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ACESSIBILIDADE WEB:
   SETE MITOS E UM
      EQUÍVOCO
       Lêda Lucia Spelta
    (Trabalho inscrito no 1º Encontro
Brasileiro de Arquitetura de Informação)

http://www.aibrasil.org/encontro/home/
O que é um
  mito?
O que é um mito?
Os mitos são narrativas
reproduzidas (imitadas)
até se tornarem
coletivas.
quot;O imitar é congênito no
homem ... e os homens
se comprazem no            Homens iguais e de terno


imitado.quot; (Aristóteles)
O que é um mito?
● Os mitos não se baseiam na experiência empírica
nem científica, baseiam-se na intuição.
● A intuição encerra sempre uma verdade.


● A verdade do mito não está aparente, precisa ser

decifrada.
● A verdade de um mito não é literal, é simbólica.


● Por este motivo muitos o confundem com

mentira, ilusão, lenda e fantasia. Eles são
exatamente isto, se forem considerados no seu
sentido literal.
Os mitos na atualidade.
Ao contrário dos mitos gregos ou indígenas,
os mitos modernos não se referem à
totalidade da existência humana, mas a
temas específicos, como a sensualidade, a
juventude, o corpo saudável, o poder, etc.

Como sua base inconsciente não está na
razão e sim na emoção, eles são largamente
utilizados na propaganda e na política.
Os mitos na acessibilidade web.
No meu trabalho com
acessibilidade web, tenho
me deparado com mitos que,
por não terem suas verdades
decifradas, são reproduzidos
e compreendidos no seu
sentido literal.
                               Um globo terrestre iluminado



Eles não aparecem como narrativas de estórias,
mas como afirmações pseudocientíficas, que nos
confundem.
Mito I.

quot;Acessibilidade Web
é só para deficientes
      visuais.quot;
Mito I.
Realidade: Pessoas cegas ou com baixa visão
não são as únicas que necessitam de
acessibilidade. Acessibilidade web é para...
... Quem tem dificuldade para
➔ ver a tela,

➔ usar o mouse,

➔ usar o teclado,

➔ ler um texto,

➔ Ouvir um som,

➔ navegar na        João Henriques deficiente motor utilizando
  internet;              o mouse - dificuldades motoras
Mito I.

Acessibilidade web é para...
➔ Quem usa um navegador diferente;
➔ Quem usa um equipamento muito antigo;

➔ Quem usa um equipamento muito moderno;

➔ Quem tem uma linha de transmissão muito lenta;

➔ Quem está num ambiente ou situação que limita

alguns dos seus sentidos ou movimentos, ou que
requer a sua atenção.
Enfim, acessibilidade web é para todos!
Mito I.

       Temor oculto:
“Imagina o trabalhão que vai
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    para todo mundo!”



         Homem desesperado
Mito I.

            Esclarecimento:
   Quando seguimos uma diretriz de
  acessibilidade, estamos atendendo
  simultaneamente a vários tipos de
necessidades. Por exemplo, atender a
três tipos de deficiências não significa
          trabalho triplicado.
Mito 1.
O mito na lei
O Decreto 5296, estabelece, em seu Artigo 47,
que quot;No prazo de até doze meses a contar da
data de publicação deste Decreto, será
obrigatória a acessibilidade nos portais e sítios
eletrônicos da administração pública na rede
mundial de computadores (internet), para o uso
das pessoas portadoras de deficiência visual,
garantindo-lhes o pleno acesso às informações
disponíveis.quot;
Mito II.
 quot;Na prática, o número
de usuários beneficiados
 com a acessibilidade é
  relativamente muito
        pequeno.quot;
Mito II.
Realidade: Quantos tailandeses
você conhece que usam a
internet?
Será que você poderia concluir,
então, que são muito poucos os
tailandeses que usam a
internet?
Mito II.

  Temor oculto: “Esse negócio de
acessibilidade é muito investimento
       para pouco retorno.”




            Homem desconfiado
Mito II.
Esclarecimento: Um site acessível:
Atinge mais usuários da internet;
➔


Facilita o surgimento de novos usuários;
➔


➔Aumenta a visibilidade do site para os
buscadores web, pois, assim como as
pessoas cegas, eles só conseguem ler o
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Mito III.
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 demora e custa caro.quot;
Mito III.

Realidade: Tais afirmações são feitas
sem nenhuma avaliação prévia.
Só podemos saber se o tempo e o custo
do nosso projeto são adequados, se
levarmos em conta os benefícios
alcançados.
Mito III.

   Temor oculto: “Não estarei
 empregando mal os recursos que
tenho, ao fazer acessibilidade? Não
      vou ficar no prejuízo?”




            Homem com medo
Mito III.

Esclarecimento: Quebrar escadas e
banheiros para torná-los acessíveis
demanda tempo e custo adicionais; mas
permite o acesso por muito mais pessoas.
Se o prédio fôr projetado com rampas e
banheiros acessíveis, o custo e o tempo
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O mesmo acontece com os sites.
Mito IV.
 quot;É melhor fazer uma
página especial para os
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Mito IV.
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➔ Deficientes visuais ficarão prejudicados, pois
a página deles fica sempre desatualizada. Sem
falar nas páginas especiais, que já são
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➔ O site continuará inacessível para todos os
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Mito IV.
Temor oculto: “A gente não vai
  conseguir fazer uma página
acessível, que seja tão bonita e
   funcional como a nossa.”




        Cachorrinho um tanto curioso
Mito IV.
Esclarecimento: A partir de 1998, com a
Section 508 (lei americana de
acessibilidade), as grandes empresas de
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acessibilidade.
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Para se obter um bom resultado, a técnica de
acessibilidade, como qualquer outra, precisa
Mito V.
  quot;Um site acessível a
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Mito V.
Realidade: Pessoas cegas não usufruem da maioria
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Mito V.
Temor oculto: “Só sei fazer sites bonitos
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visuais que atrapalham a acessibilidade. Por
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acessível, faço sempre o arroz com feijão.”



               Homem envergonhado
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essa questão.
Mito VI.
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primeiro fazemos o site,
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Mito VI.
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priorização, é desperdício de tempo e recursos.
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deixamos a acessibilidade para depois. Tem que
refazer muita coisa que já poderia ter sido feita
com acessibilidade, sem custo adicional.
Mito VI.
   Temor oculto: “Não vamos
conseguir fazer um site acessível,
  com o tempo, os recursos e a
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         Homem com falta de tempo
Mito VI.
Esclarecimento: Como em qualquer
nova tecnologia, o primeiro projeto
acessível demanda um tempo e um
custo maior, porque precisamos de
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projeto, além de ser um bom
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Mito VII.
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Mito VII.
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A gente aprende muito sobre o usuário com
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Ainda assim, agente vai ser apenas um dos
vários tipos de usuários;
E vai deixar de fora todos os outros grupos.
Mito VII.
         Temor oculto:
“Não quero expor meu projeto às
      críticas do usuário.”




   Uma criança assustada em frente a um notebook
Mito VII.
Esclarecimento:
Quanto mais cedo os usuários
participarem do projeto,
menos alterações ele precisará
depois e mais robusto ele será.
Não tenha medo!
Um grande equívoco.
 Esta assertiva, que não é exatamente
    um mito nem se refere apenas à
   acessibilidade, é um pensamento
 subjacente em quase todos os mitos:
  “Meu site é direcionado a um público
 específico; ele não interessa a todos os
          grupos de usuários.”
Um grande equívoco.
“Público específico” refere-se ao
conteúdo do site.
Ex.: notícias, serviços, tricot,
paleontologia.
“Grupos de usuários”, utilizado em
acessibilidade e usabilidade, refere-se
às características de funcionalidade dos
usuários, tal como foram descritas no
Mito I.
Um grande equívoco.
Equívoco: associar grupos de interesses a
grupos de funcionalidades.
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➔Um homem com baixa visão que entra no site de
um fabricante de automóveis, para escolher um
modelo para a sua mãe.
➔Uma jóvem surda que entra numa loja virtual de
CDs, para escolher um presente para o seu
namorado.
Um grande equívoco.

Exemplos continuação:

➔ Um menino de 11 anos que entra num site
direcionado à terceira idade, para pegar uma
informação para a sua avó.
➔ Uma estudante cega que entra numa livraria
virtual, para comprar livros que serão escaniados
por ela própria e lidos com o seu programa leitor
de telas.
Um grande equívoco.

Quando restringimos o acesso do
 site ao que julgamos serem as
 características do seu público
alvo, estamos usando a internet
para limitar o nosso público, ao
       invés de ampliá-lo.
Usuário liga para 0300... Boa tarde, não consigo achar o link do cadastro, poderia me ajudar? - Claro Senhor! Clique na imagem
verde com o texto 'cadastre-se' em vermelho. Na terceira coluna à direita, logo abaixo do banner. - Como espera que eu clique sobre
uma imagem verde, se eu não posso ver, nem usar o mouse? - Não pode ver? Só falta o senhor falar que é cego e que está
acessando um site de comércio eletrônico para comprar uma TV...risos...
Equipe AcessoDigital.net
Da esquerda para direita: Horácio Soares, Lêda Spelta,
   MAQ - Marco Antonio de Queiroz e Bruno Torres.

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Acessibilidade Web: 7 mitos e 1 equívoco

  • 1. ACESSIBILIDADE WEB: SETE MITOS E UM EQUÍVOCO Lêda Lucia Spelta (Trabalho inscrito no 1º Encontro Brasileiro de Arquitetura de Informação) http://www.aibrasil.org/encontro/home/
  • 2. O que é um mito?
  • 3. O que é um mito? Os mitos são narrativas reproduzidas (imitadas) até se tornarem coletivas. quot;O imitar é congênito no homem ... e os homens se comprazem no Homens iguais e de terno imitado.quot; (Aristóteles)
  • 4. O que é um mito? ● Os mitos não se baseiam na experiência empírica nem científica, baseiam-se na intuição. ● A intuição encerra sempre uma verdade. ● A verdade do mito não está aparente, precisa ser decifrada. ● A verdade de um mito não é literal, é simbólica. ● Por este motivo muitos o confundem com mentira, ilusão, lenda e fantasia. Eles são exatamente isto, se forem considerados no seu sentido literal.
  • 5. Os mitos na atualidade. Ao contrário dos mitos gregos ou indígenas, os mitos modernos não se referem à totalidade da existência humana, mas a temas específicos, como a sensualidade, a juventude, o corpo saudável, o poder, etc. Como sua base inconsciente não está na razão e sim na emoção, eles são largamente utilizados na propaganda e na política.
  • 6. Os mitos na acessibilidade web. No meu trabalho com acessibilidade web, tenho me deparado com mitos que, por não terem suas verdades decifradas, são reproduzidos e compreendidos no seu sentido literal. Um globo terrestre iluminado Eles não aparecem como narrativas de estórias, mas como afirmações pseudocientíficas, que nos confundem.
  • 7. Mito I. quot;Acessibilidade Web é só para deficientes visuais.quot;
  • 8. Mito I. Realidade: Pessoas cegas ou com baixa visão não são as únicas que necessitam de acessibilidade. Acessibilidade web é para... ... Quem tem dificuldade para ➔ ver a tela, ➔ usar o mouse, ➔ usar o teclado, ➔ ler um texto, ➔ Ouvir um som, ➔ navegar na João Henriques deficiente motor utilizando internet; o mouse - dificuldades motoras
  • 9. Mito I. Acessibilidade web é para... ➔ Quem usa um navegador diferente; ➔ Quem usa um equipamento muito antigo; ➔ Quem usa um equipamento muito moderno; ➔ Quem tem uma linha de transmissão muito lenta; ➔ Quem está num ambiente ou situação que limita alguns dos seus sentidos ou movimentos, ou que requer a sua atenção. Enfim, acessibilidade web é para todos!
  • 10. Mito I. Temor oculto: “Imagina o trabalhão que vai dar, fazer acessibilidade para todo mundo!” Homem desesperado
  • 11. Mito I. Esclarecimento: Quando seguimos uma diretriz de acessibilidade, estamos atendendo simultaneamente a vários tipos de necessidades. Por exemplo, atender a três tipos de deficiências não significa trabalho triplicado.
  • 12. Mito 1. O mito na lei O Decreto 5296, estabelece, em seu Artigo 47, que quot;No prazo de até doze meses a contar da data de publicação deste Decreto, será obrigatória a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos da administração pública na rede mundial de computadores (internet), para o uso das pessoas portadoras de deficiência visual, garantindo-lhes o pleno acesso às informações disponíveis.quot;
  • 13. Mito II. quot;Na prática, o número de usuários beneficiados com a acessibilidade é relativamente muito pequeno.quot;
  • 14. Mito II. Realidade: Quantos tailandeses você conhece que usam a internet? Será que você poderia concluir, então, que são muito poucos os tailandeses que usam a internet?
  • 15. Mito II. Temor oculto: “Esse negócio de acessibilidade é muito investimento para pouco retorno.” Homem desconfiado
  • 16. Mito II. Esclarecimento: Um site acessível: Atinge mais usuários da internet; ➔ Facilita o surgimento de novos usuários; ➔ ➔Aumenta a visibilidade do site para os buscadores web, pois, assim como as pessoas cegas, eles só conseguem ler o que está em texto.
  • 17. Mito III. quot;Fazer um site acessível demora e custa caro.quot;
  • 18. Mito III. Realidade: Tais afirmações são feitas sem nenhuma avaliação prévia. Só podemos saber se o tempo e o custo do nosso projeto são adequados, se levarmos em conta os benefícios alcançados.
  • 19. Mito III. Temor oculto: “Não estarei empregando mal os recursos que tenho, ao fazer acessibilidade? Não vou ficar no prejuízo?” Homem com medo
  • 20. Mito III. Esclarecimento: Quebrar escadas e banheiros para torná-los acessíveis demanda tempo e custo adicionais; mas permite o acesso por muito mais pessoas. Se o prédio fôr projetado com rampas e banheiros acessíveis, o custo e o tempo de construção não serão maiores por isso. O mesmo acontece com os sites.
  • 21. Mito IV. quot;É melhor fazer uma página especial para os deficientes visuais.quot;
  • 22. Mito IV. Realidade: Melhor para quem? ➔ Webdesigners terão trabalho dobrado, na criação e manutenção de duas páginas. ➔ Deficientes visuais ficarão prejudicados, pois a página deles fica sempre desatualizada. Sem falar nas páginas especiais, que já são projetadas com menos funcionalidades. ➔ O site continuará inacessível para todos os outros tipos de deficiências, necessidades ou situações especiais.
  • 23. Mito IV. Temor oculto: “A gente não vai conseguir fazer uma página acessível, que seja tão bonita e funcional como a nossa.” Cachorrinho um tanto curioso
  • 24. Mito IV. Esclarecimento: A partir de 1998, com a Section 508 (lei americana de acessibilidade), as grandes empresas de software começaram a investir em acessibilidade. Atualmente, os recursos de acessibilidade disponíveis já nos permitem criar sites bonitos, funcionais e acessíveis. Para se obter um bom resultado, a técnica de acessibilidade, como qualquer outra, precisa
  • 25. Mito V. quot;Um site acessível a deficientes visuais não é bonito.quot;
  • 26. Mito V. Realidade: Pessoas cegas não usufruem da maioria dos atributos visuais de um site. Os elementos que tornam um site esteticamente bonito não atrapalham as pessoas cegas: ➔ Se forem criados dentro dos padrões de codificação; ➔ Se seguirem as diretrizes de acessibilidade; ➔ Se a página tiver uma boa arquitetura de informação.
  • 27. Mito V. Temor oculto: “Só sei fazer sites bonitos usando tecnologias inacessíveis; de fato, não sei exatamente quais são os elementos visuais que atrapalham a acessibilidade. Por isso, quando tenho que fazer um site acessível, faço sempre o arroz com feijão.” Homem envergonhado
  • 28. Mito V. Esclarecimento: Sites acessíveis a deficientes visuais podem ter imagens, fotos, vídeos, gráficos, etc... Basta observar os padrões de codificação e as diretrizes de acessibilidade; e nenhuma delas proibe essas coisas. Testes com usuários ajudam a desmistificar essa questão.
  • 29. Mito VI. Vamos por partes: primeiro fazemos o site, depois fazemos acessibilidade.quot;
  • 30. Mito VI. Realidade: Precisamos priorizar. Inaugurar o prédio com escadas e depois quebrar tudo para colocar rampas não é priorização, é desperdício de tempo e recursos. É isto que acontece com um site, quando deixamos a acessibilidade para depois. Tem que refazer muita coisa que já poderia ter sido feita com acessibilidade, sem custo adicional.
  • 31. Mito VI. Temor oculto: “Não vamos conseguir fazer um site acessível, com o tempo, os recursos e a equipe que temos.” Homem com falta de tempo
  • 32. Mito VI. Esclarecimento: Como em qualquer nova tecnologia, o primeiro projeto acessível demanda um tempo e um custo maior, porque precisamos de capacitar a equipe. Isto acontece apenas no primeiro projeto, além de ser um bom investimento em termos de ampliação do público alvo.
  • 33. Mito VII. quot;A gente sabe o que é bom para o usuário.quot;
  • 34. Mito VII. Realidade: A gente aprende muito sobre o usuário com a experiência; Mas a gente só aprende tudo sobre o usuário, se fôr o próprio usuário; Ainda assim, agente vai ser apenas um dos vários tipos de usuários; E vai deixar de fora todos os outros grupos.
  • 35. Mito VII. Temor oculto: “Não quero expor meu projeto às críticas do usuário.” Uma criança assustada em frente a um notebook
  • 36. Mito VII. Esclarecimento: Quanto mais cedo os usuários participarem do projeto, menos alterações ele precisará depois e mais robusto ele será. Não tenha medo!
  • 37. Um grande equívoco. Esta assertiva, que não é exatamente um mito nem se refere apenas à acessibilidade, é um pensamento subjacente em quase todos os mitos: “Meu site é direcionado a um público específico; ele não interessa a todos os grupos de usuários.”
  • 38. Um grande equívoco. “Público específico” refere-se ao conteúdo do site. Ex.: notícias, serviços, tricot, paleontologia. “Grupos de usuários”, utilizado em acessibilidade e usabilidade, refere-se às características de funcionalidade dos usuários, tal como foram descritas no Mito I.
  • 39. Um grande equívoco. Equívoco: associar grupos de interesses a grupos de funcionalidades. Exemplos: ➔Um homem com baixa visão que entra no site de um fabricante de automóveis, para escolher um modelo para a sua mãe. ➔Uma jóvem surda que entra numa loja virtual de CDs, para escolher um presente para o seu namorado.
  • 40. Um grande equívoco. Exemplos continuação: ➔ Um menino de 11 anos que entra num site direcionado à terceira idade, para pegar uma informação para a sua avó. ➔ Uma estudante cega que entra numa livraria virtual, para comprar livros que serão escaniados por ela própria e lidos com o seu programa leitor de telas.
  • 41. Um grande equívoco. Quando restringimos o acesso do site ao que julgamos serem as características do seu público alvo, estamos usando a internet para limitar o nosso público, ao invés de ampliá-lo.
  • 42. Usuário liga para 0300... Boa tarde, não consigo achar o link do cadastro, poderia me ajudar? - Claro Senhor! Clique na imagem verde com o texto 'cadastre-se' em vermelho. Na terceira coluna à direita, logo abaixo do banner. - Como espera que eu clique sobre uma imagem verde, se eu não posso ver, nem usar o mouse? - Não pode ver? Só falta o senhor falar que é cego e que está acessando um site de comércio eletrônico para comprar uma TV...risos...
  • 43. Equipe AcessoDigital.net Da esquerda para direita: Horácio Soares, Lêda Spelta, MAQ - Marco Antonio de Queiroz e Bruno Torres.