Três processos tecnológicos interferem claramente na criação e disseminação da Cultura em nossa sociedade contemporânea. Primeiro, trata-se daquele que reaproxima as artes das tecnologias após um longo período de separação ocorrido a partir do Renascimento e pela lógica das especializações que tanto encantaram a Modernidade. O segundo advém das implicações que as tecnologias digitais impuseram ao ecossitema comunicacional. As possibilidades interativas nas redes geraram uma grande mudança nos processos de distribuição de produtos culturais e trouxeram uma crise para os modelos de intermediação consolidados no mundo industrial. O terceiro processo é o que transformou o software na principal mídia da sociedade informacional. Desse modo, a produção e a gestão culturais está sendo afetada e requer novas posturas e iniciativas. A apresentação tratará desses três processos e de sua relevância para a ação cultural na atualidade.
3. @samadeu
O primeiro reaproximou as artes das tecnologias
após um longo período de separação ocorrido a partir
do Renascimento e consolidado pela lógica das
especializações que tanto encantaram
a Modernidade.
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6. @samadeu
O segundo advém das implicações que
as tecnologias digitais impuseram para o
ecossistema comunicacional.
As possibilidades interativas nas redes geraram
uma grande mudança nos processos de distribuição
de produtos culturais e trouxeram uma crise para os
modelos de intermediação consolidados no
mundo industrial.
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9. @samadeu
O terceiro processo é o que transformou
o software na principal mídia da sociedade
informacional. Desse modo, a produção e a gestão
culturais está sendo afetada e requer novas
posturas e iniciativas.
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12. @samadeu
As tecnologias industriais especializaram as artes e
criaram as condições de propriedade intelectual que
vivemos durante todo o século XX.
13. @samadeu
As tecnologias de gravação mudaram
o mundo da música...
Mudou a produção, a audição, a distribuição e a relação
com o público, permitiu e massificação e a apropriação
privada pelo controle do suporte.
46. @samadeu
Softwares são tão relevantes para a música quanto os
instrumentos musicais...
Softwares adquirem papel decisivo
na produção audiovisual...
47. @samadeu
Não podemos mais pensar na
produção cultural sem pensarmos no software
como metaplataforma de criação.
48.
49. @samadeu
Vilém Flusser:
“… O poder passou do proprietário para o
programador de sistemas. Quem possui o aparelho não
exerce o poder, mas quem o programa e quem realiza o
programa. O jogo com símbolos passa a ser jogo do
poder. Trata-se, porém, de jogo hierárquicamente
estruturado. O fotógrafo exerce poder sobre quem vê
suas fotografias, programando os receptores.”
...
50. @samadeu
Vilém Flusser:
“…O aparelho fotográfico exerce poder sobre o
fotógrafo. A indústria fotográfica exerce poder sobre o
aparelho. E assim ad infinitum. No jogo simbólico do
poder, este se dilui e se desumaniza.”
...
51. @samadeu
Vilém Flusser:
“… Eis o que sejam “sociedade informática”
e “imperialismo pós-industrial”. Tais considerações
permitem ensaiar definição do termo aparelho. Trata-se
de brinquedo complexo; tão complexo que não poderá
jamais ser inteiramente esclarecido.”
...
52. @samadeu
Vilém Flusser:
“… Seu jogo consiste na permutação de símbolos
já contidos em seu programa. Tal programa se deve
a meta-aparelhos. O resultado do jogo são outros
programas. O jogo do aparelho implica agentes
humanos, “funcionários”, salvo em casos de automação
total de aparelhos. Historicamente, os primeiros
aparelhos (fotografia e telegrafia) foram produzidos
como simulações do pensamento humano, tendo,
para tanto, recorrido a teorias científicas.”
...
53. @samadeu
“… Em suma: aparelhos são caixas pretas que simulam
o pensamento humano, graças a teorias científicas, as
quais, como o pensamento humano, permutam símbolos
contidos em sua “memória”, em seu programa. Caixas
pretas que brincam de pensar.”
Vilém Flusser, Filosofia da Caixa Preta.