1) O documento descreve a história e evolução da epidemia de AIDS desde sua descoberta nos anos 1980 até os dias atuais.
2) Atualmente a AIDS é uma doença crônica devido ao tratamento antirretroviral eficaz, porém ainda afeta milhões de pessoas principalmente na África.
3) O diagnóstico e tratamento da infecção pelo HIV melhoraram muito nas últimas décadas, porém o preconceito e discriminação contra portadores do vírus ainda persistem em muitos lugares.
1. AIDS nos dias de hoje
Rodrigo Juliano Molina
Infectologista
Ambulatório de Falha Terapêutica
Universidade Federal Triângulo Mineiro
2. HISTÓRIA DA AIDS
•LINHA DO TEMPO •Esse édesenvolvido o primeiro teste cientistas
••É o períodosurgir casos em os laboratorial
Cientistas e a durante o qual a
•Começampesquisadores começam homens
••para
•O principais acontecimentos foram a •acreditam que surgimento de uma
•O FDA americano aprova o uso do AZT detectarHIV passoue novaheterossexuais
reconhecer o
o o HIV no sanguedoença
• homossexuais nos EUA dos macacos
em nos EUA.
• que
•descoberta de outras drogas como a exemplo destrói o sistema imunológico do corpo,
primeiro •parano Haiti eseus portadores consigam
•(Zidovudina), protease. remédio contrahumanos.na África. Não se sabia a causa.
• o HIV.
• evitando que
•os inibidores de
••No Brasil, para simples. A doençanotificada com
combater infecções cada mulher também
• afeta usuários de drogas injetáveis e pessoas
•A epidemia se alastra na África e no mundo.
•1926 - 1946 •1979 - 1980 • Aids, •1983 25 homens. •1987
existem
• que fazem transfusão de sangue. •1987-2007
•Pré-testes da vacina para o HIV
•1926 - 1946 •1959 •1979 - 1980 •Um homem
• 1981 • 1983 •O1985 Kinshasa, é isolado
morrevírus da AIDS no Congo
• em
•(ex-Zaire), de Aids. É o primeiro caso
•simultaneamente na França e nos
•comprovado do•Estados Unidos.
mundo,
•diagnosticado pelo sangue estocado.
•São identificados doentes no Brasil.
•1959 •1981 •1985
•Fonte: www.sistemas.aids.gov.br Ministério da Saúde.
4. VIROLOGIA
Ciclo de vida do HIV
Genoma HIV: 10.000 pares de bases
Taxa de erro aleatória na transcrição reversa: 1:1000
Replicação rápida
1 mutante para cada 10 vírus novos
Patogêneses diversas
Diferentes resistências a drogas
5. •ADULTOS E CRIANÇAS VIVENDO COM HIV
•ANO 2010
•América do Norte •Europa
•1,3milhões •840 000 •Ásia
•[880 000-2,2 milhões] •[580 000- 970 000] •2,3 milhões
•[580 000- 970 000]
•34 Milhões
•Sul e
•Caribe • Sudeste Asiático
•200 000 •África •4,0 milhões
•[190 000- 320 000] •[50 000-170 000]
•22,9 milhões
•21,7 – 27,7 milhões
•América Latina
•Oceania
•1,5 milhões
•54 000
•[1,3-2,5 milhões]
•[50 000-170 000]
•Fonte: Morbidity and Mortality Weekly Report, Aug. 11, 2011; vol 55: pp 841-854.
6. EPIDEMIOLOGIA
• Mais de 7 mil novas infecções pelo HIV por dia em 2010
– Cerca de 97% ocorreram em países de baixa renda
– Cerca de mil ocorreram em crianças com menos de 15 anos
– Cerca de 6 mil ocorreram em adultos com 15 anos ou mais,
dos quais
• Quase 48% em mulheres
• Cerca de 42% entre jovens de 15 a 24 anos
15. A Nova Cara da AIDS
•Revista Unesp Ciência - Out/2011
•www2.unesp.br/revista/?p=4095
•www.unesp.br/revista/24
16. Heterossexualização
Feminização
Estabilização
Pauperização
Interiorização
Tendências da
epidemia
17. TRANSMISSÃO DO HIV
As principais formas de transmissão do HIV são:
Contato Sexual
Uso compartilhado de drogas intravenosas
Transmissão perinatal ('vertical')
Acidentes com material pérfuro-cortante
(ex.: profissionais de saúde)
Hemotransfusão
18. DIFERENCIAÇÃO LINFÓCITOS
Auxiliares
Linfócitos
T Citotóxicos
Células Tronco Supressores
Linfócitos
Plasmócitos
B
19. CÉLULAS ALVO DO HIV
Células que apresentam o Receptor CD4 e
os Co-receptores CXCR4 ou CCR5, entre elas:
Linfócito Auxiliar T CD4+
Macrófagos
Células Dendríticas
20. INFECÇÃO: RESUMO DO DANO
•Exposição ao HIV
•Linfonodo regional
•Ativação células
T CD4+ e CD8+
•Depleção
linfocitária
intensa
•LPS circulação
•76% casos – 1 cepa sanguínes
•Translocação
•24% casos – 2 a 5 cepas bacteriana
21. HISTÓRIA NATURAL
Transmissão 2 - 3 semanas
viral Síndrome retroviral
aguda
2 - 3 semanas
Recuperação
+
Infecção sintomática /
AIDS Soroconversão
média de 8 anos 2 - 4 semanas
Infecção crônica
assintomática
ÓBITO
22. A PROGRESSÃO DO HIV
Contagem de Células CD4 Carga Viral
Células CD4+
Carga Viral (Cópias por ml)
(Células/mm³)
1000 107
800
1º Fase 2º Fase 3º Fase 106
600 Infecção “Assintomático” AIDS 105
400 104
200 103
0 10²
0 6 12 ← 1 a 15 anos → ← 2 a +3 anos →
[Semanas]
Fonte:Tratado de Medicina Interna CECIL and Col
24. SINAIS E SINTOMAS
1° Fase: Síndrome Retroviral Aguda
Febre * Outros achados:
Cefaléia Ulcerações Mucocutâneas
Mal estar Diarréia
Náuseas
Letargia Vômito
Hepatoesplenomegalia
Mialgia Candidiase Oral
Linfadenopatia
Faringite
Sintomas agudos podem durar em média 2 a 4 semanas,
seguidos de recuperação clínica.
Fonte: Tratado de Infectologia 2° Edição. Autor: Ricardo Veronesi and Col.
25. SINAIS E SINTOMAS
2° Fase: Infecção Latente
Linfadenopatia persistente generalizada.
3 Fase: AIDS
Infecções Oportunistas
Fonte: Tratado de Infectologia 2° Edição. Autor: Ricardo Veronesi and col.
27. DIAGNÓSTICO
O exame deve ser confidencial, possuir
consentimento do paciente e ter
aconselhamento pré e pós-teste. É sempre
importante relatar no prontuário o
CONSENTIMENTO do paciente.
O Ministério da Saúde recomenda que o teste
seja realizado 60 dias após a possível
infecção.
28. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito
pela sorologia - o 'teste anti-HIV'.
A maioria dos indivíduos recém-infectados
apresenta positividade sorológica anti-HIV após
6-12 semanas do contágio e quase todos
(95% dos casos) após 6 meses.
ELISA 4G a janela imunológica é de
22 dias, 16 dias quando é usado o
teste de antígeno p 24 e de 12 dias
quando usado o RNA viral.
29. ELISA (ANTI-HIV)
Detecta a presença de anticorpo em um soro
com o auxílio de uma reação enzimática.
Deve ser repetido em caso de resultado
Positivo.
30. WESTERN-BLOT
Possui sua alta especificidade (99,7%), é
considerado exame confirmatório;
praticamente não existem falsos-positivos.
33. TRATAMENTO
Medicações disponíveis
Inibidores de entrada (fusão e quimiocinas)
Inibidores da transcriptase reversa análogos
nucleosídeos/nucleotídeos
Inibidores da transcriptase reversa não-análogos
nucleosídeos
Inibidores da protease
Inibidores da integrase
34. TRATAMENTO
Condição Clínica Numero de Recomendação
LinfócitosCD4+/mm³
Assintomático NÃO DISPONÍVEL NÃO TRATAR
> 500 Recomendar inicio de TARV na
coinfeccao HIV-HBV com indicação
de tratamento para hepatite
Considerar inicio de TARV nas
seguintes situações:
- Neoplasias não definidoras de aids
com indicação de quimioterapia
ou radioterapia
- Doença cardiovascular estabelecida
ou risco cardiovascular elevado
< 500 TRATAR
Sintomático INDEPENDENTE TRATAR
Fonte: Ministério da Saúde – Consenso Brasileiro – 2013.
35. TRATAMENTO
• Gestantes
• Independente do CD4 Iniciar TARV
• PVH em parceria sorodiscordante
• Independente do CD4 Oferecer TARV na
perspectiva de redução da transmissibilidade do HIV. A
decisão deve ser individualizada, considerando
motivação da PVHA
36. TRATAMENTO
Esquemas recomendados para terapia inicial
ITRNN Preferencial
2 ITRN +
IP Alternativo
37. TRATAMENTO
Esquema antirretroviral em pacientes virgens de
tratamento
AZT (ou TDF) + 3TC + EFV
Preferencial ITRNN
AZT (ou TDF) + 3TC + NVP
Alternativo IP/r AZT (ou TDF) + 3TC + LPV/r
38. TRATAMENTO
Escolha da terapia antirretroviral em situações especiais
Condição
Recomendação Comentários
Clínica
A dupla de ITRN/ITRNt
Hepatite B Essa dupla tem ação contra o HBV
preferencial é TDF + 3TC
A dupla de ITRN/ITRNt Evitar uso de TDF em razão da
Nefropatia
preferencial é AZT + 3TC nefrotoxicidade
Evitar uso de IP/r
EFV deve preferencialmente
Tuberculose Iniciar TARV entre a 2ª e a 8ª semana após
compor o esquema
o início do tratamento de TB
Esquema preferencial deve ser
Gestação EFV é contraindicado
AZT + 3TC + LPV/r
39. Benefícios e Consequências da TARV
TARV: CV indetectável
Supressão em virgens ou não
Grande redução da mortalidade
Taxas próximas do normal
↑ comorbidades (coração, fígado)
↑ toxicidade medicamentosa
Resistência à múltiplos ARVs
Envelhecimento precoce
41. AIDS E PRECONCEITO
BRASIL
ÁFRICA
O Austrália tem leisafricanos estão podem ser
Governos minuciosas que
A país se defende alegando que os Imigrantes
Um dos tipos de discriminação
usadas para negando que pessoas com doenças
impedir práticas de
Soropositivos:
mais comuns vividos por
prevenção ao vírus HIV,
contagiosas entrem no país. Candidatos a imigrantes
portadores de HIV ocorre no
como aconselhamento,
precisam fazer testes de rotina para detectar AIDS, e
Dificultam o acesso dos australianos aos serviços
trabalho. Seja no processo de
de combateusadas e tratamento, a entrada de pessoas
as leis sãoexames para impedir pessoas
a AIDS.
contratação, seja em
homossexuais, bissexuais e
infectadas.
demissões sem justa causa.
transexuais.
Aumentam os gastos financeiros da nação.
33 países punem estas práticas sexuais.
Fonte: Organização Internacional dos Direitos Humanos
Fonte: BBC Brasil Imagens: NASA
43. PREVENÇÃO
Uso de preservativos
Uso de agulhas e seringas descartáveis
Esterilização adequadas de materiais pérfuro-cortantes
Transfusão de hemoderivados provenientes de hemocentros
Uso de AZT na profilaxia para a gestante durante o parto
Uso de AZT no recém nascido exposto
EPI para profissionais da saúde