3. “Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas
mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente
em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes
fez sinal que pousassem os arcos. E eles os
depuseram. Mas não pôde deles haver fala
nem entendimento que aproveitasse, por o
mar quebrar na costa. Somente arremessou-
lhe um barrete vermelho e uma carapuça de
linho que levava na cabeça, e um sombreiro
preto. E um deles lhe arremessou um
sombreiro de penas de ave, compridas, com
uma copazinha de penas vermelhas e
pardas, como de papagaio. E outro lhe deu
um ramal grande de continhas brancas,
miúdas que querem parecer de aljôfar, as
quais peças creio que o Capitão manda a
Vossa Alteza. E com isto se volveu às naus
por ser tarde e não poder haver deles mais
fala,por causa do mar.”
Documento: Carta de PeroVaz de Caminha
4. PERÍODO PRÉ-COLONIAL
Brasil deixado em segundo plano: Comércio com
as Índias aliado à ausência de metais preciosos;
Pau-Brasil: Fabricação de tintura para tecidos com
exploração nômade e predatória utilizando
práticas de escambo com índios
Expedições Guarda-Costas: Salvar de pirataria
(fracasso)
Fatores que iniciam a colonização:
Medo de perder territórios;
Decadência do comércio com as índias;
Esperança de encontrar metais
preciosos;
5. Imagem produzida pelo pintor
frances Jean Batiste Debret,que
esteve em viagem pelo Brasil
durante o século XIX.
6.
7. INÍCIO DA COLONIZAÇÃO
Oficialmente em 1530 a expedição
chefiada por Martim Afonso de Souza veio
ao Brasil com as seguintes atribuições:
Expulsar piratas da costa;
Buscar ouro;
Iniciar a colonização;
Criar organizações Administravas;
(Capitanias Hereditárias)
8. Capitanias Hereditárias: Divisão do território brasileiro em
faixas de terras invendáveis doadas aos homens de confiança
do rei, suas principais funções eram:
Administrar e proteger as terras;
Exercer a justiça real
Cobrança de Impostos
Incentivo da produção de manufaturas
Distribuir lotes de terras (Sesmarias) àqueles portugueses
que desejassem vir para o “Novo Mundo”.
9.
10. GOVERNO GERAL
Devido à fatores como falta de interesse dos portugueses em vir pra
o Brasil, falta de recursos, distância com a metrópole e conflitos com
indígenas levaram em 1549 a criação do Governo Geral que tinha
como objetivo:
o Centralizar a administração colonial;
o Impulsionar o desenvolvimento;
o Fundas a Capital (Salvador);
o Estimular a economia: Cana-de-açúcar;
11. Economia do Açúcar
• Condições favoráveis: Solo, clima, mão-de-obra e mercado externo
• Características:
o Latifúndios;
o Monocultura;
o Agroexportadora;
o Uso de mão-de-obra escrava negra de origem africana;
o Pouca mobilidade social;
o Religiosidade aflorada;
12.
13. Engenhos (unidade produtiva básica):
Casa Grande (residência do senhor de engenho e família).
Senzala (ambiente insalubre destinado aos escravos).
Sociedade do Açúcar
Senhores.
Escravos.
Capital Holandês: Financiamento da produção, transporte, refino e
distribuição da Europa.
14.
15. 1- casa-grande
2- capela
3- senzala
4- roda d'água
5- moenda
6- fornalha
7- cozimento do caldo
8- casa de purgar
9- roça
10- moradia
trabalhadores livres
11- canavial
12- roça dos escravos
13- transporte de
cana
14- transporte de
lenha para a fornalha
16. UNIÃO IBÉRICA (1580-1640)
Período em que Portugal e Espanha são governados pelo mesmo rei
(D. Sebastião), isso faz com que a Espanha torna-se dona das
possessões Portuguesas. Consequências:
o Tratado deTordesilhas começa a ser ultrapassado;
o Inimigos da Espanha invadem o Brasil em represália ao governo
espanhol, por exemplo a Holanda que é impedida de fazer
comércio em qualquer colônia espanhola, no caso com o Brasil
(no qual tem muito dinheiro investido)
17.
18. Invasão Holandesa
Tentativa de romper o bloqueio econômico imposto pelo governo espanhol ao
comércio do açúcar:
• 1624 – Invasão da Bahia (fracasso).
• Criação da Companhia das Índias Ocidentais – empresa holandesa responsável
por viabilizar recursos para invadir novamente o Brasil.
• 1630 à 1654 – Invasão de Pernambuco (maior centro mundial de produção
açucareira).
• Maurício de Nassau: Governante holandês que controla Pernambuco e torna-
se amigo do povo (modernização, financiamento, liberdade ao culto)
• 1645-54: Insurreição Pernambucana Expulsam os holandeses do Brasil.
(Consequência: Holandeses instalam-se nas Antilhas e produzem açúcar)
19.
20. (Enem 2001) Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram uma peça para teatro chamada "Calabar", pondo em dúvida a
reputação de traidor que foi atribuída a Calabar, pernambucano que ajudou decisivamente os holandeses na invasão do Nordeste
brasileiro, em 1632.
- Calabar traiu o Brasil que ainda não existia? Traiu Portugal, nação que explorava a colônia onde Calabar havia nascido?
Calabar, mulato em uma sociedade escravista e discriminatória, traiu a elite branca?
Os textos referem-se também a esta personagem.
Texto I:
"... dos males que causou à Pátria, a História, a inflexível História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por todos os séculos"
Visconde de Porto Seguro, in: SOUZA JÚNIOR,A. Do Recôncavo aos Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949.
Texto II
"Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas de Belchior Dias com a gente da Casa daTorre; ajudara Matias
de Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora ferido, e desertara em consequência de vários crimes praticados..." (os
crimes referidos são o de contrabando e roubo). CALMON P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959.
Pode-se afirmar que:
a) A peça e os textos abordam a temática de maneira parcial e chegam às mesmas conclusões.
b) A peça e o texto I refletem uma postura tolerante com relação à suposta traição de Calabar, e o texto II
mostra uma posição contrária à atitude de Calabar.
c) Os textos I e II mostram uma postura contrária à atitude de Calabar, e a peça demostra uma posição
indiferente em relação ao seu suposto ato de traição.
d) A peça e o texto II são neutros com relação à suposta traição de Calabar, ao contrário do texto I, que condena
a atitude de Calabar.
e) A peça questiona a validade da reputação de traidor que o texto I atribui a Calabar, enquanto o texto II
descreve ações positivas e negativas dessa personagem.
21. (Ufsc 2007) "Estávamos na horta da minha casa,e o preto andava em serviço;chegou-se a nós e esperou.
- É casado,disse eu para Escobar.Maria onde está?
- Está socando milho,sim,senhor.
-Você ainda se lembra da roça,Tomás?
- Alembra,sim,senhor.
- Bem,vá-se embora.
Mostrei outro,mais outro,e ainda outro,este Pedro,aquele José,aquele outro Damião...
-Todas as letras do alfabeto,interrompeu Escobar.
Com efeito,eram diferentes letras,e só então reparei nisto;apontei ainda outros escravos,alguns com os mesmos nomes,distinguindo-se por um apelido,ou da pessoa,
como João Fulo,Maria Gorda,ou de nação como Pedro Benguela,Antônio Moçambique...
- E estão todos aqui em casa? perguntou ele.
- Não,alguns andam ganhando na rua,outros estão alugados.Não era possível ter todos em casa.Nem são todos os da roça;a maior parte ficou lá.
- O que me admira é que D.Glória se acostumasse logo a viver em casa da cidade,onde tudo é apertado;a de lá é naturalmente grande.
- Não sei,mas parece.Mamãe tem outras casas maiores que esta;diz porém que há de morrer aqui.As outras estão alugadas.Algumas são bem grandes,como a
da Rua da Quitanda...“ ASSIS,Machado de."Dom Casmurro".São Paulo:FTD,1991, p.145.
No diálogo anterior, Escobar e Bentinho conversam sobre os escravos da família deste. Sobre o período da escravidão no
Brasil, é CORRETO afirmar que:
01) a presença dos escravos no Brasil Imperial podia ser percebida em diferentes atividades, desde os trabalhos nas lavouras
até serviços domésticos nas casas de fazenda e centros urbanos.
02) os escravos eram trazidos da África, provenientes de uma única região. Isto facilitou a socialização entre os grupos de
escravos trazidos ao Brasil.
04) a submissão ao senhor latifundiário era incontestada. Prova disso é a inexistência de fontes históricas que provem a
resistência dos escravos às péssimas condições de vida às quais eram submetidos.
08) a concentração da propriedade nas mãos de poucos foi uma característica do período de escravidão no Brasil. Um grande
proprietário de terras também podia possuir imóveis urbanos que contribuíam em muito para o aumento de sua riqueza.
16) a extinção da escravidão garantiu melhores condições de vida aos africanos e seus descendentes, uma vez que a eles eram
garantidas as vagas nas indústrias emergentes no Brasil.
32) durante o período de introdução da cultura cafeeira no Brasil, o trabalho escravo já não era mais utilizado.