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ADMINISTRAÇÃO DE
SERVIÇOS DE SAÚDE
Prof. ª Larissa Altoé
TEORIAS ADMINISTRATIVAS NA
SAÚDE
Histórico e visão geral
O surgimento da Administração Científica está
diretamente ligada ao contexto norte-americano da
virada do século XX. Com o fim da guerra, a
indústria expandiu-se aceleradamente, o que gerou
preocupações também com o aumento da eficiência
nos processos de produção.
Este aumento na eficiência seria conseguido, de
acordo com os proponentes da Administração
Científica, com a racionalização do trabalho. 1
.
Os pilares da chamada escola de Administração
Científica foram estabelecidos por Frederick Taylor
.
Taylor começou sua carreira como operador de
máquina na Midvale Steel, uma indústria da
Filadélfia, e ali fez carreira até o posto de
engenheiro.
Graças à sua experiência na linha de produção,
Taylor passou a dedicar-se a estabelecer rigorosa
observação das habilidades e métodos usados pelos
operários na Midvale.
Esta observação era informada por critérios tidos
por científicos, ao contrário da prática
administrativa até então usual pouco fazia uso da
pesquisa metódica, fiando-se mais no senso comum.
Dois livros de Taylor deste período trazem os primeiros
esboços de seu modelo administrativo: A Piece Rate
System (Um sistema de preço por peça, 1895) e Shop
management (Administração de Oficinas, 1903,
apresentado à
Sociedade dos Engenheiros Mecânicos dos Estados Unidos
).
Posteriormente, este modelo aparece mais bem
sistematizado em Principles of Scientific Administration
(Princípios da Administração Científica, 1911). Segundo
Idalberto Chiavenato, enquanto "Taylor preocupava-se
mais com a filosofia – com a essência do sistema – que
exige uma revolução mental tanto de parte da direção
como da parte dos operários a tendência de seus
seguidores foi uma preocupação maior com o mecanismo e
com as técnicas do que com a filosofia da Administração
Científica
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Há uma série de princípios enunciados por Taylor,
no que concerne à administração. Eles são
entendidos como máximas pelas quais a
organização deve se orientar para melhorar sua
eficiência, a partir de critérios supostamente
científicos.
Em seu Principles of Scientific Management,
Taylor enuncia quatro princípios:
substituir os métodos empíricos e improvisados
por métodos científicos e testados (planejamento)
selecionar os trabalhadores para suas melhores
aptidões e treiná-los para cada cargo (seleção ou
preparo)
supervisionar se o trabalho está sendo executado
como foi estabelecido (controle)
disciplinar o trabalho (execução)
trabalhador fazendo somente uma etapa do
processo de montagem do produto (singularização
das funções)
Taylor e outros teóricos da Administração
científica adicionaram mais princípios, porém estes
seguem como fundamentais e orientadores.
Críticos apontam que estes métodos incorporam
uma ideologia capitalista de redução do saber
operário ao cumprimento de ordens, e seu
enunciado como científico faz uma identificação
exagerada destas opções administrativas com uma
neutralidade (usualmente emprestada à Ciência) .
Mais grave, os estudos carecem de comprovação
científica segundo um método aceito: fundam-se
mais em conjecturas a partir de casos isolados e em
evidências concretas, não em abstração
METODOLOGIA TAYLORISTA DE
ESTUDO
Taylor iniciou o seu estudo observando o trabalho dos
operários.
Sua teoria seguiu um caminho de baixo para cima, e das
partes para o todo, dando ênfase na tarefa. Para ele a
administração tinha que ser tratada como ciência.
Desta forma ele buscava ter um maior rendimento do
serviço do operariado da época, o qual era desqualificado
e tratado com desleixo pelas empresas.
O estudo de "tempos e movimentos" mostrou que um
"exército" industrial desqualificado significava baixa
produtividade e lucros decrescentes, forçando as
empresas a contratarem mais operários.
Taylor tinha o objetivo de acelerar o processo
produtivo, ou seja, produzir mais em menos tempo,
e com qualidade.
PARA TAYLOR
 à gerência caberia: afixar trabalhadores numa
jornada de trabalho controlada, supervisionada,
sem interrupções, a seu controle, podendo o
trabalhador só parar para descansar, quando for
permitido, com particularização de cada
movimento;
 a gerência não podia deixar o controle do processo
de trabalho nas mãos dos trabalhadores. Como os
trabalhadores conheciam mais a função do que o
gerente, este deveria aprender os métodos de
trabalho com aqueles para então cobrar dos seus
operários;
 o ritmo lento de trabalho e a vadiação eram
inimigas da produção;
 o processo de trabalho não devia estar nas mãos
dos trabalhadores, que de fato estava por meio do
trabalho combinado.
 Sua grande descoberta foram os conhecimentos
da produção de processo combinado. Contudo, o
processo e as decisões deveriam passar pela
gerência e não pelo trabalhador;
 com o conhecimento da produção, a gerência
poderia estabelecer os tempos necessários. Assim,
fixou a distribuição do tempo de trabalho.
 Taylor não estava interessado no avanço
tecnológico, mas preocupado em controlar o
trabalho a qualquer nível de tecnologia.
 Fez pesquisa para analisar como o trabalhador
poderia produzir mais num ritmo de trabalho
controlado;
 Também acreditava que o trabalhador devia
apenas aprender a executar uma função, não
podia perder tempo analisando o trabalho, visto
que ele não tinha nem tempo, nem dinheiro para
isso. Essa responsabilidade então deveria caber à
gerência.
ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO
TRABALHO
 Objetivava a isenção de movimentos inúteis, para
que o operário executasse de forma mais simples e
rápida a sua função, estabelecendo um tempo
médio, a fim de que as atividades fossem feitas em
um tempo menor e com qualidade, aumentando a
produção de forma eficiente.
Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o
trabalhador à diminuição da produtividade e perda
de qualidade, acidentes, doenças e aumento da
rotatividade de pessoal;
Divisão do trabalho e especialização do operário;
 Análise do trabalho e estudo dos tempos e
movimentos: cada um se especializaria e
desenvolveria as atividades em que mais
tivessem aptidões;
 Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é
especificar o conteúdo de tarefas de uma função,
como executar e as relações com os demais cargos
existentes;
 Incentivos salariais e prêmios por produtividade;
 Condições de trabalho: o conforto do operário e o
ambiente físico ganham valor, não porque as
pessoas merecessem, mas porque são essenciais
para o ganho de produtividade;
 Padronização: aplicação de métodos científicos
para obter a uniformidade e reduzir os custos;
 Supervisão funcional: os operários são
supervisionados por supervisores especializados,
e não por uma autoridade centralizada;
 Homem econômico: o homem é motivável por
recompensas salariais, econômicas e materiais.
 A empresa era vista como um sistema fechado,
isto é, os indivíduos não recebiam influências
externas.
 O sistema fechado é mecânico, previsível e
determinístico. Porém, a empresa é um sistema
que movimenta-se conforme as condições
internas e externas, portanto, um sistema aberto
e dialético.
BENEFÍCIOS DO MÉTODO DE
TAYLOR
Benefícios para os trabalhadores no método de
Taylor:
Os salários chegaram a atingir, em alguns casos,
o dobro do que eram antes;
Os funcionários passaram a se sentir mais
valorizados e isso fez com que exercessem seus
ofícios com mais prazer. Se sentiam mais acolhidos
pela empresa;
A jornada de trabalho foi reduzida
consideravelmente;
Vantagens, como dias de descanso remunerados
lhes foram concedidos.
Benefícios para os empregadores no método de
Taylor:
Produtos com qualidade superior aos anteriores;
Ambiente de trabalho agradável tanto para o chão
de fábrica quanto para a diretoria, evitando assim
distúrbios e conflitos que podem gerar situações
negativas dentro da empresa (greves e desestimulo,
por exemplo);
Redução de custos extraordinários dentro do
processo produtivo, como a eliminação de inspeções
e gastos desnecessários.
TEORIA CLÁSSICA DA
ADMINISTRAÇÃO
 A Teoria Clássica da Administração (ou
Fayolismo) é uma escola de pensamento
administrativo idealizada pelo engenheiro
francês Henri Fayol, a partir da década de 1910.
 Caracteriza-se pela ênfase na estrutura
organizacional, pela visão do homem econômico e
pela busca da máxima eficiência.
 Também é caracterizada pelo olhar sobre todas
as esferas da organização (operacionais e
gerenciais), bem como na direção de aplicação do
topo para baixo (da gerência para a produção).
 O modo como Fayol encarava a organização da
empresa valeu à Teoria Clássica a impostação de
abordagem anatômica e estrutural.
 O atraso na difusão generalizada das ideias de
Fayol fez com que grandes contribuintes do
pensamento administrativo desconhecessem seus
princípios.
 Sofreu críticas como a manipulação dos
trabalhadores através dos incentivos materiais e
salariais e a excessiva unidade de comando e
responsabilidade.
ELEMENTOS DA
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
 Planejar - Estabelece os objetivos da empresa,
especificando a forma como serão alcançados.
Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo
um plano de ações para atingir as metas
traçadas. É a primeira das funções, já que servirá
de base diretora à operacionalização
 Organizar - É a forma de coordenar todos os
recursos da empresa, sejam humanos, financeiros
ou materiais, alocando-os da melhor forma
segundo o planejamento estabelecido.
 Comandar - Faz com que os subordinados
executem o que deve ser feito. Pressupõe que as
relações hierárquicas estejam claramente
definidas, ou seja, que a forma como
administradores e subordinados se influenciam
esteja explícita, assim como o grau de
participação e colaboração de cada um para a
realização dos objetivos definidos.
 Coordenar/dirigir - A implantação de qualquer
planejamento seria inviável sem a coordenação
das atitudes e esforços de toda a empresa,
almejando as metas traçadas.
 Controlar - Controlar é estabelecer padrões e
medidas de desempenho que permitam assegurar
que as atitudes empregadas são as mais
compatíveis com o que a empresa espera. O
controle das atividades desenvolvidas permite
maximizar a probabilidade de que tudo ocorra
conforme as regras estabelecidas e ditadas.
 Diferente dessas funções, hoje usa-se apenas:
Planejar, Organizar, Dirigir ou Executar e
Controlar. (no lugar de Comandar e Coordenar)
Uniram-se essas duas funções porque o objetivo é
o mesmo.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
 Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser
estudados de forma complementar aos de Taylor:
 Divisão do trabalho - Especialização dos
funcionários desde o topo da hierarquia até os
operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência
da produção aumentando a produtividade.
 Autoridade - Autoridade é darem ordens que
teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a
contrapartida da autoridade. Deve-se levar em conta
o direito de dar ordens e exigir obediência, chegando
a um bom equilíbrio entre autoridade e
responsabilidade.
 Disciplina - Necessidade de estabelecer regras
de conduta e de trabalho válidas para todos os
funcionários. A ausência de disciplina gera o caos
na organização.
 Unidade de comando - Um funcionário deve
receber ordens de apenas um chefe, evitando
contra-ordens.
 Unidade de direção - O controle único é
possibilitado com a aplicação de um plano para
grupo de atividades com os mesmos objetivos.
 Subordinação dos interesses individuais (ao
interesse geral) - Os interesses gerais da
organização devem prevalecer sobre os interesses
individuais.
 Remuneração - Deve ser suficiente para
garantir a satisfação dos funcionários e da
própria organização.
 Centralização (ou Descentralização) - As
atividades vitais da organização e sua autoridade
devem ser centralizadas.
 Linha de Comando (Hierarquia) - Defesa
incondicional da estrutura hierárquica,
respeitando à risca uma linha de autoridade fixa.
 Ordem - Deve ser mantida em toda organização,
preservando um lugar para cada coisa e cada coisa em
seu lugar.
 Equidade - A justiça deve prevalecer em toda
organização, justificando a lealdade e a devoção de
cada funcionário à empresa. Direitos iguais.
 Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade
alta tem consequências negativas sobre desempenho da
empresa e o moral dos funcionários.
 Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de
estabelecer um plano e cumpri-lo.
 Espírito de equipe - O trabalho deve ser conjunto,
facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os
integrantes de um mesmo grupo precisam ter
consciência de classe, para que defendam seus
propósitos.
TAYLORISMO
 Taylorismo ou Administração científica é o modelo de
administração desenvolvido pelo engenheiro
norte-americano Frederick Taylor (1856-1915), considerado
o pai da administração científica e um dos primeiros
sistematizadores da disciplina científica da
Administração de empresas.
 O taylorismo caracteriza-se pela ênfase nas tarefas,
objetivando o aumento da eficiência ao nível operacional. É
considerado uma das vertentes na perspectiva
administrativa clássica. Suas ideias começaram a ser
divulgadas no século XX.
 Além de Taylor, a administração científica
também tem entre seus fundadores Carl Barth, o
casal Frank e Lillian Gilbreth, Harrington
Emerson, Henry Gantt e Hugo Münsterberg; por
analogia, Henry Ford costuma ser tido como um
dos criadores deste modelo de administração,
pelas medidas práticas ligadas a concepção
teórica semelhante à de Taylor, que ele adotou
em suas fábricas.
TEORIA COMPORTAMENTAL DA
ADMINISTRAÇÃO
 Teoria comportamental da administração
(Simon, 1947) é uma teoria aplicada à
administração de empresas.
 A teoria comportamental (ou teoria behaviorista)
da administração trouxe uma nova concepção e
um novo enfoque dentro da teoria administrativa:
a abordagem das ciências do comportamento
(behavior sciences approach), o abandono das
posições normativas e prescritivas das teorias
anteriores ( teorias clássica, das relações
humanas e da burocracia) e a adoção de posições
explicativas e descritivas.
 A abordagem comportamental, conhecida como
behaviorista, segundo Chiavenato (2003), é
caracterizada por ser decorrência da Teoria das
Relações Humanas.
 Assim, sua ênfase ainda se encontra no
comportamento humano, porém, leva em
consideração o contexto organizacional, de forma
mais ampla, abrangendo a influência desse
comportamento na organização como um todo e
as perspectivas das pessoas diante das
organizações.
 Apesar de serem semelhantes quanto a ênfase no
comportamento humano, essas duas concepções
diferem muito quanto ao tratamento de
problemas comportamentais.
 A abordagem comportamental se desenvolveu por
volta de 1950, nos Estados Unidos, trazendo
novos conceitos e variáveis para a teoria
administrativa, principalmente, devido ao
desenvolvimento das ciências comportamentais, e
da Psicologia organizacional.
 O surgimento de idéias e conclusões, que trazem
uma nova perspectiva do homem, foi de extrema
importância para a formação da Teoria
Comportamental.
 O homem passa a ser visto como um animal
dotado de necessidades que vão além do objetivo
apenas financeiro, possuindo necessidades
gregárias inerentes ao homem. Passa a ser visto
também como um animal dotado de sistema
psíquico, ou seja, possui a capacidade de
organização de suas próprias percepções frente
ao ambiente como um todo.
 O homem passa ser interpretado como um ser
passivo de aprender e mudar suas atitudes. Seu
comportamento é orientado para objetivos,
podendo cooperar com os outros indivíduos,
quando for importante para o alcance dos
objetivos o esforço coletivo, ou ainda pode
competir com os outros, quando ocorre uma
disputa. (CHIAVENATO, 2003)
Suas características são:
 a ênfase nas pessoas;
 preocupação com o comportamento
organizacional (processo de trabalho);
 estudo do comportamento humano (motivação
humana - teoria de Maslow).
 Seu ponto crítico é a relatividade: todos os
indivíduos possuem as mesmas necessidades e
estas são hierarquizadas.
RELAÇÕES INTERPESSOAIS...E A
TEORIA DAS
RELAÇÕES HUMANAS
Neste outro vídeo uma síntese sobre a Teoria das
Relações Humanas:
www.youtube.com/watch?v=YqrjTR-1j_g
Vejam um vídeo, que sintetiza a diferenciação
entre a Teoria da Administração Científica
(Taylor) e Teoria Clássica da Administração
(Fayol):
www.youtube.com/watch?v=5R2FNhbYR7M
“Os processos de produção de saúde dizem
respeito, necessariamente, a um trabalho
coletivo e cooperativo, entre sujeitos,
e se fazem numa rede de relações que
exigem interação e diálogo permanentes”
(BRASIL, 2009; p. 11-12 – Cartilha PNH –
Acolhimento nas Práticas de Produção de Saúde)
ESTUDO DE CASO
O fato:
 Decisões superiores e seus reflexos na ambiência
física e relacional de uma determinada organização
prestadora de serviços de saúde.
Uma determinada organização prestadora de serviços
de saúde situava-se em local estratégico, no que
se refere ao centro do poder decisório do sistema de
saúde. No entanto, por decisão superior, teve seu
espaço físico ocupado por outra organização, o que
obrigou a sua transferência para um local, longe do
chamado “centro das decisões”, sem que a própria
Diretoria, Coordenações, equipe técnica e administrativa
fossem convidadas a opinar e decidir.
Pode-se, inclusive, afirmar que a decisão superior foi
coroada com uma atitude e gesto um tanto estranho
por parte do(a) gestor(a) da outra organização que
adentrou o espaço físico e dirigindo-se à Direção,
que se encontrava despachando com alguns servidores,
disse em tom enfático: “Quero que desocupem
este espaço imediatamente!!!! Façam isto logo e já,
pois agora este espaço não mais lhes pertence!!!!” E
assim saiu da mesma forma abrupta que adentrou a
sala, sem promover nenhuma relação dialógica com
a Direção e respectivos colaboradores.
A primeira reação dos trabalhadores foi de
revolta e houve uma tentativa de mobilização
para manifestação expressa por meio de
ABAIXO-ASSINADO, porém a iniciativa não
logrou o êxito desejado, pois alguns colaboradores
apreciaram a decisão da mudança, visto que o
novo local indicado situava-se próximo às suas
residências e centro de serviços.
Diante da decisão superior, a mudança teve, portanto,
que ser realizada em caráter “urgente, urgentíssimo”.
Coube ao responsável pelo setor administrativo
realizar essa distribuição e providenciar a mudança
da forma mais célere possível, o que foi feito dentro de
um cronograma mínimo estabelecido. Entretanto,
diante das condições impostas, não houve um estudo
prévio e avaliativo da capacidade física do novo local,
incluindo dimensionamento físico (tamanho);
disponibilidade de troncos para linhas telefônicas;
capacidade lógica para comunicação em rede; sistema
de refrigeração, bem como área física para
arquivamento das documentações inativas;
recebimento e acondicionamento de material e
insumos estratégicos de saúde; disponibilidade de
sanitários, entre outros. Assim sendo, não foi
planejado reforma e/ou adequação do novo espaço
físico, nem discussão prévia com todos os atores
envolvidos para distribuição de salas, conforme
necessidade de cada setor.
Somente após a mudança concluída, percebeu-se que
o novo espaço fora projetado para abrigar
confortavelmente 70 trabalhadores e a organização de
saúde que já estava ocupando o novo espaço dispunha
de, aproximadamente, 160 servidores. Vários setores
foram obrigados a compartilhar da mesma sala e dos
mesmos recursos tecnológicos, incluindo telefone,
computador e internet, uma vez que a capacidade
local não dispunha de infraestrutura para comportar
o quantitativo de linhas exigidas, incluindo também
sistema em rede. Esse compartilhamento, entretanto
não implicou maior proximidade ou gestão solidária
entre coordenações e equipes, visto que as pessoas
ainda se sentiam “presas” a um repertório de
condutas e atitudes próprias de um processo de
trabalho fragmentado.
Além disso, a organização, também, não dispunha de
equipamentos e mobiliários em qualidade e
quantidade suficiente para abrigar a todos
confortavelmente, não sendo rara a disputa por
cadeiras, mesas, computadores, telefones. Às vezes, o
número de trabalhadores era superior ao quantitativo
de mesas e cadeiras, obrigando-os a circular
internamente. Essas circuladas internas, ao tempo
que servia de “válvula de escape” para aliviar as
tensões, intensificavam a insatisfação e a
“comunicação de corredor”, bem como a comparação
entre um setor e outro, visto que alguns dispunham
de sistema de refrigeração; móveis mais modernos;
etc. Expressões do tipo “primo rico e primo pobre”
passaram a ser utilizadas com maior frequência, em
tons variados de ironia e hostilidade.
As diferenças grupais e pessoais não tardaram a
aparecer, embora isso não implique negar sua existência
no “antigo” espaço físico. Porém, nessa nova
situação essas diferenças e conflitos ficaram mais
evidentes, potencializados por uma imensa sensação
de baixa autoestima dos trabalhadores, cujo ápice
ocorreu após uma forte chuva que caiu sobre a cidade
e inundou o espaço físico, danificou aparelhos e
documentos oficiais em decorrência das “goteiras”.
Durante a operação faxina foi encontrada uma cobra
e isso causou uma comoção geral. Foi, então, a gota
ou melhor a enchente para transbordar emoções negativas
uns com os outros, afetando completamente
o clima organizacional.
Questões para análise do caso
1. Quais os aspectos que mais lhe chamaram a atenção
nesse caso?
2. Quais os aspectos da ambiência física que podem ter
influenciado no clima organizacional e nas relações
interpessoais?
3. Como você descreve o campo das relações
interpessoais nesse ambiente de trabalho?
4. Imagine que você faz parte dessa organização de
saúde, e responda o que você faria se fosse:
a. gestor(a) da organização
b. coordenador(a) de algum setor
c. coordenador(a) da área de Gestão de Pessoas
d. membro da equipe
5. Como ficaria a imagem do serviço para o usuário?
OBRIGADA
Contatos:
8815-9830
8172-7707
larissaaltoe@hotmail.com
Autora texto apoio
Profª Edivânia Lucia Araújo Santos Landim

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Administração da Saúde e Teorias Clássicas

  • 1. ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE Prof. ª Larissa Altoé
  • 2. TEORIAS ADMINISTRATIVAS NA SAÚDE Histórico e visão geral O surgimento da Administração Científica está diretamente ligada ao contexto norte-americano da virada do século XX. Com o fim da guerra, a indústria expandiu-se aceleradamente, o que gerou preocupações também com o aumento da eficiência nos processos de produção. Este aumento na eficiência seria conseguido, de acordo com os proponentes da Administração Científica, com a racionalização do trabalho. 1 .
  • 3. Os pilares da chamada escola de Administração Científica foram estabelecidos por Frederick Taylor . Taylor começou sua carreira como operador de máquina na Midvale Steel, uma indústria da Filadélfia, e ali fez carreira até o posto de engenheiro. Graças à sua experiência na linha de produção, Taylor passou a dedicar-se a estabelecer rigorosa observação das habilidades e métodos usados pelos operários na Midvale. Esta observação era informada por critérios tidos por científicos, ao contrário da prática administrativa até então usual pouco fazia uso da pesquisa metódica, fiando-se mais no senso comum.
  • 4. Dois livros de Taylor deste período trazem os primeiros esboços de seu modelo administrativo: A Piece Rate System (Um sistema de preço por peça, 1895) e Shop management (Administração de Oficinas, 1903, apresentado à Sociedade dos Engenheiros Mecânicos dos Estados Unidos ). Posteriormente, este modelo aparece mais bem sistematizado em Principles of Scientific Administration (Princípios da Administração Científica, 1911). Segundo Idalberto Chiavenato, enquanto "Taylor preocupava-se mais com a filosofia – com a essência do sistema – que exige uma revolução mental tanto de parte da direção como da parte dos operários a tendência de seus seguidores foi uma preocupação maior com o mecanismo e com as técnicas do que com a filosofia da Administração Científica
  • 5. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Há uma série de princípios enunciados por Taylor, no que concerne à administração. Eles são entendidos como máximas pelas quais a organização deve se orientar para melhorar sua eficiência, a partir de critérios supostamente científicos.
  • 6. Em seu Principles of Scientific Management, Taylor enuncia quatro princípios: substituir os métodos empíricos e improvisados por métodos científicos e testados (planejamento) selecionar os trabalhadores para suas melhores aptidões e treiná-los para cada cargo (seleção ou preparo) supervisionar se o trabalho está sendo executado como foi estabelecido (controle) disciplinar o trabalho (execução) trabalhador fazendo somente uma etapa do processo de montagem do produto (singularização das funções)
  • 7. Taylor e outros teóricos da Administração científica adicionaram mais princípios, porém estes seguem como fundamentais e orientadores. Críticos apontam que estes métodos incorporam uma ideologia capitalista de redução do saber operário ao cumprimento de ordens, e seu enunciado como científico faz uma identificação exagerada destas opções administrativas com uma neutralidade (usualmente emprestada à Ciência) . Mais grave, os estudos carecem de comprovação científica segundo um método aceito: fundam-se mais em conjecturas a partir de casos isolados e em evidências concretas, não em abstração
  • 8. METODOLOGIA TAYLORISTA DE ESTUDO Taylor iniciou o seu estudo observando o trabalho dos operários. Sua teoria seguiu um caminho de baixo para cima, e das partes para o todo, dando ênfase na tarefa. Para ele a administração tinha que ser tratada como ciência. Desta forma ele buscava ter um maior rendimento do serviço do operariado da época, o qual era desqualificado e tratado com desleixo pelas empresas. O estudo de "tempos e movimentos" mostrou que um "exército" industrial desqualificado significava baixa produtividade e lucros decrescentes, forçando as empresas a contratarem mais operários.
  • 9. Taylor tinha o objetivo de acelerar o processo produtivo, ou seja, produzir mais em menos tempo, e com qualidade.
  • 10. PARA TAYLOR  à gerência caberia: afixar trabalhadores numa jornada de trabalho controlada, supervisionada, sem interrupções, a seu controle, podendo o trabalhador só parar para descansar, quando for permitido, com particularização de cada movimento;  a gerência não podia deixar o controle do processo de trabalho nas mãos dos trabalhadores. Como os trabalhadores conheciam mais a função do que o gerente, este deveria aprender os métodos de trabalho com aqueles para então cobrar dos seus operários;
  • 11.  o ritmo lento de trabalho e a vadiação eram inimigas da produção;  o processo de trabalho não devia estar nas mãos dos trabalhadores, que de fato estava por meio do trabalho combinado.  Sua grande descoberta foram os conhecimentos da produção de processo combinado. Contudo, o processo e as decisões deveriam passar pela gerência e não pelo trabalhador;  com o conhecimento da produção, a gerência poderia estabelecer os tempos necessários. Assim, fixou a distribuição do tempo de trabalho.
  • 12.  Taylor não estava interessado no avanço tecnológico, mas preocupado em controlar o trabalho a qualquer nível de tecnologia.  Fez pesquisa para analisar como o trabalhador poderia produzir mais num ritmo de trabalho controlado;  Também acreditava que o trabalhador devia apenas aprender a executar uma função, não podia perder tempo analisando o trabalho, visto que ele não tinha nem tempo, nem dinheiro para isso. Essa responsabilidade então deveria caber à gerência.
  • 13. ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO  Objetivava a isenção de movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio, a fim de que as atividades fossem feitas em um tempo menor e com qualidade, aumentando a produção de forma eficiente. Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da rotatividade de pessoal; Divisão do trabalho e especialização do operário;
  • 14.  Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: cada um se especializaria e desenvolveria as atividades em que mais tivessem aptidões;  Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como executar e as relações com os demais cargos existentes;  Incentivos salariais e prêmios por produtividade;  Condições de trabalho: o conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de produtividade;
  • 15.  Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos;  Supervisão funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados, e não por uma autoridade centralizada;  Homem econômico: o homem é motivável por recompensas salariais, econômicas e materiais.
  • 16.  A empresa era vista como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam influências externas.  O sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico. Porém, a empresa é um sistema que movimenta-se conforme as condições internas e externas, portanto, um sistema aberto e dialético.
  • 17. BENEFÍCIOS DO MÉTODO DE TAYLOR Benefícios para os trabalhadores no método de Taylor: Os salários chegaram a atingir, em alguns casos, o dobro do que eram antes; Os funcionários passaram a se sentir mais valorizados e isso fez com que exercessem seus ofícios com mais prazer. Se sentiam mais acolhidos pela empresa; A jornada de trabalho foi reduzida consideravelmente; Vantagens, como dias de descanso remunerados lhes foram concedidos.
  • 18. Benefícios para os empregadores no método de Taylor: Produtos com qualidade superior aos anteriores; Ambiente de trabalho agradável tanto para o chão de fábrica quanto para a diretoria, evitando assim distúrbios e conflitos que podem gerar situações negativas dentro da empresa (greves e desestimulo, por exemplo); Redução de custos extraordinários dentro do processo produtivo, como a eliminação de inspeções e gastos desnecessários.
  • 19.
  • 20. TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO  A Teoria Clássica da Administração (ou Fayolismo) é uma escola de pensamento administrativo idealizada pelo engenheiro francês Henri Fayol, a partir da década de 1910.  Caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do homem econômico e pela busca da máxima eficiência.  Também é caracterizada pelo olhar sobre todas as esferas da organização (operacionais e gerenciais), bem como na direção de aplicação do topo para baixo (da gerência para a produção).
  • 21.
  • 22.  O modo como Fayol encarava a organização da empresa valeu à Teoria Clássica a impostação de abordagem anatômica e estrutural.  O atraso na difusão generalizada das ideias de Fayol fez com que grandes contribuintes do pensamento administrativo desconhecessem seus princípios.  Sofreu críticas como a manipulação dos trabalhadores através dos incentivos materiais e salariais e a excessiva unidade de comando e responsabilidade.
  • 23. ELEMENTOS DA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA  Planejar - Estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como serão alcançados. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização  Organizar - É a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido.
  • 24.  Comandar - Faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos definidos.  Coordenar/dirigir - A implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas.
  • 25.  Controlar - Controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas.  Diferente dessas funções, hoje usa-se apenas: Planejar, Organizar, Dirigir ou Executar e Controlar. (no lugar de Comandar e Coordenar) Uniram-se essas duas funções porque o objetivo é o mesmo.
  • 26. PRINCÍPIOS BÁSICOS  Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor:  Divisão do trabalho - Especialização dos funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência da produção aumentando a produtividade.  Autoridade - Autoridade é darem ordens que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade. Deve-se levar em conta o direito de dar ordens e exigir obediência, chegando a um bom equilíbrio entre autoridade e responsabilidade.
  • 27.  Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas para todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização.  Unidade de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contra-ordens.  Unidade de direção - O controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos.
  • 28.  Subordinação dos interesses individuais (ao interesse geral) - Os interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses individuais.  Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria organização.  Centralização (ou Descentralização) - As atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas.  Linha de Comando (Hierarquia) - Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa.
  • 29.  Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.  Equidade - A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa. Direitos iguais.  Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem consequências negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários.  Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo.  Espírito de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos.
  • 30. TAYLORISMO  Taylorismo ou Administração científica é o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro norte-americano Frederick Taylor (1856-1915), considerado o pai da administração científica e um dos primeiros sistematizadores da disciplina científica da Administração de empresas.  O taylorismo caracteriza-se pela ênfase nas tarefas, objetivando o aumento da eficiência ao nível operacional. É considerado uma das vertentes na perspectiva administrativa clássica. Suas ideias começaram a ser divulgadas no século XX.
  • 31.  Além de Taylor, a administração científica também tem entre seus fundadores Carl Barth, o casal Frank e Lillian Gilbreth, Harrington Emerson, Henry Gantt e Hugo Münsterberg; por analogia, Henry Ford costuma ser tido como um dos criadores deste modelo de administração, pelas medidas práticas ligadas a concepção teórica semelhante à de Taylor, que ele adotou em suas fábricas.
  • 32.
  • 33.
  • 34. TEORIA COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO  Teoria comportamental da administração (Simon, 1947) é uma teoria aplicada à administração de empresas.  A teoria comportamental (ou teoria behaviorista) da administração trouxe uma nova concepção e um novo enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das ciências do comportamento (behavior sciences approach), o abandono das posições normativas e prescritivas das teorias anteriores ( teorias clássica, das relações humanas e da burocracia) e a adoção de posições explicativas e descritivas.
  • 35.  A abordagem comportamental, conhecida como behaviorista, segundo Chiavenato (2003), é caracterizada por ser decorrência da Teoria das Relações Humanas.  Assim, sua ênfase ainda se encontra no comportamento humano, porém, leva em consideração o contexto organizacional, de forma mais ampla, abrangendo a influência desse comportamento na organização como um todo e as perspectivas das pessoas diante das organizações.
  • 36.  Apesar de serem semelhantes quanto a ênfase no comportamento humano, essas duas concepções diferem muito quanto ao tratamento de problemas comportamentais.  A abordagem comportamental se desenvolveu por volta de 1950, nos Estados Unidos, trazendo novos conceitos e variáveis para a teoria administrativa, principalmente, devido ao desenvolvimento das ciências comportamentais, e da Psicologia organizacional.  O surgimento de idéias e conclusões, que trazem uma nova perspectiva do homem, foi de extrema importância para a formação da Teoria Comportamental.
  • 37.  O homem passa a ser visto como um animal dotado de necessidades que vão além do objetivo apenas financeiro, possuindo necessidades gregárias inerentes ao homem. Passa a ser visto também como um animal dotado de sistema psíquico, ou seja, possui a capacidade de organização de suas próprias percepções frente ao ambiente como um todo.
  • 38.  O homem passa ser interpretado como um ser passivo de aprender e mudar suas atitudes. Seu comportamento é orientado para objetivos, podendo cooperar com os outros indivíduos, quando for importante para o alcance dos objetivos o esforço coletivo, ou ainda pode competir com os outros, quando ocorre uma disputa. (CHIAVENATO, 2003)
  • 39. Suas características são:  a ênfase nas pessoas;  preocupação com o comportamento organizacional (processo de trabalho);  estudo do comportamento humano (motivação humana - teoria de Maslow).  Seu ponto crítico é a relatividade: todos os indivíduos possuem as mesmas necessidades e estas são hierarquizadas.
  • 40. RELAÇÕES INTERPESSOAIS...E A TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS Neste outro vídeo uma síntese sobre a Teoria das Relações Humanas: www.youtube.com/watch?v=YqrjTR-1j_g Vejam um vídeo, que sintetiza a diferenciação entre a Teoria da Administração Científica (Taylor) e Teoria Clássica da Administração (Fayol): www.youtube.com/watch?v=5R2FNhbYR7M
  • 41. “Os processos de produção de saúde dizem respeito, necessariamente, a um trabalho coletivo e cooperativo, entre sujeitos, e se fazem numa rede de relações que exigem interação e diálogo permanentes” (BRASIL, 2009; p. 11-12 – Cartilha PNH – Acolhimento nas Práticas de Produção de Saúde)
  • 42. ESTUDO DE CASO O fato:  Decisões superiores e seus reflexos na ambiência física e relacional de uma determinada organização prestadora de serviços de saúde. Uma determinada organização prestadora de serviços de saúde situava-se em local estratégico, no que se refere ao centro do poder decisório do sistema de saúde. No entanto, por decisão superior, teve seu espaço físico ocupado por outra organização, o que obrigou a sua transferência para um local, longe do chamado “centro das decisões”, sem que a própria Diretoria, Coordenações, equipe técnica e administrativa fossem convidadas a opinar e decidir.
  • 43. Pode-se, inclusive, afirmar que a decisão superior foi coroada com uma atitude e gesto um tanto estranho por parte do(a) gestor(a) da outra organização que adentrou o espaço físico e dirigindo-se à Direção, que se encontrava despachando com alguns servidores, disse em tom enfático: “Quero que desocupem este espaço imediatamente!!!! Façam isto logo e já, pois agora este espaço não mais lhes pertence!!!!” E assim saiu da mesma forma abrupta que adentrou a sala, sem promover nenhuma relação dialógica com a Direção e respectivos colaboradores.
  • 44. A primeira reação dos trabalhadores foi de revolta e houve uma tentativa de mobilização para manifestação expressa por meio de ABAIXO-ASSINADO, porém a iniciativa não logrou o êxito desejado, pois alguns colaboradores apreciaram a decisão da mudança, visto que o novo local indicado situava-se próximo às suas residências e centro de serviços.
  • 45. Diante da decisão superior, a mudança teve, portanto, que ser realizada em caráter “urgente, urgentíssimo”. Coube ao responsável pelo setor administrativo realizar essa distribuição e providenciar a mudança da forma mais célere possível, o que foi feito dentro de um cronograma mínimo estabelecido. Entretanto, diante das condições impostas, não houve um estudo prévio e avaliativo da capacidade física do novo local, incluindo dimensionamento físico (tamanho); disponibilidade de troncos para linhas telefônicas; capacidade lógica para comunicação em rede; sistema de refrigeração, bem como área física para arquivamento das documentações inativas; recebimento e acondicionamento de material e insumos estratégicos de saúde; disponibilidade de sanitários, entre outros. Assim sendo, não foi planejado reforma e/ou adequação do novo espaço físico, nem discussão prévia com todos os atores envolvidos para distribuição de salas, conforme necessidade de cada setor.
  • 46. Somente após a mudança concluída, percebeu-se que o novo espaço fora projetado para abrigar confortavelmente 70 trabalhadores e a organização de saúde que já estava ocupando o novo espaço dispunha de, aproximadamente, 160 servidores. Vários setores foram obrigados a compartilhar da mesma sala e dos mesmos recursos tecnológicos, incluindo telefone, computador e internet, uma vez que a capacidade local não dispunha de infraestrutura para comportar o quantitativo de linhas exigidas, incluindo também sistema em rede. Esse compartilhamento, entretanto não implicou maior proximidade ou gestão solidária entre coordenações e equipes, visto que as pessoas ainda se sentiam “presas” a um repertório de condutas e atitudes próprias de um processo de trabalho fragmentado.
  • 47. Além disso, a organização, também, não dispunha de equipamentos e mobiliários em qualidade e quantidade suficiente para abrigar a todos confortavelmente, não sendo rara a disputa por cadeiras, mesas, computadores, telefones. Às vezes, o número de trabalhadores era superior ao quantitativo de mesas e cadeiras, obrigando-os a circular internamente. Essas circuladas internas, ao tempo que servia de “válvula de escape” para aliviar as tensões, intensificavam a insatisfação e a “comunicação de corredor”, bem como a comparação entre um setor e outro, visto que alguns dispunham de sistema de refrigeração; móveis mais modernos; etc. Expressões do tipo “primo rico e primo pobre” passaram a ser utilizadas com maior frequência, em tons variados de ironia e hostilidade.
  • 48. As diferenças grupais e pessoais não tardaram a aparecer, embora isso não implique negar sua existência no “antigo” espaço físico. Porém, nessa nova situação essas diferenças e conflitos ficaram mais evidentes, potencializados por uma imensa sensação de baixa autoestima dos trabalhadores, cujo ápice ocorreu após uma forte chuva que caiu sobre a cidade e inundou o espaço físico, danificou aparelhos e documentos oficiais em decorrência das “goteiras”. Durante a operação faxina foi encontrada uma cobra e isso causou uma comoção geral. Foi, então, a gota ou melhor a enchente para transbordar emoções negativas uns com os outros, afetando completamente o clima organizacional.
  • 49. Questões para análise do caso 1. Quais os aspectos que mais lhe chamaram a atenção nesse caso? 2. Quais os aspectos da ambiência física que podem ter influenciado no clima organizacional e nas relações interpessoais? 3. Como você descreve o campo das relações interpessoais nesse ambiente de trabalho? 4. Imagine que você faz parte dessa organização de saúde, e responda o que você faria se fosse: a. gestor(a) da organização b. coordenador(a) de algum setor c. coordenador(a) da área de Gestão de Pessoas d. membro da equipe 5. Como ficaria a imagem do serviço para o usuário?