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Freud e o
Desenvolvimento
Psicossexual
Psicologia B – 12.º Ano
Prof.ª Isaura Silva
Sexualidade e Desenvolvimento
Para Freud, o desenvolvimento humano e a constituição do aparelho
psíquico são explicados pela evolução da psicossexualidade.
A sexualidade está integrada no nosso desenvolvimento desde o
nascimento, evoluindo através de estádios, com predomínio de uma zona
erógena, isto é, de uma região do corpo (epiderme ou mucosa) que, quando
estimulada, dá prazer.

Cada estádio é marcado pelo confronto entre as pulsões sexuais
(Libido, que em Latim significa desejo, sexualidade) e as forças
que se lhe opõem.
A Psicanálise foi a primeira
corrente de psicologia a
atribuir aos primeiros anos
de vida uma importância
fulcral na estruturação da
personalidade. Dizer que a
criança é o pai do Homem
ilustra a importância da
infância.

Um dos conceitos mais
importantes
da
teoria
psicanalítica é a existência da
Sexualidade Infantil.
Esta sexualidade envolve todo
o corpo, é pré-genital e não
apenas genital e é, nos
primeiros anos, autoerótica,
isto é, a criança satisfaz-se
com o seu próprio corpo.
Estádios de Desenvolvimento

Freud apresenta uma teoria de desenvolvimento da personalidade que segundo
ele se processa numa sequência de estádios psicossexuais que decorrem desde
o nascimento até à adolescência.

 Estádio Oral – do nascimento aos 12/18 meses
 Estádio Anal – dos 12/18 meses aos 2/3 anos
 Estádio Fálico – dos 2/3 anos aos 5/6 anos
 Estádio de Latência – dos 5/6 anos até à puberdade
 Estádio Genital – a partir da puberdade
ESTÁDIO ORAL - zona erógena: cavidade bucal e
lábios
(0 – 12/18 meses)

 Este
estádio
decorre
do
nascimento até cerca dos 12/18
meses.
 A zona erógena é a boca e
lábios: o bebé obtém prazer ao
mamar, ao levar objetos à boca,
bem
como
através
de
estimulações corporais.
 A alimentação é fonte de grande
satisfação, assumindo grande
impor­tância a relação com a
mãe.

 O desmame corresponde a
um dos primeiros conflitos
e frustrações vividos pela
criança que a vai situar em
relação à realidade do
mundo.
 É neste estádio que o ego
se forma
Enquanto o id é orientado pelo princípio do prazer, ego
rege-se pelo princípio da realidade, que corresponde às
normas e às exigências da vida em sociedade.
ESTÁDIO ANAL
(12/18 MESES - 2/3 ANOS)
 Este estádio decorre dos
12/18 meses aos 2/3 anos e
a zona erógena é a regai
anal.
 A criança obtém prazer
pela estimulação do ânus
ao reter e expulsar as
fezes.
 O controlo da defecação
gera,
simultaneamente,
sentimentos de prazer e de
dor.

É nesta fase que se faz a
educação para a higiene,
relativamente à qual criança ou
cede
ou
se
opõe
ao
cumprimento das regras. A
ambivalência assim, presente
nas interações que estabelece
com a mãe ou outros
cuidadores
Ambivalência - vivência de desejos ou emoções opostos.

A ambivalência está também presente na forma como a
criança hesita entre ceder ou opor-se às regras de higiene
que a mãe exige. As relações interpessoais – com a mãe e
com as outras pessoas – vão estabelecer-se neste contexto,
daí a importância dada à forma como se educa a criança a
ser asseada.
ESTÁDIO FÁLICO
(2/3 ANOS – 5/6 ANOS)
 Este estádio decorre dos 2/3 aos
5/6 anos.
 A zona erógena é a região
genital: órgãos sexuais são
estimulados pela criança, que
assim obtém prazer.
A
curiosidade
sobre
as
diferenças sexuais é grande
nesta fase.

• As crianças estão interessadas em
questões do género: Como
nascem os bebés;
• Estão atentas às diferenças
anatómicas entre os sexos, às
relações entre os pais e às
relações
entre
homens
e
mulheres;
• têm brincadeiras onde explorar
estes interesses, como brincar aos
médicos e aos pais e ás
mães( alguns comportamentos
exibicionistas e “voyeuristas”
[espreitar] podem surgir nesta
idade.)
Freud deu particular importância a este estádio por ser
durante este período que as crianças vão vivenciar o
Complexo de Édipo
(Édipo, na mitologia grega, sem ter consciência, mata o pai,
Laios, e casa com a mãe, Jocasta),
e por ser no fim desta etapa que a estrutura da personalidade
está formada com a existência do superego.
O complexo de Édipo

Corresponde à atração que
o rapaz tem pela mãe, a
quem ele esteve sempre
ligado desde que nasceu, e
que agora é diferentemente
sentida.
A sexualidade, que era até
esta idade exclusivamente
autoerótica, vai agora ser
investida nos pais.

Ele pode assim falar do
desejo de casar com a mãe,
mas, ao descobrir o tipo de
relação que liga os seus
progenitores, sente rivalidade
(por vezes com expressões
de agressividade) com o pai,
que considera um intruso.
O complexo de Édipo, na rapariga, é uma triangulação
relacional idêntica.
Complexo de Electra
( na mitologia grega , Electra, filha de Agamémnon, instigou o
irmão a matar a mãe para se vingar por esta ter morto o pai)

Uma importante diferença é que a rapariga esteve desde sempre
muito ligada à mãe e, nesta idade , vai investir e seduzir o pai. É
mais difícil rivalizar com a mãe porque receia perder o seu amor.
O complexo edipiano da
rapariga e do rapaz é
atravessado por vivências tais
como:
receios,
angústias,
o
medo
fantasiado
da
castração,
agressividade e culpabilidade.

Alguns destes complexos passamse de forma invertida, isto é, a
criança investe sensualmente no
progenitor do mesmo sexo.
O complexo de Édipo é
ultrapassado pela renúncia aos
desejos sexuais pelos pais e por um
processo de identificação com o
progenitor do mesmo sexo.
Freud considera que a forma
como se resolve o complexo
edipiano influenciará a vida
afetiva futura.
A terceira instância do
aparelho psíquico, o superego,
vai agora ser constituída.
O superego é uma instância
com funções morais.

Estes não são os pais
reais, mas os
imaginários, isto é, os
idealizados na infância.
ESTÁDIO DE LATÊNCIA
(5/6 ANOS – PUBERDADE)
 Este período é caracterizado
por uma atenuação da
atividade sexual.
 Seria neste estádio que
ocorre a amnésia infantil: a
criança
reprime
no
inconsciente experiências e
sensações
vivida
nos
primeiros anos, sobretudo
no estádio fálico.

 A criança investe a sua energia
nas
atividades
escolares,
ganhando especial importância
as relações que estabelece com
os colegas e com os professores.
 Uma das grandes aprendizagens
é a compreensão dos papéis
sexuais, isto é, o que é ser
mulher e ser homem, na
sociedade em que vive.
ESTÁDIO GENITAL (depois da puberdade)


Para a psicanálise, a
adolescência vai reativar uma
sexualidade que esteve como
que adormecida durante o
período da latência.
 Assim, retomam-se algumas
problemáticas do estádio
fálico, como o complexo de
Édipo.

 A puberdade traz novas
pulsões sexuais genitais.
 Também
o
mundo
relacional do adolescente é
alargado
a
pessoas
exteriores à família.
O adolescente vai reviver o complexo de Édipo, e a sua
liquidação está ligada a um processo de autonomização dos
adolescentes em relação à família.
O adolescente poderá, assim, fazer escolhas sexuais fora do mundo
familiar, bem como adaptar-se a um conjunto de exigências
socioculturais.

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Freud e o desenvolvimento

  • 1. Freud e o Desenvolvimento Psicossexual Psicologia B – 12.º Ano Prof.ª Isaura Silva
  • 2. Sexualidade e Desenvolvimento Para Freud, o desenvolvimento humano e a constituição do aparelho psíquico são explicados pela evolução da psicossexualidade. A sexualidade está integrada no nosso desenvolvimento desde o nascimento, evoluindo através de estádios, com predomínio de uma zona erógena, isto é, de uma região do corpo (epiderme ou mucosa) que, quando estimulada, dá prazer. Cada estádio é marcado pelo confronto entre as pulsões sexuais (Libido, que em Latim significa desejo, sexualidade) e as forças que se lhe opõem.
  • 3. A Psicanálise foi a primeira corrente de psicologia a atribuir aos primeiros anos de vida uma importância fulcral na estruturação da personalidade. Dizer que a criança é o pai do Homem ilustra a importância da infância. Um dos conceitos mais importantes da teoria psicanalítica é a existência da Sexualidade Infantil. Esta sexualidade envolve todo o corpo, é pré-genital e não apenas genital e é, nos primeiros anos, autoerótica, isto é, a criança satisfaz-se com o seu próprio corpo.
  • 4. Estádios de Desenvolvimento Freud apresenta uma teoria de desenvolvimento da personalidade que segundo ele se processa numa sequência de estádios psicossexuais que decorrem desde o nascimento até à adolescência.  Estádio Oral – do nascimento aos 12/18 meses  Estádio Anal – dos 12/18 meses aos 2/3 anos  Estádio Fálico – dos 2/3 anos aos 5/6 anos  Estádio de Latência – dos 5/6 anos até à puberdade  Estádio Genital – a partir da puberdade
  • 5. ESTÁDIO ORAL - zona erógena: cavidade bucal e lábios (0 – 12/18 meses)  Este estádio decorre do nascimento até cerca dos 12/18 meses.  A zona erógena é a boca e lábios: o bebé obtém prazer ao mamar, ao levar objetos à boca, bem como através de estimulações corporais.  A alimentação é fonte de grande satisfação, assumindo grande impor­tância a relação com a mãe.  O desmame corresponde a um dos primeiros conflitos e frustrações vividos pela criança que a vai situar em relação à realidade do mundo.  É neste estádio que o ego se forma
  • 6. Enquanto o id é orientado pelo princípio do prazer, ego rege-se pelo princípio da realidade, que corresponde às normas e às exigências da vida em sociedade.
  • 7. ESTÁDIO ANAL (12/18 MESES - 2/3 ANOS)  Este estádio decorre dos 12/18 meses aos 2/3 anos e a zona erógena é a regai anal.  A criança obtém prazer pela estimulação do ânus ao reter e expulsar as fezes.  O controlo da defecação gera, simultaneamente, sentimentos de prazer e de dor. É nesta fase que se faz a educação para a higiene, relativamente à qual criança ou cede ou se opõe ao cumprimento das regras. A ambivalência assim, presente nas interações que estabelece com a mãe ou outros cuidadores
  • 8. Ambivalência - vivência de desejos ou emoções opostos. A ambivalência está também presente na forma como a criança hesita entre ceder ou opor-se às regras de higiene que a mãe exige. As relações interpessoais – com a mãe e com as outras pessoas – vão estabelecer-se neste contexto, daí a importância dada à forma como se educa a criança a ser asseada.
  • 9. ESTÁDIO FÁLICO (2/3 ANOS – 5/6 ANOS)  Este estádio decorre dos 2/3 aos 5/6 anos.  A zona erógena é a região genital: órgãos sexuais são estimulados pela criança, que assim obtém prazer. A curiosidade sobre as diferenças sexuais é grande nesta fase. • As crianças estão interessadas em questões do género: Como nascem os bebés; • Estão atentas às diferenças anatómicas entre os sexos, às relações entre os pais e às relações entre homens e mulheres; • têm brincadeiras onde explorar estes interesses, como brincar aos médicos e aos pais e ás mães( alguns comportamentos exibicionistas e “voyeuristas” [espreitar] podem surgir nesta idade.)
  • 10. Freud deu particular importância a este estádio por ser durante este período que as crianças vão vivenciar o Complexo de Édipo (Édipo, na mitologia grega, sem ter consciência, mata o pai, Laios, e casa com a mãe, Jocasta), e por ser no fim desta etapa que a estrutura da personalidade está formada com a existência do superego.
  • 11. O complexo de Édipo Corresponde à atração que o rapaz tem pela mãe, a quem ele esteve sempre ligado desde que nasceu, e que agora é diferentemente sentida. A sexualidade, que era até esta idade exclusivamente autoerótica, vai agora ser investida nos pais. Ele pode assim falar do desejo de casar com a mãe, mas, ao descobrir o tipo de relação que liga os seus progenitores, sente rivalidade (por vezes com expressões de agressividade) com o pai, que considera um intruso.
  • 12. O complexo de Édipo, na rapariga, é uma triangulação relacional idêntica. Complexo de Electra ( na mitologia grega , Electra, filha de Agamémnon, instigou o irmão a matar a mãe para se vingar por esta ter morto o pai) Uma importante diferença é que a rapariga esteve desde sempre muito ligada à mãe e, nesta idade , vai investir e seduzir o pai. É mais difícil rivalizar com a mãe porque receia perder o seu amor.
  • 13. O complexo edipiano da rapariga e do rapaz é atravessado por vivências tais como: receios, angústias, o medo fantasiado da castração, agressividade e culpabilidade. Alguns destes complexos passamse de forma invertida, isto é, a criança investe sensualmente no progenitor do mesmo sexo. O complexo de Édipo é ultrapassado pela renúncia aos desejos sexuais pelos pais e por um processo de identificação com o progenitor do mesmo sexo.
  • 14. Freud considera que a forma como se resolve o complexo edipiano influenciará a vida afetiva futura. A terceira instância do aparelho psíquico, o superego, vai agora ser constituída. O superego é uma instância com funções morais. Estes não são os pais reais, mas os imaginários, isto é, os idealizados na infância.
  • 15. ESTÁDIO DE LATÊNCIA (5/6 ANOS – PUBERDADE)  Este período é caracterizado por uma atenuação da atividade sexual.  Seria neste estádio que ocorre a amnésia infantil: a criança reprime no inconsciente experiências e sensações vivida nos primeiros anos, sobretudo no estádio fálico.  A criança investe a sua energia nas atividades escolares, ganhando especial importância as relações que estabelece com os colegas e com os professores.  Uma das grandes aprendizagens é a compreensão dos papéis sexuais, isto é, o que é ser mulher e ser homem, na sociedade em que vive.
  • 16. ESTÁDIO GENITAL (depois da puberdade)  Para a psicanálise, a adolescência vai reativar uma sexualidade que esteve como que adormecida durante o período da latência.  Assim, retomam-se algumas problemáticas do estádio fálico, como o complexo de Édipo.  A puberdade traz novas pulsões sexuais genitais.  Também o mundo relacional do adolescente é alargado a pessoas exteriores à família.
  • 17. O adolescente vai reviver o complexo de Édipo, e a sua liquidação está ligada a um processo de autonomização dos adolescentes em relação à família. O adolescente poderá, assim, fazer escolhas sexuais fora do mundo familiar, bem como adaptar-se a um conjunto de exigências socioculturais.