O documento discute cardiopatias congênitas cianogênicas, incluindo seus objetivos, a circulação fetal normal, as principais condições como tetralogia de Fallot, atresia tricúspide e anomalia de Ebstein. Ele fornece detalhes sobre a fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento de cada condição.
1. Cardiopatias Congênitas Cianogênicas
Enfº Residente Catiuscia Rebecca
Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco Profº Luiz Tavares
Programa de Especialização em Cardiologia Modalidade
Residência
Maio / 2013
2. • Compreender a circulação fetal normal;
• Reconhecer as principais cardiopatias congênitas
cianogênicas;
• Relacionar a patologia do paciente com a clínica
apresentada, analisando sua evolução.
• Elaborar os cuidados de enfermagem na conduta
imediata ao paciente portador de alguma
patologia congênita.
Objetivos
5. Circulação fetal
• Principais Modificações que ocorrem após o nascimento:
Interrupção da circulação
placentária
Fechamento do canal
arterial
Fechamento do
forame oval
7. Cardiopatias Congênitas Cianogênicas
• Cardiopatias congênitas que cursam com cianose em
repouso.
• Sangue venoso chega à circulação sistêmica sem ser
oxigenado adequadamente.
8. • Etiologia:
Genética;
Ambiental:
- Síndrome da Rubéola Congênita – PCA, estenose de
valva e/ou artéria pulmonar e CIA;
- Lítio – anomalia de Ebstein;
- Síndrome alcoólica fetal – defeitos do septo ventricular.
Cardiopatias Congênitas Cianogênicas
9. • Tetralogia de Fallot;
• Atresia Tricúspide;
• Anomalia de Ebstein;
• Transposição das Grandes Artérias;
• Atresia Pulmonar e Septo Interventricular Íntegro;
• Drenagem Anômala Total de Veias Pulmonares;
• Truncus Arteriosus.
Cardiopatias Congênitas Cianogênicas
14. Tetralogia de Fallot
• Manifestações Clínicas:
Cianose aos esforços e progressiva;
Crises anóxicas ou ataques de dispnéia paroxística: hiperpnéia,
agitação e cianose acentuada;
Cianose generalizada;
Dedos em baqueta de tambor;
Hipodesenvolvimento físico variável;
Anemia;
Hipoxemia e dispnéia Posição genupeitoral.
16. Tetralogia de Fallot
• Diagnóstico:
a) Exames complementares:
Raio – X:
- O fluxo pulmonar
diminuído;
- “Coração em forma de
bota”.
17. Tetralogia de Fallot
• ECG: Padrão de hipertrofia do VD :
onda T ascendente em V1, seguidas de R
amplas e maiores do que S em V6, onda
P elevada.
• ECO:Permite visualizar o tamanho da
CIV, grau de dextroposição da aorta,
grau de estenose infudibular e valvar,
diâmetro do tronco e artérias
proximais.
18. Tetralogia de Fallot
• Tratamento:
Cirúrgico O procedimento paliativo visa aumentar o
fluxo sanguíneo pulmonar. Blalock-Taussig: anastomose
entre as artérias subclávia e pulmonar.
23. Atresia Tricúspide
• Classificação:
Tipo Características Anatômicas
I Concordância ventriculoatrial
IA Ausência de CIV: atresia pulmonar
IB CIV restritiva: estenose pulmonar
IC CIV não restritiva: ausência de estenose pulmonar
II Discordância ventriculoarterial
IIA CIV: atresia pulmonar
IIB CIV: estenose pulmonar
IIC CIV: ausência de estenose pulmonar
III Discordância atrioventricular e ventriculoarterial (L-
TGA)
24. Atresia Tricúspide
• Manifestações Clínicas:
Cianose progressiva
Sopro pelo CIV e estenose pulmonar
Hipofluxo pulmonar: cianose
Hiperfluxo pulmonar: Sinais de ICC (taquicardia, taquidispnéia e
hepatomegalia)
Crianças < 6 meses: crises de hipóxia
Crianças maiores: fadiga, dispnéia aos esforços e baqueteamento
digital
25. Atresia Tricúspide
Diagnóstico:
a)Exame físico :
Abaulamento e impulsões sistólicas na borda esternal
esquerda, por maior dilatação do coração.
2ª bulha hiperfonética decorrente do hiperfluxo pulmonar.
3ª bulha e sopro diastólico por hiperfluxo da valva mitral.
26. Atresia Tricúspide
b) Exames complementares:
RX : aumento do VE, além do aumento do AD. Justaposição
de aurículas. O VD é pequeno ou quase ausente.
27. Atresia Tricúspide
• ECO O mais importante, permitindo diagnóstico mais
preciso das dimensões do VD e da CIV.
• CATE Utilizado em caso de dúvidas diagnósticas.
• ECG Sobrecarga atrial direita associada a sobrecarga
ventricular esquerda.
28. Atresia Tricúspide
• Tratamento:
o Tipos de correção cirúrgica: visa o redirecionamento do fluxo sistêmico:
- Cerclagem do tronco pulmonar (cirurgia paliativa): 4 a 6 meses de idade
- Glenn bidirecional: anastomose entre a veia cava superior e a artéria
pulmonar ipsilateral (cirurgia paliativa – a partir dos 3 anos)
- Fontan modificado (cavopulmonar total – cirurgia corretiva): maior de 4
anos. veias cavas direto para o pulmão, deixando o ventrículo único,
neste caso o esquerdo, para manter exclusivamente o fluxo sistêmico.
29. Anomalia de Ebstein
Conceito:
É uma cardiopatia congênita rara, em que os folhetos
da valva triscúspide não se fixam normalmente em
seu anel.
32. Anomalia de Ebstein
• Características:
Aderência dos folhetos septal e posterior ao miocárdio subjacente;
Deslocamento apical (para baixo) do anel funcional da valva;
Dilatação da junção atrioventricular direita, o verdadeiro anel
tricúspide;
Alterações anatômicas do folheto anterior da valva.
33. Anomalia de Ebstein
• Manifestações Clínicas:
Insuficiência cardíaca precoce acompanhada de
hipodesenvolvimento físico;
Dispnéia;
Cianose;
Arritmias;
Síncopes e morte súbita;
35. Anomalia de Ebstein
ECG aumento do espaço PR e sinais de sobrecarga atrial direita.
O eixo QRS desvia-se para direita, com complexos QRS de duração
aumentada. A onda P é de grande amplitude.
ECO exame complementar de mais valor no diagnóstico.
Observa-se o fechamento da valva tricúspide atrasado em relação ao
da valva mitral.
36. Anomalia de Ebstein
• Tratamento:
- Todo esforço deve ser feito a fim de preservar a valva tricúspide
nativa quando se opta por intervenção;
- Comunicação atrial, se existir, deverá ser fechada.
Grau de cianose e
hipóxia
Insuficiência
Cardíaca Cardiomegalia
37. Sistematização da Assistência de Enfermagem
• Troca de gases prejudicada relacionado a
diminuição do fluxo sanguíneo pulmonar
evidenciado pela cianose central
Estimular o uso de medicação adequada a fim de
estimular a vasodilatação pulmonar;
Desestimular a realização de exercícios que demandem
grande gasto de energia;
Administrar oxigênio sempre que necessário.
38. • Risco para intolerância a atividade
relacionado a desequilíbrio entre oferta e
demanda de oxigênio.
Orientar as atividades apropriadas e regime de exercícios que
inclua exercícios de amplitude de movimentos e deambulação
progressiva.
Avançar as atividades de acordo com a melhor tolerância evitando
atividade excessiva além dos limites tolerados e hipóxia.
Ensinar a pessoa a modificar a abordagem às atividades regulando
o gasto de energia e reduzindo a sobrecarga cardíaca
Monitorar a resposta às atividades.
Sistematização da Assistência de Enfermagem
39. Referências
• Lee Goldman, M.D.; Eugene Braunwald, M.D.; Cardiologia na
Clínica Geral - Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A.,
2000.
• Porto, C.C.; Doenças do Coração: Prevenção e Tratamento – Rio de
Janeiro: Editora Guanabara, 2005, 2ª Edição.
• Pedrosa, L.C.; Alves de Oliveira, W.J.; Doenças do Coração:
Diagnósticos e Tratamento - São Paulo: Editora Revinter, 2011.
• Quilici, A.P.; Bento, A.M.; Ferreira, F.G.; Cardoso, L.F.; Bagnatori,
R.S.; Moreira, R.S.; Silva, S.C.; Enfermagem em Cardiologia - São
Paulo: Editora Atheneu, 2009.