O número de empresas com contas em atraso cresceu 7,46% em abril de 2015 comparado ao mesmo mês do ano anterior. Economistas atribuem isso ao cenário econômico de baixo crescimento que compromete o fluxo de caixa das empresas. Dívidas com vencimento de até 90 dias tiveram maior alta. O setor de serviços apresentou o maior crescimento na inadimplência (11,83%) e o Sudeste concentra a maior parte das empresas inadimplentes (43,58%).
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Número de empresas com contas em atraso cresce 7,46% em abril
1. Número de empresas com contas em
atraso cresce 7,46% em abril
Para economistas do SPC Brasil, cenário econômico de baixo crescimento compromete
fluxo de caixa das empresas. Dívidas com vencimentos de até 90 dias têm maior alta
O volume de empresas com dívidas atrasadas registrou nova alta no último mês de
abril. De acordo com o indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC
Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a quantidade de
empresas inadimplentes apresentou crescimento de 7,46% em abril de 2015 na
comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi a terceira aceleração
consecutiva no ano – em janeiro, a alta havia sido de 5,89% na base anual.
Já na passagem de março de 2015 para abril do mesmo ano, sem ajuste sazonal,
houve crescimento de 1,82% na quantidade de pessoas jurídicas
inadimplentes. Além do aumento no número de empresas inadimplentes, a
aceleração atingiu também a variação da quantidade de dívidas em atraso em
nome de pessoas jurídicas: 7,01% a mais em abril deste ano, em relação a abril
do ano passado, depois de atingir, em janeiro de 2015, o menor valor da série
histórica (3,49%).
Na comparação mensal, isto é, entre abril de 2015 e março do mesmo ano, as
dívidas com vencimento mais recente – atrasadas no período de até 90 dias –
apresentaram crescimento de 9,51%, a maior alta para os meses de abril desde
2010. Na opinião dos economistas do SPC Brasil, o dado demonstra que nos últimos
meses os empresários brasileiros passaram a enfrentar um cenário mais adverso
para pagamento de dívidas.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, esclarece que a dificuldade dos
empresários em manter os compromissos financeiros em dia está relacionada à atual
conjuntura econômica de baixo crescimento, quedas da produção industrial, além de
inflação e juros em patamares elevados. "O resultado reflete o cenário econômico
adverso de menor dinamismo da economia e maior restrição ao crédito, fatores que
afetam a capacidade de pagamento tanto das famílias como das empresas", explica
a economista.
2. Comércio concentra quase a metade das dívidas não pagas
No mês de abril, todos os ramos da economia apresentaram crescimento no número
de empresas inadimplentes. A abertura do indicador por segmento revela que o setor
de serviços, composto principalmente por bancos e financeiras, foi o que apresentou
maior crescimento: alta de 11,83% na comparação entre abril de 2015 contra o
mesmo mês do ano passado. A segunda maior alta ficou por conta das indústrias
(8,36%), seguida pelos comerciantes (6,72%) e também pelas empresas que
formam o ramo da agricultura (6,52%).
O setor do comércio concentra sozinho quase a metade (49,48%) do total de
empresas que devem a outras empresas jurídicas. Dentre os setores credores, ou
seja, aqueles que deixaram de receber os valores que lhes são devidos, o segmento
de serviços, que engloba bancos e financeiras – instituições responsáveis por
conceder empréstimos e linhas de financiamento -, é quem mais se destaca,
concentrando 70,85% de todas as dívidas no Brasil.
Sudeste lidera inadimplência
O Sudeste, responsável pela principal fatia do PIB nacional, é a região que concentra
a maior parte das pessoas jurídicas inadimplentes (43,58%), seguido pelo Nordeste
(19,38%) e pelo Sul (16,99%). Os economistas do SPC Brasil esclarecem que a
posição de destaque do Nordeste no ranking da inadimplência das empresas se
explica pelo fato de a região ter crescido de modo muito acelerado nos últimos anos,
com muitas empresas lidando ainda recentemente com os novos instrumentos de
financiamento.
O maior crescimento no número de empresas inadimplentes também foi registrado
pelo Sudeste, onde a quantidade de devedores aumentou 7,73%, seguido pelo
Nordeste, cuja alta anual foi de 7,30%. O avanço menos expressivo ficou por conta
do Sul, cuja variação apresentada no período foi de 2,79%. As regiões Centro-Oeste
e Norte apresentaram crescimento de 4,11% e 3,88%, respectivamente, na
quantidade de empresas que não honraram compromissos financeiros.
Metodologia
Os indicadores de inadimplência das empresas sumarizam todas as informações
disponíveis nas bases de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). A
3. abrangência é nacional, com informações de capitais e interior de todos os 26
estados da federação, além do Distrito Federal.
Baixe a série histórica em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-
economicos
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