O documento resume um livro sobre estratégia de negócios que discute dez escolas de pensamento estratégico, divididas em três grupos. O livro usa uma fábula e analogias para explicar como cada escola fornece uma perspectiva parcial sobre estratégia. Ele também discute definições e áreas de concordância sobre estratégia corporativa.
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Resenha do livro Safári de Estratégia
1. Resenha do livro Safári de Estratégia
por Tiago Bartz Schneider
Logo no capítulo de introdução ao livro, é encontrada uma fábula, os cegos
e o elefante, onde fica entendido que o todo não é somente formado por uma
parte, uma única visão, nem pela simples soma das partes, pois é muito mais
complexo que isso. Entretanto, para ver o todo, é necessário saber as partes que
o compõem.
No livro Safari de Estratégia, o todo que foi citado acima se refere à
estratégia, e as partes se referem às “Escolas de Pensamento”, ao todo dez
escolas, que são os dez pontos de vista distintos, a maioria dos quais se reflete
na prática gerencial. Estes pontos, por sua vez, têm perspectivas únicas e
focalizam um aspecto importante do processo de formulação de estratégia, todas
com certa dose de exagero. Portanto, no livro, são salientados tanto as limitações
das escolas quanto suas contribuições, sempre fazendo analogia a um elefante
(estratégia), por isso do nome safari do título, e as partes do elefante com as
visões percebidas pelas diferentes escolas de pensamento.
As escolas são divididas em três grandes grupos, no qual o primeiro grupo
é o das escolas de natureza prescritiva, que estão mais preocupadas em como as
estratégias devem ser formuladas do que em como são efetivamente formuladas.
O grupo de escolas de natureza prescritiva é formado pelas escolas de design,
planejamento e posicionamento. O segundo grupo é composto por seis escolas
de natureza descritiva. Elas consideram aspectos específicos do processo de
formulação de estratégias e preocupam-se menos com a prescrição do
comportamento estratégico ideal e mais com a descrição de como as estratégias
são, de fato, e como se desdobram. O terceiro e último grupo é composto por
uma única escola (de configuração) onde é descrito os estados da organização e
dos contextos que a cercam, e o processo de geração de estratégias. A primeira
parte é chamada de configuração, a segunda de transformação.
2. O autor conceitua estratégia segundo Wright, como sendo os planos da
alta administração para atingir resultados consistentes com as missões e
objetivos da organização, mas diz que estratégia requer uma série de definições,
ao menos cinco em particular, com base em Mintzberg:
1. Estratégia entendida como plano (curso pretendido); idéia de futuro.
2. Estratégia entendida como padrão (comportamento ao longo do tempo);
idéia de olhar voltado para o passado.
3. Estratégia é uma posição (posição de uma empresa no mercado).
4. Estratégia é uma perspectiva (uma forma específica de fazer as coisas).
5. Estratégia é um truque: uma manobra para enganar oponentes.
São apresentados áreas gerais de concordância à respeito da natureza da
estratégia, em quadros resumos, e um breve relato da administração estratégica
como disciplina acadêmica (Sun Tzu e A Arte da Guerra são citados nessa
parte).
O lado “bacana” do livro está não só em suas analogias (gostaria que
existisse alguma voltada ao futebol ou games), mas nos exemplos práticos que
são citados e na linguagem simplicista utilizada, atrelado a citações de autores
discutidos durante o curso de administração. As figuras e desenhos presentes no
livro ajudam a ilustrar as situações e mesmo os conceitos, sendo de fácil
entendimento para a maior parte das pessoas.
O livro se afasta da visão tradicional tentando prover uma avaliação mais
ampla e equilibrada do campo da estratégia, mostrando suas contradições e
controvérsias, o que chama muito a atenção.