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Centro Federal de Educação
Tecnológica de Santa Catarina
Gerência Educacional de Eletrônica

RADIOGRAFIA
ESPECIALIZADA
CURSO TÉCNICO DE RADIOLOGIA

Prof. Flávio Augusto P. Soares, M.Eng.
Prof. Henrique Batista M. Lopes, M.Eng.

Florianópolis, Março de 2001
SINE/SC – SISTEMA NACIONAL DE EMPREGO
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SANTA CATARINA
DIRETORIA DE RELAÇÕES EMPRESARIAIS
GERÊNCIA EDUCACIONAL DE ELETRÔNICA
NÚCLEO DE TECNOLOGIA CLÍNICA

FUNDAÇÃO DO ENSINO TÉCNICO DE SANTA CATARINA

Instituições Envolvidas em Blumenau
HOSPITAL SANTA CATARINA
HOSPITAL SANTA ISABEL
HOSPITAL MUNICIPAL SANTO ANTÔNIO

Impresso na Gráfica do CEFET/SC
iii

SUMÁRIO
1. MAMOGRAFIA
1.1 INTRODUÇÃO
1.2 ANATOMIA DA MAMA
1.2.1. Compressão da mama

1.3 MAMÓGRAFO
1.4 AMPOLA
1.4.1. Ânodo
1.4.2. Foco real

1.5 ACESSÓRIOS
1.5.1.
1.5.2.
1.5.3.
1.5.4.
1.5.5.
1.5.6.
1.5.7.

Filtros
Colimação
Compressores
Grades antidifusoras
Exposímetros
Receptores de imagem
Magnificador

1.6 COMBINAÇÃO TELA-FILME
1.7 CONTROLE DE QUALIDADE
1.7.1. Dose associada à mamografia

1.8 EXAMES REALIZADOS
1.9 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

2. FLUOROSCOPIA
2.1 INTRODUÇÃO
2.2 FISIOLOGIA DA VISÃO
2.2.1. Iluminação
2.2.2. Visão humana

2.3 INTENSIFICAÇÃO DA IMAGEM
2.3.1. Tubo intensificador
2.3.2. Intensificação multicampo da imagem

2.4 MONITORAÇÃO DA IMAGEM
2.4.1.
2.4.2.
2.4.3.
2.4.4.
2.4.5.

Controle de brilho
Monitoração por televisão
Câmera de televisão
Acoplamento da câmera de televisão
Monitor de televisão

2.5 ARMAZENAMENTO DA IMAGEM
2.6 PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
2.7 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

3. ANGIOGRAFIA
3.1
3.2
3.3
3.4

1
1
1
2

2
3
4
5

5
5
6
6
7
7
7
7

7
8
8

8
9

11
11
12
12
13

14
14
15

16
16
17
17
18
19

19
20
21

23

INTRODUÇÃO
ELEMENTOS DE CONTRASTE
ANGIOGRAFIA INTERVENCIONISTA
INSTALAÇÕES PARA ANGIOGRAFIA

23
23
23
24

3.4.1. Equipe Especializada

24
iv

Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA

3.4.2. Equipamento

3.5 CINEFLUOROGRAFIA
3.6 DOSE DURANTE O PROCEDIMENTO
3.7 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

4. TOMOGRAFIA LINEAR
4.1 INTRODUÇÃO
4.2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
4.3 IMPLEMENTAÇÃO TÉCNICA
4.3.1. Equipamento
4.3.2. Controles

4.4 TIPOS DE MOVIMENTAÇÃO
4.4.1. Tomografia linear
4.4.2. Tomografia multidirecional

4.5 DOSE

5. BIBLIOGRAFIA

24

25
25
26

27
27
27
28
28
28

29
29
29

30

33
1. MAMOGRAFIA
1.1

INTRODUÇÃO

Na radiografia convencional temos um elevado contraste do sujeito, o que não ocorre na Mamografia, que se ocupa de produzir imagens de
estruturas compostas basicamente de músculos e
gordura. Estas estruturas são muito semelhantes em
termos de densidades e apresentam quase que a
mesma radiopaquicidade. Essas pequenas diferenças
de absorção no tecido mamário fazem com que seja
necessária a adoção de técnicas que possam ressaltálas de maneira a se obter contraste elevado na imagem, o que irá melhorar a condição para diagnóstico.

nalmente, a mamografia difundiu-se como uma técnica valiosa, constituindo-se em poderosa ferramenta
na detecção de lesões e do câncer de mama, que vitima muitas mulheres no mundo todo e que pode
perfeitamente ser detectado a tempo através da tecnologia hoje disponível.

1.2

ANATOMIA DA MAMA

A mama em condições normais é constituída
basicamente de três tipos de tecido:
• glandular;
• fibroso;
• adiposo (gordura).
A Figura 1.2 mostra as estruturas anatômicas
internas da mama.

lobulos
artéria
ducto
tecido conj.
veia
tec.adiposo
músculo
Fig. 1.1. Aparelho típico de mamografia: tubo,
suporte e mesa de controle.

costela
Figura 1.2. Estrutura anatômica da mama.

A técnica mamográfica foi inicialmente testada em 1920, mas não obteve resultado prático devido à tecnologia deficiente disponível na época.
Somente em 1950, através do uso de uma baixa tensão, alto mAs e filme para exposição direta, foi possível obter uma imagem de valor diagnóstico, em
uma experiência realizada por Robert Egan. A partir
de então, a mamografia obteve um desenvolvimento
considerável. No final dos anos 60, o processo de
Xeroradiografia foi utilizado por Wolf e Ruzicka,
reduzindo em muito a taxa de dose comparada com o
processo de exposição direta e mostrando detalhes
não observados até então nos exames da mama. Fi-

Em mulheres normais em período prémenopausa, os tecidos fibroso e glandular são constituídos de vários ductos, glândulas e tecido conjuntivo, recobertos por uma fina camada de gordura. Sob
o aspecto radiográfico, os tecidos conjuntivo e glandular são densos, característica que se altera em mulheres após o período da menopausa, quando ocorre
uma degeneração desses tecidos e aumento da gordura, menos densa que os anteriores. Por isso, é importante que o técnico obtenha estas informações da
paciente para que possa ajustar convenientemente a
técnica a ser empregada. Mulheres idosas e após a

Núcleo de Tecnologia Clínica
2

Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA

menopausa irão exigir uma menor quantidade de
radiação para produzirem a mesma qualidade de imagem., e que necessita menos exposição.
As anormalidades presentes no tecido da
mama podem ser identificadas como distorções nos
tecidos conjuntivo e nos ductos, associados algumas
vezes a depósitos de microcalcificações que podem
atingir até 0,5 mm.
Considerando-se a baixa absorção diferencial
da radiação em tecidos moles, a técnica de baixo kV
é usada para maximizar o efeito fotoelétrico e melhorar o grau de absorção, sendo esse determinado pela
densidade e pelo número atômico do tecido. A absorção por diferenças no número atômico é proporcional
ao cubo desse valor para interação fotoelétrica (maior
que o efeito Compton).
Além disso, o efeito fotoelétrico aumenta
muito quando a radiação possui baixa energia. Em
baixas tensões, a penetrabilidade do raio diminui,
tornando necessário um aumento no mAs, logicamente aumentando a dose na paciente. O compromisso entre boa imagem e dose aceitável faz com que a
tensão se situe entre 24 e 36 kV e dose entre 2 e 6
mAs.
1.2.1. Compressão da mama
A realização da técnica mamográfica exige,
além de valores especiais para tensão e mAs, uma
compressão da mama, para que se possa otimizar o
rendimento do processo de obtenção de uma imagem
de qualidade, segundo princípios de segurança para a
paciente.

Figura 1.3. Efeito da compressão da mama: espessura uniforme e melhor contraste dos tumores e calcificações.

realizada por alguns dos motivos expostos abaixo:
• Prevenir o movimento durante o exame, evitando
com isso perda de nitidez;
• Separar tecidos (estruturas) que estão superpostos para melhor visualização dos mesmos;
• Trazer os tecidos para mais próximo do receptor
de imagem, evitando a ampliação da imagem;
• Diminuir a espessura da mama, de forma a diminuir a radiação espalhada e, consequentemente, a
dose na paciente e o contraste na imagem;
• Fazer com que os tecidos da mama sejam igualmente expostos à radiação.

1.3

MAMÓGRAFO

O equipamento utilizado para realizar exames mamográficos deve, a partir da análise das
características das estruturas sob estudo, apresentar
algumas características especiais, tais como: permitir
flexibilidade para posicionamento da paciente, acessório de compressão da mama, uma grade antidifusora de baixa relação, exposímetro automático (útil
para avaliação de dose); e tubo com microfoco, para
permitir a maior resolução nas imagens.

Figura 1.4. Detalhe do mamógrafo mostrando a
coluna móvel articulada para melhor posicionamento da paciente. A coluna movimenta um conjunto de componentes, a saber, de cima para
baixo: cabeçote, colimador, suporte para filtração adicional, cone limitador, dispositivo compressor, suporte para mama, grade antidifusora e
porta chassis.

A compressão mecânica da mama deve ser
Núcleo de Tecnologia Clínica
MAMÓGRAFO

3

exame.
A ampola apresentada na figura 1.7, fabricada pela Comet (Suiça), possui um tamanho de 20,6
cm de comprimento por 10,5 cm de largura, com o
disco anódico medindo 9 cm de diâmetro. Tensão
máxima de trabalho de 50 kV e capacidade térmica
de 400 W/s ou 540 HU/s. Esta ampola possui dois
focos anódicos com área de 0,1 e 0,3 mm2.

Figura 1.7. Ampola para mamógrafo. (modelo MCS50H da Comet - divulgação)

Figura 1.5. Aparelho mamográfico com suporte
diferenciado do tubo (em anel). (marca Giotto - divulgação)

Por causa do efeito anódico, o lado do cátodo
deve ser posicionado virado para a paciente, já que a
mama na parte proximal é mais espessa e densa, devido a musculatura torácica. Assim, permite-se uma
maior uniformidade na imagem, já que a parte distal,
mais fina, irá receber uma menor radiação.
Além disso, a ampola normalmente é inclinada em relação a paciente para permitir uma melhor
distribuição do feixe de radiação, uma vez que, com
a compressão, a espessura da mama será praticamente a mesma em qualquer ponto. Por outro lado, consegue-se uma melhor separação de tumores e
calcificações que estejam sobrepostos.

Figura 1.6. Mesmo aparelho mamográfico, mostrando a realização do exame com a paciente
deitada. (marca Giotto - divulgação)

1.4

AMPOLA

A ampola utilizada em mamografia, de forma
geral, é idêntica a utilizada em radiografia convencional. Normalmente possui tamanho um pouco menor, porém o mesmo ânodo rotatório com cátodo de
filamento aquecido. As variações se encontram no
material do alvo, posicionamento da ampola em relação ao paciente e os níveis de tensão e corrente utilizada na técnica. Filtros e acessórios especiais
também são utilizados para melhorar a eficiência do

(a)

(b)

Figura 1.8. Análise do efeito anódico na mamografia: a) ânodo voltado para a paciente; b) cátodo voltado para a paciente.

Núcleo de Tecnologia Clínica
4

Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA

Figura 1.9. Efeito da inclinação do tubo: há uma
melhor separação das estruturas ao serem projetadas no filme.

1.4.1. Ânodo

kV após passar por uma filtragem equivalente a 3
mmAl. Podemos verificar que a radiação de freamento é predominante em relação a radiação característica. Um análise mais detalhada mostrará que a
radiação característica presente é aquela resultante
das transições da camada L, na faixa de 12 keV. Fótons com esta energia não tem condições de atravessar os tecidos da mama para sensibilizar o filme,
devido a baixa penetrabilidade, acabando por aumentar a dose no paciente. A faixa ideal de energia para o
exame mamográfico é de 24 a 36 keV, onde o Tungstênio não fornece muitos fótons.
O espectro de energia fornecido pelo Molibdênio, como é mostrado na figura 1.11 onde foi aplicada uma placa de 30 µm de Molibdênio, também
possui aspectos interessantes. Podemos observar que
a radiação característica concentra-se na faixa de 16 a
20 keV, devido as transições de elétrons à camada K.
Também se verifica a quase ausência da radiação de
Bremsstrahlung, devido ao seu número atômico 42,
muito distante do 74W.
o

N de fótons (intensidade)

O tubo de um mamógrafo, mais especificamente, o alvo contido na ampola, usualmente é feito
de Molibdênio, podendo ser usado Tungstênio, dependendo do grau de filtração imposto ao feixe e da
tensão aplicada ao tubo. O Molibdênio, que possui
um número atômico de 42, possui uma radiação característica da ordem de 20 keV, o que determina
uma grande diferença nos espectros de emissão dos
dois elementos. O Ródio também pode ser usado
como alvo por possuir um número atômico de 45,
mas produz um feixe composto por uma radiação de
freamento maior que o Molibdênio, o que afeta a
qualidade da imagem, já que a energia mais efetiva
para produção de imagens mamográficas se situa em
torno daquela característica do Molibdênio.

10
20
30
40
Energia dos fótons [keV]
Figura 1.11. Espectro de energia do alvo de Molibdênio.

o

N de fótons (intensidade)

10
20
30
40
Energia dos fótons [keV]
Figura 1.10. Espectro de energia emitido por um
alvo (ânodo) de Tungstênio.

Na figura 1.10 podemos ver o espectro de
freqüência de um alvo de tungstênio operando a 30

No caso do alvo de Ródio, devido ao número
atômico 45 ser semelhante ao do Molibdênio, o espectro de energia emitida é muito semelhante à anteriormente analisada. Na figura 1.12, o espectro
fornecido por um alvo de Ródio atingido por elétrons
de 30 keV, também apresenta uma radiação de freamento insipiente, e uma radiação característica proeminente, a partir dos 23 keV.
Além dos focos anódicos constituídos de apenas um elemento, também existem soluções mais
complexas quando o objetivo é melhorar a eficiência
do feixe de radiação. Alguns ânodos são construídos
com uma mistura de Molibdênio (95%) e Ródio (5%)
para aproveitar as radiações características de ambos.

Núcleo de Tecnologia Clínica
MAMÓGRAFO

5

Também podem ser combinados o Molibdênio e o
Tungstênio.
o

N de fótons (intensidade)

10
20
30
40
Energia dos fótons [keV]
Figura 1.12. Espectro de energia do alvo de Ródio.

Figura 1.13. Detalhe do compressor de mama e
coluna de sustentação.

A imagem da Figura 1.14 mostra os componentes e/ou acessórios usados na mamografia e a
colocação dos mesmos em relação à paciente.

1.4.2. Foco real
O tamanho do foco também influi decisivamente na imagem porque nessa técnica se deseja um
alto grau de resolução espacial, devido à presença de
microcalcificações que precisam ser discriminadas.
Usualmente, trabalha-se com focos de tamanhos diferenciados, ou seja, conjuntos de foco fino e foco
grosso. As dimensões mais comuns são 0,6/0,3 ,
0,5/0,2 e 0,4/0,1 milímetros quadrados. Com relação
à forma do ponto focal, é mais usual o formato circular ou elíptico, pois estas formas permitem que a penumbra gerada seja igual em todas as direções do
plano.
Considerando a geometria do ânodo, podemos dizer que o foco efetivo é maior na região do
feixe que está mais próxima do cátodo. Isto faz com
que alguns exames mamográficos sejam realizados
com o ânodo direcionado para a parede torácica, de
forma a se melhorar a resolução espacial na região
distal e permitir a identificação de estruturas ali localizadas com maior nitidez, porém há o prejuízo na
qualidade de imagem da parte proximal.

1.5

ACESSÓRIOS

O mamógrafo não possui tantos acessórios
quanto um aparelho radiográfico convencional, porém talvez sejam mais usados ou substituídos durante
um dia normal de exames radiográficos.

acessório compressão
suporte da mama
grade
filme
sensor do exposímetro

Fig. 1.14. Acessórios usados na mamografia.

1.5.1. Filtros
Quando analisamos a ampola do equipamento de mamografia, verificamos que esta possui uma
janela de Berílio (número atômico 4) em substituição
ao vidro comumente utilizado. Isto é necessário para
que o feixe não seja demasiadamente atenuado, já
que possui fótons de baixa energia. Outro material
também utilizado para a janela é o Silicato de Boro.
A filtração inerente para a ampola é de aproximadamente 0,1 mmAl, sendo que toda filtração necessária
à técnica deve ser obtida com filtração adicional. Sob
nenhuma circunstância a filtração total deve ser menor do 0,5 mm Al.
A retirada do feixe da radiação de freamento
de alta energia, por exemplo, de um alvo de Tungstênio é feito com a inserção de uma lâmina de Molibdênio (60 µm) ou Ródio (50 µm). O espectro de
energia resultante pode ser visualizado na figura

Núcleo de Tecnologia Clínica
6

Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA

1.15. Para ânodos construídos de Molibdênio, a filtração adicional é obtida pela inserção de um filtro de
Molibdênio (0,03 mm) ou de Ródio (0,05 mm). Com
isto, o feixe fica composto praticamente só com a
radiação característica do Molibdênio, o que se encaixa perfeitamente nas necessidades energéticas de
um feixe que irá interagir com os tecidos moles da
mama. No caso de utilizar-se alvos de Ródio, a filtração total pode ser obtida com uma lâmina de Ródio
(0,05 mm). Este tipo de combinação permite a obtenção de um feixe mais penetrante, utilizado em mamas
mais densas e espessas.

vazado pode ser retangular, oval ou circular. Alguns
fabricantes realizam formas geométricas diferentes
com o objetivo de melhorar o contraste e diminuir a
dose na paciente.

o

N de fótons (intensidade)
60 µm
Mo

(a)

50 µm
Rh

(b)

Figura 1.16. Conjunto de colimadores utilizados
na mamografia: a) a colimação é fixada pela abertura na lâmina de alumínio; b) colimadores organizados no armário - a etiqueta colorida ajuda a
identificação rápida.

1.5.3. Compressores

10
20
30
40
Energia dos fótons [keV]
Figura 1.15. Espectro de energia após a filtração
pelo filtro dede Molibdênio ou Ródio.

Existem várias combinações entre filtro e alvo, dependendo do tipo de emissão que se deseja
para atender determinadas explorações em função
das características da paciente. Essas combinações
envolvem o molibdênio, o Tungstênio e o Ródio usados como alvos ou filtros. As mais usadas são Molibdênio-Molibdênio, Molibdênio-Ródio, RódioRódio e Tungstênio-Ródio. Cabe ao técnico avaliar
as características da mama da paciente e o exame
solicitado para escolher apropriadamente o filtro a
ser utilizado.

A eficiência da realização do exame mamográfico baseia-se principalmente na questão anatômica da mama. A utilização de uma tensão mais baixa
que a radiografia convencional já é decorrente dos
tecidos com densidades muito semelhantes que compõem a mama. O segundo ponto para que o exame
tenha êxito é a proporcionar uma mesma atenuação
para todo o feixe de raios X. Isto é conseguido através da compressão da mama com ajuda de um
dispositivo mecânico. O compressor provoca uma
redução da espessura da mama na região proximal
(torácica) de modo a que ela possua a mesma
espessura que a parte distal. Assim obtém-se a
mesma qualidade de imagem ao longo de toda a
extensão da imagem.

1.5.2. Colimação
Em exames específicos, utiliza-se a colimação do feixe de fótons para que apenas uma área específica da mama seja irradiada. Isto melhora o
contraste da imagem ao diminuir a radiação secundária. A colimação pe realizada com a ajuda de lâminas
de alumínio de 2 mm que se encaixam junto ao cabeçote, logo abaixo da janela da ampola. Estas lâminas
possuem uma região aberta por onde a radiação pode
passar sem interferência. A forma deste elemento

Figura 1.17. Conjunto de compressores de mama
organizados no armário.

Como as mamas possuem os mais variados
tamanhos, um serviço radiológico de qualidade deve

Núcleo de Tecnologia Clínica
MAMÓGRAFO

adquirir junto ao fabricante compressores de mama
para pelo menos, três tamanhos distintos. Normalmente, o fabricante disponibiliza para as clínicas ou
hospitais até seis tamanhos diferentes.

7

dendo da quantidade de raios X recebidos em cada
região, o que produzirá então, a imagem latente.
Pressionando uma folha de papel ou plástica a qual
contém toner em pó irá revelar a imagem latente.

1.5.4. Grades antidifusoras

1.5.5. Exposímetros
Os equipamentos de mamografia são dotados
de um sistema que realiza uma medição da intensidade da radiação no nível do receptor de imagem, mas
também avalia a qualidade do feixe. São os chamados Dispositivos de Controle Automático de Exposição, posicionados sob o Bucky e o receptor de
imagem conforme mostra a figura abaixo. Eles podem ser feitos de câmaras de ionização, tubos fotomultiplicadores ou diodos de estado sólido,
possuindo, ao menos, dois detectores.
Com os exposímetros, caso o técnico não tenha avaliado corretamente as características da mama, o próprio aparelho pode ser ajustado para
interromper o feixe de radiação. Isto evitará que se
perca o exame por causa da superexposição, além de
garantir uma uniformidade na qualidade das imagens
obtidas.
1.5.6. Receptores de imagem
Basicamente, foram desenvolvidos três tipos
de receptores de imagem em mamografia, a saber:
• filmes de exposição direta;
• placa de selênio - Xerox (esta forma de receptor
foi abandonada em 1990 pela empresa);
• tela-filme (ècran-filme).
A mais usada das três é que usa a combinação tela-filme, cuja dose proporcionada ao paciente é
menor do que a exposição direta. A Xeroradiografia,
criada em 1970, era uma técnica na qual uma placa
de selênio carregada positivamente substituía o filme.
Sob a exposição de radiação X, as cargas positivas
são retiradas nas diferentes regiões da placa depen-

1.5.7. Magnificador
Para realizar o exame de magnificação, que
permite ao médico identificar melhor a ocorrência de
cistos, tumores e cálculos, um acessório é adaptado a
base do mamógrafo. Este acessório faz com que a
mama fique mais perto do foco e mais distante do
filme, provocando então o efeito de ampliação das
estruturas radiografadas.
Nova posição
para a mama
A altura amplia
a imagem

Apesar de trabalhar com imagens de alto
contraste, devido a baixa tensão (kV) utilizada, a
mamografia exige a utilização de grades móveis. As
grades possuem relação entre 4:1 a 5:1 de forma a
melhorar o contraste, possuindo um número de, ao
menos, 30 linhas por centímetro. A utilização da grade aumenta a dose no paciente, chegando a dobrar a
dose para grades 4:1, quando comparada a técnica
sem a grade antidifusora. Porém, a dose ainda assim
é considerada baixa e obedece-se ao compromisso de
melhorar o contraste significativamente.

Encaixe para o
suporte de mama

Fig. 1.18. Acessório usado para o exame de
magnificação.

1.6

COMBINAÇÃO TELA-FILME

A associação entre tela e filme precisa ser tal
que o filme fique sobre a tela (mais próximo do tubo), tendo emulsão em um só lado e ficando armazenado em um chassi cuja superfície superior possua
baixo Z, pois os raios X irão interagir primeiramente
com ela. Se houvessem duas superfícies de ècran
(ècran duplo), haveria borramento da imagem por
excesso de luz no filme, algo indesejado e que comprometeria a qualidade da imagem.
Portanto, o técnico ao carregar o chassi com
o filme mamográfico deve tomar muito cuidado para
que o coloque com o lado da emulsão voltado para a
tela intensificadora, como apresentado pela figura
1.19. Para facilitar o manuseio, os fabricantes dos
filmes para mamografia fazem uma pequena marca
(picote duplo) no canto superior esquerdo. Assim, o
técnico utiliza seu tato para guiá-lo no trabalho den-

Núcleo de Tecnologia Clínica
8

Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA

tro da câmara escura.
fóton

fóton
base
celulósica
emulsão

tela
emulsão
base
celulósica

tela

incorreto

1.8

EXAMES REALIZADOS

correto

Figura 1.19. Posicionamento do filme em relação
a tela intensificadora para aproveitamento eficiente da radiação direta.

1.7

me normal de mamografia. Recomenda-se que a dose
absorvida pelo tecido glandular não exceda 1 mGy
em exames sem grade e 3 mGy nos quais é necessário seu uso.

CONTROLE DE QUALIDADE

1.7.1. Dose associada à mamografia
Quando consideramos a dose aplicada a pacientes submetidas a exames mamográficos, devemos
aceitar que em cada incidência a dose na pele (DEP)
se situe em torno de 800 mR, o que é equivalente a 8
mGy. Essa dose é considerada alta e por isso as técnicas que otimizam a ação de filmes e telas intensificadoras devem ser utilizadas.
Em mamografia se utilizam filmes mais rápidos (mais sensíveis) e também écran que possua resposta mais eficiente de maneira a reduzir a dose
associada. A ação de grades antidifusoras em exames
mamográficos serve, como sabemos, para melhorar a
imagem, reduzindo a radiação espalhada e melhorando o contraste sobre o filme.
Nos equipamentos mamográficos são usadas
grades com relação 3:1 ou 4:1. A melhora da imagem, no entanto, tem um custo, por que o uso de grades implica num aumento dos fatores de exposição
por um fator aproximadamente 2.
Deve-se considerar, entretanto, que as características do feixe de fótons aplicado a paciente, faz
com que este seja rapidamente absorvido pelas primeiras camadas da mama. Considerando a exposição
na pele referida anteriormente para uma incidência
crânio-caudal na mama (8 mGy), aceita-se que a dose
absorvida pelo tecido glandular (Dose glandular Dg)
seja de, aproximadamente 1,2 mGy, o que representa
em torno de 15% da DEP.
Os exames de mama exploratória implicam
normalmente a aplicação de radiação em duas incidências: crânio-caudal e médio-lateral oblíqua. Levando em conta a dose absorvida pelo tecido
glandular, em torno de 1,2 mGy por incidência, chegamos a um total de 240 mR, ou 2,4 mGy num exa-

Com o mamógrafo podem ser realizados vários exames, sendo é claro, o mais comum os que
envolvem a detecção de câncer de mama.
Na realização da radiografia de mama, normalmente são utilizadas três incidências principais:
incidência crânio-caudal, incidência lateral e incidência oblíqua. Para proteger a paciente de uma dose
excessiva de radiação, os médicos normalmente, para
exames de rotina ou controle, prescrevem apenas
duas incidências para cada mama: crânio-caudal e
lateral ou oblíqua.

(a)

(b)

(c)
Figura 1.20. Posicionamento dos exames realizados no mamógrafo: a) incidência crânio-caudal;
b) incidência mediolateral; e c) incidência oblíqua.

Geralmente, todo o equipamento mamográfico permite a realização de um exame conhecido como stereotaxia, que consiste na retirada de uma

Núcleo de Tecnologia Clínica
MAMÓGRAFO

pequena amostra do tecido suspeito de ser canceroso
para biopsia. Basicamente, o sistema consiste de um
acessório, que é adaptado a coluna do mamógrafo, o
qual possui uma agulha, além de parafusos de precisão que permitem a correta localização do ponto de
punção. Em alguns equipamentos, este sistema de
localização é totalmente digitalizado, permitindo uma
precisão da ordem de décimos de milímetro.
A utilização do mamógrafo para a realização
deste tipo de biópsia é a possibilidade de, a qualquer
tempo, ser realizada uma radiografia e verificar-se se
a agulha está devidamente posicionada, sem a necessidade de remoção da paciente ou utilização de outro
equipamento.

9

3. Qual o melhor material a ser utilizado
como alvo na ampola do mamógrafo?
4. Qual o tamanho e a forma do foco usado
na Momografia e qual a influência do mesmo para o
exame?
5. Qual o material da janela da ampola e
qual a filtração inerente do mamógrafo?
6. Por que existem vários filtros diferentes
na Mamografia?
7. Quais as características dos filmes utilizados em Mamografia?
8. Qual a dose aceitável para uma boa imagem na Mamografia?
9. Quais são os tipos de receptores já desenvolvidos para a mamografia?
10. Qual o maior benefício do sistema filmeècran?
11. O que é um exposímetro e qual sua finalidade?
12. Para que serve a magnificação ou ampliação da imagem?

Figura 1.21. Realização do exame de stereotaxia,
pelo médico com auxílio de uma enfermeira.

13. Por que durante um exame de magnificação é retirada a grade?

Além destes procedimentos mais comuns, o
mamógrafo pode ser utilizado para a realização de
radiografias de extremidades, principalmente membros superiores. Apenas para ilustração, vejamos
abaixo as técnicas utilizadas no mamógrafo Senographe 500T para exames rotineiros de extremidade.

14. Sob o aspecto radiográfico, que características femininas devem ser observadas para alterar a
técnica de exposição do mamografia?

Anatomia

kVp

30 kV
Dedos (mão)
34 kV
Mão
34 kV
36 kV
Pulso
40 kV
Cotovelo
45 kV
Joelho
45 kV
Pés
36 kV
Dedos (pé)
34 kV

mAs
8 mAs
8 mAs
10 mAs
10 mAs
10 mAs
25 mAs
32 mAs
10 mAs
8 mAs

Filtro Comentário
Mo
Al
Al
Al
Al
Al
Al
Al
Al

tecido mole
ossos
pequeno
médio
médio
médio

Tabela válida para a combinação de produtos da Kodak: tela Min R e
filme OM-1. Caso seja utilizado filme Min R, aumentar o mAs em 50%.

1.9

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

1. Cite 5 características necessárias ao
Mamógrafo.
2. Cite 5 motivos da necessidade da compressão mecânica da mama durante o exame.
Núcleo de Tecnologia Clínica
10

Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA

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  • 1. Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina Gerência Educacional de Eletrônica RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA CURSO TÉCNICO DE RADIOLOGIA Prof. Flávio Augusto P. Soares, M.Eng. Prof. Henrique Batista M. Lopes, M.Eng. Florianópolis, Março de 2001
  • 2. SINE/SC – SISTEMA NACIONAL DE EMPREGO CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SANTA CATARINA DIRETORIA DE RELAÇÕES EMPRESARIAIS GERÊNCIA EDUCACIONAL DE ELETRÔNICA NÚCLEO DE TECNOLOGIA CLÍNICA FUNDAÇÃO DO ENSINO TÉCNICO DE SANTA CATARINA Instituições Envolvidas em Blumenau HOSPITAL SANTA CATARINA HOSPITAL SANTA ISABEL HOSPITAL MUNICIPAL SANTO ANTÔNIO Impresso na Gráfica do CEFET/SC
  • 3. iii SUMÁRIO 1. MAMOGRAFIA 1.1 INTRODUÇÃO 1.2 ANATOMIA DA MAMA 1.2.1. Compressão da mama 1.3 MAMÓGRAFO 1.4 AMPOLA 1.4.1. Ânodo 1.4.2. Foco real 1.5 ACESSÓRIOS 1.5.1. 1.5.2. 1.5.3. 1.5.4. 1.5.5. 1.5.6. 1.5.7. Filtros Colimação Compressores Grades antidifusoras Exposímetros Receptores de imagem Magnificador 1.6 COMBINAÇÃO TELA-FILME 1.7 CONTROLE DE QUALIDADE 1.7.1. Dose associada à mamografia 1.8 EXAMES REALIZADOS 1.9 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 2. FLUOROSCOPIA 2.1 INTRODUÇÃO 2.2 FISIOLOGIA DA VISÃO 2.2.1. Iluminação 2.2.2. Visão humana 2.3 INTENSIFICAÇÃO DA IMAGEM 2.3.1. Tubo intensificador 2.3.2. Intensificação multicampo da imagem 2.4 MONITORAÇÃO DA IMAGEM 2.4.1. 2.4.2. 2.4.3. 2.4.4. 2.4.5. Controle de brilho Monitoração por televisão Câmera de televisão Acoplamento da câmera de televisão Monitor de televisão 2.5 ARMAZENAMENTO DA IMAGEM 2.6 PROTEÇÃO RADIOLÓGICA 2.7 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 3. ANGIOGRAFIA 3.1 3.2 3.3 3.4 1 1 1 2 2 3 4 5 5 5 6 6 7 7 7 7 7 8 8 8 9 11 11 12 12 13 14 14 15 16 16 17 17 18 19 19 20 21 23 INTRODUÇÃO ELEMENTOS DE CONTRASTE ANGIOGRAFIA INTERVENCIONISTA INSTALAÇÕES PARA ANGIOGRAFIA 23 23 23 24 3.4.1. Equipe Especializada 24
  • 4. iv Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA 3.4.2. Equipamento 3.5 CINEFLUOROGRAFIA 3.6 DOSE DURANTE O PROCEDIMENTO 3.7 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 4. TOMOGRAFIA LINEAR 4.1 INTRODUÇÃO 4.2 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO 4.3 IMPLEMENTAÇÃO TÉCNICA 4.3.1. Equipamento 4.3.2. Controles 4.4 TIPOS DE MOVIMENTAÇÃO 4.4.1. Tomografia linear 4.4.2. Tomografia multidirecional 4.5 DOSE 5. BIBLIOGRAFIA 24 25 25 26 27 27 27 28 28 28 29 29 29 30 33
  • 5. 1. MAMOGRAFIA 1.1 INTRODUÇÃO Na radiografia convencional temos um elevado contraste do sujeito, o que não ocorre na Mamografia, que se ocupa de produzir imagens de estruturas compostas basicamente de músculos e gordura. Estas estruturas são muito semelhantes em termos de densidades e apresentam quase que a mesma radiopaquicidade. Essas pequenas diferenças de absorção no tecido mamário fazem com que seja necessária a adoção de técnicas que possam ressaltálas de maneira a se obter contraste elevado na imagem, o que irá melhorar a condição para diagnóstico. nalmente, a mamografia difundiu-se como uma técnica valiosa, constituindo-se em poderosa ferramenta na detecção de lesões e do câncer de mama, que vitima muitas mulheres no mundo todo e que pode perfeitamente ser detectado a tempo através da tecnologia hoje disponível. 1.2 ANATOMIA DA MAMA A mama em condições normais é constituída basicamente de três tipos de tecido: • glandular; • fibroso; • adiposo (gordura). A Figura 1.2 mostra as estruturas anatômicas internas da mama. lobulos artéria ducto tecido conj. veia tec.adiposo músculo Fig. 1.1. Aparelho típico de mamografia: tubo, suporte e mesa de controle. costela Figura 1.2. Estrutura anatômica da mama. A técnica mamográfica foi inicialmente testada em 1920, mas não obteve resultado prático devido à tecnologia deficiente disponível na época. Somente em 1950, através do uso de uma baixa tensão, alto mAs e filme para exposição direta, foi possível obter uma imagem de valor diagnóstico, em uma experiência realizada por Robert Egan. A partir de então, a mamografia obteve um desenvolvimento considerável. No final dos anos 60, o processo de Xeroradiografia foi utilizado por Wolf e Ruzicka, reduzindo em muito a taxa de dose comparada com o processo de exposição direta e mostrando detalhes não observados até então nos exames da mama. Fi- Em mulheres normais em período prémenopausa, os tecidos fibroso e glandular são constituídos de vários ductos, glândulas e tecido conjuntivo, recobertos por uma fina camada de gordura. Sob o aspecto radiográfico, os tecidos conjuntivo e glandular são densos, característica que se altera em mulheres após o período da menopausa, quando ocorre uma degeneração desses tecidos e aumento da gordura, menos densa que os anteriores. Por isso, é importante que o técnico obtenha estas informações da paciente para que possa ajustar convenientemente a técnica a ser empregada. Mulheres idosas e após a Núcleo de Tecnologia Clínica
  • 6. 2 Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA menopausa irão exigir uma menor quantidade de radiação para produzirem a mesma qualidade de imagem., e que necessita menos exposição. As anormalidades presentes no tecido da mama podem ser identificadas como distorções nos tecidos conjuntivo e nos ductos, associados algumas vezes a depósitos de microcalcificações que podem atingir até 0,5 mm. Considerando-se a baixa absorção diferencial da radiação em tecidos moles, a técnica de baixo kV é usada para maximizar o efeito fotoelétrico e melhorar o grau de absorção, sendo esse determinado pela densidade e pelo número atômico do tecido. A absorção por diferenças no número atômico é proporcional ao cubo desse valor para interação fotoelétrica (maior que o efeito Compton). Além disso, o efeito fotoelétrico aumenta muito quando a radiação possui baixa energia. Em baixas tensões, a penetrabilidade do raio diminui, tornando necessário um aumento no mAs, logicamente aumentando a dose na paciente. O compromisso entre boa imagem e dose aceitável faz com que a tensão se situe entre 24 e 36 kV e dose entre 2 e 6 mAs. 1.2.1. Compressão da mama A realização da técnica mamográfica exige, além de valores especiais para tensão e mAs, uma compressão da mama, para que se possa otimizar o rendimento do processo de obtenção de uma imagem de qualidade, segundo princípios de segurança para a paciente. Figura 1.3. Efeito da compressão da mama: espessura uniforme e melhor contraste dos tumores e calcificações. realizada por alguns dos motivos expostos abaixo: • Prevenir o movimento durante o exame, evitando com isso perda de nitidez; • Separar tecidos (estruturas) que estão superpostos para melhor visualização dos mesmos; • Trazer os tecidos para mais próximo do receptor de imagem, evitando a ampliação da imagem; • Diminuir a espessura da mama, de forma a diminuir a radiação espalhada e, consequentemente, a dose na paciente e o contraste na imagem; • Fazer com que os tecidos da mama sejam igualmente expostos à radiação. 1.3 MAMÓGRAFO O equipamento utilizado para realizar exames mamográficos deve, a partir da análise das características das estruturas sob estudo, apresentar algumas características especiais, tais como: permitir flexibilidade para posicionamento da paciente, acessório de compressão da mama, uma grade antidifusora de baixa relação, exposímetro automático (útil para avaliação de dose); e tubo com microfoco, para permitir a maior resolução nas imagens. Figura 1.4. Detalhe do mamógrafo mostrando a coluna móvel articulada para melhor posicionamento da paciente. A coluna movimenta um conjunto de componentes, a saber, de cima para baixo: cabeçote, colimador, suporte para filtração adicional, cone limitador, dispositivo compressor, suporte para mama, grade antidifusora e porta chassis. A compressão mecânica da mama deve ser Núcleo de Tecnologia Clínica
  • 7. MAMÓGRAFO 3 exame. A ampola apresentada na figura 1.7, fabricada pela Comet (Suiça), possui um tamanho de 20,6 cm de comprimento por 10,5 cm de largura, com o disco anódico medindo 9 cm de diâmetro. Tensão máxima de trabalho de 50 kV e capacidade térmica de 400 W/s ou 540 HU/s. Esta ampola possui dois focos anódicos com área de 0,1 e 0,3 mm2. Figura 1.7. Ampola para mamógrafo. (modelo MCS50H da Comet - divulgação) Figura 1.5. Aparelho mamográfico com suporte diferenciado do tubo (em anel). (marca Giotto - divulgação) Por causa do efeito anódico, o lado do cátodo deve ser posicionado virado para a paciente, já que a mama na parte proximal é mais espessa e densa, devido a musculatura torácica. Assim, permite-se uma maior uniformidade na imagem, já que a parte distal, mais fina, irá receber uma menor radiação. Além disso, a ampola normalmente é inclinada em relação a paciente para permitir uma melhor distribuição do feixe de radiação, uma vez que, com a compressão, a espessura da mama será praticamente a mesma em qualquer ponto. Por outro lado, consegue-se uma melhor separação de tumores e calcificações que estejam sobrepostos. Figura 1.6. Mesmo aparelho mamográfico, mostrando a realização do exame com a paciente deitada. (marca Giotto - divulgação) 1.4 AMPOLA A ampola utilizada em mamografia, de forma geral, é idêntica a utilizada em radiografia convencional. Normalmente possui tamanho um pouco menor, porém o mesmo ânodo rotatório com cátodo de filamento aquecido. As variações se encontram no material do alvo, posicionamento da ampola em relação ao paciente e os níveis de tensão e corrente utilizada na técnica. Filtros e acessórios especiais também são utilizados para melhorar a eficiência do (a) (b) Figura 1.8. Análise do efeito anódico na mamografia: a) ânodo voltado para a paciente; b) cátodo voltado para a paciente. Núcleo de Tecnologia Clínica
  • 8. 4 Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA Figura 1.9. Efeito da inclinação do tubo: há uma melhor separação das estruturas ao serem projetadas no filme. 1.4.1. Ânodo kV após passar por uma filtragem equivalente a 3 mmAl. Podemos verificar que a radiação de freamento é predominante em relação a radiação característica. Um análise mais detalhada mostrará que a radiação característica presente é aquela resultante das transições da camada L, na faixa de 12 keV. Fótons com esta energia não tem condições de atravessar os tecidos da mama para sensibilizar o filme, devido a baixa penetrabilidade, acabando por aumentar a dose no paciente. A faixa ideal de energia para o exame mamográfico é de 24 a 36 keV, onde o Tungstênio não fornece muitos fótons. O espectro de energia fornecido pelo Molibdênio, como é mostrado na figura 1.11 onde foi aplicada uma placa de 30 µm de Molibdênio, também possui aspectos interessantes. Podemos observar que a radiação característica concentra-se na faixa de 16 a 20 keV, devido as transições de elétrons à camada K. Também se verifica a quase ausência da radiação de Bremsstrahlung, devido ao seu número atômico 42, muito distante do 74W. o N de fótons (intensidade) O tubo de um mamógrafo, mais especificamente, o alvo contido na ampola, usualmente é feito de Molibdênio, podendo ser usado Tungstênio, dependendo do grau de filtração imposto ao feixe e da tensão aplicada ao tubo. O Molibdênio, que possui um número atômico de 42, possui uma radiação característica da ordem de 20 keV, o que determina uma grande diferença nos espectros de emissão dos dois elementos. O Ródio também pode ser usado como alvo por possuir um número atômico de 45, mas produz um feixe composto por uma radiação de freamento maior que o Molibdênio, o que afeta a qualidade da imagem, já que a energia mais efetiva para produção de imagens mamográficas se situa em torno daquela característica do Molibdênio. 10 20 30 40 Energia dos fótons [keV] Figura 1.11. Espectro de energia do alvo de Molibdênio. o N de fótons (intensidade) 10 20 30 40 Energia dos fótons [keV] Figura 1.10. Espectro de energia emitido por um alvo (ânodo) de Tungstênio. Na figura 1.10 podemos ver o espectro de freqüência de um alvo de tungstênio operando a 30 No caso do alvo de Ródio, devido ao número atômico 45 ser semelhante ao do Molibdênio, o espectro de energia emitida é muito semelhante à anteriormente analisada. Na figura 1.12, o espectro fornecido por um alvo de Ródio atingido por elétrons de 30 keV, também apresenta uma radiação de freamento insipiente, e uma radiação característica proeminente, a partir dos 23 keV. Além dos focos anódicos constituídos de apenas um elemento, também existem soluções mais complexas quando o objetivo é melhorar a eficiência do feixe de radiação. Alguns ânodos são construídos com uma mistura de Molibdênio (95%) e Ródio (5%) para aproveitar as radiações características de ambos. Núcleo de Tecnologia Clínica
  • 9. MAMÓGRAFO 5 Também podem ser combinados o Molibdênio e o Tungstênio. o N de fótons (intensidade) 10 20 30 40 Energia dos fótons [keV] Figura 1.12. Espectro de energia do alvo de Ródio. Figura 1.13. Detalhe do compressor de mama e coluna de sustentação. A imagem da Figura 1.14 mostra os componentes e/ou acessórios usados na mamografia e a colocação dos mesmos em relação à paciente. 1.4.2. Foco real O tamanho do foco também influi decisivamente na imagem porque nessa técnica se deseja um alto grau de resolução espacial, devido à presença de microcalcificações que precisam ser discriminadas. Usualmente, trabalha-se com focos de tamanhos diferenciados, ou seja, conjuntos de foco fino e foco grosso. As dimensões mais comuns são 0,6/0,3 , 0,5/0,2 e 0,4/0,1 milímetros quadrados. Com relação à forma do ponto focal, é mais usual o formato circular ou elíptico, pois estas formas permitem que a penumbra gerada seja igual em todas as direções do plano. Considerando a geometria do ânodo, podemos dizer que o foco efetivo é maior na região do feixe que está mais próxima do cátodo. Isto faz com que alguns exames mamográficos sejam realizados com o ânodo direcionado para a parede torácica, de forma a se melhorar a resolução espacial na região distal e permitir a identificação de estruturas ali localizadas com maior nitidez, porém há o prejuízo na qualidade de imagem da parte proximal. 1.5 ACESSÓRIOS O mamógrafo não possui tantos acessórios quanto um aparelho radiográfico convencional, porém talvez sejam mais usados ou substituídos durante um dia normal de exames radiográficos. acessório compressão suporte da mama grade filme sensor do exposímetro Fig. 1.14. Acessórios usados na mamografia. 1.5.1. Filtros Quando analisamos a ampola do equipamento de mamografia, verificamos que esta possui uma janela de Berílio (número atômico 4) em substituição ao vidro comumente utilizado. Isto é necessário para que o feixe não seja demasiadamente atenuado, já que possui fótons de baixa energia. Outro material também utilizado para a janela é o Silicato de Boro. A filtração inerente para a ampola é de aproximadamente 0,1 mmAl, sendo que toda filtração necessária à técnica deve ser obtida com filtração adicional. Sob nenhuma circunstância a filtração total deve ser menor do 0,5 mm Al. A retirada do feixe da radiação de freamento de alta energia, por exemplo, de um alvo de Tungstênio é feito com a inserção de uma lâmina de Molibdênio (60 µm) ou Ródio (50 µm). O espectro de energia resultante pode ser visualizado na figura Núcleo de Tecnologia Clínica
  • 10. 6 Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA 1.15. Para ânodos construídos de Molibdênio, a filtração adicional é obtida pela inserção de um filtro de Molibdênio (0,03 mm) ou de Ródio (0,05 mm). Com isto, o feixe fica composto praticamente só com a radiação característica do Molibdênio, o que se encaixa perfeitamente nas necessidades energéticas de um feixe que irá interagir com os tecidos moles da mama. No caso de utilizar-se alvos de Ródio, a filtração total pode ser obtida com uma lâmina de Ródio (0,05 mm). Este tipo de combinação permite a obtenção de um feixe mais penetrante, utilizado em mamas mais densas e espessas. vazado pode ser retangular, oval ou circular. Alguns fabricantes realizam formas geométricas diferentes com o objetivo de melhorar o contraste e diminuir a dose na paciente. o N de fótons (intensidade) 60 µm Mo (a) 50 µm Rh (b) Figura 1.16. Conjunto de colimadores utilizados na mamografia: a) a colimação é fixada pela abertura na lâmina de alumínio; b) colimadores organizados no armário - a etiqueta colorida ajuda a identificação rápida. 1.5.3. Compressores 10 20 30 40 Energia dos fótons [keV] Figura 1.15. Espectro de energia após a filtração pelo filtro dede Molibdênio ou Ródio. Existem várias combinações entre filtro e alvo, dependendo do tipo de emissão que se deseja para atender determinadas explorações em função das características da paciente. Essas combinações envolvem o molibdênio, o Tungstênio e o Ródio usados como alvos ou filtros. As mais usadas são Molibdênio-Molibdênio, Molibdênio-Ródio, RódioRódio e Tungstênio-Ródio. Cabe ao técnico avaliar as características da mama da paciente e o exame solicitado para escolher apropriadamente o filtro a ser utilizado. A eficiência da realização do exame mamográfico baseia-se principalmente na questão anatômica da mama. A utilização de uma tensão mais baixa que a radiografia convencional já é decorrente dos tecidos com densidades muito semelhantes que compõem a mama. O segundo ponto para que o exame tenha êxito é a proporcionar uma mesma atenuação para todo o feixe de raios X. Isto é conseguido através da compressão da mama com ajuda de um dispositivo mecânico. O compressor provoca uma redução da espessura da mama na região proximal (torácica) de modo a que ela possua a mesma espessura que a parte distal. Assim obtém-se a mesma qualidade de imagem ao longo de toda a extensão da imagem. 1.5.2. Colimação Em exames específicos, utiliza-se a colimação do feixe de fótons para que apenas uma área específica da mama seja irradiada. Isto melhora o contraste da imagem ao diminuir a radiação secundária. A colimação pe realizada com a ajuda de lâminas de alumínio de 2 mm que se encaixam junto ao cabeçote, logo abaixo da janela da ampola. Estas lâminas possuem uma região aberta por onde a radiação pode passar sem interferência. A forma deste elemento Figura 1.17. Conjunto de compressores de mama organizados no armário. Como as mamas possuem os mais variados tamanhos, um serviço radiológico de qualidade deve Núcleo de Tecnologia Clínica
  • 11. MAMÓGRAFO adquirir junto ao fabricante compressores de mama para pelo menos, três tamanhos distintos. Normalmente, o fabricante disponibiliza para as clínicas ou hospitais até seis tamanhos diferentes. 7 dendo da quantidade de raios X recebidos em cada região, o que produzirá então, a imagem latente. Pressionando uma folha de papel ou plástica a qual contém toner em pó irá revelar a imagem latente. 1.5.4. Grades antidifusoras 1.5.5. Exposímetros Os equipamentos de mamografia são dotados de um sistema que realiza uma medição da intensidade da radiação no nível do receptor de imagem, mas também avalia a qualidade do feixe. São os chamados Dispositivos de Controle Automático de Exposição, posicionados sob o Bucky e o receptor de imagem conforme mostra a figura abaixo. Eles podem ser feitos de câmaras de ionização, tubos fotomultiplicadores ou diodos de estado sólido, possuindo, ao menos, dois detectores. Com os exposímetros, caso o técnico não tenha avaliado corretamente as características da mama, o próprio aparelho pode ser ajustado para interromper o feixe de radiação. Isto evitará que se perca o exame por causa da superexposição, além de garantir uma uniformidade na qualidade das imagens obtidas. 1.5.6. Receptores de imagem Basicamente, foram desenvolvidos três tipos de receptores de imagem em mamografia, a saber: • filmes de exposição direta; • placa de selênio - Xerox (esta forma de receptor foi abandonada em 1990 pela empresa); • tela-filme (ècran-filme). A mais usada das três é que usa a combinação tela-filme, cuja dose proporcionada ao paciente é menor do que a exposição direta. A Xeroradiografia, criada em 1970, era uma técnica na qual uma placa de selênio carregada positivamente substituía o filme. Sob a exposição de radiação X, as cargas positivas são retiradas nas diferentes regiões da placa depen- 1.5.7. Magnificador Para realizar o exame de magnificação, que permite ao médico identificar melhor a ocorrência de cistos, tumores e cálculos, um acessório é adaptado a base do mamógrafo. Este acessório faz com que a mama fique mais perto do foco e mais distante do filme, provocando então o efeito de ampliação das estruturas radiografadas. Nova posição para a mama A altura amplia a imagem Apesar de trabalhar com imagens de alto contraste, devido a baixa tensão (kV) utilizada, a mamografia exige a utilização de grades móveis. As grades possuem relação entre 4:1 a 5:1 de forma a melhorar o contraste, possuindo um número de, ao menos, 30 linhas por centímetro. A utilização da grade aumenta a dose no paciente, chegando a dobrar a dose para grades 4:1, quando comparada a técnica sem a grade antidifusora. Porém, a dose ainda assim é considerada baixa e obedece-se ao compromisso de melhorar o contraste significativamente. Encaixe para o suporte de mama Fig. 1.18. Acessório usado para o exame de magnificação. 1.6 COMBINAÇÃO TELA-FILME A associação entre tela e filme precisa ser tal que o filme fique sobre a tela (mais próximo do tubo), tendo emulsão em um só lado e ficando armazenado em um chassi cuja superfície superior possua baixo Z, pois os raios X irão interagir primeiramente com ela. Se houvessem duas superfícies de ècran (ècran duplo), haveria borramento da imagem por excesso de luz no filme, algo indesejado e que comprometeria a qualidade da imagem. Portanto, o técnico ao carregar o chassi com o filme mamográfico deve tomar muito cuidado para que o coloque com o lado da emulsão voltado para a tela intensificadora, como apresentado pela figura 1.19. Para facilitar o manuseio, os fabricantes dos filmes para mamografia fazem uma pequena marca (picote duplo) no canto superior esquerdo. Assim, o técnico utiliza seu tato para guiá-lo no trabalho den- Núcleo de Tecnologia Clínica
  • 12. 8 Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA tro da câmara escura. fóton fóton base celulósica emulsão tela emulsão base celulósica tela incorreto 1.8 EXAMES REALIZADOS correto Figura 1.19. Posicionamento do filme em relação a tela intensificadora para aproveitamento eficiente da radiação direta. 1.7 me normal de mamografia. Recomenda-se que a dose absorvida pelo tecido glandular não exceda 1 mGy em exames sem grade e 3 mGy nos quais é necessário seu uso. CONTROLE DE QUALIDADE 1.7.1. Dose associada à mamografia Quando consideramos a dose aplicada a pacientes submetidas a exames mamográficos, devemos aceitar que em cada incidência a dose na pele (DEP) se situe em torno de 800 mR, o que é equivalente a 8 mGy. Essa dose é considerada alta e por isso as técnicas que otimizam a ação de filmes e telas intensificadoras devem ser utilizadas. Em mamografia se utilizam filmes mais rápidos (mais sensíveis) e também écran que possua resposta mais eficiente de maneira a reduzir a dose associada. A ação de grades antidifusoras em exames mamográficos serve, como sabemos, para melhorar a imagem, reduzindo a radiação espalhada e melhorando o contraste sobre o filme. Nos equipamentos mamográficos são usadas grades com relação 3:1 ou 4:1. A melhora da imagem, no entanto, tem um custo, por que o uso de grades implica num aumento dos fatores de exposição por um fator aproximadamente 2. Deve-se considerar, entretanto, que as características do feixe de fótons aplicado a paciente, faz com que este seja rapidamente absorvido pelas primeiras camadas da mama. Considerando a exposição na pele referida anteriormente para uma incidência crânio-caudal na mama (8 mGy), aceita-se que a dose absorvida pelo tecido glandular (Dose glandular Dg) seja de, aproximadamente 1,2 mGy, o que representa em torno de 15% da DEP. Os exames de mama exploratória implicam normalmente a aplicação de radiação em duas incidências: crânio-caudal e médio-lateral oblíqua. Levando em conta a dose absorvida pelo tecido glandular, em torno de 1,2 mGy por incidência, chegamos a um total de 240 mR, ou 2,4 mGy num exa- Com o mamógrafo podem ser realizados vários exames, sendo é claro, o mais comum os que envolvem a detecção de câncer de mama. Na realização da radiografia de mama, normalmente são utilizadas três incidências principais: incidência crânio-caudal, incidência lateral e incidência oblíqua. Para proteger a paciente de uma dose excessiva de radiação, os médicos normalmente, para exames de rotina ou controle, prescrevem apenas duas incidências para cada mama: crânio-caudal e lateral ou oblíqua. (a) (b) (c) Figura 1.20. Posicionamento dos exames realizados no mamógrafo: a) incidência crânio-caudal; b) incidência mediolateral; e c) incidência oblíqua. Geralmente, todo o equipamento mamográfico permite a realização de um exame conhecido como stereotaxia, que consiste na retirada de uma Núcleo de Tecnologia Clínica
  • 13. MAMÓGRAFO pequena amostra do tecido suspeito de ser canceroso para biopsia. Basicamente, o sistema consiste de um acessório, que é adaptado a coluna do mamógrafo, o qual possui uma agulha, além de parafusos de precisão que permitem a correta localização do ponto de punção. Em alguns equipamentos, este sistema de localização é totalmente digitalizado, permitindo uma precisão da ordem de décimos de milímetro. A utilização do mamógrafo para a realização deste tipo de biópsia é a possibilidade de, a qualquer tempo, ser realizada uma radiografia e verificar-se se a agulha está devidamente posicionada, sem a necessidade de remoção da paciente ou utilização de outro equipamento. 9 3. Qual o melhor material a ser utilizado como alvo na ampola do mamógrafo? 4. Qual o tamanho e a forma do foco usado na Momografia e qual a influência do mesmo para o exame? 5. Qual o material da janela da ampola e qual a filtração inerente do mamógrafo? 6. Por que existem vários filtros diferentes na Mamografia? 7. Quais as características dos filmes utilizados em Mamografia? 8. Qual a dose aceitável para uma boa imagem na Mamografia? 9. Quais são os tipos de receptores já desenvolvidos para a mamografia? 10. Qual o maior benefício do sistema filmeècran? 11. O que é um exposímetro e qual sua finalidade? 12. Para que serve a magnificação ou ampliação da imagem? Figura 1.21. Realização do exame de stereotaxia, pelo médico com auxílio de uma enfermeira. 13. Por que durante um exame de magnificação é retirada a grade? Além destes procedimentos mais comuns, o mamógrafo pode ser utilizado para a realização de radiografias de extremidades, principalmente membros superiores. Apenas para ilustração, vejamos abaixo as técnicas utilizadas no mamógrafo Senographe 500T para exames rotineiros de extremidade. 14. Sob o aspecto radiográfico, que características femininas devem ser observadas para alterar a técnica de exposição do mamografia? Anatomia kVp 30 kV Dedos (mão) 34 kV Mão 34 kV 36 kV Pulso 40 kV Cotovelo 45 kV Joelho 45 kV Pés 36 kV Dedos (pé) 34 kV mAs 8 mAs 8 mAs 10 mAs 10 mAs 10 mAs 25 mAs 32 mAs 10 mAs 8 mAs Filtro Comentário Mo Al Al Al Al Al Al Al Al tecido mole ossos pequeno médio médio médio Tabela válida para a combinação de produtos da Kodak: tela Min R e filme OM-1. Caso seja utilizado filme Min R, aumentar o mAs em 50%. 1.9 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 1. Cite 5 características necessárias ao Mamógrafo. 2. Cite 5 motivos da necessidade da compressão mecânica da mama durante o exame. Núcleo de Tecnologia Clínica
  • 14. 10 Parte 3 – RADIOGRAFIA ESPECIALIZADA Núcleo de Tecnologia Clínica