças apenas em um setor) e às percepções de ameaça advindas da mudança.
Ainda no que se refere à resistência, para Pereira (1995), ela é característica
comum a todos os mecanismos para lidar com as mudanças ou com as perdas que elas
proporcionam e afirma:

 [...] a estabilidade é conhecida, não traz surpresas, não amea-
 ça. A mudança traz o inesperado, a surpresa, o desafio, o movi-
  mento. Mesmo quando a expectativa da mudança é favorável, quem
nos garante, a priori, que ela seguirá os caminhos traçados? Daí
                           a angústia, o medo e a fuga" (p.116).


Ou seja, a literatura parece apontar a existência de uma resistência natural dos indivíduos às
mudanças, porém em graus variados. No entanto, existem autores como Hernandez e Caldas
(2000) que se contrapõem a esta visão da resistência como algo natural e inevitável. Em suma,
não é possível elaborar receituários de como lidar com a reação dos empregados às mudanças.
O que de fato interessa é alertar os gestores sobre a necessidade de conhecer os indivíduos e a
cultura da organização, a fim de planejar as mudanças e saber lidar com as mais diferentes
reações apresentadas.


Como promover a Gestão da Mudança




Eduardo Paiva - GMO
Por que mudar é tão difícil? Mudança de hábitos estão mais
relacionados aos nossos padrões cerebrais ou aos nossos
comportamentos ancestrais? Qual a sua opinião ?


Basicamente, porque a mudança está ligada ao nosso sistema
de crenças, nossos registros. Envolve tanto padrões cerebrais
quanto comportamentos ancestrais.




Eduardo Paiva - GMO

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Gestão da mudança organizacional

  • 1. TREINAMENTO EM GESTÃO DA MUDANÇA ORGANIZACIONAL Definição de Gestão da Mudança. Você concorda? Gestão da mudança é uma área de estudo em administração que possui o enfoque na necessi- dade de constante adaptação das organizações contemporâneas. Pois, são dotadas de para- digmas que fazem parte de sua cultura organizacional, esses paradigmas são comuns e regem o comportamento das pessoas, resultando muitas vezes no estabelecimento de culturas buro- cráticas e funcionais, as quais exigem uma atitude inovadora e eficiente. A intensidade e a volatilidade das pressões internas e externas impõem esses desafios para as empresas, fomen- tando a necessidade real da mudança e assim, a quebra de paradigmas. A mudança organizacional pode significar desde uma alte- ração de posição no mercado, mudança na sua função so- cial, modificação no seu direcionamento estratégico com possível alteração na sua missão e visão e reavaliação das suas práticas nos diferentes níveis de autoridade e respon- sabilidade. A mudança é tida como processo natural ao longo da existência das organizações. Para que um proces- so de mudança tenha sucesso, deve existir liderança, confi- ança dos acionistas e tempo. As mudanças se fazem necessárias, na maioria das vezes pelos elementos implícitos mais que os explícitos na composição do clima organizacional de uma empresa. São aqueles que dificul- tam os processos, impedem ações, contaminam Deve-se aplicar a GMO exatamen- relacionamentos e bloqueiam a comunica- te onde a empresa apresenta ção.Não se sabe bem de onde vieram ou qual maiores dificuldades de identi- sua finalidade. Os explícitos estão ali, mostrando exatamente onde e como, a mudança deve a- ficação. contecer os implícitos não, são subliminares, atendem necessidades de passado, de onde se perpetuaram e sobrevivem á evolução dos tempos e da própria empresa.Envolvem valores antigos ou tecnologia ultrapassada, até mesmo falta de tecnologia quando apareceram. Geralmente apresentam dificuldade para identificação. Acreditamos que é exatamente onde devem se ter o maior foco para discriminação do tipo de mudança que deve ser implementada na empresa. Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” Fernando Pessoa Eduardo Paiva - GMO
  • 2. A necessidade imperativa de adaptação das organizações às mudanças no contexto em que se inserem tem sido tema de grande interesse dos gestores contemporâneos. Essa adaptação impõe ao gestor o conhecimento e a busca do entendimento da natureza, dos aspectos que influenciam diretamente a organização como o ambiente, as resistências existentes, os proces- sos de comunicação e os fatores culturais inseridos. E ainda exige o desenvolvimento da capa- cidade de planejar para enfrentar essas incertezas. Além disso, o planejamento como ferra- menta de gestão auxilia na preparação da organização para atuar nos cenários mais diversos e competitivos. Assim a escolha de programas de mudanças organizacionais já definidos ou a elaboração de um programa próprio deve ser analisada pela gestão com profundidade e caute- la por ter efeitos que condicionam a existência organizacional. QUADRO 1 - DEFINIÇÕES TEÓRICAS SOBRE MUDANÇA ORGANIZACIONAL DEFINIÇÃO ENCONTRADA AUTOR É qualquer alteração, planejada ou não, ocorrida na organização, decorrente de fatores Bruno-Faria internos e/ou externos à organização que traz algum impacto nos resultados e/ou nas relações (2000) entre as pessoas no trabalho Qualquer transformação de natureza estrutural, estratégica, cultural, tecnológica, humana ou Wood Jr (2000) de outro componente, capaz de gerar impacto em partes ou no conjunto da organização. São atividades intencionais, pró-ativas e direcionadas para a obtenção das metas Robbins (1999) organizacionais. Resposta da organização às transformações que vigoram no ambiente, com o intuito de manter a Nadler, Shaw, congruência entre os componentes organizacionais (trabalho, pess oas, arranjos/estrutura e cultu- Walton e ra). cols. (1995) É um acontecimento temporal estritamente relacionado a uma lógica, ou ponto de vista Ford e Ford individual, que possibilita às pessoas pensarem e falarem sobre a mudança que percebem. (1995) Conjunto de teorias, valores, estratégias e técnicas cientificamente embasadas objetivando Porras e Robert- mudança planejada do ambiente de trabalho com o objetivo de elevar o desenvolvimento son (1992) individual e o desempenho organizacional. Alteração significativa articulada, planejada e operacionalizada por pessoal interno ou externo à organização, que tenha o apoio e supervisão da administração superior, e atinja integradamente Araújo (1982) os componentes de cunho comportamental, estrutural, tecnológico e estratégico. A análise das definições apresentadas no Quadro 1 revela certa heterogeneidade; no entanto, o que pode ser encontrado como mais comum entre algumas delas é a necessidade de plane- jamento da mudança, o seu caráter de resposta às demandas do meio, seu objetivo de aumen- to do desempenho organizacional, e a sua abrangência a vários componentes organizacionais. Adotar estratégias de mu- dança que obtenham su- cesso envolve compreender aspectos do ambiente, dos indivíduos e da organização como um todo. Desta for- ma, identificar variáveis do contexto que estariam pro- vocando as mudanças, se- jam contínuas ou descontí- nuas, apresenta-se como uma vantagem para os gerenciadores da mudança, na medida em que esse conhecimento poderia permitir o manejo e a implantação da mudança, o aumento da eficácia organizacional e de sua chance de sobrevivência. Eduardo Paiva - GMO
  • 3. Robbins (1999) apresenta seis aspectos específicos que atuam como desencadeadores de mu- dança: a natureza da força do trabalho, a tecnologia, os choques econômicos, a concorrência, as tendências sociais e a política mundial. Esses aspectos estariam presentes no cotidiano or- ganizacional de forma mais ou menos aguda em determinados momentos, mas constantemen- te exerceriam pressão sobre a organização. No intuito de responder efetivamente às demandas do ambiente, Nadler e cols. (1995) acredi- tam que as organizações devem investir e se preocupar com o aumento da qualidade e do valor do cliente; a diminuição dos custos de coordenação interna; o aumento da inovação competitiva; a redução do tempo de resposta ao mercado; a motivação dos membros para contribuírem de forma efetiva; a capacidade de gerenciar a mudança de maneira rápida, e sobretudo, o encontro de uma real vantagem competitiva. Para Pettigrew (1987) os fatores capazes de precipitar mudanças organizacionais são basica- mente extra-organizacionais, ou seja, mudanças no ambiente de negócios e recessão econô- mica. No entanto, outros aspectos também devem ser analisados em um processo de mudan- ça: a inércia organizacional, as mudanças de estrutura da organização e o ambiente em que esta se insere. O quadro 3 apresenta a síntese dos trabalhos de Robbins (1999), Nadler e cols (1995) e Petti- grew (1987) que elencam um conjunto de fatores internos e externos à organização e que podem atuar como causadores ou triggers dos diferentes tipos de mudança organizacional. QUADRO 2 - DESENCADEADORES DE MUDANÇA ORGANIZACIONAL AUTOR(ES) CAUSADORES/TRIGGERS Robbins (1999) Natureza da força do trabalho Tecnologia Choques econômicos Concorrência Tendências sociais Política mundial Nadler e cols. (1995) Descontinuidade na estrutura organizacional Inovação tecnológica Crises e tendências macroeconômicas Mudanças legais e regulamentação Forças do mercado e competição Crescimento organizacional Pettigrew (1987) Recessão econômica Mudanças no ambiente de negócios A análise do Quadro 3 aponta que os causadores ou triggers de mudança organizacional pos- suem basicamente duas fontes: o ambiente externo e as características da própria organiza- ção. Por aspectos ligados ao ambiente externo entende-se: política mundial, crises e tendên- cias macroeconômicas, mudanças legais e regulamentação, recessão econômica, competição e inovação tecnológica; e por características da própria organização entende-se: desempenho, características pessoais dos gerentes, natureza da força do trabalho, crescimento organizacio- nal e descontinuidade na estrutura organizacional. FATORES FACILITADORES E DIFICULTADORES DA IMPLEMENTAÇÃO DE MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS O reduzido número de pesquisas empíricas sobre o tema mudança organizacional tem como consequência uma lacuna no que se refere a variáveis internas à organização que podem facili- Eduardo Paiva - GMO
  • 4. tar ou dificultar a implementação de um processo de mudança, seja ela contínua ou descontí- nua. Assim, o conceito de facilitadores e dificultadores, neste estudo, envolve mais caracterís- ticas externas a organização que influenciam a implementação de um processo de mudança bem sucedido. Observa-se que os eventos causadores de mudança, de certa forma, também são facilitadores, pois influenciam a decisão de mudança. No entanto, nesta pesquisa são destacados elementos que podem facilitar, mas também, dificultar a implementa- ção da decisão e da estratégia de mudança em uma organi- zação. Neste sentido, os facilitadores e dificultadores dife- rem dos causadores na medida em que, enquanto esses últimos descrevem o porquê da mudança, aqueles se refe- rem aos fatores que tornam a mudança possível (ou que a impossibilitam). A pesquisa de Huber, Sutcliffe, Miller e Glick (1993) indica a existência de doze fatores que podem propiciar ou retardar as mudanças e os agrupa em cinco categorias:  características do ambiente organizacional (principalmente turbulência, complexidade e competitividade);  características do desempenho organizacional (especialmente seu decréscimo);  características da alta gerência da organização (aspectos de personalidade e crenças);  características da estratégia organizacional (defensiva ou prospectora);  características da estrutura organizacional (centralização, padronização, especialização e interdependência). Cada fator pode atuar como facilitador ou dificultador de um tipo específico de mudança. A principal conclusão do estudo é que somente o ambiente turbulento é capaz de causar mu- danças significativas, bem como facilitar sua implementação, na medida em que exige um re- posicionamento da organização frente às novas demandas do meio. REAÇÃO À MUDANÇA ORGANIZACIONAL Apesar de reconhecidamente relevantes para a sobrevivência da organização, as mudanças causam os mais diferentes tipos de reação dos atores organizacionais. Essas reações variam de adesão imediata à proposta de mudança, à resistência completa a qualquer tipo de mudança. Os determinantes dessas diferentes reações são vários, desde o fato da mudança alterar o poder e a hierarquia organizacional, a questões relacionadas ao indivíduo, como o requeri- mento de novas competências para o trabalho e, até mesmo, a alteração na própria forma de encarar o seu trabalho. De maneira geral, as reações mais frequentes à mudança organizacional são de resistência. Isso pode se dever ao fato de que as mudanças, independentemente de seu tipo ou objetivo, não costumam ser bem-vindas. Segundo Motta (1999) a "mudança é um ônus, pois requer que a pessoa reveja sua maneira de pensar, agir, comunicar, se inter-relacionar e criar significados para a sua própria vida" (p.xiv). A resistência à mudança, para Robbins (1999), pode se dar nos âmbitos: individual e organiza- cional. As fontes de resistência individual relacionam-se às características subjetivas e pessoais dos indivíduos e envolvem aspectos como: hábitos, necessidades, características de personali- dade, inseguranças, grau de conhecimento e questões econômicas. As fontes de resistência Eduardo Paiva - GMO
  • 5. organizacional encontram-se direcionadas aos aspectos globais, envolvendo a organização como um todo, e relacionam-se à inércia estrutural e do grupo, ao foco restrito da mudança (ex: mudanças apenas em um setor) e às percepções de ameaça advindas da mudança. Ainda no que se refere à resistência, para Pereira (1995), ela é característica comum a todos os mecanismos para lidar com as mudanças ou com as perdas que elas proporcionam e afirma: [...] a estabilidade é conhecida, não traz surpresas, não amea- ça. A mudança traz o inesperado, a surpresa, o desafio, o movi- mento. Mesmo quando a expectativa da mudança é favorável, quem nos garante, a priori, que ela seguirá os caminhos traçados? Daí a angústia, o medo e a fuga" (p.116). Ou seja, a literatura parece apontar a existência de uma resistência natural dos indivíduos às mudanças, porém em graus variados. No entanto, existem autores como Hernandez e Caldas (2000) que se contrapõem a esta visão da resistência como algo natural e inevitável. Em suma, não é possível elaborar receituários de como lidar com a reação dos empregados às mudanças. O que de fato interessa é alertar os gestores sobre a necessidade de conhecer os indivíduos e a cultura da organização, a fim de planejar as mudanças e saber lidar com as mais diferentes reações apresentadas. Como promover a Gestão da Mudança Eduardo Paiva - GMO
  • 6. Por que mudar é tão difícil? Mudança de hábitos estão mais relacionados aos nossos padrões cerebrais ou aos nossos comportamentos ancestrais? Qual a sua opinião ? Basicamente, porque a mudança está ligada ao nosso sistema de crenças, nossos registros. Envolve tanto padrões cerebrais quanto comportamentos ancestrais. Eduardo Paiva - GMO