O documento discute a pedagogia de projetos, definindo-a como uma proposta de intervenção pedagógica que dá um novo sentido à atividade de aprender. A pedagogia de projetos coloca o aluno como sujeito do processo de aprendizagem, gestor da própria aprendizagem, enquanto o professor assume o papel de orientador. O documento também discute os desafios, características, objetivos e etapas de elaboração de projetos, assim como problemas comuns e condições para o sucesso desta abordagem pedagóg
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Origem
início do século XX (John Dewey): educação é um
processo de vida e não uma preparação para a
vida futura e a escola deve representar a vida
presente.
Definição de projeto
Projeto não é um plano de trabalho ou um
conjunto de atividades bem organizadas;
É uma proposta de intervenção pedagógica que
dá à atividade de aprender um sentido novo.
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As necessidades de aprendizagem aparecem nas
tentativas de resolver situações-problema.
Gera situações de aprendizagem ao mesmo tempo,
reais e diversificadas.
Possibilita aos alunos (aprendizes), ao decidirem,
opinarem, debaterem: construir sua autonomia e seu
compromisso com o social, formando-se como sujeitos
culturais.
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Objetivo: Levar o aluno a compreender e resolver uma
situação-problema, desenvolvimento de
competências
Características: Retira o foco do “conteúdo que o
professor quer ensinar”, permitindo que o aluno
estabeleça um vínculo com a aprendizagem,
minimizando os obstáculos que possam aparecer no
processo de desenvolvimento das quatro
competências.
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Desafios para o professor
Deixar de dar aulas para fazer aulas
(compromisso de alunos e professores)
• revisão da aula expositiva como única ou melhor
forma
• aprendizagem por problemas
• aprendizagem por pesquisa
• estudos de meio
• pedagogia de projetos
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Papel do professor
Autonomia: capacidade
de o estudante ser sujeito
do processo de ensino-
aprendizagem
Parceria com o estudante,
orientando-o para o diálogo
autônomo, o trabalho em projetos
e a aprendizagem por pesquisa
Diálogo: forma
autônoma de
ensino-
aprendizagem
Problematizar situações,
dialogar, contextualizar. O que é
problema?
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“A educação deixa de ser centrada em conteúdos disciplinares
(conteudocêntrica) e passa a ser centrada no desenvolvimento
de competências e habilidades... deixa de ser centrada no
ensino (didatocêntrica) e passa a ser centrada na
aprendizagem... deixa de ser centrada no professor
(magistrocêntrica) e passa a ser centrada no aluno... deixa de
ser algo passivo para o aluno e passa a ser algo no qual ele
ativamente participa”
[Eduardo Chaves]
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• Estabelecer um objetivo e exigir que as metas
sejam cumpridas.
• O projeto avança à medida que as perguntas
são respondidas.
• O projeto deve estar alicerçado nos conteúdos
do curso e pode ou não ser interdisciplinar
• Antes, defina os problemas a resolver. Depois,
escolha a(s) disciplina(s). Nunca o inverso.
• A conclusão pressupõe um produto final.
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Roteiro para elaboração de projetos
1. Definição do tema
2. Definição dos objetivos gerais
3. Definição dos objetivos específicos
4. O Projeto e a proposta pedagógica do curso
5. Justificativa
6. Metodologia
7. Atividades
8. Acompanhamento, avaliação e disseminação
9. Finalização
Este roteiro pode ter diferentes variáveis / versões
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1. Definição do tema
1. A participação dos alunos é essencial. Eles sabem melhor
do que ninguém quais temas têm interesse de aprender.
2. Como o projeto pode ser multidisciplinar, é fundamental
que o tema possa ser trabalhado sob a ótica de diferentes
disciplinas.
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2. Definição dos objetivos gerais
1. O que se pretende alcançar com o projeto?
2. O que o projeto deve mudar (na disciplina, na escola, nos
conteúdos etc) em termos de formas de trabalho,
modalidades de aprendizagem e envolvimento dos alunos?
3. Quais competências específicas serão desenvolvidas pelos
alunos com a participação nas várias fases do projeto?
4. Que impacto o projeto terá sobre ambiente interno ou
externo à instituição?
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3. Definição dos objetivos específicos
Os objetivos específicos do projeto são objetivos mais
precisos e detalhados, que, mantendo a coerência com os
objetivos gerais, serão buscados por meio de atividades
específicas.
Uma maneira útil de pensar os objetivos específicos é
considerá-los como soluções para problemas
razoavelmente bem delimitados. Em um projeto cujo tema,
por exemplo seja Meio Ambiente, um dos objetivos
específicos pode ser, por exemplo, tornar mais agradável,
limpo, saudável e bonito o ambiente da própria instituição.
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4. O Projeto e a proposta pedagógica do curso
Ao elaborar o projeto, deve-se considerar como ele vai se
relacionar com a proposta pedagógica do curso. Tanto na
fase de elaboração como nas fases de execução e
avaliação, o projeto deve levar a instituição a refletir sobre
sua proposta pedagógica e buscar formas de aperfeiçoá-
la.
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5. Justificativa
Procure respostas claras para as seguintes questões:
1. Por que é importante fazer o projeto?
Deve-se refletir sobre o motivo que faz valer a pena realizar
esse projeto.
2. Quem se beneficiará?
É importante relacionar quem vai se beneficiar direta e
indiretamente com o projeto, detalhando os vários
segmentos e concentrando sua atenção nos alunos, razão
de ser da instituição.
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6. Metodologia
1. Colaborativa, envolvendo equipes cujos membros conjugam
esforços na consecução de um fim comum.
2. Integrativa, envolvendo professores, alunos e, se possível,
funcionários e até mesmo membros da comunidade externa.
3. Multidisciplinar, envolvendo pessoas cuja formação,
atividade profissional e interesses abranjam as diferentes
disciplinas em que hoje se segmenta o trabalho acadêmico.
4. Abrangente quanto às competências dos participantes,
envolvendo alunos de diferentes anos numa mesma equipe.
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7. Atividades
O quê? – especifique a atividade a ser realizada.
Com que fim? – que habilidades e competências serão
desenvolvidas com a execução desta atividade.
Como? – métodos adotados para realizar a atividade.
Quando? – como a atividade vai se situar dentro do semestre letivo
e da grade curricular.
Onde? – local onde será realizada: sala de aula, laboratórios,
biblioteca, fora da instituição etc.
Quem? – quem são as pessoas envolvidas na atividade: alunos,
professores etc.
Com o quê? – recursos materiais necessários para desenvolver
cada atividade.
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8. Acompanhamento, avaliação e disseminação
Definir e relacionar as formas de acompanhamento e
registro dos efeitos do projeto, tais como reuniões de
acompanhamento, relatórios ou outros meios
Relacionar os indicadores dos efeitos do projeto, à medida
em que suas atividades forem sendo realizadas
Descrever os meios que utilizará para registrar e divulgar os
resultados do projeto. Outras pessoas podem aprender com
essa experiência
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Em resumo...
• parte-se de um tema ou de um problema acordado com
a turma
• inicia-se um projeto de pesquisa
• buscam-se e selecionam-se fontes de informação
• estabelecem-se critérios de ordenação e de interpretação
das fontes
• recolhem-se novas dúvidas e perguntas
• estabelecem-se relações com outros problemas
• representa-se o processo de elaboração do conhecimento
que foi seguido
• recapitula-se (avalia-se) o que se aprendeu
• conecta-se com um novo tema ou problema
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Problemas comuns
Objetivo confuso: Projeto com objetivo confuso tem alta
probabilidade de fracasso. Não se sabendo onde se deve
chegar, não se chega a lugar nenhum.
O objetivo confuso pode ter várias origens:
•1. O problema não foi estudado e entendido corretamente.
Houve pressa em iniciar, sem clareza do problema.
•2. Coordenador e equipe não entendem o problema e
fazem suposições incorretas sobre o resultado a ser
alcançado.
•3. Objetivo claro, mas não coerente com o problema. O
resultado a ser alcançado é incompatível com o problema.
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Problemas comuns
Execução confusa:
•1. As regras de decisão são imprecisas. Não há políticas
nem procedimentos para resolver problemas e conflitos.
•2. Autoridade e responsabilidade estão indefinidas. Não se
sabe direito quem tem poderes e atribuições para quê.
•3. Atividades não são coerentes com o objetivo. Isso pode
ocorrer mesmo quando o problema e o objetivo são
coerentes.
•4. A previsão de recursos é incoerente com as atividades.
Os recursos podem ter sido subestimados ou
superestimados.
•5. A atividade avança muito sem que pelo menos as
intenções básicas do projeto estejam bem definidas.
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Problemas comuns
Falhas na execução: Projetos podem ser muito bem
planejados e organizados, mas isso ainda não é garantia de
sucesso. Podem ocorrer falhas na execução.
Uma das mais comuns é um detalhe vital que não funciona
e põe tudo a perder, simplesmente porque todo mundo
achou que era importante demais e que outra pessoa iria
cuidar daquilo
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Problemas comuns
Dificuldades (normalmente) apresentadas pelos alunos:
•Resistência à metodologia de ensino por competência,
estão acostumados à educação bancária
•Falta de hábito de leitura, portanto, têm dificuldades de
interpretação de textos, tabelas, gráficos
•Comunicação por meio de linguagem escrita
•Selecionar e avaliar fontes de pesquisa
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Condições para o êxito
Definição do problema:
Uma vez decidida a realização de um projeto, deve-se
discutir exaustivamente como o problema pode ser
resolvido e as características do resultado final, descritas nos
objetivos do projeto ou em suas metas.
Sempre que possível, o próprio título do projeto deve indicar
as características do resultado final.
Quanto mais tarde se deixa para realizar essas discussões e
definições, mais difícil se torna a implementação do projeto.
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Condições para o êxito
Envolvimento da equipe:
Quanto mais o projeto representa um desafio para a equipe
envolvida, maior é a probabilidade de que venha a ter
sucesso.
Projetos bem-sucedidos criam na equipe uma sensação de
propriedade: “Este é o nosso projeto, o problema que temos
de resolver”.
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Condições para o êxito
Planejamento.
Criar um cronograma de providências e resultados bem
elaborado, a partir do qual, os participantes possam
controlar o bom andamento dos trabalhos.
Prever problemas que possam surgir em sua implantação e,
com a antecedência necessária, preparar-se para resolvê-
los, caso eles realmente aconteçam.
Eleger um coordenador é também uma providência
necessária para que um projeto seja bem implementado e
atinja a meta definida.
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Sugestões bibliográficas
CHASSANNE, J. A pedagogia de projecto, última metamorfose da pedagogia
renovada? In:
Trabalho de projectos: leituras comentadas. 3. ed. Portugal: Edições Afrontamento,
1993.
(coleção Ser Professor) p.30-35.
HERNÀNDEZ, F. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho.
Fernando
Hernández. Trad. Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artmed, 1998.
HERNÁNDEZ, Fernando. Repensar a função da escola a partir dos projetos de
trabalho. In:
Revista Pátio. Ano 2, n.6, p.27-31, ago/ out 1998.
HERNÁNDEZ, F. & VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de trabalho:
o
conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
LEGRAND, Louis. A pedagogia do projecto. In: Trabalho de projectos: leituras
comentadas. 3.
ed. Portugal: Edições Afrontamento, 1993. (coleção Ser Professor) p.36-39.