2. Comentários prévios - 1
Data
02/out.
09/out.
16/out.
23/out.
30/out.
06/nov.
13/nov.
20/nov.
27/nov.
04/dez.
13/dez.
Aulas
Tendências e correntes na educação brasileira (Saviani)
Tradições constituição do campo comunicação/educação (Huergo)
A crítica da corrente tecnicista nas perspectivas “crítico-reprodutivista” e
humanista/libertadoras
Perspectivas recentes: cultura da mídia e educação - I (Kellner)
Perspectivas recentes: comunicação, redes, convergência e cultura – II (Jenkins, Ilich, Sibilia)
A construção de uma perspectiva “educomunicativa” (Kaplun, Soares)
Seminários:
Escola Nova e a Comunicação/Educação – Freinet
•
Escola Nova e a Comunicação, desdobramentos no Brasil – Anísio Teixeira / Roquete
•
Pinto
Seminários:
•Corrente tecnicista e a Comunicação/Educação – Skinner
•Crítica da técnica e da educação no pensamento frankfurtiano - Adorno
Seminários:
•A comunicação nas propostas libertadoras: Freire
Entrega de trabalho final
Entrega da Avaliação na Secretaria
Material de apoio: Coleção Educadores - http://www.dominiopublico.gov.br
3. Comentários prévios - 2
Há um texto mais recente de Savini sobre o mesmo
tema, de 2005:
• As Concepções Pedagógicas na História da
Educação Brasileira
Disponível na internet:
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo_036.html
4. Teorias das Educação e concepções
pedagógicas
• Nem toda teoria da educação é teoria pedagógica,
isto é, nem toda teoria educacional volta-se, de
modo estrito, à prática educativa – por exemplo, as
“teorias reprodutivistas” são teorias da relação
entre a sociedade e a educação.
• Por outro lado, as teorias claramente pedagógicas
da educação podem se distinguir quanto ao
enfoque maior na teoria ou na prática, um polo
subordinando mais o outro.
5. Teorias das Educação e concepções
pedagógicas
• Observações importantes:
• Olhar historicizante não deve fazer crer que há rupturas
totais, quer dizer, há convivência entre as teorias da
educação/concepções pedagógicas e cruzamentos entre
elas (traços residuais que persistem, influências, etc.).
• “As novas descobertas das ciências vão tornando as
antigas obsoletas. Isso não acontece com a filosofia e a
teoria educacional. [...] O pensamento pedagógico não é
linear, nem circular ou pendular. Ele se processo com as
ideias e os fenômenos, de forma dialética [....]” (Gadotti)
• Classificação e sistematização produz “tipos ideais” que
são atualizados e desenvolvidos em diferentes
tempos/espaços.
6. Teorias das Educação e concepções
pedagógicas
• As teorias pedagógicas que enfatizam aspectos
teóricos tendem a desenvolver “teorias do
ensino” (como ensinar), e as que salientam a
prática preocupam-se mais com o “como
aprender”, desenvolvendo “teorias da
aprendizagem”.
• Para Saviani (2005), as primeiras teorias (Platão,
teoria cristã, Comênio, Kant, Herbat, “lições de
coisas”, etc.) foram dominantes até o século XIX,
enquanto as segundas adquiriram hegemonia no
século XX (tendo Rousseau como percursor e
continuadores em Pestalozzi, Kierkegaard,
Bergson, escola novistas, construtivistas, etc.).
7. Teorias das Educação e concepções
pedagógicas
• Em resumo, quanto às teorias pedagógicas:
•
•
Teorias de ensino (séc. XIX): métodos de ensino alicerçados em
pressupostos filosóficos e educativos (centro no professor)
Teorias da aprendizagem (séc. XX): métodos de aprendizagem, com
primado nos fundamentos psicológicos da educação (centro no aluno )
• “O professor é um aluno e o aluno é,
sem saber, um professor - e, tudo bem
considerado, melhor será que, tanto o
que dá como o que recebe a instrução,
tenham o menos consciência possível
de seu papel” (Dewey – sociedade /
indivíduo)
8. Tendências e correntes da educação
• Filosofia da educação
• Processo – reflexão radical e rigorosa
• Produto – “ideologia” (orientação para assim)
• Ambas as dimensões são intimamente relacionadas
• Tendências (pressupostos teórico-filosóficos
gerais) do qual decorrem correntes,
eventualmente diversas.
• As concepções de Filosofia da Educação inspiram
as ideias que podem ser classificadas
9. Concepções fundamentais em Filosofia
da Educação
1.Concepção “humanista”
tradicional;
2.Concepção “humanista” moderna;
3.Concepção analítica;
4.Concepção dialética.
10. Concepções fundamentais em Filosofia
da Educação: “Humanista” tradicional
•
Visão essencialista do homem
•
Essencial humana é imutável e cabe à
educação conformar-se a ela
•
Vertentes:
•
•
Religiosa - tomismo e neotomismo: S.
Tomas de Aquino (1225-1274) –
racionalismo aristotélico
Leiga - centrada na ideia de “natureza
humana”: inspira movimentos da escola
para todos e métodos didáticos
formalizados – Herbart (1776-1841)
11. Concepções fundamentais em Filosofia
da Educação: “Humanista” tradicional
•
Perspectiva Religiosa
•
•
Tem suas raízes no pensamento da Idade Média,
com influência direta na “pedagogia brasílica”,
sistema de educação/doutrinação religiosa
adotado na Colônia;
Embora relacionada à Contra-Reforma, tem
relação com a educação protestante também;
•
O papel da educação é moldar a existência
particular e real de cada educando à essência universal e ideal que o
define enquanto humano. Educação serve para atingir perfeição
humana que faz o homem merecer a dádiva da vida sobrenatural;
•
Na modernidade, torna-se conhecida como “Pedagogia Tradicional”,
12. Concepções fundamentais em Filosofia
da Educação: “Humanista” tradicional
Perspectiva Leiga – 5 passos (Herbart)
1- Preparação: o mestre recorda o que a criança já sabe;
2- Apresentação: o conhecimento novo é apresentado;
3- Assimilação: o aluno é capaz de comparar o novo com o
velho;
4- Generalização: além das experiências concretas, o aluno
é capaz de abstrair, chegando a conceitos gerais;
5- Aplicação: através de exercícios, aluno evidencia que
sabe usar e aplicar aquilo que aprendeu.
Influência no pensamento pedagógico
•Caráter de objetividade de análise,
•Tentativa de psicometria,
•Rigor dos passos a serem seguidos para a instrução,
•Sistematização do método de ensino,
•Destaque ao mestre e à educação pela instrução.
14. Concepções fundamentais em Filosofia
da Educação: “Humanista” moderna
• Marcada por diversas correntes de pensamento:
Pragmatismo, Historicismo, Existencialismo,
Fenomenologia.
• Visão de homem centrada na existência, na vida.
• Admitindo a incompletude humana, não vê mais o
adulto como modelo da criança. Daí, centra-se no
aprendiz, considerando as diferenças entre os
indivíduos.
• Preponderância do psicológico sobre o lógico.
15. Pedagogias da essência e existência
Essência
Existência
Platão
Rousseau
Cristianismo
Darwin
Tomismo
Spencer
Escola Tradicional
Escola Nova
Não há síntese (para o autor inalcançável no estado
atual da sociedade, mas alguns, como Durkheim,
tentarem estabelecer mediações entre essas pedagogias.
A concepção positivista de educação de Durkheim
buscou existencializar a pedagogia da essência.
SUCHODOLSKI, B. A pedagogia e as grandes correntes filosóficas. Lisboa,
Horizonte, 1984.
16. Concepções fundamentais em Filosofia
da Educação: concepção Analítica
• Tarefa da Filosofia da Educação é
efetuar a análise lógica da
linguagem educacional
• Tem preocupação com contexto e
fins da educação, do qual deriva
tendência eficientista/produtivista
sobre a educação e a escola
• Pedagogias tecnicistas situam-se
nesse marco filosófico
17. Concepções fundamentais em Filosofia
da Educação: concepção Analítica
• No Brasil, passa a ter forte influência a partir do
regime militar (1964)
• Movimentos de aproximação da tecnologia na
educação: reflexão sobre “tecnologia
educacional”
• Desenvolvimento: teoria do capital humano
(“valor econômico da educação”)
• Para Saviani (2005), é a concepção dominante no
Brasil
18. Concepções fundamentais em Filosofia
da Educação: concepção Dialética
• Interesse pelo homem concreto, síntese
de múltiplas determinações; homem
como conjunto de relações sociais
• Formações sociais, a partir de suas
contradições, engendram suas negações
e superações, desenvolvendo outras
formas sociais
• Nesse sentido, a educação deve colocarse em prol da nova formação social, que
se forma no seio da antiga
19. Concepções fundamentais em Filosofia
da Educação: concepção Dialética
• Crítica à Escola Nova (embora tenha mais
relação com esta do que com Pedagogia
Tradicional) e formulação de projetos de
pedagogia popular
• Politização da prática educativa e denúncia
das ilusões da escolarização na sociedade
de classes (reprodutivistas)
22. Tendências e correntes na Educação
Brasileira
Periodização do modo que se manifestam as
tendências na educação brasileira
Até 1930
1930-1945
1945-1960
1960-1968
1968 em
diante
Predomínio
da tendência
“humanista”
tradicional
Equilíbrio
entre
tendências
“humanista”
tradicional e
“humanista”
moderna
Predomínio
da tendência
“humanista”
moderna
Crise da
tendência
“humanista”
moderna e
articulação
tendência
tecnicista
Predomínio
da tendência
tecnicista
e emergência
das críticas à
pedagogia
oficial e
políticas
educacionais
23. Marcos sociais de embates ou
predomínio de tendências
• Início do século XX: “entusiasmo pela educação” - discussão
sobre escolarização obrigatória – transformar povo em
cidadão (inspiração tendência tradicional)
• No fim, em países como o Brasil, os meios de comunicação
foram mais eficientes na transformação da “massa” em
“povo/nação” – Martín-Barbero, J.
• Criação ABE (Associação Brasileira de Educação) – 1924
(fortalecimento da tendência moderna)
• Tratamento que as constituições dão ao tema da educação
(1930 – equilíbrio de forças e, pós-redemocratização,
evidenciando a hegemonia da tendência “humanista”
moderna)
• Criação INEP (1937), CAPES (1951)
24. Marcos sociais de embates ou
predomínio de tendências
• Criação sistema e Pós-Graduação e reorganização do ensino de 1º
e 2º graus (1968 em diante)
• Forte ênfase no “enfoque sistêmico”, e em temas como a
“operacionalização de objetivos”, “tecnologias de ensino”,
“instrução programada” (paródia crítica: Jesus professor http://mais.uol.com.br/view/e8h4xmy8lnu8/5935594?types=A&)
• Na pesquisa educacional, isso correspondeu a uma forte
dimensão empírica funcionalista (em comunicação e educação)
• Resposta: teóricas críticas da educação (importação) e
desenvolvimento de tendências contra-hegemônicas, bem
como abordagens pós-modernas – de todas as matizes
25. Teorias crítico-reprodutivistas
• A escola funciona como um “Aparelho
Ideológico do Estado” (AIE), ao lado de
outros do mesmo tipo (meios de
comunicação, família, etc.)
• Sua função social é a reprodução social e não
transformações
• Escola mantêm, assegura e legitima
desigualdades sociais
• Cultura legitimada pela escola é a cultura
da classe dominante
• Síntese: sobre o conceito de “capital cultural”
(http://www.youtube.com/watch?v=Qlc6GBeCO50)
26. Teorias crítico-reprodutivistas
• Teoria da dupla escola (Baudelot e Establet):
existência de um sistema “primário profissional” (PP)
e uma escola “secundária superior”
• Influência em certas vertentes críticas da reflexão dos
autores da escola de Frankfurt (Henry Giroux, Peter
McLaren e outros)
• Currículo oculto
• Teoria da “semicultura” (Adorno)
• Autores são criticados por pessimismo e imobilismo,
o que abre caminhos para tendências dialéticas de
renovação da crítica escolar e social (educação como
instrumento de luta)
28. Modelos de Educación y Comunicación
KAPLUN. O comunicador popular, cap. 1.
http://estrategiadidactica.files.wordpress.com/2012/09/kaplun-mario_el-comunicador-popular-cap1.pdf
29. Modelos de Educación y Comunicación
KAPLUN. O comunicador popular, cap. 1.
http://estrategiadidactica.files.wordpress.com/2012/09/kaplun-mario_el-comunicador-popular-cap1.pdf
31. Referências
GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. São Paulo:
Ática, 8ª ed., 1999.
SAVIANI, Demerval. Tendências e correntes da educação
brasileira. In: MENDES, Durmeval Trigueiro (Coord.). Filosofia
da educação no Brasil. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,
1983.
SAVIANI, Demerval. As concepções pedagógicas na história da
educação brasileira. Campinas, agosto 2005.