O documento discute as perspectivas históricas da morte no Egito Antigo. Resume como os egípcios viam a morte como uma passagem para o mundo dos deuses, onde a alma seria julgada por Osíris e outros deuses. Seu coração seria pesado e, se fosse puro, poderia renascer. O documento também explica como a religião egípcia impregnava todos os aspectos da vida e como os deuses eram ligados à natureza e aos animais.
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Religião e morte para entender os egipcios
1. Religião e morte para
entender os egípcios
Prof. Ms. Fabio Augusto de
Oliveira Santos
Prof. Ms. Fabio Augusto de Oliveira
Santos
2. REFLETINDO SOBRE A
MORTE
"(...) Morte é o fim da vida, e toda a gente
teme isso, só a Morte é temida pela Vida,
e as duas refletem-se em cada uma (...)“
- Oscar Wilde
"(...) desenvolvei a vossa salvação com
temor e tremor (...)" (Filipensis 2:12)- A
visão da Bíblia sobre a Morte.
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3. A Morte
é uma figura que tem
existido na mitologia e na
cultura popular desde o
surgimento dos contadores
de histórias. Na típica
imagem Ocidental da
Morte, conhecida como "O
Ceifador" é empregada
nas culturas modernas sob
várias formas, desde
cartas de tarot é até em
trabalhos televisivos e
cinematográficos.
4. O triunfo da morte, pintura de Pieter Brueghel o Velho (1562).
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5. Perspectivas históricas da morte
“É impossível conhecer o homem sem lhe
estudar a morte, porque, talvez mais do
que na vida, é na morte que o homem se
revela. É nas suas atitudes e crenças
perante a morte que o homem exprime o
que a vida tem de mais fundamental.”
Edgar Morin
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6. Philippe Ariés
“Pensar na morte
pode nos
ajudar a
aceitá-la e a
perceber que
ela é uma
experiência tão
importante e
valiosa quanto
qualquer
outra.”
7. A morte como objeto de estudo
A morte é uma experiência humana
universal. Morrer e morte são mais do que
eventos biológicos; eles têm uma
dimensão religiosa, social, filosófica,
antropológica, espiritual e pedagógica.
Questões sobre o significado da morte e o
que acontece quando nós morremos são
preocupações centrais para as pessoas em
todas as culturas e as têm sido desde
tempos imemoriais.
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8. 1. A Morte: DA ERA INDUSTRIAL À
ERA ATÔMICA ( século XIX à XXI)
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9. TOTEM: o homem poderoso
TABU: a morte
Conceito: “A morte interdita”:
Inflada do seu poder, a sociedade tem dificuldades
em lidar com os limites e a morte começa a ser
considerada como inimiga e vivenciada com
angustia.
10. Completamente atéia e materialista, essa
visão considera a morte como um simples
fenômeno físico sem perspectiva de além.
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11. O nascimento da psicanálise busca captar o funcionamento do
mundo interior do homem. Mergulhos na metafísica, no
onírico e no imaginário são tentativas de responder à
angústia existencial e dar sentido à vida.
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12. TOTEM: dinheiro e individualidade
TABU: a velhice e a morte
A humanidade, traumatizada por seu
próprio poder de destruição, se sente
fragmentada e perdida. A sociedade de
consumo pretende suprir o vazio. O
mergulho do homem no entorpecimento
consumista e na robotização, levam-no ao
sacrifício de si mesmo e de seu meio
ambiente, num imediatismo e
materialismo desesperados. A simples
idéia da morte provoca ojeriza e negação.
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13. 2. A Morte: DOS ESTADOS MODERNOS
AO ROMANTISMO (do século XVI à XIX)
Nasce, na consciência do homem, a primeira
dúvida sobre a existência de Deus e sua
preocupação com o destino do Homem.
14. TOTEM: o homem soberano
TABU: as restrições religiosas
Com o preceito de Descartes: “Penso, logo existo”,
surge o despertar da Razão como o guia do homem e
a Ciência como meta de conhecimento.
15. A morte heróica em nome da pátria é glorificada,
vivendo-se um momento de fanatismo ideológico
exacerbado.
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16. Conceito: “A morte do outro”
Como reação ao furor patriótico das
revoluções, os Românticos reivindicam o
direito à sensibilidade e à individualidade,
empreendendo uma busca desesperada do
sentido existencial da vida. A ascensão da
burguesia, que presa o patrimônio
privado, tira os cemitérios das igrejas e
cria verdadeiras cidades dos mortos – as
necrópoles - com suas ruas e seus
túmulos familiares. A partir daí, inicia-se o
culto saudoso “ao outro” que morreu.
17. TOTEM: o Homem, as descobertas do mundo
e do corpo - TABU: a limitação da expansão.
A ânsia de descoberta de outros horizontes
promove as Grandes Navegações, que colocam
ao alcance do homem ocidental culturas muito
antigas, cujos valores e visões do Sagrado
divergem e até se confrontam com a visão cristã.
18. 3. A Morte: DO COMEÇO DO
CRISTIANISMO AO RENASCIMENTO
TOTEM: Deus
TABU: as impurezas da alma e do corpo
19. Conceito: “A morte domada”
Amalgama-se um continente politicamente
caótico em torno de um sentimento comum: a
sublimação coletiva da dor pela transcendência.
20. Grandes obras de fé são empreendidas: construção de catedrais,
peregrinações, cruzadas, pois um código ético estrito, a
chamada “vida de boas obras”, promete a recompensa no
Paraíso ou a danação no Inferno.
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21. Conceito: “A morte de si mesmo”
No século XII, com o afrouxamento moral da sociedade e a
ameaça das “heresias”, a Igreja Católica introduz uma terceira
via de salvação: o Purgatório. É a possibilidade de se arrepender
dos pecados no momento da morte e de se purificar no além.
22. 4. A Morte na Antiguidade
TOTEM: o Sagrado
Na Mesopotâmia:
A primeira obra literária: “A
epopéia de Gilgamesh”, faz uma
reflexão sobre a busca da
imortalidade, a dor da perda e a
necessidade de se resignar diante
da inevitabilidade do fim.
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23. A morte no Egito
Propõem uma vida voltada para a
preparação adequada da morte.
Fascinados pelos grandes mistérios, criam
as primeiras escolas de iniciação onde são
reveladas as leis da criação do universo
através dos Princípios herméticos.
Primeiro registro de sabedoria espiritual, o
Livro Egípcio dos Mortos descreve os
processos de “morte migratória” ao
mundo dos deuses para os iniciados, e de
reencarnação, afim de aperfeiçoamento,
para o homem comum.
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24. Textos da literatura egípcia que se
referem à morte:
O Livro dos Caminhos.
O Livro das Portas.
Textos das Pirâmides (Antigo Império, V e
VI dinastias).
Textos dos Sarcófagos (IX dinastia).
Várias compilações do Vale dos Reis.
O Livro dos Mortos
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25. Vídeo: O Livro dos Mortos
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26. Página do Livro dos Mortos
do escriba Nebseny
Império Novo
XVIII dinastia (c. 1400 a.C.)
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27. O Livro dos Mortos
Finalidade – É uma coleção de fórmulas que
facilitam a passagem para o além.
O que é – É uma compilação que substitui os textos
dos Sarcófagos.
Autor – Anônimo.
Época – Início da XVIII dinastia no Novo Império. O
códice é do reinado de Ramsés II.
Título – Per-em-hru (Livro da Chegada à Luz) é o
nome do livro em egípcio; O nome Kitabul-maitim (O
Livro dos Mortos) é árabe.
Composição – 190 capítulos, muitos deles
acompanhados de instruções.
Exemplares originais – Centenas, em papiro e
couro, encontrados nos sarcófagos, além dos
gravados nas paredes dos túmulos.
28. Livro dos Mortos:
Informações contemporâneas
Descoberta – Jean-François Champollion no Museu
de Turim, por volta de 1830.
Primeira versão do nome – Saída para o dia. Por
Ricardo Lepsius em 1842.
Edição em português – Título: O Livro dos Mortos
do Antigo Egito.
Autor: Anônimo.
Tradução: Edith Carvalho Negraes
Prefácio: Luiz Carlos Teixeira de Freitas
Editora: Hemus
Local: São Paulo
Ano: 1982.
356 páginas (190 capítulos.)
29. Hino a Osíris do papirus de Ani
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31. Explicando a morte no Egito
A idéia da transcendência está presente nos mitos egípcios,
em especial na renascença do deus Osíris, no qual foi morto
por Set e seu corpo retalhado, e que retorna à vida através
dos poderes da deusa Ísis que reúne as partes dispersas do
seu corpo. Mas, ao mesmo tempo em que é facultada a alma o
acesso à imortalidade, dando a esperança da continuidade,
essa mesma imortalidade dependia da observância de
determinadas regras instituídas pela casta sacerdotal, que de
certa forma passa a intermediar esse acesso. No momento da
morte, a alma era levada à presença de um tribunal na
presença dos deuses, Tot, Anúbis e Osíris, e lá suas ações
eram contabilizadas através da balança da deusa da justiça,
onde o coração do morto seria pesado, tendo como contrapeso
a pena de uma ave. Os egípcios acreditavam que este órgão
continha todas as virtudes e vícios da alma. As almas
generosas teriam, naturalmente, um coração leve e a alma dos
maus seriam pesadas e se fossem condenadas, acabariam
devoradas pelo deus monstro e não poderiam renascer.
32. 1) O defunto (à esquerda), vestido com uma
longa túnica pregueada, é conduzido pelo
deus Anúbis para junto da balança do
julgamento.
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33. 2) O coração do defunto (seta branca), simbolizando seu
pensamento e sua vida, é colocado em um dos pratos da
balança enquanto no outro prato (seta vermelha) é colocado
uma pluma, simbolizando o princípio do equilíbrio e da
norma. Anúbis está de joelhos observando a pesagem
enquanto o "grande devorador", um animal representado
por um leão com cabeça de crocodilo e anca de hipopótamo,
está apenas aguardando a pesagem. Se o coração do morto
for mais pesado que a pluma, quer dizer que sua vida não
foi justa, e o "grande devorador" estraçalha o coração,
destruindo a memória do defunto para sempre.
34. 3) O deus Thoth também observa a pesagem
e aguarda para registrar o resultado do
julgamento.
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35. 4) Com o resultado justo, o deus Hórus leva o
defunto até a presença de Osíris, retratado no
papiro como uma múmia usando a coroa ritual
(atef), segurando o cetro (heka) e o chicote
(flagellum). Atrás de Osíris estão as deusas Ísis
e Néftis.
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36. Reflexão:
A morte e a religião no Egito
Homem ocidental moderno – Religião
separada dos outros aspectos da vida.
Povos primitivos – Não há separação
entre a religião e a vida cotidiana.
Religião – Explica fenômenos naturais,
interferi nas atitudes pessoais, diminui a
ansiedade e mantém a produtividade.
Egípcios – A religião impregnava tudo.
Da cheia do Nilo à morte de um gato, tudo
dependia dos deuses.
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37. A força dos aspectos religiosos
Surgimento da civilização egípcia
Homem dominado
pela natureza e da
natureza provinha
os aspectos da
religiosidade.
Deuses ligados à
natureza: deus sol
(Ra).
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39. A força dos aspectos religiosos
Período Pré-Dinástico
Domínio do homem
sobre a natureza:
antropomorfização.
Surgimentos dos
deuses zoomórficos
+ deuses
antropomórficos
(Hórus)
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40. Animais divinizados eram criados nos templos:
gato, boi, crocodilo. Eram mumificados após a
morte.
41. Deuses
Eram muitos, cada
cidade ou localidade
tinha seu deus. Um
deles poderia ganhar
destaque nacional
conforme sua cidade
ganhasse importância
política. Ex: Rá de
Heliópolis na IV
dinastia.
43. Deuses egípcios = Conteúdo moral
Maat, conceito relacionado com ordem,
verdade, justiça e retidão = criação dos
deuses perfeição ausência de crítica social.
44. Culto
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45. A existência após a morte
Existia vida além-túmulo.
Existência feliz, repetição dos melhores
momentos terrenos.
Possibilidade de uma segunda e definitiva
morte por falta de objetos e
principalmente de alimentos.
Mumificação: a existência além-túmulo
estava ligada à existência corporal.
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49. Os princípios do ser humano que
deveriam ser contemplados após a morte:
Khet, o corpo;
Ka, a personalidade espiritual;
Ba, a alma;
Khai Bit, a sombra;
Akh, o espírito;
Ib, o coração;
Sekhem, a energia espiritual;
Ren, o nome e
Sakh, o corpo espiritual.
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50. A Defesa no julgamento
(ou A confissão negativa)*
“Não causei sofrimento aos homens.
Não empreguei violência com meus
parentes.
Não substituí a justiça pela injustiça.
Não frequentei os maus.
Não trabalhei em meu proveito em
excesso.
*Do Livro dos Mortos
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51. Como os egípcios encaravam a morte?
Não eram mórbidos e tristes.
Encaravam a vida além-túmulo como
uma feliz continuação da vida
terrena.
Dedicavam-se a ela com entusiasmo.
Qualquer um que pudesse pagar
para uma boa morte não poupava
esforços.
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52. Vídeo: A morte para os egípcios
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