3. Informações ao aluno(a)
Este curso tem uma carga horária de 30 h por módulo, com duas vídeos-
aulas com cerca de 45’ e 35’ (minutos) cada uma, incluindo o tempo para
estudo da aula, leitura dos textos e avaliação.
Você poderá fazer o seu planejamento de estudo; mas, deverá cumprir
todas as etapas requeridas no período estabelecido nas normas do curso.
A nota mínima para a certificação do módulo é 7 (sete); você tem direito a
três tentativas na sua avaliação.
Caso não alcance a média , ainda assim, você poderá cursar os demais
módulos; entretanto, não receberá a certificação do módulo em que
você não alcançou a média, sendo que, a certificação do módulo 1, é
pré-requisito para este e os outros módulos.
4. Autorias
Autoria da 1ª edição (2011) : Teresa Campos e Liane
Santiago (DIVAST/COGER)
Adaptação e atualização para versão online: Márcia Brandão
e Sandra Brasil (DIVAST/COGER) e Rafael Veloso (EESP,
Programa UNASUS).
Revisão da 2ª edição: Márcia Brandão, Leticia Nobre, Ely da
Silva Mascarenhas e Márcia Leite (DIVAST/CRE).
Revisão 3ª edição: Letícia Nobre, Ely da Silva Mascarenhas,
Ana Paula Mangabeira, Adriana Rabelo, Denise Cabral e
Iratelma de Jesus (DIVAST/CRE).
5. Apresentar orientações sobre
notificação e investigação de casos de
acidente de trabalho com exposição a
material biológico nas unidades de
saúde para o desenvolvimento das
ações de vigilância à saúde.
Objetivos
7. Neste módulo trataremos do acidente com exposição aos
materiais biológicos com destaque para os
profissionais de saúde, mas é importante salientar que a
exposição aos riscos biológicos ocorre também nos
serviços de esgotos, na coleta e industrialização de
lixo urbano, nos cemitérios, nos serviços veterinários,
nos matadouros, nos frigoríficos e na manipulação de
carnes e alimentos “in natura”, dentre outros. Mais
informações sobre outros agentes de exposição ocupacional?
Consulte o material de apoio!
8. FILME - Acidente com materiais biológicos
Assistam ao filme disponível no material de
apoio e após a leitura desse módulo, façam
seus comentários no fórum de dúvidas.
9. Para efeito de notificação do protocolo a
ser abordado trataremos dos:
“Acidentes que ocorrem com profissionais que
sofrem exposição a materiais biológicos com
risco de soroconversão pelos vírus da AIDS
(HIV), Hepatite B (HBV) e Hepatite C (HCV), em
seus locais de trabalho”.
O que são Acidentes de Trabalho
com Exposição a Materiais
Biológicos?
10. Conforme o protocolo que estamos
abordando a população exposta são todos os
profissionais e trabalhadores que atuam, direta
ou indiretamente, em atividades onde há risco de
exposição ao sangue e a outros materiais
biológicos, incluindo aqueles profissionais que
prestam assistência domiciliar e atendimento pré-
hospitalar.
Quem são os expostos
11. Quem são os expostos
Observar que nos serviços de saúde outros trabalhadores
também são expostos, a exemplo dos trabalhadores em
serviços gerais, limpeza e lavanderia.
Trabalhadores em atividades de transporte de amostras de
materiais biológicos para laboratórios, como motoboys e
correios, eventualmente poderão sofrer acidentes com
exposição.
Vale lembrar, como foi citado antes, que outras
categorias de trabalhadores poderão ter acidentes com
exposição a materiais biológicos!
15. Trabalhadores que fazem
transporte de material biológico
RDC 302/2005
Leia a RDC 302/2005
RDC/ANVISA 01/2002 e a Portaria MS 1985 de 2001.
16. Alguns dados ...
50% dos acidentes com material biológico
não são registrados nos Estados Unidos de
acordo com o Instituto Nacional de Segurança
e Saúde Ocupacional (NIOSH,1999)
45% das pessoas que sofrem este tipo de
acidente não concluem o acompanhamento
de saúde necessário para evitar essas
doenças (estudo publicado em 2002 realizado
nas unidades de saúde em São Paulo).
17. Tipo de Agravo 2009 2010 2011
Acidente Trabalho c/
Exposição a Material
Biológico 919 1.262 1.807
Acidente de Trabalho Grave 791 1.133 1.376
Câncer Relacionado ao
Trabalho - 1 3
Dermatoses Ocupacionais 28 26 36
LER DORT 1.207 957 857
PAIR 34 12 14
Pneumoconiose 7 13 10
Transtorno Mental 41 33 63
Intoxicações/Exógenas
Ocupacionais 90 118 362
Tabela 01 - Número de Agravos e Doenças Relacionadas
ao Trabalho Notificados no SINAN, Bahia, 2009 a 2011.
18. Quais os principais problemas de saúde
que podem decorrer deste tipo de
acidente?
Infecção pelo HIV
Infecção pelo Vírus da Hepatite B
Infecção pelo Vírus da Hepatite C, entre outros...
É importante lembrar que qualquer pessoa que vive a
experiência de entrar em contato com estes agentes
infecciosos pode sofrer grande desgaste mental e isto
deve ser levado em conta no acompanhamento deste
trabalhador.
Entretanto, este protocolo se atém basicamente à questão
da exposição aos vírus do HIV e das Hepatites B e C
19. Qual o risco de adoecer por HIV
e Hepatite B?
O contato das secreções ou sangue do PACIENTE FONTE
com as mucosas (respingos em olhos, nariz ou boca) do
TRABALHADOR ACIDENTADO geram risco de 0,09% de
infecção por HIV
Quando ocorre perfuração da pele do trabalhador
e contato com o material biológico, o risco de
contrair o HIV cresce para 0,3%
O risco de se contrair hepatite é ainda maior.
Alguns estudos mostraram risco de até 60% de
se infectar com o vírus da Hepatite B
21. Acidentes de trabalho envolvendo sangue e
outros fluidos potencialmente contaminados
devem ser tratados como casos de
emergência médica, uma vez que as
intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV
e hepatite B (HBV) necessitam ser iniciadas logo
após a ocorrência do acidente - no máximo 2h
após o acidente, para sua maior eficácia
(Brasil, 2010).
ATENÇÃO
22. Fluxograma
O fluxograma deve ser adequado à realidade
de cada município/Unidade de Saúde,
respeitando os princípios que norteiam o
atendimento emergencial para o caso de
acidente.
A equipe multidisciplinar deve ser treinada
para prestar o atendimento o mais rápido
possível e manter-se atualizada para as
possíveis mudanças de protocolos.
23. Fluxograma do protocolo de acidentes com
exposição a material biológico do Ministério da
Saúde
Acidente
com
material
biológico
Cuidados
e
avaliação
Acidentado
Atenção
A agilidade no
atendimento é
fundamental, pois caso
seja necessária a
introdução de anti-
retroviral , o prazo ideal é
de 2hs após o acidente
Origem do
material é
conhecida
?
24. Notificar no
SINAN*
Realizar sorologia no acidentado
ANTI-HIV, ANTI-HCV, ANTI-HBs,
ANTI-HBc, HBs Ag, ALT/TGP
Cuidados locais
imediatos com a a área
exposta
Anamnese do
paciente acidentado
Determinar o risco da exposição (tipo
de material biológico e tipo de
exposição)
Há risco de infecção?
(Considerar fonte, tipo de material
biológico e tipo de exposição)
Aplicar Protocolo HIV
Aplicar Protocolo HCV
Aplicar Protocolo HBV
Acidentado
Sim
HIV
Sim
HCV
Sim
HBV
Para a aplicação dos protocolos (HIV,HBV,HCV) deverá ser realizada uma
capacitação mais detalhada
*Emitir a Comunicação do Acidente de Trabalho - CAT , se for trabalhador
celetista, ou a ficha de Notificação de Acidente em Serviço – NAS, para o
servidor público estadual e para o federal e municipal consultar legislação
própria.
25. Origem do
material é
conhecida?
Paciente-
fonte
Conhecido
Paciente
fonte
desconhe
cido
Anamnese, analisar
prontuário e exames de
laboratórios prévios.
Paciente
autoriza exames
(consentimento
informado)
Realizar sorologia no
paciente-fonte HIV, ANTI-
HIV, ANTI HBc
Total, HBs Ag, ANTIHCV
Qual o
resultado
dos
exames?
Comunicar ao paciente -
fonte e acidentado. Concluir
investigação.
Aplicar
protocolo
específico
Há risco de
infecção?(fonte, tipo
de material biológico
e tipo de exposição)
Sim
Positivo
.
Negativo.
Não
29. Avaliação da exposição no acidente com materiais
biológicos – Imediatamente após o acidente
Deve ser avaliada quanto ao potencial de
transmissão de HIV, HBV e HCV com base
nos seguintes critérios:
1. Tipo de exposição
2. Tipo e quantidade de fluido e tecido
3. Status sorológico da fonte
4. Status sorológico do acidentado
5. Susceptibilidade do profissional exposto
30. 1. Tipo de exposição
Exposições percutâneas: lesões provocadas por instrumentos
perfurantes e/ou cortantes(exemplo: agulhas, bisturi, vidrarias)
Exposições em mucosas: respingos em olhos, nariz, boca e
genitália
Cutânea (Exposições em pele não-íntegra): por exemplo:
contato com pele com dermatite, feridas abertas
Por mordeduras humanas consideradas como exposição de
risco, quando envolverem a presença de sangue.
Nesses tipos de exposições, tanto o indivíduo que provocou a
lesão (paciente fonte), quanto aquele que foi lesado, devem ser
avaliados.
31. 2. Tipo e quantidade de fluido e
tecido
Sangue, fluidos orgânicos potencialmente
infectantes (sêmen, secreção vaginal,
líquor, líquido sinovial, líquido pleural,
peritoneal, pericárdico e amniótico).
Fluidos orgânicos potencialmente não-
infectantes:
suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, saliva,
exceto se contaminados com sangue.
32. 2. A quantidade de fluido é importante na
avaliação da gravidade do acidente
Maior volume de sangue:
Lesões profundas por material cortante,
presença de sangue visível no instrumento,
acidentes com agulha de grosso calibre,
previamente utilizadas em veia ou artéria.
Maior Inoculação viral:
Pacientes fontes com HIV/AIDS avançada,
infecção aguda por HIV, situações com
viremia elevada.
33. Maior gravidade
Maior volume de sangue ou sangue visível no
instrumento
Lesões profundas
Agulhas previamente utilizadas em veia ou
artéria de paciente-fonte
Agulhas de grosso calibre ou com lúmen
HIV - Maior inoculação viral: AIDS em estágio
avançado, viremia elevada infecção aguda
35. Quando o Paciente Fonte é conhecido e autoriza a
realização do exame
36. PACIENTE-FONTE CONHECIDO
exames laboratoriais do paciente-fonte:
Exames Sorológicos:
Solicitar anti-HIV, AgHBs e anti-HCV.
Se anti-HCV reagente, solicitar HCV-RNA (qualitativo).
Recomenda-se o uso de testes rápidos para HIV.
Testes rápidos para as hepatites B e C não foram
validados pelo Ministério da Saúde, até o momento.
Se o paciente-fonte não apresentar resultados
sorológicos reagentes para infecção pelo HIV/VHB/ VHC
no momento do acidente, testes adicionais da fonte não
estão indicados, assim como não estão indicados
exames de seguimento do profissional acidentado.
37. 3. Quando o paciente fonte não autoriza a realização do
exame ou existe alguma impossibilidade para sua
realização .
38. PACIENTE-FONTE CONHECIDO, COM SOROLOGIA
DESCONHECIDA.
Caso a condição sorológica do paciente-fonte seja
desconhecida (por exemplo, óbito, transferência
hospitalar, recusa para realizar o exame etc.), devem-se
buscar registros em prontuário e considerar possíveis
diagnósticos clínicos, presença de sintomas e história
de situação epidemiológica de risco para a infecção.
Levar em conta a probabilidade clínica e epidemiológica
de infecção pelo HIV, HCV, HBV – prevalência de
infecção naquela população, local onde o material
perfurante foi encontrado (emergência, bloco cirúrgico,
diálise), procedimento ao qual ele esteve associado,
presença ou não de sangue, etc.
39. Acompanhamento clínico-laboratorial
do trabalhador
Definida a impossibilidade de testagem ou se as
informações dos registros forem insuficientes, o
acompanhamento clínico-laboratorial do trabalhador é
obrigatório.
Orientar o profissional acidentado sobre a importância
da realização dos exames sorológicos. Solicitar anti-
HIV, HBsAg e anti-HCV.
Se anti-HCV for reagente, solicitar HCV-RNA
(qualitativo).
40. 3.Quando a fonte é desconhecida
Consultar no material de apoio os protocolos
específicos – HIV, HBV e HCV.
41. Paciente-fonte desconhecido
Avaliar a probabilidade de risco para infecção
– por exemplo, prevalência da infecção
naquela população, local em que o material
perfurante foi encontrado, procedimento ao
qual ele esteve associado e presença ou não
de sangue, realizando acompanhamento
clínico-laboratorial do trabalhador.
42. Acompanhamento clínico-laboratorial
do trabalhador
Definida a impossibilidade de testagem, ou se as
informações dos registros forem insuficientes o
acompanhamento clínico-laboratorial do trabalhador
é obrigatório
Orientar o profissional acidentado sobre a
importância da realização dos exames sorológicos.
Solicitar anti-HIV, HBsAg e anti-HCV.
Se anti-HCV reagente, solicitar HCV-RNA
(qualitativo).
43. Profilaxia antirretroviral pós exposição
HIV (PEP)
Quando indicada, a PEP deverá ser iniciada
o mais rapidamente possível, de preferência
nas primeiras duas horas após o acidente.
Resultados de estudos em animais sugerem
que a PEP iniciada até 12, 24 ou 36 horas da
ocorrência é mais efetiva do que a iniciada até
48 a 72 horas após a exposição.
Esses estudos também estabeleceram que a
PEP não é efetiva quando indicada após
decorridas mais de 72 horas da exposição.
44. Profilaxia antirretroviral pós exposição
ao HIV (PEP)
Quando a sorologia do paciente-fonte é desconhecida,
o uso de PEP deve ser avaliado individualmente,
considerando o tipo de exposição e a probabilidade
clínica e epidemiológica de infecção pelo HIV do
paciente-fonte.
Se essas considerações indicarem a possibilidade de
infecção, recomenda-se o início da PEP com o
esquema básico de dois antirretrovirais, até que os
resultados dos exames laboratoriais sejam conhecidos
para decidir pela modificação ou suspensão do
esquema ARV.
45. Profilaxia antirretroviral pós exposição HIV
(PEP)
Iniciada nas primeiras duas horas após o acidente - duração - 28
dias
ATENÇÃO: mulheres em idade fértil - teste de gravidez para
aquelas que não sabem informar sobre a possibilidade de gestação
em curso
Esquemas preferenciais (MS) – Básico
ZIDOVUDINA (AZT) + LAMIVUDINA (3TC)
Expandido (acidente c/maior gravidade)
AZT + 3TC + INDINAVIR OU NELFINAVIR
46. Profilaxia antirretroviral pós-
exposição HBV (PEP)
Tanto a vacina quanto a gamaglobulina
devem ser aplicadas, idealmente, nas primeiras
24 horas após o acidente.
Ver recomendação no protocolo (material de
apoio).
OBSERVAÇÃO : A pessoa imunizada vai
apresentar no exame sorológico o Anti HBs,
acima de 10 mUI/ml.
47. Profilaxia antirretroviral pós
exposição ao HCV (PEP)
Até o momento não existe nenhuma
profilaxia pós-exposição contra o HCV.
Ver recomendação no protocolo -
Recomendações para terapia antirretroviral
em adultos infectados pelo HIV, Brasil 2010.
48. Não Esquecer
O acidente com material biológico é uma
situação de atendimento de urgência, pois o
tempo decorrido entre o acidente e o início da
PEP nos casos em que está for indicada, deve
ser o menor possível.
Preferencialmente nas primeiras duas horas
seguintes ao acidente e nunca superior a 72
horas.
49. PREENCHIMENTO DA FICHA DE NOTIFICAÇÃO
NO SINAN
Preenchimento manual/computador-SINAN
g1.globo.com
50. O Estado da Bahia considera que devem ser
notificados os casos ocorridos com todos os
profissionais e trabalhadores que atuam, direta ou
indiretamente, em atividades onde há risco de
exposição
54. Condutas após o atendimento
imediato ao paciente acidentado.
55. Condutas após o atendimento
imediato
1. Acompanhar o acidentado durante 6 meses
2. Oferecer suporte emocional
3. Orientar o acidentado a relatar de imediato os
seguintes sintomas: linfoadenopatia, rash, dor
de garganta e sintomas de gripe
4. Reforçar a prática de biossegurança e
precauções básicas em serviço.
5. Investigar as possíveis causas do acidente e
recomendar medidas preventivas e corretivas
6. Notificar o Caso (SINAN, CAT ou NAS).
56. Recomendações ao acidentado
Prevenção à transmissão secundária
Atividade sexual com proteção pelo período de
seguimento, principalmente nas primeiras 6 a
12 semanas pós-exposição
Evitar: gravidez, doação de sangue, de
plasma, órgãos, tecidos e de sêmen
Interromper aleitamento materno
Condutas após o atendimento
imediato
57. “ O conflito entre cuidar de si ou do doente se torna freqüente
com a progressiva intensificação do trabalho, a superposição
de tarefas, as interferências repetidas no curso das mesmas e
outras características da organização do trabalho que
poderiam ser identificadas num enfrentamento coletivo das
dificuldades atuais”. Osório Claudia et al., 2005.
“A análise da responsabilidade é pluricausal e se dissocia da
imputação de culpa, enquanto a análise monocausal, ainda
predominante no Brasil, tende a imputá-la ao próprio
trabalhador acidentado”. Machado JMH, Porto MFS, Freitas
CM, 2000.
Prevenção de acidentes com materiais
perfurocortantes em serviços de saúde
58. A Vigilância dos Acidentes de Trabalho
com Materiais Biológicos
A completude no preenchimento da ficha de
acidente é fundamental pois campos como a
circunstância do acidente, o agente, o uso de
EPI, o local do acidente, serão importantes
para efetuar a análise e desencadear as
medidas de prevenção posteriores.
O acompanhamento da situação vacinal dos
profissionais de saúde e a promoção de
campanhas de vacinação é fundamental para
a prevenção de adoecimento.
59. A Vigilância dos Acidentes de Trabalho
com Materiais Biológicos
O serviço deve promover campanhas educativas
de Biossegurança e prevenção de acidentes de
trabalho
A promoção de medidas como o
acompanhamento do descarte adequado, evitar
o reencape de agulhas , motivo frequente de
acidente de trabalho com material biológico, são
recomendadas.
Nos próximo slide apresentamos a proposição
de análise coletiva de acidentes de trabalho
proposta por Osório e a abordagem de
60. Proposição de um método de análise coletiva
dos acidentes de trabalho no hospital
O método consiste em levar o trabalhador a recriar a
situação em que ocorreu o acidente, deslocando-se para a
posição de observador de seu próprio trabalho.
Na primeira etapa da análise, o trabalhador é convidado
a mostrar ao analista do trabalho como se deu o acidente.
Na segunda, a dupla acidentado/analista registra, num
diagrama, a sucessão de eventos descrita.
Na terceira, o registro feito é rediscutido e complementado;
Na quarta, são avaliadas e executadas, sempre pela dupla
acidentado/analista, ações destinadas a prevenir a
reincidência do acidente analisado. (Osório Claudia et al. Cad.
Saúde Pública, Rio de Janeiro, 21(2):517-524, mar-abr, 2005 - veja no material
de apoio)*analista: profissional que está fazendo a análise do acidente –vide
artigo.
61. Abordagens atuais de prevenção
de acidentes com perfurocorantes
Na hierarquia da prevenção de acidentes com
perfurocortantes, a primeira prioridade é eliminar e
reduzir o uso de agulhas e outros perfurocortantes
onde for possível. A próxima é isolar o perigo através do
uso de um controle de engenharia no ambiente ou no
próprio perfurocortante, dessa forma impedindo que o
elemento perfurante ou cortante fique exposto em qualquer
lugar do ambiente de trabalho.
Quando essas estratégias não estão disponíveis ou não
fornecem proteção completa, só então é que o foco deve
ser na implementação das mudanças na prática de
trabalho e do uso de equipamentos de proteção individual.
62. Alternativas para o uso de
agulhas
Os serviços de saúde podem eliminar ou reduzir
o uso de agulhas de diversas maneiras.
A maioria (~70%) dos hospitais norte-
americanos(83) eliminou o uso desnecessário
de agulhas através da implementação de
sistemas de administração IV que não exigem
(e em alguns casos, não permitem) o acesso a
agulhas. (Alguns autores consideram esta uma
medida de controle de engenharia, como
descrito acima.)
63. Alternativas para o uso de
agulhas
Essa estratégia removeu amplamente as
agulhas dos circuitos intravasculares, como
aquelas para infusão intermitente (piggy-back) e
outras agulhas usadas para conectar e acessar
partes do sistema de administração IV.
Esses sistemas demonstraram sucesso
considerável na redução de acidentes com
perfurocortantes relacionados a circuitos.
Intravasculares.
64. Alternativas para o uso de
agulhas
Outras estratégias importantes para eliminação ou
redução do uso de agulhas incluem:
Uso de alternativas para fornecer medicação e vacinação
quando for disponível e seguro para o atendimento ao
paciente, revisão das rotinas e práticas de coleta de
amostras de sangue a fim de identificar e eliminar punções
desnecessárias, uma estratégia que é boa tanto para os
pacientes, quanto para os trabalhadores da saúde.
Além disso, este tipo de medida também pode contribuir
para reduzir o desperdício de material e os gastos a ele
relacionados, como na estratégia de planejar todos os
exames de um paciente de forma a colhê-los em uma
única vez.
65. Controles de Engenharia
Esses controles segregam ou isolam um perigo no local de
trabalho.
No contexto da prevenção de acidentes com perfurocortantes,
incluem os coletores de descarte, que retiram os
perfurocortantes do ambiente e os segregam em recipientes
específicos, e os dispositivos de segurança, que isolam
completamente o perfurocortante.
A ênfase nesses controles levou ao desenvolvimento de muitos
tipos de dispositivos de segurança e há critérios sugeridos para
a criação e o desempenho desses dispositivos.
66. Controles de Engenharia
Os estudos sugerem que nenhum dispositivo de
segurança ou estratégia funciona da mesma maneira
em todos os serviços de saúde.
Além disso, não existe um critério padrão para
avaliação das alegações sobre a segurança dos
dispositivos, embora todos os principais fabricantes de
artigos médicos comercializem perfurocortantes com
dispositivos de segurança.
Os trabalhadores devem desenvolver seus próprios
programas para selecionar a tecnologia mais adequada
e avaliar a eficácia de diversos materiais no contexto de
seus próprios ambientes de trabalho.
67. Mudanças nas práticas de trabalho
Com o foco atual nas medidas de controle de
engenharia, há poucas informações novas sobre o uso
de controles nas práticas de trabalho para reduzir o
risco de acidentes com perfurocortantes durante o
atendimento ao paciente. Uma exceção se refere à
prevenção de acidentes no centro cirúrgico.
Os controles nas práticas de trabalho são um
importante componente da prevenção de exposições a
material biológico, incluindo acidentes percutâneos, em
ambientes cirúrgicos e obstétricos porque o uso de
perfurocortantes não pode ser abolido.
68. Mudanças nas práticas de trabalho –
Medidas em centro cirúrgico
Usar instrumentos, em vez dos dedos, para segurar agulhas, retrair
tecidos e montar/desmontar agulhas e lâminas de bisturis;
Anunciar verbalmente ao passar perfurocortantes;
Evitar a passagem de instrumentos perfurocortantes de mão em mão,
usando uma bacia/ bandeja ou uma área de zona neutra;
Usar métodos alternativos de corte, como dispositivos de
eletrocauterização cegos (blunt electrocautery) e a laser, quando
adequados;
Substituir a cirurgia aberta por cirurgia endoscópica, quando possível;
Usar lâminas de bisturi com ponta arredondada ao invés de lâminas
pontiagudas;
Usar dois pares de luvas.
O uso de agulhas de sutura cegas/rombas (blunt suture needles)
69. Mudanças nas práticas de trabalho
Medidas em centro cirúrgico
Isoladamente, dispositivos de segurança e
mudanças nas práticas de trabalho não irão
prevenir todos os acidentes com perfurocortantes.
Reduções significativas desses acidentes
também exigem:
Ações educativas,
Uma redução na realização de procedimentos
invasivos o máximo possível
Um ambiente de trabalho seguro
Uma relação trabalhador/paciente adequada.
70. Leia mais sobre prevenção de acidentes com
materiais perfurocortantes no texto de apoio.
Manual de implementação
Programa de prevenção de
acidentes com materiais
perfurocortantes em serviços de
saúde.
Adaptado:
Osório Claudia et al. Cad. Saúde Pública, Rio de
Janeiro, 21(2):517-524, mar-abr, 2005
71. São tantas as informações ,
fluxos, por onde começo? O
que posso fazer para implantar
um atendimento no meu
município? Ou orientar outros
técnicos a montar um serviço
de atendimento ao acidentado?
72. Sugestões
A rede de serviços para atendimento ao trabalhador
acidentado com materiais biológicos, na rede SUS/
Bahia, está sendo redesenhada por diversas
diretorias da SESAB.
Nos próximos slides, fizemos algumas sugestões
baseadas em informações obtidas na literatura e
em reuniões técnicas da SESAB para informar os
elementos básicos necessários ao atendimento ao
acidentado.
73. Composição da Equipe Multiprofissional envolvida
no Atendimento ao Acidentado com Materiais
Biológicos
Equipe:
Enfermeiro
Médico
Farmacêutico
Técnico de Referência em Saúde do
trabalhador (PAIST/SIAST ou outros)
Técnico da Vigilância Epidemiológica
Assistente Social
Médico infectologista
Psicólogo
74. Serviços de Saúde envolvidos no Atendimento
ao Acidentado com Material Biológico
Serviços de Saúde:
Unidades Básicas de Saúde
Unidades de Atendimento Pré-Hospitalar
Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA
Serviços de Atenção Especializada em DST/Aids/HVI – SAE
Unidades da Rede de Urgência e Emergência
Hospitais e Maternidades
Laboratórios
Farmácias
CRIE – Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais
75. Outros serviços/setores que podem estar
envolvidos no atendimento a depender da
unidade de saúde
PAIST / NUGTES – para o setor público
estadual
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho.
CIPA – Comissão interna de Prevenção de
Acidentes
CCIH – Centro de controle de infecção
Hospitalar
Entre outros
76. Unidade Dispensadora de Medicamentos (UDM)
CTA / SAE
Núc leo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar- NHE
Hospitais da rede própria do Estado
Rede Assistencial
SESAB
Para mais informações consulte o PDR – www2.saude.ba.gov.br/mapa_bahia
77. Impressos utilizados nas situações de exposição
ocupacional aos vírus HIV, HBV e HCV
Ficha do SINAN: Acidentes de Trabalho com Exposição a
Material Biológico.
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido –
Trabalhador acidentado e paciente fonte.
Termo de abordagem consentida - modelo anexo à
Instrução Normativa 1.626/2007.
Ficha de referência e contra-referência - encaminhamento
para serviços especializados.
Formulário de solicitação de medicamentos ARV (Siclom –
ver no material de apoio)
Ficha de controle de imunobiológicos especiais.
OBS: Para mais informação verificar o material de Apoio.
78. Teste Rápido
Recomenda-se a utilização de testes rápidos para
detecção de anticorpos anti-HIV,
O principal objetivo do seu uso é conhecer a condição
sorológica do paciente-fonte para definir quanto à
indicação da quimioprofilaxia
No caso de testagem não reagente, a PEP não deve
ser instituída e caso iniciada deve ser interrompida.
O “Manual técnico para o diagnóstico da infecção pelo
HIV”, do Ministério da Saúde (2014), define os
algoritmos para execução dos testes rápidos (ver
material de apoio)
79. Hospital do Subúrbio –
Atendimento de Urgência e Emergência
Parceria Publico Privada
Os próximos slides, descrevem o exemplo de
atendimento ao acidentado, fluxo e formulários utilizados
pelo Hospital do Subúrbio/ Salvador–Ba.
Este hospital realiza o atendimento interno para os seus
trabalhadores acidentados por meio da equipe do Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho-SESMT.
A equipe técnica do SESMT nos cedeu as informações e
impressos do fluxo de atendimento ao trabalhador do HS
acidentado com materiais biológicos.
80. Hospital do Subúrbio - SESMT
Composição da equipe do SESMT :
04 Técnicos de Segurança do Trabalho;
01 Engenheiro de Segurança do Trabalho;
01 Médico do trabalho;
01 Técnico de enfermagem do trabalho,
01 Enfermeira do trabalho;
01 Assistente administrativo e
um aprendiz de rotina administrativa (Jovem
aprendiz).
81. Acidente com materiais biológicos
Hospital do Subúrbio
Possui laboratório próprio (sorologias)
Parceria com o Hospital Couto Maia para a atenção à
saúde do acidentado (O Hospital do Subúrbio oferece
medicação para 3 dias e depois o paciente é encaminhado
para o Hospital Couto Maia para avaliação com o
infectologista e continuação da medicação)
Possui Centro de controle de infecção Hospitalar – CCIH
do próprio Hospital (repassa as fichas de notificação do
SINAN para o Distrito Sanitário -Subúrbio
Ferroviário/Periperi para computação dos dados)
Distrito Sanitário - Subúrbio Ferroviário/ Periperi -
Fornecimento de Vacina, digitação das fichas do SINAN
85. Encaminhamento do acidentado para o Hospital
Couto Maia após o atendimento inicial
Nome do TrabalhadorData
Nome por extenso
Assinatura
86. Atendimento externo para acidente com
material biológico – Salvador
Centro Estadual Especializado em
Diagnóstico e Pesquisa/CEDAP- 8 às 17h de
segunda a sexta-feira.
Hospital Couto Maia (HCM) – 24 h.
UPA – 24 h.
87. Para um melhor aproveitamento deste
conteúdo, foi disponibilizado um caso sobre
acidente de trabalho com exposição a materiais
biológicos na vídeo – aula: “ Roda de Conversa
sobre ADRT no SINAN”.
88. Estamos propondo uma troca de experiências:
gostaríamos que você participasse no fórum
de dúvidas, colocando a realidade de sua
região/município para que juntos possamos
visualizar a realidade do atendimento ao
acidentado com materiais biológicos na rede
SUS/Bahia e elaborarmos em conjunto novos
fluxos ajustados a realidade de cada região.
91. Bibliografia
BRASIL. Protocolo de Atenção à Saúde dos
Trabalhadores Expostos a Materiais Biológicos.
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. –
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006.
BAHIA. Manual de Normas e Procedimentos
Técnicos para a Vigilância da Saúde do Trabalhador,
Secretaria de Saúde do Estado,
SESAB/SUVISA/CESAT, 2002.
Textos complementares e filmes no material de apoio