SlideShare a Scribd company logo
1 of 10
Comida jogada fora  O país de 46 milhões de famintos perde cerca de 35% de todas as frutas e verduras que produz. Estudos da Embrapa mostram que o custo do alimento não aproveitado é alto. Maria Clarice Dias, Correio Brasiliense, 31 de agosto, 2003
Os índices de desperdício de alimentos no Brasil, um país com  46 milhões de famintos , batem recordes mundiais. Estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Centro de Agroindústria de Alimentos mostra que o brasileiro joga fora mais do que aquilo que come. Em hortaliças, por exemplo, o total anual de desperdício é de 37 quilos por habitante. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, nas dez maiores capitais do Brasil, o cidadão consome 35 quilos de alimentos ao ano — dois a menos do que o total que joga no lixo.
‘‘ Num país com tantos famintos como é o Brasil, esse desperdício é inadmissível’’ , avalia o químico industrial e responsável pela pesquisa, Antônio Gomes.  O trabalho de Gomes e outros estudos brasileiros evidenciam que a média de  desperdício de alimentos  no Brasil está entre  30% e 40%.  Nos Estados Unidos, esse índice não chega a 10%. Não há estudos conclusivos que determinem o desperdício nas casas e nos restaurantes, mas estima-se que a perda no setor de refeições coletivas chegue a 15% e, nas nossas cozinhas, a 20%. A perda de alimentos, na maioria das vezes, ocorre por despreparo das pessoas do ramo da agroindústria e dos consumidores. Na hora da colheita, a uva é arremessada lá do alto da parreira para o chão, sem amortecedor. No transporte, as bananas vêm amassadas pelas caixas de madeira empilhadas umas sobre as outras. Nos centros atacadistas, os abacaxis que vieram amontoados nos caminhões continuam amassados no balcões de venda.
Nos mercados, os consumidores (em especial as mulheres) amassam a cebola com as mãos, enfiam a unha no chuchu e quebram a ponta da vagem para checar se o produto tem qualidade. Se o alimento não agradar à exigente compradora, o destino da cebola, do chuchu ou da vagem é o lixo. Ninguém vai querer uma comida amassada ou quebrada. Do total de desperdício no país, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e os últimos  10% ficam diluídos entre supermercados e consumidores. Há cálculos que escancaram o prejuízo social do descuido com a comida. Em 2002, por exemplo, a safra de hortaliças foi de 15,743 milhões de toneladas, que valem em torno de US$ 2.564 milhões. Considerando a perda média de 35% desses alimentos, estima-se que mais de 5,5 milhões de toneladas deixaram de alimentar os brasileiros. Para a sociedade, um  prejuízo de US$ 887 milhões . Esse desperdício ajudaria a matar a fome de 53 milhões de pessoas no Brasil.
PERDA MAIOR Quem paga a conta do desperdício é o consumidor . Um grupo de pesquisadores da Embrapa Hortaliças, com sede no Distrito Federal, dedicou-se a colocar na ponta do lápis o valor do desperdício que é repassado do vendedor de varejo ao comprador final. Os técnicos fizeram visitas semanais a quatro supermercados da mesma rede varejista do DF durante o ano de 1999 e estudaram o repasse no preço final do tomate, do pimentão e da cenoura. Os resultados estão prontos para serem publicados na revista Ciência e Tecnologia, da Embrapa. O caso do tomate é o mais grave. A perda média do fruto, conforme o levantamento da Embrapa Hortaliças, foi de 30%. Durante o ano da pesquisa,  o fornecedor recebeu o tomate por R$ 0,94 o quilo; os consumidores pagaram R$ 1,50.  O vendedor, além do lucro e dos custos de produção, cobrou cerca de R$ 0,28 por quilo ao comprador para compensar a perda com os alimentos que ele não conseguiu vender porque ficaram estragados desde a colheita. As médias de repasse para o pimentão e cenoura foram de 40% e 21%, respectivamente.
O QUE SE DESPERDIÇA FRUTAS E FRUTOS    Banana 40%   / Morango 40%   / Melancia 30%   / Abacate 26%   / Manga 25%   / Laranja 22% /  Mamão 21%   / Abacaxi 20%    Hortaliças   Couve-flor 50%   / Alface 45% /Repolho 35%    Fonte: Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa
Descuido nos centros de venda O dia mal amanheceu e o chão já está sujo . É alto o risco de tropeçar em restos de comida no Centro Estadual de Abastecimento do Distrito Federal, a Ceasa. A partir das 4h30, produtores de frutas e hortaliças dividem o espaço de distribuição de alimentos para pôr seus produtos à venda. Em menos de duas horas, o chão da Ceasa está colorido de tomates amassados, laranjas caídas, folhas de couve-flor espalhadas por todo o centro.  O descuido na hora de manusear os alimentos é explícito.  Segundo pesquisa do Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa, 30% de todo o desperdício de comida no país ocorre nesses espaços de vendas no atacado.  São centenas de caminhões carregados de alimentos. Em um deles, dois funcionários sobem e pisam nos sacos de batatas para esvaziar a carroceria. Mal se percebe que aquele alimento corre sérios riscos de ficar amassado por causa do jeito grosseiro de tratá-lo. Nos galpões de venda livre — são três —, a couve-flor é espalhada pelo chão para ser vendida. Parece lixo despejado, mas é comida e, segundo os vendedores, não há outra alternativa para expô-la. A média de desperdício da couve-flor, segundo o levantamento da Embrapa, é de 50%. O mais alto entre as hortaliças. Vendo-se a maneira como são jogadas pelo chão, o motivo é claríssimo.
DOAÇÃO Diariamente, o produtor Luiz Kitahara, 58 anos, vende verduras e sofre com as folhas que vão ficando ao léu porque sabe que não conseguirá mais vendê-las. Ao fim da manhã, a parte de baixo do balcão de Kitahara está cheia de restos de alface, couve, agrião, cheiro-verde.  ‘‘É triste ver ir para o lixo aquilo que eu plantei’ ’, diz. O diretor de abastecimento da secretaria de Agricultura do DF, José Henrique Máximo, conta que, mesmo com os problemas visíveis, o índice de perdas de alimentos na Ceasa caiu muito. Existem no centro dois programas criados para evitar que frutas e verduras acabem no lixo:  Desperdício Zero e Minha Sopa . No primeiro, funcionários da Ceasa recolhem os alimentos não vendidos e os separam para doação a entidades cadastradas. No Minha Sopa, os alimentos que não têm como ser doados, por terem partes muito danificadas, servem para fazer comida já pronta.  ‘‘Orientamos sempre os produtores a nunca jogar comida fora, qualquer que seja, porque vamos aproveitá-la de alguma maneira’’,  conta.
Os produtores até se lembram de não jogar no lixo o que não vendem, mas se esquecem de cuidar dos alimentos para que eles sejam mais bem aproveitados no comércio. As bananas chegam empilhadas em caixas de madeira. Vêm verdes, com a casca ainda dura, porém frágeis diante da agressão do transporte e manuseio. As caixas retangulares quase nunca conseguem deixar os frutos intactos. Elas amassam os que estão em cima. Arranham e mancham os guardados nos cantos. E o consumidor, lá no mercado, olhará a banana manchada e machucada e a deixará na gôndola, esperando a hora de ir para o lixo. (MCD)  
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],Responda

More Related Content

What's hot

Desperdício de alimentos ok
Desperdício de alimentos okDesperdício de alimentos ok
Desperdício de alimentos ok
Nute Jpa
 
SENSIBILIZAR PARA O DESPERDÍCIO ALIMENTAR: UM PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A CIDA...
SENSIBILIZAR PARA O DESPERDÍCIO ALIMENTAR: UM PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A CIDA...SENSIBILIZAR PARA O DESPERDÍCIO ALIMENTAR: UM PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A CIDA...
SENSIBILIZAR PARA O DESPERDÍCIO ALIMENTAR: UM PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A CIDA...
Marisa Correia
 
CóPia De ApresentaçãO2
CóPia De ApresentaçãO2CóPia De ApresentaçãO2
CóPia De ApresentaçãO2
mdocarmo
 
Agricultura orgânica e agroecologia embrapa
Agricultura orgânica e agroecologia embrapaAgricultura orgânica e agroecologia embrapa
Agricultura orgânica e agroecologia embrapa
João Siqueira da Mata
 

What's hot (17)

Desperdício de Alimentos
Desperdício de AlimentosDesperdício de Alimentos
Desperdício de Alimentos
 
Desperdício Alimentar
Desperdício Alimentar Desperdício Alimentar
Desperdício Alimentar
 
Aproveitamento Integral dos Alimentos Mesa Brasil
Aproveitamento Integral dos Alimentos Mesa BrasilAproveitamento Integral dos Alimentos Mesa Brasil
Aproveitamento Integral dos Alimentos Mesa Brasil
 
Não ao desperdício de alimentos
Não ao desperdício de alimentosNão ao desperdício de alimentos
Não ao desperdício de alimentos
 
Desperdício de alimentos ok
Desperdício de alimentos okDesperdício de alimentos ok
Desperdício de alimentos ok
 
1 serie composteira
1 serie   composteira1 serie   composteira
1 serie composteira
 
Panfleto arca do gosto
Panfleto arca do gostoPanfleto arca do gosto
Panfleto arca do gosto
 
SENSIBILIZAR PARA O DESPERDÍCIO ALIMENTAR: UM PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A CIDA...
SENSIBILIZAR PARA O DESPERDÍCIO ALIMENTAR: UM PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A CIDA...SENSIBILIZAR PARA O DESPERDÍCIO ALIMENTAR: UM PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A CIDA...
SENSIBILIZAR PARA O DESPERDÍCIO ALIMENTAR: UM PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A CIDA...
 
Cartilha Agroecológicos
Cartilha AgroecológicosCartilha Agroecológicos
Cartilha Agroecológicos
 
7º ano reda cem - 7.21
7º ano   reda cem - 7.217º ano   reda cem - 7.21
7º ano reda cem - 7.21
 
CóPia De ApresentaçãO2
CóPia De ApresentaçãO2CóPia De ApresentaçãO2
CóPia De ApresentaçãO2
 
ApresentaçãO2
ApresentaçãO2ApresentaçãO2
ApresentaçãO2
 
Agroecologia vivida intensamente: a trajetória de seu Saldanha
 Agroecologia vivida intensamente: a trajetória de seu Saldanha Agroecologia vivida intensamente: a trajetória de seu Saldanha
Agroecologia vivida intensamente: a trajetória de seu Saldanha
 
Agua
AguaAgua
Agua
 
História da alimentação mundial- Gabriela Caroline 9a
História  da  alimentação mundial- Gabriela  Caroline 9aHistória  da  alimentação mundial- Gabriela  Caroline 9a
História da alimentação mundial- Gabriela Caroline 9a
 
Abolição da escravatura: realidade no Haiti
Abolição da escravatura: realidade no HaitiAbolição da escravatura: realidade no Haiti
Abolição da escravatura: realidade no Haiti
 
Agricultura orgânica e agroecologia embrapa
Agricultura orgânica e agroecologia embrapaAgricultura orgânica e agroecologia embrapa
Agricultura orgânica e agroecologia embrapa
 

Viewers also liked

Projeto Alimento Saudável das Educadoras da 1ª fase do 1º ciclo da Escola E...
Projeto  Alimento Saudável das  Educadoras da 1ª fase do 1º ciclo da Escola E...Projeto  Alimento Saudável das  Educadoras da 1ª fase do 1º ciclo da Escola E...
Projeto Alimento Saudável das Educadoras da 1ª fase do 1º ciclo da Escola E...
Aleinat
 
Alimentacao historia
Alimentacao historiaAlimentacao historia
Alimentacao historia
Ana Prada
 
Alimentaçao Saudavel 19 01 10
Alimentaçao Saudavel 19 01 10Alimentaçao Saudavel 19 01 10
Alimentaçao Saudavel 19 01 10
Augusto Mota
 
Alimentos, nutrientes e saúde
Alimentos, nutrientes e saúdeAlimentos, nutrientes e saúde
Alimentos, nutrientes e saúde
Cristiane Koch
 
Alimentação saudável
Alimentação saudávelAlimentação saudável
Alimentação saudável
paulabarrela
 
SEQUÊNCIA DIDÁTICA - ALIMENTOS SAUDÁVEIS
SEQUÊNCIA DIDÁTICA - ALIMENTOS SAUDÁVEISSEQUÊNCIA DIDÁTICA - ALIMENTOS SAUDÁVEIS
SEQUÊNCIA DIDÁTICA - ALIMENTOS SAUDÁVEIS
educacaodetodos
 
A menina que não gostava de fruta
A menina que não gostava de frutaA menina que não gostava de fruta
A menina que não gostava de fruta
Débora Frazao
 

Viewers also liked (14)

Flv Escolas
Flv EscolasFlv Escolas
Flv Escolas
 
Dicionário nordestino
Dicionário nordestinoDicionário nordestino
Dicionário nordestino
 
Alimentos light x alimentos diet
Alimentos light x alimentos dietAlimentos light x alimentos diet
Alimentos light x alimentos diet
 
Productos light
Productos lightProductos light
Productos light
 
Apresentação Riso Saúde
Apresentação Riso SaúdeApresentação Riso Saúde
Apresentação Riso Saúde
 
Projeto Alimento Saudável das Educadoras da 1ª fase do 1º ciclo da Escola E...
Projeto  Alimento Saudável das  Educadoras da 1ª fase do 1º ciclo da Escola E...Projeto  Alimento Saudável das  Educadoras da 1ª fase do 1º ciclo da Escola E...
Projeto Alimento Saudável das Educadoras da 1ª fase do 1º ciclo da Escola E...
 
Alimentacao historia
Alimentacao historiaAlimentacao historia
Alimentacao historia
 
Alimentação Saudável
Alimentação SaudávelAlimentação Saudável
Alimentação Saudável
 
Alimentaçao Saudavel 19 01 10
Alimentaçao Saudavel 19 01 10Alimentaçao Saudavel 19 01 10
Alimentaçao Saudavel 19 01 10
 
Alimentos, nutrientes e saúde
Alimentos, nutrientes e saúdeAlimentos, nutrientes e saúde
Alimentos, nutrientes e saúde
 
Alimentação saudável
Alimentação saudávelAlimentação saudável
Alimentação saudável
 
SEQUÊNCIA DIDÁTICA - ALIMENTOS SAUDÁVEIS
SEQUÊNCIA DIDÁTICA - ALIMENTOS SAUDÁVEISSEQUÊNCIA DIDÁTICA - ALIMENTOS SAUDÁVEIS
SEQUÊNCIA DIDÁTICA - ALIMENTOS SAUDÁVEIS
 
Suplementos Nutricionais - Babosa (Aloe Vera)
Suplementos Nutricionais - Babosa (Aloe Vera)Suplementos Nutricionais - Babosa (Aloe Vera)
Suplementos Nutricionais - Babosa (Aloe Vera)
 
A menina que não gostava de fruta
A menina que não gostava de frutaA menina que não gostava de fruta
A menina que não gostava de fruta
 

Similar to Comida jogada fora

Projeto social (michele 32 mp
Projeto social (michele 32 mpProjeto social (michele 32 mp
Projeto social (michele 32 mp
alemisturini
 
Desperdício de alimentos
Desperdício de alimentosDesperdício de alimentos
Desperdício de alimentos
Nute Jpa
 
Desperdício de alimentos
Desperdício de alimentosDesperdício de alimentos
Desperdício de alimentos
Nute Jpa
 
Trabalho
Trabalho Trabalho
Trabalho
sheley573
 
CóPia De ApresentaçãO2
CóPia De ApresentaçãO2CóPia De ApresentaçãO2
CóPia De ApresentaçãO2
mdocarmo
 
Apresent rede ecológica consumo consciente - versão 13-10-2013
Apresent rede ecológica   consumo consciente - versão 13-10-2013Apresent rede ecológica   consumo consciente - versão 13-10-2013
Apresent rede ecológica consumo consciente - versão 13-10-2013
redeeco
 
O trabalho infantil e O desperdício de alimentos
O trabalho infantil e O desperdício de alimentosO trabalho infantil e O desperdício de alimentos
O trabalho infantil e O desperdício de alimentos
João Mendonça
 

Similar to Comida jogada fora (20)

Projeto social (michele 32 mp
Projeto social (michele 32 mpProjeto social (michele 32 mp
Projeto social (michele 32 mp
 
Desperdício de alimentos
Desperdício de alimentosDesperdício de alimentos
Desperdício de alimentos
 
Desperdício de alimentos
Desperdício de alimentosDesperdício de alimentos
Desperdício de alimentos
 
Apresentação de proposta de Compostagem Doméstica
Apresentação de proposta de Compostagem DomésticaApresentação de proposta de Compostagem Doméstica
Apresentação de proposta de Compostagem Doméstica
 
Artigo de divulgação
Artigo de divulgaçãoArtigo de divulgação
Artigo de divulgação
 
Pós colheita hortaliça
Pós colheita hortaliçaPós colheita hortaliça
Pós colheita hortaliça
 
Trabalho
Trabalho Trabalho
Trabalho
 
Cadeia produtiva de hortaliças
Cadeia produtiva de hortaliçasCadeia produtiva de hortaliças
Cadeia produtiva de hortaliças
 
Ld coalm 2018_2_09
Ld coalm 2018_2_09Ld coalm 2018_2_09
Ld coalm 2018_2_09
 
Deny Sanábio e Georgeton Silveira - Políticas Públicas para Promover a Qualid...
Deny Sanábio e Georgeton Silveira - Políticas Públicas para Promover a Qualid...Deny Sanábio e Georgeton Silveira - Políticas Públicas para Promover a Qualid...
Deny Sanábio e Georgeton Silveira - Políticas Públicas para Promover a Qualid...
 
Caracterização de coletores e da utilização dos frutos de macaúba em comunida...
Caracterização de coletores e da utilização dos frutos de macaúba em comunida...Caracterização de coletores e da utilização dos frutos de macaúba em comunida...
Caracterização de coletores e da utilização dos frutos de macaúba em comunida...
 
CóPia De ApresentaçãO2
CóPia De ApresentaçãO2CóPia De ApresentaçãO2
CóPia De ApresentaçãO2
 
Boletim MarkESALQ ano 3 nº12/Agosto 2015 Batata
Boletim MarkESALQ ano 3 nº12/Agosto 2015 BatataBoletim MarkESALQ ano 3 nº12/Agosto 2015 Batata
Boletim MarkESALQ ano 3 nº12/Agosto 2015 Batata
 
Desperdício de Alimentos.pdf
Desperdício de Alimentos.pdfDesperdício de Alimentos.pdf
Desperdício de Alimentos.pdf
 
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº 1/Maio 2013 - Laranja
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº 1/Maio 2013 - LaranjaBoletim MarkEsalq Ano 1 Nº 1/Maio 2013 - Laranja
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº 1/Maio 2013 - Laranja
 
Apresent rede ecológica consumo consciente - versão 13-10-2013
Apresent rede ecológica   consumo consciente - versão 13-10-2013Apresent rede ecológica   consumo consciente - versão 13-10-2013
Apresent rede ecológica consumo consciente - versão 13-10-2013
 
O trabalho infantil e O desperdício de alimentos
O trabalho infantil e O desperdício de alimentosO trabalho infantil e O desperdício de alimentos
O trabalho infantil e O desperdício de alimentos
 
A cidade e a roça semeando agroecologia - aspta
A cidade e a roça   semeando agroecologia - asptaA cidade e a roça   semeando agroecologia - aspta
A cidade e a roça semeando agroecologia - aspta
 
Goiaba: Características de frutos de um banco de germoplasma
Goiaba: Características de frutos de um banco de germoplasmaGoiaba: Características de frutos de um banco de germoplasma
Goiaba: Características de frutos de um banco de germoplasma
 
PESQUISA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE
PESQUISA, TECNOLOGIA E SOCIEDADEPESQUISA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE
PESQUISA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE
 

More from Ramilson Saldanha

More from Ramilson Saldanha (20)

Meio ambiente
Meio ambienteMeio ambiente
Meio ambiente
 
Bairros
BairrosBairros
Bairros
 
A violência urbana invade o dia a-dia dos jovens
A violência urbana invade o dia a-dia dos jovensA violência urbana invade o dia a-dia dos jovens
A violência urbana invade o dia a-dia dos jovens
 
O sábio e a melancia
O sábio e a melanciaO sábio e a melancia
O sábio e a melancia
 
Charges avaliação
Charges   avaliaçãoCharges   avaliação
Charges avaliação
 
Fato ou inferência
Fato ou inferênciaFato ou inferência
Fato ou inferência
 
Nóis mudemo
Nóis mudemoNóis mudemo
Nóis mudemo
 
Gramática
GramáticaGramática
Gramática
 
Novo acordo ortográfico
Novo acordo ortográficoNovo acordo ortográfico
Novo acordo ortográfico
 
The days of the week
The days of the weekThe days of the week
The days of the week
 
Chapeuzinho vermelho
Chapeuzinho vermelhoChapeuzinho vermelho
Chapeuzinho vermelho
 
Escritores da liberdades
Escritores da liberdadesEscritores da liberdades
Escritores da liberdades
 
Resumo Tp2
Resumo   Tp2Resumo   Tp2
Resumo Tp2
 
Resumo Tp6 Unid 21
Resumo   Tp6   Unid 21Resumo   Tp6   Unid 21
Resumo Tp6 Unid 21
 
Resumo Tp5 Unid 19 20
Resumo   Tp5   Unid 19 20Resumo   Tp5   Unid 19 20
Resumo Tp5 Unid 19 20
 
Oficina X Tp5 Uid 19 E 20
Oficina X   Tp5 Uid 19 E 20Oficina X   Tp5 Uid 19 E 20
Oficina X Tp5 Uid 19 E 20
 
Resumo Tp5 Unid 17 18
Resumo   Tp5   Unid 17 18Resumo   Tp5   Unid 17 18
Resumo Tp5 Unid 17 18
 
áLbum De Fotografias
áLbum De FotografiasáLbum De Fotografias
áLbum De Fotografias
 
Conceitos De Leitura
Conceitos De LeituraConceitos De Leitura
Conceitos De Leitura
 
Resumo TP3 Unid 9
Resumo   TP3 Unid 9Resumo   TP3 Unid 9
Resumo TP3 Unid 9
 

Recently uploaded

Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
azulassessoria9
 
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.pptArtigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
RogrioGonalves41
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
tatianehilda
 

Recently uploaded (20)

Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
Aula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdf
Aula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdfAula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdf
Aula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdf
 
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPoesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptx
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptxCópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptx
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptx
 
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRenascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.pptArtigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
Artigo Científico - Estrutura e Formatação.ppt
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 

Comida jogada fora

  • 1. Comida jogada fora O país de 46 milhões de famintos perde cerca de 35% de todas as frutas e verduras que produz. Estudos da Embrapa mostram que o custo do alimento não aproveitado é alto. Maria Clarice Dias, Correio Brasiliense, 31 de agosto, 2003
  • 2. Os índices de desperdício de alimentos no Brasil, um país com 46 milhões de famintos , batem recordes mundiais. Estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Centro de Agroindústria de Alimentos mostra que o brasileiro joga fora mais do que aquilo que come. Em hortaliças, por exemplo, o total anual de desperdício é de 37 quilos por habitante. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, nas dez maiores capitais do Brasil, o cidadão consome 35 quilos de alimentos ao ano — dois a menos do que o total que joga no lixo.
  • 3. ‘‘ Num país com tantos famintos como é o Brasil, esse desperdício é inadmissível’’ , avalia o químico industrial e responsável pela pesquisa, Antônio Gomes. O trabalho de Gomes e outros estudos brasileiros evidenciam que a média de desperdício de alimentos no Brasil está entre 30% e 40%. Nos Estados Unidos, esse índice não chega a 10%. Não há estudos conclusivos que determinem o desperdício nas casas e nos restaurantes, mas estima-se que a perda no setor de refeições coletivas chegue a 15% e, nas nossas cozinhas, a 20%. A perda de alimentos, na maioria das vezes, ocorre por despreparo das pessoas do ramo da agroindústria e dos consumidores. Na hora da colheita, a uva é arremessada lá do alto da parreira para o chão, sem amortecedor. No transporte, as bananas vêm amassadas pelas caixas de madeira empilhadas umas sobre as outras. Nos centros atacadistas, os abacaxis que vieram amontoados nos caminhões continuam amassados no balcões de venda.
  • 4. Nos mercados, os consumidores (em especial as mulheres) amassam a cebola com as mãos, enfiam a unha no chuchu e quebram a ponta da vagem para checar se o produto tem qualidade. Se o alimento não agradar à exigente compradora, o destino da cebola, do chuchu ou da vagem é o lixo. Ninguém vai querer uma comida amassada ou quebrada. Do total de desperdício no país, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e os últimos 10% ficam diluídos entre supermercados e consumidores. Há cálculos que escancaram o prejuízo social do descuido com a comida. Em 2002, por exemplo, a safra de hortaliças foi de 15,743 milhões de toneladas, que valem em torno de US$ 2.564 milhões. Considerando a perda média de 35% desses alimentos, estima-se que mais de 5,5 milhões de toneladas deixaram de alimentar os brasileiros. Para a sociedade, um prejuízo de US$ 887 milhões . Esse desperdício ajudaria a matar a fome de 53 milhões de pessoas no Brasil.
  • 5. PERDA MAIOR Quem paga a conta do desperdício é o consumidor . Um grupo de pesquisadores da Embrapa Hortaliças, com sede no Distrito Federal, dedicou-se a colocar na ponta do lápis o valor do desperdício que é repassado do vendedor de varejo ao comprador final. Os técnicos fizeram visitas semanais a quatro supermercados da mesma rede varejista do DF durante o ano de 1999 e estudaram o repasse no preço final do tomate, do pimentão e da cenoura. Os resultados estão prontos para serem publicados na revista Ciência e Tecnologia, da Embrapa. O caso do tomate é o mais grave. A perda média do fruto, conforme o levantamento da Embrapa Hortaliças, foi de 30%. Durante o ano da pesquisa, o fornecedor recebeu o tomate por R$ 0,94 o quilo; os consumidores pagaram R$ 1,50. O vendedor, além do lucro e dos custos de produção, cobrou cerca de R$ 0,28 por quilo ao comprador para compensar a perda com os alimentos que ele não conseguiu vender porque ficaram estragados desde a colheita. As médias de repasse para o pimentão e cenoura foram de 40% e 21%, respectivamente.
  • 6. O QUE SE DESPERDIÇA FRUTAS E FRUTOS  Banana 40%  / Morango 40%  / Melancia 30%  / Abacate 26%  / Manga 25%  / Laranja 22% / Mamão 21%  / Abacaxi 20%  Hortaliças Couve-flor 50%  / Alface 45% /Repolho 35%  Fonte: Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa
  • 7. Descuido nos centros de venda O dia mal amanheceu e o chão já está sujo . É alto o risco de tropeçar em restos de comida no Centro Estadual de Abastecimento do Distrito Federal, a Ceasa. A partir das 4h30, produtores de frutas e hortaliças dividem o espaço de distribuição de alimentos para pôr seus produtos à venda. Em menos de duas horas, o chão da Ceasa está colorido de tomates amassados, laranjas caídas, folhas de couve-flor espalhadas por todo o centro. O descuido na hora de manusear os alimentos é explícito. Segundo pesquisa do Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa, 30% de todo o desperdício de comida no país ocorre nesses espaços de vendas no atacado. São centenas de caminhões carregados de alimentos. Em um deles, dois funcionários sobem e pisam nos sacos de batatas para esvaziar a carroceria. Mal se percebe que aquele alimento corre sérios riscos de ficar amassado por causa do jeito grosseiro de tratá-lo. Nos galpões de venda livre — são três —, a couve-flor é espalhada pelo chão para ser vendida. Parece lixo despejado, mas é comida e, segundo os vendedores, não há outra alternativa para expô-la. A média de desperdício da couve-flor, segundo o levantamento da Embrapa, é de 50%. O mais alto entre as hortaliças. Vendo-se a maneira como são jogadas pelo chão, o motivo é claríssimo.
  • 8. DOAÇÃO Diariamente, o produtor Luiz Kitahara, 58 anos, vende verduras e sofre com as folhas que vão ficando ao léu porque sabe que não conseguirá mais vendê-las. Ao fim da manhã, a parte de baixo do balcão de Kitahara está cheia de restos de alface, couve, agrião, cheiro-verde. ‘‘É triste ver ir para o lixo aquilo que eu plantei’ ’, diz. O diretor de abastecimento da secretaria de Agricultura do DF, José Henrique Máximo, conta que, mesmo com os problemas visíveis, o índice de perdas de alimentos na Ceasa caiu muito. Existem no centro dois programas criados para evitar que frutas e verduras acabem no lixo: Desperdício Zero e Minha Sopa . No primeiro, funcionários da Ceasa recolhem os alimentos não vendidos e os separam para doação a entidades cadastradas. No Minha Sopa, os alimentos que não têm como ser doados, por terem partes muito danificadas, servem para fazer comida já pronta. ‘‘Orientamos sempre os produtores a nunca jogar comida fora, qualquer que seja, porque vamos aproveitá-la de alguma maneira’’, conta.
  • 9. Os produtores até se lembram de não jogar no lixo o que não vendem, mas se esquecem de cuidar dos alimentos para que eles sejam mais bem aproveitados no comércio. As bananas chegam empilhadas em caixas de madeira. Vêm verdes, com a casca ainda dura, porém frágeis diante da agressão do transporte e manuseio. As caixas retangulares quase nunca conseguem deixar os frutos intactos. Elas amassam os que estão em cima. Arranham e mancham os guardados nos cantos. E o consumidor, lá no mercado, olhará a banana manchada e machucada e a deixará na gôndola, esperando a hora de ir para o lixo. (MCD)  
  • 10.