SlideShare a Scribd company logo
1 of 9
Download to read offline
A representação do espaço
geográfico: linguagem
cartográfica e leitura de mapas




N     a hora de viajar é sempre útil ter u m mapa da região que vamos visitar ou das estradas
      que vamos percorrer. Muitas vezes no dia a dia também precisamos consultar u m mapa
ou u m guia da cidade para localizar uma rua ou u m bairro. Para ler u m mapa ou uma carta,
precisamos conhecer a linguagem cartográfica.



IjTipos de mapas ou cartas
     Os mapas e as cartas são o resultado visível da re-
presentação do espaço geográfico pela cartografia.
     Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-
tica (IBGE), "mapa é a representação no plano, normal-
mente em escala pequena, dos aspectos geográficos, natu-
rais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfí-
cie de uma figura planetária, delimitada por elementos
físicos ou político-administrativos, destinada aos mais va-
riados usos — temáticos, culturais e ilustrativos".
     O I B G E considera "carta a representação no pla-
no, em escala média ou grande, dos aspectos artifi-
ciais e naturais de u m a área tomada de u m a super-
fície planetária, subdividida em folhas delimitadas
por linhas convencionais — paralelos e meridianos
—, c o m a finalidade de possibilitar a avaliação de
pormenores, em grau compatível c o m a escala".
Portanto, basicamente a diferença entre as duas     exemplo, no mapa do Brasil, no mapa-múndi, no
representações está n a escala utilizada para a sua     mapa da Europa. A s cartas são construídas em es-
construção. O s mapas são desenhados e m escala         calas maiores. Por isso, são mais precisas e mostram
menor e contêm representações mais generalizadas.       muito mais detalhes, como as cartas náuticas, as car-
Essas características p o d e m ser observadas, p o r   tas cadastrais urbanas e as de navegação aérea.
                                                             Quanto a finalidade, os mapas e as cartas podem
                                                        ser classificados em:
 Mapa geral: Brasil político                                                  » Gerais: contêm informações
                                                          OCEANO                  sobre temas variados (divisão
                                                         ATLÂNTICO               política, cidades, rios, monta-
                                                                                 nhas, etc). Geralmente são ela-
EQUADOR                                                                          borados em escala pequena.
                                                                              » Temáticos: fazem referência a
                                                                                 u m determinado aspecto da
                                                                                 geografia. Em geral, os mais uti-
                                                                                 lizados são os mapas topográfi-
                                                                                 cos, que mostram detalhes do
                                                                                 relevo terrestre. Entre outros ma-
                                                                                 pas temáticos, podemos citar os
                                                                                 mapas climáticos, demográficos,
                                                                                 geológicos e os que representam
                                                                                 impactos ambientais. Veja, por
                                                                                 exemplo, o mapa abaixo.
                                                                              » Especiais: atendem às necessida-
                                                                                 des de profissionais de diferentes
                                                                                 áreas, como geólogos e meteo-
                                                                                 rologistas, fornecendo informa-
                                                                                 ções técnicas bastante específicas,
                                                                                 como as cartas náuticas, aeronáu-
                                                                                 ticas, militares, e os mapas meteo-
                                                                                 rológicos, entre outros.
Quanto à representação,            os mapas e as cartas po-
dem ser:
» Planimétricos:       sem representação do relevo.
» Planialtimétricos:        com representação do relevo.
    De acordo com a escala, podemos classificar os ma-
pas e as cartas em:
» Cadastrais: com escala até 1:25 000.
» Topográficos: com escala de 1:25 000 até 1:250 000.
» Geográficos:      c o m escala de 1:1 000 000 e escalas
  menores.



2)A linguagem dos mapas
    Na representação da superfície terrestre, os cartó-
grafos usam uma linguagem própria — a linguagem
dos mapas ou linguagem cartográfica. Por meio dos
mapas podemos obter informações sobre o fenó-
meno geográfico representado e tirar nossas pró-
prias conclusões.




   Leitura e reflexão
  CARTOGRAFIA, T E R R I T Ó R I O                                   Provavelmente seja por causa d a s muitas lendas
  E PODER: DIMENSÃO T É C N I C A                                    que ainda estão a s s o c i a d a s a o s mapas. N e s s e

  E POLÍTICA NO USO DE MAPAS                                         universo imagético, o m a p a é u m dos atores m a i s
                                                                     i n t e r e s s a n t e s e não m e n o s m i s t e r i o s o s . Q u e m já
       Imagem representativa da natureza visível, o
                                                                     não ouviu f a l a r do m a p a da "Ilha do T e s o u r o "
  mapa é a construção mais lógica e rigorosa do
                                                                     Ique inspirou o e s c r i t o r e s c o c ê s Robert L o u i s
  mundo das imagens. Há, contudo, quem pense que
                                                                     Stevenson a redigir u m a d a s obras de ficção m a i s
  seja obra apenas de especialistas e acessível a                    lidas do f i n a l do século XIX), do " m a p a da m i n a " ,
  poucas pessoas. Mas, ao longo da História, o mapa                  do " m a p a do m u n d o e n c a n t a d o " ou até m e s m o
  tem sido objeto de usos mais diversos, sobretudo                   do " m a p a do m u n d o da u t o p i a * " ?
  no campo político e militar. N ã o é, portanto, de
                                                                           P o r causa dessa aura que envolve o mapa é
  estranhar que o mapa também sirva para fazer a
                                                                     que se criou e m torno dele e, sobretudo, e m torno
  guerra. Sua maior utilidade, porém, é para                         da cartografia, u m a série de estereótipos, dentre
  promover a paz, diminuir a discórdia e informar a                  os quais o mais difundido é o que diz que o mapa
  todos os cidadãos indistintamente sobre a                          "é u m a coisa ao alcance de pouca gente". Isso
  especificidade do território que eles habitam.                     decorre talvez do fato de s e r e m muitas as
        0 m a p a t e m , portanto, várias d i m e n s õ e s e,      histórias que têm o mapa como p e r s o n a g e m cheio
  entre elas, a que m a i s inibe a s p e s s o a s quanto ao        de e n i g m a s e mistérios. E, sobretudo, do fato de o
  seu uso e leitura é a s u a d i m e n s ã o técnica.               mapa s e r u m documento que, realmente, pode
  Q u a i s q u e r que s e j a m os r e c u r s o s utilizados na   e s c o n d e r tesouros ao alcance de poucas pessoas
  sua confecção — s e d e s e n h a d o s à m ã o ou e m             — aquelas que, conhecendo o s e u valor político e
  c o m p u t a d o r e s , pela cartografia multimídia              informacional, m o n o p o l i z a m - n o . N e s s e sentido,
  interativa — , os m a p a s s ã o u m precioso r e c u r s o       e l e j a não é mais apenas u m desenho, m a s u m
  para muitas áreas do c o n h e c i m e n t o .                     precioso instrumento que t e s t e m u n h a a existência
       P a r a as pessoas, de modo geral, quando se                  de riquezas incalculáveis, geográficas e não
  fala e m m a p a , i m e d i a t a m e n t e u m m u n d o         geográficas. A p e n a s por esse lado, o mapa já
  m i s t e r i o s o e fantasioso lhes v e m à mente.               fascina mais que m i l palavras.
Mapa, tesouro inestimável                                   seja. Isso porque ele t e m o d o m de mistificar,
                                                               criando e m torno de si u m a aura de mistério e
        0 m a p a — principal produto da cartografia
                                                               mito, que poucos meios de comunicação s ã o
   — s e m p r e despertou e m todo o tempo, e m todos
                                                               capazes de fazê-lo. 0 mapa encanta e
   os lugares e e m todas as pessoas interesses
                                                               desencanta as pessoas ao m e s m o tempo. Encanta
   diversos, dentre os quais o mais almejado foi fazer
                                                               quem, através dele, "viaja" pelos mais recônditos
   dele u m poderoso instrumento de poder, conquista
                                                               confins, cheios de mistérios j a m a i s imaginados;
   e dominação. Essa talvez seja a s u a d i m e n s ã o
   política m a i s conhecida. E não poderia s e r             desencanta q u e m s ó q u e r vê-lo apenas como u m

   diferente. Tanto no passado como no presente,               instrumento de poder e cobiça; encanta, quando é

   nos livros didáticos, nos atlas escolares                   elaborado como se fosse u m a obra de arte;

   mais simples, nas publicações de grande                     desencanta, quando é portador de m e n s a g e n s
   prestígio, como os atlas nacionais e regionais              falsas, m e s m o que g r a c i o s a m e n t e elaborado.
   luxuosamente publicados e m países ricos como               N e s s e caso, o mapa é u m a faca de dois gumes:
   Suécia, Suíça, Estados Unidos, entre outros, nas            serve como instrumento de dominação para q u e m
   revistas especializadas e, sobretudo, nos                   o criou; desinforma e desorienta q u e m o utiliza.
   gabinetes dos altos comandos, militares ou não,
                                                                                (Adaptado de texto de Antonio Teixeira Neto,
   o mapa adquire as m a i s diversas feições: por
                                                                                 publicado no Boletim Goiano de Geografia,
   m o m e n t o s não passa de u m s i m p l e s croqui                                     v. 26, n. 2, jul./dez. 2006, p. 50.)
   pedagógico aparentemente " i n g é n u o " , mais
   adiante já é u m documento "técnico" reservado                   Agora responda às questões:
   a " e s p e c i a l i s t a s " , na surdina é segredo de
                                                                     O s mapas p o d e m ser utilizados tanto para
   Estado, que s ó pode s e r visto e utilizado por
                                                                     fazer a guerra c o m o para fazer a paz. Justi-
   c o m a n d a n t e s e executivos de grandes
                                                                     fique essa afirmativa através de exemplos.
   corporações militares ou civis.

        Qualquer que seja a utilidade que se
   lhe atribua, o mapa conserva, contudo, u m a                 H    Identifique três áreas d o c o n h e c i m e n t o
   virtude que ninguém pode lhe subtrair: s e r u m                  que usam mapas para realizar suas
   tesouro inestimável nas m ã o s de q u e m quer que               pesquisas.




    Além d a projeção e d a escala, para a interpre-
                                                                            0       100      200     300    400 km
tação cartográfica, devemos considerar a orientação
indicada e a legenda.
                                                                                          1 c m - 100 k m

A escala no mapa                                                    A fórmula para calcular a distância real entre dois

    A escala pode vir expressa em u m mapa de duas             pontos em u m mapa é:

maneiras:                                                           D = E• d
    Escala numérica. Representada por uma fração,                   D : distância real
na qual o numerador indica a distância no mapa, e o                 d: distância no mapa
denominador indica a distância na superfície real.                  E: escala
Por exemplo, a escala 1:100 000 (lê-se: escala u m por              Portanto, em u m mapa cuja escala é 1: 200 000, a
cem mil) significa que a superfície representada foi           distância em linha reta entre dois pontos é de 20 cm
reduzida 100 m i l vezes. Nesse caso, então, 1 cm no           (pode ser medida com a régua). Qual a distância real
mapa = 100 000 cm = 1 k m , na realidade.                      entre esses pontos?
    Escala gráfica. Linha reta graduada, na qual se
indica a relação da distância real com as distâncias re-            D = 200 000 • 20 = 4 000 000 cm ou 40 k m
presentadas no mapa. Por exemplo:
Para saber a distância no mapa, usamos a fór-
                                                              Londres em
m u l a a seguir:
                                                              diferentes escalas
    d = D :E
    d = 4 000 000 : 200 000 = 20 cm


    Q u a n t o m a i o r a escala, m e n o r a área repre-
sentada, o que permite a visualização de m a i o r
quantidade de detalhes. A s escalas grandes (por
exemplo, 1:5 000) geralmente são usadas para re-                                                                            Este mapa foi
presentar a planta de u m a cidade, de u m a proprie-                                                                       elaborado e m
                                                                                                                            escala
dade rural, de u m prédio. Já o mapa-múndi e os
                                                                                                                            pequena. Por
mapas murais são elaborados e m escala pequena                                                                              isso, mostra
(1:5 000 000). Os mapas com escala média (1:100 000)                                                                        poucos
                                                                                                                            detalhes —
representam regiões, estados o u países.                                                                                    apenas nomes
    O mesmo lugar pode ser representado em es-                                                                              de oceanos,
                                                                                                                            mares, ilhas e
calas diferentes, como nos mapas ao lado.
                                                                                                                            das cidades
    Conforme a escala utilizada, podemos ler uma                                                                          J maiores.
maior ou menor quantidade de detalhes em um mapa.
Observe.                                                                                     Okm        10 km /

                                                                              Li             Onhiles           10
                                                                                                                            0
                                                                                                                                ESCALA
                                                                                                                                         10


Orientação, legenda                                           ' Wktford        Enfield   n




e símbolos usados nos mapas                                          Bartfiet D
                                                               Edgware           Finchley                                   Este mapa está
    A maior parte dos mapas apresenta a rosa dos ven-                                          Walthamsíow
                                                                                                                            n u m a escala
                                                               Wembley                                                      muito maior.
tos ou uma seta indicando o norte. De modo geral,                                                                           Podemos ver
                                                                 Trafale                        "   '    City
quando não há essa indicação, convencionou-se que o           Buckinghao                            Greenwich               as principais
                                                                                                                            estradas que
norte está na parte superior do mapa.
                                                               Richmond            Wahdsworth r> ,                          saem de
    A legenda é a chave para a leitura dos símbolos                                                     Bexley              Londres e
ou convenções cartográficas, que são o conjunto de            ^     Kingston                                                os nomes
                                                              upon Thames                Croydon                            de muitos
sinais, figuras e cores que aparecem nos mapas e por                   Epsom                                                subúrbios,
meio dos quais podemos interpretar as informações                                                                           locais de
                                                                  Places of hiterest i                                      interesse e
que eles contêm.                                                  Regions/si)bu»bS^*<—S~~*yff!>                             aeroportos.
    Os símbolos cartográficos são estabelecidos por
convenção universal. Podem representar aspectos físi-
cos, humanos, sociais e económicos e outras realizações
do ser humano no espaço geográfico. Permitem esta-
belecer relações entre esses aspectos e chegar a impor-
tantes conclusões.
    Veja a seguir como se convencionou representar
nos mapas aspectos físicos importantes como as con-
dições atmosféricas, a hidrografia e o relevo.                                                            Ctapi-Í    kl



    Para representar as condições atmosféricas, são                                                                         Esta é uma
                                                                            'B
utilizadas várias linhas, como as isotermas,          que                                                                   planta das
                                                                                                                            ruas do centro
unem pontos de igual temperatura, e as           isoietas,
                                                                                                                            de Londres.
que unem pontos de igual precipitação. O compor-                                                                            A escala é
tamento das temperaturas e das chuvas em um lugar                                                                           suficientemente
                                                                                                                            grande para
pode ser representado por gráficos denominados
                                                                                                                            mostrar
climogramas*,    que veremos com mais detalhes no                                                                           pormenores.
capítulo 12.
Temperatura em julho




                           As cores planimétricas (preto,
                       vermelho, azul e verde) represen-
                       tam elementos que não envolvem
                       altitude.

                       » O preto indica cidades, casas, vi-
                         las, limites políticos e ferrovias.
                       » O vermelho indica rodovias e
                          correntes marítimas quentes.
                       » O azul indica presença de água ou
                          a hidrografia: oceanos, lagos, rios,
                          mares, correntes marítimas frias.
                       » O verde indica todos os tipos de
                          vegetação.
                            Tanto o relevo terrestre como
                       o relevo submarino podem ser re-
                       presentados de várias formas —
                       p o r cores (altitude), hachuras,
                       blocos-diagramas —, porém as
                       mais usadas são as curvas de ní-
                       vel e o perfil   topográfico.
                            As cores convencionadas pela
                       C I M (Carta Internacional do Mun-
                       do) para mostrar as altitudes são as
                       hipsométricas     (verde, amarelo,
                       marrom, violeta, violeta escuro e
                       branco), que indicam as cotas aci-
                       ma do nível do mar, e as batimé-
                       tricas (tons de azul), que indicam
                       as cotas abaixo do nível do mar.
Topografia e curvas de nível                                                   A interpretação das curvas de nível exige o conhe-
     A técnica utilizada para analisar o relevo do solo                        cimento de algumas noções básicas:
e que representa as diferenças de altitude por meio de                         » Quanto maior a declividade* do terreno representa-
curvas de nível é chamada de topografia. A imagem                                do, mais próximas são as curvas de nível; na repre-
resultante desse processo é a carta topográfica,  mui-                           sentação de terrenos pouco íngremes ou planos elas
to usada em projetos de engenharia, agronomia, ar-                               são mais afastadas.
quitetura e urbanismo.                                                         » Entre duas curvas de nível há sempre a mesma dife-
    As curvas de nível, também chamadas isoípsas,                                rença de altitude.
são linhas que unem pontos de igual altitude na su-                            » Pontos situados na mesma curva de nível têm a mes-
perfície representada. Os intervalos existentes entre                            ma altitude.
essas linhas são equidistantes, isto é, têm sempre a                           » Os rios nascem nas áreas mais altas e correm para as
mesma medida.                                                                    áreas mais baixas.



                  Curvas de nível

                                            /




                Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.




                  Carta topográfica




                Fonte: Adaptado de Atlante Geográfico Metódico    De Agostini,   2007-2008.
                Novara: Istituto Geográfico De Agostini, 2007.
Perfil topográfico                                                                     E m um perfil estão representadas:
     A interseção da superfície do solo com o plano ver-                         » a altura: dimensão vertical;
tical que passa em determinada região é o perfil topo-                           » a forma das encostas e a declividade: dimensão hori-
gráfico. Esse tipo de representação possibilita perceber                            zontal;
os altos e baixos do relevo no corte horizontal da carta
                                                                                 » a orientação: indicada pelos pontos cardeais;
que representa a região.
                                                                                 » a escala horizontal: geralmente igual à do mapa re-
    É possível desenhar o perfil topográfico de uma área
                                                                                    presentado;
com base nas curvas de nível traçadas. Os perfis mos-
tram mais detalhes do que os mapas porque utilizam                               » a altitude: escala vertical.
uma escala horizontal e outra vertical.                                                Veja as representações a seguir.




  Região Norte: relevo


                                                                                         Formas de relevo
                                                                                         |    | Planalto
                                                                                         [    1 Depressão
                                                                                         •      Planície

                                                                                        Tipos de rocha
                                                                                         Ff±3 Cristalina
                                                                                         1.*. Sedimentar
                                                                                         Planaltos
                                                                                          1 - A m a z ó n i a oriental
                                                                                          2 - Planaltos e chapadas da bacia d o P a r n a í b a
                                                                                          3 - Planalto e chapada d o s Parecis
                                                                                          4 - Planaltos residuais N o r t e - A m a z ô n i c o s
                                                                                          5 - Planaltos residuais S u l - A m a z ô n i c o s
                                                                                         Depressões
                                                                                          6 - A m a z ó n i a ocidental
                                                                                          7 - Norte-Amazônica
                                                                                          8 - Sul-Amazônica
                                                                                          9 - Araguaia-Tocantins
                                                                                         10 - Tocantins
                                                                                         Planícies
                                                                                         11 - Rio A m a z o n a s
                                                                                         12 - Rio Araguaia
                                                                                         13 - P l a n í c i e e Pantanal d o rio G u a p o r é
                                                                                         14 - P l a n í c i e s e tabuleiros litorâneos




 Região Norte:
 perfil do relevo


                                                                                                                               | Rochas cristalinas
     Altitude    Planaltos residuais
          ( )
            m     Norte-Amazônicos                                                                                             I Rochas sedimentares
        2 000    '                                                                                                             I antigas
                                                                                                                               I Rochas sedimentares
                                                                                                                               i recentes

         1 500



        1 000




Fonte: Adaptado de Ross, Jurandyr. Relevo brasileiro: uma nova proposta de classificação. Revista do Departamento      de Geografia. Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, n. 4, 1990.
Questões para reflexão
      "Uma vez que a geografia é uma ciência que                    2^ Identifique elementos d o mapa abaixo e
      se preocupa com a organização do espaço,                          responda às questões:
      para ela o mapa é utilizado tanto para a in-
      vestigação quanto para a constatação de
      dados. A cartografia, a geografia e outras
      disciplinas, como a geologia e a biologia,
      caminham paralelamente para que as infor-
      mações colhidas sejam representadas de
      forma sistemática e, assim, se possa ter a
      compreensão 'espacial' do fenómeno inves-
      tigado."

                (Adaptado de Rosângela D o i n de A l m e i d a e
              Elza Y. Passini. O espaço geográfico: ensino e
          representação.   São Paulo: Contexto, 2006. p. 16.)


      a) Apresente duas situações em que você
         utilizou mapas geográficos para alcançar
         seus objetivos.
      b) Q u e importância têm os mapas para a                          a) D ê um título ao mapa.
         geografia?                                                     b) Tipo de escala
                                                                        c) O que o mapa representa?
A     Diferencie mapas gerais de mapas temáticos.                       d) Distância real entre Salvador e Fortaleza
£ ^ "Um conjunto de curvas de nível define                              e) U m estado situado a leste e um estado
    corretamente o relevo quando a sua densi-                              situado a sudeste em relação ao Piauí
    dade é tal que a altitude de qualquer ponto                         f) É um mapa geral ou temático? Explique.
    do terreno pode ser obtida, com a precisão
    desejada, através de uma simples interpo-                       ^   Sobre escalas, responda:
    lação linear entre duas curvas contíguas."
                                                                        a) D e que forma podemos representá-las?
            (Maria dei Carmen Granell-Pérez. Trabalhando                b) Por que não podemos representar um
                 geografia com as cartas topográficas. Ijuí:               continente na mesma escala que repre-
                                  Ed. Unijuí, 2 0 0 1 . p. 54.)            sentamos uma cidade?

     a) Q u e outro nome recebem as curvas de                       ^   Imagine q u e u m a construtora pretenda
        nível?                                                          construir um p a r q u e de diversões na c i -
      b) O q u e as curvas de nível permitem                            d a d e o n d e você m o r a . C a s o e l a precise
         definir?                                                       c o n h e c e r u m a área pequena c o m muitos
     c) Q u e tipo de profissional está associado                       detalhes, será mais a d e q u a d o usar u m a
        ao uso das curvas de nível?                                     e s c a l a p e q u e n a o u grande? Justifique.




Glossário
    Climograma: gráfico que utiliza as coordenadas cartesianas para representar a quantidade de
       precipitação e as temperaturas de u m a localidade, medidas e m u m a estação meteorológica.
    Declividade: grau de inclinação de u m a superfície.
    Utopia: projeto que é fruto de u m ideal o u de u m sonho, que se torna impraticável.

More Related Content

What's hot

Fomas represent.terra
Fomas represent.terraFomas represent.terra
Fomas represent.terraGina Espenica
 
Formas de representação da superfície terrestre
Formas de representação da superfície terrestreFormas de representação da superfície terrestre
Formas de representação da superfície terrestreCarla Soares
 
Projecoes cartograficas
Projecoes cartograficasProjecoes cartograficas
Projecoes cartograficasMarcia Silva
 
Objetivos geografia 1º teste 7º ano
Objetivos geografia   1º teste 7º anoObjetivos geografia   1º teste 7º ano
Objetivos geografia 1º teste 7º anoGina Espenica
 
Geoprocessamento e mapas
Geoprocessamento e mapasGeoprocessamento e mapas
Geoprocessamento e mapasWander Junior
 
5 tipos de mapas
5 tipos de mapas5 tipos de mapas
5 tipos de mapasMayjö .
 
Geografia projecoes cartograficas
Geografia   projecoes cartograficasGeografia   projecoes cartograficas
Geografia projecoes cartograficasGustavo Soares
 
Geografia 1e2.pdf caderno de atividades
Geografia 1e2.pdf caderno de atividadesGeografia 1e2.pdf caderno de atividades
Geografia 1e2.pdf caderno de atividadesNoeli Ravaglio
 
Tpc 19outubro2014_Revisão de conceitos_correção
Tpc 19outubro2014_Revisão de conceitos_correçãoTpc 19outubro2014_Revisão de conceitos_correção
Tpc 19outubro2014_Revisão de conceitos_correçãoIdalina Leite
 
Mapas temáticos quantitativos
Mapas temáticos quantitativosMapas temáticos quantitativos
Mapas temáticos quantitativosPedro Wallace
 
Caracterização Mapa Oporto 1833
Caracterização Mapa Oporto 1833Caracterização Mapa Oporto 1833
Caracterização Mapa Oporto 1833Duarte Nunes
 
Slides de cartografia
Slides de cartografiaSlides de cartografia
Slides de cartografiaDora Amarante
 

What's hot (20)

Fomas represent.terra
Fomas represent.terraFomas represent.terra
Fomas represent.terra
 
Formas de representação da superfície terrestre
Formas de representação da superfície terrestreFormas de representação da superfície terrestre
Formas de representação da superfície terrestre
 
Projecoes cartograficas
Projecoes cartograficasProjecoes cartograficas
Projecoes cartograficas
 
Objetivos geografia 1º teste 7º ano
Objetivos geografia   1º teste 7º anoObjetivos geografia   1º teste 7º ano
Objetivos geografia 1º teste 7º ano
 
Geoprocessamento e mapas
Geoprocessamento e mapasGeoprocessamento e mapas
Geoprocessamento e mapas
 
3.geografia 4o-e-5o-ano
3.geografia 4o-e-5o-ano3.geografia 4o-e-5o-ano
3.geografia 4o-e-5o-ano
 
5 tipos de mapas
5 tipos de mapas5 tipos de mapas
5 tipos de mapas
 
Aula 3 cartografia
Aula 3 cartografiaAula 3 cartografia
Aula 3 cartografia
 
O espaco geografico_e_suas_representacoes
O espaco geografico_e_suas_representacoesO espaco geografico_e_suas_representacoes
O espaco geografico_e_suas_representacoes
 
Geografia projecoes cartograficas
Geografia   projecoes cartograficasGeografia   projecoes cartograficas
Geografia projecoes cartograficas
 
Tipos de Projeções
Tipos de ProjeçõesTipos de Projeções
Tipos de Projeções
 
Projecoes cartograficas
Projecoes cartograficasProjecoes cartograficas
Projecoes cartograficas
 
Projecoes cartograficas
Projecoes cartograficasProjecoes cartograficas
Projecoes cartograficas
 
Geografia 1e2.pdf caderno de atividades
Geografia 1e2.pdf caderno de atividadesGeografia 1e2.pdf caderno de atividades
Geografia 1e2.pdf caderno de atividades
 
Tpc 19outubro2014_Revisão de conceitos_correção
Tpc 19outubro2014_Revisão de conceitos_correçãoTpc 19outubro2014_Revisão de conceitos_correção
Tpc 19outubro2014_Revisão de conceitos_correção
 
Aula 02 cartografia sistemática e temática
Aula 02   cartografia sistemática e temáticaAula 02   cartografia sistemática e temática
Aula 02 cartografia sistemática e temática
 
Apostila elementos cartografia
Apostila elementos cartografiaApostila elementos cartografia
Apostila elementos cartografia
 
Mapas temáticos quantitativos
Mapas temáticos quantitativosMapas temáticos quantitativos
Mapas temáticos quantitativos
 
Caracterização Mapa Oporto 1833
Caracterização Mapa Oporto 1833Caracterização Mapa Oporto 1833
Caracterização Mapa Oporto 1833
 
Slides de cartografia
Slides de cartografiaSlides de cartografia
Slides de cartografia
 

Similar to A linguagem dos mapas

Documentos cartográficos conceitos e representações
Documentos  cartográficos   conceitos e representaçõesDocumentos  cartográficos   conceitos e representações
Documentos cartográficos conceitos e representaçõesLuciano Pessanha
 
03.08.2023 CG AULA_1.pdf
03.08.2023 CG AULA_1.pdf03.08.2023 CG AULA_1.pdf
03.08.2023 CG AULA_1.pdfAnataliaIts
 
representações cartograficas - 1 ano.pptx
representações cartograficas - 1 ano.pptxrepresentações cartograficas - 1 ano.pptx
representações cartograficas - 1 ano.pptxCarladeOliveira25
 
Cpiaderepresentaescartogrficasescalaseprojees 120518171158-phpapp02 (1)
Cpiaderepresentaescartogrficasescalaseprojees 120518171158-phpapp02 (1)Cpiaderepresentaescartogrficasescalaseprojees 120518171158-phpapp02 (1)
Cpiaderepresentaescartogrficasescalaseprojees 120518171158-phpapp02 (1)Michaell Moreira
 
fundamentos-da-cartografia.ppt
fundamentos-da-cartografia.pptfundamentos-da-cartografia.ppt
fundamentos-da-cartografia.pptEvertonFAlves1
 
Texto 02 reflexoes_cartografia_temgegrafia
Texto 02 reflexoes_cartografia_temgegrafiaTexto 02 reflexoes_cartografia_temgegrafia
Texto 02 reflexoes_cartografia_temgegrafiaAndrea Scabello
 
Projeto construindo e interpretando legendas de apas temáticos thais beatriz
Projeto construindo e interpretando legendas de apas temáticos thais beatrizProjeto construindo e interpretando legendas de apas temáticos thais beatriz
Projeto construindo e interpretando legendas de apas temáticos thais beatrizThais Beatriz
 
Cartografia: Elementos básicos de cartografia e projeções cartográficas
Cartografia: Elementos básicos de cartografia e projeções cartográficasCartografia: Elementos básicos de cartografia e projeções cartográficas
Cartografia: Elementos básicos de cartografia e projeções cartográficasSilmara Vedoveli
 
A representacao do espaco geográfico
A representacao do espaco geográficoA representacao do espaco geográfico
A representacao do espaco geográficodantasrdl
 
Questões sobre escala e projeções cartográficas
Questões sobre escala e projeções cartográficasQuestões sobre escala e projeções cartográficas
Questões sobre escala e projeções cartográficasFabiano Gasparotto
 
Representacoes_cartograficas_escalas_e_projecoes.pdf
Representacoes_cartograficas_escalas_e_projecoes.pdfRepresentacoes_cartograficas_escalas_e_projecoes.pdf
Representacoes_cartograficas_escalas_e_projecoes.pdfAndressaAmorim22
 
A representação do espaço geográfico
A representação do espaço geográficoA representação do espaço geográfico
A representação do espaço geográfico1medioc
 
Aula 6 - Projeto Conexões (UFAL) - Pré - Enem. Cartografia.pptx
Aula 6 - Projeto Conexões (UFAL) - Pré - Enem. Cartografia.pptxAula 6 - Projeto Conexões (UFAL) - Pré - Enem. Cartografia.pptx
Aula 6 - Projeto Conexões (UFAL) - Pré - Enem. Cartografia.pptxMrcioHenrique50
 
Espaço E Representações Cartográficas - 3º Ano
Espaço E Representações Cartográficas - 3º AnoEspaço E Representações Cartográficas - 3º Ano
Espaço E Representações Cartográficas - 3º AnoPré Master
 

Similar to A linguagem dos mapas (20)

Documentos cartográficos conceitos e representações
Documentos  cartográficos   conceitos e representaçõesDocumentos  cartográficos   conceitos e representações
Documentos cartográficos conceitos e representações
 
Cartografia
CartografiaCartografia
Cartografia
 
03.08.2023 CG AULA_1.pdf
03.08.2023 CG AULA_1.pdf03.08.2023 CG AULA_1.pdf
03.08.2023 CG AULA_1.pdf
 
representações cartograficas - 1 ano.pptx
representações cartograficas - 1 ano.pptxrepresentações cartograficas - 1 ano.pptx
representações cartograficas - 1 ano.pptx
 
Cpiaderepresentaescartogrficasescalaseprojees 120518171158-phpapp02 (1)
Cpiaderepresentaescartogrficasescalaseprojees 120518171158-phpapp02 (1)Cpiaderepresentaescartogrficasescalaseprojees 120518171158-phpapp02 (1)
Cpiaderepresentaescartogrficasescalaseprojees 120518171158-phpapp02 (1)
 
fundamentos-da-cartografia.ppt
fundamentos-da-cartografia.pptfundamentos-da-cartografia.ppt
fundamentos-da-cartografia.ppt
 
Cartografia
CartografiaCartografia
Cartografia
 
Texto 02 reflexoes_cartografia_temgegrafia
Texto 02 reflexoes_cartografia_temgegrafiaTexto 02 reflexoes_cartografia_temgegrafia
Texto 02 reflexoes_cartografia_temgegrafia
 
Projeto construindo e interpretando legendas de apas temáticos thais beatriz
Projeto construindo e interpretando legendas de apas temáticos thais beatrizProjeto construindo e interpretando legendas de apas temáticos thais beatriz
Projeto construindo e interpretando legendas de apas temáticos thais beatriz
 
A Cartografia Temática.pptx
A Cartografia Temática.pptxA Cartografia Temática.pptx
A Cartografia Temática.pptx
 
Cartografia: Elementos básicos de cartografia e projeções cartográficas
Cartografia: Elementos básicos de cartografia e projeções cartográficasCartografia: Elementos básicos de cartografia e projeções cartográficas
Cartografia: Elementos básicos de cartografia e projeções cartográficas
 
Geografia cartografia
Geografia   cartografiaGeografia   cartografia
Geografia cartografia
 
A representacao do espaco geográfico
A representacao do espaco geográficoA representacao do espaco geográfico
A representacao do espaco geográfico
 
Questões sobre escala e projeções cartográficas
Questões sobre escala e projeções cartográficasQuestões sobre escala e projeções cartográficas
Questões sobre escala e projeções cartográficas
 
Representacoes_cartograficas_escalas_e_projecoes.pdf
Representacoes_cartograficas_escalas_e_projecoes.pdfRepresentacoes_cartograficas_escalas_e_projecoes.pdf
Representacoes_cartograficas_escalas_e_projecoes.pdf
 
A representação do espaço geográfico
A representação do espaço geográficoA representação do espaço geográfico
A representação do espaço geográfico
 
Aula 6 - Projeto Conexões (UFAL) - Pré - Enem. Cartografia.pptx
Aula 6 - Projeto Conexões (UFAL) - Pré - Enem. Cartografia.pptxAula 6 - Projeto Conexões (UFAL) - Pré - Enem. Cartografia.pptx
Aula 6 - Projeto Conexões (UFAL) - Pré - Enem. Cartografia.pptx
 
Cartografia.
Cartografia.Cartografia.
Cartografia.
 
UE1 - Geografia - CEEJA - Guarujá
UE1 - Geografia - CEEJA - GuarujáUE1 - Geografia - CEEJA - Guarujá
UE1 - Geografia - CEEJA - Guarujá
 
Espaço E Representações Cartográficas - 3º Ano
Espaço E Representações Cartográficas - 3º AnoEspaço E Representações Cartográficas - 3º Ano
Espaço E Representações Cartográficas - 3º Ano
 

A linguagem dos mapas

  • 1. A representação do espaço geográfico: linguagem cartográfica e leitura de mapas N a hora de viajar é sempre útil ter u m mapa da região que vamos visitar ou das estradas que vamos percorrer. Muitas vezes no dia a dia também precisamos consultar u m mapa ou u m guia da cidade para localizar uma rua ou u m bairro. Para ler u m mapa ou uma carta, precisamos conhecer a linguagem cartográfica. IjTipos de mapas ou cartas Os mapas e as cartas são o resultado visível da re- presentação do espaço geográfico pela cartografia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- tica (IBGE), "mapa é a representação no plano, normal- mente em escala pequena, dos aspectos geográficos, natu- rais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfí- cie de uma figura planetária, delimitada por elementos físicos ou político-administrativos, destinada aos mais va- riados usos — temáticos, culturais e ilustrativos". O I B G E considera "carta a representação no pla- no, em escala média ou grande, dos aspectos artifi- ciais e naturais de u m a área tomada de u m a super- fície planetária, subdividida em folhas delimitadas por linhas convencionais — paralelos e meridianos —, c o m a finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores, em grau compatível c o m a escala".
  • 2. Portanto, basicamente a diferença entre as duas exemplo, no mapa do Brasil, no mapa-múndi, no representações está n a escala utilizada para a sua mapa da Europa. A s cartas são construídas em es- construção. O s mapas são desenhados e m escala calas maiores. Por isso, são mais precisas e mostram menor e contêm representações mais generalizadas. muito mais detalhes, como as cartas náuticas, as car- Essas características p o d e m ser observadas, p o r tas cadastrais urbanas e as de navegação aérea. Quanto a finalidade, os mapas e as cartas podem ser classificados em: Mapa geral: Brasil político » Gerais: contêm informações OCEANO sobre temas variados (divisão ATLÂNTICO política, cidades, rios, monta- nhas, etc). Geralmente são ela- EQUADOR borados em escala pequena. » Temáticos: fazem referência a u m determinado aspecto da geografia. Em geral, os mais uti- lizados são os mapas topográfi- cos, que mostram detalhes do relevo terrestre. Entre outros ma- pas temáticos, podemos citar os mapas climáticos, demográficos, geológicos e os que representam impactos ambientais. Veja, por exemplo, o mapa abaixo. » Especiais: atendem às necessida- des de profissionais de diferentes áreas, como geólogos e meteo- rologistas, fornecendo informa- ções técnicas bastante específicas, como as cartas náuticas, aeronáu- ticas, militares, e os mapas meteo- rológicos, entre outros.
  • 3. Quanto à representação, os mapas e as cartas po- dem ser: » Planimétricos: sem representação do relevo. » Planialtimétricos: com representação do relevo. De acordo com a escala, podemos classificar os ma- pas e as cartas em: » Cadastrais: com escala até 1:25 000. » Topográficos: com escala de 1:25 000 até 1:250 000. » Geográficos: c o m escala de 1:1 000 000 e escalas menores. 2)A linguagem dos mapas Na representação da superfície terrestre, os cartó- grafos usam uma linguagem própria — a linguagem dos mapas ou linguagem cartográfica. Por meio dos mapas podemos obter informações sobre o fenó- meno geográfico representado e tirar nossas pró- prias conclusões. Leitura e reflexão CARTOGRAFIA, T E R R I T Ó R I O Provavelmente seja por causa d a s muitas lendas E PODER: DIMENSÃO T É C N I C A que ainda estão a s s o c i a d a s a o s mapas. N e s s e E POLÍTICA NO USO DE MAPAS universo imagético, o m a p a é u m dos atores m a i s i n t e r e s s a n t e s e não m e n o s m i s t e r i o s o s . Q u e m já Imagem representativa da natureza visível, o não ouviu f a l a r do m a p a da "Ilha do T e s o u r o " mapa é a construção mais lógica e rigorosa do Ique inspirou o e s c r i t o r e s c o c ê s Robert L o u i s mundo das imagens. Há, contudo, quem pense que Stevenson a redigir u m a d a s obras de ficção m a i s seja obra apenas de especialistas e acessível a lidas do f i n a l do século XIX), do " m a p a da m i n a " , poucas pessoas. Mas, ao longo da História, o mapa do " m a p a do m u n d o e n c a n t a d o " ou até m e s m o tem sido objeto de usos mais diversos, sobretudo do " m a p a do m u n d o da u t o p i a * " ? no campo político e militar. N ã o é, portanto, de P o r causa dessa aura que envolve o mapa é estranhar que o mapa também sirva para fazer a que se criou e m torno dele e, sobretudo, e m torno guerra. Sua maior utilidade, porém, é para da cartografia, u m a série de estereótipos, dentre promover a paz, diminuir a discórdia e informar a os quais o mais difundido é o que diz que o mapa todos os cidadãos indistintamente sobre a "é u m a coisa ao alcance de pouca gente". Isso especificidade do território que eles habitam. decorre talvez do fato de s e r e m muitas as 0 m a p a t e m , portanto, várias d i m e n s õ e s e, histórias que têm o mapa como p e r s o n a g e m cheio entre elas, a que m a i s inibe a s p e s s o a s quanto ao de e n i g m a s e mistérios. E, sobretudo, do fato de o seu uso e leitura é a s u a d i m e n s ã o técnica. mapa s e r u m documento que, realmente, pode Q u a i s q u e r que s e j a m os r e c u r s o s utilizados na e s c o n d e r tesouros ao alcance de poucas pessoas sua confecção — s e d e s e n h a d o s à m ã o ou e m — aquelas que, conhecendo o s e u valor político e c o m p u t a d o r e s , pela cartografia multimídia informacional, m o n o p o l i z a m - n o . N e s s e sentido, interativa — , os m a p a s s ã o u m precioso r e c u r s o e l e j a não é mais apenas u m desenho, m a s u m para muitas áreas do c o n h e c i m e n t o . precioso instrumento que t e s t e m u n h a a existência P a r a as pessoas, de modo geral, quando se de riquezas incalculáveis, geográficas e não fala e m m a p a , i m e d i a t a m e n t e u m m u n d o geográficas. A p e n a s por esse lado, o mapa já m i s t e r i o s o e fantasioso lhes v e m à mente. fascina mais que m i l palavras.
  • 4. Mapa, tesouro inestimável seja. Isso porque ele t e m o d o m de mistificar, criando e m torno de si u m a aura de mistério e 0 m a p a — principal produto da cartografia mito, que poucos meios de comunicação s ã o — s e m p r e despertou e m todo o tempo, e m todos capazes de fazê-lo. 0 mapa encanta e os lugares e e m todas as pessoas interesses desencanta as pessoas ao m e s m o tempo. Encanta diversos, dentre os quais o mais almejado foi fazer quem, através dele, "viaja" pelos mais recônditos dele u m poderoso instrumento de poder, conquista confins, cheios de mistérios j a m a i s imaginados; e dominação. Essa talvez seja a s u a d i m e n s ã o política m a i s conhecida. E não poderia s e r desencanta q u e m s ó q u e r vê-lo apenas como u m diferente. Tanto no passado como no presente, instrumento de poder e cobiça; encanta, quando é nos livros didáticos, nos atlas escolares elaborado como se fosse u m a obra de arte; mais simples, nas publicações de grande desencanta, quando é portador de m e n s a g e n s prestígio, como os atlas nacionais e regionais falsas, m e s m o que g r a c i o s a m e n t e elaborado. luxuosamente publicados e m países ricos como N e s s e caso, o mapa é u m a faca de dois gumes: Suécia, Suíça, Estados Unidos, entre outros, nas serve como instrumento de dominação para q u e m revistas especializadas e, sobretudo, nos o criou; desinforma e desorienta q u e m o utiliza. gabinetes dos altos comandos, militares ou não, (Adaptado de texto de Antonio Teixeira Neto, o mapa adquire as m a i s diversas feições: por publicado no Boletim Goiano de Geografia, m o m e n t o s não passa de u m s i m p l e s croqui v. 26, n. 2, jul./dez. 2006, p. 50.) pedagógico aparentemente " i n g é n u o " , mais adiante já é u m documento "técnico" reservado Agora responda às questões: a " e s p e c i a l i s t a s " , na surdina é segredo de O s mapas p o d e m ser utilizados tanto para Estado, que s ó pode s e r visto e utilizado por fazer a guerra c o m o para fazer a paz. Justi- c o m a n d a n t e s e executivos de grandes fique essa afirmativa através de exemplos. corporações militares ou civis. Qualquer que seja a utilidade que se lhe atribua, o mapa conserva, contudo, u m a H Identifique três áreas d o c o n h e c i m e n t o virtude que ninguém pode lhe subtrair: s e r u m que usam mapas para realizar suas tesouro inestimável nas m ã o s de q u e m quer que pesquisas. Além d a projeção e d a escala, para a interpre- 0 100 200 300 400 km tação cartográfica, devemos considerar a orientação indicada e a legenda. 1 c m - 100 k m A escala no mapa A fórmula para calcular a distância real entre dois A escala pode vir expressa em u m mapa de duas pontos em u m mapa é: maneiras: D = E• d Escala numérica. Representada por uma fração, D : distância real na qual o numerador indica a distância no mapa, e o d: distância no mapa denominador indica a distância na superfície real. E: escala Por exemplo, a escala 1:100 000 (lê-se: escala u m por Portanto, em u m mapa cuja escala é 1: 200 000, a cem mil) significa que a superfície representada foi distância em linha reta entre dois pontos é de 20 cm reduzida 100 m i l vezes. Nesse caso, então, 1 cm no (pode ser medida com a régua). Qual a distância real mapa = 100 000 cm = 1 k m , na realidade. entre esses pontos? Escala gráfica. Linha reta graduada, na qual se indica a relação da distância real com as distâncias re- D = 200 000 • 20 = 4 000 000 cm ou 40 k m presentadas no mapa. Por exemplo:
  • 5. Para saber a distância no mapa, usamos a fór- Londres em m u l a a seguir: diferentes escalas d = D :E d = 4 000 000 : 200 000 = 20 cm Q u a n t o m a i o r a escala, m e n o r a área repre- sentada, o que permite a visualização de m a i o r quantidade de detalhes. A s escalas grandes (por exemplo, 1:5 000) geralmente são usadas para re- Este mapa foi presentar a planta de u m a cidade, de u m a proprie- elaborado e m escala dade rural, de u m prédio. Já o mapa-múndi e os pequena. Por mapas murais são elaborados e m escala pequena isso, mostra (1:5 000 000). Os mapas com escala média (1:100 000) poucos detalhes — representam regiões, estados o u países. apenas nomes O mesmo lugar pode ser representado em es- de oceanos, mares, ilhas e calas diferentes, como nos mapas ao lado. das cidades Conforme a escala utilizada, podemos ler uma J maiores. maior ou menor quantidade de detalhes em um mapa. Observe. Okm 10 km / Li Onhiles 10 0 ESCALA 10 Orientação, legenda ' Wktford Enfield n e símbolos usados nos mapas Bartfiet D Edgware Finchley Este mapa está A maior parte dos mapas apresenta a rosa dos ven- Walthamsíow n u m a escala Wembley muito maior. tos ou uma seta indicando o norte. De modo geral, Podemos ver Trafale " ' City quando não há essa indicação, convencionou-se que o Buckinghao Greenwich as principais estradas que norte está na parte superior do mapa. Richmond Wahdsworth r> , saem de A legenda é a chave para a leitura dos símbolos Bexley Londres e ou convenções cartográficas, que são o conjunto de ^ Kingston os nomes upon Thames Croydon de muitos sinais, figuras e cores que aparecem nos mapas e por Epsom subúrbios, meio dos quais podemos interpretar as informações locais de Places of hiterest i interesse e que eles contêm. Regions/si)bu»bS^*<—S~~*yff!> aeroportos. Os símbolos cartográficos são estabelecidos por convenção universal. Podem representar aspectos físi- cos, humanos, sociais e económicos e outras realizações do ser humano no espaço geográfico. Permitem esta- belecer relações entre esses aspectos e chegar a impor- tantes conclusões. Veja a seguir como se convencionou representar nos mapas aspectos físicos importantes como as con- dições atmosféricas, a hidrografia e o relevo. Ctapi-Í kl Para representar as condições atmosféricas, são Esta é uma 'B utilizadas várias linhas, como as isotermas, que planta das ruas do centro unem pontos de igual temperatura, e as isoietas, de Londres. que unem pontos de igual precipitação. O compor- A escala é tamento das temperaturas e das chuvas em um lugar suficientemente grande para pode ser representado por gráficos denominados mostrar climogramas*, que veremos com mais detalhes no pormenores. capítulo 12.
  • 6. Temperatura em julho As cores planimétricas (preto, vermelho, azul e verde) represen- tam elementos que não envolvem altitude. » O preto indica cidades, casas, vi- las, limites políticos e ferrovias. » O vermelho indica rodovias e correntes marítimas quentes. » O azul indica presença de água ou a hidrografia: oceanos, lagos, rios, mares, correntes marítimas frias. » O verde indica todos os tipos de vegetação. Tanto o relevo terrestre como o relevo submarino podem ser re- presentados de várias formas — p o r cores (altitude), hachuras, blocos-diagramas —, porém as mais usadas são as curvas de ní- vel e o perfil topográfico. As cores convencionadas pela C I M (Carta Internacional do Mun- do) para mostrar as altitudes são as hipsométricas (verde, amarelo, marrom, violeta, violeta escuro e branco), que indicam as cotas aci- ma do nível do mar, e as batimé- tricas (tons de azul), que indicam as cotas abaixo do nível do mar.
  • 7. Topografia e curvas de nível A interpretação das curvas de nível exige o conhe- A técnica utilizada para analisar o relevo do solo cimento de algumas noções básicas: e que representa as diferenças de altitude por meio de » Quanto maior a declividade* do terreno representa- curvas de nível é chamada de topografia. A imagem do, mais próximas são as curvas de nível; na repre- resultante desse processo é a carta topográfica, mui- sentação de terrenos pouco íngremes ou planos elas to usada em projetos de engenharia, agronomia, ar- são mais afastadas. quitetura e urbanismo. » Entre duas curvas de nível há sempre a mesma dife- As curvas de nível, também chamadas isoípsas, rença de altitude. são linhas que unem pontos de igual altitude na su- » Pontos situados na mesma curva de nível têm a mes- perfície representada. Os intervalos existentes entre ma altitude. essas linhas são equidistantes, isto é, têm sempre a » Os rios nascem nas áreas mais altas e correm para as mesma medida. áreas mais baixas. Curvas de nível / Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. Carta topográfica Fonte: Adaptado de Atlante Geográfico Metódico De Agostini, 2007-2008. Novara: Istituto Geográfico De Agostini, 2007.
  • 8. Perfil topográfico E m um perfil estão representadas: A interseção da superfície do solo com o plano ver- » a altura: dimensão vertical; tical que passa em determinada região é o perfil topo- » a forma das encostas e a declividade: dimensão hori- gráfico. Esse tipo de representação possibilita perceber zontal; os altos e baixos do relevo no corte horizontal da carta » a orientação: indicada pelos pontos cardeais; que representa a região. » a escala horizontal: geralmente igual à do mapa re- É possível desenhar o perfil topográfico de uma área presentado; com base nas curvas de nível traçadas. Os perfis mos- tram mais detalhes do que os mapas porque utilizam » a altitude: escala vertical. uma escala horizontal e outra vertical. Veja as representações a seguir. Região Norte: relevo Formas de relevo | | Planalto [ 1 Depressão • Planície Tipos de rocha Ff±3 Cristalina 1.*. Sedimentar Planaltos 1 - A m a z ó n i a oriental 2 - Planaltos e chapadas da bacia d o P a r n a í b a 3 - Planalto e chapada d o s Parecis 4 - Planaltos residuais N o r t e - A m a z ô n i c o s 5 - Planaltos residuais S u l - A m a z ô n i c o s Depressões 6 - A m a z ó n i a ocidental 7 - Norte-Amazônica 8 - Sul-Amazônica 9 - Araguaia-Tocantins 10 - Tocantins Planícies 11 - Rio A m a z o n a s 12 - Rio Araguaia 13 - P l a n í c i e e Pantanal d o rio G u a p o r é 14 - P l a n í c i e s e tabuleiros litorâneos Região Norte: perfil do relevo | Rochas cristalinas Altitude Planaltos residuais ( ) m Norte-Amazônicos I Rochas sedimentares 2 000 ' I antigas I Rochas sedimentares i recentes 1 500 1 000 Fonte: Adaptado de Ross, Jurandyr. Relevo brasileiro: uma nova proposta de classificação. Revista do Departamento de Geografia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, n. 4, 1990.
  • 9. Questões para reflexão "Uma vez que a geografia é uma ciência que 2^ Identifique elementos d o mapa abaixo e se preocupa com a organização do espaço, responda às questões: para ela o mapa é utilizado tanto para a in- vestigação quanto para a constatação de dados. A cartografia, a geografia e outras disciplinas, como a geologia e a biologia, caminham paralelamente para que as infor- mações colhidas sejam representadas de forma sistemática e, assim, se possa ter a compreensão 'espacial' do fenómeno inves- tigado." (Adaptado de Rosângela D o i n de A l m e i d a e Elza Y. Passini. O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 2006. p. 16.) a) Apresente duas situações em que você utilizou mapas geográficos para alcançar seus objetivos. b) Q u e importância têm os mapas para a a) D ê um título ao mapa. geografia? b) Tipo de escala c) O que o mapa representa? A Diferencie mapas gerais de mapas temáticos. d) Distância real entre Salvador e Fortaleza £ ^ "Um conjunto de curvas de nível define e) U m estado situado a leste e um estado corretamente o relevo quando a sua densi- situado a sudeste em relação ao Piauí dade é tal que a altitude de qualquer ponto f) É um mapa geral ou temático? Explique. do terreno pode ser obtida, com a precisão desejada, através de uma simples interpo- ^ Sobre escalas, responda: lação linear entre duas curvas contíguas." a) D e que forma podemos representá-las? (Maria dei Carmen Granell-Pérez. Trabalhando b) Por que não podemos representar um geografia com as cartas topográficas. Ijuí: continente na mesma escala que repre- Ed. Unijuí, 2 0 0 1 . p. 54.) sentamos uma cidade? a) Q u e outro nome recebem as curvas de ^ Imagine q u e u m a construtora pretenda nível? construir um p a r q u e de diversões na c i - b) O q u e as curvas de nível permitem d a d e o n d e você m o r a . C a s o e l a precise definir? c o n h e c e r u m a área pequena c o m muitos c) Q u e tipo de profissional está associado detalhes, será mais a d e q u a d o usar u m a ao uso das curvas de nível? e s c a l a p e q u e n a o u grande? Justifique. Glossário Climograma: gráfico que utiliza as coordenadas cartesianas para representar a quantidade de precipitação e as temperaturas de u m a localidade, medidas e m u m a estação meteorológica. Declividade: grau de inclinação de u m a superfície. Utopia: projeto que é fruto de u m ideal o u de u m sonho, que se torna impraticável.