Este documento discute várias infecções que podem ser transmitidas de mãe para filho, incluindo bactérias, vírus, protozoários e outros agentes infecciosos. Ele fornece detalhes sobre os sintomas, diagnóstico e tratamento de cada infecção, bem como estratégias de prevenção da transmissão vertical.
2. • Os processos infecciosos graves de origem
bacteriana têm uma elevada incidência no
período neonatal.
• As doenças infecciosas, a asfixia neonatal e a
prematuridade são as principais causas de
óbitos.
3. • A resistência do neonato a infecção pode se
modificar a depender dos fatores:
- Agente infeccioso
- Dependentes do RN
- Fatores ambientais
- Outros
4. Toxoplasmose Congênita
• Doença cosmopolita, causada por um
protozoário Toxoplasma gondii.
• Há hospedeiros definitivos e hospedeiros
intermediários.
• Transmissão
5. • Manifestações:
- Viscerais
- Neurológico
- Oftalmológica
• A sorologia é para todas as gestantes com
repetição na 17° e 25° semana de gestação.
• Quando positivo o resultado, iniciar a
quimioterapia adequada e uso de espiramicina.
6. Diagnóstico do RN
• Clínico
- Manifestações
- Antecedentes epidemiológicos e obstétricos.
- Está indicado:
* Radiografia simples de crânio
* Tomografia Computadorizada encefálica
* USG de crânio
* Exames: hemograma, bilirrubina total,
enzima hepática, IGm especifico.
7. Tratamento
• A terapêutica será instituída por um ano
• As drogas utilizadas nos primeiros seis meses:
pirimetamina (saraprim) 2mg/kg/dia, VO, nos
primeiros 2 dias, seguido de 1 ml/kg/dia VO
de 6/6 horas ou 8/8 horas mais ácido folínico
(leucovarim).
8. • Após o primeiro semestre, acrescenta-se
Espirimicina 100mg/kg/dia, VO, 6/6 horas
alternando mensalmente com esquema tríplice
anterior.
• Corticosteroides para RN acometidos grave do
SNC. Uso de prednisona 1 mg/kg/dia, VO,
12/12 horas. Fazer controle semanal de
hemograma. É necessária a avaliação da
acuidade auditiva.
9. Prevenção
• A gestação deverá evitar ingerir carne mal
cozida e contato com gatos ou material que
possa estar contaminado com fezes de animal.
10. HEPATITE B e C
• Pode apresentar forma (as) sintomática com
evolução grave (hepatite fulminante).
• Em 50% não ocorre icterícia e há evolução da
hepatite para cronicidade
• A transmissão do vírus da hepatite B: através
do sangue ou fluido corporal
11. • Pode ser por transmissão vertical.
• A transmissão do vírus da hepatite C: ocorre
pela transfusão de hemocomponentes nos
transplantes, uso de drogas injetáveis ou
inaladas, exposição em estabelecimentos de
saúde. A transmissão perinatal quase sempre
ocorre.
• O aleitamento materno e a vacinação.
12. Diagnóstico e prevenção
• Sorologia HB
- Vacinação do RN para HB nas primeiras
semanas ,12 horas após nascimento.
- Uso da imunoglobulina humana especifica para
HB (RN nas primeiras 12 horas ate no máximo
7 dias após o nascimento- 0,5 ml - IM).
13. INFECÇÃO PELO HIV
• Transmissão sexual, sanguínea e pelo leite
materno.
• A sorologia do HIV é recomendada na 1°
consulta com consentimento para prevenção.
14. Tratamento
• A partir da 14° semana de gestação, ou antes, do
parto a mulher recebe AZT (Zidovidina 100 mg) de
500 a 600 mg/dia dividido em 2 a 5 tomadas.
• Na parturiente indica AZT injetável (20 ml com
200mg-10mg/ml) dose de ataque: 2 mg/kg na 1° hora
de trabalho de parto diluído em 100 ml de SG a 5%,
infusão continua (35-36 gotas/min). Com dose de
manutenção de 1 mg/kg/hora (também em 100 ml de
SG a 5%).
15. • Se não tiver AZT, prepara-se dose oral com
comprimido de 300 mg a cada 3 horas ate o
nascimento do bebê.
• No RN a dose xarope é de 2 mg/kg/dose ,VO,
de 6/6 horas, durante 6 meses. Iniciar de 8 a 12
horas pós-nascimento.
16. PREVENÇÃO DE TRANSMISSÃO VERTICAL
• O parto vaginal é contraindicado.
• O campleamento do cordão imediato. Aspirar
as vias aéreas do neonato.
• Banhar o RN com água e sabão ou clorexidine
e mantê-lo em isolamento.
17. • Coletar sangue por punção periférica em vez
de cordão para sorologia.
• A amamentação é contraindicada.
• Obrigatória a notificação da gestante HIV + e
criança, a OMS.
• Observar e tratar osofagite e candidiase oral
18. SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA.
• Geralmente é grave
• A infecção da placenta e viremia fetal.
• O vírus tem tropismo por células em formação
e quanto mais precoce a IG, mais elevadas são
as taxas de malformação congênita.
20. • Lactentes com SRC podem eliminar o vírus
através da secreção nasofaringea, sangue,
urina, fezes, por ate um ano após o
nascimento.
• O risco de malformação congênita é maior se a
infecção materna ocorreu nas primeiras
semanas de gestação.
21. Diagnóstico
• Clínico, epidemiológico e laboratorial.
• O feto infectado é capaz de produzir anticorpos
específicos (IgM e IgG) para rubéola, antes mesmo
do nascimento.
• A presença de anticorpos IgM específicos para
rubéola no sangue do RN é a evidencia da infecção
congênita, o IgM raramente são detectados após o 18°
mês.
22. • O exame laboratorial para investigação de
SRC se faz com uma amostra de sangue do RN
logo após o nascimento
• Se o resultado apresentado tiver anticorpos
IgG no sangue do RN, repetir o exame após 5
meses e na persistência será confirmado o
SRC.
•
23. Tratamento e prevenção
• Não há tratamento, mas o acompanhamento
deverá ser por um ano.
• Tríplice viral
• O aleitamento pode ser mantido.
24. Infecção por citomegalovírus (CMV)
• Herpes vírus que causa infecção nos seres
humanos.
• Pode sofrer períodos de latência e de ativação.
• Transmissão fetal.
25. • Quando a infecção é primária, a chance de
transmissão para o feto e da existência de
sequelas mais graves é maior.
• O CMV está relacionado com o aborto
espontâneo, no inicio da gestação.
• Sinais clínicos: petéquias, anemia,
hepatoesplenomegalia, trombocitopenia,
microcefalia, calcificação intracraniana e
surdez.
26. Diagnóstico
• - Isolamento do vírus por meio de cultura
(amostra urinária).
• Reação em cadeia para pesquisa do DNA
viral.
27. Tratamento
• Não há tratamento intrauterino.
• Em RN sintomáticos tem se administrado (
Ganciclair- 7,5 mg/kg/dia de 12/12 horas por 2
semanas e manutenção com 10 mg/kg/dia, 3
vezes por duas semanas , no 1° trimestre.
• Outras drogas podem ser utilizadas –
Valganciclavir, Foscarnet, Cidoforvir).
28. Cuidados
• Isolamento de contato e medidas preventivas
de higiene.
• Identificação da mãe e diagnóstico precoce.
• A amamentação não é contraindicada.
• O vírus pode ser inativado.
29. INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HERPES SIMPLES
(VHS)
• Virose transmitida pelo contato sexual.
• Contato direto com lesões, objetos
contaminados.
• Determina quadros benignos ou graves.
30. • Há dois tipos de vírus:
-Tipo 1: Responsável por infecção na face e
tronco.
-Tipo 2: Mais neurotóxico, relacionado as
infecções na genitália e em transmissão sexual.
31. Sinais e sintomas
• Febre
• Aparecimento de vesícula com ardência,
prurido na cavidade oral e genital.
• Alteração ocular como vesículas e erosões na
conjuntiva e córnea.
32. • O herpes simples neonatal ocorre quando a
parturiente apresenta herpes genital com
contaminação do filho durante o parto.
• São vesículas e bolhas que se rompem e são
recobertas por crostas, sendo a maioria
causada pelo VHS 2.
• Realização de cesariana quando houver lesão
hepática ativa.
33. • A infecção herpética neonatal é grave.
• RN sintomático ao nascimento é raro,
significando transmissão viral transplacentária.
• Manifestações clínicas viscerais e
neurológicas.
34. Diagnóstico
• A cultura viral é o método mais sensível e
especifico. A detecção do IgM especifico ou o
aumento dos níveis do IgG (4x) em amostra
com intervalos de 2 a 3 semanas também
fecham o diagnóstico.
35. • Exames laboratoriais:
- Cultura e exame citopatológico
- LC
- Pesquisa de anticorpos específicos anti-VHS
- Ultrassonografia de crânio
- Tomografia computadorizada de crânio
- Eletroencefalograma
- Eletrocardiograma
- Radiografia do tórax.
36. Tratamento
• Evitar proliferação e recorrências durante a gestação.
• A droga Aciclovir (200mg VO- 5 vezes ao dia por 7 a
10 dias).
• O recém-nascido com infecção herpética deve ser
tratado com a droga na dose de 5mg /dia por IE durante
7 dias.
• Investigar gestante com história de Herpes genital e
parceiros infectados .
37. Cuidados
• Infecção primária:
* Parto Cesário dentro de 24 horas
* Cultura de olhos, nariz, boca, urina e fezes
nas primeiras 48 horas.
* Tratar com a Aciclovir
* A amamentação é permitida se não tiver lesão
de pele.
38. Sífilis Congênita
• Treponema Pallidium
• Dois estágios:
- Sífilis congênita recente ( lesões cutâneas -
mucosa, óssea e visceral) logo após o
nascimento ou nos primeiros anos de vida.
-Sífilis congênita tardia (lesões
osteoarticulares do sistema nervoso dos órgãos
dos sentidos como surdez e deformidade
dentária).
39. Diagnóstico
• Realizar VDRL
• Teste treponêmico como FTA-abs
• O sangue deve ser periférico e não do cordão
umbilical
• O exame do LCR também é indicado para
comprovar o comprometimento do sistema
nervoso.
• Exame radiológico de ossos longos e útil com
apoio ao diagnostico com sífilis congênita.
40. Tratamento
• Período neonatal: Realizar VDRL do sangue
periférico.
• RN de mãe com sífilis não tratada ou tratada
inadequadamente. Independente do resultado
do VDRL do RN, realizar hemograma,
radiografia de ossos longos e punção lombar.
41. • Se alteração clinica/sorológica ou
hematológica: Penicilina g cristalina (50 mil
UI/Kg/dose – IV , a cada 12 horas nos
primeiros 7 dias e a cada 8 horas após os 7 dias
durante 10 dias).
• - Penicilina G procaína 50 mil UI/Kg dose
única, IM, durante 10 dias.
42. • Alteração liquórica: Penicilina G cristalina (50
mil UI/Kg/dose, IV,a cada 12 horas nos
primeiros 7 dias, durante 10 dias.
• Todas as alterações e a sorologia for negativa:
realizar tratamento com Penicilina G
benzantina 50 mil UI/Kg dose única, IM.
• RN de mãe tratada: realizar VDRL em amostra
de sangue periférico do RN;
43. Cuidados
• Precaução de contato por ate 24 horas pós
inicio da penicilina.
• Equipamentos: EPI’s e isolamento.
• VDRL obrigatório.
• Não há contraindicação para aleitamento.
44. SARAMPO
• Doença rara durante a gestação .
• Risco maior de parto prematuro.
• O tempo entre o inicio do exantema materno e
do RN varia de 2 a 10 anos.
• A infecção congênita pode variar de simples
exantema a doença generalizada e fatal.
45. Tratamento e cuidados
• Uso de imunoglobulina (0,25 ml/kg) nas
primeiras 72 horas após a exposição ao vírus
para mulheres e RN susceptíveis.
• Isolamento da mãe e do RN por 72 horas após
o nascimento do exantema.
• A amamentação pode ser suspenso
temporariamente.
46. INFECÇÃO DO PARVOVÍRUS B19
• Único parvovírus patogênico para o homem.
• Transmissão por contato direto, transfusão de
hemoderivados e via placentária.
• O vírus replica-se no núcleo da célula
precursora da hemácia, causando lise e aplasia
da serie eritróide.
47. • Achado clínico:
- Hepatomegalia
- Cardiomegalia
- Derrame pleural
- Hidropsia.
- A infecção pode variar desde assintomática ate
o aparecimento de erupção cutânea
acompanhada de sintomas gerais.
48. Diagnóstico
• Sorologia com dosagem de IgM e IgG e
detecção de antigeno fetal.
• IgM anti-B19: infecção recente.
• IgG : infecção passada e imunidade.
49. Tratamento
• RN: tratamento de suporte.
• Hidropsia: Exsanguineotransfusão.
• Complicação da infecção: IV-
gamaglobulina.
50. DOENÇA DE CHAGAS CONGÊNITA
• Infecção generalizada geralmente grave
causada por Triponosoma Cruzi, transmitida
ao homem por meio de um triatamínico
hematófago contaminado.
• Apresenta varias formas. A congênita ocorre
em crianças nascidas de mãe com exame
positivo.
• Pode ocorrer prematuridade e baixo peso.
52. Tratamento e prevenção
• Benzenidazol (Rochagan 100 mg) dose:
5-10 mg/kg/dia. Duas a três tomadas ao
dia durante 45-60 dias.
• Nifurtemox: 20 mg/kg/dia de 8/8 horas
com as mamadas.
• Melhoria de habitação e controle químico
do vetor.
53. • Identificação da gestante.
• A amamentação deve ser suspensa se a
infecção for aguda ou houver fissura.
54. INFECÇÃO POR CLAMIDIA E/OU GONOCOCO.
• Bactéria obrigatoriamente intracelular.
• Causa também tracoma conjuntival,
linfogranuloma venérea.
• Transmitida pelo contato social.
55. • A infecção pode causar: aumento do risco de
prematuridade, ruptura prematura da
membrana, perda fetal, retardo do crescimento
intrauterino e febre puerperal.
• No RN: conjuntivite, septicemia, artrite,
abscesso de couro cabeludo, pneumonia e
meningite.
56. Diagnóstico
• Esfregaço corado de exsudato conjuntival para
detecção de diplococos intracelular.
• Raspado da conjuntiva pelo Giemsa.
57. Tratamento e prevenção
• Nitrato de prata a 1% dose única na 1° hora do
nascimento ou colírio de Eritromicina a 0.5% ou
tetraciclina a 1% dose única.
• Profilaxia ocular: Eritromicina a 0.5%
• Conjuntivite: Eritromicina, VO 40mg/kg/dia; 4 doses
por duas semanas.
• Pneumo: Eritromicina 40 mg/kg/dia. 4 doses por 14
dias.
58. INFECÇÃO PELO VÍRUS DA VARICELA
ZOSTER
• Resultante da infecção primária pelo vírus
Varicela Zoster.
• Benigna na criança.
• Tanto a varicela como a Herpes Zoster são
causadas pelo mesmo bioagente.
59. • Sinais e sintomas.
• O herpes zoster ocorre em pessoas que já
tiveram varicela e acompanha-se por exantema
vesicular doloroso.
• O vírus VZ causa três tipos de infecções: a
primária, a latente e a recorrente.
• O HZ é raro na gestante.
60. • A varicela é considerada congênita quando
ocorrem nos primeiros 10 dias de vida da
criança. É incubação de 10 a 21 dias.
• A transmissão e transplacentária durante ou
após o parto.
• Quando a varicela materna ocorre cinco dias
antes e dois dias depois do parto a doença no
RN pode ser disseminada com lesões
hemorrágicas ao óbito.
61. • Quando a varicela ocorre nos primeiros meses
da gestação pode causar a embriopatia com
síndrome da varicela congênita (atrofia, defeito
cutâneo, cariorretinite bilateral, atrofia cortical,
hidronefrose, reflexo gastroesifagico).
62. Diagnóstico
• Clínico: Nas primeiras semanas de gestação:
radiografia dos ossos longos e tomografia do
crânio.
• Laboratorial: Anticorpo IgG, IgM do vírus VZ
por imunofluorescência, fixação do
complemento e Elisa.
63. Tratamento e cuidado
• Imunoglobulina humana antivaricela zoster ate
96 horas pós-contato.
• IM, dose única, 125 UI/10kg.
• Precaução de transmissão via aérea.
• EPI’s
64. Referência
• SOUZA, Aspásia Basile Gesteira. Enfermagem neonatal cuidado
integral ao recém-nascido. Organizadora – São Paulo-Martinari,
2011